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13º DOMINGO DO TEMPO COMUM<br />

I Semana do Saltério<br />

I Vésperas<br />

Cântico evangélico, ant.<br />

Ano A Quem não toma sua cruz e não me segue,<br />

não é digno de mim, diz o Senhor.<br />

Ano B Dizia a mulher para si:<br />

se eu tocar, nem que seja na orla<br />

de seu manto, eu hei de ser salva.<br />

Ano C As raposas possuem as tocas,<br />

e as aves do céu, os seus ninhos;<br />

mas o Filho do Homem não tem<br />

onde possa apoiar a cabeça.<br />

Oração<br />

Ó Deus, pela vossa graça, nos fizestes filhos da luz. Concedei que não sejamos<br />

envolvidos pelas trevas do erro, mas brilhe em nossas vidas a luz da vossa verdade. Por<br />

nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.<br />

Ofício das Leituras<br />

Primeira leitura<br />

Do Primeiro Livro de Samuel 28,3-25<br />

Saul consulta a necromante de Endor<br />

Naqueles dias: 3 Samuel tinha morrido e todo Israel o tinha pranteado. Enterraram-no em<br />

sua cidade natal, Ramá. Saul tinha eliminado do país os necromantes e os adivinhos.<br />

4 Então os filisteus se reuniram e avançaram, acampando em Sunam. Em vista disto Saul<br />

mobilizou todo Israel e pôs acampamento em Gelboé. 5 Mas quando Saul avistou o<br />

acampamento dos filisteus, foi tomado de medo e seu coração tremeu fortemente. 6 Saul<br />

consultou ao Senhor, mas ele não deu resposta nem por sonhos nem pela sorte e<br />

tampouco através dos profetas.<br />

7 Então Saul ordenou aos seus servos: “Procurai-me uma mulher entendida em evocar os<br />

mortos, pois quero ir a ela e consultá-la”. Os seus homens lhe responderam: “Olha, há<br />

uma mulher assim em Endor”. 8 Saul se disfarçou, vestindo outras roupas, e se pôs a<br />

caminho com dois homens. Chegaram à casa da mulher de noite. Então ele disse: “Por<br />

favor, adivinha para mim por meio da necromancia e evoca-me aquele que eu te disser!”<br />

9 A mulher lhe respondeu: “Olha, tu bem sabes o que fez Saul: ele exterminou do país os<br />

necromantes e adivinhos. Por que me armas um laço? Para me matar?” 10 Saul lhe jurou<br />

pelo Senhor nestes termos: “Pela vida do Senhor, não incorrerás em nenhuma culpa por<br />

causa disto”. 11 Então a mulher perguntou: “A quem devo evocar?” E ele respondeu:<br />

“Evoca-me Samuel”.


12 Mas quando a mulher avistou a Samuel, exclamou em voz alta e disse a Saul: “Por que<br />

me enganaste? Tu és Saul!” 13 O rei lhe replicou: “Não tenhas medo! Vamos, o que estás<br />

vendo?” A mulher respondeu a Saul: “Estou vendo um espírito subindo das profundezas<br />

da terra”. 14 Ele lhe disse: Qual é a sua aparência?” Ela respondeu: “É um homem velho<br />

que está subindo, envolto num manto”. Então Saul reconheceu que era realmente<br />

Samuel e caiu com o rosto por terra, prostrando-se para ele. 15 Samuel, porém, disse a<br />

Saul: “Por que perturbas o meu repouso, evocando-me?” Saul respondeu: “Vejo-me<br />

numa situação desesperada. É que os filisteus me fazem guerra e Deus se retirou de<br />

mim, não me tendo respondido nem por boca dos profetas nem por sonhos. Por isso te<br />

chamei, para me indicares o que devo fazer”. 16 Samuel replicou: “Por que ainda me<br />

consultas, quando o Senhor se retirou de ti, tornando-se teu adversário? 17 O Senhor<br />

cumpriu o que tinha falado por meu intermédio. O Senhor arrancou da tua mão a realeza<br />

e a deu ao teu companheiro Davi. 18 Já que não obedeceste ao Senhor e não levaste a<br />

cabo a sua cólera ardente contra Amalec, por isso o Senhor hoje te fez isto. 19 O Senhor<br />

entregará contigo também a Israel nas mãos dos filisteus, e amanhã tu e teus filhos<br />

estareis comigo. O Senhor entregará nas mãos dos filisteus também o exército de Israel.<br />

20 Ao ouvir isto, Saul caiu como fulminado, estatelando-se no chão. É que estava<br />

profundamente apavorado com as palavras de Samuel. Além disso estava sem forças,<br />

porque não tinha comido nada todo o dia e toda a noite. 21 Então a mulher se acercou de<br />

Saul e quando viu que ele estava completamente espantado, lhe disse: “Eis que tua<br />

criada prestou ouvidos à tua voz, mesmo com risco da própria vida, obedecendo às<br />

ordens que me deste. 22 Portanto presta também ouvidos à voz da tua criada: Vou<br />

apresentar-te um pedaço de pão para comeres, para que tenhas forças, quando retomares<br />

o teu caminho”. 23 Mas ele recusou, dizendo: “Não quero comer!” Quando, porém, os<br />

seus servos e também a mulher insistiram com ele, acedeu, levantando-se do chão e<br />

assentando-se no divã. 24 Ora, a mulher tinha em casa uma vitela gorda. Carneou-a<br />

depressa, tomou farinha e amassou, fazendo pães ázimos. 25 Em seguida apresentou a<br />

Saul e seus homens e eles comeram. Depois retomaram o caminho de volta ainda na<br />

mesma noite.<br />

Responsório 1Cr 10,13.14<br />

R. As infidelidades de Saul causaram sua morte,<br />

por não ter observado as ordens do Senhor.<br />

* O Senhor transferiu o seu reino a Davi.<br />

V. Por ter consultado a necromante adivinha<br />

e não ter confiado no Senhor, o seu Deus.<br />

* O Senhor.<br />

Segunda leitura<br />

Das Homilias de Paulo VI, papa<br />

(Hom. em Manila, pronunciada a 29 de novembro de 1970)<br />

(Séc. XX)<br />

Pregamos a Cristo até os confins da terra<br />

Ai de mim se não evangelizar! Por ele, pelo próprio Cristo, para tanto fui enviado. Eu<br />

sou apóstolo e também testemunha. Quanto mais distante o país, quanto mais difícil a


missão, com tanto mais veemência a caridade me aguilhoa. É meu dever pregar seu<br />

nome: Jesus é Cristo, o Filho do Deus vivo. É aquele que nos revelou o Deus invisível,<br />

ele, o primogênito de toda criatura, ele, em quem tudo existe. É o mestre redentor dos<br />

homens: por nós nasceu, morreu e ressuscitou.<br />

É ele o centro da história e do universo. Ele nos conhece e ama, o companheiro e o<br />

amigo em nossa vida, o homem das dores e da esperança. Ele é quem de novo virá, para<br />

ser o nosso juiz, mas também – como confiamos – a eterna plenitude da vida e nossa<br />

felicidade.<br />

Jamais cessarei de falar sobre ele. Ele é a luz, é a verdade, mais ainda, é o caminho, a<br />

verdade e a vida. É o pão e a fonte de água viva, saciando a nossa fome e a sede. É o<br />

pastor, o guia, o modelo, a nossa força, o nosso irmão. Assim como nós, mais até do que<br />

nós, ele foi pequenino, pobre, humilhado, trabalhador, oprimido, sofredor. Em nosso<br />

favor falou, fez milagres, fundou novo reino onde os pobres são felizes, onde a paz é a<br />

origem da vida em comum, onde são exaltados e consolados os de coração puro e os<br />

que choram, onde são saciados os que têm fome de justiça, onde podem os pecadores<br />

encontrar perdão e onde todos se reconhecem irmãos.<br />

Vede, este é o Cristo Jesus, de quem já ouvistes falar, em quem muitíssimos de vós já<br />

confiam, pois sois cristãos. A vós, portanto, ó cristãos, repito seu nome, a todos o<br />

anuncio: Cristo Jesus é o princípio e o fim, o alfa e o ômega, o rei do mundo novo, a<br />

misteriosa e suprema razão da história humana e de nosso destino. É ele o mediador e<br />

como que a ponte entre a terra e o céu. É ele, o Filho do homem, maior e mais perfeito<br />

do que todos por ser o eterno, o infinito, Filho de Deus e Filho de Maria, bendita entre<br />

as mulheres, sua mãe segundo a carne, nossa mãe pela comunhão com o Espírito do<br />

