Araraquara 2012 - Prefeitura de Araraquara

Tabela 3.8.2 – Problema de saúde auto-referido
problema de saúde autoreferido frequência percentual
válido
tuberculose 7 5,1
diabetes 6 4,4
HIV 5 3,7
hipertensão arterial 4 2,9
hepatite 2 1,5
problemas na coluna 2 1,5
outros problemas 14 10,3
não possui 96 70,6
ubtotal 136 100,0
sem informação 22 -
total 158 -
O constrangimento do retorno contínuo aos serviços de saúde e a recriminação velada ou
explícita de alguns profissionais podem estar relacionados ao fato de nem sempre estarem com
roupas e aparência adequadas para circular em ambulatórios médicos. Além disso, se deparam com
dificuldades para cumprir uma agenda de retorno e aquisição de medicamentos. Nesta situação de
exclusão, os cuidados com a saúde são negligenciados e geralmente ocorrem por intermédio e
iniciativa de profissionais que mantém um contato mais frequente e mais próximo da pessoa.
Os entrevistados mais jovens apresentam uma boa saúde, mas com o avançar da idade
relatam comprometimentos significativos. Um das mulheres diz que “além da dependência química,
é cardíaca e tem síndrome do pânico, mas só faz tratamento para a abstinência”. É “depressiva” e
“tudo desconta no álcool”. Não usa drogas há aproximadamente três anos, mas quando bebe tem
alterações comportamentais e “fica agressiva” o que atribui ao contato com o circuito de tráfico
depois de um relacionamento com um traficante. Em relação às doenças sexualmente transmissíveis,
se refere ao relacionamento atual como sendo estável e de mútua confiança, razão pela qual não
usam preservativos nem métodos anticoncepcionais, pois é “laqueada”.
O consumo abusivo de substâncias psicoativas aliado a períodos de isolamento faz com que
se improvisem locais de permanência nas proximidades dos circuitos de sobrevivência: “...ficava nos
degraus do barzinho Sete Quedas, perto da Casa Transitória, mas neste local a chuva ao contrário
molhava e pegava friagem”. Apesar da liberdade que a rua oferece estes circuitos são relativamente
40