17.04.2013 Views

A Prática do Ecoturismo em Propriedades Rurais - IPOG

A Prática do Ecoturismo em Propriedades Rurais - IPOG

A Prática do Ecoturismo em Propriedades Rurais - IPOG

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

A <strong>Prática</strong> <strong>do</strong> <strong>Ecoturismo</strong> <strong>em</strong> <strong>Propriedades</strong> <strong>Rurais</strong> Maio/2012<br />

Resumo<br />

A <strong>Prática</strong> <strong>do</strong> <strong>Ecoturismo</strong> <strong>em</strong> <strong>Propriedades</strong> <strong>Rurais</strong><br />

José Harol<strong>do</strong> Lima Júnior - junioradm1@gmail.com<br />

MBA – Gestão <strong>do</strong> Desenvolvimento Sustentável & Ambiental<br />

Instituto de Pós-Graduação e Graduação – <strong>IPOG</strong><br />

Goiânia/12/2012<br />

A agropecuária sofre mudanças. Novas tecnologias aliadas aos complexos agroindustriais<br />

contribu<strong>em</strong> negativamente nos aspectos sociais, econômicos, naturais e culturais <strong>do</strong> meio<br />

rural. Surge então a necessidade de substituir méto<strong>do</strong>s tradicionais de geração de renda por<br />

alternativas sustentáveis. Uma opção é a prática <strong>do</strong> ecoturismo planeja<strong>do</strong>, que beneficia o<br />

meio ambiente e as comunidades visitadas, mantém as tradições locais, promove o<br />

aprendiza<strong>do</strong> e desperta sensibilização ambiental e cultural. Além disso, é uma fonte que gera<br />

renda e possui grande potencial para desenvolver a procura e oferta de bens e serviços.<br />

Várias vertentes da sociedade estão envolvidas nesse contexto, devi<strong>do</strong> à agitação <strong>do</strong>s meios<br />

urbanos, as pessoas buscam refúgio, tranquilidade e o contato com a cultura campestre,<br />

procuran<strong>do</strong> estilos de vida diferentes, experiências inéditas, tradições e o deseja<strong>do</strong> descanso.<br />

O ecoturismo é uma das soluções aos probl<strong>em</strong>as <strong>em</strong> relação à conservação ambiental,<br />

amenizan<strong>do</strong> os impactos ao meio ambiente natural. O presente artigo visa d<strong>em</strong>onstrar que o<br />

ecoturismo planeja<strong>do</strong> é uma modalidade de negócio, que beneficia a comunidade rural e o<br />

meio ambiente, além de apresentar os aspectos positivos e negativos <strong>do</strong> ecoturismo.<br />

Palavras-chave: Espaço rural. Desenvolvimento sustentável. <strong>Ecoturismo</strong>.<br />

1. Introdução<br />

O aquecimento global t<strong>em</strong> altera<strong>do</strong> o ciclo natural da Terra, causan<strong>do</strong> preocupação na<br />

humanidade. Na busca por soluções, diversos debates são feitos e atitudes tomadas. Um<br />

ex<strong>em</strong>plo disso é o Protocolo de Kyoto, que visa à redução da <strong>em</strong>issão de gases estufa, sen<strong>do</strong><br />

relatada no <strong>do</strong>cumentário “Uma Verdade Inconveniente” feito pelo político norte- americano<br />

Al Gore objetivan<strong>do</strong> a conscientização mundial (CAPRILES, 2006).<br />

Essa probl<strong>em</strong>ática traz uma nova ideologia, a <strong>do</strong> desenvolvimento sustentável, que visa<br />

promover o atendimento das necessidades presentes, garantin<strong>do</strong> a continuidade <strong>do</strong>s recursos<br />

para as gerações futuras (ARAUJO; SILVA, 2004; SILVEIRA, 2001).<br />

Segun<strong>do</strong> a Organização Mundial <strong>do</strong> Turismo – OMT (1999) e Ruschmann (2000), novas<br />

tendências t<strong>em</strong> surgi<strong>do</strong> na prática <strong>do</strong> ecoturismo e <strong>do</strong> lazer. O stress da vida urbana faz nascer<br />

um interesse crescente pelas questões ambientais, pelo lazer saudável, pela tranquilidade e por<br />

novas experiências e costumes.<br />

O <strong>Ecoturismo</strong> utiliza de forma sustentável o patrimônio natural e cultural, incentiva à<br />

conservação, promoven<strong>do</strong> a sensibilização ambiental e o b<strong>em</strong>-estar da sociedade envolvida<br />

(Diretrizes para uma Política Nacional de <strong>Ecoturismo</strong> 1994; CARVALHO, 2008; NEIMAN,<br />

2002).


