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as tecnologias da informação no contexto educacional - Grupo de ...

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AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO NO CONTEXTO<br />

EDUCACIONAL: UMA VISÃO HISTÓRICA E CONTEMPORÂNEA<br />

RESUMO<br />

Érica Christiane <strong>de</strong> Carvalho (Especialista) 1<br />

Flacinete Azevedo Ferreira (Especialista) 2<br />

Franciney Azevedo Oliveira (Especialista) 3<br />

Ao a<strong>de</strong>ntrar <strong>no</strong> universo tec<strong>no</strong>lógico há <strong>de</strong> se observar o avanço ocorrido <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o surgimento<br />

d<strong>as</strong> primeir<strong>as</strong> invenções até os di<strong>as</strong> atuais. O que antes pensava ser impossível e inimaginável<br />

hoje é real diante <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> e principalmente <strong>no</strong> <strong>contexto</strong> escolar. Com o objetivo <strong>de</strong><br />

acrescentar mais informações aos estudos acerca do <strong>as</strong>sunto, o presente trabalho faz uma<br />

retrospectiva, tomando como ponto <strong>de</strong> parti<strong>da</strong> o período <strong>de</strong> colonização do Br<strong>as</strong>il, para<br />

mostrar a evolução e utilização dos recursos tec<strong>no</strong>lógicos <strong>de</strong>ntro do processo <strong>educacional</strong>,<br />

com o auxílio do professor que se vê incumbido <strong>de</strong> conduzir o conhecimento mo<strong>de</strong>r<strong>no</strong>, em<br />

sala <strong>de</strong> aula, aos alu<strong>no</strong>s <strong>no</strong> intuito <strong>de</strong> se ter um ensi<strong>no</strong>-aprendizagem com quali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Para que<br />

a análise se torn<strong>as</strong>se mais interessante e relevante aos olhos dos estudiosos, foi feita uma<br />

pesquisa <strong>de</strong> cunho teórico-bibliográfico e tec<strong>no</strong>lógico ao que se tem <strong>de</strong> mais i<strong>no</strong>vador.<br />

PALAVRAS-CHAVE: Tec<strong>no</strong>logia, educação, professor/alu<strong>no</strong><br />

ABSTRACT<br />

While entering in the tech<strong>no</strong>logical universe there is of pointing out to him the advancement<br />

occurred from the appearance of the first inventions up to the current <strong>da</strong>ys. What before it w<strong>as</strong><br />

intending to be an impossible and unimaginable to<strong>da</strong>y is real for the society and principally in<br />

the school context. With the objective to add more informations to the studies about the<br />

subject, the present work does a retrospect, taking like starting point the period of<br />

colonization of Brazil, to show the evolution and use of the tech<strong>no</strong>logical resources insi<strong>de</strong> the<br />

education process, with the help of the teacher who is put in charge of driving the mo<strong>de</strong>rn<br />

k<strong>no</strong>wledge, in cl<strong>as</strong>sroom, to the stu<strong>de</strong>nts in the intention of a teaching-apprenticeship to have<br />

been with quality. For the analysis becoming more interesting and relevant to the eyes of the<br />

1 Gradua<strong>da</strong> em Letr<strong>as</strong> /Português pela Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Tira<strong>de</strong>ntes e Especialista em Língua Portuguesa pela<br />

Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> Pio Décimo. Email: erica_christiane21@hotmail.com.<br />

2 Gradua<strong>da</strong> em Letr<strong>as</strong>/Português Pela Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Tira<strong>de</strong>ntes e Especialista em Língua Portuguesa pela<br />

Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> Pio Décimo. Email: flacinete@yahoo.com.br.<br />

3 Gradua<strong>da</strong> em Letr<strong>as</strong>/Português Pela Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Tira<strong>de</strong>ntes e Especialista em Língua Portuguesa pela<br />

Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> Pio Décimo. Email: francineyazevedo@yahoo.com.br.


scholars, w<strong>as</strong> an inquiry of hallmark ma<strong>de</strong> a bibliographical-theoretician and tech<strong>no</strong>logical to<br />

what one h<strong>as</strong> of more in<strong>no</strong>vatory.<br />

KEYS-WORDS: Tech<strong>no</strong>logy, education, teacher/stu<strong>de</strong>nt<br />

INTRODUÇÃO<br />

A educação vive uma <strong>no</strong>va reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, sobretudo quanto o uso ca<strong>da</strong> vez mais constante<br />

<strong>de</strong> inúmer<strong>as</strong> tec<strong>no</strong>logi<strong>as</strong> aplicad<strong>as</strong> ao ensi<strong>no</strong> formal. Em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa reali<strong>da</strong><strong>de</strong> e objetivando<br />

compreen<strong>de</strong>r o processo pelo qual ess<strong>as</strong> transformações ocorreram até a forma que hoje se<br />

apresentam, é o que <strong>no</strong>s motivou para a realização <strong>de</strong>ste artigo. Dessa forma teremos como<br />

b<strong>as</strong>e o início do ensi<strong>no</strong> <strong>de</strong> língua portuguesa coincidindo com o período <strong>de</strong> colonização do<br />

Br<strong>as</strong>il.<br />

P<strong>as</strong>searemos um pouco pela história, verificando os primeiros recursos que foram<br />

utilizados <strong>no</strong> processo <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-aprendizagem e sua evolução, ou seja, <strong>as</strong> mu<strong>da</strong>nç<strong>as</strong> e a<br />

importância d<strong>as</strong> divers<strong>as</strong> tec<strong>no</strong>logi<strong>as</strong> usad<strong>as</strong> pela escola inclusive <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> <strong>da</strong> língua<br />

portuguesa, <strong>de</strong>stacando a importância do ato <strong>da</strong> comunicação que é feita <strong>de</strong> forma rápi<strong>da</strong> e o<br />

conhecimento é adquirido com apen<strong>as</strong> um clique, sem sair <strong>de</strong> c<strong>as</strong>a, por isso a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

se ter um profissional capacitado para orientar a construção <strong>de</strong>sse conhecimento.<br />

Será abor<strong>da</strong>do também a relação e o papel do professor <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> todo esse processo,<br />

enfocando sobremaneira su<strong>as</strong> dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s e possíveis soluções para pelo me<strong>no</strong>s dirimir, ou<br />

quiçá sanar totalmente tais problem<strong>as</strong> enfrentados pela maioria dos docentes, sem contudo,<br />

