17.04.2013 Views

actas do congresso intlerniicioiual - Repositório Aberto da ...

actas do congresso intlerniicioiual - Repositório Aberto da ...

actas do congresso intlerniicioiual - Repositório Aberto da ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

A PREGAÇÃO FtiNEURE NA IGREJA DA LAI'A<br />

Reparte-se entre a secretária e as trincheiras, o templo e os Iiospitais, vai <strong>do</strong>s<br />

fortes aos rediitos. Num barroquismo vieirano, a rogar a heresia, exclama:<br />

,,sen<strong>do</strong> niorral possiiia (Ia Divin<strong>da</strong>de um atributo; era a sua inin~ensi<strong>da</strong>cle~,~~.<br />

A história, lembra numa nietáfora o padre Sillos, é o arquivista <strong>do</strong> passa<strong>do</strong>,<br />

cujo fim é coiiiemorar acç6esz9. E as de D. Pedro, sol<strong>da</strong><strong>do</strong>, foi aguentar o cerco<br />

<strong>do</strong> Porto como quem resiste às fíirias <strong>do</strong> inferno. Peleja e insulta os escravos<br />

<strong>do</strong> vence<strong>do</strong>r de Argel. o marechal Bourmont, que consigo Linha a multidão.<br />

enquanto o Porto o derrotou, porque detinha o va1orj0. A peste e a fome vie-<br />

ram reforçar o terceiro flagelo: a gueria. De novo se desmultiplica o Rei-Sol-<br />

<strong>da</strong><strong>do</strong>: trahalliava nas trincheiras, fazia nos fones a pontaria <strong>da</strong>s pesas, começava<br />

o dia antes <strong>da</strong> aivora<strong>da</strong>, consagrava à Casa <strong>da</strong> hlisericórdia o qiie lhe restava<br />

dessas lioras e 12 as empregava no tesouro <strong>do</strong>s pobres, mostran<strong>do</strong> assiin que<br />

o seu coração, além de guerreiro, era sensível e reiigiosd'<br />

A 28 de Julho de 1833, Lisboa rende-se ao seu heroísiiio. Não desiste<br />

entao <strong>do</strong> plano: os muros que defenderam o Porto, defenderão Lisboa - o<br />

povo livre de Lisl>oa e não Lisboa escrava. Difícil é ser vitorioso e humilde,<br />

mas vencer e per<strong>do</strong>ar é atributo <strong>da</strong> di~in<strong>da</strong>de'~. Ser venturoso sem soberba<br />

e infeliz com paciência é o caiiiinlio para ser ináximo que, como Homem, foi.<br />

O último ponto desta oraçao sagra<strong>da</strong> é uma meditaqão sobre a morte, a<br />

partir <strong>da</strong> memória idealiza<strong>da</strong> de D. Pedro. Esse momento eiii que o liomem<br />

reverte eni na<strong>da</strong>, encarou-o, diz o padre Sillos, coni o sangue frio <strong>do</strong> Homie>ii<br />

Pori~~gzit,~: igiial semblante no leito <strong>da</strong> iiiorte e no campo <strong>da</strong> honra. Nesse<br />

instante, em que se mostra tal qual seiilpre foi, será o máximo.<br />

E o epílogo <strong>do</strong> fí~nehre panegírico atinge o patético, ao evocar o prín-<br />

cipe cuiii um braço a despedir-se <strong>do</strong> inun<strong>do</strong> e outro a bater no portão <strong>da</strong><br />

eterni<strong>da</strong>de. No transe <strong>da</strong> morte, adianta o prega<strong>do</strong>r qiie D. I'edro se senti-<br />

ria realiza<strong>do</strong> por ter <strong>da</strong><strong>do</strong> a íiltima demão à obra que principiou - a res-<br />

tauração <strong>da</strong> liberdude. empresa que, sen<strong>do</strong> maior que o trono, era maior<br />

que o seu coraçào. Legou este ao Porto qiie recebeu assiiii a parte mais nobre

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!