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Posse do Excelentíssimo Senhor Ministro Ayres Britto - STF

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Tal inoperância, tal ineficácia simplesmente não podem acontecer jamais, Presidente<br />

<strong>Ayres</strong> <strong>Britto</strong>, seja por deficiências internas de nossas instituições, seja, muito menos, por<br />

pressões externas.<br />

Disse Vossa Excelência, certa feita, em nosso queri<strong>do</strong> Tribunal Superior Eleitoral:<br />

“O nosso prestígio de ministros, de procura<strong>do</strong>r-geral eleitoral, de advoga<strong>do</strong>s é<br />

deriva<strong>do</strong> da função que exercemos. A função é que nos dignifica e desertar da função<br />

é traí-la. A função jurisdicional aqui congrega<strong>do</strong>ra de juízes, membros <strong>do</strong> Ministério<br />

Público e advoga<strong>do</strong>s é que nos dignifica e dá senti<strong>do</strong> à nossa vida profissional e às<br />

nossas teorias de Direito.<br />

O próprio Tobias Barreto dizia assim: ‘onde o povo não é tu<strong>do</strong>, o povo não é nada’.<br />

E também onde a ética na política não é tu<strong>do</strong>, a política não é nada. Onde o tribunal<br />

não serve à sua função, esse tribunal não é nada. O ministro que não cumpre sua<br />

função, ou o advoga<strong>do</strong>, ou o membro <strong>do</strong> Ministério Público também para mim não tem<br />

nenhum significa<strong>do</strong>, nenhuma importância. Não reverencio a quem não cumpre bem<br />

o seu papel na sociedade, na sua função profissional.”<br />

No plano externo, é claro que a pretensão única é que desertemos de nossas funções,<br />

mas, disse-o muito bem Vossa Excelência, “desertar da função é traí-la” e, acrescento,<br />

train<strong>do</strong>-a estaremos train<strong>do</strong> nossas instituições e a nós mesmos.<br />

A despeito de, nas palavras <strong>do</strong> Prof. Celso Lafer, ser “visível para to<strong>do</strong>s sem maiores<br />

necessidades de exemplificação que, no Brasil, a plena realização <strong>do</strong> valor da democracia é<br />

estrada com muitas etapas de construção institucional e cidadã a serem percorridas” (artigo<br />

no OESP, por ocasião <strong>do</strong>s 90 anos da Oração aos Moços, de Rui Barbosa, 20-3-2011), em um<br />

país com lideranças da qualidade da Presidenta Dilma, <strong>do</strong> Presidente Lula e, para não soar<br />

partidário, <strong>do</strong> Presidente Fernan<strong>do</strong> Henrique, líderes à altura <strong>do</strong> tempo em que vivemos, são<br />

absolutamente intoleráveis quaisquer atitudes, dissimuladas ou não, que objetivem constranger<br />

o legítimo atuar das nossas instituições.<br />

São intoleráveis e inúteis, porque somos insuscetíveis de intimidação, Presidente<br />

<strong>Ayres</strong> <strong>Britto</strong>. Não nos intimidaremos jamais!<br />

Na Procura<strong>do</strong>ria-Geral da República, sempre dizemos aos colegas que a tibieza é<br />

absolutamente incompatível com o Ministério Público, onde o destemor, longe de ser virtude<br />

pessoal, é irrenunciável imposição institucional, é insuprimível atributo institucional, e<br />

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