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história do paraná - curso cea

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HISTÓRIA DO PARANÁ<br />

Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior


História<br />

<strong>do</strong><br />

araná<br />

Abordagens para os vestibulares<br />

Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior


Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />

Unidade 1<br />

Os primeiros habitantes<br />

Em qualquer estu<strong>do</strong><br />

sobre o novo mun<strong>do</strong>, devemos<br />

partir <strong>do</strong> principio que estas<br />

terras eram ocupadas pelos<br />

povos nativos. E no Paraná<br />

encontramos duas grandes<br />

nações: os tapuias ou Jês e os<br />

tupi-guaranis.<br />

Os indígenas de uma região são<br />

classifica<strong>do</strong>s por grupos culturais. Os antropólogos<br />

se baseiam em fatos ecológicos, geográficos e<br />

definem essa classificação.<br />

O grupo em que classificamos os cativos<br />

paranaenses são os: de floresta tropical, que já<br />

utilizavam peças de cerâmica, redes, navegação<br />

fluvial e praticas de agricultura como os tupiguaranis.<br />

Existem também tribos na classificação<br />

marginal, que desconhecem a rede, ten<strong>do</strong> sua<br />

sobrevivência através da caça e da pesca com<br />

apenas uma cerâmica e uma agricultura muito<br />

rudimentar já nesse exemplo se encaixa os<br />

tapuias ou Jês.<br />

Localização <strong>do</strong>s Indígenas no<br />

Paraná<br />

Os tupis-guaranis e suas tribos estão no<br />

noroeste, como exemplo <strong>do</strong>s Caiuás, oeste e no<br />

litoral <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>. Já os tapuias estão presentes no<br />

norte e no centro <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> como exemplos da<br />

tribo Caigangue.<br />

Leitura Complementar<br />

Os indígenas muito contribuíram para a<br />

formação da nossa cultura, desde utilização de<br />

2<br />

plantas nativas como uso de técnicas, e costumes.<br />

Um traço marcante e presente no dia-adia<br />

de todas as pessoas que moram na região <strong>do</strong><br />

Paraná são os termos de origem tupi-guarani e<br />

Je. Como exemplos temos o próprio nome Paraná<br />

além de Paranapanema, Tibagi, Iguaçu, Curitiba<br />

entre outros. A grande parte da contribuição<br />

lingüística é nos nomes das vilas e cidades e de<br />

acidentes geográficos.<br />

Na alimentação temos o destaque da<br />

mandioca e fabricação e utilização da sua farinha.<br />

A erva mate também é um exemplo interessante,<br />

pois seu uso pelo homem branco, tão comum na<br />

região sul <strong>do</strong> país é herda<strong>do</strong> <strong>do</strong>s tupi-guaranis<br />

assim como a canjica, mingau, Biscoito de Biju e<br />

paçoca, são algumas das técnicas de produção de<br />

alimentos herda<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s indígenas. Outros<br />

alimentos que merecem destaque São o Milho,<br />

amen<strong>do</strong>im, pipoca, pinhão entre outros.<br />

No nosso cotidiano diário, temos o uso<br />

da rede, ou eni para os nativos. O fumo tão<br />

presente no mun<strong>do</strong> era utiliza<strong>do</strong> em rituais sen<strong>do</strong><br />

fuma<strong>do</strong> em cachimbos de barro. Outro costume<br />

importante foi o banho diário<br />

Os primeiros explora<strong>do</strong>res<br />

Após o final <strong>do</strong> século XV, quan<strong>do</strong><br />

Espanha e Portugal celebram o trata<strong>do</strong> de<br />

Tordesilhas que dividia as terras descobertas de<br />

norte a sul e por esse trata<strong>do</strong>, a maior parte das<br />

terras brasileiras, inclusive o Paraná ficaria sob<br />

jurisdição espanhola.<br />

Portugal começaria a colonização por<br />

volta de três décadas após o reconhecimento das<br />

terras por Cabral em 1500. Já a coroa espanhola<br />

começa organizar expedições por volta de 1515, a<br />

procura de uma passagem interoceânica no<br />

estuário da Prata. Numa dessas expedições que foi<br />

encontra<strong>do</strong> o caminho <strong>do</strong> Peabiru.<br />

O caminho <strong>do</strong> Peabiru foi descoberto pelo<br />

naufrago Aleixo Garcia, batizan<strong>do</strong>-o como caminho<br />

de São Tomé. Viveu entre os indígenas<br />

aprenden<strong>do</strong> sua língua e vivencian<strong>do</strong> sua cultura,<br />

como o primeiro europeu a percorrer o caminho


Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />

na senti<strong>do</strong> oeste chegou ao que hoje seria o<br />

Paraguai onde foi morto pelos índios da região por<br />

volta de 1524. Segun<strong>do</strong> os indígenas da época o<br />

caminho era tão antigo que eles não sabiam quem<br />

teria aberto. Sua extensão partia da capitania de<br />

São Vicente, que hoje seria São Paulo, atravessava<br />

o território paranaense, entrava na região <strong>do</strong><br />

Chaco no Paraguai e seguia pelos planaltos<br />

peruanos.<br />

Foram comuns expedições<br />

espanholas adentran<strong>do</strong> o<br />

território paranaense. Como<br />

exemplo <strong>do</strong> famoso Álvar<br />

Nuñes Cabeza de Vaca que<br />

fora envia<strong>do</strong> pela coroa<br />

espanhola por volta de 1540,<br />

para reconhecimento da região.<br />

Álvar Nuñes<br />

Cabeza de Vaca<br />

Percorreu por via terrestre com sua expedição que<br />

contava com cerca de quatrocentos homens e<br />

quarenta cavalos, sen<strong>do</strong> guia<strong>do</strong>s por índios<br />

guaranis. Percorren<strong>do</strong> basicamente o mesmo<br />

caminho de Aleixo Garcia <strong>do</strong> planalto curitibano a<br />

região de foz <strong>do</strong> Iguaçu.<br />

Adelanta<strong>do</strong>s, os responsáveis pelo<br />

início da colonização.<br />

A coroa Espanhola delegava autoridade a<br />

algumas pessoas providas de alguns bens, para<br />

ocuparem as terras indígenas, esses<br />

conquista<strong>do</strong>res eram conheci<strong>do</strong>s como<br />

adelanta<strong>do</strong>s. De acor<strong>do</strong> com as ordens da coroa<br />

de Castela (Entende-se por Espanha), Eles<br />

deveriam ensinar os índios trabalhos e<br />

garantirem um ofício, como era comum a<br />

situação de mestre e aprendiz durante muito<br />

tempo na Europa, Além disso, ficava a cargo<br />

desses conquista<strong>do</strong>res a responsabilidade de<br />

catequização dessa população indígena.<br />

Entretanto os índios não receberiam isso somente<br />

de bom gra<strong>do</strong>, eles pagariam com taxas ou<br />

serviços a esses conquista<strong>do</strong>res, esse trabalho<br />

em troca da ―civilização‖ era conheci<strong>do</strong> como<br />

Encomiendas. Na prática esse sistema coloca o<br />

índio na condição de escravo, surgin<strong>do</strong> núcleos de<br />

revolta de índios guerreiros na região Del Guairá.<br />

Devi<strong>do</strong>s aos repeti<strong>do</strong>s casos de violência a Carta<br />

Régia de 1605 estabelecia nas terras ao ocidente<br />

<strong>do</strong> Paraná até o rio Tibagi Reduções Jesuíticas.<br />

Objetivo das expedições<br />

Após os reconhecimentos,<br />

as primeiras expedições<br />

espanholas buscavam encontrar<br />

ouro e fundar vilas de<br />

povoação, as missões e<br />

reduções, surgiram então<br />

povoações como Ciudad Real<br />

(Guairá) e Vila Rica <strong>do</strong> Espírito<br />

3<br />

Santo por volta Já a costa<br />

leste o interesse <strong>do</strong>s<br />

de 1570,<br />

portugueses<br />

pelo território acontecerá por volta de 30 anos<br />

após o reconhecimento, por ações de contraban<strong>do</strong><br />

efetua<strong>do</strong> nas costas brasileiras por piratas.<br />

Leitura Complementar<br />

A redução era o núcleo de povoamento<br />

forma<strong>do</strong> e organiza<strong>do</strong> pelos jesuítas. As<br />

características das reduções estão tanto na<br />

organização social que deixavam as autoridades<br />

administrativa, judicial e militar aos indígenas<br />

sen<strong>do</strong> o chefe nativo da redução o pai-tuia.<br />

Planta típica de uma missão jesuítica. No<br />

centro, havia a igreja, ladeada pelo colégio, pelas<br />

oficinas, pela enfermaria e pelo cemitério. O<br />

restante <strong>do</strong> espaço era ocupa<strong>do</strong> pelas habitações<br />

