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Ensinamos ociosos, gente da sociedade e personalidades meramente<br />

decorativas — todos os que, na verdade, não têm qualquer<br />

propósito no mundo. Ensinamo-vos a manter a dignidade do<br />

ócio. 333<br />

13. Antônio Mora (Dr. Garcia Nobre) — Dado à luz em fins de<br />

1914, seria “continuador filosófico de Caeiro” e porta-voz de Ricardo<br />

Reis. O nome (provavelmente) é mistura de um de seus<br />

próprios nomes com o sobrenome da Madame la Comtesse de<br />

Mora — a quem é dedicada música de Félix Godefroid, “Un soir à<br />

Lima”, que a mãe sempre tocava no piano em Durban; ou referência<br />

ao concelho de Mora, em Évora. “Figura imponente, alto, barba<br />

branca de todo e um olhar vivo e altivo”, veste túnica branca e<br />

usa sandálias à moda romana — embora seja um leitor voraz do<br />

grego Aristóteles. Culto, recita numa “bela voz” as lamentações de<br />

Prometeu, de Ésquilo (525-456 a.C.), um dos primeiros autores<br />

da tragédia grega — para quem, segundo Mora, “a raça dos deuses<br />

e dos homens é uma só”; e também outro poeta grego, Píndaro<br />

(518-438 a.C.), do qual nos chegou só uma obra, Odes triunfais<br />

(Epinicios) — quase o título que Álvaro de Campos destinou à sua<br />

“Ode triunfal”. Escreve mais páginas que Caeiro e Reis, juntos.<br />

Mora é “diretor-clandestino” da revista Athena — dirigida por<br />

Ruy Vaz e pelo próprio Pessoa. Na Arca (cota 48G-33), são estes<br />

os planos para Mora:<br />

Athena — Cadernos de reconstrução pagã<br />

Cada caderno de 64 a 128 páginas<br />

Preço: 300 réis (?)<br />

Diretor: Antônio Mora. Publicação irregular.<br />

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