Revista Acad.3 - Academia Sul-Mato-Grossense de Letras
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Maria da Glória Sá Rosa<br />
Maria da Glória Sá Rosa nasceu em Mombaça<br />
(CE), em 1927. Radicou-se em Campo Gran<strong>de</strong>,<br />
on<strong>de</strong> exerceu o magistério, trasnformando-se<br />
em excepcional agente cultural na segunda meta<strong>de</strong><br />
do século passado: criou o Teatro Universitário<br />
<strong>de</strong> Campo Gran<strong>de</strong>, organizou inúmeros<br />
festivais <strong>de</strong> música e <strong>de</strong> teatro. Seu nome está<br />
ligada a todas as iniciativas culturais a partir<br />
<strong>de</strong> 1960. Escreve para revistas e jornais. Entre<br />
seus livros <strong>de</strong>stacam-se MEMÓRIA DA CULTURA<br />
E DA EDUCAÇÃO EM MATO GROSSO DO SUL<br />
(1990), DEUS QUER O HOMEM SONHA A CIDADE<br />
NASCE (1999) e CRÔNICAS DE FIM DE SÉCULO<br />
(2001). Ocupa a ca<strong>de</strong>ira n. 19 da <strong>Aca<strong>de</strong>mia</strong>.<br />
A salvação pela força da palavra<br />
Já <strong>de</strong>víamos ter aprendido e <strong>de</strong> uma vez para sempre<br />
que o <strong>de</strong>stino tem que fazer muitos ro<strong>de</strong>ios para chegar a<br />
qualquer parte. (José Saramago).<br />
A HORA E A VEZ DE AUGUSTO MATRAGA, uma das mais bem construídas<br />
narrativas do universo literário brasileiro, é a história da salvação<br />
pela força da palavra. Em todo o relato, é a palavra o elemento <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ador<br />
das ações da personagem, na luta para escapar às armadilhas do<br />
<strong>de</strong>stino e permanecer fiel às promessas <strong>de</strong> mudança <strong>de</strong> vida.<br />
O O herói é Augusto Matraga, indivíduo arrogante, agressivo, fanfarrão,<br />
que ostenta no próprio nome Augusto (divino) e Matraga (matraca,<br />
barulhento) as contradições que irão marcá-lo em todo o <strong>de</strong>senrolar dos<br />
acontecimentos. Acostumado a humilhar, a matar, a atacar os mais fracos<br />
para <strong>de</strong>les zombar <strong>de</strong>pois, torna-se, <strong>de</strong> repente, por obra do <strong>de</strong>stino, pre-sa<br />
fácil dos capangas do Major Consilva, seu inimigo mor, que o moem <strong>de</strong><br />
pancadas, marcam-no a ferro em brasa, como a uma rês e <strong>de</strong>pois o lançam