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a importância do projeto político pedagógico na edificação de uma ...

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A IMPORTÂNCIA DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO NA<br />

EDIFICAÇÃO DE UMA ESCOLA QUE FORTALECE A DIVERSIDADE<br />

CULTURAL<br />

SILVEIRA, Andréia Car<strong>do</strong>so i<br />

SANTOS, Joedson Brito ii<br />

Educação, Cultura e Religião<br />

Resumo: O presente artigo <strong>de</strong> caráter bibliográfico é fruto <strong>de</strong> um trabalho<br />

monográfico que objetivou a<strong>na</strong>lisar a construção <strong>do</strong> Projeto Político Pedagógico -<br />

PPP da escola da comunida<strong>de</strong> quilombola <strong>de</strong> Agreste - MG, verifican<strong>do</strong> <strong>de</strong> que<br />

forma esse expressa as especificida<strong>de</strong>s da comunida<strong>de</strong>. A partir <strong>de</strong> um recorte <strong>do</strong><br />

referi<strong>do</strong> trabalho, este texto discuti a <strong>importância</strong> <strong>do</strong> Projeto Político Pedagógico <strong>na</strong><br />

construção <strong>de</strong> <strong>uma</strong> escola que é capaz <strong>de</strong> conviver, valorizar e fortalecer a<br />

diversida<strong>de</strong> cultural h<strong>uma</strong><strong>na</strong>. Trata-se <strong>de</strong> um artigo que ao se inserir no campo das<br />

discussões sobre diversida<strong>de</strong> e multiculturalismo <strong>na</strong> escola, tor<strong>na</strong>-se relevante por<br />

contribuir com a ampliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>bate tanto acerca <strong>do</strong> PPP quanto da <strong>importância</strong> da<br />

<strong>edificação</strong> <strong>de</strong> <strong>uma</strong> escola pautada nos princípios da igualda<strong>de</strong>, <strong>de</strong> respeito as<br />

diferenças e <strong>do</strong> convívio com a diversida<strong>de</strong>.<br />

Palavras chaves: Projeto Político Pedagógico, Fortalecimento, Diversida<strong>de</strong> cultural<br />

Abstract: This article is the result of bibliographical character a monograph aimed to<br />

a<strong>na</strong>lyze the construction of the Pedagogical Political Project - PPP school community<br />

quilombola Wasteland - MG, checking how it expresses the characteristics of the<br />

community. From a clipping of that work, this paper discussed the importance of the<br />

Pedagogical Political Project in the construction of a school that is able to live,<br />

<strong>de</strong>velop and strengthen the diversity of h<strong>uma</strong>n culture. It is an article that when<br />

entering the field of discussions about diversity and multiculturalism in school, it<br />

becomes important to contribute to the wi<strong>de</strong>r <strong>de</strong>bate about both the PPP and the<br />

importance of building a school based on the principles of equality, respect the<br />

differences and living with diversity.<br />

Keywords: Pedagogical Political Project, Empowerment, Cultural diversity<br />

1


1. Introdução<br />

É imprescindível compreen<strong>de</strong>r que a escola possui sua própria i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>,<br />

suas características e particularida<strong>de</strong>s que não <strong>de</strong>vem ser minimizadas diante <strong>do</strong>s<br />

procedimentos normativos ou institucio<strong>na</strong>is como leis, <strong>projeto</strong>s <strong>do</strong> governo, políticas<br />

educacio<strong>na</strong>is que se implantam <strong>na</strong>s escolas. Assim, o PPP <strong>de</strong>ve refletir a realida<strong>de</strong><br />

local, e o currículo <strong>de</strong>ve ser organiza<strong>do</strong> pelos seus sujeitos em permanente diálogo<br />

para que exista <strong>uma</strong> articulação entre os elementos que compete à organização<br />

inter<strong>na</strong> com as características da socieda<strong>de</strong>, da cultura e da própria historia,<br />

produzin<strong>do</strong> significa<strong>do</strong> às suas ações (SANTIAGO, 2001).<br />

Sobre Projeto Político Pedagógico, Veiga (1995, p. 13) o <strong>de</strong>fine<br />