<strong>do</strong>s índios, haviam também áreas destinadas ao<br />

cultivo, uma parte ficava com as famílias e outra<br />

eram a propriedade de Deus, ou em indígena<br />

tupã-bé<br />

A missa era uma celebração a to<strong>do</strong>s, os<br />

adultos dividiam seu tempo em trabalho,<br />

catequese e defesa da redução. As mulheres e<br />

crianças faziam trabalhos <strong>do</strong>mésticos, artesanato,<br />

participavam <strong>do</strong> coral da igreja e destinavam mais<br />

tempo ao catequese que os homens.<br />

O Fim das Missões e Reduções<br />

Os bandeirantes paulistas a procura<br />

de mão-de-obra mais fácil, devi<strong>do</strong> às pressões<br />

feitas pela coroa britânica ao trafico negreiro,<br />

chegaram às missões e reduções para capturar<br />

os nativos, e isso ocorria de forma bem<br />

violenta, chegavam atrás de homens e jovens<br />

acostuma<strong>do</strong>s com o trabalho de lavoura, e<br />

mulheres que já conheciam a culinária. Os<br />

primeiros ataques às reduções del Guairá<br />

foram realiza<strong>do</strong>s pelas bandeiras chefiadas<br />

por Manoel Preto. Em 1623, ele e seu<br />

irmão, Sebastião Preto, prepararam uma<br />

expedição que deixou São Paulo<br />

praticamente despovoada de homens. O<br />

ataque rendeu cerca de três mil cativos, que<br />

foram leva<strong>do</strong>s para as fazendas <strong>do</strong><br />

planalto e para outras praças. No ano de


Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />

1628, as reduções del Guairá foram<br />

arrasadas e reduzidas a cinzas. Uma<br />

bandeira formada por noventa mestiços e<br />

mais de <strong>do</strong>is mil indígenas Tupi deixou a vila<br />

de São Paulo, comandada por Antônio<br />

Raposo Tavares.<br />

Eles foram diretamente para Guairá<br />

e no vale <strong>do</strong> rio Ivaí arrasaram as reduções<br />

e prenderam mais de quatro mil Guaranis.<br />

Queimaram as casas, a igreja,<br />

destruíram os roça<strong>do</strong>s e invadiram o<br />

convento. Dois padres jesuítas foram<br />

presos com os índios e também marcharam<br />

até o planalto paulista. Os padres ficaram<br />

choca<strong>do</strong>s pela alegria com que essa<br />

expedição foi recebida em São Paulo. Um<br />

deles escreveu:<br />

“(...) A vida toda desses bandi<strong>do</strong>s é ir ao<br />

sertão, trazen<strong>do</strong> presos [os índios] com<br />

tanta crueldade e violência para vendê-los<br />

como porcos! (...)”<br />

Esperan<strong>do</strong> escapar <strong>do</strong>s paulistas, os<br />

jesuítas transferiram-se para o Tape, no<br />

atual Rio Grande <strong>do</strong> Sul e Mato Grosso. Os<br />

bandeirantes igualmente arrasaram a nova<br />

missão, aprisionaram 1.500 Guarani,<br />

levan<strong>do</strong>-os como prisioneiros para São<br />

Paulo. Podemos entender as atividades <strong>do</strong>s<br />

bandeirantes através de alguns pontos. Como o<br />

não sucesso de uma primeira tentativa <strong>do</strong>s<br />

espanhóis e jesuítas na colonização, Tensões e a<br />

incorporação <strong>do</strong> território as posses<br />

portuguesas pelos trata<strong>do</strong>s de Madri e Santo<br />

Ildefonso e o aban<strong>do</strong>no de uma grande região<br />

com uma estrutura e um desenvolvimento relativo.<br />

4<br />

Bandeirantes levan<strong>do</strong> Índios Aprisiona<strong>do</strong>s (Debret)<br />

A colonização e a divisão territorial<br />

<strong>do</strong> Paraná<br />

O atual litoral norte <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> pertencia<br />

ao <strong>do</strong>mínio português, e fazia parte da capitania<br />

de São Vicente, que foi <strong>do</strong>ada a Martin Afonso<br />

de Souza. Já a capitania de Sant´ana ficou aos<br />

cuida<strong>do</strong>s de Perô Lopes de Souza. Uma disputa<br />

sucessória viria a dividir em 1660 a capitania,<br />

crian<strong>do</strong> a Capitania de Paranaguá. Mas o coroa<br />

a readquiriu <strong>do</strong>s herdeiros e incluin<strong>do</strong>-a na<br />

capitania de São Paulo. Sen<strong>do</strong> que após a carta<br />

régia de 17 de junho de 1723 a capitania de São<br />

Paulo passou a contar com duas comarcas: a de<br />

Paranaguá e a de São Paulo.<br />

Essa nova comarca foi extensa, no litoral<br />

as vilas Cananéia, Iguape, São Francisco e a Ilha<br />

de Santa Catarina, Laguna in<strong>do</strong> até o rio da prata<br />

forman<strong>do</strong> seu território. Contu<strong>do</strong> essa formação só<br />

duraria até 1738 quan<strong>do</strong> a provisão régia<br />

separaria o Rio Grande <strong>do</strong> sul e a ilha de santa<br />

Catarina da parte paulista. Em 1741, Laguna<br />

também foi retirada da jurisdição da capitania de<br />

São Paulo, uma outra carta régia, criaria mais<br />

tarde em 1749 a Ouvi<strong>do</strong>ria de Santa Catarina.<br />

Mesmo após separações, desmembramentos de<br />

território a Capitania de Paranaguá ainda<br />

pertenceria a São Paulo como sua 5ª Comarca.<br />

Unidade 2<br />

O Ouro no Paraná, o primeiro <strong>do</strong><br />

Brasil.<br />

À volta <strong>do</strong> interesse português em<br />

colonizar o Brasil está em parte relaciona<strong>do</strong> ao<br />

interesse de encontrar reservas de ouro.<br />

Entretanto serão localizadas minas no litoral<br />

paranaense em Cananéias, Iguape e Paranaguá<br />

em mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> século XVII.<br />

Pela determinação da Coroa, a exploração<br />

de ouro não seguia a mesma autoridade das<br />

capitanias e seus <strong>do</strong>natários, ou seja, de cunho<br />

particular. Era de interesse <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> português.


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Ilustração de uma casa de<br />

fundição <strong>do</strong> século XVIII<br />

Tratava-se de um<br />

monopólio real com<br />

governa<strong>do</strong>res indica<strong>do</strong>s<br />

pelo rei, que Pela<br />

determinação da Coroa,<br />

a exploração de ouro,<br />

mais tarde, por volta de<br />

1650 se instalou uma<br />

―Casa de Fundição‖<br />

em Paranaguá, que<br />

segun<strong>do</strong> regimento real<br />

o ouro legal era aceito<br />

somente em barras com<br />

o selo da casa real de<br />

Bragança devidamente<br />

enumera<strong>do</strong>. A parte que<br />

cabia a coroa e era<br />

fiscalizada por governa<strong>do</strong>res nomea<strong>do</strong>s pelo rei<br />

com o titulo: ―Capitão das Canoas de Guerra das<br />

Costas <strong>do</strong>s Mares <strong>do</strong> Sul‖. Sen<strong>do</strong> Eleo<strong>do</strong>ro Ébaro<br />

Pereira o primeiro para administrar as minas.<br />

Leitura Complementar<br />

As Casas de Fundição recolhiam o ouro<br />

extraí<strong>do</strong> pelos mineiros, purificavam-no e o<br />

transformavam em barras, nas quais era aposto um<br />

cunho que a identificava como "ouro quinta<strong>do</strong>". isto<br />

é, <strong>do</strong> qual já fora deduzi<strong>do</strong> o tributo <strong>do</strong> "quinto".<br />

Barras de ―Ouro quinta<strong>do</strong>‖ de 1796<br />

Era também expedi<strong>do</strong> um certifica<strong>do</strong> que deveria<br />

acompanhá-la daí em diante. As Casas de Fundição<br />

eram dirigidas por um Prove<strong>do</strong>r, auxilia<strong>do</strong> por<br />

Escrivães, fundi<strong>do</strong>res, ensaia<strong>do</strong>res, cunha<strong>do</strong>res,<br />

meirinhos, tesoureiros e fiscais. Estes últimos eram<br />

nomea<strong>do</strong>s por indicação das Câmaras Municipais. No<br />

decorrer <strong>do</strong> século XVII, duas outras casas de<br />

fundição foram instaladas na capitania de São<br />

Vicente: uma em Iguape e outra em Paranaguá,<br />

ambas por volta de 1650.<br />

Com a deflagração <strong>do</strong> Ciclo <strong>do</strong> Ouro em Minas<br />

Gerais, a partir de 1691.<br />

5<br />

Essas três casas, pela sua localização, não podiam<br />

atender ao novo El<strong>do</strong>ra<strong>do</strong>.<br />

Criou-se, então, em 1695, a Casa de<br />

Fundição de Taubaté, também chamada de Oficina<br />

Real <strong>do</strong>s Quintos. A seguir, foi instalada outra<br />

Oficina Real <strong>do</strong>s Quintos no Rio das Velhas, em<br />

Minas Gerais (possivelmente em Sabará), por volta<br />

de 1701.<br />

No decorrer <strong>do</strong> século XVIII,<br />

especialmente em razão da lei de 11 de fevereiro<br />

de 1719, numerosas outras casas de fundição<br />

foram criadas em Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso<br />

e Bahia. Em 1737, porém, foram todas extintas,<br />

em virtude da a<strong>do</strong>ção <strong>do</strong> sistema da capitação,<br />

para tributar a atividade minera<strong>do</strong>ra. Entretanto,<br />

nova mudança na política fiscal portuguesa<br />

determinou o seu restabelecimento em 1751 (por<br />

força de alvará de 3 de dezembro de 1750), com a<br />

volta <strong>do</strong> "quinto". Nessa ocasião, outras casas<br />

foram criadas em lugares onde antes não existiam.<br />

Curiosamente, foram manti<strong>do</strong>s os Intendentes <strong>do</strong><br />

