Revista Santa Cruz Ano 76 - 2012 - janeiro/março - Franciscanos ...
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Tínhamos a oração à meia-noite<br />
e fui convidado para acordar o<br />
pessoal na hora certa. Não tinha<br />
contato com as pessoas de fora.<br />
No dia de domingo, vinha gente da<br />
região participar da Missa solene<br />
em que cantávamos em latim.<br />
Poucas vezes a gente saía para<br />
caminhar e conhecer o ambiente<br />
de Limbúrgia. Era mais uma vida<br />
voltada para dentro.<br />
Na época dos estudos de Filosofi<br />
a e Teologia - nos outros<br />
conventos de Wychen, Alverna<br />
e Wert - tínhamos um pouco<br />
mais de liberdade. No período<br />
pós-guerra, fomos convidados<br />
a trabalhar na reconstrução da<br />
Europa. Era um trabalho iniciado<br />
por frei Werenfried Verstraten.<br />
Trabalhamos no período das férias<br />
em vários países como França,<br />
Áustria e Holanda. Foram três anos<br />
seguidos. Uma experiência que<br />
ajudou a abrir um pouco mais a<br />
nossa mente.<br />
O centro de tudo era a formação<br />
religiosa e intelectual. A gente<br />
não saía para outras coisas, foi<br />
muito mais na teoria sem entrar<br />
na prática. Criou-se a impressão<br />
de que tudo aquilo bastasse<br />
para o futuro. Fomos, em certo<br />
sentido, preparados para entrar em<br />
qualquer parte do mundo. Entre<br />
nós havia a separação dos irmãos<br />
leigos dos outros freis. Eles fi cavam<br />
em Weert, um grupo pequeno,<br />
reduzido. A formação deles era<br />
outra.<br />
RSC: Como foi sua nomeação para o<br />
Brasil?<br />
Frei Cornélio: No ano de 1959,<br />
terminamos os estudos e fomos<br />
ordenados em Weert. O número de<br />
sacerdotes era tão grande que uma<br />
parte era destinada para trabalhar<br />
na terra das missões. Senti-me mais<br />
atraído para as missões sem saber<br />
ao certo em qual país. No meu<br />
caso, tudo fi cou no ar. Havia três<br />
possibilidades: Brasil, Nova Guiné e<br />
Paquistão. Não sabia de nada sobre<br />
os três. Na última hora (um colega<br />
foi com atestado médico declarado<br />
apto para Nova Guiné), recebi a<br />
notícia de minha nomeação: Brasil...<br />
Tinha um conhecimento geral a<br />
respeito. A língua não sabia. O jeito<br />
era embarcar e entrar na jogada.<br />
Viajamos de navio e no fi m do<br />
mês de setembro, após umas duas<br />
semanas de viagem, avistamos o<br />
Rio de Janeiro. Durante a viagem,<br />
pude, aos poucos, me dar conta do<br />
que seria um missionário.<br />
RSC: E sua adaptação em nossas<br />
terras?<br />
Frei Cornélio: Lembro-me da chegada<br />
ao Rio. Quem estava lá era<br />
o nosso frei Antônio. Um homem<br />
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