Corpo místico.<br />

Jesus Cristo, não vos esqueçais, é a nossa inalterável pregação. Queremos ouvir seu<br />

nome até os confins da terra e por todos os séculos dos séculos!<br />

Responsório 2Tm 1,10b; Jo 1,16; Cl 1,16b.17<br />

R. Jesus Cristo Salvador destruiu o mal e a morte;<br />

fez brilhar pelo Evangelho<br />

a luz e a vida imperecíveis.<br />

* Todos nós recebemos de sua plenitude<br />

graça após graça.<br />

V. Porque nele é que tudo foi criado;<br />

antes de toda criatura ele existe<br />

e é por ele que subsiste o universo. * Todos nós.<br />

HINO Te Deum, p. 589.<br />

Laudes<br />

Cântico evangélico


Ano A Quem vos recebe, a mim recebe;<br />

quem me recebe, diz Jesus,<br />

recebe o Pai que me enviou.<br />

Ano B Jesus disse, então, à mulher:<br />

Vai em paz, tua fé te salvou!<br />

Ano C Deixa que os mortos enterrem os mortos!<br />

Tu, porém, vai e prega o Reino de Deus.<br />

Oração<br />

Ó Deus, pela vossa graça, nos fizestes filhos da luz. Concedei que não sejamos<br />

envolvidos pelas trevas do erro, mas brilhe em nossas vidas a luz da vossa verdade. Por<br />

nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.<br />

II Vésperas<br />

Cântico evangélico, ant.<br />

Ano A Em verdade eu vos digo:<br />

Quem der, em meu nome,<br />

a um destes pequeninos<br />

nem que seja um copo d’água,<br />

por ser ele meu discípulo,<br />

há de ter sua recompensa.<br />

Ano B A criança não morreu, está dormindo.<br />

Tomou-a pela mão e exclamou:<br />

Levanta-te, menina, eu te ordeno!<br />

Ano C Quem põe a mão no arado e olha para trás,<br />

não serve para o Reino de Deus, diz o Senhor.<br />

SEGUNDA-FEIRA<br />

Ofício das Leituras<br />

Primeira leitura<br />

Dos Livros de Samuel 1Sm 31,1-4; 2Sm 1,1-16<br />

A morte de Saul<br />

Naqueles dias: 31,1 Os filisteus estavam em guerra com Israel. Os israelitas fugiram<br />

diante dos filisteus e, feridos de morte, caíram na montanha de Gelboé. 2 Os filisteus<br />

perseguiram de perto a Saul e seus filhos, massacrando Jônatas, Abinadab e Melquisua,<br />

filhos de Saul.<br />

3 Então se travou uma peleja encarniçada em torno de Saul, e os flecheiros o atingiram<br />

com as flechas. Ferido mortalmente pelos flecheiros, 4 ordenou Saul ao escudeiro:<br />

“Desembainha a espada e traspassa-me com ela! Não venham esses incircuncisos e me<br />

traspassem, abusando de mim!” Mas o escudeiro não quis saber, porque tinha muito<br />

receio. Então Saul tomou a espada e se precipitou sobre ela.


1 Depois da morte de Saul, Davi regressou da derrota que infligiu aos amalecitas, e<br />

esteve dois dias em Siceleg. 2 No terceiro dia, apareceu um homem, que vinha do<br />

acampamento de Saul, com as vestes rasgadas e a cabeça coberta de pó. Ao chegar perto<br />

de Davi, prostrou-se por terra e fez-lhe uma profunda reverência. 3 Davi perguntou-lhe:<br />

“Donde vens?” Ele respondeu: “Salvei-me do acampamento de Israel”. 4 “Que<br />

aconteceu?”, perguntou-lhe Davi. “Conta-me tudo!” Ele respondeu: “As tropas fugiram<br />

da batalha, e muitos do povo caíram mortos. Até Saul e o seu filho Jônatas pereceram!”<br />

5 Davi disse ao jovem mensageiro: “Como sabes que Saul e seu filho Jônatas<br />

morreram?” 6 E o jovem mensageiro respondeu: “Estava por acaso, no monte Gelboé,<br />

quando encontrei Saul apoiado na sua lança, enquanto os carros e os cavaleiros se<br />

aproximavam dele. 7 Olhando para trás, ele me viu, chamou-me e eu lhe disse: “Aqui<br />

estou”. 8 “Quem és tu?” perguntou-me ele. E eu respondi: “Sou um amalecita”. 9 E ele<br />

continuou: “Aproxima-te e mata-me, porque já estou em agonia e ainda me encontro<br />

cheio de vida”. 10 Então aproximei-me dele e acabei de matá-lo, pois via que não poderia<br />

sobreviver depois da derrota. Tomei o diadema que ele tinha na cabeça e o bracelete do<br />

seu braço e trouxe-os para ti, meu senhor: aqui estão”.<br />

11 Então Davi tomou suas próprias vestes e rasgou-as, e todos os que estavam com ele<br />

fizeram o mesmo. 12 Lamentaram-se, choraram e jejuaram até à tarde, por Saul e por seu<br />

filho Jônatas, e por causa do povo do Senhor e da casa de Israel, porque haviam<br />

tombado pela espada.<br />

13 Davi disse ao jovem mensageiro: “Donde és tu?” Ele respondeu: “Sou filho de um<br />

estrangeiro, de um amalecita”. 14 Davi disse-lhe: “Como não temeste estender a mão<br />

para matar o ungido do Senhor?” 15 E, chamando um dos seus homens, Davi ordenoulhe:<br />

“Aproxima-te e mata-o!” Este assim o fez. 16 Davi disse, então: “Que teu sangue<br />

recaia sobre a tua cabeça! A tua própria boca deu testemunho contra ti, quando disseste:<br />

Matei o ungido do Senhor”.<br />

Responsório 2Sm 1,21.19<br />

R. Ó montes de Gelboé, sobre vós nunca mais desçam<br />

nem o orvalho, nem a chuva.<br />

* Aí tombaram na batalha os heróis de Israel.<br />

V. Que o Senhor visite os montes, que estão ao derredor,<br />

mas passando, deixe atrás esses montes de Gelboé.<br />

* Aí tombaram.<br />

Segunda leitura<br />

Dos Sermões de Santo Agostinho, bispo<br />

(Serm. 47,1.2.3.6, De ovibus: CCL 41,572-573.575-576)<br />

(Séc. V)<br />

É ele o Senhor, nosso Deus;<br />

nós, povo de suas pastagens<br />

As palavras que cantamos contêm nossa declaração: somos ovelhas de Deus, porque ele<br />

