Revista Santa Cruz Ano 76 - 2012 - janeiro/março - Franciscanos ...
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miteiros, em Belo Horizonte, se<br />
junta, em Betim, a frei Estanislau,<br />
nessa grande e ousada empreitada.<br />
Frei Estanislau partilha como foi a<br />
construção do primeiro galpão:<br />
“Me lembro que foram destruídas<br />
14 casas na Barragem do Lago das<br />
Flores... E nós ganhamos os tijolos,<br />
as telhas... Eles nos telefonavam e a<br />
gente ia lá buscar... Aí, começamos<br />
a construção, primeiramente para<br />
ser um restaurante das crianças<br />
da região... Depois veio a parte<br />
do artesanato simples, no início,<br />
apenas um tear”... Com o passar<br />
dos anos, o salão do encontro foi<br />
crescendo cada vez mais, passando<br />
do simples tear ao artesanato em<br />
couro, em cerâmica, em madeira e<br />
a carpintaria. Tornou-se um espaço<br />
de aprendizagem de um ofi cio até<br />
a assistência odontológica.<br />
Vendo a evolução que passara<br />
o salão, frei Estanislau, em uma<br />
entrevista, dizia: “Foi com muita<br />
luta, muita dificuldade, foi pedindo<br />
e suando muito que a<br />
gente conseguiu levar o salão<br />
pra frente” [...]. “Graças a Deus,<br />
apesar da grande luta, de muita<br />
oposição e objeção de muitos políticos<br />
que quiseram destruir o<br />
Salão do Encontro, a Noemi fi cou<br />
na direção e, com sua capacidade<br />
e sua criatividade, cultivou<br />
a semente que nós tínhamos<br />
plantado... O Salão é muito mais<br />
do que assistência social... É<br />
promoção humana [...]. Você pode<br />
ver as velhinhas enrolando linha,<br />
as crianças estudando, sendo<br />
alimentadas, os artesãos fazendo<br />
seus trabalhos maravilhosos [...]. O<br />
salão é um lugar onde as pessoas<br />
buscam e encontram crescimento<br />
[...]. Tira aquele povo da miséria, do<br />
submundo [...]. Ajuda as pessoas a<br />
conseguir andar com as próprias<br />
pernas”... Concluindo a entrevista,<br />
ele afi rmara: “Eu senti muito<br />
quando saí de lá [...]. Realmente,<br />
foi um tempo de muita graça,<br />
de muita alegria... Foi um tempo<br />
maravilhoso”.<br />
Durante a sua longa estadia no<br />
Convento <strong>Santa</strong> Maria dos Anjos<br />
(até 1977), ele exerceu diversas<br />
funções: vigário conventual,<br />
prefeito de formação, guardião,<br />
mestre e vice-mestre de noviços e<br />
coadjutor. Em uma carta de 1977,<br />
enviada ao ministro provincial, frei<br />
Estanislau deixa entender que a<br />
sua presença no Convento <strong>Santa</strong><br />
Maria dos Anjos já não era bemvinda;<br />
o argumento era que ele<br />
estava atrapalhando a formação<br />
e, por isso, a transferência. Ele argumenta<br />
a favor do serviço pastoral<br />
que estava prestando: “Mas<br />
me pergunto se a tentativa de<br />
realizar um trabalho que para mim<br />
como franciscano diz muito, não<br />
entra em jogo; a única alternativa<br />
é sair daqui? E só por esse motivo?<br />
Aqui está tudo por fazer? Poucas<br />
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