<strong>de</strong>smerecer os avanços já alcançados. Afinal o mundo mu<strong>da</strong>, a tec<strong>no</strong>logia está ca<strong>da</strong> vez mais<br />

atuante na vi<strong>da</strong> do homem e todos tem que acompanhar os avanços existentes na informática,<br />

pois estes são responsáveis por significativ<strong>as</strong> transformações na vi<strong>da</strong> do ser huma<strong>no</strong>,<br />

principalmente <strong>no</strong> que diz respeito a relação ensi<strong>no</strong>-aprendizagem.<br />

UM BREVE PANORAMA HISTÓRICO<br />

Des<strong>de</strong> os primórdios <strong>da</strong> humani<strong>da</strong><strong>de</strong> o ser huma<strong>no</strong> p<strong>as</strong>sa por transformações, <strong>de</strong><br />

or<strong>de</strong>ns físic<strong>as</strong> e culturais. Isso ocorreu e ocorre em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser o homem um ser pensante,<br />

indivíduo dotado <strong>de</strong> inteligência e raciocínio, o que o diferencia d<strong>as</strong> outr<strong>as</strong> espécies. Já na pré-<br />

história o homem começa a criar ferrament<strong>as</strong> como o machado, martelos, arpões feitos <strong>de</strong><br />

pedra l<strong>as</strong>ca<strong>da</strong>, que o aju<strong>da</strong> na sobrevivência e perpetuação <strong>da</strong> espécie. Além dos utensílios


utilizados para alimentação, trabalho, ou seja, <strong>no</strong> seu dia a dia, oc<strong>as</strong>ionando <strong>as</strong>sim o início <strong>da</strong><br />

formação cultural, e agregado a esta f<strong>as</strong>e há a linguagem, meio pelo qual o ser se comunica.<br />

A comunicação inicialmente <strong>de</strong>ntro d<strong>as</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s restringia-se ao oral, ou seja,<br />

ocorria <strong>no</strong> momento <strong>da</strong> transmissão <strong>da</strong> <strong>informação</strong>, não tendo registros duráveis <strong>de</strong> tal fato.<br />

Posteriormente com o surgimento <strong>da</strong> escrita a mensagem que até então era limita<strong>da</strong> ganha<br />

<strong>no</strong>vo rumo, a <strong>informação</strong> p<strong>as</strong>sa a ser interpreta<strong>da</strong> por um número maior <strong>de</strong> pesso<strong>as</strong>, em<br />

consequência <strong>de</strong> como sua produção é realiza<strong>da</strong>, <strong>da</strong> linguagem utiliza<strong>da</strong>, a<strong>de</strong>quando-se ao<br />

<strong>contexto</strong> histórico e social.<br />

Dentro <strong>da</strong> linguagem, como parte essencial, segundo Saussure (1969, p. 17 apud<br />

FIORIN, 2007, p. 14) tem-se a língua que “[...] é um produto social <strong>da</strong> facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

linguagem e um conjunto <strong>de</strong> convenções necessári<strong>as</strong>, adotad<strong>as</strong> pelo corpo social para permitir<br />

o exercício <strong>de</strong>ssa facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>no</strong>s indivíduos”. Assim, através <strong>da</strong> fala, concretização <strong>da</strong> língua, o<br />

ser huma<strong>no</strong> constrói o seu próprio mundo e o socializa com os <strong>de</strong>mais seres, sendo ela, a<br />

língua, a i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> um povo, ou seja, fator caracterizador dos <strong>as</strong>pectos sociais,<br />

econômicos, e educacionais <strong>de</strong> uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, pois i<strong>de</strong>ntifica claramente a que continente,<br />

país ou região um ci<strong>da</strong>dão pertence.<br />

Em se tratando <strong>de</strong> povo, <strong>as</strong> reflexões serão direcionad<strong>as</strong> à língua portuguesa, bem<br />

como <strong>as</strong> técnic<strong>as</strong> usad<strong>as</strong> em sala <strong>de</strong> aula, que na sua formação e evolução conta com um<br />

elemento <strong>de</strong>cisivo: o domínio roma<strong>no</strong> sobre o latim vulgar e sua consequente que<strong>da</strong>. Após a<br />

que<strong>da</strong> do Império Roma<strong>no</strong>, <strong>no</strong> oci<strong>de</strong>nte, surgiram vários dialetos e <strong>de</strong>sses constituíram-se <strong>as</strong><br />

língu<strong>as</strong> mo<strong>de</strong>rn<strong>as</strong> como <strong>as</strong> neolatin<strong>as</strong>; <strong>de</strong>ntre el<strong>as</strong> o catalão, na Península Ibérica, o<br />

c<strong>as</strong>telha<strong>no</strong>, e o galego-português do qual resultou a língua portuguesa; e <strong>as</strong>sim como seus<br />

falantes, também p<strong>as</strong>sou e até hoje, p<strong>as</strong>sa por transformações, sem é claro per<strong>de</strong>r sua<br />

estrutura, sua essência.<br />

No Br<strong>as</strong>il, a língua portuguesa chega através dos portugueses, que aqui encontraram a<br />

língua tupi, fala<strong>da</strong> pelos índios, habitantes nativos. No início <strong>da</strong> colonização br<strong>as</strong>ileira os<br />

lusita<strong>no</strong>s encontraram dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> relacionamento com os índios, com isso trouxeram os<br />

jesuít<strong>as</strong> para que os ajud<strong>as</strong>sem a li<strong>da</strong>r com o povo indígena. Durante muitos a<strong>no</strong>s a língua<br />

tupi, também conheci<strong>da</strong> como língua geral, foi usa<strong>da</strong> ao lado <strong>da</strong> língua portuguesa,<br />

principalmente na costa br<strong>as</strong>ileira.<br />

O ensi<strong>no</strong> <strong>de</strong> língua portuguesa tem início com os métodos pe<strong>da</strong>gógicos europeus<br />

utilizados pelos jesuít<strong>as</strong>. Esses ensinaram a <strong>no</strong>va língua com o interesse voltado para a<br />

catequização dos índios, ou seja, a conversão ao cristianismo.