é o Senhor nosso Deus, que nos fez. Ele é o nosso Deus, nós somos o povo de suas<br />

pastagens e as ovelhas de suas mãos. Não foram os pastores que fizeram suas ovelhas,


não foram eles que criaram os animais que levam a pastar. Mas o Senhor, nosso Deus,<br />

por ser Deus e criador, foi ele mesmo que fez para si as ovelhas que possui e que<br />

apascenta. Não foi um a criar aquelas que ele apascenta, nem outro a apascentar as que<br />

criou!<br />

Declaramos, pois, neste cântico, que somos as suas ovelhas, o povo de suas pastagens,<br />

as ovelhas de suas mãos. Ouçamos agora o que nos diz, a nós, a suas ovelhas. Primeiro,<br />

ele falava aos pastores; agora, porém, fala às ovelhas. Postos entre os pastores, nós<br />

ouvíamos as suas palavras com tremor, e vós, com segurança. Que acontece nestas<br />

palavras de hoje? Será que por alternância, nós com segurança, vós, com tremor?<br />

Absolutamente não. Primeiro porque, se somos pastores, o pastor ouve com tremor não<br />

apenas o que é dito aos pastores, mas também o que se diz às ovelhas. Se ouve tranqüilo<br />

o que se diz às ovelhas, pouco se importa com elas. Em seguida, e já o dissemos à vossa<br />

caridade, há duas coisas a considerar em nós: uma, que somos cristãos; outra que somos<br />

prelados. Por sermos prelados, somos contados entre os pastores, se formos bons. Por<br />

sermos cristãos, convosco também somos ovelhas. Portanto, quer fale o Senhor aos<br />

pastores, quer fale às ovelhas, temos de ouvir tudo com tremor, sem que diminua a<br />

solicitude de nosso coração.<br />

Ouçamos então, irmãos, a razão pela qual o Senhor castiga as ovelhas más e o que<br />

promete às suas. E vós, assim diz, sois minhas ovelhas. Antes do mais, que felicidade<br />

ser do rebanho de Deus, tão grande que se alguém nela pensar, irmãos, até mesmo nas<br />

lágrimas e nas tribulações de agora, lhe vem imensa alegria. De quem foi dito: Que<br />

apascentas Israel, é aquele mesmo de quem se diz: Não cochilará nem há de dormir<br />

quem guarda Israel. Por conseguinte, ele vigia sobre nós acordados, vigia sobre nós<br />

adormecidos. Se, pois, o rebanho de um homem se sente seguro pelo pastor homem, que<br />

segurança não deve ser a nossa por ser Deus mesmo que nos apascenta, e não apenas<br />

porque nos alimenta, mas também porque nos fez?<br />

Vós, ovelhas minhas, assim diz o Senhor Deus: eis que distingo entre ovelha e ovelha,<br />

entre bodes e cabritos. Que fazem aqui no rebanho de Deus os cabritos? Nas mesmas<br />

pastagens, nas mesmas fontes e, no entanto, cabritos destinados à esquerda se misturam<br />

aos da direita. São tolerados antes de ser separados. Provam a paciência das ovelhas à<br />

semelhança da paciência de Deus. Ele fará, sim, a separação, uns à esquerda, outros à<br />

direita.<br />

Responsório Jo 10,27-28; Ez 34,15<br />

R. Conheço as minhas ovelhas<br />

e elas me ouvem, me seguem;<br />

dou a elas a vida eterna.<br />

* E jamais deixarei que pereçam.<br />

E ninguém vai roubá-las de mim.<br />

V. Eu mesmo irei apascentar minhas ovelhas<br />

e as farei repousar. * E jamais.<br />

Oração


Ó Deus, pela vossa graça, nos fizestes filhos da luz. Concedei que não sejamos<br />

envolvidos pelas trevas do erro, mas brilhe em nossas vidas a luz da vossa verdade. Por<br />

nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.<br />

TERÇA-FEIRA<br />

Ofício das Leituras<br />

Primeira leitura<br />

Do Segundo Livro de Samuel 2,1-11; 3,1-5<br />

Davi é ungido rei de Judá, em Hebron<br />

Naqueles dias: 2,1 Davi consultou o Senhor, dizendo: “Devo subir a alguma das cidades<br />

de Judá?” O Senhor respondeu: “Sobe”. Davi perguntou: “Para onde irei?” E a resposta<br />

foi: “Para Hebron”. 2 Davi pôs-se a caminho de Hebron com suas duas mulheres,<br />

Aquinoan de Jezrael e Abigail, viúva de Nabal do Carmelo. 3 Davi levou também os<br />

homens que estavam com ele, cada um com sua família, e fixaram-se nas povoações de<br />

Hebron. 4 Vieram os homens de Judá e ali ungiram Davi como rei de Judá.<br />

Davi soube, então, que os homens de Jabes de Galaad haviam sepultado Saul. 5 Mandoulhes<br />

mensageiros, dizendo: “Sede benditos pelo Senhor, porque praticastes este ato de<br />

piedade para com o vosso soberano Saul, dando-lhe sepultura! 6 Que o Senhor, por sua<br />

vez, se mostre bom e fiel para convosco. Eu também vos beneficiarei por esta ação que<br />

fizestes. 7 Tende coragem e sede homens valorosos, porque, ainda que tenha morrido<br />

Saul, vosso senhor, a casa de Judá me ungiu como seu rei”.<br />

8 Ora, Abner, filho de Ner, chefe do exército de Saul, tomou Isbaal, filho de Saul, e<br />

levou-o a Maanaim. 9 Lá o constituiu rei de Galaad, de Aser, de Jezrael, de Efraim e<br />

Benjamim, e de todo o Israel. 10 Isbaal, filho de Saul, tinha quarenta anos quando se<br />

tornou rei de Israel, e reinou durante dois anos. Só a casa de Judá seguia Davi. 11 Sete<br />

anos e seis meses reinou Davi sobre a casa de Judá em Hebron.<br />

3,1 Houve então uma guerra prolongada entre a casa de Saul e a casa de Davi. Mas à<br />

medida que o poder de Davi se fortificava, o de Saul enfraquecia cada vez mais.<br />

2 Davi teve vários filhos em Hebron: o primogênito foi Amnon, nascido de Aquinoam de<br />

Jezrael; 3 o segundo foi Queleab, nascido de Abigail, viúva de Nabal do Carmelo; o<br />

terceiro foi Absalão, filho de Maaca, filha de Tolmai, rei de Gesur; 4 o quarto foi<br />

Adonias, filho de Hagit; o quinto Safatias, nascido de Abital, 5 e o sexto Jetraam,<br />

nascido de Egla, esposa de Davi. Foram estes os filhos que nasceram a Davi em Hebron.<br />

Responsório Gn 49,10.8ac<br />

R. Nunca há de se afastar o cetro de Judá,<br />

nem o bastão dentre seus pés.<br />

* Até que venha o Prometido, o Esperado das nações.<br />

V. Ó Judá, os teus irmãos te louvarão,<br />

inclinar-se-ão a ti os filhos de teu pai.<br />

* Até que venha.<br />

Segunda leitura<br />

Dos Sermões de Santo Agostinho, bispo


(Serm. 47,12-14, De ovibus: CCL 41,582-584)<br />

(Séc. V)<br />

Se quisesse agradar aos homens,<br />

não seria servo de Cristo<br />

É esta a nossa glória: o testemunho de nossa consciência. Há homens de juízo<br />

temerário, detratores, maldizentes, murmuradores, suspeitosos do que não vêem,<br />

procurando acusar o que nem mesmo suspeitam. Contra gente assim, o que nos resta a<br />

não ser o testemunho de nossa consciência? Mas, irmãos, também em relação àqueles a<br />

quem queremos agradar, não procuramos nossa glória nem a devemos buscar, mas a<br />

salvação deles, de modo que não se extraviem aqueles que nos seguem, se andarmos<br />

bem. Sejam nossos imitadores, se o formos de Cristo. Se não formos imitadores de<br />