<strong>de</strong>stacan<strong>do</strong> que este se constitui em um “<strong>projeto</strong> que busca um rumo, <strong>uma</strong> direção”<br />

para a escola. O PPP “é um <strong>projeto</strong> <strong>político</strong> por estar intimamente articula<strong>do</strong> ao<br />

compromisso socio<strong>político</strong> com os interesses reais e coletivos da população<br />

majoritária”. É, também, Pedagógico ao “<strong>de</strong>finir as ações educativas e as<br />

características necessárias as escolas <strong>de</strong> cumprirem seus propósitos e sua<br />

intencio<strong>na</strong>lida<strong>de</strong>” (VEIGA, 1995, p. 13).<br />

O presente artigo se constitui num trabalho bibliográfico resultante <strong>de</strong> um<br />

trabalho <strong>de</strong> monografia que objetivou a<strong>na</strong>lisar a construção <strong>do</strong> Projeto Político<br />

Pedagógico - PPP da escola da comunida<strong>de</strong> quilombola <strong>de</strong> Agreste - MG,<br />

verifican<strong>do</strong> <strong>de</strong> que forma esse expressa as especificida<strong>de</strong>s da comunida<strong>de</strong>.<br />

Propon<strong>do</strong> fazer um recorte <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> trabalho, este texto discuti a <strong>importância</strong> <strong>do</strong><br />

Projeto Político Pedagógico <strong>na</strong> construção <strong>de</strong> <strong>uma</strong> escola que é capaz <strong>de</strong> conviver,<br />

valorizar e fortalecer a diversida<strong>de</strong> cultural h<strong>uma</strong><strong>na</strong>. Esta produção ao inserir no<br />

campo das discussões sobre diversida<strong>de</strong> e multiculturalismo <strong>na</strong> escola, tor<strong>na</strong>-se<br />

relevante por contribuir com a ampliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>bate tanto acerca <strong>do</strong> PPP quanto da<br />

<strong>importância</strong> da <strong>edificação</strong> <strong>de</strong> <strong>uma</strong> escola pautada nos princípios da igualda<strong>de</strong>, <strong>de</strong><br />

respeito as diferenças e <strong>do</strong> convívio com a diversida<strong>de</strong>.<br />

Para isso, este texto foi organiza<strong>do</strong> em três partes. A primeira parte é esta<br />

introdução que apresenta a proposta <strong>do</strong> artigo; a segunda parte trata da <strong>importância</strong><br />

da escola por meio <strong>de</strong> seu PPP comprometer-se com o resgate e valorização da<br />

diversida<strong>de</strong> cultural e, por fim, a terceira parte que traz as consi<strong>de</strong>rações fi<strong>na</strong>is.<br />

2


2. Projeto Político Pedagógico: compromisso com o resgate e valorização da<br />

diversida<strong>de</strong> cultural<br />

O PPP não recusa a historia da escola, ou seja, seus sujeitos, sua<br />

maneira <strong>de</strong> viver, o conjunto <strong>de</strong> seus currículos, méto<strong>do</strong>s e princípios. O PPP é um<br />

instrumento que confronta as novas reivindicações <strong>de</strong> cidadania, direitos e a busca<br />

<strong>de</strong> <strong>uma</strong> nova i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> para cada escola, pauta <strong>de</strong> <strong>uma</strong> socieda<strong>de</strong> caracterizada<br />

como pluralista (GADOTTI, 2004). Nessa perspectiva, a presente discussão está <strong>de</strong><br />

acor<strong>do</strong> com os preceitos <strong>do</strong>s PCNs que, por meio <strong>de</strong> seus Temas Transversais<br />

<strong>de</strong>lega à escola a função <strong>de</strong> trabalhar o PPP <strong>de</strong> maneira que possa refletir e<br />

expressar a cultura local, tor<strong>na</strong>n<strong>do</strong>-se instrumento para o fortalecimento da auto-<br />

estima e da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seus sujeitos.<br />

Entretanto, valorizar e afirmar as diversas culturas presente em nossa<br />

socieda<strong>de</strong> implica resgatar a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s sujeitos. Sobre o conceito <strong>de</strong><br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, Woordward (2000) a <strong>de</strong>fine expon<strong>do</strong> que a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> é relacio<strong>na</strong>l,<br />

construída pela diferença ao estar vinculada com o que está fora <strong>de</strong>la, com outra<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> que é <strong>de</strong>ssemelhante, e que por isso possibilita que ela exista. Dessa<br />

maneira, a construção da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> não é fundamentada ape<strong>na</strong>s pelos aspectos<br />

físicos que formam <strong>uma</strong> pessoa, mas também por questões econômicas, sociais e<br />

