Dominus est - Obras Raras do Catolicismo
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cessem mesmo, implicitamente, a razão pela qual o<br />
sacer<strong>do</strong>te era considera<strong>do</strong> a pessoa mais perigosa. A<br />
verdadeira razão era <strong>est</strong>a: só o sacer<strong>do</strong>te podia dar Deus<br />
aos homens, dar Cristo da maneira mais concreta e directa<br />
possível, isto é, através da Eucaristia e da Sagrada<br />
Comunhão. Por isso, era proibida a celebração da Santa<br />
Missa. Mas nenhum poder humano <strong>est</strong>ava em condições<br />
de vencer o poder Divino, que agia no mistério da Igreja e,<br />
sobretu<strong>do</strong>, nos Sacramentos.<br />
Durante esses anos bem nebulosos, a Igreja, no imenso<br />
império soviético, via-se forçada a viver na cland<strong>est</strong>inidade.<br />
Mas a coisa mais importante era <strong>est</strong>a: a Igreja era viva, ou<br />
melhor, vivíssima, se bem que lhe faltassem edifícios<br />
sagra<strong>do</strong>s, se bem que houvesse uma enorme escassez de<br />
sacer<strong>do</strong>tes. A Igreja era vivíssima, porque lhe não faltava<br />
de to<strong>do</strong> a Eucaristia - muito embora bem raramente acessível<br />
aos fiéis - porque não lhe faltavam almas com fé bem firme<br />
no mistério eucarístico, porque não lhe faltavam mulheres,<br />
muitas vezes mães e avós, com uma alma “sacer<strong>do</strong>tal”<br />
que guardavam e mesmo administravam a Eucaristia com<br />
amor extraordinário, com delicadeza e com a máxima<br />
reverência possível, no espírito <strong>do</strong>s cristãos <strong>do</strong>s primeiros<br />
séculos, que se exprimia no adágio: “cum amore ac<br />
timore” (com amor e temor).<br />
Entre os numerosos exemplos de mulheres<br />
“eucarísticas” <strong>do</strong> tempo da cland<strong>est</strong>inidade soviética,<br />
será aqui apresenta<strong>do</strong> o exemplo de três mulheres <strong>do</strong><br />
conhecimento pessoal <strong>do</strong> autor: Maria Schneider (mãe <strong>do</strong><br />
autor), Pulcheria Koch (irmã <strong>do</strong> avô <strong>do</strong> autor), Maria<br />
Stang (paroquiana da diocese de Karaganda).