A língua portuguesa fala<strong>da</strong> <strong>no</strong> Br<strong>as</strong>il resulta além <strong>da</strong> influência europeia, em<br />

<strong>de</strong>corrência <strong>da</strong> presença dos seus colonizadores, também <strong>da</strong> indígena e do idioma africa<strong>no</strong>,<br />

em virtu<strong>de</strong> <strong>da</strong> chega<strong>da</strong> dos escravos negros vindos <strong>da</strong> África. Com essa mistura surgem os<br />

primeiros p<strong>as</strong>sos para transformar um povo, uma língua <strong>no</strong> que chamamos hoje <strong>de</strong> português<br />

br<strong>as</strong>ileiro.<br />

Ressalta-se, <strong>no</strong> entanto, que o tupi ou língua geral predomi<strong>no</strong>u durante muitos a<strong>no</strong>s <strong>no</strong><br />

período <strong>de</strong> colonização, pois os colo<strong>no</strong>s precisavam dos índios para trabalhar como escravos,<br />

antes <strong>da</strong> chega<strong>da</strong> dos negros, para a exploração do pau-br<strong>as</strong>il e <strong>de</strong>mais riquez<strong>as</strong> do solo<br />

br<strong>as</strong>ileiro n<strong>as</strong> expedições ban<strong>de</strong>irantes. Para isso havia a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicação e<br />

a<strong>da</strong>ptação d<strong>as</strong> língu<strong>as</strong> na convivência entre eles, oc<strong>as</strong>ionando naquela época o começo do<br />

processo <strong>de</strong> variações linguístic<strong>as</strong> conforme Paul Teyssier (2004, p. 94):<br />

Os ‘colo<strong>no</strong>s’ <strong>de</strong> origem portuguesa falam o português europeu, m<strong>as</strong><br />

evi<strong>de</strong>ntemente com traços específicos que se acentuam <strong>no</strong> <strong>de</strong>correr do<br />

tempo. As populações <strong>de</strong> origem indígena, africana ou mestiça apren<strong>de</strong>m o<br />

português, m<strong>as</strong> manejam-<strong>no</strong> <strong>de</strong> forma imperfeita. Ao lado do português<br />

existe a língua geral, que é o tupi, principal língua indígena d<strong>as</strong> regiões<br />

costeir<strong>as</strong>, m<strong>as</strong> um tupi simplificado, gramaticalizado pelos jesuít<strong>as</strong> e,<br />

<strong>de</strong>starte, tornado uma língua comum.<br />

E esta língua torna<strong>da</strong> comum é utiliza<strong>da</strong> pel<strong>as</strong> famíli<strong>as</strong> portugues<strong>as</strong> que se encontravam na<br />

<strong>no</strong>va terra “<strong>de</strong>scoberta”. Contudo o uso do português não foi <strong>de</strong>ixado <strong>de</strong> lado, este p<strong>as</strong>sa a ser<br />

ministrado em sala <strong>de</strong> aula, como po<strong>de</strong> ser verificado na fala <strong>de</strong> Pe. Antônio Vieira (apud<br />

TEYSSIER, 2004, p. 95) “[...] <strong>as</strong> famíli<strong>as</strong> dos portugueses e índios em São Paulo estão tão<br />

ligad<strong>as</strong> hoje um<strong>as</strong> com <strong>as</strong> outr<strong>as</strong>, que <strong>as</strong> mulheres e os filhos se criam mística e<br />

domesticamente, e a língua que n<strong>as</strong> dit<strong>as</strong> famíli<strong>as</strong> se fala é a dos índios, e a portuguesa a vão<br />

os meni<strong>no</strong>s apren<strong>de</strong>r à escola.”<br />

A língua tupi era forte, pois era usa<strong>da</strong> pela maioria, índios e mestiços, tinha tudo para<br />

permanecer por muito tempo se não fosse o interesse <strong>da</strong> coroa Portuguesa que através do<br />

Marquês <strong>de</strong> Pombal expulsou os jesuít<strong>as</strong> e implantou a Lei Diretório a qual proibia a língua<br />

tupi e formalizava oficialmente a língua portuguesa como língua br<strong>as</strong>ileira, tornando-se <strong>as</strong>sim<br />

a língua <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>.<br />

Como po<strong>de</strong>rá ser visto, através do ensi<strong>no</strong> <strong>da</strong> língua portuguesa, tem-se o ponto <strong>de</strong><br />

parti<strong>da</strong> para a introdução <strong>de</strong> técnic<strong>as</strong> <strong>no</strong> âmbito <strong>educacional</strong>; a partir <strong>da</strong> preocupação primária<br />

<strong>de</strong> simplesmente catequizar os nativos que aqui se encontravam.<br />

RECURSOS TECNOLÓGICOS EDUCACIONAIS


Em consequência <strong>da</strong> oficialização <strong>da</strong> língua portuguesa <strong>no</strong> “Novo Mundo”, surgiu a<br />

necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se organizar o ensi<strong>no</strong>, isso incluía os métodos que <strong>de</strong>veriam ser utilizados para<br />

aplicação do conhecimento <strong>da</strong> <strong>no</strong>va língua adota<strong>da</strong>, não diferindo com o que ocorre<br />

atualmente. E em virtu<strong>de</strong> <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> surgem em solo br<strong>as</strong>ileiro <strong>as</strong> primeir<strong>as</strong> tec<strong>no</strong>logi<strong>as</strong>,<br />

que com o p<strong>as</strong>sar do tempo foram aprimorad<strong>as</strong>, correspon<strong>de</strong>ndo e a<strong>de</strong>quando-se à socie<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />

à língua, para a transmissão <strong>da</strong> referi<strong>da</strong> língua e posteriormente essa mesma tec<strong>no</strong>logia seria<br />

utiliza<strong>da</strong> n<strong>as</strong> <strong>de</strong>mais disciplin<strong>as</strong> que p<strong>as</strong>saram a formar o currículo obrigatório do ensi<strong>no</strong> <strong>no</strong><br />

Br<strong>as</strong>il.<br />

Um dos recursos pe<strong>da</strong>gógicos, utilizados para o ensi<strong>no</strong> <strong>de</strong> língua portuguesa, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os<br />

jesuít<strong>as</strong>, foram os Textos teatrais, seguidos <strong>de</strong> Cartilh<strong>as</strong>. A partir do século XVI surgem <strong>as</strong><br />

