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O Ponto entrevista Leandro Cadenas, juiz federal em - Ponto dos ...

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Preocupava-se tão somente com um pouco de conhecimento técnico (jurídico) e do<br />

idioma brasileiro, nada mais.<br />

Mesmo assim, <strong>em</strong> razão das dificuldades com material didático, poucos passavam. Por<br />

ex<strong>em</strong>plo, naquele concurso que fiz eram, salvo engano, aproximadamente 1300<br />

candidatos. Somente 111 obtiveram a nota mínima na prova. Ao fim <strong>dos</strong> quatro anos<br />

de validade do certame, to<strong>dos</strong> estavam nomea<strong>dos</strong>. Noutras palavras, naquele t<strong>em</strong>po,<br />

obtendo a nota mínima havia grandes chances de ser nomeado no decorrer do t<strong>em</strong>po.<br />

Hoje a realidade é totalmente distinta. Soube de um concurso para técnico judiciário<br />

<strong>em</strong> que eram oferecidas sete vagas. Se a m<strong>em</strong>ória não me falha, onze candidatos<br />

gabaritaram a prova! Nesses concursos onde a prova é do tipo “decoreba”, acertar<br />

90% das questões costuma ser sinal de reprovação. No concurso que fiz, acertando o<br />

mínimo, estava dentro.<br />

Enfim, comprei àquela apostila, <strong>em</strong> uns dias, uma hora por dia, li duas vezes a parte<br />

de direito (a parte de português sequer abri) e fui pra prova. Pelo que me l<strong>em</strong>bro ,<br />

fiquei <strong>em</strong> 33º lugar, e fui nomeado já na segunda turma (na primeira foram uns 15,<br />

três meses antes).<br />

Qu<strong>em</strong> lê esta resposta hoje certamente pensa: “Por que eu não pensei <strong>em</strong> concurso<br />

nessa época?”.<br />

Respondo: <strong>em</strong> primeiro lugar, não olhe para o passado, mas sim para a realidade de<br />

hoje.<br />

É óbvio que a prova era muito mais fácil, não se compara. Também o acesso à<br />

informação era b<strong>em</strong> mais difícil.<br />

Olhando especificamente para o concurso da magistratura, por ex<strong>em</strong>plo, provas<br />

realizadas há vinte anos eram, aos olhos de hoje, muito fáceis. Praticamente não se<br />

cobrava jurisprudência. O acesso a ela era por livros, edita<strong>dos</strong> muitos meses depois do<br />

julgado. E hoje? Você t<strong>em</strong> no seu <strong>em</strong>ail, de graça, as notícias do que está sendo<br />

julgado hoje, no STF!<br />

É o mundo da informação, então, s<strong>em</strong> ela, você não chega muito longe na sua<br />

caminhada.<br />

Portanto, a experiência desse meu primeiro concurso <strong>em</strong> nada se aplica aos meus<br />

concursos posteriores, salvo o fato de saber que sim, é possível, e ser aprovado só<br />

depende da gente, e não do sobrenome ou se algum <strong>dos</strong> seus pais t<strong>em</strong> um cargo<br />

influente. Só depende do candidato. Estudando, a aprovação chega.<br />

Vicente Paulo: Como Técnico Judiciário, você certamente via ali, no ambiente<br />

de trabalho, o dia a dia de um Juiz. Você l<strong>em</strong>bra quando decidiu,<br />

verdadeiramente, que queria ser um magistrado?<br />

<strong>Leandro</strong> <strong>Cadenas</strong>: Eu gostava do que eu fazia, me sentia útil atendendo ao público,<br />

ajudando, ainda que de forma simples, as pessoas que precisavam do Judiciário.<br />

Mas eu era estudante de Engenharia, e gostava disso também.<br />

www.ponto<strong>dos</strong>concursos.com.br

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