(Idéias julho/07) - Universidade Federal de Santa Catarina
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subúmidas e úmidas que ocorre quando a chuva <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> cair num dado período <strong>de</strong><br />
tempo”. Esta seca contingente constitui-se em sério risco para a agricultura e para o<br />
abastecimento <strong>de</strong> água, <strong>de</strong> forma geral, <strong>de</strong>vido a sua imprevisibilida<strong>de</strong>.<br />
Maack (2002, p. 184-199), por sua vez, chama a atenção para os coeficientes<br />
<strong>de</strong> variação pluviométrica (Coeficiente <strong>de</strong> variação pluviométrica Q = Precipitação<br />
máxima / Precipitação mínima), coeficientes os quais, para regiões <strong>de</strong> matas não<br />
<strong>de</strong>vastadas, com distribuição regular <strong>de</strong> chuvas em todos os meses, correspon<strong>de</strong>m<br />
a valores <strong>de</strong> 1,4 a 1,6. No caso <strong>de</strong> Marechal Cândido Rondon, agrupando-se os<br />
dados em décadas, observam-se coeficientes variados 20 . Os coeficientes <strong>de</strong><br />
variação pluviométrica muito discrepantes <strong>de</strong>notam chuvas concentradas em poucos<br />
dias ou em algumas horas, o que resulta em processos erosivos e <strong>de</strong> <strong>de</strong>smoro-<br />
namentos. A falta <strong>de</strong> chuva ou sua distribuição concentrada aliada à ausência <strong>de</strong><br />
cobertura vegetal, é potencialmente mais vulnerável a riscos ambientais.<br />
Na região e no município, as geadas são consi<strong>de</strong>radas um fenômeno <strong>de</strong><br />
baixa incidência, com até três registros anuais, e constituem-se em “azar climático”,<br />
principalmente para a agricultura, <strong>de</strong> acordo com Ayoa<strong>de</strong> (1998, p. 270-275 e 298).<br />
Este fenômeno, ocorrido, por exemplo, em 1955, em 1965 e em 1966, foi <strong>de</strong>cisivo na<br />
erradicação do cultivo do café no município, uma das pretensões econômicas dos<br />
empreen<strong>de</strong>dores da colonizadora Maripá, para Marechal Cândido Rondon.<br />
A cobertura vegetal original do Estado do Paraná era formada por matas<br />
tropicais e subtropicais. Na década <strong>de</strong> 1930, Reinhard Maack, autor da obra<br />
“Geografia Física do Estado do Paraná” (1968, 1ª ed.), incluiu a área do atual<br />
município <strong>de</strong> Marechal Cândido Rondon como zona <strong>de</strong> mata pluvial subtropical<br />
<strong>de</strong>vastada intermediada <strong>de</strong> terra cultivada, em seu Mapa Fitogeográfico. Já nesta<br />
época Maack previa que o Estado, em pouco tempo, esgotaria suas reservas úteis<br />
<strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira e nem mesmo o reflorestamento sistemático imediato evitaria a<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> importação (MAACK, 1968). Além da questão econômica, também a<br />
questão ambiental sofre os reflexos da falta da cobertura vegetal. Com a<br />
organização obragera na região até meados do século XX, foram extraídas das<br />
20 Os coeficientes <strong>de</strong> variação pluviométrica para a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Marechal Cândido Rondon são: 1,4<br />
para o período <strong>de</strong> 1968 a 1977; 2,4 para 1978 a 1987 (1978 e 1985, seca; 1983, muita chuva); 1,8<br />
para 1988 a 1997; 1,8 para 1998 a 20<strong>07</strong>; 2,6 para o período <strong>de</strong> 1965 a 20<strong>07</strong>; e, para o período <strong>de</strong><br />
1980 a 20<strong>07</strong>, o coeficiente foi <strong>de</strong> 2,1. Os dados anteriores a 1980 foram analisados na dissertação<br />
<strong>de</strong> Mestrado, <strong>de</strong>fendida em 1997.<br />
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