Aline Luiza Fernandes - Desconstrução_A influência do ...
Aline Luiza Fernandes - Desconstrução_A influência do ...
Aline Luiza Fernandes - Desconstrução_A influência do ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
3.2-Escritura<br />
A compreensão <strong>do</strong> conceito de escritura é indispensável para o entendimento de toda<br />
obra derridiana. Entendamos, então, primeiramente porque o filósofo a<strong>do</strong>ta o termo escritura<br />
em detrimento de escrita, para depois compreendermos a noção de escritura e suas<br />
implicações.<br />
Derrida (1973) a<strong>do</strong>ta o termo escritura pelo fato de que o filósofo não se refere<br />
restritamente ao senti<strong>do</strong> de linguagem escrita. Como já cita<strong>do</strong> nos parágrafos acima, Derrida<br />
(1973) afirma que a escritura tem excedi<strong>do</strong> a própria linguagem, ela passa, consequentemente<br />
a ir para além da simples linguagem escrita; a escritura passa a abrangir a concepção de<br />
linguagem escrita e ir mais adiante, abrangen<strong>do</strong> o conceito de linguagem como um to<strong>do</strong>.<br />
Linguagem entendida como: “(...) ação, movimento, pensamento, reflexão, inconsciente,<br />
experiência, afetividade, etc.”. (DERRIDA, 1973, p10).<br />
Dessa maneira, o ponto de partida para o desenvolvimento da noção de escritura em<br />
Derrida (1973) é a questão da conceituação de escritura que abrange a própria linguagem.<br />
Uma vez que hoje já pode se falar em:<br />
42<br />
“ “ escritura “pictural, musical, escultural etc. (...) escritura atlética, (...) em<br />
escritura militar ou política. Tu<strong>do</strong> isso para descrever não apenas o sistema<br />
de notação que se anexa secundariamente a tais atividades, mas a essência e<br />
o conteú<strong>do</strong> dessas atividades mesmas. (...) o biólogo fala hoje de escritura e<br />
pro-gama, a respeito <strong>do</strong>s processos mais elementares da informação na<br />
célula viva. (...) to<strong>do</strong> o campo coberto pelo programa cibernético será campo<br />
da escritura.” (1973, p.11).<br />
O filósofo quer ir ainda além quan<strong>do</strong> fala de escritura, Derrida (1973) quer abolir<br />
com a idéia que tem-se vigora<strong>do</strong> na lingüística e de mo<strong>do</strong> mais geral na metafísica <strong>do</strong><br />
ocidente, que a escritura é mera representação da linguagem. Marginalizada por ser o<br />
“significante <strong>do</strong> significante”. Derrida (1973) quer recuperar o senti<strong>do</strong> positivo da escritura<br />
como sen<strong>do</strong> o “significante <strong>do</strong> significante”, não mais numa posição representativa e<br />
secundária, mas antes como a origem da própria linguagem, como já trata<strong>do</strong> anteriormente<br />
(vide tópico 3.1).<br />
““ significante <strong>do</strong> significante” descreve, (...) o movimento da linguagem:<br />
na sua origem (...) o significa<strong>do</strong> funciona aí desde sempre como um