Cristo, que eles o sejam! Pois o Senhor apascenta o seu rebanho e junto com todos os<br />

bons pastores, ele é o único, porque todos estão nele.<br />

Por isso, não temos em vista nosso proveito quando buscamos agradar aos homens, mas<br />

queremos alegrar-nos com eles, alegrarmo-nos por sentirem prazer com o bem, para<br />

vantagem deles, não para nossa honra. Claramente se percebe contra quem disse o<br />

Apóstolo: Se quisesse agradar aos homens, não seria servo de Cristo. Também se<br />

percebe a favor de quem ele disse: Agradai a todos em tudo, assim como também eu<br />

lhes agrado em tudo. Ambas as coisas puras, ambas sem perturbação. Quanto a ti, come<br />

e bebe tranqüilamente; mas não pises os pastos, nem turves as águas.<br />

Na verdade, também ouviste nosso Senhor Jesus Cristo, o Mestre dos apóstolos:<br />

Brilhem vossas obras diante dos homens, para que vejam o bem que fazeis e<br />

glorifiquem vosso Pai que está nos céus. Ele vos fez assim: Nós, gente de suas<br />

pastagens e ovelhas de suas mãos. Louvor a ele que te fez bom, se és bom, e não a ti<br />

que, por ti mesmo só poderias ser mau. Por que queres torcer a verdade, de modo que<br />

quando fazes algum bem, queres ser elogiado e, quando fazes o mal, queres que o<br />

Senhor seja criticado? De fato, aquele que disse: Brilhem vossas obras diante dos<br />

homens, é o mesmo que, na mesma exortação, declarou: Não façais vossa justiça diante<br />

dos homens. Como no Apóstolo, também no Evangelho estes ditos te parecem<br />

contraditórios. Se, porém, não turvares a água de teu coração, aí encontrarás o acordo<br />

das Escrituras e terás paz também com elas.<br />

Esforcemo-nos, pois, irmãos, não apenas para sermos bons, mas ainda para<br />

convivermos bem com os homens. Não procuremos apenas ter uma boa consciência,<br />

mas, na medida em que permitirem nossas limitações, vigilantes sobre a fragilidade<br />

humana, empenhemo-nos em nada fazer que levante dúvidas para o irmão mais fraco.<br />

Não aconteça que, comendo ervas boas e bebendo águas límpidas espezinhemos as<br />

pastagens de Deus e as ovelhas fracas comam a erva pisada e bebam a água turva.<br />

Responsório Fl 2,3-4; 1Ts 5,14b.15b<br />

R. Completai minha alegria, tendo os mesmos sentimentos<br />

e o mesmo amor fraterno, com toda a humildade,<br />

considerando os demais superiores a vós mesmos.<br />

* Tenha em vista cada um, não seus próprios interesses,


sim, porém, o bem dos outros.<br />

V. Amparai os que são fracos, sede com todos pacientes.<br />

Buscai constantemente o bem dos outros e de todos.<br />

* Tenha em vista.<br />

Oração<br />

Ó Deus, pela vossa graça, nos fizestes filhos da luz. Concedei que não sejamos<br />

envolvidos pelas trevas do erro, mas brilhe em nossas vidas a luz da vossa verdade. Por<br />

nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.<br />

QUARTA-FEIRA<br />

Ofício das Leituras<br />

Primeira leitura<br />

Do Segundo Livro de Samuel 4,2–5,7<br />

Davi reina sobre Israel. Conquista de Jerusalém<br />

Naqueles dias: 2 Isbaal tinha ao seu serviço dois chefes de guerrilha: um chamava-se<br />

Baana e o outro Recab, filhos de Remon, de Berot, da tribo de Benjamin. Berot<br />

pertencia também a Benjamin, 3 embora seus habitantes se tivessem refugiado em<br />

Getaim e residido ali como forasteiros até hoje.<br />

4 Jônatas, filho de Saul, tinha um filho aleijado dos dois pés. Ele tinha cinco anos quando<br />

chegou de Jezrael a notícia da morte de Saul e de Jônatas. Sua ama fugiu com ele, mas<br />

na precipitação da fuga o menino caiu e ficou manco. O seu nome era Meribaal.<br />

5 Os filhos de Remon de Berot, Recab e Baana, puseram-se a caminho e chegaram à casa<br />

de Isbaal na hora mais quente do dia, quando ele estava dormindo a sesta; 6 e a porteira<br />

da casa adormecera limpando o trigo. Então Recab e seu irmão Baana entraram no<br />

interior da casa e o feriram na virilha e fugiram. 7 Tendo penetrado na casa, onde Isbaal<br />

repousava no seu leito, feriram-no de morte e cortaram-lhe a cabeça. Tomaram-na<br />

consigo e andaram toda a noite pelo caminho da Arabá.<br />

8 E levaram a cabeça de Isbaal a Davi, em Hebron, dizendo-lhe: “Aqui tens a cabeça de<br />

Isbaal, filho de Saul, teu inimigo, que te queria matar. O Senhor vingou hoje o rei, meu<br />

senhor, de Saul e de sua descendência”. 9 Mas Davi respondeu a Recab e a seu irmão<br />

Baana, filhos de Remon, de Berot: “Pela vida do Senhor que me livrou de toda a<br />

angústia! 10 Ao homem que me veio anunciar a morte de Saul, pensando dar-me uma boa<br />

notícia, eu o prendi e o matei em Siceleg, e dei-lhe assim a recompensa por sua boanova.<br />

11 Quanto mais agora, que homens malvados mataram um homem inocente dentro<br />

de sua casa, no seu leito, não vingarei eu o seu sangue derramado pelas vossas mãos e<br />

não vos exterminarei da terra?” 12 Em seguida, Davi deu ordens aos seus homens, e eles<br />

os mataram. E, cortando-lhes as mãos e os pés, penduraram-nos perto da piscina de<br />

Hebron. Quanto à cabeça de Isbaal, sepultaram-na no túmulo de Abner, em Hebron.<br />

5,1 Todas as tribos de Israel vieram encontrar-se com Davi em Hebron e disseram-lhe:<br />

“Aqui estamos. Somos teus ossos e tua carne. 2 Tempo atrás, quando Saul era nosso rei,<br />

eras tu que dirigias os negócios de Israel. E o Senhor te disse: Tu apascentarás o meu<br />

povo Israel e serás o seu chefe”. 3 Vieram, pois, todos os anciãos de Israel até ao rei em


Hebron. O rei Davi fez com eles uma aliança em Hebron, na presença do Senhor, e eles<br />

o ungiram rei de Israel. 4 Davi tinha trinta anos quando começou a reinar, e reinou<br />

quarenta anos: 5 sete anos e seis meses sobre Judá, em Hebron, e trinta e três anos em<br />