Cartinh<strong>as</strong> ou Cartilh<strong>as</strong>, tec<strong>no</strong>logia que veio incrementar o aprendizado <strong>da</strong> leitura. El<strong>as</strong><br />

surgiram muito antes d<strong>as</strong> aul<strong>as</strong> n<strong>as</strong> escol<strong>as</strong>, auxiliava os aprendizes em c<strong>as</strong>a, (grifa-se os<br />

filhos d<strong>as</strong> famíli<strong>as</strong> ab<strong>as</strong>tard<strong>as</strong>), com su<strong>as</strong> letr<strong>as</strong> e sílab<strong>as</strong> para estimular a mente. As cartilh<strong>as</strong><br />

também foram evoluindo, <strong>no</strong>v<strong>as</strong> estrutur<strong>as</strong>, <strong>no</strong>v<strong>as</strong> técnic<strong>as</strong> e figur<strong>as</strong> vieram subsidiar aquele<br />

trabalho para torná-lo mais agradável; <strong>de</strong>pois apareceram peque<strong>no</strong>s textos e exercícios,<br />

resultando <strong>no</strong> que se chama hoje Livro Didático. Como se observa <strong>no</strong> artigo <strong>de</strong> Rosa Virgínia<br />

Mattos e Silva que cita a historiadora Maria Helena Flexor (2001, p. 97-157), A Cartilha tem<br />

seu original <strong>no</strong> Arquivo Histórico Ultramari<strong>no</strong> (Pernambuco, s.d. cx. 59, doc. s/n. ms.); n<strong>as</strong><br />

su<strong>as</strong> palavr<strong>as</strong>:<br />

É uma cartilha simplifica<strong>da</strong>, <strong>de</strong>stina<strong>da</strong> a facilitar o ensi<strong>no</strong> aos índios, não<br />

esquecendo <strong>as</strong> instruções <strong>da</strong> doutrina cristã, misturad<strong>as</strong> em meio às regr<strong>as</strong><br />

gramaticais. Obe<strong>de</strong>cendo a instruções, adotava-se o “livro <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>”, isto<br />

é, <strong>de</strong> Ma<strong>no</strong>el <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> Figueiredo (1722, p.156), escrito em 1718 e<br />

publicado, <strong>de</strong>pois d<strong>as</strong> <strong>de</strong>vid<strong>as</strong> licenç<strong>as</strong>, em 1722 (id., p. 104-105)<br />

Assim, naquele momento já havia a preocupação em como ministrar o ensi<strong>no</strong> <strong>da</strong> língua, tendo<br />

como meios facilitadores o teatro e <strong>as</strong> cartilh<strong>as</strong>. Tec<strong>no</strong>logia <strong>de</strong>fine-se, <strong>de</strong> acordo com<br />

dicionário: “sf. Conjunto <strong>de</strong> conhecimentos, especialmente princípios científicos, que se<br />

aplicam a um <strong>de</strong>terminado ramo <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>.” (Aurélio, p. 664), <strong>de</strong>sse modo os recursos<br />

doravante aplicados, e já citados, <strong>no</strong> início <strong>da</strong> formalização do ensi<strong>no</strong> <strong>da</strong> língua portuguesa,<br />

naquela época, foram essenciais para o enriquecimento e facilitação d<strong>as</strong> aul<strong>as</strong>.<br />

E esta preocupação não para por aí. Os métodos e os instrumentos adotados <strong>no</strong><br />

aprendizado como um todo, foram se aprimorando. Novos meios surgiram e com eles a<br />

maneira <strong>de</strong> ensinar tomou um <strong>no</strong>vo rumo. Dentre os instrumentos utilizados <strong>no</strong> processo <strong>de</strong><br />

ensi<strong>no</strong>-aprendizagem, tem-se o Quadro negro que possibilitou ao professor chegar a vários


alu<strong>no</strong>s ao mesmo tempo, pren<strong>de</strong>ndo su<strong>as</strong> atenções. Uma <strong>no</strong>va tec<strong>no</strong>logia estava a sua frente e<br />

um <strong>no</strong>vo docente também, pois <strong>as</strong> técnic<strong>as</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong> se tornaram diferenciad<strong>as</strong> do antes. O<br />

que era dito, agora era escrito e copiado; a aula estava mais dinâmica, o professor mais ativo.<br />

Os recursos tec<strong>no</strong>lógicos não pararam <strong>de</strong> surgir para auxiliar a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> escolar. O<br />

Mimeógrafo, a Máquina <strong>de</strong> escrever, o Retroprojetor, a Máquina <strong>de</strong> xerox; <strong>as</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

foram facilitad<strong>as</strong>; <strong>as</strong> letr<strong>as</strong>, palavr<strong>as</strong> ou textos podiam ser impressos, multiplicados e, mais<br />

tar<strong>de</strong> projetados para os alu<strong>no</strong>s; <strong>de</strong>ixando <strong>as</strong> aul<strong>as</strong> ain<strong>da</strong> mais dinâmic<strong>as</strong> e atraentes.<br />

Dentre os recursos apresentados, o Livro Didático tomou <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o seu surgimento<br />

<strong>no</strong>v<strong>as</strong> roupagens e até hoje é usado em sala <strong>de</strong> aula como facilitador do ensi<strong>no</strong>. No entanto,<br />

não se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> frisar, que muit<strong>as</strong> vezes esse recurso é utilizado <strong>de</strong> maneira ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>,<br />

uma vez que uma gama <strong>de</strong> educadores restringe a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> ao espaço escolar meramente aos<br />

conteúdos nele contidos, não usufruindo dos <strong>de</strong>mais meios existentes.<br />

Com o p<strong>as</strong>sar do tempo <strong>no</strong> ambiente escolar há a presença não só dos recursos<br />

utilizados ditos profissionais, os citados anteriormente, aqueles usados em ambiente familiar e<br />

<strong>de</strong> lazer, p<strong>as</strong>sam a ser presença constante <strong>de</strong>ntro do processo ensi<strong>no</strong>-aprendizagem n<strong>as</strong> aul<strong>as</strong><br />