A <strong>Prática</strong> <strong>do</strong> <strong>Ecoturismo</strong> <strong>em</strong> <strong>Propriedades</strong> <strong>Rurais</strong> Maio/2012<br />

Outro benefício é a geração de renda e a <strong>em</strong>pregabilidade para os proprietários rurais e<br />

população local, pois através da utilização <strong>do</strong>s recursos naturais, proprietários de sítios e<br />

fazendas, agregam valores aos seus orçamentos (SILVEIRA, 2001).<br />

O <strong>Ecoturismo</strong> é um fenômeno complexo, multidisciplinar e exige um planejamento <strong>em</strong><br />

muitos aspectos, a fim de ser um <strong>em</strong>preendimento b<strong>em</strong> sucedi<strong>do</strong> para to<strong>do</strong>s os envolvi<strong>do</strong>s<br />

(CEBALLOS-LASCURÁIN, 1995). Em uma nova concepção estratégica deve ser visto como<br />

um conjunto de bens e serviços que promova o desenvolvimento das comunidades locais<br />

geran<strong>do</strong> benéficos destas áreas relevantes, para a conservação da biodiversidade. (ARAÚJO;<br />

SILVA, 2006; CESAR et al., 2007)<br />

O objetivo deste artigo é realizar uma analogia sobre a implantação <strong>do</strong> <strong>Ecoturismo</strong> nas<br />

propriedades rurais, mostran<strong>do</strong> os benefícios para economia, comunidades locais; sua atuação<br />

na conservação <strong>do</strong>s recursos naturais, a influência na geração de renda, e ainda os aspectos<br />

negativos dessa implantação. Para alcançar esses objetivos, foram feitos levantamentos<br />

bibliográficos referentes ao assunto.<br />

2. Aspectos positivos da implantação <strong>do</strong> ecoturismo<br />

A prática <strong>do</strong> ecoturismo se <strong>em</strong>basa na conservação, no aproveitamento e na utilização de<br />

forma sustentável <strong>do</strong> meio ambiente natural. Por isso conserva as comunidades locais, e o<br />

patrimônio natural e cultural, na forma da sensibilização ambiental, geran<strong>do</strong> renda e o<br />

desenvolvimento econômico. Não respeitar quaisquer desses preceitos, não é praticar o<br />

ecoturismo. (ALMEIDA; SOUZA, 2004; CÉSAR et al. 2007; HANAI; SILVA, 2008).<br />

A sustentabilidade busca soluções economicamente viáveis e suprimento das necessidades,<br />

isso implica no uso <strong>do</strong>s recursos renováveis, além de relações sociais que permitam qualidade<br />

adequada de vida para to<strong>do</strong>s. (SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE<br />

SÂO PAULO, 1992). Dan<strong>do</strong> ao atender, simultaneamente, aos critérios de relevância social,<br />

prudência ecológica e viabilidade econômica, sen<strong>do</strong> os três pilares <strong>do</strong> desenvolvimento<br />

sustentável (SACHS, 2002). O ecoturismo tenta seguir de forma íntegra esse conceito; porém,<br />

alguns estudiosos <strong>do</strong> assunto mencionam que se deve ter um estu<strong>do</strong> científico a respeito da<br />

situação.<br />

Segun<strong>do</strong> Rodrigues (2003) o conceito de sustentabilidade aplica<strong>do</strong> à prática de manejo,<br />

pressupõe a necessidade de informações científicas como base para o processo de tomada de<br />

decisão. Já Pitelka; Pitelka (1993) preconiza reconhecer a decisão sobre o que fazer <strong>em</strong><br />

relação a um probl<strong>em</strong>a ambiental, envolve-se um julgamento de valor, onde implicam incluir<br />

