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29 a dimensão política segundo platão ea crítica de aristóteles

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instituições <strong>política</strong>s, muito pelo contrário, tanto a República como As Leis atestam tal<br />

preocupação. O que Platão enfatiza é a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se atentar para o fato <strong>de</strong> que<br />

instituições são criadas e comandadas por homens, e, se esses homens que<br />

comandam instituições são os mesmos velhacos, velhacaria será o produto <strong>de</strong> si.<br />

Portanto, não bastam novas leis e instituições, porém uma nova mentalida<strong>de</strong> que<br />

possa criar um novo homem e uma nova perspectiva <strong>de</strong> socieda<strong>de</strong>. Nesse sentido sua<br />

afirmação é impar: é preciso que as cida<strong>de</strong>s sejam comandadas por filósofos ou que os<br />

governantes se transformem em filósofos, ou que todos se instruam no conhecimento<br />

perfeito para uma perfeita ciência da administração da coisa pública. Não é suficiente<br />

fazer, é preciso saber fazer.<br />

Não se po<strong>de</strong> olvidar, entretanto, a capital importância das teorizações<br />

aristotélicas, uma <strong>de</strong>las é a teoria das formas <strong>de</strong> governo. Para o tutor <strong>de</strong> Alexandre, o<br />

gran<strong>de</strong>, as formas <strong>de</strong> governo que, classicamente se <strong>de</strong>sdobram daquelas<br />

apresentadas por Platão, no Político, são três as formas puras: monarquia,<br />

aristocracia, <strong>de</strong>mocracia mo<strong>de</strong>rada ou <strong>política</strong>; e três impuras respectivamente:<br />

tirania, oligarquia e <strong>de</strong>mocracia radical que equivale à <strong>de</strong>magogia. Nesse particular<br />

Aristóteles avança em relação ao seu antigo mestre, pois usa o critério econômico para<br />

distinguir tais formas. Observa que o princípio <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong> em cada um dos regimes<br />

repousa sobre a situação econômica: a oligarquia, na riqueza <strong>de</strong> uma minoria; a<br />

<strong>de</strong>mocracia radical, uma maioria pobre; na monarquia e aristocracia, uma virtu<strong>de</strong><br />

superior; tirania, na frau<strong>de</strong> e violência. Aristóteles também compreen<strong>de</strong> que o melhor<br />

governo seria um governo misto. Cada polis necessita <strong>de</strong> um governo que<br />

corresponda ao seu caráter e necessida<strong>de</strong>s, o que vale dizer que o estagirita relaciona<br />

estrutura <strong>política</strong>-jurídica às condições objetivas <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m social próprias. Aristóteles<br />

também distinguiu as ativida<strong>de</strong>s do governo em <strong>de</strong>liberativas ou legislativas, executiva<br />

e judicial, preocupando-se, do ponto <strong>de</strong> vista técnico-político, com a conservação do<br />

po<strong>de</strong>r atrelado aos princípios éticos.<br />

Não está aqui, em hipótese alguma, a pretensão <strong>de</strong> esgotar as contribuições<br />

<strong>de</strong>sses dois gran<strong>de</strong>s teóricos do mundo político, isso se constituiria em um absurdo. O<br />

que se preten<strong>de</strong> é resgatar, pelo estudo da história das idéias, uma preocupação que<br />

ultrapasse o restrito mundo do indivíduo ao mundo do cidadão. Tanto Platão como<br />

Aristóteles são intérpretes do seu tempo, mas que <strong>de</strong>vidamente lidos são fontes<br />

inesgotáveis <strong>de</strong> boas reflexões. Embora estejam distantes <strong>de</strong> nossa r<strong>ea</strong>lida<strong>de</strong>, longe<br />

<strong>de</strong>ste mundo nada simples, complexo por mecanismos até em certa medida<br />

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