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Aline Luiza Fernandes - Desconstrução_A influência do ...

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que houve um deslocamento em sua relação. ”( SAUSSURE, 1969, p.89). Ainda, sobre o<br />

papel <strong>do</strong> tempo nas alterações lingüísticas, o autor escreve que essas alterações são também<br />

evoluções, pois a língua sen<strong>do</strong> um fato social é uma instituição e como tal, passível de sofrer<br />

as modificações provocadas pelo fenômeno da evolução.<br />

18<br />

“A língua é uma instituição pura (...). Isso se vê bem pela maneira<br />

por que a língua evolui; nada mais complexo: situada, simultaneamente, na<br />

massa social e no tempo, ninguém lhe pode alterar nada e, de outro la<strong>do</strong>, a<br />

arbitrariedade de seus signos implica, teoricamente, a liberdade de<br />

estabelecer não importa que relação entre a matéria fônica e as idéias. Disso<br />

resulta que esses <strong>do</strong>is elementos uni<strong>do</strong>s nos signos guardam sua vida própria<br />

(...) e que a língua se altera ou, melhor evolui, sob a <strong>influência</strong> de to<strong>do</strong>s os<br />

agentes que possam atingir quer os sons, quer os significa<strong>do</strong>s. Essa evolução<br />

é fatal; não há exemplo de uma língua que lhe resista. Ao fim de certo<br />

tempo, podem-se sempre comprovar deslocamentos sensíveis” (1969 p.90-<br />

91).<br />

Contu<strong>do</strong>, essas alterações não podem ser realizadas por somente um indivíduo<br />

desejoso de realizar tal façanha. Para que uma língua adquira condições de existência é<br />

necessário o individuo, como massa falante. Mas as alterações não se podem dar segun<strong>do</strong> a<br />

vontade de um único indivíduo, pois a língua como já trata<strong>do</strong> anteriormente é um fato social.<br />

1.4 - O papel da escrita para Saussure<br />

“Se tomasse a língua no tempo, sem a massa falante- suponha-se o indivíduo<br />

isola<strong>do</strong> que vivesse durante vários séculos- não registraria talvez nenhuma<br />

alteração; o tempo não agiria sobre ela. Inversamente, se se considerasse a<br />

massa falante sem o tempo, não se veria o efeito das forças sociais agin<strong>do</strong><br />

sobre a língua.” (1969, p. 92-93).<br />

É fato notável que o senso-comum considere que a escrita exerça preponderância<br />

sobre a fala ou ainda que não se faça diferenciação das duas. Enxergan<strong>do</strong> ambas inseparáveis<br />

uma da outra, sen<strong>do</strong> assim, impossível dissociar a língua de sua ortografia e por conseguinte<br />

guardan<strong>do</strong> a impressão que só há razão de ser se a outra também existir; se analisarmos uma<br />

tribo de índios perceberemos que esse argumento cai logo por terra, pois estes não possuem<br />

um alfabeto ou qualquer outro sistema de escrita e somente se comunicam através da fala.<br />

Portanto, podemos afirmar que a língua/fala oral é independente da escrita. Sen<strong>do</strong> assim,<br />

“deve-se priorizar o estu<strong>do</strong> da língua oral, porque a escrita obscurece a visão da língua; não é

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