Ouro, cargo cria<strong>do</strong> para gerir o sistema da<br />

capitação, os quais passaram a reger as Casas de<br />

Fundição. No final <strong>do</strong> século XVIII e princípio <strong>do</strong><br />

século XIX, com a decadência das jazidas auríferas,<br />

as casas de fundição passaram a ser abolidas. A<br />

última delas, a de Goiás, foi extinta já no Primeiro<br />

Império. Mas, a abolição formal das Casas de<br />

Fundição só ocorreu em 1834.<br />

FONTES: ARRUDA, A Circulação, as Finanças e as<br />

Flutuações Econômicas, 192 - PEREIRA E SOUSA,<br />

Dicionário Jurídico ("Casas") - SIMONSEN, História<br />

Econômica <strong>do</strong> Brasil.<br />

Os Impostos da Capitação<br />

Devi<strong>do</strong> ao contraban<strong>do</strong> e a diminuição da<br />

extração de ouro na colônia a quantidade que<br />

chegava a metrópole <strong>do</strong> metal precioso estava<br />

diminuin<strong>do</strong> cada vez mais. Neste cenário a corte<br />

portuguesa institui o chama<strong>do</strong> “Imposto da<br />

capitação” para os explora<strong>do</strong>res das minas como<br />

também para os agricultores e comerciantes<br />

paranaenses. Esse imposto consistia em 4 1/2<br />

oitavas de ouro por trabalha<strong>do</strong>r escravo nas<br />

minas, essas oitavas equivaliam a cerca de 17g<br />

por cabeça de escravo.<br />

O Paraná contava com as minas de<br />

Marumbi, Uvaparanouva, Limoeiro, tagaçaba e<br />

Serra Negra. As mais produtivas eram a <strong>do</strong><br />

Pantanal e Panajóias. Devi<strong>do</strong> à baixa produção em<br />

Paranaguá, a exploração <strong>do</strong> ouro subia a serra <strong>do</strong><br />

mar pelos rios Nhundiaquara que mais tarde daria<br />

origem a picadas pela mata surgin<strong>do</strong> assim a<br />

Estrada da Graciosa, e pelo rio da Ribera que<br />

chegava ao território Paulista.<br />

A presença <strong>do</strong> ouro foi importante para o<br />

desenvolvimento e povoação da Região. Para a


Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />

<strong>história</strong> ela aparece como o 1º ciclo econômico<br />

<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.<br />

Graças ao metal mais cobiça<strong>do</strong> pelos<br />

homens deu origem a Cidade de Paranaguá e fez<br />

surgirem inúmeros ―Arraias‖ dan<strong>do</strong> origem a<br />

muitas cidades como Bocaiúva <strong>do</strong> Sul, São José<br />

<strong>do</strong>s Pinhais e a futura cidade de Curitiba que mais<br />

tarde se tornaria a capital <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>.<br />

Leitura Complementar<br />

A intendência <strong>do</strong> Ouro em Paranaguá<br />

Estabelecida em 28 de janeiro de 1736, no<br />

primeiro instante <strong>do</strong> sistema da capitação, em<br />

substituição à velha casa de fundição local, abolida<br />

nessa oportunidade. Em 175l, quan<strong>do</strong> as fundições<br />

foram restabelecidas, Paranaguá, pela sua<br />

produção, já não justificava a volta dessa<br />

instituição. Por isso, sua Intendência ficou limitada<br />

a expedir guias para acompanhar o ouro até a Casa<br />

de Fundição de São Paulo. Ainda foi referida em<br />

1769, 1771, 1778 e 1790. (FONTES: SALLES<br />

OLIVEIRA, Moedas <strong>do</strong> Brasil, I, 1:149 - SANTOS,<br />

Memórias Históricas de Paranaguá, 1:147 -<br />

RIHG/SP, 20:711 e 26:S/N - Documentos<br />

Interessantes, 69:56)<br />

Unidade 3<br />

O Tropeirismo no Paraná<br />

Monumento ao Tropeiro na cidade da Lapa (PR)<br />

O crescimento da Pecuária e a necessidade<br />

<strong>do</strong> ga<strong>do</strong> de corte para transporte adquirissem um<br />

maior destaque, dessa forma o tropeirismo<br />

tornou-se uma atividade lucrativa. O caminho<br />

percorri<strong>do</strong> pelos tropeiros no transporte <strong>do</strong> ga<strong>do</strong> e<br />

muares era conheci<strong>do</strong> como a estrada da mata<br />

até mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> século XVIII, passan<strong>do</strong> a ser<br />

conheci<strong>do</strong> como caminho <strong>do</strong> Viamão.<br />

O seu nome está associa<strong>do</strong> a cidade Viamão<br />

no Rio Grande <strong>do</strong> Sul, passava por Curitiba,<br />

Campos Gerais no Paraná e seguia para a cidade<br />

6<br />

de Sorocaba em São Paulo, Os Muares eram<br />

comercializa<strong>do</strong>s e leva<strong>do</strong>s a Minas Gerais, Goiás e<br />

Mato Grosso.<br />

Leitura Complementar<br />

(...) Quem vai concretizar plenamente a<br />

iniciativa da estrada é o fidalgo português<br />

Cristóvão Pereira de Abreu, nasci<strong>do</strong> em Ponte de<br />

Lima, em 1580 e que, no Brasil, se tornara<br />

arremata<strong>do</strong>r e principal exporta<strong>do</strong>r de couros da<br />

Colônia <strong>do</strong> Sacramento. Em 1727, Francisco de<br />

Souza Faria, português de nascimento e sargentomor<br />

em São Paulo, recebe ordem <strong>do</strong> governa<strong>do</strong>r<br />

Caldeira Pimentel para iniciar uma estrada entre a<br />

Colônia <strong>do</strong> Sacramento e Curitiba. Galgan<strong>do</strong> a<br />

serra na altura <strong>do</strong> Morro <strong>do</strong>s Conventos, ainda no<br />

Rio Grande <strong>do</strong> Sul, chega com ela à atual capital<br />

<strong>do</strong> Paraná em 1730. No ano seguinte, saiu<br />

Cristóvão Pereira de Abreu com uma tropa de 800<br />

cavalos e muares da Colônia <strong>do</strong> Sacramento e,<br />

seguin<strong>do</strong> o roteiro de Souza Faria, chegou a<br />

Curitiba, passou por Sorocaba em 1733 e foi<br />

terminar sua jornada em São Paulo.<br />

O caminho havia si<strong>do</strong> rasga<strong>do</strong> mas<br />

Cristóvão Pereira de Abreu não estava satisfeito.<br />

Por isso, em São Paulo, buscou e conseguiu o<br />

apoio <strong>do</strong> capitão-general da Capitania, que era<br />

então o Conde de Sarzedas, levantou os re<strong>curso</strong>s<br />

necessários junto a financia<strong>do</strong>res particulares e<br />

retornou ao Rio Grande <strong>do</strong> Sul.


Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />

De lá partiu novamente em 1738, agora<br />

com uma tropa 3.000 animais, conduzi<strong>do</strong>s por 130<br />

tropeiros. Para encurtar o caminho, em vez de ir<br />

até o Morro <strong>do</strong>s Conventos, abriu, como conta<br />

Barbosa Lessa, ―um novo roteiro, diretamente<br />

entre os campos de Viamão e os campos de<br />

Lajes‖, dan<strong>do</strong> origem aos ―primeiros esboços de<br />

povoações: Santo Antônio da Patrulha, São<br />

Francisco de Paula e Nossa Senhora da Oliveira da<br />

Vacaria. Na viagem, alargou e consoli<strong>do</strong>u os<br />

caminhos e construiu quase 300 pontilhões. Foi<br />

uma empreitada enorme mas lucrativa. Segun<strong>do</strong><br />

Lessa, somente os quintos para a Fazenda Real<br />

somaram 10.000 cruza<strong>do</strong>s.<br />

Fonte:http://site.cruzeironet.com.br/sorocaba/<br />

As características <strong>do</strong>s tropeiros<br />

Entender esse nosso personagem da<br />

sociedade Paranaense típico da nossa sociedade<br />

Foram comuns expedições espanholas adentran<strong>do</strong><br />

o território paranaense durante o sécuxo XVII e<br />

XVIII os tropeiros faziam parte das zonas rurais e<br />

das pequenas cidades aqui na região sul, na<br />

maioria das vezes vesti<strong>do</strong>s como os Gaúchos da<br />

época, utilizan<strong>do</strong> botas, chapéus e ponchos. Os<br />

tropeiros encaminhavam rebanhos de ga<strong>do</strong> para o<br />

interior de São Paulo, principalmente Sorocaba, já<br />

na província de São Paulo os animais juntamente<br />

com as merca<strong>do</strong>rias iam para as províncias de<br />

Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. As merca<strong>do</strong>rias<br />

para a região de Goiás deveriam ser transportadas<br />

no lombo <strong>do</strong>s animais já que a região não<br />

colaborava muito devi<strong>do</strong> geografia íngreme. Na<br />

região <strong>do</strong> Mato Grosso onde encontramos o<br />

pantanal os produtos eram transporta<strong>do</strong>s seguin<strong>do</strong><br />

o senti<strong>do</strong> <strong>do</strong>s rios nas conhecidas monções.<br />