Jerusalém, sobre todo o Israel e Judá.<br />

6 Davi marchou então com seus homens para Jerusalém, contra os jebuseus que<br />

habitavam aquela terra. Estes disseram a Davi: “Não entrarás aqui, pois serás repelido<br />

por cegos e coxos”. Com isso queriam dizer que Davi não conseguiria entrar lá. 7 Davi,<br />

porém, tomou a fortaleza de Sião, que é a cidade de Davi.<br />

Responsório Sl 2,2.6.1<br />

R. Por que os reis de toda a terra se reúnem<br />

e conspiram os governos todos juntos<br />

contra o Deus onipotente e o seu Ungido?<br />

* Fui eu mesmo que escolhi este meu Rei,<br />

e em Sião, meu monte santo, o consagrei.<br />

V. Por que os povos agitados se revoltam,<br />

por que tramam as nações projetos vãos?<br />

* Fui eu mesmo.<br />

Segunda leitura<br />

Do livro O Caminho da Perfeição, de Santa Teresa, virgem<br />

(Cap. 30,1-5: Oeuvres complètes. Desclée de Brouwer, Paris, 1964,467-468)<br />

(Séc. XVI)<br />

Venha a nós o vosso reino<br />

Quem haverá, por mais irrefletido que seja, que, desejando fazer um pedido a uma<br />

pessoa importante, não discuta consigo mesmo como lhe falará, de forma a lhe agradar e<br />

não o aborrecer? Pensará também no que lhe irá pedir e para que fim, sobretudo quando<br />

se trata de coisa tão importante, como a que nosso bom Jesus nos ensina a pedir. Na<br />

minha opinião, é isso o mais fundamental.<br />

Não poderíeis, Senhor meu, englobar tudo numa palavra e dizer: “Dai-nos, ó Pai, o que<br />

for conveniente e adequado?” Assim nada mais seria preciso dizer a quem tudo conhece<br />

com perfeição.<br />

Isto na verdade, ó eterna Sabedoria, seria suficiente entre vós e vosso Pai, e foi assim<br />

que orastes no Horto de Getsêmani. Vós lhe manifestastes vossa vontade e temor, mas<br />

vos conformastes totalmente à sua vontade. Quanto a nós, Senhor meu, sabeis não<br />

sermos tão conformados assim, como o fostes à vontade do Pai. Por esta razão, cumpre<br />

pedir coisa por coisa. Deste modo, refletiremos antes se nos convém o que pedimos. Em<br />

caso contrário, deixemos de pedi-lo. De fato, somos assim: se não nos for concedido o<br />

que pedimos, este nosso livre-arbítrio não aceitará o que o Senhor nos der. Porque,<br />

embora seja o melhor quanto o Senhor nos der, se não vemos logo o dinheiro na mão,<br />

nunca pensamos ser ricos.


Por isso Jesus nos ensina a dizer as palavras com que pedimos a vinda de seu reino:<br />

Santificado seja o vosso nome, venha a nós o vosso reino. Admirai, minhas filhas, a<br />

profunda sabedoria de nosso Mestre! Considero eu aqui – e para nós é bom entender – o<br />

que pedimos com este reino. A majestade de Deus via que não podíamos santificar ou<br />

glorificar como seria bom este santo nome do Pai eterno, de acordo com o pouquinho<br />

que podemos, a menos que sua Majestade não providenciasse, dando-nos aqui o seu<br />

reino. Por isso o bom Jesus pôs um pedido ao lado do outro. Para entendermos o que<br />

pedimos e quanto interessa pedirmos, importuna e ardentemente, e, além disso, fazer<br />

tudo que estiver a nosso alcance para satisfazer àquele que no-lo dará, quero expor-vos<br />

aqui o que sobre isso compreendo.<br />

O supremo bem que me parece existir no reino dos céus é que já não se dá valor às<br />

coisas da terra. Sendo assim, há um alegrar-se da alegria de todos, uma paz perpétua,<br />

uma satisfação imensa em si mesmos por ver que todos engrandecem ao Senhor e<br />

bendizem seu nome, sem ninguém mais o ofender com seus pecados. Todos o amam e<br />

em seu coração não anseiam nada mais do que amá-lo, nem podem deixar de amá-lo,<br />

porque o conhecem. É assim que o deveríamos amar também aqui, embora não o<br />

possamos com toda esta perfeição e em sua essência. Pelo menos, nós o amaríamos<br />

muito mais do que o amamos, se melhor o conhecêssemos.<br />

Responsório Cf. Mt 7,7-8<br />

R. Aquele que aos filhos dá o que é bom,<br />

nos incita a pedir e a procurar<br />

e a bater à sua porta sem cessar.<br />

* Quanto mais fielmente nós crermos,<br />

esperarmos com mais decisão<br />

e com ardor mais intenso quisermos,<br />

tanto mais nós seremos capazes<br />

de receber o que é bom do Senhor.<br />

V. Na questão referida se trata<br />

mais de gemidos do que de discursos,<br />

mais de lágrimas do que de palavras.<br />

* Quanto mais.<br />

Oração<br />

Ó Deus, pela vossa graça, nos fizestes filhos da luz. Concedei que não sejamos<br />

envolvidos pelas trevas do erro, mas brilhe em nossas vidas a luz da vossa verdade. Por<br />

nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.<br />

QUINTA-FEIRA<br />

Ofício das Leituras<br />

Primeira leitura<br />

Do Segundo Livro de Samuel 6,1-23


A arca é levada a Jerusalém<br />

Naqueles dias: 1 Davi reuniu de novo a elite de Israel, num total de trinta mil homens. 2 E<br />

puseram-se a caminho, ele e todo o povo que o acompanhava, rumo a Baala de Judá,<br />

para trazer de lá a arca de Deus, sobre a qual é invocado o nome do Senhor Todopoderoso,<br />

que está sentado sobre querubins. 3 Colocaram a arca de Deus num carro<br />

novo, tirando-a da casa de Abinadab, situada na colina. Oza e Aio, filhos de Abinadab,<br />

conduziam o carro novo. 4 Oza ia ao lado da arca de Deus e Aio ia adiante. 5 Davi e toda<br />

a casa de Israel dançavam diante do Senhor com todo o entusiasmo, cantando ao som de<br />

cítaras, harpas, pandeiros, sistros e címbalos.<br />

6 Mas, ao chegar à eira de Nacon, Oza estendeu a mão para a arca do Senhor e seguroua,<br />

porque os bois tinham escorregado e ela ia cair. 7 Então o Senhor inflamou-se de<br />

cólera contra Oza, e feriu-o por causa da sua temeridade, de modo que ele morreu ali<br />

mesmo, perto da arca de Deus. 8 Davi ficou triste pelo fato de o Senhor se ter lançado<br />

contra Oza; por isso aquele lugar recebeu o nome de “Investida de Oza”, nome que leva<br />

até hoje. 9 Naquele dia, Davi teve grande medo do Senhor, e disse: “Como entrará a arca<br />

do Senhor em minha casa?” 10 E não permitiu que a levassem para a sua casa na cidade<br />

de Davi; mas ordenou que a trasladassem para a casa de Obed-Edom, de Gat. 11 Ficou a<br />

arca do Senhor três meses na casa de Obed-Edom, de Gat, e o Senhor abençoou-o com<br />

toda a sua família.<br />

12 Informaram o rei Davi: “O Senhor abençoou a família de Obed-Edom e todos os seus<br />

bens por causa da arca de Deus”. Então Davi pôs-se a caminho e transportou<br />

festivamente a arca de Deus da casa de Obed-Edom para a cidade de Davi. 13 A cada seis<br />

passos que davam, os que transportavam a arca do Senhor sacrificavam um boi e um<br />

carneiro. 14 Davi, cingido apenas com um efod de linho, dançava com todas as suas<br />

