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suspeita de que a doença esteja presente na cultura,<br />
recomenda-se ao produtor coletar várias folhas,<br />
colocar <strong>em</strong> um saco plástico, juntamente com uma<br />
porção de algodão umedecido <strong>em</strong> água, e levar até a<br />
cooperativa (a <strong>Cotripal</strong> está habilitada a fazer este<br />
serviço), universidades ou órgãos de pesquisa para<br />
uma correta identificação. A vistoria da lavoura deve<br />
ser feita, pelo menos, três vezes por s<strong>em</strong>ana. Se não<br />
Folha de soja com alta incidência de ferrug<strong>em</strong> asiática<br />
é possível olhar toda a área, recomenda-se<br />
concentrar as vistorias nas áreas de maior risco para<br />
a entrada da ferrug<strong>em</strong>: soja que está mais<br />
adiantada, áreas com maior acúmulo de orvalho<br />
(baixadas, proximidades de rios e matas) e áreas de<br />
solo mais fraco.<br />
Perspectivas para a safra 2004/05<br />
As projeções <strong>em</strong> relação ao clima para esta<br />
safra apontam para uma ocorrência de chuvas<br />
normal ou acima do normal. Segundo o INPE, para o<br />
Planalto Médio gaúcho, o número de dias com chuva<br />
deve variar de 11 a 15 por mês, com uma previsão de<br />
159 a 200 mm <strong>em</strong> janeiro e de 136 a 179 mm <strong>em</strong><br />
fevereiro. Tais condições favorec<strong>em</strong> a cultura da soja<br />
e também a ferrug<strong>em</strong>. Outro ponto importante é que<br />
houve, <strong>em</strong> geral, uma antecipação na época de<br />
s<strong>em</strong>eadura da soja. Esta antecipação, a perspectiva<br />
de condições climáticas favoráveis e a presença de<br />
muitas plantas de soja guaxas com ferrug<strong>em</strong> pod<strong>em</strong><br />
Ferrug<strong>em</strong> asiática da soja, observada na lupa de laboratório<br />
Dez<strong>em</strong>bro de 2004<br />
Atualidades<br />
levar a uma ocorrência mais precoce e intensa da<br />
ferrug<strong>em</strong> nesta safra. Um ex<strong>em</strong>plo disso foi a<br />
constatação de ferrug<strong>em</strong>, já no mês de nov<strong>em</strong>bro, <strong>em</strong><br />
lavoura de soja no Noroeste do estado.<br />
Controle da ferrug<strong>em</strong> asiática<br />
Embora a ferrug<strong>em</strong> asiática seja a doença mais<br />
importante da cultura da soja, ela não é a única a<br />
causar perdas. Por ex<strong>em</strong>plo, oídio e doenças de final de<br />
ciclo, moléstias que anualmente se faz<strong>em</strong> presentes na<br />
lavoura, causam uma perda média de 11 sacos por<br />
hectare <strong>em</strong> nossa região. A partir da floração, tais<br />
doenças reduz<strong>em</strong> o rendimento de um hectare de soja<br />
<strong>em</strong> pelo menos 6 a 12 kg por dia. Se a aplicação do<br />
fungicida for pensada apenas <strong>em</strong> relação à ferrug<strong>em</strong>,<br />
as outras doenças irão afetar o rendimento da cultura.<br />
Portanto, a aplicação a ser realizada deve considerar e<br />
ser eficaz para controle das três doenças: oídio,<br />
doenças de final de ciclo e ferrug<strong>em</strong>. Nas últimas três<br />
safras de soja, com base <strong>em</strong> pesquisas realizadas na<br />
Universidade de Passo Fundo, melhores resultados<br />
técnicos e econômicos no controle das doenças foram<br />
obtidos com a aplicação do fungicida na fase entre<br />
floração plena (estádio R2) e final de floração<br />
(R3), o que resultou <strong>em</strong> um diferencial de produção<br />
superior a 10 sacos por hectare.<br />
A partir da floração é maior a intensidade das<br />
doenças de final de ciclo (DFC) e maior risco de<br />
ocorrência da ferrug<strong>em</strong>. Isso ocorre pelo fechamento<br />
da cultura, mantendo mais orvalho sobre as folhas, e<br />
pelo enfraquecimento destas, que mandam seus<br />
nutrientes para formar as vagens e grãos. Portanto, a<br />
aplicação do fungicida na floração é importante<br />
para controlar as doenças que já estão presentes<br />
(oídio e DFC) e prevenir a ferrug<strong>em</strong>. Se esta não<br />
ocorrer, o controle das outras doenças já terá<br />
justificado e viabilizado economicamente o<br />
tratamento realizado. Uma segunda aplicação de<br />
fungicida se justifica nos casos de cultivares de ciclo<br />
longo, se, após três a quatro s<strong>em</strong>anas do primeiro<br />
tratamento, as condições de mostrar<strong>em</strong> muito<br />
favoráveis à ocorrência da ferrug<strong>em</strong>: chuvas<br />
freqüentes e presença de focos da doença na região.<br />
Particularmente, considero muito arriscado o<br />
controle curativo da ferrug<strong>em</strong>, aquele realizado<br />
somente após a constatação da doença na lavoura. As<br />
razões para este risco são as seguintes:<br />
1) é difícil de identificar a ferrug<strong>em</strong> na sua fase<br />
inicial;<br />
2) a doença desenvolve-se rapidamente;<br />
3) a perda diária no rendimento pode ser de até<br />
100 kg/ha;<br />
4) a eficácia dos fungicidas e a proteção que eles<br />
confer<strong>em</strong> à planta diminu<strong>em</strong> sensivelmente;<br />
5) a detecção da ferrug<strong>em</strong> pode coincidir com<br />
chuvas freqüentes, que dificultam a realização da<br />
aplicação. Portanto, prevenir ainda é melhor que<br />
r<strong>em</strong>ediar.<br />
* Engenheiro Agrônomo, Doutor<br />
Professor da Universidade de Passo Fundo<br />
(Forcelini@upf.br)<br />
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