Devemos ter em mente que não era uma<br />

função muito agradável já que havia riscos nas<br />

viagens, muitos desses homens de origem<br />

portuguesa, mestiça e da capitania de são Vicente<br />

se viram obriga<strong>do</strong>s a procurar outras formas de<br />

sobreviverem já que <strong>do</strong> desenvolvimento de São<br />

Vicente era limita<strong>do</strong>, muito subiram as serras<br />

chegan<strong>do</strong> ao interior, era fundada a capitania de<br />

São Paulo, uma pobre vila com uma economia de<br />

7<br />

substancia dependente <strong>do</strong> comercio de artesanato,<br />

cereais e o bandeirantismo.<br />

Assim temos o tropeirismo integran<strong>do</strong><br />

essas regiões já que era uma possibilidade de um<br />

pequeno comércio, pratica<strong>do</strong> no lombo de mulas.<br />

Também havia os interesses <strong>do</strong>s<br />

portugueses que envergavam a necessidade de<br />

povoar a região sul, evitan<strong>do</strong> fundações de vilas<br />

espanholas, assim o governo real fez com que<br />

facilitasse o acesso à terra garantin<strong>do</strong> um grau de<br />

liberdade certa autonomia administrativa para a<br />

região, mas ainda prevalecia uma continuidade <strong>do</strong><br />

processo de ocupação territorial nacional presente<br />

no século XVII, com o pre<strong>do</strong>mínio <strong>do</strong> latifúndio<br />

durante o século 17, o que beneficiou poucas<br />

famílias e marginalizava grande parte <strong>do</strong> sociedade<br />

que estava ali se forman<strong>do</strong>.<br />

O que chega até nós é uma imagem idealizada <strong>do</strong>s<br />

tropeiros, muitas vezes vista como uma salva<strong>do</strong>r da<br />

colonização.<br />

Leitura Complementar<br />

(...) O tropeiro iniciava-se na profissão<br />

por volta <strong>do</strong>s 10 anos, acompanhan<strong>do</strong> o pai, que<br />

era o negociante (compra e venda de animais) o<br />

condutor da tropa. Usava chapelão de feltro<br />

cinza ou marrom, de abas viradas, camisa de cor<br />

similar ao chapéu de pano forte, manta ou beata<br />

com uma abertura no centro, jogada sobre o<br />

ombro, botas de couro flexível que chegavam<br />

até o meio da coxa para proteger-se nos<br />

terrenos alaga<strong>do</strong>s e matas.<br />

No Rio Grande, a cidade de Viamão<br />

tornou-se um <strong>do</strong>s principais centros de comércio


Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />

e formação de tropas que tinham como destino<br />

os merca<strong>do</strong>s de São Paulo. (...) Nesses trajetos,<br />

os tropeiros procuravam seguir o <strong>curso</strong> <strong>do</strong>s rios<br />

ou atravessar as áreas mais abertas, os "campos<br />

gerais" e mesmo conhecen<strong>do</strong> os caminhos mais<br />

seguros, o trajeto envolvia várias semanas. Ao<br />

final de cada dia era acesso o fogo, para depois<br />

construir uma tenda com os couros que serviam<br />

para cobrir a carga <strong>do</strong>s animais, reservan<strong>do</strong><br />

alguns para colocar no chão, onde <strong>do</strong>rmiam<br />

envoltos em seu manto. Chamava-se "encosto" o<br />

pouso em pasto aberto e "rancho" quan<strong>do</strong> já<br />

havia um abrigo construí<strong>do</strong>. Ao longo <strong>do</strong> tempo<br />

os principais pousos se transformaram em<br />

povoações e vilas. (...) A alimentação <strong>do</strong>s<br />

tropeiros era constituída por toucinho, feijão<br />

preto, farinha, pimenta-<strong>do</strong>-reino, café, fubá e<br />

coité (um molho de vinagre com fruto cáustico<br />

espremi<strong>do</strong>). Nos pousos comiam feijão quase<br />

sem molho com pedaços de carne de sol e<br />

toucinho (feijão tropeiro) que era servi<strong>do</strong> com<br />

farofa e couve picada. Bebidas alcoólicas só<br />

eram permitidas em ocasiões especiais: quan<strong>do</strong><br />

nos dias muitos frios tomavam um pouco de<br />

cachaça para evitar constipação e como remédio<br />

para picada de insetos.<br />

Fonte: http://www.historianet.com.br/conteu<strong>do</strong>/<br />

default.aspx?codigo=496<br />

O Povoamento <strong>do</strong> Paraná<br />

O Paraná foi forma<strong>do</strong> por muitos povos, das<br />

mais variadas origens, para poder entender melhor<br />

esse processo vamos dividir a formação das duas<br />

principais vilas ainda no século XIX, a de Paranaguá<br />

no litoral e a de Curitiba no interior.<br />

Paranaguá, O litoral.<br />

Unidade 4<br />

Por se tratar de uma região litorânea é<br />

complica<strong>do</strong> determinarmos que não houvesse<br />

ocupação antes <strong>do</strong> século XVII com a presença de<br />

Martin Afonso de Souza, existem alguns relatos<br />

isola<strong>do</strong>s de tribos de indígenas de brancos na<br />

região que poderiam ser aventureiros ou náufragos.<br />

Segun<strong>do</strong> relatos <strong>do</strong> livro de Hans Staden<br />

um naufrago alemão, a região <strong>do</strong> litoral <strong>do</strong> Paraná<br />

já era conhecida e habitada pelo homem branco<br />

por volta 1555, Foi-se efetivan<strong>do</strong> uma povoação, e<br />

em segun<strong>do</strong> alguns relatos já em 1578, havia uma<br />

pequena capela denominada Nossa Senhora <strong>do</strong><br />

Rosário.<br />

8<br />

Em 1614, o tabelião de São Vicente Diogo<br />

de Unhate, obtém o direito da primeira a primeira<br />

sesmaria território paranaense. Em 1646 Gabriel<br />

de Lara, ergueu o pelourinho que funcionava<br />

como símbolo da justiça, da ordem e da<br />

autoridade, tal atitude garante a Gabriel de Lara o<br />

título de "capitão-povoa<strong>do</strong>r", de Paranaguá, sen<strong>do</strong><br />

que após seu estabelecimento, fez erguer o<br />

Pelourinho em 1646, símbolo máximo da justiça e<br />

<strong>do</strong> poder lusitano. Neste mesmo ano o capitão<br />

povoa<strong>do</strong>r anuncia o descobrimento de ouro em<br />

território paranaense.<br />

Porto de Paranaguá no fim <strong>do</strong> século XIX, pintura de<br />

Alfre<strong>do</strong> Andersen, com forte influência impressionista.<br />

Em 1648, Paranaguá é elevada à<br />

categoria de Vila e recebe o nome de Vila Nossa<br />

Senhora <strong>do</strong> Rosário de Paranaguá, sen<strong>do</strong> Gabriel<br />

de Lara seu primeiro administra<strong>do</strong>r.<br />

Curitiba, O interior.<br />

O Povoamento de Curitiba esta<br />

relaciona<strong>do</strong> com <strong>do</strong>is fatores principais, um deles<br />

era encontrar o caminho <strong>do</strong> Peabiru e <strong>do</strong>minar o<br />

interior, outro fator é o crescente número de<br />

pessoas que chegam à região devi<strong>do</strong> às<br />

informações da descoberta de ouro em Paranaguá,<br />

chegam forman<strong>do</strong> os ―arraias de minera<strong>do</strong>res‖<br />

como o arraial Queima<strong>do</strong>, Borda <strong>do</strong> Campo e o<br />

Arraial Grande.<br />

Foi funda<strong>do</strong> o povoa<strong>do</strong> de Nossa Senhora<br />

da Luz e Bom Jesus <strong>do</strong>s Pinhais, em 1654, fican<strong>do</strong><br />

num local onde havia o encontro entre os<br />

minera<strong>do</strong>res e os cria<strong>do</strong>res de ga<strong>do</strong>. Logo em<br />

seguida em 1668, a pequena vila foi incorporada a<br />

Paranaguá. Em 1693, o povoa<strong>do</strong> é eleva<strong>do</strong> a vila.<br />

Durante o início <strong>do</strong> século XIX, o povoa<strong>do</strong><br />

já então chama<strong>do</strong> de Nossa Senhora <strong>do</strong>s Pinhais<br />

de Curitiba. Possuía pouco mais que 200 casas.<br />

Mas com o início da exploração e <strong>do</strong> comércio da<br />

erva-mate com apoio da extração de madeiras<br />

nobres temos um novo impulso de crescimento e<br />

já em mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Século XIX em 1842 Curitiba já<br />

possuía 5.819 habitantes, era elevada a categoria<br />

de cidade. Já em 1853, era criada a província <strong>do</strong><br />

Paraná. No ano seguinte, já com o nome de<br />

Curitiba, foi escolhida para sua capital.


Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />

Mapa <strong>do</strong> centro da vila Nossa Senhora <strong>do</strong> Rosário de<br />

Curitiba 1830- 1850<br />

Já como Província Curitiba promove uma<br />

colonização através <strong>do</strong>s emigrantes europeus com<br />

foco em italianos e poloneses. Por volta de 1870<br />

foram funda<strong>do</strong>s 35 núcleos coloniais de terras de<br />

mata em torno <strong>do</strong>s campos de Curitiba. A cidade<br />

conhecia um novo crescimento e progresso<br />

desenvolven<strong>do</strong> atividades agrícolas e a industrialização.<br />

Unidade 5<br />

E emancipação Política e a<br />

definição territorial<br />

Boa parte das definições territoriais das<br />

províncias no Brasil aconteceram basicamente de<br />

forma natural através de caminhos indígenas,<br />

tropas e tropeiros. No Paraná temos um destaque<br />

grande para os caminhos indígenas, podemos<br />

destacar vários como o Peabiru, que era a ligação<br />

<strong>do</strong> Peru cortan<strong>do</strong> to<strong>do</strong> o Paraná, chegan<strong>do</strong> ao sul<br />

de São Paulo. Um caminho pronto para adentrar<br />

em regiões e conquistá-las. O Caminho da graciosa<br />

que ligava Antonina até Curitiba, essa caminho foi<br />

aberto totalmente em 1807. Havia também<br />

caminhos como Itupava e Cubatão, o primeiro era<br />

conheci<strong>do</strong> como o menor per<strong>curso</strong> sain<strong>do</strong> de<br />

Curitiba passan<strong>do</strong> a serra chegan<strong>do</strong> ao porto ten<strong>do</strong><br />

ramificação para a cidade de Antonina, o segun<strong>do</strong><br />

era conheci<strong>do</strong> como caminho da morte, já que<br />

havia pontos perigosíssimos, ligava as cidades de<br />

São José <strong>do</strong>s Pinhais, Morretes, Cubatão e<br />

Paranaguá.<br />

Com tamanhas redes de comunicação<br />

Curitiba estava à frente de muitas cidades de<br />

outras províncias <strong>do</strong> Brasil, algumas possuíam<br />

apenas um caminho como comunicação com as<br />

capitais e outras vilas. O processo de emancipação<br />

política paranaense foi inicia<strong>do</strong> muito ce<strong>do</strong> na<br />

9<br />

nossa <strong>história</strong>, mas foi um processo lento levan<strong>do</strong><br />

em conta as situações políticas que se encontrava<br />

no Brasil <strong>do</strong> século XIX.<br />

Com a criação em 1811 da comarca de<br />

Paranaguá e Curitiba integra<strong>do</strong>s ao território da<br />

Capitania de São Paulo. A Câmara Municipal de<br />

Paranaguá no mesmo ano apelou ao príncipe<br />

regente, Dom João IV, presente no Brasil devi<strong>do</strong> às<br />

invasões napoleônicas, a câmara solicitou a<br />

emancipação da comarca e a criação de uma<br />

capitania <strong>do</strong> Paraná independente a de São Paulo.<br />

As situações <strong>do</strong> Brasil naquele momento não<br />

possibilitaram um cenário político adequa<strong>do</strong> e<br />

mesmo após a Independência <strong>do</strong> Brasil, os<br />

paranaenses continuavam submeti<strong>do</strong>s à comarca<br />

de São Paulo.<br />

Cartografia <strong>do</strong> Século XIX, mostra a província de São<br />

Paulo fazen<strong>do</strong> fronteira com a província <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong><br />

Sul, Santa Catarina também estava confinada a uma<br />

pequena porção territorial junto a costa atlântica.<br />

Dentre os episódios políticos, temos<br />

destaque para <strong>do</strong>is que Dois episódios tornaram<br />

evidente a importância política e estratégica da<br />

região: a Guerra <strong>do</strong>s Farrapos e as Revoltas<br />

Liberais de 1842.<br />

A Guerra <strong>do</strong>s Farrapos que aconteceu de<br />

1835 a 1845 começou no Rio Grande <strong>do</strong> Sul e<br />

chegou até a província de Santa Catarina, esse<br />

movimento era contra a centralização política<br />

imposta e pelas exigências <strong>do</strong> governo <strong>do</strong> Brasil e o<br />

encarecimento da criação bovina devi<strong>do</strong> aos altos<br />

impostos. Já as conhecidas Revoltas Liberais de<br />

1842, foram promovidas em Minas Gerais e São<br />

Paulo pelo Parti<strong>do</strong> Liberal, que era contrário ao ato<br />

de Dom Pedro II que havia dissolvi<strong>do</strong> a Assembléia<br />

Geral. Como já vimos no capítulo anterior em<br />

1842, uma lei provincial de São Paulo, eleva<br />

Curitiba à categoria de cidade.


Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />

A economia paranaense estava se<br />

expandin<strong>do</strong> com a uma grande produção de ervamate,<br />

O produto da erva possuía grandes merca<strong>do</strong>s<br />

como o argentino, uruguaio, paraguaio e chileno,<br />

sem contar no número de negociações e ouro que<br />

chegavam à província com o comércio de ga<strong>do</strong>. O<br />

mate era o principal produto de exportação e de<br />

fonte de renda <strong>do</strong> Paraná, na época.<br />

Erva Mate, produto nativo da região sul <strong>do</strong> Brasil com<br />

grandes quantidades no Paraná. O mate era interessante<br />

já que os caudilhos <strong>do</strong>s países vizinhos apreciavam o chá<br />

preto da índia, mas que possuía um valor muito alto e<br />

deveria ser comprada da Cia das índias ocidentais da<br />

Inglaterra.<br />

No dia 29 de agosto de 1853, o projeto de<br />

criação da Província <strong>do</strong> Paraná é Aprova<strong>do</strong> com a<br />

força da lei imperial nº 704, que foi assinada e<br />

promulgada por Dom Pedro II. Embora a lei da<br />

criação da província tivesse si<strong>do</strong> promulgada pelo<br />

Impera<strong>do</strong>r, a Emancipação política <strong>do</strong> Paraná<br />

demorou ainda quatro meses para se tornar real de<br />

fato. Então em 19 de dezembro de 1853, a<br />

província <strong>do</strong> Paraná separe-se deixan<strong>do</strong> de fazer<br />

parte da 5ª Comarca de São Paulo.<br />

Quadro da Primeira Sessão da Assembléia Legislativa da<br />

Província <strong>do</strong> Paraná. 1854<br />

Curitiba foi escolhida como capital da<br />

nova província e em seguida a emancipação política<br />

da província, chega nesse momento à nova capital<br />

Zacarias de Góis e Vasconcelos, o primeiro<br />

presidente provincial <strong>do</strong> Paraná escolhi<strong>do</strong> pelo<br />

10<br />

império, em seu primeiro dis<strong>curso</strong> na província<br />

paranaense disse que to<strong>do</strong>s os seus problemas de<br />

poderiam serem transforma<strong>do</strong>s num só: povoar um<br />

território de cerca de 200.000 km², que contava<br />

com pouco mais de 60 mil habitantes sen<strong>do</strong> que a<br />

grande maioria (cerca de 90%) dessa população<br />

distribuída nas cidades de Curitiba e Paranaguá.<br />

Leitura Complementar<br />

Considerações Sobre Zacarias de Góes e<br />

Vasconcelos:<br />

(...) Aproximadamente quatro meses após,<br />

em 19 de dezembro, toma posse o primeiro<br />

presidente, Zacarias de Góes e Vasconcellos,<br />

então com 38 anos. Nasci<strong>do</strong> em Valença, Bahia,<br />

gradua<strong>do</strong> em Direito pelo Curso Jurídico de<br />

Olinda, em sua biografia podem ser notadas<br />

qualidades de um estadista prepara<strong>do</strong> para<br />

ocupar essa árdua tarefa organizacional, já que<br />

previamente passara pelo parlamento como<br />

deputa<strong>do</strong> provincial pela Bahia (1843), pelo<br />

executivo como presidente <strong>do</strong> Piauí (1845/1847)<br />

e de Sergipe (1848/1849), e pelo ministério<br />

imperial ao ocupar, em 1852, a pasta de ministro<br />

da Marinha.<br />

O programa inicial <strong>do</strong> governo lhe foi<br />

passa<strong>do</strong> por Luiz Pereira <strong>do</strong> Couto, ministro <strong>do</strong><br />

Império, que encarregou o novo presidente de<br />

instalar e organizar o governo provincial, o que<br />

foi cumpri<strong>do</strong> com rigoroso empenho e dedicada<br />

atenção. Ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> nomea<strong>do</strong> para um governo<br />

de conciliação, presidiu as eleições de sena<strong>do</strong>r,<br />

deputa<strong>do</strong> geral, e membros da Assembléia<br />

Legislativa Provincial, crian<strong>do</strong> as comarcas de<br />

Curitiba, Paranaguá e Castro, nomean<strong>do</strong><br />

magistra<strong>do</strong>s<br />

Zacarias, desde os primeiros atos,<br />

mostrou ser homem de visão invulgar. Assim,<br />

escolheu Curitiba como capital provincial, por<br />

possuir o maior número de casas (cerca de 200),<br />

melhores condições climáticas, sanitárias e<br />

privilegiada localização. Fun<strong>do</strong>u uma Companhia<br />

Policial e proibiu o uso de armas nas cidades,<br />

visan<strong>do</strong> a redução da criminalidade. Deu ordens<br />

para a construção de cemitérios, opon<strong>do</strong>-se ao<br />

antigo costume de se enterrarem os cadáveres<br />

nos templos. Incentivou a organização de várias<br />

escolas primárias e a criação das cadeiras de<br />

francês e inglês no Liceu Paranaense, pagan<strong>do</strong><br />

bons salários à <strong>do</strong>cência. Preocupa<strong>do</strong> com a<br />

vastidão da nova província, incentivou o<br />

povoamento e a imigração de estrangeiros.<br />

Procuran<strong>do</strong> melhorar a ligação com os portos de<br />

embarque no litoral, deu início à construção da<br />

imprescindível estrada da Graciosa. Essas obras,<br />

entre outras tantas, verdadeiramente<br />

alavancaram o desenvolvimento <strong>do</strong> Paraná.<br />

Quan<strong>do</strong> deixou o governo provincial, em


Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />

3 de maio de 1855, Zacarias saiu aclama<strong>do</strong>. Na<br />

viagem de Curitiba a Paranaguá, onde embarcou<br />

para o Rio de Janeiro, foi cerca<strong>do</strong> em to<strong>do</strong>s os<br />