<strong>de</strong> língua portuguesa como d<strong>as</strong> <strong>de</strong>mais disciplin<strong>as</strong>; a exemplo: a TV, o Ví<strong>de</strong>o-c<strong>as</strong>sete,<br />

posteriormente substituído pelo DVD, o Micro System, Câmera filmadora e fotográfica, bem<br />

como o Computador, contribuem para a dinamização d<strong>as</strong> aul<strong>as</strong>, possibilitando a inserção <strong>da</strong><br />

utilização <strong>de</strong> filmes, músic<strong>as</strong> <strong>de</strong>ntre outros.<br />

Na busca se<strong>de</strong>nta pela <strong>no</strong>vi<strong>da</strong><strong>de</strong>, pela pratici<strong>da</strong><strong>de</strong> e agili<strong>da</strong><strong>de</strong>, tal recurso que<br />

inicialmente foi <strong>de</strong>senvolvido para o uso por empres<strong>as</strong> e instituições governamentais, a partir<br />

dos a<strong>no</strong>s 70, começa a atingir outr<strong>as</strong> camad<strong>as</strong> <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, os consumidores em geral. Agora<br />

o computador p<strong>as</strong>sa a fazer parte do cotidia<strong>no</strong> familiar. Dotado <strong>de</strong> um universo <strong>de</strong><br />

possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> utilização, e em meados <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 80 entra <strong>no</strong> <strong>contexto</strong> escolar, tendo<br />

como primeira experiência a criação do Projeto Educom conforme se verifica n<strong>as</strong> pesquis<strong>as</strong><br />

<strong>de</strong> TAJRA:<br />

Criação do Projeto Educom-Educação com Computadores. Foi a primeira<br />

ação oficial e concreta para levar os computadores até <strong>as</strong> escol<strong>as</strong> públic<strong>as</strong>.<br />

Foram criados cinco centros-piloto, responsáveis pelo <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

pesquisa e pela disseminação do uso dos computadores <strong>no</strong> processo <strong>de</strong><br />

ensi<strong>no</strong>-aprendizagem. (2008, p. 29)<br />

Caracterizando o início <strong>de</strong> um <strong>no</strong>vo processo <strong>de</strong> informatização do ensi<strong>no</strong> público,<br />

posteriormente aperfeiçoado com o envio <strong>de</strong> computadores para <strong>de</strong>mais escol<strong>as</strong> públic<strong>as</strong><br />

através do Proinf.


Com a chega<strong>da</strong> do computador na escola, os recursos até então utilizados, como já<br />

citados, a exemplo do DVD, p<strong>as</strong>sam a ser <strong>de</strong> certa forma, <strong>de</strong>scartados, mesmo fazendo parte<br />

do cotidia<strong>no</strong> <strong>de</strong> milhões <strong>de</strong> pesso<strong>as</strong>, comparado à internet tem-se a impressão <strong>de</strong> que já são<br />

ultrap<strong>as</strong>sados. Na ver<strong>da</strong><strong>de</strong> esta avalanche <strong>de</strong> técnic<strong>as</strong>, <strong>de</strong> meios, em se p<strong>as</strong>sar um <strong>de</strong>terminado<br />

conteúdo <strong>de</strong>ntro do ambiente escolar por vezes po<strong>de</strong> oc<strong>as</strong>ionar perigo quanto ao seu uso<br />

<strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado, sem orientação a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> e o pior com uma incessante inquietação como afirma<br />

José Manuel Moran <strong>no</strong> artigo “As mídi<strong>as</strong> na educação”:<br />

Estamos <strong>de</strong>slumbrados com o computador e a Internet na escola e vamos<br />

<strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> lado a televisão e o ví<strong>de</strong>o, como se já estivessem ultrap<strong>as</strong>sados,<br />

não fossem mais tão importantes ou como se já dominássemos su<strong>as</strong><br />

linguagens e sua utilização na educação.<br />

A televisão, o cinema e o ví<strong>de</strong>o, CD ou DVD - os meios <strong>de</strong> comunicação<br />

audiovisuais - <strong>de</strong>sempenham, indiretamente, um papel <strong>educacional</strong><br />

relevante. P<strong>as</strong>sam-<strong>no</strong>s continuamente informações, interpretad<strong>as</strong>; mostram<strong>no</strong>s<br />

mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> comportamento, ensinam-<strong>no</strong>s linguagens coloquiais e<br />

multimídia e privilegiam alguns valores em <strong>de</strong>trimento <strong>de</strong> outros.”<br />

(MORAN, 2007)<br />

Esse é um traço característico do ser huma<strong>no</strong> o <strong>de</strong> querer i<strong>no</strong>var a todo momento, o <strong>de</strong> num<br />

piscar <strong>de</strong> olhos sentir já <strong>de</strong> certa forma saturado com essa ou aquela situação; claro que há<br />

nisso um fator positivo, pois faz com que o <strong>no</strong>vo aconteça, <strong>as</strong> <strong>de</strong>scobert<strong>as</strong> surjam, m<strong>as</strong> em se<br />

tratando <strong>de</strong> educação há uma exaustiva corri<strong>da</strong> contra o tempo, uma vez que muitos<br />

educadores mal começam a dominar uma técnica, quando lhe é proporcionado, e <strong>de</strong> repente<br />

aquilo já está em <strong>de</strong>suso.<br />

AS TECNOLOGIAS E O PAPEL DO PROFESSOR<br />

O computador trouxe outr<strong>as</strong> <strong>no</strong>vi<strong>da</strong><strong>de</strong>s tratando-se <strong>de</strong> um instrumento <strong>de</strong> apoio ao<br />

professor e ao alu<strong>no</strong>, uma vez que <strong>as</strong> principais ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s ain<strong>da</strong> estão focad<strong>as</strong> na sala <strong>de</strong> aula<br />

com o docente e na relação com os textos escritos. Sobretudo para <strong>as</strong> aul<strong>as</strong> <strong>de</strong> língua<br />

portuguesa este <strong>no</strong>vo instrumento é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> utili<strong>da</strong><strong>de</strong>, pois com o uso <strong>da</strong> Internet o<br />

professor po<strong>de</strong> utilizar os hipertextos, <strong>as</strong> ciberpoesi<strong>as</strong>, e terem seus textos postados em blogs,<br />

por exemplo, possibilitando trabalhar em um ambiente re<strong>no</strong>vável e móvel, o que fará <strong>de</strong>le, o<br />

alu<strong>no</strong>, um leitor mais dinâmico e atento em <strong>de</strong>corrência <strong>da</strong> infini<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> informações <strong>as</strong> quais<br />

tem acesso. Segundo Almei<strong>da</strong> (apud Silva 2003, p. 34), “o leitor na web não lê <strong>da</strong> mesma<br />

forma que o leitor <strong>de</strong> livros ou revist<strong>as</strong> <strong>de</strong> papel. O leitor-navegador tem o mundo ao alcance<br />

do clique do mouse. B<strong>as</strong>ta o texto tornar-se monóto<strong>no</strong> para que o leitor dirija-se a outr<strong>as</strong><br />

paragens, provavelmente para nunca mais voltar”.


