10.05.2013 Views

aulas de campo na zona costeira de pirambu/se - Grupo de Estudos ...

aulas de campo na zona costeira de pirambu/se - Grupo de Estudos ...

aulas de campo na zona costeira de pirambu/se - Grupo de Estudos ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

AULAS DE CAMPO NA ZONA COSTEIRA DE PIRAMBU/SE:<br />

IMPORTANCIA NA FORMAÇÃO DO ALUNO DE CURSO SUPERIOR.<br />

EIXO TEMÁTICO: XIII (Ensino Superior no Brasil).<br />

RESUMO<br />

1 Neuma Rúbia Figueiredo Santa<strong>na</strong><br />

²Felipe Alan Souza Santos<br />

3 Grasiela Oliveira Santa<strong>na</strong> da Silva<br />

A aula <strong>de</strong> <strong>campo</strong> é um dos meios em que o aluno tem a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aproximar os<br />

conhecimentos recebidos em sala, com a realida<strong>de</strong> existente em sua volta. Este trabalho<br />

apre<strong>se</strong>nta a realização <strong>de</strong> aula <strong>de</strong> <strong>campo</strong> como objetivo <strong>de</strong> aproximar os alunos do curso<br />

superior dos assuntos discutidos em sala relacio<strong>na</strong>da a ecossistemas, problemática ambiental e<br />

sustentabilida<strong>de</strong>. A aula <strong>de</strong> <strong>campo</strong> foi realizada em uma área da zo<strong>na</strong> <strong>costeira</strong> do município <strong>de</strong><br />

Pirambu/SE, com uma turma <strong>de</strong> 32 alunos, que realizaram visita ao projeto Tamar/ICMBio e<br />

recolheram resíduos <strong>de</strong> uma faixa <strong>de</strong> praia em Pirambu/SE. Conclui-<strong>se</strong> que, a aula <strong>de</strong> <strong>campo</strong><br />

motivou os alunos do curso tecnólogo a aprofundar os assuntos <strong>de</strong>batidos em sala <strong>de</strong> aula,<br />

principalmente aos da temática ambiental, <strong>de</strong>spertando-o para a responsabilida<strong>de</strong> profissio<strong>na</strong>l<br />

e acadêmica buscando a sustentabilida<strong>de</strong> dos recursos <strong>na</strong>turais <strong>de</strong> sua região.<br />

Palavras-chaves: Aula <strong>de</strong> <strong>campo</strong>; curso superior; meio ambiente.<br />

ABSTRACT<br />

The class field is one of the ways in which the stu<strong>de</strong>nt has the opportunity to bring the<br />

knowledge received in the room with the existing reality around them. This paper pre<strong>se</strong>nts the<br />

realization of class field aimed to bring the college stu<strong>de</strong>nts of the issues discus<strong>se</strong>d in class<br />

related to ecosystems, environmental issues and sustai<strong>na</strong>bility. The field school was held in a<br />

coastal area of the city of Pirambu/SE, with a class of 32 stu<strong>de</strong>nts, who were visiting the<br />

Tamar project/ICMBio and collected waste from a stretch of beach Pirambu/SE. We conclu<strong>de</strong><br />

that the class field motivated the stu<strong>de</strong>nts of techie to <strong>de</strong>epen the issues discus<strong>se</strong>d in class,<br />

especially to the environmental issue, raising it to the professio<strong>na</strong>l responsibility and<br />

aca<strong>de</strong>mic looking for sustai<strong>na</strong>bility of <strong>na</strong>tural resources in their region.<br />

¹Bióloga-Especialização em Gestão <strong>de</strong> recursos hídricos, Mestre em <strong>de</strong><strong>se</strong>nvolvimento e meio ambiente-<br />

PRODEMA/UFS, Integrante do grupo <strong>de</strong> pesquisa Acqua-UFS, e-mail: rubia.aguas@yahoo.com.br<br />

²Licenciado em geografia, especialista em Didática e Metodologia do Ensino Superior e Mestre em<br />

De<strong>se</strong>nvolvimento e Meio Ambiente, grupo <strong>de</strong> pesquisa GEPEASE (CNPq/UFS) e Planejamento e avaliação em<br />

Educação e Psicologia (UFS/CNPq),e-mail: felipeprofgeografia@hotmail.com.<br />

³ Lic e Bacharel em Educação Física.


