Dídima Andrade - Grupo de Estudos e Pesquisas
Dídima Andrade - Grupo de Estudos e Pesquisas
Dídima Andrade - Grupo de Estudos e Pesquisas
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
IV Colóquio Internacional Educação e Contemporaneida<strong>de</strong> ISSN 1982-3657<br />
sala <strong>de</strong> aula, na organização do ambiente <strong>de</strong> trabalho, propiciando condições físicas e<br />
materiais para que o processo <strong>de</strong> aprendizagem se efetive <strong>de</strong> maneira prazerosa.<br />
Nesse momento, alguns questionamentos se fazem presentes nessa reflexão: como<br />
articular o cuidar e o educar na formação e na prática pedagógica do professor <strong>de</strong> educação<br />
infantil? É possível pensar um currículo que atenda às <strong>de</strong>mandas sociais e pedagógicas que<br />
são cada vez mais complexas na medida em que a socieda<strong>de</strong> evolui? Tais questionamentos<br />
não se encerram nesse texto, faz-se necessário aprofundar a discussão nos diversos momentos<br />
e espaços educacionais.<br />
4 O professor da educação infantil e a brinca<strong>de</strong>ira<br />
Na tessitura <strong>de</strong>sse texto, nos referimos ao conceito <strong>de</strong> infância e sua evolução <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />
um percurso histórico. A partir <strong>de</strong>sse percurso, constatamos a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um profissional<br />
com uma formação que possibilite a apropriação e internalização <strong>de</strong> conceitos inerentes à<br />
prática pedagógica nas classes <strong>de</strong> educação infantil. Convém lembrar que elegemos, além do<br />
conceito <strong>de</strong> infância, os conceitos <strong>de</strong> cuidar e educar, sem, contudo, dicotomizá-los. Nesse<br />
momento discutiremos a importância do brincar. Isto posto, <strong>de</strong>bruçar-nos-emos inicialmente<br />
sobre uma breve reflexão a respeito da brinca<strong>de</strong>ira.<br />
Sabemos que a criança se prepara para a vida, assimilando a cultura do meio em que<br />
vive, a ela se integrando e com ela convivendo como ser social por intermédio da ativida<strong>de</strong><br />
lúdica. Para Brougere (1995, p. 59), “A brinca<strong>de</strong>ira é, entre outras coisas, um meio <strong>de</strong> a<br />
criança viver a cultura que a cerca, tal como ela é verda<strong>de</strong>iramente, e não como ela <strong>de</strong>veria<br />
ser”. A brinca<strong>de</strong>ira, além <strong>de</strong> proporcionar prazer e diversão, po<strong>de</strong> representar um <strong>de</strong>safio e<br />
provocar o pensamento reflexivo da criança.<br />
De acordo com Wajskop (2005, p. 26), “A brinca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong>ve ser vista como um princípio<br />
que contribui para o exercício da cidadania, ou seja, a criança <strong>de</strong>ve ter o direito <strong>de</strong> brincar<br />
como forma particular <strong>de</strong> expressão, pensamento, interação e comunicação infantil”. Santos<br />
(1999) explica que o brincar po<strong>de</strong> ser visto sob vários pontos <strong>de</strong> vista:<br />
- do ponto <strong>de</strong> vista filosófico, o brincar é abordado como um mecanismo<br />
para contrapor à racionalida<strong>de</strong>; a emoção <strong>de</strong>verá estar junto na ação<br />
humana tanto quanto a razão;<br />
- do ponto <strong>de</strong> vista sociológico, o brincar tem sido visto como uma forma<br />
mais pura <strong>de</strong> inserção da criança na socieda<strong>de</strong>; brincando, a criança<br />
assimila crenças, costumes, regras e hábitos do meio em que vive;<br />
- do ponto <strong>de</strong> vista psicológico, o brincar está presente em todo o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento da criança nas diferentes formas <strong>de</strong> modificação <strong>de</strong> seu<br />
comportamento;<br />
10