1141-1145 - Universidade de Coimbra
1141-1145 - Universidade de Coimbra
1141-1145 - Universidade de Coimbra
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
e fina sentimentalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> artista dá<br />
um encanto novo ás velhas formulas<br />
da renascença.<br />
O altar fica lavrado como uma joia,<br />
não ha cantinho pequenino em que João<br />
Machado não tenha metido uma cabeça,<br />
um animal fantastico, um medalhão<br />
ou uma figura nas <strong>de</strong>liciosas atitu<strong>de</strong>s<br />
da renascença, graciosas como os movimentos<br />
rápidos das aves.<br />
Na <strong>de</strong>coração do altar figuram em<br />
medalhões os retratos <strong>de</strong> Leão XIII e<br />
<strong>de</strong> Pio X, o pontífice atual.<br />
*<br />
Ainda no atelier <strong>de</strong> João Machado<br />
se po<strong>de</strong> ver a maquette para o monumento<br />
que os liberaes vão levantar em<br />
Vizeu a D. Antonio Alves Martins, o<br />
ru<strong>de</strong> e franco bispo <strong>de</strong> Vizeu.<br />
E' representado <strong>de</strong> pé, <strong>de</strong>scoberto,<br />
a cruz caída sobre o peito, com o seu<br />
trajar tão característico e popularisado<br />
pelas caricaturas <strong>de</strong> Rafael Bordalo Pinheiro,<br />
o corpo a levantar-se numa ati<br />
tu<strong>de</strong> <strong>de</strong> energia que acentua um gesto<br />
da mão direita.<br />
A estatua <strong>de</strong>ve ficar a seis ou sete<br />
metros <strong>de</strong> altura sobre um pe<strong>de</strong>stal simples.<br />
Pena é que o pe<strong>de</strong>stal não fosse<br />
também entregue a João Machado.<br />
Com isso ganharia o monumento<br />
mais unida<strong>de</strong>.<br />
Não é indiferente o pe<strong>de</strong>stal para o<br />
efeito da estatua.<br />
Des<strong>de</strong> baixo que se vae procurando<br />
o efeito que na estatua tem a sua acentuação<br />
<strong>de</strong>finitiva.<br />
Ha em Vizeu no monumento á Senhora<br />
da Conceição um <strong>de</strong>licioso pe<strong>de</strong>stal,<br />
<strong>de</strong> linhas mo<strong>de</strong>rnas, cheio da<br />
frescura das flores, don<strong>de</strong> sobe, branca<br />
como um perfume, a coluna a sustentar<br />
a Virgem, e que mostra bem como João<br />
Machado interpreta a unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> concepção<br />
e <strong>de</strong> efeito <strong>de</strong>corativo essencial<br />
num monumento.<br />
E o que fez para um monumento<br />
religioso fa-lo-ia com vontada para um<br />
monumento liberal a sua alma <strong>de</strong> artista<br />
tão altamente orientada pelos princípios<br />
<strong>de</strong>mocráticos.<br />
Oficiaes <strong>de</strong> serralheiro<br />
Os oficiaes <strong>de</strong> serralheiro vão pedir<br />
aos proprietários das diversas oficinas<br />
<strong>de</strong>sta cida<strong>de</strong>, para que o trabalho termine<br />
ás 7 horas da noite.<br />
Nada mais justo.<br />
Em Luso e Bussaco tem havido ultimamente<br />
gran<strong>de</strong> afluência <strong>de</strong> gente,<br />
o que se explica pelo calor que tem<br />
feito e que faz fugir muita gente para<br />
aquela pitoresca instancia, on<strong>de</strong> o tempo<br />
agora é <strong>de</strong>licioso.<br />
ESCOLA .INDUSTRIAL RROTERO<br />
Foi assim organisado o horário da<br />
Escola Industrial Brotero para o pro<br />