Keywords: Class field; college; environment.<br />

1.0 INTRODUÇÃO<br />

A aula <strong>de</strong> <strong>campo</strong> é um dos meios em que o aluno tem a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aproximar os<br />

conhecimentos recebidos em sala, com a realida<strong>de</strong> existente em sua volta. É a partir <strong>de</strong>s<strong>se</strong><br />

momento que afloram os questio<strong>na</strong>mentos, as dúvidas e a conclusão dos conceitos obtidos ao<br />

longo <strong>de</strong> sua vida acadêmica.<br />

Ribeiro e Castro (2010) apre<strong>se</strong>ntam que é cada vez mais comum o professor buscar<br />

meios que <strong>de</strong>spertem o interes<strong>se</strong> dos alunos pelo aprendizado significativo e contextualizado,<br />

participando e interagindo em <strong>se</strong>u processo <strong>de</strong> construção do conhecimento. A inter-relação<br />

ensino e prática <strong>de</strong>vem estar pre<strong>se</strong>ntes <strong>na</strong> abordagem das questões ambientais em diversos<br />

<strong>se</strong>gmentos do ensino incluindo os cursos tecnológicos e superior, para que não haja<br />

<strong>de</strong>sinteres<strong>se</strong> dos alunos por este tema, visto a sua importância para a humanida<strong>de</strong>.<br />

O município <strong>de</strong> Pirambu/SE apre<strong>se</strong>nta uma extensa faixa litorânea, com diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

ecossistemas frágeis (du<strong>na</strong>s, lagoas, praias), <strong>de</strong> beleza cênica bastante atrativa (GONZAGA,<br />

2007). Nesta área também está a ba<strong>se</strong> do projeto TAMAR, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1982, realizando pesquisa e<br />

<strong>de</strong><strong>se</strong>nvolvendo trabalhos <strong>de</strong> manejo das <strong>de</strong>sovas das tartarugas marinhas e realizando<br />

programas <strong>de</strong> educação ambiental e sócio cultural com o objetivo <strong>de</strong> melhorar a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

vida dos moradores locais (SILVA et al 2000).<br />

As visitações realizadas nestes locais são importantes, pois permite que o aluno tenha<br />

conhecimento sobre as questões ambientais existentes nestas localida<strong>de</strong>s, e as medidas<br />

cabíveis para solucio<strong>na</strong>r ou remediar estas ações que impactam os espaços <strong>na</strong>turais existentes<br />

em nossa região. Além <strong>de</strong> <strong>se</strong>r um forte instrumento <strong>de</strong> educação ambiental e conscientização<br />

para os alunos, visto que, o homem é o principal agente modificador do meio em que vive.<br />

Partindo <strong>de</strong>ssa ob<strong>se</strong>rvação, foi realizada uma visita a <strong>campo</strong> no município <strong>de</strong><br />

Pirambu/SE, como ativida<strong>de</strong> complementar da discipli<strong>na</strong> <strong>de</strong> tópicos <strong>de</strong> meio ambiente, para<br />

os alunos do curso tecnólogo em <strong>se</strong>gurança do trabalho <strong>de</strong> uma instituição <strong>de</strong> ensino privado<br />

localizada no município <strong>de</strong> Aracaju/SE. Esta prática teve como objetivo aproximar os alunos<br />

dos assuntos discutidos em sala relacio<strong>na</strong>da a ecossistemas, problemática ambiental e<br />

2


sustentabilida<strong>de</strong>, visando a produção <strong>de</strong> conhecimento que os aju<strong>de</strong>m a interpretar o contexto<br />

<strong>na</strong>tural que os cercam, capacitando-os para o <strong>se</strong>u futuro profissio<strong>na</strong>l.<br />

2.0 REVISÃO LITERÁRIA<br />

É por meio da educação que o aluno é convidado a refletir sobre os meios, formas e<br />

reações que compõe o nosso território. É neste momento <strong>de</strong> reflexão e análi<strong>se</strong> que o<br />

conhecimento é produzido. Portanto, o momento em que vivemos a informação assume um<br />

papel cada vez mais relevante.<br />

Para Silva et al (2010), <strong>na</strong> área da educação existem caminhos alter<strong>na</strong>tivos para <strong>se</strong><br />

construir o conhecimento, um <strong>de</strong>stes é a aula <strong>de</strong> <strong>campo</strong>. A aula <strong>de</strong> <strong>campo</strong> traz ao aluno um<br />