Esse <strong>no</strong>vo comportamento do corpo discente se dá em consequência <strong>de</strong>ste acesso<br />

disponibilizado, não só na estrutura <strong>da</strong> escola, como também <strong>no</strong> ambiente familiar. O mundo<br />

globalizado e informatizado exige hoje, não apen<strong>as</strong> indivíduos críticos, conscientes <strong>de</strong> seus<br />

direitos e <strong>de</strong>veres; com a era <strong>da</strong> informática, esse conceito e objetivo <strong>de</strong> educação foram<br />

tomando uma <strong>no</strong>va direção, além disso, o ci<strong>da</strong>dão não po<strong>de</strong> ficar alheio a reali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

predominante, a <strong>da</strong> informatização, como diz bem Tajra (1998, p. 27 apud GUEDES, 2007):<br />

É preciso que os objetivos a serem alcançados através <strong>da</strong> utilização <strong>de</strong><br />

computadores na educação sigam uma filosofia <strong>educacional</strong> mais ampla, que<br />

justifiquem sua aplicabili<strong>da</strong><strong>de</strong>. O computador <strong>de</strong>ve ser utilizado como<br />

instrumento <strong>de</strong> aprendizagem que introduza o discente <strong>no</strong> mundo <strong>da</strong><br />

digitalização que o faça atuar e participar do seu processo <strong>de</strong> construção <strong>de</strong><br />

conhecimentos <strong>de</strong> forma ativa, interagindo com o instrumento <strong>de</strong><br />

aprendizagem, com os coleg<strong>as</strong> e o auxílio do professor, este último cujo<br />

papel é <strong>de</strong> extrema importância, uma vez que será o condutor d<strong>as</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s,<br />

o que o leva a procurar estar sempre atualizado em busca <strong>de</strong> <strong>no</strong>v<strong>as</strong><br />

experiênci<strong>as</strong> que possam enriquecer a sua ação em sala <strong>de</strong> aula.<br />

Portanto, o uso do computador e su<strong>as</strong> multimídi<strong>as</strong>, bem aplicad<strong>as</strong>, tornam-se um<br />

aliado do professor, transformando o espaço escolar. Assim o computador e <strong>as</strong> mídi<strong>as</strong> nele<br />

contid<strong>as</strong> <strong>de</strong>vem então servir <strong>de</strong> apoio ao professor em seus trabalhos tornando-se um<br />

facilitador na elaboração e realização d<strong>as</strong> aul<strong>as</strong> que tem que ministrar, para que isso ocorra<br />

efetivamente o professor <strong>de</strong>verá tomar como sugestão os p<strong>as</strong>sos <strong>de</strong> Santos (apud MORAN,<br />

2007, p. 176) ao dizer:<br />

É preciso apen<strong>as</strong> que os professores se apropriem <strong>de</strong>ssa linguagem e<br />

explorem com seus alu<strong>no</strong>s <strong>as</strong> vári<strong>as</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>ste <strong>no</strong>vo ambiente <strong>de</strong><br />

aprendizagem. O professor não po<strong>de</strong> ficar fora <strong>de</strong>sse <strong>contexto</strong>, <strong>de</strong>ste mundo<br />

virtual que seus alu<strong>no</strong>s dominam. M<strong>as</strong> cabe a ele direcionar su<strong>as</strong> aul<strong>as</strong>,<br />

aproveitando o que a internet po<strong>de</strong> oferecer <strong>de</strong> melhor.<br />

Ou seja, o docente in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> área <strong>de</strong> atuação <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sse <strong>no</strong>vo <strong>contexto</strong> não po<strong>de</strong> ficar<br />

à margem <strong>de</strong> to<strong>da</strong> essa transformação, inclusive o professor <strong>de</strong> Língua Portuguesa, por ter<br />

sido <strong>de</strong> certa <strong>de</strong> forma a disciplina com a qual o uso <strong>de</strong> tec<strong>no</strong>logi<strong>as</strong> começou. As mu<strong>da</strong>nç<strong>as</strong><br />

ocorrem inclusive diante <strong>da</strong> língua, pois a mesma é viva e está sempre em processo <strong>de</strong><br />

mu<strong>da</strong>nç<strong>as</strong>, acompanhando <strong>de</strong>sta forma <strong>as</strong> evoluções existentes.<br />

Para que isso ocorra, o professor não só <strong>de</strong> língua portuguesa, m<strong>as</strong> d<strong>as</strong> <strong>de</strong>mais<br />

disciplin<strong>as</strong> tem que <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> p<strong>as</strong>sar tudo pronto ao alu<strong>no</strong> e começar a ajudá-lo a fazer su<strong>as</strong><br />

pesquis<strong>as</strong> através dos meios já abor<strong>da</strong>dos, isto é, fazê-lo refletir sobre o que está sendo<br />

ministrado, pois quando isso não ocorre há apen<strong>as</strong> uma transferência <strong>de</strong> seus conhecimentos<br />

ao discente, impossibilitando-o <strong>de</strong> pensar para po<strong>de</strong>r discutir sobre <strong>de</strong>terminado <strong>as</strong>sunto.