ximo anno letivo:<br />
Desenho elementar: i.° anno—i. a<br />
turma, todos os dias úteis das 7 ás 8<br />
horas da tar<strong>de</strong>; 2. 0 anno, 2. 1 turma,<br />
das 8 ás 9.<br />
Desenno arquitetonico — Primeiro,<br />
segundo e terceiro anno, todos os dias<br />
das 7 ás 9.<br />
Língua portugueza — Primeiro anno,<br />
ás segundas, quartas e sextas feiras,<br />
das 5 e 3 quartos ás 7; segundo<br />
anno, ás terças, quintas e sabados, das<br />
5 e 3 quartos ás 7.<br />
Arimetica e geometria — Primeiro<br />
anno, ás terças, quintas e sabados, das<br />
5 e 3 quartos ás 7; segundo anno, ás<br />
segundas, quartas e sextas-feiras, das<br />
5 e 3 quartos ás 7.<br />
Língua franceza — Primeiro anno,<br />
ás segundas, quartas e sextas-feiras,<br />
das 8 ás 9 e 1 quarto; segundo anno,<br />
ás terças, quintas e sabados, das 8 ás<br />
9 e 1 quarto.<br />
Desenho ornamen tal — Primeiro, segundo<br />
e terceiro anno, todos os dias<br />
das 7 ás 9.<br />
Princípios <strong>de</strong> fisica e química — ás<br />
segundas, quartas e sextas-feiras, das<br />
5 e 3 quartos ás 7.<br />
Fisica e mecânica — Primeiro anno,<br />
ás terças, quintas e sabados, das<br />
S e 3 quartos ás 7 e 3 quartos; segundo<br />
anno, ás segundas, quartas e sextas-feiras,<br />
das 5 e 3 quartos ás 7 e 3<br />
quartos.<br />
Quimica industrial — Primeiro anno,<br />
ás terças, quintas e sabados, das 5<br />
e 3 quartos ás 7 e 3 quartos; segundo<br />
anno, ás segundas, quartas e sextas-<br />
feiras, das b e 3 quartos ás 7 e 3 quartos.<br />
PSICOLOGIA 00 ALFABETO<br />
"Fesistendajj-Doinlngo, S S <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> ÍOOÔ Xf<br />
A questão da reforma da<br />
ortografia tem feito correr<br />
ondas <strong>de</strong> tinta, mas das letras<br />
ninguém fala.<br />
E todavia sem as letras<br />
nãopod>a haver ortografia...<br />
Se nós falassemos das pobres<br />
letras ?...<br />
N. B.<br />
A. Se as outras letras postas ao<br />
alto como as pedras <strong>de</strong> dominó, tombassem<br />
umas sobre as outras fa-lo-iam<br />
cair.<br />
Para resistir ao abalo afasta as pernas.<br />
Mas, como não é clown, tem medo<br />
<strong>de</strong> se <strong>de</strong>smoronar, escorregando sobre<br />
o papel e ficar estatelado no chão com<br />
as pernas abertas e horisontaes: por<br />
isso as segura a uma distancia normal<br />
uma da outra por meio <strong>de</strong> um travessão.<br />
13. O melhor, o único amigo do<br />
A.. Nunca lhe mostra senão a sua<br />
parte mais direita, a mais nobre.<br />
Põe contra o choque hipotético do<br />
resto do alfabeto, o que ha nele <strong>de</strong><br />
mais carnudo, uma especie <strong>de</strong> dois<br />
balões cheios <strong>de</strong> ar, em que os assai<br />
tantes saltariam sem resultado.<br />
»<br />
O tal individuo <strong>de</strong>sceu da carruagem<br />
e oonfundiu-se cem os republicanos.<br />
Tudo isto passou-se rapidamente e o<br />
sr. João Franco apenas agarrou o braço<br />
do sr. Silva, pedindo lhe que não <strong>de</strong>sfechasse.<br />
A pouca policia que ali se juntou com<br />
o barulho das manifestações, portou-se com<br />
tsda a cordura, não pondo nenhum obstáculo<br />
á ruidosa manifestação dos republicanos.<br />
Limitou se <strong>de</strong>pois a abrir caminho,<br />
apezar do edifício on<strong>de</strong> está instalado o<br />