olhar crítico sobre a realida<strong>de</strong> e a teoria compreen<strong>de</strong>ndo-a dialeticamente para a busca <strong>de</strong> uma<br />

educação mais <strong>de</strong>mocrática e prazerosa (SILVA et al 2010).<br />

A aula em <strong>campo</strong> é uma ativida<strong>de</strong> extrassala/extraescola que envolve,<br />

concomitantemente, conteúdos escolares, científicos (ou não) e sociais com a<br />

mobilida<strong>de</strong> espacial; realida<strong>de</strong> social e <strong>se</strong>u complexo amalgamado material e<br />

imaterial <strong>de</strong> tradições/novida<strong>de</strong>s. É um movimento que ten<strong>de</strong> elucidar<br />

<strong>se</strong>nsações <strong>de</strong> estranheza, i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, feiura, beleza, <strong>se</strong>ntimento e até rebeldia<br />

do que é ob<strong>se</strong>rvado, entrevistado, fotografado e percorrido.<br />

Segundo Seniciato e Cavassan (2004), <strong>aulas</strong> <strong>de</strong><strong>se</strong>nvolvidas em ambientes <strong>na</strong>turais têm<br />

sido apontadas como uma metodologia eficaz tanto por envolverem os alunos quanto por<br />

constituírem um instrumento <strong>de</strong> superação da fragmentação do conhecimento.<br />

O tema meio ambiente está entre os assuntos que mais circulam pelo mundo e em<br />

nossa localida<strong>de</strong>, isto <strong>de</strong>vido à preocupação da limitação dos nossos recursos <strong>na</strong>turais. Por<br />

es<strong>se</strong> motivo, <strong>de</strong>ve-<strong>se</strong> refletir sobre os problemas ambientais regio<strong>na</strong>is no <strong>se</strong>ntido <strong>de</strong> contribuir,<br />

significativamente, com os alunos para uma tomada <strong>de</strong> consciência <strong>de</strong> modo a tor<strong>na</strong>rem-<strong>se</strong><br />

aptos a exercer a cidadania (CARDOSO e JESUS, 2010).<br />

Nesta percepção, cabe as Instituições <strong>de</strong> Ensino Superior (IES) além <strong>de</strong> levar<br />

conhecimento, tecnologia e suporte ético para os futuros profissio<strong>na</strong>is, oferecer ao aluno<br />

instrumentos intelectuais para aprofundar <strong>se</strong>u <strong>se</strong>nso crítico e confrontar a realida<strong>de</strong> <strong>na</strong> qual<br />

3


está in<strong>se</strong>rido (ENGELMAN, 2009). E isto inclui as realizações <strong>de</strong> <strong>aulas</strong> <strong>de</strong> <strong>campo</strong> para<br />

visualização <strong>de</strong> perto das questões ambientais que envolvem a sua comunida<strong>de</strong>.<br />

Para Fre<strong>de</strong>rico (2011), as saídas a <strong>campo</strong> no ensino superior configuram-<strong>se</strong> como<br />

estratégias alter<strong>na</strong>tivas para a in<strong>se</strong>rção do estudante universitário nos problemas<br />

socioambientais nos quais estão in<strong>se</strong>ridos, e a partir <strong>de</strong> então pensar ações cabíveis para a<br />

melhora dos problemas encontrados. Fre<strong>de</strong>rico (2011) chama atenção que a nossa realida<strong>de</strong><br />

está composta por uma soma <strong>de</strong> fatores, e por isso sua interpretação não po<strong>de</strong> <strong>se</strong>r realizada<br />

ape<strong>na</strong>s através do olhar <strong>de</strong> uma discipli<strong>na</strong>, mas sim sob uma ótica interdiscipli<strong>na</strong>r.<br />

Visualizando essa importância, a visitação dos alunos a ambientes <strong>de</strong> zo<strong>na</strong> <strong>costeira</strong><br />