a dimensão humana na resolução de probl<strong>em</strong>as ambientais – seus desejos, motivações e<br />

necessidades – além de considerações econômicas e políticas, basta-se apenas fazer um<br />

planejamento cumprin<strong>do</strong> determinadas exigências.<br />

Garrod (1998) destaca que o ecoturismo é sustentável quan<strong>do</strong>, melhora a qualidade de vida<br />

das populações a curto e longo prazo. Deste mo<strong>do</strong>, mantém o nível de atratividade <strong>do</strong> lugar e<br />

conserva o meio ambiente para que ele possa no futuro continuar a servir de base para o<br />

cumprimento das duas finalidades anteriores. O ecoturismo influencia positivamente várias<br />

situações poden<strong>do</strong> estimular a ação de governos, <strong>em</strong>presas e associações comunitárias.<br />

(ARAÚJO; SILVA, 2006; SILVEIRA, 2001).<br />

Segun<strong>do</strong> César et al. (2007) o ecoturismo cria meios para manter o hom<strong>em</strong> no campo, assim<br />

desacelera o crescimento urbano, freia o êxo<strong>do</strong> rural, valoriza a herança cultural e fortalece os<br />

vínculos familiares e comunitários. O <strong>Ecoturismo</strong> é visto hoje como a alavanca da economia


A <strong>Prática</strong> <strong>do</strong> <strong>Ecoturismo</strong> <strong>em</strong> <strong>Propriedades</strong> <strong>Rurais</strong> Maio/2012<br />

exercen<strong>do</strong> importante papel no combate ao des<strong>em</strong>prego e a falta de alternativas que gera<br />

renda para as populações rurais (SILVEIRA, 2001).<br />

Segun<strong>do</strong> Drumm; Moore (2003); Layrargues (2008) o ecoturismo deve gerar renda para o<br />

pagamento de despesas operacionais, para o investimento na conservação e prioridades da<br />

propriedade. A renda gerada permanece na comunidade, distribuída entre os trabalha<strong>do</strong>res<br />

com espaço para inclusão e ascensão social, sen<strong>do</strong> ela responsável pela gestão da atividade.<br />

O desenvolvimento econômico <strong>do</strong> <strong>Ecoturismo</strong> valoriza a propriedade, aumenta a receita <strong>do</strong><br />

município, gera <strong>em</strong>pregos para os profissionais locais; diversifica a economia regional, com a<br />

criação de micro e pequenos negócios e ainda desenvolve melhoria da infraestrutura local.<br />

(CÉSAR et. al. 2007).<br />

Segun<strong>do</strong> Lage; Milone (2000) o merca<strong>do</strong> eco turístico possui uma vasta rede de informações<br />

e interações de produtos relaciona<strong>do</strong>s com as atividades que envolv<strong>em</strong> bens e serviços de<br />

viagens e afins. Desse mo<strong>do</strong>, permite que os agentes econômicos – consumi<strong>do</strong>res e<br />

produtores – troqu<strong>em</strong> informações e tom<strong>em</strong> decisões sobre a compra e venda <strong>do</strong>s diferentes<br />

bens e serviços a sua disposição.<br />

Segun<strong>do</strong> as Diretrizes para uma Política Nacional de <strong>Ecoturismo</strong> (1994) a <strong>em</strong>presa eco<br />

turística deverá assegurar que as relações trabalhistas e as práticas industriais sejam justas e<br />

esteja <strong>em</strong> conformidades com a legislação; minimizar os impactos econômicos negativos e<br />

maximizar benefícios econômicos para as comunidades, contribuir para a manutenção <strong>do</strong><br />

desenvolvimento da infraestrutura comunitária e utilizar-se de práticas éticas comerciais.<br />

Conforme Dolabela (1999) quan<strong>do</strong> se tratar de desenvolvimento local, deve-se não só<br />