Como afirma Moran “o professor é um facilitador, que auxilia ca<strong>da</strong> alu<strong>no</strong> <strong>no</strong> avanço do<br />

processo <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r. (2007, p. 168)”<br />

A Internet e o avanço tec<strong>no</strong>lógico possibilitam a aprendizagem <strong>de</strong> muit<strong>as</strong> form<strong>as</strong> e em<br />

lugares diferentes, <strong>de</strong> maneira distinta, m<strong>as</strong> a escola é o principal meio do processo <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<br />

aprendizagem. Assim sendo, TAJRA pergunta e ao mesmo tempo respon<strong>de</strong>: “Qual é o papel<br />

do professor diante <strong>da</strong> <strong>no</strong>va reali<strong>da</strong><strong>de</strong>? Promover o confronto d<strong>as</strong> informações localizad<strong>as</strong>,<br />

verificar a vali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>l<strong>as</strong>, procurando sempre estimular o senso crítico do alu<strong>no</strong>.” (2008, p.<br />

135). A tec<strong>no</strong>logia está ao alcance <strong>de</strong> uma boa parte do professorado e do alu<strong>no</strong>, <strong>de</strong>vendo<br />

sempre o primeiro i<strong>no</strong>var a maneira <strong>de</strong> ensinar para melhor orientar <strong>as</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong>senvolvid<strong>as</strong>.<br />

Nesse processo vale ressaltar, <strong>no</strong> entanto, que apesar <strong>da</strong> <strong>no</strong>va reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, nem todo<br />

ambiente escolar está efetivamente pronto e capacitado com essa situação, a exemplo do<br />

ocorrido com a educação inclusiva, que foi <strong>de</strong> certa forma empurra<strong>da</strong> “goela abaixo”, o uso <strong>de</strong><br />

<strong>no</strong>v<strong>as</strong> tec<strong>no</strong>logi<strong>as</strong> também segue o mesmo curso. Exigem que a i<strong>no</strong>vação, a dinâmica, a<br />

<strong>no</strong>vi<strong>da</strong><strong>de</strong> sejam partícipes do processo ensi<strong>no</strong>-aprendizagem, porém não formam o professor<br />

para <strong>de</strong>sempenhar tal tarefa, não lhes dão um mínimo <strong>de</strong> condição para que efetivamente a<br />

introdução e efetivo uso <strong>de</strong> <strong>no</strong>v<strong>as</strong> técnic<strong>as</strong> <strong>no</strong> compartilhar e construção do conhecimento<br />

aconteçam, conforme compartilha TAJRA:<br />

Um dos fatores primordiais para a obtenção do sucesso na utilização <strong>da</strong><br />

<strong>informação</strong> na educação é a capacitação do professor perante essa <strong>no</strong>va<br />

reali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>educacional</strong>. O professor <strong>de</strong>verá estar capacitado <strong>de</strong> tal forma que<br />

perceba como <strong>de</strong>ve efetuar a integração <strong>da</strong> tec<strong>no</strong>logia com sua proposta <strong>de</strong><br />

ensi<strong>no</strong>. Cabe a ca<strong>da</strong> professor <strong>de</strong>scobrir a sua própria forma <strong>de</strong> utilizá-la<br />

conforme o seu interesse <strong>educacional</strong>, pois, como já sabemos, não existe uma<br />

forma universal para a utilização dos computadores na sala <strong>de</strong> aula. (2008,<br />

105)<br />

M<strong>as</strong> <strong>de</strong>ve existir sim uma regulari<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> capacitação do facilitador, para que tenha <strong>as</strong><br />

mínim<strong>as</strong> condições <strong>de</strong> aplicar particularmente sua metodologia. Além disso, na maioria d<strong>as</strong><br />

instituições o construir do conhecimento resume-se ao transmitir prontamente e na<strong>da</strong> mais.<br />

Faz-se necessário sim, introduzir <strong>as</strong> tec<strong>no</strong>logi<strong>as</strong> <strong>no</strong> ambiente escolar, contudo não <strong>de</strong> qualquer<br />

forma. Logo, quer-se uma educação re<strong>no</strong>va<strong>da</strong>, dinâmica, atualiza<strong>da</strong> com o <strong>no</strong>vo pensar e agir<br />

<strong>da</strong> criança e do jovem, porém não capacitam os educadores para que isso efetivamente ocorra,<br />

camuflando e enganando o alu<strong>no</strong> e a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> em geral.<br />

Consequentemente o <strong>de</strong>spreparo reflete <strong>no</strong> dia a dia do professor <strong>de</strong> qualquer área do<br />

conhecimento, que é colocado à prova a todo o momento, sobretudo porque o seu alu<strong>no</strong> como<br />

dizem é “atenado”, domina com b<strong>as</strong>tante autori<strong>da</strong><strong>de</strong>, pelo me<strong>no</strong>s <strong>no</strong> que se refere ao


manuseio, <strong>de</strong> to<strong>da</strong> gama <strong>de</strong> tec<strong>no</strong>logi<strong>as</strong> existente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> um celular aos mais mo<strong>de</strong>r<strong>no</strong>s e<br />

complexos program<strong>as</strong> <strong>de</strong> computação, sem esquecer <strong>da</strong> internet que é uma ferramenta,<br />

po<strong>de</strong>mos dizer, indissociável do jovem. No outro patamar tem-se a figura do docente que<br />

<strong>de</strong>veria estar apto a orientar seus alu<strong>no</strong>s <strong>no</strong> fazer uso <strong>de</strong> forma mais proveitosa <strong>de</strong>ssa<br />

autori<strong>da</strong><strong>de</strong> que eles têm. M<strong>as</strong> como fazê-lo se não são capacitados para isso.<br />

Diante dos <strong>no</strong>vos recursos <strong>de</strong> trabalho, o professor <strong>de</strong>ve pensar <strong>no</strong> que irá trabalhar,<br />

quais habili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>verão ser <strong>de</strong>senvolvid<strong>as</strong> para o alu<strong>no</strong>, o que será avaliado frente aos<br />

objetivos traçados. Esse trabalho não po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado apen<strong>as</strong> uma maneira <strong>de</strong> atrair os<br />

alu<strong>no</strong>s para a sala <strong>de</strong> aula; talvez <strong>de</strong> início essa seja a intenção do educador, m<strong>as</strong> logo <strong>de</strong>pois<br />

seu propósito <strong>de</strong>ve se revelar e, mesmo que até o momento não tenha se <strong>da</strong>do conta, o alu<strong>no</strong><br />

terá competência para p<strong>as</strong>sar por divers<strong>as</strong> situações. A consciência <strong>de</strong> que objetivos <strong>de</strong>vem<br />

existir; <strong>de</strong> que <strong>as</strong> habili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvid<strong>as</strong> <strong>de</strong>vam ser úteis para o cotidia<strong>no</strong> do educando; <strong>de</strong><br />

que há cois<strong>as</strong> a serem selecionad<strong>as</strong>, pois os <strong>no</strong>vos conhecimentos também po<strong>de</strong>m ser usados<br />