<strong>de</strong><strong>se</strong>nvolverá habilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> questio<strong>na</strong>mento e visões da fragilida<strong>de</strong> que <strong>se</strong> encontram estes<br />

ambientes. Para Costa e Souza (2009), a Zo<strong>na</strong> Costeira encontra-<strong>se</strong> numa fa<strong>se</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação<br />

e fragilida<strong>de</strong> em que as pressões exercidas sobre os <strong>se</strong>us habitats litorâneos, além disso é<br />

i<strong>de</strong>ntificada como área crítica, por apre<strong>se</strong>ntar ecossistemas complexos (du<strong>na</strong>s, estuários,<br />

manguezais, pântanos, brejos, lagu<strong>na</strong>s, planícies <strong>de</strong> maré e recifes) que convivem lado a lado<br />

com o exercício <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s industriais, comerciais, produção <strong>de</strong> alimentos, recreação e<br />

turismo.<br />

3.0 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS<br />

3.1 Área <strong>de</strong> estudo<br />

O município <strong>de</strong> Pirambu está localizado <strong>na</strong> porção norte do litoral <strong>se</strong>rgipano, mais<br />

precisamente <strong>na</strong> microrregião <strong>de</strong> Japaratuba. Decretado município pela Lei Estadual № 1.234<br />

<strong>de</strong> 26 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1963, é composto pelos povoados: Lagoa Redonda, Maribondo,<br />

Alagamar, Aguilhadas, Aningas, Baixa Gran<strong>de</strong>, Água Boa, Bebedouro e Lagoa Gran<strong>de</strong><br />

(SILVA e SANTOS, 2010).<br />

Segundo o censo <strong>de</strong>mográfico <strong>de</strong> 2010 (IBGE), Pirambu possui uma área territorial <strong>de</strong><br />

205.878 km² com 8.369 mil habitantes, <strong>se</strong>ndo que 58% <strong>de</strong>stes vivem <strong>na</strong> zo<strong>na</strong> urba<strong>na</strong>. Neste<br />

município está a <strong>se</strong><strong>de</strong> da Re<strong>se</strong>rva Biológica (REBIO) <strong>de</strong> Santa Isabel que abriga o maior sítio<br />

reprodutivo, em território brasileiro, da tartaruga marinha Lepidochelys olivacea (tartaruga oliva).<br />

Esta categoria <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Con<strong>se</strong>rvação tem como objetivo, a pre<strong>se</strong>rvação integral da biota e<br />

<strong>de</strong>mais atributos <strong>na</strong>turais existentes em <strong>se</strong>us limites, <strong>se</strong>m interferência huma<strong>na</strong> direta ou<br />

modificações ambientais (SILVA e SANTOS, 2010).<br />

4


3.2 Preparação para visita a <strong>campo</strong><br />

Inicialmente agendou-<strong>se</strong> uma visitação ao projeto TAMAR/ICMBio em Pirambu/SE,<br />

após confirmação os alunos foram avisados com antecedência sobre aula <strong>de</strong> <strong>campo</strong> <strong>na</strong> zo<strong>na</strong><br />

<strong>costeira</strong>. Em <strong>se</strong>guida algumas instruções foram passadas, incluindo a importância <strong>de</strong>ssa<br />

prática, comportamento do aluno em <strong>campo</strong>, material necessário para utilização e vestimenta.<br />

Elaborou-<strong>se</strong> um roteiro <strong>de</strong> <strong>campo</strong> contendo algumas referencias bibliográfica e as instruções<br />

apontadas anteriormente. Todos os alunos foram advertidos que no fi<strong>na</strong>l da discipli<strong>na</strong> teriam<br />

que entregar um relatório sobre esta visita a <strong>campo</strong>. A turma da discipli<strong>na</strong> tópicos <strong>de</strong> meio<br />

ambiente é composta <strong>de</strong> 35 alunos que participaram da <strong>se</strong>quência <strong>de</strong> assuntos <strong>de</strong>batidos em<br />

sala referente a ecossistemas, problemática ambiental e sustentabilida<strong>de</strong>.<br />

3.2 Visita a <strong>campo</strong><br />

A visita foi realizada no dia 02/06/2012 saindo <strong>de</strong> Aracajú por volta das 08:30h, em<br />

um micro ônibus da faculda<strong>de</strong> com 32 alunos, o motorista, a professora da discipli<strong>na</strong> e o<br />

professor convidado. Os alunos estavam com o roteiro <strong>de</strong> <strong>campo</strong>, máqui<strong>na</strong>s fotográficas e os<br />

equipamentos tais como balança portátil, pares <strong>de</strong> luvas borracha, máscaras <strong>de</strong>scartáveis,<br />

caneta, lápis, borracha, prancheta e sacolas plásticas para recolhimento do lixo da praia<br />