<strong>em</strong>pregar teorias econômicas, mas sim, apoiar-se <strong>em</strong> conteú<strong>do</strong>s de mudança organizacional e<br />

animação social. Devi<strong>do</strong> ao fato <strong>do</strong> desenvolvimento econômico local <strong>em</strong>ergir das iniciativas<br />

e <strong>do</strong> dinamismo da comunidade.<br />

A importância adquirida pelo ecoturismo como a prática social e principalmente como<br />

atividade econômica faz surgir iniciativas direcionadas para o seu desenvolvimento. No<br />

entanto, se for conduzi<strong>do</strong> apenas com enfoque econômico, s<strong>em</strong> um planejamento basea<strong>do</strong> nas<br />

características biológicas, físicas e sócios econômicos que os <strong>em</strong>preendimentos turísticos<br />

envolv<strong>em</strong> pode acabar geran<strong>do</strong> sérios danos a to<strong>do</strong>s os envolvi<strong>do</strong>s (SILVEIRA, 2001).<br />

3. Aspectos negativos da implantação <strong>do</strong> ecoturismo<br />

O impacto ambiental <strong>do</strong> ecoturismo é um t<strong>em</strong>a que chama a atenção de estudiosos. Um <strong>do</strong>s<br />

maiores desafios é equacionar a probl<strong>em</strong>ática representada pelo aumento de procura <strong>do</strong>s<br />

recursos naturais versus o imperativo da preservação da natureza (SILVEIRA, 2008). Por<br />

conta <strong>do</strong> fluxo de pessoas, infraestruturas e equipamentos que necessita, o ecoturismo pode<br />

provocar a degradação da natureza e impactos no mo<strong>do</strong> de vida das comunidades locais<br />

(Diretrizes para uma Política Nacional de <strong>Ecoturismo</strong>, 1994; SILVEIRA, 2001).<br />

Segun<strong>do</strong> Ruschmann (2000) existe impacto sobre a cultura e as paisagens <strong>do</strong>s locais<br />

frequenta<strong>do</strong>s pelos visitantes. Segun<strong>do</strong> César et al. (2007) exist<strong>em</strong> ainda a poluição sonora,<br />

visual e auditiva, desmatamento, introdução de espécies animais e vegetais exóticas, prejuízos<br />

a espécies <strong>em</strong> seus hábitos alimentares, migratórios, aumento na geração de lixo, esgoto e<br />

probl<strong>em</strong>as com saneamento básico e ocupação inadequada <strong>do</strong> solo. Silveira (2008)<br />

mencionou ainda, que dentre os múltiplos impactos que o uso <strong>do</strong> ecoturismo pode provocar<br />

ao meio ambiente, estão os impactos socioculturais e econômicos. Essa sensibilização levou à<br />

criação de normas que passaram a restringir o direito <strong>do</strong>s turistas ao consumo desmesura<strong>do</strong>


A <strong>Prática</strong> <strong>do</strong> <strong>Ecoturismo</strong> <strong>em</strong> <strong>Propriedades</strong> <strong>Rurais</strong> Maio/2012<br />

<strong>do</strong>s valores culturais e <strong>do</strong>s recursos naturais das localidades visitadas, impon<strong>do</strong>-lhes algumas<br />

obrigações.<br />

A geração de renda é uma alternativa consistente para atividades econômicas destrutivas ou<br />

impactantes, porém possui seu la<strong>do</strong> negativo quan<strong>do</strong> os <strong>em</strong>preende<strong>do</strong>res maximizam os<br />

lucros gera<strong>do</strong>s pelo ecoturismo <strong>em</strong> curto prazo (SILVEIRA, 2001).<br />

As Diretrizes para uma Política Nacional de <strong>Ecoturismo</strong> (1994) citam que qualquer tipo de<br />

trilha pode gerar no solo (erosão e compactação), na fauna (alterações nas populações) e na<br />

flora (desmatamento), tanto nas fases de implantação como no uso. Ainda não se conhece<br />

todas as consequências de sua implantação, porém to<strong>do</strong>s esses impactos pod<strong>em</strong> ser atenua<strong>do</strong>s.<br />

Silveira (2001); César et. al. (2007) menciona que os impactos negativos pod<strong>em</strong> ser<br />

minimiza<strong>do</strong>s e evita<strong>do</strong>s, desde que a atividade venha a ser corretamente planeja<strong>do</strong>. Um<br />

ex<strong>em</strong>plo disso é a elaboração de medidas que minimiz<strong>em</strong> os custos de implantação e<br />

manutenção, estabelecer o zoneamento, o manejo das áreas, técnicas que identifique o<br />

impacto potencial e os parâmetros para monitoramento da vida silvestre. Conforme<br />