<strong>de</strong> forma erra<strong>da</strong>.<br />

Dessa forma, a visão crítica também será <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>; os educadores <strong>de</strong>vem ter;<br />

portanto o que a maioria <strong>de</strong>les não possui a qualificação técnica para <strong>de</strong>senvolver esse<br />

trabalho. Os projetos nunca sairão do papel se <strong>as</strong> ações necessári<strong>as</strong> não acontecerem. Assim,<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ste universo tec<strong>no</strong>lógico <strong>no</strong> qual se vive, a língua não ficou fora <strong>de</strong>ss<strong>as</strong><br />

transformações; pelo contrário evoluiu e a<strong>da</strong>ptou-se à <strong>no</strong>va reali<strong>da</strong><strong>de</strong> e em <strong>de</strong>corrência a<br />

maneira como o ensi<strong>no</strong> <strong>da</strong> língua é <strong>de</strong>senvolvido e aplicado não po<strong>de</strong> parar <strong>no</strong> tempo, tem que<br />

acompanhar esta flexibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e facili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> a<strong>da</strong>ptação, o que é simplesmente o resultado do<br />

povo que a utiliza.<br />

CONCLUSÃO<br />

A primeira contribuição <strong>de</strong>sse trabalho é a <strong>de</strong> que <strong>no</strong>s preocupamos inicialmente em<br />

apresentar a origem e <strong>de</strong>senvolvimento dos recursos utilizados em sala <strong>de</strong> aula. Quando se<br />

fala <strong>de</strong> tec<strong>no</strong>logi<strong>as</strong> tem-se muit<strong>as</strong> vezes uma visão restrita, ou melhor, direciona<strong>da</strong> apen<strong>as</strong> à<br />

informática e tudo que a partir <strong>de</strong>la surgiu, m<strong>as</strong> apresentamos justamente que isso não<br />

correspon<strong>de</strong> ao real, ao se pensar em tec<strong>no</strong>logia <strong>de</strong>vemos abrir um leque muito mais v<strong>as</strong>to<br />

como foi apresentado, os recursos utilizados variam <strong>de</strong> acordo com a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> na qual<br />

estavam ou estão inseridos, por isso voltar o olhar para a história com certeza contribui para<br />

melhor enten<strong>de</strong>rmos o <strong>contexto</strong> atual.<br />

Além disso, não pu<strong>de</strong>mos e nem <strong>de</strong>veríamos <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> lado o papel do docente <strong>de</strong>ntro<br />

<strong>de</strong>sse <strong>contexto</strong> <strong>educacional</strong> que é fun<strong>da</strong>mental para a construção do conhecimento em


qualquer área. Vári<strong>as</strong> autori<strong>da</strong><strong>de</strong>s do campo <strong>de</strong> tec<strong>no</strong>logi<strong>as</strong> aplicad<strong>as</strong> à educação, a exemplo,<br />

Sanmya Feitosa Tjara e José Manuel Moran, ratificam em seus textos a importância <strong>da</strong><br />

capacitação pela qual o educador tem que p<strong>as</strong>sar para está apto a <strong>de</strong>sempenhar bem seu papel<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sse universo infinito que é o <strong>de</strong> formar um ser pensante e consciente <strong>de</strong> sua missão<br />

como perpetuador do conhecimento, pois esse <strong>de</strong>ve ser o pensamento e agir <strong>de</strong> todo e<br />

qualquer profissional <strong>da</strong> educação.<br />

Se queremos métodos ativos na educação, que promovam a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos<br />

interlocutores, precisamos também <strong>de</strong> professores ativos, capazes <strong>de</strong> transformar a mensagem<br />

numa tarefa tanto prazerosa, como também experimental, tanto crítica quanto criativa. M<strong>as</strong> os<br />

docentes precisam ter condições, em sua formação, e <strong>no</strong> exercício do seu ofício, para <strong>as</strong>sumir<br />

a complexa e relevante tarefa que lhes compete <strong>de</strong> educar, ou seja, formar ci<strong>da</strong>dãos.<br />

REFERÊNCIAS<br />

FERREIRA, A. B. H. Minidicionário <strong>da</strong> língua portuguesa 4 ed. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Nova<br />

Fronteira, 2001.<br />

FIORIN, José Luiz. Introdução à lingüística: I objetivos teóricos. 5. ed. São Paulo:<br />

Contexto, 2007.<br />

GUEDES, Josevânia Teixeira. O computador <strong>no</strong> <strong>contexto</strong> escolar: utilização construtiva x<br />

utilização <strong>de</strong>strutiva. III Seminário Internacional <strong>de</strong> Educação. UFS - Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong><br />

Sergipe. São Cristóvão/Sergipe, 2007.<br />

MORAN, José Manuel. Desafios na comunicação pessoal: gerenciamento integrado <strong>da</strong><br />

comunicação pessoal, social e tec<strong>no</strong>lógica. 3. ed. São Paulo: Paulin<strong>as</strong>, 2007.<br />

MORAN, José Manuel. As mídi<strong>as</strong> na educação. Disponível em:<br />

Acesso em: 21. mai. 2011.<br />

SILVA, Ivan<strong>da</strong> Maria Martins. Literatura, escola e <strong>no</strong>v<strong>as</strong> tec<strong>no</strong>logi<strong>as</strong>: qual o futuro <strong>da</strong><br />

leitura na cibercultura?. FIR - Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> Integra<strong>da</strong> do Recife.<br />

SILVA, R. V. M. A língua e a fé: origens <strong>da</strong> escolarização em língua portuguesa <strong>no</strong> império<br />

luso. Disponível em: Acesso em: 13. mai. 2011.<br />

TAJRA, Sanmya Feitosa. Informática na educação: <strong>no</strong>v<strong>as</strong> ferrament<strong>as</strong> pe<strong>da</strong>gógic<strong>as</strong> para o<br />

professor na atuali<strong>da</strong><strong>de</strong>. 8. ed. São Paulo: Érica, 2008.<br />

TEYSSIER, Paul. Tradução <strong>de</strong> Celso Cunha. História <strong>da</strong> Língua Portuguesa. 2. ed. São<br />

Paulo: Martins Fontes, 2004.

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