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Retrospectiva
Retrospectiva do agronegócio
Os resultados do agronegócio brasileiro em 2004 foram mais modestos
do que as expectativas
Soja
A safra de soja ficou abaixo da
estimativa, devido à seca que atingiu de forma
particularmente forte as lavouras do Rio Grande
do Sul no verão passado. Na Cotripal, a quebra
ficou em 48%.
Mesmo com a frustração física da safra,
nos meses de março a maio, os preços da soja
tiveram uma boa valorização. Tais preços criaram
um clima de entusiasmo entre os produtores, que
optaram por não vender todo o produto na época,
esperando que os preços subissem um pouco
mais até o final do ano. Apesar do mercado
indicar que os altíssimos preços em Chicago eram
uma exceção e que não poderia durar muito
tempo, muitos agricultores preferiram estocar a
safra.
Nos meses seguintes, com o anúncio de
uma supersafra nos EUA, os preços da soja
tiveram uma desvalorização. Somado a isso, no
início de maio a China começou a bloquear as
importações do Brasil, alegando a existência de
grãos tratados com fungicida.
Internamente, os preços do mercado
tiveram uma queda com base nos preços
praticados em Chicago. No segundo semestre, o
câmbio passou a indicar um real sobrevalorizado,
um dos mais altos valores do governo atual.
Todo este quadro afetou o mercado
brasileiro, mantendo em baixa os preços da soja.
Milho
A safra do milho também sofreu queda
na produção em 2004. Os preços foram
satisfatórios no início. Na expectativa de que o
valor da soja teria um reajuste, os produtores
venderam o milho e seguraram os estoques da
soja. Com o dinheiro, a maioria dos agricultores
preferiu quitar os débitos. Outro aspecto
relevante no cenário do milho foi que os estoques
da safra do Paraná e da região centro-oeste
estavam altos e o bom resultado da “safrinha”
Dezembro de 2004 Atualidades
elevou a oferta do produto. Com isso, as
indústrias de rações passaram a adquirir o milho
dessas regiões. A indústria gaúcha também
passou a comprar milho do Paraguai, que devido
a grande oferta, e com a influência da redução do
dólar, apresentou preços baixos para a
importação brasileira. O conjunto destes fatores
fez com que os preços praticados no Rio Grande
do Sul sofressem queda.
Trigo
A colheita do trigo também ficou abaixo
da estimativa. O trigo gaúcho apresentou boa
qualidade e o pico no preço ocorreu nos meses de
abril a maio, quando a maioria dos produtores
comercializou boa parte da produção.
A quebra do produto na área de ação da
Cooperativa foi de aproximadamente 30%. A
safra do cereal na Argentina também apresentou
grãos com qualidade muito satisfatória.
Com a permanência baixa do dólar, os
moinhos preferiram importar o trigo argentino,
deixando para comercializar o produto nacional
em janeiro e fevereiro de 2005. Por isso, os
preços internos sofreram queda e o mercado está
praticamente paralisado.
O quadro vivido pelo agronegócio em
2004 começa a afetar diversos setores da
economia brasileira. Estes resultados pouco
expressivos já se refletem na Cotripal, que não
atingiu as expectativas de negócios projetadas.
Sabemos, porém, que altos e baixos
sempre se revezaram na vida de quem lida com o
agronegócio. O importante é se manter firme e
prosseguir lutando, para reconquistar o espaço.
A própria história da Cotripal demonstra
essa verdade. Sempre batalhou para superar os
momentos difíceis e agora não será diferente. Em
2005, os esforços serão redobrados para
estimular o crescimento do agronegócio, visando
contribuir para o desenvolvimento sustentável de
seus associados.
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