(DRUMM; MOORE, 2002; LONH, 2000) outro instrumento indispensável na redução <strong>do</strong>s<br />

impactos provoca<strong>do</strong>s, seria a Educação Ambiental direcionada a to<strong>do</strong>s os envolvi<strong>do</strong>s. Como<br />

se define (LOUREIRO, 2002), A Educação Ambiental é uma práxis educativa e social que<br />

t<strong>em</strong> por finalidade a construção de valores, conceitos, habilidades e atitudes que possibilit<strong>em</strong><br />

o entendimento da realidade da vida, a atuação lúcida e responsável de atores sociais<br />

individuais e coletivos no ambiente. Nesse senti<strong>do</strong>, contribui para a tentativa de<br />

impl<strong>em</strong>entação de um padrão civilizacional e societário distinto <strong>do</strong> vigente, pauta<strong>do</strong> numa<br />

ética da relação sociedade/natureza.<br />

4. Aspectos positivos X negativos da <strong>Prática</strong> <strong>do</strong> <strong>Ecoturismo</strong><br />

A atividade ecoturística preconiza a prática <strong>do</strong> manejo sustentável nos recursos naturais,<br />

incentiva a conservação <strong>do</strong> meio ambiente natural e a sensibilização das sociedades<br />

envolvidas, promoven<strong>do</strong> o b<strong>em</strong>-estar das populações futuras. Em contradição, provoca a<br />

poluição sonora, visual, auditiva, desmatamentos, ocupação inadequada <strong>do</strong> solo, introdução<br />

de espécies de animais e vegetais exóticos, aumentan<strong>do</strong> a geração de lixo, esgotos entre<br />

outros.<br />

O ecoturismo t<strong>em</strong> um importante papel no combate a falta de renda, reduzin<strong>do</strong> assim, o<br />

des<strong>em</strong>prego da comunidade local, porém deve ser observa<strong>do</strong> o surgimento de pontos<br />

negativos quan<strong>do</strong> os <strong>em</strong>preen<strong>do</strong>res maximizam seus lucros <strong>em</strong> curto prazo.<br />

A comunidade local no contexto <strong>do</strong> ecoturismo é benificiada com a diminuição <strong>do</strong> êxo<strong>do</strong><br />

rural, e a valorização das heranças culturais. Em contrapartida, surg<strong>em</strong> os impactos culturais<br />

provoca<strong>do</strong>s pelos visitantes.<br />

O desenvolvimento econômico <strong>do</strong> ecoturismo atinge vários aspectos merca<strong>do</strong>lógicos trazen<strong>do</strong><br />

beneficios a comunidade, mas pode provocar também a especulação imobiliaria, a perda de<br />

investimentos alternativos nas zonas ecoturisticas entre outros probl<strong>em</strong>as.<br />

5. Considerações Finais<br />

O <strong>Ecoturismo</strong> é visto atualmente como uma alternativa para conservação ambiental, pois<br />

desenvolve a sustentabilidade e cria uma interdependência entre os setores sociais, culturais,<br />

econômicos e ambientais. Entretanto não deve ser visto como a solução <strong>do</strong>s probl<strong>em</strong>as, pois


A <strong>Prática</strong> <strong>do</strong> <strong>Ecoturismo</strong> <strong>em</strong> <strong>Propriedades</strong> <strong>Rurais</strong> Maio/2012<br />

quan<strong>do</strong> o projeto de implantação não atende aos anseios ambientais pode causar probl<strong>em</strong>as<br />

que o desvincula de seu objetivo inicial.<br />

Evidencia-se diante <strong>do</strong> levantamento bibliográfico que a implantação da atividade oferece<br />

pontos positivos e negativos e apesar <strong>do</strong>s pontos negativos possuír<strong>em</strong> uma expressividade<br />

considerável o ecoturismo é a opção que menos causa danos ao meio ambiente natural, pois<br />