lugares por efusivas manifestações de gratidão e<br />

respeito. (...)<br />

Luiz Fernan<strong>do</strong> Tomasi Keppen é juiz de<br />

Direito, mestre em Direito pela UFPR,<br />

diretor cultural da Amapar e professor<br />

universitário.<br />

Fonte: KEPPEN, Luiz Fernan<strong>do</strong> Tomasi, in Jornal<br />

Gazeta <strong>do</strong> Povo, Opinião <strong>do</strong> dia 2, página 22, 20<br />

de dezembro de 2008<br />

O Paraná como província<br />

Os 35 anos que o Paraná passou como<br />

província foi um perío<strong>do</strong> de grande instabilidade<br />

política, Nesse perío<strong>do</strong> estiveram à frente da<br />

administração 41 presidentes, cerca de 8 meses a<br />

para cada administração. O primeiro presidente<br />

como já vimos foi Zacarias de Góes e Vasconcelos,<br />

como to<strong>do</strong>s os outros presidentes que estiveram a<br />

frente <strong>do</strong> governo até a guerra <strong>do</strong> Paraguai não<br />

eram paranaenses, dentre os feitos de Zacarias<br />

temos como destaque o início <strong>do</strong> calçamento da<br />

Estrada da graciosa. Entre outros destacamos<br />

alguns que tiveram feitos importantes a frente <strong>do</strong><br />

governo provincial.<br />

João José Pedrosa foi responsável por<br />

organizar e construir uma sede para a câmara<br />

legislativa <strong>do</strong> Paraná, incentivou a imigração com<br />

trata<strong>do</strong>s firma<strong>do</strong>s junto a Europa e cui<strong>do</strong>u <strong>do</strong><br />

abastecimento de água e luz para a recente capital.<br />

Carlos Augusto de carvalho organizou um<br />

plano econômico para melhorar as finanças<br />

colocan<strong>do</strong> o ―imposto <strong>do</strong> vintém‖, Criou escolas<br />

noturnas em Curitiba e introduziu a disciplina de<br />

educação física no colégio <strong>do</strong> Paraná.<br />

Alfre<strong>do</strong> d´Esragnolle Taunay importante<br />

figura <strong>do</strong> império naquele momento, de família<br />

nobre seu avó era Nicolas-Antoine Taunay, pintor<br />

que chegou junto com missão artística Francesa em<br />

1810. Sua função era ―civilizar‖ a capital <strong>do</strong> esta<strong>do</strong><br />

cuidan<strong>do</strong> de um projeto de urbanização e<br />

Saneamento de Curitiba, Reorganiza a Biblioteca<br />

pública e inicia as construções <strong>do</strong> passeio público e<br />

inicia as construções das primeiras estradas de<br />

Ferro.<br />

Joaquim de Almeida Faria entra para<br />

terminar as obras de Alfre<strong>do</strong> Taunay que fora<br />

requisita<strong>do</strong> na corte imperial no Rio de Janeiro,<br />

inaugura o serviço de bondes de tração animal e<br />

incentiva a instrução primária para a população da<br />

província no colégio <strong>do</strong> Paraná.<br />

O último presidente <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> provincial foi<br />

Jesuíno Marcondes de Oliveira e Sá era grande<br />

figura política <strong>do</strong> império a frente <strong>do</strong> parti<strong>do</strong> liberal,<br />

fez os melhoramentos na estrada da graciosa, teve<br />

11<br />

de entregar o governo ao general Francisco<br />

Car<strong>do</strong>so Júnior que foi o comandante das tropas<br />

republicanas no Paraná e primeiro governa<strong>do</strong>r foi<br />

Dr. Generoso Marques <strong>do</strong>s Santos.<br />

As estradas de ferro iniciadas no governo de<br />

Alfre<strong>do</strong> Taunay foram fundamentais para um<br />

desenvolvimento posterior <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>.<br />

O Paraná república<br />

Apesar de o Paraná possuir alguns clubes<br />

de debates republicanos e a tiragem de <strong>do</strong>is<br />

jornais republicanos, ―Livre Paraná‖, na cidade de<br />

Paranaguá e a ―A República‖, em Curitiba, o<br />

movimento republicano paranaense era muito<br />

fraco. Para se ter ideia na Assembléia Legislativa<br />

Provincial existia apenas um deputa<strong>do</strong>, Vicente<br />

Macha<strong>do</strong> da Silva Lima com inspirações republicas,<br />

ele se destacaria na política paranaense nos<br />

primeiros anos após a proclamação da republica.<br />

No Paraná encontramos a mesma situação<br />

de indiferença da população em ralação a<br />

republica como se viu no Rio de Janeiro após o<br />

golpe derrubar o gabinete Ouro Preto. O nosso<br />

esta<strong>do</strong> her<strong>do</strong>u a crise pós-golpe que se viu no<br />

Brasil. O Dr. Generoso Marques <strong>do</strong>s Santos, que<br />

substituiu a junta que governara o esta<strong>do</strong> desde o<br />

golpe foi deposto, pois apoiava o golpe de<br />

Deo<strong>do</strong>ro da Fonseca, Floriano assume o poder em<br />

novembro de 1891, e em fevereiro de 1892 o<br />

governa<strong>do</strong>r eleito pelo voto direto é Francisco<br />

Xavier da Silve e para Vice o Dr. Vicente Macha<strong>do</strong><br />

que já se destacava como líder republicano.<br />

No dia 9 de janeiro de 1892, o Paraná<br />

aprova pela assembléia legislativa a primeira<br />

bandeira, pelo <strong>do</strong> Decreto Estadual nº 8, da<br />

mesma data em que foi promulgada.<br />

Primeira bandeira <strong>do</strong> Paraná de 1892 a 1905.


Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />

Unidade 6<br />

Conflitos no Paraná<br />

A Revolução Federalista<br />

Para entendermos bem a <strong>história</strong> política <strong>do</strong><br />

Brasil império, devemos sempre se lembrar das<br />

disputas que aconteciam entre os conserva<strong>do</strong>res e<br />

liberais, mas após a proclamação da republica<br />

esses <strong>do</strong>is parti<strong>do</strong>s somem crian<strong>do</strong> os parti<strong>do</strong>s<br />

Nacional Federalista surgi<strong>do</strong> no Rio Grande <strong>do</strong> Sul<br />

através da união de Liberais e Conserva<strong>do</strong>res, e o<br />

Parti<strong>do</strong> Republicano que possuía como liderança o<br />

jovem político Julio Prates de Castilhos que estava<br />

a frente da administração <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio<br />

Grande <strong>do</strong> Sul.<br />

Com essa situação temos A Revolução<br />

Federalista, um conflito interno que ocorreu logo<br />

em seguida a Proclamação da República, sua<br />

origem estava na instabilidade política gerada<br />

pelos chama<strong>do</strong>s federalistas, que pretendiam<br />

"libertar o Rio Grande <strong>do</strong> Sul da tirania de Júlio<br />

Prates de Castilhos", então presidente <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.<br />

Surgiu uma série de conflitos que<br />

culminaram com uma série de disputas sangrentas<br />

que por conseqüência geraram uma guerra civil,<br />

que foi de fevereiro de 1893 a agosto de 1895, e<br />

que foi vencida pelos simpatizantes de Júlio Prates<br />

de Castilhos, conheci<strong>do</strong>s como pica paus.<br />

Julio Prates de Castilhos, Presidente <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio<br />

Grande <strong>do</strong> Sul eleito em 1891, um <strong>do</strong>s personagens<br />

mais importantes da revolução Federalista.<br />

As divergências tiveram inicio com atritos<br />

ocorri<strong>do</strong>s os que procuravam a autonomia<br />

estadual, acima <strong>do</strong> poder federal e seus<br />

opositores. Houve conflitos com luta armada nas<br />

regiões <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Sul, Santa Catarina e<br />

Paraná.<br />

12<br />

Funda<strong>do</strong> em 1892 por Gaspar Silveira<br />

Martins, o Parti<strong>do</strong> Federalista <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong><br />

Sul defendia o sistema parlamentar de governo e<br />

a revisão da Constituição promulgada por Julio<br />

Prates de Castilhos. Desse mo<strong>do</strong> a concepções<br />

políticas e filosóficas chocava-se contra a<br />

constituição <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Sul de 1891 que era<br />

inspirada no positivismo de conte e no<br />

presidencialismo, dan<strong>do</strong> uma maior autonomia<br />

estadual,<br />

Formada as ideologias <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is la<strong>do</strong>s<br />

convencionou denominar os grupos de seguinte<br />

forma: os que se simpatizavam com Gaspar da<br />

Silveira Martins eram chama<strong>do</strong>s de Gasparistas ou<br />

maragatos, eram totalmente opostos aos<br />

segui<strong>do</strong>res de Júlio de Castilhos, conheci<strong>do</strong>s como<br />

castilhistas ou Pica-paus.<br />

As desavenças iniciaram-se com a<br />

concentração de tropas maragato em campos da<br />

Carpintaria, no Uruguai, localidade próxima a<br />

Bagé. Em seguida o negociante (potreiro) de Ana<br />

Correia, vin<strong>do</strong> <strong>do</strong> Uruguai em direção ao Rio<br />

Grande <strong>do</strong> Sul, encontrava o coronel caudilho<br />

federalista Gumercin<strong>do</strong> Saraiva, que seria uma das<br />

principais figuras a frente <strong>do</strong> exercito rebelde <strong>do</strong>s<br />

maragato.<br />

Gumercin<strong>do</strong> Saraiva, caudilho defensor <strong>do</strong>s ideais<br />

republicanos.<br />

Com ataques relâmpagos e estratégicos,<br />

os maragatos <strong>do</strong>minaram rapidamente a fronteira<br />

e exigiam a deposição de Júlio Prates de Castilhos,<br />

que fora eleito pelo voto direto. Havia a idéia de<br />

promover um plebiscito para que o povo<br />

escolhesse que governo.<br />

As batalhas estavam se tornan<strong>do</strong> tão<br />

violentas e o numero de mortes crescia numa<br />

proporção assusta<strong>do</strong>ra, sem perspectiva de fim a<br />

rebelião adquiriu âmbito nacional e rapidamente,<br />

ameaçou a estabilidade <strong>do</strong> regime republicano em<br />

to<strong>do</strong> o país. Floriano Peixoto se posicionou em<br />

―defesa <strong>do</strong>s ideais republicanos‖ envian<strong>do</strong> tropas<br />

federais para socorrer Júlio Prates de Castilhos.


Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />

Gumercin<strong>do</strong> ao la<strong>do</strong> de Aparício, ambos ao centro, na<br />

Revolução Federalista 1894.<br />

Gumercin<strong>do</strong> Saraiva com sua tropa<br />

fizeram vários ataques em Dom Pedrito. De lá<br />

iniciaram uma série de ataques relâmpagos contra<br />

vários pontos <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> Rio-grandense, dan<strong>do</strong><br />

uma desestabilizada nas posições conquistadas<br />

pelos legalistas.<br />

Cruz <strong>do</strong>s Degola<strong>do</strong>s, homenagem <strong>do</strong> município de São<br />

Martinho da Serra no Rio Grande <strong>do</strong> Sul, a cruz lembra<br />

os mortos degola<strong>do</strong>s na revolução, a degola foi uma<br />

prática comum entre ambos os la<strong>do</strong>s como uma atitude<br />

revanchista.<br />

Você caro leitor deve estar se<br />

perguntan<strong>do</strong> nesse momento, o que um conflito<br />

ocorri<strong>do</strong> no Rio Grande <strong>do</strong> Sul tem relação com o<br />

Paraná? Essa pergunta é respondida com o rumo<br />

que tomaram as tropas, in<strong>do</strong> ao norte para<br />

ganharem mais força, avançaram em novembro<br />

sobre Santa Catarina e chegan<strong>do</strong> ao Paraná,<br />

sen<strong>do</strong> deti<strong>do</strong>s na cidade da Lapa, que fica cerca<br />

de 60 Km a su<strong>do</strong>este de capital paraense.<br />

As tropas legalistas da republica foram<br />

cercadas na Lapa, em um <strong>do</strong>s mais célebres<br />

episódios da vida militar brasileira, que ficou<br />

conheci<strong>do</strong> como "O Cerco da Lapa". Num total de<br />

24 dias de resistência, com uma tropa oito vezes<br />

menor que a <strong>do</strong>s adversários maragato,<br />

comanda<strong>do</strong>s pelo rio-grandense Gumercin<strong>do</strong><br />

Saraiva. Os legalistas são derreto<strong>do</strong>s após a morte<br />

13<br />

<strong>do</strong> Coronel Carneiro que segun<strong>do</strong> as lendas deu<br />

ordens até a morte, E apesar da derrota de<br />

Carneiro, o perío<strong>do</strong> de combates definiu o la<strong>do</strong><br />

vence<strong>do</strong>r, pois atrasou o avanço de Gumercin<strong>do</strong>,<br />

já que carneiro não havia revela<strong>do</strong> a posição das<br />

outras tropas legalistas, assim foi possível uma<br />

organização <strong>do</strong> la<strong>do</strong> republicano legalista que<br />

derrotou posteriormente os federalistas.<br />

Encenação de ―O Cerco‖ por um grupo de teatro da lapa<br />

em 2009 relembran<strong>do</strong> 115 anos <strong>do</strong> cerco de 24 dias.<br />

Com a morte <strong>do</strong> Coronel Carneiro, em<br />

1894, as pretensões <strong>do</strong>s rebeldes federalistas de<br />

chegarem à capital da República foi frustrada, e a<br />

resistência da Lapa estancou o avanço da<br />

revolução.<br />

Sem opção Gumercin<strong>do</strong>, bate em retirada<br />

em direção ao Rio Grande <strong>do</strong> Sul. Mas um tiro sem<br />

autor o mata em 10 de agosto de 1894.<br />

Panteão <strong>do</strong>s Heróis na Lapa, onde jazem os corpos <strong>do</strong>s<br />

legalistas que combateram no Cerco da Lapa<br />

A revolução federalista foi vencida em<br />

junho de 1895 no combate de Campo Osório.<br />

Saldanha da Gama, um <strong>do</strong>s últimos lideres<br />

legalistas possui<strong>do</strong>r de um contingente de 400<br />

homens, lutou até a morte contra os Pica-paus. A<br />

paz finalmente foi assinada em na cidade Pelotas<br />

em 23 de agosto de 1895. Nessa ocasião O<br />

presidente da República era Prudente de Morais.<br />

Este conflito propiciou pelo menos 10.000 mortos<br />

e incontáveis feri<strong>do</strong>s.


Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />

Lima Barreto, na sua obra de ficção "O<br />

Triste Fim de Policarpo Quaresma", faz uma<br />

referência ao cerco da Lapa, colocan<strong>do</strong> inclusive<br />

sua opinião, Observe:<br />

"só a Lapa resistia tenazmente, uma das poucas<br />

páginas dignas e limpas de to<strong>do</strong> aquele enxurro<br />

de paixões. A pequena cidade tinha dentro de<br />

suas trincheiras o Coronel Gomes Carneiro, uma<br />

energia, uma vontade, verdadeiramente isso,<br />

porque era sereno, confiante e justo. Não se<br />

desmanchou em violências de apavora<strong>do</strong> e soube<br />

tornar verdade a gasta frase grandiloqüente:<br />

resistir até a morte".<br />

Lima Barreto, techo retira<strong>do</strong> <strong>do</strong> Capítulo III.<br />

Leitura Complementar<br />

Observe um trecho de uma carta <strong>do</strong> Dr.<br />

Bagueira, observe como ocorre a<br />

comunicação em momentos de guerra:<br />

(...) Dizia-se em Paranaguá que os<br />

federais <strong>do</strong> Rio Grande já tinham feito a invasão<br />

e que muitos corpos <strong>do</strong> Exército já tinham se<br />

junta<strong>do</strong> a eles. Em Santa Catarina dizia-se que<br />

três cidades já tinham si<strong>do</strong> tomadas: Erval,<br />

Santana e Bagé. Mesmo fazen<strong>do</strong> grande redução<br />

nesses boatos, ainda ficava o bastante para<br />

inquietar-me. Via que dificilmente eu poderia<br />

escapar de servir com as tropas em operações e<br />

que nesse caso eu teria de ausentar-me de minha<br />

família.<br />

(...) Além disso ser-me-ia bem<br />

desagradável servir em um batalhão que se<br />

passasse para os invasores. Formei então o plano<br />

de deixar minha família no Rio Grande, lugar<br />

sossega<strong>do</strong>, onde temos parentes; e ir eu só<br />

apresentar-me em Porto Alegre e seguir para<br />

onde me mandassem 13 e só levaria para junto<br />

de mim se fosse designa<strong>do</strong> para Pelotas ou Porto<br />

Alegre.<br />

PEZAT, Paulo Ricar<strong>do</strong>, A REVOLUÇÃO<br />

FEDERALISTA NA PERSPECTIVA DE UM<br />

MÉDICO POSITIVISTA: CARTAS DO DR.<br />

BAGUEIRA LEAL A MIGUEL LEMOS E A<br />

TEIXEIRA MENDES, In: História em revista,<br />

UFPel, volume 09, Dezembro de 2003.<br />

14<br />

Unidade 7<br />

Conflitos no Paraná<br />

O Contesta<strong>do</strong><br />

O Conflito que ficou conheci<strong>do</strong> como<br />

contesta<strong>do</strong> foi um conflito ocorri<strong>do</strong> entre os<br />

esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Paraná e Santa Catarina, esse<br />

movimento ganhou grande notoriedade na <strong>história</strong><br />

<strong>do</strong> Brasil dentre aqueles movimentos que<br />

misturam interesses políticos, econômicos e<br />

questões sociais liga<strong>do</strong>s ao messianismo. O<br />

movimento ocorre de 1912 até 1916 de um la<strong>do</strong> a<br />

população cabocla <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is esta<strong>do</strong>s e <strong>do</strong> outros os<br />

governos estaduais com o apoio <strong>do</strong> então<br />

presidente da república Hermes da Fonseca.<br />

O chama<strong>do</strong> contesta<strong>do</strong> é uma região<br />

disputada entre os esta<strong>do</strong>s Catarinense e<br />

Paranaense, de acor<strong>do</strong> com as divisões atuais <strong>do</strong>s<br />

esta<strong>do</strong>s ocupava a região sul <strong>do</strong> Paraná e quase<br />