nosso centro, Ber fortemente apedrejado.<br />
*<br />
Este acontecimento anormal tem sido<br />
vivramente comentado. Nas arcadas não<br />
se fala noutra coisa.<br />
Todos lamentam que a generosida<strong>de</strong><br />
do governo, os republicanos eorreBpondam<br />
cora a peior das selvagerias... justiçando<br />
uma frase do sr. João Franco <strong>de</strong> que<br />
«os republicanos estavam pedindo sabre<br />
como pão para a bocca».<br />
A imprensa oposicionista ataca o sr.<br />
conselheiro João Franco pela atia brandura<br />
e diz que a capital não pô<strong>de</strong> estar á<br />
mercê dos <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>iros repnblicanos. Cita<br />
Clemenceau para <strong>de</strong>monstrar que são necessárias<br />
rigorosas medidas <strong>de</strong> força, visto<br />
estar provado que a liberda<strong>de</strong> absoluta<br />
concedida aos républicanos não é bem<br />
aproveitada por êles.<br />
Em nome da verda<strong>de</strong> é necessário frizar<br />
bem que os chefes do partido republicano<br />
são alheios por completo, ou parecem<br />
ser, a este insolíto procedimento.<br />
Mas está averiguado que esses chefes não<br />
possuem autorida<strong>de</strong> precisa para conter<br />
os seus correligionários — d'ahi os <strong>de</strong>smandos<br />
e abusos «que estão pedindo sabre<br />
como pão para a boca».<br />
Recapitulando:<br />
Sr. João Pizarro!<br />
A pedra só pesava dois kilos ?<br />
A tentativa <strong>de</strong> assassinato na pessoa<br />
do sr. João Franco foi á navalha<br />
ou a punhal ? São dois instrumentos<br />
muito distintos e com facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serem<br />
conhecidos...<br />
O «tal individuo <strong>de</strong>sceu da carruagem<br />
e confundiu-se com os republicanos»<br />
não será uma nova marca <strong>de</strong><br />
anarquistas, sr. Pizarro ?<br />
O tal individuo que não pou<strong>de</strong> ser<br />
preso é republicano ? Conhece-o i Porque<br />
o não pren<strong>de</strong>u l<br />
4-<br />
Teve medo do revolver do sr. I<br />
fr*do Silva, pron f o a disparar... 11<br />
fosse a baia errar o alvo...<br />
E como a policia foi <strong>de</strong> uma co<br />
dura sem egual} Nem mesmo qu<br />
pren<strong>de</strong>r o autor do horrível atenta<br />
<strong>de</strong> que só o sr. Pizarro se ocupou,<br />
falta talvez <strong>de</strong> melhor passar o tem<br />
noutra inauguração liberal regenA<br />
dora.<br />
E a respeito do sabre como<br />
para a boca isso diz você para ser a<<br />
lido, cá, <strong>de</strong> longe...<br />
Porque se não arvora em polic<br />
se é que o não é ?<br />
Ahi fica apontado um bom cam<br />
nho para meter o sabre como mete<br />
pão na boca.<br />
Causou aqui péssima impre,<br />
são a severida<strong>de</strong> das penas impostas<br />
alguns soldados implicados no ultiu<br />
movimento da armada.<br />
Como porém se conta com a e<br />
meneia regia...<br />
Foi naturalisado cidadão br<br />
zileiro o portuguez, que Deus leve<br />
on<strong>de</strong> não cause dano, João Luiz Ést<br />
ves.<br />
Da imprensa local:<br />
O Supremo Tribunal <strong>de</strong>cidiu ha tipos,<br />
e essa <strong>de</strong>cisão damos circunstanciai!<br />
noticia, o conflito <strong>de</strong> jurisdição Buscitad<br />
entre a J.* vara fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong>ste distrito<br />