socioculturais.<br />

A i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> não se coloca como o oposto da diferença, ambas são peças<br />

chaves para a constituição <strong>do</strong> ser h<strong>uma</strong>no (WOORDWARD, 2000), caben<strong>do</strong> à<br />

escola por meio <strong>de</strong> seu Projeto Político Pedagógico ter esta consciência, pois ao<br />

trabalhar com a diversida<strong>de</strong> precisa mostrar aos seus alunos a <strong>importância</strong> que cada<br />

grupo social representa para a socieda<strong>de</strong>, elimi<strong>na</strong>n<strong>do</strong> as atitu<strong>de</strong>s exclu<strong>de</strong>ntes.<br />

A elaboração e a implementação <strong>do</strong> PPP se configura, portanto, como<br />

<strong>uma</strong> possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalhar o respeito às diferenças, os princípios <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> e<br />

da diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> maneira positiva, ao ter como base a redução das manifestações<br />

preconceituosas iii que exclui e inferioriza parcelas da população brasileira.<br />

Nesse contexto, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>-se a execução <strong>de</strong> ações questio<strong>na</strong><strong>do</strong>ras e<br />

promotoras <strong>do</strong> fortalecimento da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, <strong>do</strong> resgate das histórias <strong>do</strong>s sujeitos<br />

que formam o espaço educativo, <strong>de</strong> forma que esses indivíduos possam se<br />

reconhecer como porta<strong>do</strong>res <strong>de</strong> direitos e possui<strong>do</strong>res <strong>de</strong> <strong>uma</strong> cultura. Essa<br />

3


conscientização <strong>de</strong>ve estar presente em <strong>uma</strong> socieda<strong>de</strong> caracterizada<br />

concomitantemente pela pluralida<strong>de</strong> cultural e pelos resquícios <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> escravista<br />

(MOURA, 1999).<br />

A partir da exposição anterior, percebe-se a <strong>importância</strong> <strong>do</strong> PPP como<br />

articula<strong>do</strong>r da prática pedagógica, a ser estabeleci<strong>do</strong> como <strong>do</strong>cumento vital em um<br />

espaço que aprecia a valorização da diversida<strong>de</strong>, que recusa as ações que<br />

inferiorizam os indivíduos, e que têm como fundamento o trabalho coletivo.<br />

De maneira convergente e complementar, Resen<strong>de</strong> afirma que a<br />

elaboração coletiva <strong>do</strong> PPP não po<strong>de</strong> ser compreendida como <strong>uma</strong> receita a ser<br />

seguida, mas como um plano que caminha para sobrepujar relações “hegemônicas”.<br />

Dessa maneira, o PPP e o multiculturalismo <strong>de</strong>vem andar acopla<strong>do</strong>s, haja vista que<br />

ambas são peças “inter<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes e que se complementam” (1988, p. 44).<br />

Nessa direção, é interessante enveredar pela discussão em torno <strong>do</strong><br />

multiculturalismo. De acor<strong>do</strong> com Oliveira, Canen e Franco (2000) <strong>na</strong> atual<br />

conjuntura a discussão em torno <strong>de</strong> multiculturalismo <strong>de</strong>svela posições diferenciadas<br />

que oscilam entre <strong>uma</strong> rejeição total à sua <strong>de</strong>fesa incontestável, <strong>uma</strong> vez que o<br />

termo implica diferentes vertentes e posições epistemológicas.<br />

Os referi<strong>do</strong>s autores conceituam o multiculturalismo “como a condição<br />

das socieda<strong>de</strong>s assi<strong>na</strong>ladas pela pluralida<strong>de</strong> <strong>de</strong> culturas, etnias, i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s,<br />

padrões culturais, socioeconômicos e culturais, abrangen<strong>do</strong> as formas pelas quais<br />

os diversos campos <strong>do</strong> saber incorporam a sensibilização a esta diversida<strong>de</strong> em<br />

suas formulações representações e praticas” (OLIVEIRA, CANEN e FRANCO, 2000,<br />

p. 115). Contu<strong>do</strong>, a partir <strong>de</strong>ssa conceituação generalizada, surgem posturas<br />

epistemológicas que vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> concepções <strong>de</strong> <strong>uma</strong> socieda<strong>de</strong> harmoniosa, em que<br />

a pluralida<strong>de</strong> cultural é compreendida em termos “exóticos e folclóricos”, até<br />

pressupostos mais questio<strong>na</strong><strong>do</strong>res que enten<strong>de</strong>m que essa pluralida<strong>de</strong> está<br />

correlacio<strong>na</strong>da com questões <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, que autentifica grupos hegemônicos e<br />

elimi<strong>na</strong>m vozes culturais, políticas, sociais e educacio<strong>na</strong>is.<br />