Chegou-<strong>se</strong> <strong>na</strong> <strong>se</strong><strong>de</strong> do projeto Tamar/ICMBio em Pirambu por volta das 11:00h, os<br />

alunos participaram <strong>de</strong> uma palestra ministrada pela bióloga do projeto, on<strong>de</strong> foram passada<br />

informações sobre o inicio e atuação do trabalho nesta unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> con<strong>se</strong>rvação, a palestra teve<br />

a duração <strong>de</strong> 35min (Figura 01). Ao término os alunos visitaram o <strong>se</strong>tor <strong>de</strong> berçário e<br />

monitoramento das tartarugas marinhas, houve bastante registro fotográfico e troca <strong>de</strong><br />

informação com os monitores do projeto ( Figura 02 e 03).<br />

5


Figura 01: Palestra auditório<br />

ba<strong>se</strong> Tamar/ICMBio.<br />

Foto: Acervo pessoal<br />

Por volta das 12:30h os alunos <strong>se</strong> retiraram da <strong>se</strong><strong>de</strong> do projeto Tamar/ICMBio<br />

dirigindo-<strong>se</strong> até chegar a faixa <strong>de</strong> praia. Neste local fizemos uma parada <strong>de</strong> 15 min para um<br />

lanche rápido. Logo após apre<strong>se</strong>ntamos aos alunos o ecossistema costeiro, e suas fragilida<strong>de</strong>s<br />

ambientais incluindo as ações antrópicas, <strong>de</strong>ntre essas o <strong>de</strong>scarte <strong>de</strong> lixo pelos banhistas que<br />

frequentavam a praia <strong>de</strong> Pirambu/SE.<br />

Para a realização da ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>campo</strong>, formou-<strong>se</strong> 08 grupos contendo 04 alunos, dos<br />

quais foram direcio<strong>na</strong>dos a uma <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>da área <strong>de</strong> aproximadamente 3 metros para cada<br />

equipe recolher todo o resíduo <strong>de</strong>positado <strong>na</strong> areia da praia. Os resíduos recolhidos foram<br />

acondicio<strong>na</strong>dos em sacos plásticos dos quais foram levados para um ponto estratégico,<br />

realizando pesagem e <strong>se</strong>paração.<br />

Figura 02: Visita ao berçário<br />

projeto Tamar/ICMBio.<br />

Foto: Acervo pessoal<br />

Em uma superfície <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um quiosque <strong>de</strong> praia, as equipes pesaram os resíduos e<br />

anotaram os dados, em <strong>se</strong>guida com a utilização <strong>de</strong> luvas e máscaras <strong>de</strong>scartáveis, a etapa <strong>de</strong><br />

<strong>se</strong>paração <strong>de</strong>s<strong>se</strong> material foi realizado em <strong>se</strong>co e úmido, pros<strong>se</strong>guindo, <strong>se</strong>parou-<strong>se</strong> todo<br />

plástico, papel, e vidro. Todas as informações foram anotadas e calculadas para posterior<br />

discussão dos resultados e elaboração do relatório fi<strong>na</strong>l (Figuras 05 e 06).<br />

04 05<br />

Figura 04 e 05: Ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>campo</strong> <strong>na</strong> zo<strong>na</strong> <strong>costeira</strong> <strong>de</strong> Pirambu/SE..<br />

Foto: Acervo pessoal<br />

6<br />

Figura 03: Apre<strong>se</strong>ntação <strong>de</strong><br />

informações sobre as tartarugas<br />

pelos monitores da ba<strong>se</strong><br />

Tamar/ICMBio.<br />

Foto: Acervo pessoal


4.0 RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

4.1 Visita ao projeto Tamar/ICMBio<br />

A visita a zo<strong>na</strong> <strong>costeira</strong> no município <strong>de</strong> Pirambu/SE, em <strong>de</strong>staque inicialmente a ba<strong>se</strong><br />

do projeto Tamar/ICMBio, permitiu aos alunos o conhecimento sobre o inicio e<br />

<strong>de</strong><strong>se</strong>nvolvimento <strong>de</strong>ste projeto, a atuação dos profissio<strong>na</strong>is que atuam no monitoramento das<br />

tartarugas marinhas que vivem nesta região e da importância da cooperação da comunida<strong>de</strong><br />

local para o sucesso <strong>de</strong>ste trabalho e a con<strong>se</strong>rvação do ecossistema local.<br />

Ao percorrer o espaço da ba<strong>se</strong> os alunos tiveram a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pre<strong>se</strong>nciar<br />

exposições <strong>de</strong> ameaças à sobrevivência das tartarugas marinhas tais como lixos que são<br />