o juiz <strong>de</strong> orfãos é ausentes.<br />
O conflito surgiu por ocasião da arn<br />
cadação do espolio d'uma senhora falecid<br />
em Portugal — D. Jacinta A? aia — cuj<br />
nacionida<strong>de</strong> estava em jogò.<br />
Afirmava o juiz fe<strong>de</strong>ral que se tratav<br />
<strong>de</strong> um espolio ertrangeiro, por ser portu<br />
gueza a referida senhora, contestando<br />
seu turno o juiz local esta afirmativa,<br />
O Supremo Tribunal enten<strong>de</strong>ndo qu<br />
a viuvez fizera cessar a condição <strong>de</strong> e<br />
trangeira dada pel > casamento e que £<br />
Jacinta era brasileira, <strong>de</strong>u competência<br />
justiça local.<br />
Não se conformando com essa <strong>de</strong>oiaãc<br />
o juiz fe<strong>de</strong>ral e o consulado portuguez opu<br />
zeram embargos ao acordam, tendo aíd<br />
<strong>de</strong>sprezados in limine os embargos<br />
juiz.<br />
Pen<strong>de</strong>, portanto, o recurso interpoB<br />
pelo consulado, o que quer dizer qi<br />
ainda não foi proferida a ultima <strong>de</strong>cisi<br />
no conflito.<br />
Não obstante íssor, o dr. juiz da 1<br />
vara <strong>de</strong> ausentes manda expedir editas<br />
para a venda dos bens do espolio...<br />
Inclinamo-nos a pensar que o integi<br />
magistrado tenha sido vitima <strong>de</strong> umail<br />
formação interessada no caso.<br />
São melhores e mais animado<br />
ras as noticias vindas da cida<strong>de</strong> d<br />
C?mpos com respeito á peste bubo<br />
nica.<br />
No emtanto nesta cida<strong>de</strong>, bem com<br />
na visinha <strong>de</strong> Nichteroy, já foram notificados<br />
diversos casos do terrível ma<br />
Foi ha dias morto pelas balai<br />
<strong>de</strong> um revolver Antonio Joaquim Soa<br />
res. O revolver foi disparado por Antonio<br />
Rodrigues, vulgo o Bul-Dog, pór<br />
tuguez, casado, companheiro no vicio<br />
e na <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m do assassinado.<br />
O criminoso, preso em flagrante,<br />
confessou o crime.<br />
-•t- Suicidou-se o portuguez Jos<br />
Luciano Marques.<br />
Antonio Couto, <strong>de</strong> 27 anno<br />
<strong>de</strong> eda<strong>de</strong>, portuguez, foi ha dias vitim<br />
<strong>de</strong> um <strong>de</strong>sastre, ficando soterrado em<br />
uma barreira, sendo o seu cadaver re<br />
metido para o Necroterio publico.<br />
Deram entrada no hospital<br />
José Maria Ribeiro, 32 annos, casado<br />
foguista; Antonio <strong>de</strong> Sousa, solteiro<br />
morador na rua Salvador Pompeu, n.<br />
12; José Lopes Pinto, 23 annos, mo<br />
rador na rua Catete,.i07.<br />
Trinda<strong>de</strong>.<br />
Licença, concedida.<br />
O conselho superior <strong>de</strong> obras _<br />
blicas <strong>de</strong>u licença ao sr. Joaquim Frau!<br />
cisco Gonçalves para retificar a ma<br />
gem do Mon<strong>de</strong>go, na testada do pred<br />
que possue no sitio do Serrado.<br />
Vão ser enviados para Montemór-«<br />
Velho, Antonio Fernan<strong>de</strong>z e Ricardo<br />
Goíl-rre, hespanhoes, gatunos <strong>de</strong> cafi<br />
teiras, presos em Alfarelos.<br />
Com o processo, que os acompanha,<br />
vae a quantia <strong>de</strong> cento e <strong>de</strong>z mil re<br />
que lhes foi apreendida no acto da<br />
ptura.<br />
Foi nomeado administrador da<br />
gueira da Foz o sr. João Martins<br />
te-Real.