Ao tratar <strong>do</strong> multiculturalismo <strong>na</strong> educação, Silva (2005) a<strong>na</strong>lisa a idéia <strong>de</strong><br />

heterogeneida<strong>de</strong> como alicerce para <strong>uma</strong> pedagogia on<strong>de</strong> há <strong>uma</strong> tendência a<br />

<strong>na</strong>turalizar “a diferença e a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>” e on<strong>de</strong> “a posição socialmente aceita e<br />

pedagogicamente recomendada é <strong>de</strong> respeito e tolerância para com a diversida<strong>de</strong> e<br />

a diferença”. De acor<strong>do</strong> com o referi<strong>do</strong> autor, trata-se <strong>de</strong> <strong>uma</strong> posição liberal que<br />

não po<strong>de</strong> servir <strong>de</strong> base para <strong>uma</strong> pedagogia crítica e questio<strong>na</strong><strong>do</strong>ra. Dessa forma,<br />

4


adverti sobre <strong>uma</strong> pedagogia <strong>de</strong>sig<strong>na</strong>da a problematizar a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e a diferença,<br />

não <strong>uma</strong> pedagogia centrada <strong>na</strong> diversida<strong>de</strong> (SILVA, 1995).<br />

Segun<strong>do</strong> Pereira (2003 p. 01)<br />

Alguns educa<strong>do</strong>res, retoricamente, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m a aceitação, a tolerância e o<br />

respeito no trato com a diferença. Valorizam, sob palavras vazias, a<br />

diversida<strong>de</strong> cultural como um valor <strong>pedagógico</strong> i<strong>de</strong>aliza<strong>do</strong>. Ora, a diferença<br />

não requer necessariamente tolerância, respeito ou aceitação, pois tal<br />

<strong>de</strong>fesa <strong>de</strong>ixa intactas as relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r que estão <strong>na</strong> base da produção<br />

discursiva da diferença. Quem aceita ou tolera, geralmente está no topo da<br />

hierarquia social e, sob a perspectiva h<strong>uma</strong>nista, não interroga o po<strong>de</strong>r,<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> tão somente <strong>uma</strong> generosida<strong>de</strong> utópica e <strong>uma</strong> convivência<br />

social e cultural harmoniosa. O tolerante mostra-se, muitas vezes, superior<br />

ao tolera<strong>do</strong>. O respeito fixa a dissimetria das relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, que <strong>de</strong>vem,<br />

ao contrário, ser postas permanentemente em questão.<br />

Nessa linha, Silva (1995) enfatiza sobre a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar,<br />

refletir e questio<strong>na</strong>r sobre os princípios que fundamentam os currículos atuais,<br />

atentan<strong>do</strong> para a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contrapor e alterar as relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r que<br />

muitas vezes exclui os diferentes grupos sociais.<br />

Para isso, a escola precisa conduzir momentos <strong>de</strong> permanente reflexão<br />

juntamente com seus membros para a discussão <strong>de</strong> propostas e atitu<strong>de</strong>s<br />

investigativas que possam elimi<strong>na</strong>r as relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r que amplia as práticas<br />

<strong>de</strong>preciativas. Não po<strong>de</strong>mos nos ser leva<strong>do</strong>s pelo equívoco <strong>de</strong> <strong>de</strong>dicar ape<strong>na</strong>s um<br />

dia <strong>do</strong> ano para lutar contra as ações preconceituosas. Um currículo que questio<strong>na</strong><br />

todas as formas <strong>de</strong> margi<strong>na</strong>lização é aquele que em to<strong>do</strong>s os dias <strong>do</strong> ano letivo, e<br />

em to<strong>do</strong>s os recursos didáticos estão presentes as culturas negadas (SANTOMÉ,<br />

1995).<br />

Infelizmente estas ações ainda não se fazem presente em muitas escolas,<br />

inclusive no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> currículo escolar, que fundamenta<strong>do</strong> <strong>na</strong> reprodução<br />

e transferência <strong>de</strong> conteú<strong>do</strong>s prontos, não tem manti<strong>do</strong> nenh<strong>uma</strong> ligação com as<br />

particularida<strong>de</strong>s e especificida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> seu público. (LONGHI; BENTO, 2008)<br />