<strong>de</strong>positados <strong>na</strong>s faixas litorâneas e são carregados ao mar, tor<strong>na</strong>ndo-<strong>se</strong> empecilhos a<br />

locomoção e perigo alimentar para estas espécies, pois muitos <strong>de</strong>s<strong>se</strong>s resíduos são<br />

confundidos com algas das quais as tartarugas <strong>se</strong> alimentam. Todos estes pontos foram<br />

apontados no relatório <strong>de</strong> <strong>campo</strong> apre<strong>se</strong>ntado pelas equipes após a aula <strong>de</strong> <strong>campo</strong>, mostrando<br />

a riqueza <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhes ob<strong>se</strong>rvada atentamente no <strong>campo</strong>.<br />

4.2 Visita a faixa <strong>de</strong> praia<br />

A ativida<strong>de</strong> realizada pelos 08 grupos apre<strong>se</strong>ntaram um perfil dos resíduos <strong>de</strong>scartados<br />

<strong>na</strong> faixa <strong>de</strong> praia aos arredores do projeto Tamar/ICBio Pirambu/SE. O maior percentaul <strong>de</strong><br />

resíduo é proveniente <strong>de</strong> plástico, em <strong>se</strong>guida o papel e vidro. Boa parte do grupo apontou a<br />

ausência <strong>de</strong> coletores como um dos motivos <strong>de</strong>stes <strong>de</strong>scartes <strong>de</strong> resíduos em locais<br />

7


i<strong>na</strong>propriados, isto porque, em toda área percorrida pelos alunos não houve visualização <strong>de</strong><br />

vasos para coleta do lixo do local.<br />

Os alunos apontaram que a zo<strong>na</strong> <strong>costeira</strong> é um ecossistema bastante impactado por<br />

resíduos sólidos mediante esta prática <strong>de</strong> <strong>campo</strong>, e em discussão <strong>na</strong> aula <strong>de</strong> <strong>campo</strong>,<br />

si<strong>na</strong>lizaram que este problema po<strong>de</strong> trazer prejuízo a saú<strong>de</strong> do ambiente e do homem e que<br />

campanha <strong>de</strong> conscientização <strong>de</strong>veria <strong>se</strong>r realizada tanto aos banhistas, como a população<br />

local e aos donos <strong>de</strong> bares <strong>de</strong>sta região.<br />

Como fi<strong>na</strong>lização <strong>de</strong>sta aula <strong>de</strong> <strong>campo</strong> os alunos entregaram um relatório, <strong>de</strong>screvendo<br />

os pontos principais ob<strong>se</strong>rvados, a experiência em <strong>campo</strong> e as caracterizações do problema<br />

ambiental encontrado <strong>na</strong> região <strong>de</strong> estudo. Todas as equipes enfatizaram que o contato em<br />

<strong>campo</strong> foi enriquecedor para <strong>se</strong>u amadurecimento intelectual e profissio<strong>na</strong>l. Além <strong>de</strong> <strong>de</strong>stacar<br />

que a acupação das áreas <strong>na</strong>turais caminham a passos largos e <strong>se</strong>m controle.<br />

5.0 CONCLUSÃO<br />

Conclui-<strong>se</strong> que, a aula <strong>de</strong> <strong>campo</strong> motivou os alunos do curso tecnólogo a aprofundar<br />

os assuntos <strong>de</strong>batidos em sala <strong>de</strong> aula, principalmente aos da temática ambiental. Ficou<br />

notório a preocupação da turma ao <strong>se</strong> <strong>de</strong>pararem com as informações obtidas no projeto<br />

Tamar/ICMBio, e a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong>scartado <strong>na</strong>s praias pelos banhistas, e que<br />

medidas simples po<strong>de</strong>riam solucio<strong>na</strong>r estas atitu<strong>de</strong>s tais como: instalação <strong>de</strong> vasos coletores<br />

<strong>na</strong>s áreas e realização <strong>de</strong> palestras educativas.<br />

Espera-<strong>se</strong> que este contato prático <strong>de</strong>sperte o compromisso dos alunos <strong>na</strong> questão<br />

ambiental, e que futuros trabalhos científicos venham a <strong>se</strong>r <strong>de</strong><strong>se</strong>nvolvidos como fruto <strong>de</strong>ste<br />

contato em <strong>campo</strong>. Vale ressaltar que, o maior objetivo <strong>de</strong>stas práticas é que os conceitos<br />

