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Confluências Nº 7 - Maio/Jun. 2009 - Escola Secundária de Camões

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Entre azul ver<strong>de</strong> — Maçã<br />

Foto Manuel Gomes<br />

Apreciação Crítica à peça <strong>de</strong> teatro Os Maias<br />

Sexta-feira, treze <strong>de</strong> Fevereiro, a nossa turma realizou,<br />

em conjunto com outras, uma ida ao teatro, proposta pela<br />

professora <strong>de</strong> Português. Esta peça, Os Maias, foi adaptada<br />

do romance homónimo <strong>de</strong> Eça <strong>de</strong> Queiroz, por António Torrado,<br />

e <strong>de</strong>senrolou-se no palco do Teatro da Trinda<strong>de</strong>. A peça,<br />

cuja encenação foi realizada por Rui Men<strong>de</strong>s, teve a duração<br />

<strong>de</strong> 120 minutos e iniciou-se às 21 horas e 30 minutos.<br />

Em primeiro lugar, gostaria <strong>de</strong> fazer referência à estrutura<br />

<strong>de</strong>sta adaptação. Uma das características que<br />

mais me surpreen<strong>de</strong>u, pela positiva, foi o facto<br />

<strong>de</strong> a peça se iniciar com o último episódio<br />

romântico da obra, o Sarau no Trinda<strong>de</strong>, e com o<br />

clímax <strong>de</strong> toda a história <strong>de</strong> Os Maias: a <strong>de</strong>scoberta<br />

da relação <strong>de</strong> parentesco entre Carlos e<br />

Maria Eduarda. Esta inversão <strong>de</strong> acontecimentos<br />

<strong>de</strong>u bastante originalida<strong>de</strong> à peça, segundo a<br />

minha opinião, e achei <strong>de</strong> particular interesse o<br />

facto <strong>de</strong> esta primeira cena ter sido também um elemento<br />

aglutinador <strong>de</strong> muitas outras, uma vez que, com a existência<br />

<strong>de</strong> analepses (muitas como no livro), foi preciso ter uma acção<br />

fulcral do presente para que o espectador (que não estivesse<br />

muito familiarizado com a obra) não per<strong>de</strong>sse a continuida<strong>de</strong>.<br />

Devo dizer, portanto, que achei meritória a forma como foi<br />

feita esta adaptação para o texto dramático, tal como a encenação,<br />

na medida em que se mantém a narrativa d’ Os Maias<br />

e ao mesmo tempo se brinca com o espaço físico, visto que a<br />

primeira acção se passa no mesmo local on<strong>de</strong> se dramatiza a<br />

peça.<br />

Quanto ao elenco, verifiquei que se tratava <strong>de</strong> uma maioria<br />

masculina, ironicamente relacionada com a própria obra,<br />

on<strong>de</strong> as poucas mulheres que são referidas são normalmente<br />

fracas e incompletas. Relativamente à sua performance, houve<br />

interpretações louváveis, mas outras que <strong>de</strong>ixaram um<br />

pouco a <strong>de</strong>sejar, tanto a nível <strong>de</strong> caracterização física como a<br />

nível <strong>de</strong> actuação. O protagonista Carlos da Maia <strong>de</strong>ixou-me<br />

um pouco <strong>de</strong>cepcionada, não pela sua caracterização física,<br />

que está extraordinariamente semelhante à <strong>de</strong>scrição na<br />

<strong>Confluências</strong><br />

OPINIÃO<br />

Página 5<br />

obra, mas pela sua actuação e pela força da sua voz. Sendo<br />

um Maia, acho que <strong>de</strong>veria ter tido mais impacto nas acções,<br />