Dessa maneira, a educação formal tem impedi<strong>do</strong> os alunos <strong>de</strong> se<br />

reconhecem como sujeitos que são porta<strong>do</strong>res <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> própria, pois não existe<br />

nenh<strong>uma</strong> relação entre os conteú<strong>do</strong>s ministra<strong>do</strong>s e o seu espaço <strong>de</strong> vivência. Sobre<br />

5


este assunto, Ataí<strong>de</strong> e Morais (2003) alertam que esta situação força as crianças e<br />

jovens em formação a negarem-se enquanto indivíduos que são culturais <strong>na</strong> sua<br />

essência, <strong>de</strong>tentores <strong>de</strong> ancestralida<strong>de</strong>, cultura, maneiras diferenciadas <strong>de</strong> conviver<br />

e que se relacio<strong>na</strong>m com sua origem étnica, guardan<strong>do</strong> representações e relações<br />

que os edifica como indivíduos plurais.<br />

Um segmento que convive <strong>de</strong> maneira constante com a <strong>de</strong>svalorização<br />

<strong>de</strong> sua cultura é o segmento negro. Na escola, além <strong>de</strong> um currículo fundamento em<br />

valores eurocêntricos, os livros didáticos e os cartazes que são fixa<strong>do</strong>s <strong>na</strong>s escolas<br />

<strong>de</strong>squalifica e exclui este grupo social. Nestes materiais, o uso <strong>de</strong> imagens<br />

representadas por pessoas que apresentam características européias, como o<br />

cabelo liso e a pele clara reforçam as atitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong>preciativas sobre a figura <strong>do</strong> negro<br />

(GOMES, 2001).<br />

Cavalleiro (2001) questio<strong>na</strong> essas práticas ao <strong>de</strong>stacar que <strong>uma</strong><br />

educação anti-racista busca a erradicação <strong>de</strong> todas as ações que são<br />

preconceituosas e <strong>de</strong> tratamento diferencia<strong>do</strong>. Nela, qualquer tipo <strong>de</strong> preconceitos e<br />

estereótipos presentes no meio <strong>de</strong> comunicação e materiais didáticos <strong>de</strong>ve ser<br />

elimi<strong>na</strong><strong>do</strong>, para a condução <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong>.<br />

De maneira convergente, Gomes <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que<br />

A superação <strong>de</strong> práticas racistas veladas e explicitas no cotidiano escolar,<br />

que vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a escolha <strong>do</strong> professor ao tratamento da<strong>do</strong> aos pais/mães e<br />

aos/às alunos/as negros/as. Significa rever as enunciações e a maneira<br />

como o segmento negro é retrata<strong>do</strong> nos cartazes, nos livros didáticos, <strong>na</strong>s<br />

festas e nos auditórios. Representa, também, <strong>de</strong>svelar o silencio sobre a<br />

questão racial da escola. (GOMES, 2001, p. 89)<br />

Assim, faz-se necessário a realização <strong>de</strong> um trabalho que busque<br />

resgatar a auto-estima das crianças e que po<strong>de</strong> ser realiza<strong>do</strong> por meio <strong>de</strong> “falas<br />

explicitas” que contenham elogios por seu <strong>de</strong>senvolvimento, sua aparência física e<br />

ainda pelo seu comportamento. Trata-se <strong>de</strong> proporcio<strong>na</strong>r às crianças pertencentes a<br />

grupos inferioriza<strong>do</strong>s, estímulos que sejam concretiza<strong>do</strong>s <strong>de</strong> maneira clara e<br />

objetiva. As “falas diretas” <strong>de</strong> caráter positivo a respeito da família <strong>do</strong> individuo e <strong>de</strong><br />

seu pertencimento étnico possibilita a criança o sentimento <strong>de</strong> pertencer ao convívio<br />

escolar (CAVALLEIRO, 2001).<br />

As argumentações apresentadas vão <strong>de</strong> encontro ao parecer das<br />

Diretrizes Curriculares Nacio<strong>na</strong>is para Educação das Relações Étnico-Raciais e para<br />

o Ensino <strong>de</strong> História e Cultura Afro-Brasileira e Africa<strong>na</strong> (2004) que institui a<br />