forças diante do Senhor. 15 Davi e toda a casa de Israel conduziram a arca do Senhor,<br />

soltando gritos de júbilo e tocando trombetas. 16 Ora, quando a arca do Senhor entrou na<br />

cidade de Davi, Micol, filha de Saul, estava olhando pela janela. Vendo o rei Davi<br />

dançar e pular diante do Senhor, desprezou-o em seu coração.<br />

17 Introduziram a arca do Senhor e depuseram-na em seu lugar, no centro da tenda que<br />

Davi tinha armado para ela. Em seguida, ele ofereceu holocaustos e sacrifícios pacíficos<br />

na presença do Senhor. 18 Assim que terminou de oferecer os holocaustos e os sacrifícios<br />

pacíficos, Davi abençoou o povo em nome do Senhor Todo-poderoso. 19 E distribuiu a<br />

toda a multidão de Israel, a cada um dos homens e das mulheres, um pão de forno, um<br />

bolo de tâmaras e uma torta de uvas. Depois todo o povo foi para casa.<br />

20 Quando Davi voltou, para abençoar a família, Micol, filha de Saul, foi-lhe ao encontro<br />

e disse: “Que bela figura fez hoje o rei de Israel, desnudando-se aos olhares das servas<br />

dos seus servidores, como o faria um bobo qualquer!” 21 Mas Davi respondeu: “É diante<br />

do Senhor que eu danço! Bendito seja o Senhor, que me escolheu de preferência a teu<br />

pai e a toda a tua família, para me fazer o chefe do seu povo, de Israel. 22 Eu dançarei<br />

diante do Senhor e estou disposto a humilhar-me ainda mais, mesmo que pareça<br />

mesquinho aos meus olhos. Mas da parte das servas de que falas ganharei estima”. 23 E<br />

Micol, filha de Saul, não teve mais filhos até ao dia da sua morte.<br />

Responsório Sl 131(132),8.9; Sl 23(24),7.9<br />

R. Subi, Senhor, para o lugar de vosso pouso,


subi vós com vossa arca poderosa.<br />

* Que se vistam de alegria os vossos santos<br />

e os vossos sacerdotes de justiça.<br />

V. Ó portas, levantai vossos frontões!<br />

Elevai-vos bem mais alto, antigas portas,<br />

a fim de que o Rei da glória possa entrar.<br />

* Que se vistam.<br />

Segunda leitura<br />

Homilia aos neófitos sobre o Salmo 41, de São Jerônimo, presbítero<br />

(CCL 78,542-544)<br />

(Séc. V)<br />

Entrarei no lugar do admirável tabernáculo<br />

Como o cervo deseja as fontes das águas, assim minha alma te deseja, ó Deus. Como<br />

aqueles cervos desejam as fontes das águas, assim os nossos cervos que, afastando-se do<br />

Egito e do século, afogaram o faraó em suas águas e mataram todo o seu exército no<br />

batismo, depois da morte do diabo, desejam as fontes da Igreja, isto é, o Pai, o Filho e o<br />

Espírito Santo.<br />

Que o Pai seja dito fonte, encontramos em Jeremias: Afastaram-me a Mim, fonte de<br />

água viva, e cavaram para si cisternas rachadas que não podem reter as águas. Sobre o<br />

Filho, lemos em certo lugar: Abandonaram a fonte da sabedoria. E sobre o Espírito<br />

Santo: Quem beber da água que eu lhe der, dele brotará uma fonte de água que jorra<br />

para a vida eterna, que logo o Evangelista explica tratar-se do Espírito Santo nesta<br />

palavra do Salvador. Prova-se assim claramente que as três fontes da Igreja são o<br />

mistério da Trindade.<br />

A esta Trindade aspira o fiel, aspira o batizado que diz: Minha alma tem sede de Deus,<br />

fonte viva. Não quer ver a Deus apenas de leve, mas com todo o ardor, todo abrasado<br />

em sede. Com efeito, antes do Batismo, os futuros cristãos falavam entre si e diziam:<br />

Quando irei e me apresentarei diante da face de Deus? Agora obtiveram o que pediam:<br />

vieram e ficaram diante da face de Deus, apresentaram-se ante o altar, perante o<br />

mistério do Salvador.<br />

Admitidos no Corpo de Cristo e renascidos na fonte da vida, proclamam com confiança:<br />

Entrarei no lugar do admirável tabernáculo, até a casa de Deus. A casa de Deus é a<br />

Igreja, é ela o admirável tabernáculo, nele mora a voz da exultação e do louvor, o ruído<br />

dos convivas.<br />

Dizei, portanto, vós que agora, guiados por nós, vos revestistes de Cristo, fostes<br />

retirados pela palavra de Deus do mar deste mundo como um peixinho preso pelo anzol.<br />

Em nós, porém, a natureza se transformou, pois enquanto os peixes morrem, quando<br />

retirados das águas, a nós os apóstolos nos tiraram e pescaram do mar deste mundo para<br />

que de mortos passemos a vivos. Enquanto estávamos no século, com os olhos nas<br />

profundezas, nossa vida se passava no lodo. Depois de erguidos das ondas, começamos<br />

a ver o sol, começamos a olhar a verdadeira luz; e deslumbrados pela imensa alegria


dizemos a nossa alma: Espera em Deus porque o louvarei, a ele, salvação de minha<br />

face e meu Deus.<br />

Responsório Sl 26(27),4<br />

R. Ao Senhor eu peço apenas uma coisa<br />

e é só isso que eu desejo:<br />

* Habitar no santuário do Senhor,<br />

por toda a minha vida.<br />

V. Saborear a suavidade do Senhor<br />

e contemplá-lo no seu templo. * Habitar.<br />

Oração<br />

Ó Deus, pela vossa graça, nos fizestes filhos da luz. Concedei que não sejamos<br />

envolvidos pelas trevas do erro, mas brilhe em nossas vidas a luz da vossa verdade. Por<br />

nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.<br />

SEXTA-FEIRA<br />

Ofício das Leituras<br />

Primeira leitura<br />

Do Segundo Livro de Samuel 7,1-25<br />

Profecia messiânica de Natã<br />

Naqueles dias: 1 Tendo-se o rei Davi instalado já em sua casa e tendo-lhe o Senhor dado<br />

a paz, livrando-o de todos os seus inimigos, 2 ele disse ao profeta Natã: “Vê: eu resido<br />

num palácio de cedro, e a arca de Deus está alojada numa tenda!” 3 Natã respondeu ao<br />

rei: “Vai e faze tudo o que diz o teu coração, pois o Senhor está contigo”.<br />

4 Mas, naquela mesma noite, a palavra do Senhor foi dirigida a Natã nestes termos: 5 “Vai<br />

dizer ao meu servo Davi: ‘Assim fala o Senhor: Porventura és tu que me construirás<br />

uma casa para eu habitar? 6 Pois eu nunca morei numa casa, desde que tirei do Egito os<br />

filhos de Israel, até ao dia de hoje, mas tenho vagueado em tendas e abrigos. 7 Por todos<br />

os lugares onde andei com os filhos de Israel, disse, porventura, a algum dos chefes de<br />

Israel, que encarreguei de apascentar o meu povo: Por que não me edificastes uma casa<br />

de cedro?’ 8 Dirás pois, agora, ao meu servo Davi: Assim fala o Senhor Todo-poderoso:<br />

