INCONTINÊNCIA URINÁRIA

Incontinência urinária
Incontinência urinária significa perda de urina em ocasião inoportuna e involuntária,
acarretando situação social desconfortável, e dependendo da causa, também
comprometimento do trato urinário e da função renal.
Pode surgir por causa vesical (relacionado à bexiga urinária), uretral (relacionado à uretra)
ou pela associação de ambas.
A diferenciação entre as causas pode ser feita por propedêutica laboratorial, radiológica,
ultra-sonográfica, mas principalmente pela realização do EXAME URODINÂMICO.
A bexiga urinária consiste, basicamente, em um músculo liso, protegido internamente por
uma camada mucosa. A urina proveniente dos rins é drenada para a bexiga através dos
ureteres, e sai da bexiga através da uretra, passando pelo seu esfíncter. O esvaziamento
da bexiga é um processo que envolve a contração de sua musculatura (músculo detrusor)
e liberação do esfíncter por reflexo neurológico.
Altas pressões na bexiga consistem na principal causa de perda urinária neste grupo, e
podem surgir pela contração involuntária da musculatura da bexiga à medida que ela se
enche de urina.
Dentre suas causas, podemos dividi-las em dois grupos:
CAUSAS IRRITATIVAS: promovem contrações imperiosas de difícil inibição, com perdas
freqüentes.
São elas:
- Neoplasias (tumores, carcinomas);
- Infecções;
- Radioterapia.
Fatores inflamatórios vesicais (p.ex.: tuberculose) podem levar a diminuição cicatricial
progressiva da bexiga, atingindo-se volumes mínimos, incompatíveis com hábito miccional
tolerável.
CAUSAS NEURO-MUSCULARES:
Bexiga Hiperativa: alterações neurológicas que liberam o arco reflexo promovem
contrações inadequadas do músculo detrusor durante a fase de enchimento (antes do
momento de urinar) em intensidades e com sensibilidades variáveis.
Incontinência de Esforço: relacionadas com uma frouxidão ou disfunção do esfíncter
uretral. O portador apresenta perda urinária aos esforços (tossir, levantar peso, e até
mesmo ao caminhar). Pode ocorrer por lesão direta da musculatura esfincteriana ou por
lesão na inervação da mesma.

Incontinência Mista: resulta da combinação de bexiga hiperativa com incontinência de
esforço.
Incontinência paradoxal: quando o excesso de urina normalmente retido na bexiga, sai
involuntáriamente.
Traumas medulares: podem ser a causa das doenças descritas acima, podendo cursar
com discinergia (falta de coordenação durante o esvaziamento da bexiga)
Idade avançada: com o envelhecimento, a bexiga sofre alterações estruturais, como
denervação e degeneração. A denervação é causada por alterações no córtex cerebral
envolvido no planejamento miccional, e manifesta-se como urgência miccional, podendo,
então, ser uma das causas de bexiga neurogênica. A degeneração ocorre por acúmulo de
colágeno no músculo da bexiga, manifestando-se com aumento da freqüência urinária.
Doenças metabólicas como dibetes melito e amiloidose também podem afetar a micção
em diferentes etapas.
Enurese
O termo enurese significa micção durante o sono, com contração sinérgica e
esvaziamento vesical total. Constitue situação normal no primeiro ano de vida.
Gradativamente aprendemos a controlar o arco reflexo vesical, de forma a fazê-lo quase
inconscientemente, até durante o sono. Até os 4 anos de idade, 70 % das crianças o
fazem adequadamente. A cada ano, uma percentagem significativa adquire esta
capacidade, de forma que aos 12 anos de idade, apenas 2 % das pessoas ainda
apresentam episódios enuréticos. Muitas causas são relacionadas para a persistência
destas ocorrências, sendo que 90 % delas apresentam instabilidade vesical ao exame
urodinâmico, considerada retardo no controle da bexiga, sem causa detectável.
Em geral, a enurese torna-se problema por dar insegurança e desconforto a criança,
numa fase de sociabilidade progressiva.
Incontinência Urinária de Esforço na Mulher
A característica especial desta incontinência é a integridade da uretra. O
enfraquecimento da pelve e do períneo faz com que os reforços uretrais sejam pouco
eficientes, permitindo que o aumento da pressão intra-abdominal se sobreponha à
resistência uretral, havendo perda urinária.
TRATAMENTO
Consiste em assistência médica por parte de um médico urologista que diagnosticará a
doença e aplicará a forma de tratamento mais adequada, medicamentosa ou cirúrgica,
podendo em alguns casos haver a necessidade de intervenção de fisioterapeuta e
psicólogo.