6


obrigatorieda<strong>de</strong> <strong>do</strong> ensino da historia da África e <strong>do</strong>s africanos no currículo escolar<br />

<strong>do</strong> Ensino Fundamental e <strong>do</strong> Ensino Médio. De acor<strong>do</strong> com estes <strong>do</strong>cumentos, para<br />

a escola obter êxitos, faz-se necessário que seus professores atuem <strong>de</strong> maneira<br />

ativa, sem improvisação para elimi<strong>na</strong>r mentalida<strong>de</strong>s racistas e discrimi<strong>na</strong><strong>do</strong>ras e<br />

reconstruir “relações étnico-raciais e sociais” justas e respeitosas. Os <strong>do</strong>cumentos<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m também que o espaço escolar não po<strong>de</strong> se fundamentar em conteú<strong>do</strong>s e<br />

raciocínios afasta<strong>do</strong>s das experiências <strong>de</strong> inferiorizarão e <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s<br />

presenciadas pelos negros<br />

Tal afirmação revela a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> não atermos ape<strong>na</strong>s aos nossos<br />

pensamentos e pressuposições, que muitas vezes dificultam o entendimento <strong>do</strong>s<br />

problemas. É imprescindível observar e questio<strong>na</strong>r nossas condutas e também <strong>de</strong><br />

toda equipe escolar, escutar com atenção os pais e alunos que vivenciam a<br />

experiência direta com o problema racial, atentar para ‘<strong>importância</strong> <strong>do</strong> miú<strong>do</strong>, a<br />

<strong>importância</strong> <strong>do</strong> oral, a <strong>importância</strong> <strong>do</strong> dia-a-dia’(CAVALLEIRO, 2001, p. 152). Trata-<br />

se ainda <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r as práticas sociais <strong>do</strong> entorno escolar, i<strong>de</strong>ntificar as<br />

maneiras <strong>de</strong> sobrevivência, crenças, valores, formas <strong>de</strong> lazer e que são produtoras<br />

<strong>de</strong> representações e saberes próprios <strong>de</strong> um <strong>de</strong>termi<strong>na</strong><strong>do</strong> grupo (SANTIAGO, 1995).<br />

Assim, diante da proposta <strong>de</strong> <strong>uma</strong> educação diferenciada e anti-racista, a<br />

primeira ação a ser ostentada pela escola é a reflexão em torno <strong>do</strong> seu Projeto<br />

Político Pedagógico. Este <strong>do</strong>cumento ao nortear a prática educativa, e tomar como<br />

referência os seus indivíduos e respectivas i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s, configura-se em instrumento<br />

<strong>de</strong> resgate e fortalecimento <strong>do</strong>s grupos excluí<strong>do</strong> (DALBEN, 2004). Porém, para que<br />

este <strong>do</strong>cumento cumpra esta função, é imprescindível que os indivíduos que<br />

compõe a escola estejam conscientes da <strong>importância</strong> <strong>de</strong>ste <strong>do</strong>cumento e ao<br />

construí-los <strong>de</strong>vem fundamentar-se nos interesses da escola.<br />

A afirmação apresentada tem como perspectiva a <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> um PPP que<br />

rejeita imposições e <strong>de</strong>cisões tomadas no exterior da escola. Trata-se <strong>de</strong> um PPP<br />

que questio<strong>na</strong> o contexto escolar, e principalmente as diretrizes que a embasam,<br />

haja vista que o conteú<strong>do</strong> <strong>de</strong>stes <strong>do</strong>cumentos têm si<strong>do</strong> apontadas como mante<strong>do</strong>ras<br />

<strong>de</strong> vínculos com <strong>uma</strong> socieda<strong>de</strong> caracterizada como capitalista, submissa aos<br />

valores <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>, e que por isso buscam preparar o homem para o <strong>de</strong>sempenho<br />

<strong>de</strong> papeis que atenda os interesses <strong>de</strong>sta socieda<strong>de</strong>, e assim <strong>de</strong>slembran<strong>do</strong> a<br />

legitima função da escola.<br />

7


3. Consi<strong>de</strong>rações Fi<strong>na</strong>is<br />

A escola conviveu por um longo perío<strong>do</strong> com <strong>uma</strong> situação que limitava<br />

em <strong>de</strong>finir entre ser tradicio<strong>na</strong>l ou basear-se nos princípios da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>. Essa<br />

situação ainda não <strong>de</strong>svaneceu, entretanto não mais respon<strong>de</strong> as questões atuais<br />

das instituições escolares, inclusive à questão <strong>do</strong> seu <strong>projeto</strong> educativo (GADOTTI,<br />