Fui eu que te tirei do pastoreio, do meio das ovelhas, para que fosses o chefe do meu<br />

povo, Israel. 9 Estive contigo em toda parte por onde andaste, e exterminei diante de ti<br />

todos os teus inimigos, fazendo o teu nome tão célebre como o dos homens mais<br />

famosos da terra. 10 Vou preparar um lugar para o meu povo, Israel: eu o implantarei, de<br />

modo que possa morar lá sem jamais ser inquietado. Os homens violentos não tornarão<br />

a oprimi-lo como outrora, 11 no tempo em que eu estabelecia juízes sobre o meu povo,<br />

Israel. Concedo-te uma vida tranqüila, livrando-te de todos os teus inimigos. E o Senhor<br />

te anuncia que te fará uma casa. 12 Quando chegar o fim dos teus dias e repousares com<br />

teus pais, então, suscitarei, depois de ti, um filho teu, e confirmarei a sua realeza. 13 Será<br />

ele que construirá uma casa para o meu nome, e eu firmarei para sempre o seu trono<br />

real. 14 Eu serei para ele um pai e ele será para mim um filho. Se ele proceder mal, eu o


castigarei com vara de homens e com golpes dos filhos dos homens. 15 Mas não retirarei<br />

dele a minha graça, como a retirei de Saul, a quem expulsei da minha presença. 16 Tua<br />

casa e teu reino serão estáveis para sempre diante de mim, e teu trono será firme para<br />

sempre”.<br />

17 Natã comunicou a Davi todas essas palavras e toda essa revelação.<br />

18 Então, o rei Davi foi assentar-se diante do Senhor, e disse: “Quem sou eu, Senhor<br />

Deus, e o que é a minha família, para que me tenhas conduzido até aqui? 19 Mas, como<br />

isto te parecia pouco, Senhor Deus, ainda fizeste promessas à casa do teu servo para um<br />

futuro distante. Porque esta é a lei do homem, Senhor Deus! 20 O que poderia Davi<br />

acrescentar, agora? Tu conheces o teu servo, Senhor Deus. 21 Conforme a tua palavra e<br />

segundo o teu coração fizeste todas essas grandes coisas, manifestando-as ao teu servo.<br />

22 Por isso és grande, Senhor Deus. Pois não há ninguém igual a ti, e não há outro Deus<br />

além de ti, segundo tudo o que ouvimos com nossos próprios ouvidos. 23 E que nação há<br />

na terra semelhante ao teu povo, Israel, a quem seu Deus veio resgatar para que se<br />

tornasse o seu povo, dando-lhe renome, operando em seu favor grandes e terríveis<br />

prodígios, e expulsando nações com seus deuses da presença do povo que libertaste do<br />

Egito? 24 Estabeleceste o teu povo, Israel, para que ele seja para sempre o teu povo; e tu,<br />

Senhor, te tornaste o seu Deus. 25 Agora, Senhor Deus, cumpre para sempre a promessa<br />

que fizeste ao teu servo e à sua casa, e faze como disseste!<br />

Responsório Lc 1,30-33; Sl 131(132),11<br />

R. O anjo Gabriel a Maria anunciou:<br />

Tu hás de conceber um Menino e dar à luz;<br />

O Senhor vai dar-lhe o trono,<br />

de seu pai o rei Davi;<br />

* Reinará eternamente sobre a casa de Jacó.<br />

V. O Senhor fez a Davi um juramento,<br />

uma promessa que jamais renegará.<br />

Um herdeiro que é fruto de teu ventre<br />

sobre o trono, em teu lugar, colocarei. * Reinará.<br />

Segunda leitura<br />

Do livro sobre a predestinação dos santos, de Santo Agostinho, bispo<br />

(Cap. 15,30-31: PL 44,981-983)<br />

(Séc. V)<br />

Jesus Cristo, da linhagem de Davi segundo a carne<br />

Esplêndida luz da predestinação e da graça é o próprio Salvador, o mediador entre Deus<br />

e os homens, o homem Cristo Jesus. Para que isto acontecesse, como o adquiriu a<br />

natureza humana que nele existe? Com que precedentes méritos de obras ou de fé?<br />

Respondam-me, por favor: aquele homem, para ser assumido na unidade de pessoa pelo<br />

Verbo coeterno com o Pai e ser o Filho unigênito de Deus, o que fez para merecê-lo?<br />

Qual o bem que precedeu? Que fez antes, que acreditou, que pediu, para chegar a esta


indizível excelência? Na verdade, não foi pela ação do Verbo, ao assumi-lo, que este<br />

mesmo homem, desde que começou a existir, começou a ser o Filho único de Deus?<br />

Manifeste-se assim a nós, em nossa Cabeça, a fonte de graça, donde ela se vai difundir<br />

por todos os membros segundo a medida de cada um.<br />

Com efeito, a graça pela qual, no início de sua fé, um homem se torna cristão, é a<br />

mesma pela qual esse homem, desde sua origem, foi feito Cristo. Assim pelo mesmo<br />

Espírito renasceu aquele cristão e nasceu este o Cristo. Pelo Espírito, faz-se em nós a<br />

remissão dos pecados, por esse mesmo Espírito que fez com que o Cristo não tivesse<br />

pecado algum. Deus teve a presciência de que faria tais coisas. Esta é, portanto, a<br />

predestinação dos santos, aquela que refulge ao máximo no Santo dos santos. Quem<br />

poderá negá-la se compreende com justeza as palavras da verdade? Pois foi-nos<br />

ensinado que o próprio Senhor da glória, enquanto homem feito Filho de Deus, foi<br />

predestinado.<br />

Jesus foi predestinado: ele, que haveria de ser filho de Davi segundo a carne, haveria de<br />

ser também, segundo a virtude, Filho de Deus segundo o Espírito de santidade, porque<br />

nasceu do Espírito Santo e da Virgem Maria. É esta a singular assunção do homem pelo<br />

Deus Verbo que se realizou de modo inefável, a fim de que o Filho de Deus e, ao<br />

mesmo tempo, filho do homem, a saber, filho do homem por causa da humanidade<br />

assumida e filho de Deus por causa daquele que assumia – fosse verdadeira e<br />

propriamente dito o Deus unigênito. Que não acontecesse termos de crer numa<br />

quaternidade e não na Trindade!<br />

A natureza humana foi predestinada a tão imensa, sublime e máxima elevação que não<br />

tem por onde mais se elevar, assim como a própria divindade não encontrou meios de se<br />

rebaixar mais por nós do que aceitando a natureza do homem, com a fraqueza da carne,<br />

até à morte da cruz. Assim como foi predestinado o Único para ser nossa Cabeça, assim<br />

também, embora muitos, nós somos predestinados para sermos seus membros. Calem-se<br />

aqui os méritos humanos, mortos por Adão, e reine aquela que reina, a graça de Deus<br />

por Jesus Cristo, nosso Senhor, único Filho de Deus, um só Senhor. Quem quer que<br />

encontre em nossa Cabeça méritos anteriores àquela singular geração, busque em nós,<br />

seus membros, os méritos precedentes à múltipla regeneração.<br />

Responsório Cf. Gl 4,4-5; Ef 2,4; Rm 8,3<br />

R. A plenitude dos tempos já chegou:<br />

Deus enviou o seu Filho à nossa terra,<br />

duma Virgem nascido sob a lei.<br />

* Para salvar os que estavam sob a lei.<br />

V. Pelo amor infinito com que Deus nos amou,<br />

enviou-nos seu Filho<br />

numa carne semelhante à carne do pecado.<br />

* Para salvar.<br />

Oração


Ó Deus, pela vossa graça, nos fizestes filhos da luz. Concedei que não sejamos<br />