visa à conservação de áreas ainda intocadas.<br />

Ressalta-se ainda, que mesmo diante de um plano elabora<strong>do</strong> é preciso da participação de<br />

to<strong>do</strong>s; proprietários, comunidades locais e frequenta<strong>do</strong>res no processo de melhoria contínua,<br />

além de constante monitoramento das áreas.<br />

É notório salientar que diante <strong>do</strong> atual contexto onde a <strong>em</strong>pregabilidade no meio rural t<strong>em</strong> se<br />

torna<strong>do</strong> mais escasso e provocan<strong>do</strong> o êxo<strong>do</strong> rural, o ecoturismo entra como uma alternativa<br />

que minimiza a <strong>em</strong>igração para os grandes centros.<br />

Os Gestores Ambientais ficam responsáveis a elaborar<strong>em</strong> um planejamento que torne mínimo<br />

os aspectos negativos causa<strong>do</strong>s pela implantação <strong>do</strong> ecoturismo. É importante que o<br />

planejamento seja desenvolvi<strong>do</strong> a partir de uma perspectiva multidisciplinar, e que utilize a<br />

Educação ambiental como alia<strong>do</strong> na sensibilização, de forma para minimizar os impactos<br />

gera<strong>do</strong>s por toda a cadeia ecoturística.<br />

Referências<br />

ALMEIDA, J. A.; SOUZA, M. Turismo rural e desenvolvimento sustentável: duas<br />

experiências brasileiras, 2004. Disponível <strong>em</strong>: .<br />

Acesso <strong>em</strong>: 18 jan. 2009.<br />

ARAUJO, G. C.; SILVA, R. P. <strong>Ecoturismo</strong>, desenvolvimento Sustentável. Caderno<br />

Virtual, v. 6, n. 3, p. 23, 2006.<br />

BRASIL - Ministério <strong>do</strong> Turismo. Diretrizes para Política Nacional de <strong>Ecoturismo</strong>.<br />

Brasília: EMBRATUR/IBAMA, Documento Básico, 1994.<br />

CAPRILES, R. Uma verdade inconveniente. O Eco, Reportagens (online), n 1, p1, 2006.<br />

Disponível <strong>em</strong>: HTTP://arruda.rits.org.br/oeco/servlet/newstorm.ns.presentation.<br />

NavigationServlet?publicationCode=6&pageCode=67&textCode=19255. Acesso <strong>em</strong>: 27 jan.<br />

2009.<br />

CARVALHO, V. (vininha@vininha.com) Orig<strong>em</strong> e Desenvolvimento <strong>do</strong> <strong>Ecoturismo</strong> no<br />

Brasil. Revisão Bibliográfica. Mensag<strong>em</strong> recebida por LIMA, J.H.J.<br />

(junioradm1@gmail.com). Acesso <strong>em</strong>: 09 jan. 2009.<br />

CEBALLOS-LASCURÁIN, H. O ecoturismo como um fenômeno mundial. In:<br />

LINDBERG, K. & HAWKINS, D. E. <strong>Ecoturismo</strong>: um guia para planejamento e gestão. São<br />

Paulo: Editora SENAC, p.23-29, 1995.<br />

CÉSAR et. al. Caminhos <strong>do</strong> Futuro Ministério turismo – AVT/IAP – NT/USP. São Paulo:<br />

Câmara Brasileira <strong>do</strong> Livro, módulo I, 2007.


A <strong>Prática</strong> <strong>do</strong> <strong>Ecoturismo</strong> <strong>em</strong> <strong>Propriedades</strong> <strong>Rurais</strong> Maio/2012<br />

DOLABELA, F. O segre<strong>do</strong> de Luísa. 1. ed. São Paulo: Cultura, p. 45-63, 1999.<br />

DRUMM A.; MOORE A. Um Manual para os Profissionais de Conservação. Ed. The<br />

Nature Conservancy, volume I, p. 97, 2002.<br />

______. Mecanismos de Geração de Receita. Ed. The Nature Conservancy, Um Manual<br />

para Planeja<strong>do</strong>res e Gestores de Conservação, volume II, p. 08, 2003.<br />

GARROD, B. Beyond the rhetoric of sustainable tourism? Tourism Manag<strong>em</strong>ent. vol. 19, nº<br />