<strong>de</strong>batidos em sala tornem-<strong>se</strong> mais esclarecedor e real, ajudando o aluno a compreen<strong>de</strong>r o meio<br />

em que vive, <strong>de</strong>spertando-o para a responsabilida<strong>de</strong> profissio<strong>na</strong>l e acadêmica <strong>na</strong> ob<strong>se</strong>rvação<br />

<strong>de</strong> que os recursos <strong>na</strong>turais <strong>de</strong>vem <strong>se</strong>r mantidos em qualida<strong>de</strong> e quantida<strong>de</strong> nesta e <strong>na</strong>s<br />

próximas gerações.<br />

REFERÊNCIAS<br />

8


COSTA, J. J.; SOUZA, R. M. Paisagem Costeira e Derivações Antropogênicas em Sistemas<br />

Du<strong>na</strong>res. Scientia ple<strong>na</strong>. vol. 5, n°. 10, 2009.<br />

ENGELMAN, R.; GUISSO, R. M.; FRACASSO, E. M. Ações <strong>de</strong> gestão ambiental <strong>na</strong>s<br />

instituições <strong>de</strong> ensino superior: O que tem sido feito. Revista <strong>de</strong> Gestão Social e Ambiental.<br />

Jan. – Abr. 2009, V.3, nº.1, p. 22-33.<br />

FREDERICO, I. B.; NEIMAN, Z.; PEREIRA, J. C. A Educação Ambiental através das visitas<br />

técnicas no ensino superior: estudo <strong>de</strong> caso. Educação ambiental em ação. n. 38.2011.<br />

GONZAGA, T. P. A. Povoados do município <strong>de</strong> Pirambu-SE: Necessida<strong>de</strong> da população<br />

local <strong>de</strong> olhar o lugar. Ateliê Geográfico. Goiânia-GO v. 1, n. 2 <strong>de</strong>z/2007 p.210-217<br />

IBGE – Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Geografia e estatística. Censo <strong>de</strong>mográfico: Cid@<strong>de</strong>s.<br />

Pirambu. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/cida<strong>de</strong>sat/topwindow.htm?1. Acesso em: 30<br />

<strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2012.<br />

JACOB, P. Educação ambiental, cidadania e sustentabilida<strong>de</strong>. Ca<strong>de</strong>rnos <strong>de</strong> Pesquisa, n. 118,<br />

p. 189-205, março, 2003.<br />

OLIVEIRA, C. D. M.; ASSIS, R. J. S. <strong>de</strong>. Travessias da aula em <strong>campo</strong> <strong>na</strong> geografia escolar:<br />

a necessida<strong>de</strong> convertida para além da fábula. Educação e Pesquisa, vol.35, n.1, 2009. pp.<br />

195-209.<br />

RIBEIRO, S. R.; CASTRO, E. B. O zoológico da UFMG como ferramenta para o ensino da<br />

biodiversida<strong>de</strong>. Rev. eletrônica Mestrado Educação Ambiental, v. 24, 15 p. janeiro a julho<br />

<strong>de</strong> 2010.<br />

SENICATO, T.; CAVASSAN, O. Aulas <strong>de</strong> <strong>campo</strong> em ambientes <strong>na</strong>turais e aprendizagem em<br />

ciências – um estudo com alunos do ensino fundamental. Ciência & Educação, v. 10, n. 1, p.<br />

133-147, 2004.<br />

SILVA, A. C. C. D. da; OLIVEIRA, F.L. das C.; OLIVEIRA,J.T. <strong>de</strong>.; FRAGA, R.T. Projeto<br />

TAMAR e programa <strong>de</strong> visitas orientadas/ ecoturismo em Pirambu-SE. In: ENCONTRO<br />

NORDESTINO DE BIOLOGIA, 1., 2000. Jequié. A<strong>na</strong>is, 2000, p. 187. ref. 6.18.<br />

SILVA, J. S. R.; SILVA, M. B.; VAREJÃO, J. L. Os (<strong>de</strong>s)caminhos da educação: a<br />

importância do trabalho <strong>de</strong> <strong>campo</strong> <strong>na</strong> geografia. VÉRTICES, Campos dos Goytacazes/RJ, v.<br />

12, n. 3, p. 187-197, <strong>se</strong>t./<strong>de</strong>z. 2010.<br />

9

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!