envolvidos pelas trevas do erro, mas brilhe em nossas vidas a luz da vossa verdade. Por<br />

nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.<br />

SÁBADO<br />

Ofício das Leituras<br />

Primeira leitura<br />

Do Segundo Livro de Samuel 11,1-17.26-27<br />

O pecado de Davi<br />

1 No ano seguinte, na época em que os reis costumavam partir para a guerra, Davi<br />

enviou Joab com os seus oficiais e todo o Israel, e eles devastaram o país dos amonitas e<br />

sitiaram Rabá. Mas Davi ficou em Jerusalém.<br />

2 Ora, um dia, ao entardecer, levantando-se Davi de sua cama, pôs-se a passear pelo<br />

terraço de sua casa e avistou dali uma mulher que se banhava. Era uma mulher muito<br />

bonita. 3 Davi procurou saber quem era essa mulher e disseram-lhe que era Betsabéia,<br />

filha de Eliam, mulher do hitita Urias. 4 Então Davi enviou mensageiros para que a<br />

trouxessem. Ela veio e ele deitou-se com ela, quando ela acabava de se purificar de sua<br />

impureza menstrual. 5 Em seguida, Betsabéia voltou para casa. Como ela concebesse,<br />

mandou dizer a Davi: “Estou grávida”.<br />

6 Davi mandou esta ordem a Joab: “Manda-me Urias, o hitita”. E ele mandou Urias a<br />

Davi. 7 Quando Urias chegou, Davi pediu-lhe notícias de Joab, do exército e da guerra.<br />

8 E depois disse-lhe: “Desce à tua casa e lava os pés”. Urias saiu do palácio do rei e, em<br />

seguida, este enviou-lhe um presente real. 9 Mas Urias dormiu à porta do palácio com os<br />

outros servos do seu amo, e não foi para casa.<br />

10 E contaram a Davi, dizendo-lhe: “Urias não foi para sua casa”. Davi perguntou-lhe:<br />

“Não voltaste porventura de uma viagem? Por que não desceste à tua casa?” 11 Urias<br />

respondeu a Davi: “A arca, Israel e Judá habitam debaixo de tendas, e o meu senhor<br />

Joab e os servos do meu senhor dormem sobre a terra dura, e eu deveria ir para minha<br />

casa, comer e beber e dormir com minha mulher? Pela tua vida e pela saúde da tua<br />

alma, não farei tal coisa!” 12 Davi disse então a Urias: “Fica aqui ainda hoje, e amanhã te<br />

mandarei de volta”. E Urias ficou em Jerusalém naquele dia e no dia seguinte. 13 Davi<br />

convidou-o para comer e beber à sua mesa e o embriagou. Mas, ao entardecer, ele<br />

retirou-se e foi-se deitar no seu leito, em companhia dos servos do seu senhor, e não<br />

desceu para a sua casa.<br />

14 Na manhã seguinte, Davi escreveu uma carta a Joab e mandou-a pelas mãos de Urias.<br />

15 Dizia nela: “Colocai Urias na frente, onde o combate for mais violento, e abandonai-o<br />

para que seja ferido e morra”. 16 Joab, que sitiava a cidade, colocou Urias no lugar onde<br />

ele sabia estarem os guerreiros mais valentes. 17 Os que defendiam a cidade saíram para<br />

atacar Joab, e morreram alguns do exército, da guarda de Davi. E morreu também Urias,<br />

o hitita.<br />

26 Ao saber da morte de seu marido, a mulher de Urias o chorou. 27 Terminados os dias de<br />

luto, Davi mandou buscá-la e recolheu-a em sua casa. Tomou-a por esposa e ela deu-lhe<br />

um filho. Mas o procedimento de Davi desagradou ao Senhor.


Responsório Cf. 2Sm 12,9; Ex 20,2.13.15.17b<br />

R. Feriste à espada a Urias, o hitita,<br />

e tomaste por esposa a mulher que fora dele.<br />

* Por que tu desprezaste a palavra do Senhor<br />

a fim de praticar o que é mau ante seus olhos?<br />

V. Eu sou o teu Senhor, eu te fiz sair do Egito.<br />

Não matarás, não furtarás e não cobiçarás<br />

a mulher que é de teu próximo. * Por que.<br />

Segunda leitura<br />

Das Catequeses de São Cirilo, bispo de Jerusalém<br />

(Cat. 1,2-3.5-6: PG 33,371.375-378)<br />

(Séc. IV)<br />

Confessa no tempo propício<br />

Se há aqui alguém escravo do pecado, prepare-se pela fé para o nobre renascimento de<br />

filhos por adoção. Rejeitada a péssima escravidão dos pecados e obtida a felicíssima<br />

servidão do Senhor, seja considerado digno de alcançar a herança do reino celeste.<br />

Portanto despi, pela confissão, o homem velho que se vai corrompendo ao sabor dos<br />

desejos maus, a fim de revestirdes o homem novo, que se renova pelo conhecimento<br />

daquele que o criou. Adquiri pela fé a segurança do Espírito Santo de serdes acolhidos<br />

nas mansões eternas. Aproximai-vos do místico sinal para que possais ser<br />

favoravelmente reconhecidos pelo Soberano. Juntai-vos ao santo e racional rebanho de<br />

Cristo. Postos um dia de parte à sua direita, entrareis assim na posse da vida preparada<br />

por herança para vós.<br />

Com a aspereza dos pecados aderentes como pêlos, estão à esquerda aqueles que não se<br />

achegam à graça de Deus concedida por Cristo no banho da regeneração. Refiro-me<br />

aqui não à regeneração dos corpos, mas ao novo nascimento espiritual da alma. Os<br />

corpos são gerados pelos pais visíveis; a alma é gerada de novo pela fé, porque o<br />

Espírito sopra onde quer. Então, se te tornares digno, poderás ouvir: Muito bem, servo<br />

bom e fiel, quando não se encontrar em ti qualquer impureza de fingimento na<br />

consciência.<br />

Se algum dos que aqui estão espera provocar a graça de Deus, engana-se e desconhece o<br />

valor das coisas. Tem, ó homem, alma sincera e livre de disfarce, por causa daquele que<br />

perscruta corações e rins.<br />

O tempo agora é tempo de confissão. Confessa o que cometeste por palavra, ou ação, de<br />

noite ou de dia. Confessa no tempo propício e recebe no dia da salvação o tesouro<br />

celeste.<br />

Limpa tua jarra para conter graça mais abundante, pois a remissão dos pecados é dada<br />

igualmente a todos, mas, a comunicação do Espírito Santo é concedida a cada um<br />

segundo a fé. Se trabalhares pouco, receberás pouco; se fizeres muito, grande será a<br />

recompensa. Corre em teu próprio proveito, vê o que te convém.


Se tens algo contra outro, perdoa. Tu te aproximas para receber o perdão dos pecados; é<br />

necessário perdoar a quem te ofendeu.<br />

Responsório Pr 28,13; 1Jo 1,9<br />

R. Quem esconde seus próprios pecados<br />

jamais será bem sucedido;<br />

* Quem, porém, os confessa e os deixa,<br />

misericórdia ele há de alcançar.<br />

V. Se, porém, confessarmos as culpas,<br />

nosso Deus, que é justo e fiel,<br />

nos perdoará nossas faltas. * Quem, porém.<br />

Oração<br />

Ó Deus, pela vossa graça, nos fizestes filhos da luz. Concedei que não sejamos<br />

envolvidos pelas trevas do erro, mas brilhe em nossas vidas a luz da vossa verdade. Por<br />

nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

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