2004). As mudanças que ocorrem <strong>na</strong> socieda<strong>de</strong> têm abrangi<strong>do</strong> a instituição escolar<br />

colocan<strong>do</strong> em pauta gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>safios para to<strong>do</strong> aparato educacio<strong>na</strong>l que é cada vez<br />

mais questio<strong>na</strong><strong>do</strong> sobre a função da escola que se insere em <strong>uma</strong> socieda<strong>de</strong> pós-<br />

mo<strong>de</strong>r<strong>na</strong> e que se caracteriza pela globalização, pelo pluralismo <strong>político</strong> e pela<br />

<strong>na</strong>scimento <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r local. Nesse cenário, cresce as reivindicações pelo direito a<br />

autonomia versus toda forma <strong>de</strong> padronização e o anseio <strong>de</strong> asseveração da<br />

singularida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada região, e <strong>de</strong> cada língua (GADOTTI, 2004).<br />

Neste cenário <strong>de</strong> discussão sobre a construção <strong>de</strong> <strong>uma</strong> escola que saiba<br />

garantir que as particularida<strong>de</strong>s ou a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu entorno seja preservada, faz-<br />

se necessário <strong>de</strong>stacar a <strong>importância</strong> <strong>do</strong> Projeto Político Pedagógico. Este<br />

<strong>do</strong>cumento escolar ao se constituir em <strong>uma</strong> ferramenta que trabalha em prol <strong>do</strong><br />

alcance <strong>do</strong>s objetivos da escola (BUTTURA, 2005) po<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ve ser construí<strong>do</strong> ten<strong>do</strong><br />

como fundamento a luta pela <strong>edificação</strong> <strong>de</strong> <strong>uma</strong> educação que convive e busca<br />

fortalecer as culturas locais e conseguintemente a diversida<strong>de</strong> cultural <strong>de</strong> nossa<br />

socieda<strong>de</strong>.<br />

Nessa conjuntura, no presente artigo <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>-se que a escola no seu<br />

papel <strong>de</strong> trabalhar em <strong>de</strong>fesa da diversida<strong>de</strong> cultural não po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar que seu PPP,<br />

<strong>do</strong>cumento nortea<strong>do</strong>r da prática pedagógica, esteja distante da realida<strong>de</strong> em que a<br />

escola está inserida. A instituição escolar por meio <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> <strong>do</strong>cumento precisa<br />

expressar e refletir a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> costumes e as i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s daqueles que a<br />

compõe.<br />

Referências<br />

ATAÍDE, Yara Dulce B. <strong>de</strong> MORAIS Edmilson <strong>de</strong> Se<strong>na</strong>. A (re)construção da<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> étnica afro-<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes a partir <strong>de</strong> <strong>uma</strong> proposta alter<strong>na</strong>tiva <strong>de</strong><br />

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8


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educação: repensan<strong>do</strong> nossa educação. São Paulo: Selo Negro, 2001, P.141-<br />

160.<br />

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i Mestranda em Educação pela Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da Bahia (UFBA), bolsista pela Fundação <strong>de</strong> Amparo a<br />

Pesquisa <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> da Bahia FAPESB. andréia-car@hotmail.com<br />

ii Mestran<strong>do</strong> em Educação pela Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da Bahia (UFBA), bolsista pela CAPES - Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção <strong>de</strong><br />

Aperfeiçoamento <strong>de</strong> Pessoal <strong>de</strong> Nível Superior. jbsantus@hotmail.com.<br />

iii “O preconceito é um julgamento negativo e prévio que os membros <strong>de</strong> <strong>uma</strong> raça, <strong>de</strong> <strong>uma</strong> etnia, <strong>de</strong> um grupo,<br />

<strong>de</strong> <strong>uma</strong> religião ou mesmo <strong>de</strong> indivíduos constroem em relação ao outro [...] Trata-se <strong>de</strong> um conceito ou opinião<br />

forma<strong>do</strong> antecipadamente, sem maior pon<strong>de</strong>ração ou conhecimento <strong>do</strong>s fatos (MUNANGA E GOMES, 2006, p.<br />

181)”.<br />

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