como tem no livro; contudo, na segunda parte da peça marcou<br />

mais a sua presença. Os actores cujas interpretações<br />

foram as melhores, do meu ponto <strong>de</strong> vista, foram o João da<br />

Ega e o Ruffino. João da Ega, apesar da sua prolongada presença<br />

no teatro, conseguiu, sem dúvida, manter uma personagem<br />

fiel à do livro e ter uma muito boa actuação. O gran<strong>de</strong><br />

companheiro <strong>de</strong> Carlos da Maia, esguio e com pernas muito<br />

magras, corajoso e frontal (por vezes), manifestando as suas<br />

opiniões. Ruffino, mesmo tendo pouca relevância,<br />

<strong>de</strong>stacou-se pela sua intervenção. Literalmente,<br />

um bacharel que abria os braços enquanto<br />

falava com intensida<strong>de</strong> e lambia as botas à<br />

família real, agradando ao público ignorante e<br />

aborrecendo os liberais.<br />

Outra excelente surpresa nesta peça foi a existência<br />

<strong>de</strong> música ao vivo, relacionada com a<br />

óptima caracterização física e psicológica do<br />

Cruges. Tal como no livro, uma personagem insegura, com<br />

gestos nervosos e uma “grenha crespa”.<br />

Gostei imenso também da cenografia <strong>de</strong>sta peça; os objectos<br />

e mobílias luxuosos, traduzindo diversos espaços pela<br />

simples troca <strong>de</strong> posição, e o facto <strong>de</strong> existirem vários níveis<br />

do palco e intensida<strong>de</strong>s luminosas consoante a importância<br />

da acção. Adorei o pormenor da abertura, quando passaram<br />

uma sequência <strong>de</strong> imagens <strong>de</strong> Lisboa num painel e fizeram<br />

uma conexão directa com o início da peça.<br />

Gostei especialmente da cena do jantar no Hotel Central,<br />

da altivez <strong>de</strong> Maria Eduarda a passar por entre os gentlemen,<br />

do cenário simples e evi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>sta cena, do pormenor<br />

dos empregados a abrir as portas, <strong>de</strong> toda a acção que é dramatizada,<br />

no que diz respeito aos temas discutidos e às relações<br />

entre os diversos cavalheiros.<br />

Para finalizar, a peça esteve muito fiel ao romance, relativamente<br />

à narrativa, ao vestuário e caracterização <strong>de</strong> algumas<br />

personagens, e conseguiu manter originalida<strong>de</strong> no que<br />

diz respeito à sequência das cenas e à cenografia.<br />

Júlia Reis, 11º C<br />

Será justificável a utilização <strong>de</strong> animais nas diversões em público, como nas corridas à portuguesa?<br />

Em primeiro lugar, vou esclarecer o que é que eu entendo por corrida à portuguesa – trata-se <strong>de</strong> uma diversão em público em que os mais corajosos enfrentam<br />

os toiros, matando-os, mostrando assim a sua coragem e valentia.<br />

Hoje em dia, em Portugal, é proibida a morte <strong>de</strong> toiros em plena arena. Estes são abatidos só algumas horas <strong>de</strong>pois, no matadouro.<br />

Acho que não é justificável a utilização <strong>de</strong> animais para várias diversões ou experiências científicas, pois os animais têm os mesmos direitos que nós, humanos.<br />

Um filósofo afirmava que os animais não têm direitos, pois eles não conseguem fazer nada, isto é, não conseguem falar, pensar e escrever, ao contrário dos<br />

seres humanos, sendo esse argumento a favor do problema. Então, como seria com os recém-nascidos ou pessoas com <strong>de</strong>ficiência mental? Assim, po<strong>de</strong>-se afirmar<br />

que algumas pessoas também não terão direitos?<br />

Algumas pessoas fazem manifestações contra o uso <strong>de</strong> animais, por exemplo em práticas científicas ou para fins<br />

esteticistas. Para investigações científicas são utilizados diversos animais, como cães, gatos, patos, etc…<br />

Por exemplo, uma <strong>de</strong>stas experiências consiste em picar nos olhos e na pele dos animais com alguns ácidos para<br />

ver a reacção, para que <strong>de</strong>pois sejam preparados medicamentos. Ou ainda, por exemplo, os ratos do laboratório que<br />

são utilizados para experiências. É uma situação injusta para com os animais, pois todos têm direitos.<br />

O problema, actualmente, é que as pessoas pensam que como os animais não conseguem falar, nem escolher a sua<br />

sorte po<strong>de</strong>m ser mal tratados e utilizados em todas as situações.<br />

Não é compreensível que os animais sejam maltratados e utilizados em diversões públicas, como nas corridas à<br />

portuguesa.<br />

Violeta Railean, 10º B<br />

(Aluna <strong>de</strong> Português língua não Materna)

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