3, p 87-116, 1998.<br />

HANAI, F. Y.; SILVA, N. (fredyuri@yahoo.com.br) O Turismo como Alternativa de<br />

Desenvolvimento Sustentável <strong>do</strong> Espaço Rural: Discussões e Proposições no Brasil.<br />

Revisão Bibliográfica. Mensag<strong>em</strong> recebida por LIMA, J.H.J. (junioradm1@gmail.com).<br />

Acesso <strong>em</strong>: 21 fev. 2009<br />

LAGE, B. H. G.; MILONE, P. C (organiza<strong>do</strong>res). Turismo: Teoria e <strong>Prática</strong>. São Paulo:<br />

Atlas, p. 43-68, 2000.<br />

LAYRARGUES, P. P. (philippe.layrargues@mma.gov.br) A Função Social <strong>do</strong> <strong>Ecoturismo</strong>.<br />

Revisão Bibliográfica. Mensag<strong>em</strong> recebida por LIMA, J.H.J. (junioradm1@gmail.com).<br />

Acesso <strong>em</strong>: 01 fev. 2009.<br />

LOHN, J. I. A educação ambiental e os t<strong>em</strong>as transversais. Viçosa: Projeto Educar, 2000.<br />

LOUREIRO, C. F. B.; LAYRARGUES, Philippe Pumier e CASTRO, Ronal<strong>do</strong> Souza.<br />

Educação Ambiental: repensan<strong>do</strong> o espaço da cidadania. 2. ed. São Paulo: Cortez, p. 69,<br />

2002.<br />

NEIMAN, Z. O Cerra<strong>do</strong> como Instrumento para Educação Ambiental <strong>em</strong> Atividades de<br />

<strong>Ecoturismo</strong>. In: NEIMAN, Z; RABINOVICI, A. Meio Ambiente, Educação e <strong>Ecoturismo</strong>.<br />

1. ed. São Paulo: Manole, cap. 7, 2002.<br />

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO TURISMO, “O Turismo, fator de Desenvolvimento<br />

Sustentável”. Código mundial 1: Santiago <strong>do</strong> Chile, 1999.<br />

PITELKA, L. F.; PITELKA, F. A. Environmental Decision Making. Multidimensional<br />

Dil<strong>em</strong>mas. Ecological Applications v. 3 n. 4, p. 74-79, 1993.


A <strong>Prática</strong> <strong>do</strong> <strong>Ecoturismo</strong> <strong>em</strong> <strong>Propriedades</strong> <strong>Rurais</strong> Maio/2012<br />

RODRIGUES, O. D. Um Modelo de <strong>Ecoturismo</strong> Competitivo como Contribuição para o<br />

Desenvolvimento Local - O Caso de Paraúna/GO. 229 f. Dissertação (Mestra<strong>do</strong> <strong>em</strong><br />

Engenharia de Produção) - Universidade Federal de Santa Catarina, Santa Catarina/SC, 2003.<br />

RUSCHMANN, D. Turismo e Planejamento Sustentável – A proteção <strong>do</strong> Meio<br />

Ambiente. 6. ed. São Paulo: Papirus, p. 57-81, 2000.<br />

SACHS, I. Caminhos para o desenvolvimento sustentável. Rio de Janeiro: Garamond, p.<br />

35, 2002.<br />

SILVEIRA, M. A. T. (marcos.tarlombani@ufpr.br) Contribuição ao Planejamento<br />

Ambiental <strong>em</strong> Zonas de Desenvolvimento Turístico. Revisão Bibliográfica. Mensag<strong>em</strong><br />

recebida por LIMA, J.H.J. (junioradm1@gmail.com). Acesso <strong>em</strong>: 26 mar. 2009.<br />

______. Política de Turismo. Oportunidades ao<br />

Desenvolvimento Local. (Org.) - Turismo Rural. 1 ed. São Paulo: Contexto, v. 1, p. 133-150,<br />

2001.<br />

SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE/SP. Meio Ambiente - Disponível- site Ministério da<br />

Educação (30 jul. 1992). URL: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/meioambiente.pdf.<br />

Acesso <strong>em</strong>: 18 fev. 2009.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!