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narrativa sobre o "et de varginha" - UninCor

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CAPÍTULO II - A NARRATIVA: ONTEM E HOJE<br />

2.1 AS ORIGENS DA NARRATIVA<br />

Antes <strong>de</strong> chegarmos à <strong>narrativa</strong> ficcional ou histórica, próprias das culturas <strong>de</strong> que<br />

fazemos parte, houve anteriormente um longuíssimo período <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da<br />

<strong>narrativa</strong> que pouco conhecemos.<br />

Segundo estudos da paleolaringologia, foi com o homo erectus, há cerda <strong>de</strong> 500<br />

mil anos atrás, que ocorreu o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> condições físicas, como o<br />

abaulamento do crânio e abaixamento da laringe, que propiciaram o <strong>de</strong>senvolvimento da<br />

fala. E foram estas diferenças físicas em relação aos outros animais que possibilitaram<br />

ao homem <strong>de</strong>senvolver uma linguagem complexa. O homem não po<strong>de</strong> respirar<br />

enquanto come e por isso precisa <strong>de</strong> mais tempo para comer. A conseqüência disso foi a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transportar e armazenar alimentos. Sua alimentação passou a ser<br />

m<strong>et</strong>ódica e feita em grupo o que possibilitou o <strong>de</strong>senvolvimento da socialização. É neste<br />

contexto que se <strong>de</strong>senvolveram a linguagem e a complexida<strong>de</strong> das relações humanas.<br />

“É, portanto, óbvia a relação da alimentação e do <strong>de</strong>senvolvimento da fala, na medida<br />

em que ela implica em ritmo, em m<strong>et</strong>odização e em comunicação imediatista”.<br />

(SEVCENKO, 1988, p. 122)<br />

Esta m<strong>et</strong>odização, este ritmo garantiram estabilida<strong>de</strong> às comunida<strong>de</strong>s humanas e<br />

esta estabilida<strong>de</strong> só foi abalada com o surgimento do Nean<strong>de</strong>rthal, bem mais<br />

recentemente, por volta <strong>de</strong> 100 mil anos atrás, quando a glaciação obrigou o homem a<br />

um outro salto, levando-o a <strong>de</strong>senvolver novas técnicas <strong>de</strong> <strong>sobre</strong>vivência. Datam <strong>de</strong>sse<br />

período o surgimento das práticas cerimoniais, dos cultos mortuários, da crença na vida<br />

após a morte e o surgimento da arte abstrata. Porém, é só no Paleolítico Superior que<br />

aparece a arte rupestre <strong>de</strong> maior complexida<strong>de</strong> e as cerimônias rituais passam a<br />

centralizar as preocupações humanas. É nesse momento que a figura do xamã passa a<br />

ter <strong>de</strong>staque, pois ele é o condutor dos rituais. Cabe a ele imprimir nos homens sua<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> cultural. Sua ativida<strong>de</strong> principal é a <strong>de</strong> cantar, dançar e contar histórias;<br />

nesse último caso, as <strong>narrativa</strong>s dos mitos fundadores. Assim, a <strong>narrativa</strong> do mito é a<br />

sua ativida<strong>de</strong> principal e é <strong>de</strong>la que <strong>de</strong>rivam o canto e a dança. O xamã é o instrumento<br />

usado por Deus para se comunicar com seu povo, “ele é o vértice, a corrente e o<br />

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