70% <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> Catarinense. A disputa era travada<br />

por se tratar de uma região rica em Erva mate e<br />

Madeira sen<strong>do</strong> os pequenos proprietários<br />

posseiros que viviam <strong>do</strong> comércio desses<br />

produtos.<br />

Paraná<br />

Região<br />

<strong>do</strong> Contesta<strong>do</strong><br />

Rio Grande <strong>do</strong> Sul<br />

Porto Alegre<br />

Ponta Grossa<br />

Curitiba<br />

Lapa<br />

Santa<br />

Catarina<br />

N<br />

Florianópolis<br />

O governo brasileiro no final <strong>do</strong> século<br />

XIX possuía um ambicioso projeto para a época,<br />

que seria interligar os esta<strong>do</strong>s de São Paulo e Rio<br />

Grande <strong>do</strong> Sul através de uma estrada de ferro.<br />

Com o projeto da construção pronto o<br />

governo brasileiro autoriza a construção, mas para<br />

isso desapropriaria uma faixa de terras de<br />

aproximadamente 30 quilômetros de largura, que


Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />

atravessaria os esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Paraná , Santa<br />

Catarina, até chegar no Rio Grande <strong>do</strong> sul, essa<br />

área seria uma espécie de reserva para os<br />

trabalhos da construção da linha férrea.<br />

Uruguaiana<br />

Santa Maria<br />

Paraná<br />

Vacara<br />

Porto Alegre<br />

Região <strong>do</strong> Contesta<strong>do</strong><br />

Estrada de Ferro São Paulo-<br />

Rio Grande <strong>do</strong> Sul<br />

Divisão Política atual<br />

São Paulo<br />

Curitiba<br />

Santa<br />

Catarina<br />

Palmares <strong>do</strong> Sul<br />

Florianópolis<br />

São Paulo<br />

A construção foi realizada pela empresa<br />

estadunidense Brazil Railway Company, presidida<br />

por Percival Farquhar, que atuava também no<br />

ramo de extração de madeira através da empresa<br />

Southern Brazil Lumber and Colonization<br />

Company, também de sua propriedade.<br />

Com a construção da estrada em<br />

andamento, vários trabalha<strong>do</strong>res foram atraí<strong>do</strong>s<br />

para a região, mas com a finalização das obras, os<br />

trabalha<strong>do</strong>res migrantes ficaram sem emprego e<br />

numa situação muito precária.<br />

Apólice de seguro de viagens das ferrovias da Brazil<br />

Railaway Company, 1914<br />

N<br />

15<br />

Sem contar no grande numero de<br />

posseiros que foram expulsos de suas terras já<br />

que o governo brasileiro atribuiu à região como<br />

devoluta, como se ninguém estivesse na região, o<br />

que permitiu a Brazil Railway, tomar todas as<br />

terras nas faixas <strong>do</strong>s 30 quilômetros. Com as<br />

terras nas mãos, Farquhar, passa a explorar a<br />

madeira através da Southern Brazil Lumber,<br />

exportan<strong>do</strong>-a para os Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, Assim os<br />

pequenos fazendeiros que se sustentavam da<br />

extração da madeira foram arruina<strong>do</strong>s pelo<br />

<strong>do</strong>mínio de Lumber sobre as florestas da região.<br />

O empreendimento da construção da<br />

estrada de ferro ligan<strong>do</strong> São Paulo ao Rio Grande<br />

<strong>do</strong> Sul formou o cenário de conflito através de<br />

problemas políticos, econômicos e sociais. As<br />

empresas de Farquhar na região com contrato<br />

com o governo brasileiro gerou a expulsão <strong>do</strong>s<br />

posseiros da região, junto a eles somam o<br />

contingente de trabalha<strong>do</strong>res que ficaram sem<br />

emprego após o termino das obras.<br />

Outro elemento de extrema importância<br />

para entender a gravidade desse conflito foi à<br />

questão <strong>do</strong> messianismo. Nesse momento da<br />

nossa <strong>história</strong> haviam monges que freqüentavam<br />

os ambiente promoven<strong>do</strong> trabalhos sociais e<br />

espirituais, é claro que em muito momentos havia<br />

uma envolvimento político muito forte, dan<strong>do</strong> um<br />

destaque grande desses beatos na região.<br />

Suposta foto de José Maria de Santo Agostinho, sem<br />

data<br />

No ano de 1912, José Maria de Santo<br />

Agostinho (mais tarde a polícia descobre que seu<br />

nome era falso), aparece na região dizen<strong>do</strong> que<br />

era a ressurreição de outro beato que pregava no<br />

local até 1908, seu dis<strong>curso</strong> era basea<strong>do</strong> na idéia<br />

de um grande líder que estava voltan<strong>do</strong>.<br />

Ganha fama muito rapidamente como um<br />

homem com poder de cura, em meio a to<strong>do</strong>s os<br />

acontecimentos começa em suas pregações a se<br />

envolver a outras questões que não são religiosas,


Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />

inicia uma série de críticas sobre os problemas<br />

políticos e econômicos provoca<strong>do</strong>s pelas atividades<br />

das empresas de Percival Farquhar.<br />

A guerra<br />

José Maria consegue através de seu<br />

dis<strong>curso</strong> unir os pequenos fazendeiros expulsos<br />

de suas terras junto com os antigos trabalha<strong>do</strong>res<br />

da Brazil Railway. Formam uma organização<br />

organizaram que visava solucionar os problemas<br />

ocasiona<strong>do</strong>s pelo desemprego e roubo das terras.<br />

Esse movimento se organiza basea<strong>do</strong> no dis<strong>curso</strong><br />

messiânico <strong>do</strong> monge José Maria, que numa de<br />

suas pregações teria dito que essa comunidade<br />

que liderava era como um governo independente.<br />

O poder de persuasão <strong>do</strong> Monge passou<br />

a incomodar e muito o governo federal, não pelo<br />

fato de crescer rapidamente, Mas um <strong>do</strong>s motivos<br />

principais seriam as críticas as atitudes da<br />

república, o movimento se declara monarquista e<br />

defende a volta de Dom Sebastião ao trono (O<br />

Sebastianismo foi um movimento místico-secular<br />

que ocorreu em Portugal na segunda metade <strong>do</strong><br />

século XVI como consequência da morte <strong>do</strong> rei<br />

Dom Sebastião na Batalha de Alcácer-Quibir, em<br />

1578.).<br />

Bandeira da "Monarquia Celestial". Branca com uma cruz<br />

verde evoca os estandartes das antigas ordens<br />

monásticos militares como as <strong>do</strong>s templários, por<br />

exemplo.<br />

Nesse mesmo momento tempos a figura<br />

<strong>do</strong>s coronéis locais que estavam incomoda<strong>do</strong>s com<br />

o surgimento dessas lideranças paralelas. Até a<br />

Igreja não enxergavam o messianismo com bons<br />

olhos e defendia a intervenção <strong>do</strong> exército na<br />

região.<br />

Os ataques <strong>do</strong>s governos de Santa<br />

Catarina e Paraná, juntamente com o presidente<br />

Hermas da Fonseca foram acontecen<strong>do</strong> de forma<br />

autoritária e repressiva, era váli<strong>do</strong> tu<strong>do</strong> para<br />

combater os rebeldes. Com grandes dificuldades<br />

nos primeiros anos <strong>do</strong> conflito as forças oficiais a<br />

partir de 1914 obtiveram sucessivas vitórias, isso<br />

graças aos investimentos que o governo possuía<br />

para colocar nos equipamentos bélicos e ao<br />

16<br />

efetivo forma<strong>do</strong> por homens <strong>do</strong> Exército brasileiro<br />

e das polícias <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is esta<strong>do</strong>s.<br />

O contesta<strong>do</strong> foi um conflito longo,<br />

chegou a 46 meses, superan<strong>do</strong> até Canu<strong>do</strong>s em<br />

duração de meses, como também em número de<br />

mortes. Sem suprimento de comida, e com baixas<br />

freqüentes <strong>do</strong>s solda<strong>do</strong>s revoltosos, o exercito<br />

brasileiro atuava a cada momento mais cruel, uma<br />

epidemia de tifo atacou os <strong>do</strong>is la<strong>do</strong>s, mas os<br />

revoltos acabaram caminhan<strong>do</strong> para a derrota<br />

final, acontecida em agosto de 1916 com a prisão<br />

de Deodato Manuel Ramos, o último líder <strong>do</strong><br />

Contesta<strong>do</strong>.<br />

Unidade 8<br />

Movimento Tenentista, a Campanha<br />

<strong>do</strong> Paraná<br />

Os Anos 20 são conheci<strong>do</strong>s na <strong>história</strong> <strong>do</strong><br />

Brasil como um perío<strong>do</strong> de uma série de levantes<br />

militares, gera<strong>do</strong>s pela baixa oficialidade vão<br />

manter um clima de tensão até próxima a<br />

revolução de 1930 que colocou fim a política <strong>do</strong><br />

café com leite da republica velha. Contu<strong>do</strong> o inicio<br />

dessa crise se encontra no governo de Epitácio<br />

Pessoa inicia<strong>do</strong> em 1922, Pessoa teria intervin<strong>do</strong><br />

em questões militares quan<strong>do</strong> havia nomea<strong>do</strong><br />

alguns civis para altos cargos militares.<br />

O movimento tenentista teria se forma<strong>do</strong><br />

a partir <strong>do</strong> episódio das ―Cartas Falsas‖ em que<br />

estava envolvi<strong>do</strong> o ex-presidente da republica<br />

Hermes da Fonseca, juntamente com o então<br />

candidato a presidência Dr. Artur Bernardes. O<br />

levante <strong>do</strong> Dezoito <strong>do</strong> Forte é o inicio <strong>do</strong><br />

tenentismo e a Coluna Miguel Costa-Luis Carlos<br />

Prestes é o símbolo da persistência e resistência.<br />

A Revolta <strong>do</strong>s 18 <strong>do</strong> Forte de Copacabana ocorreu em 5<br />

de julho de 1922, na cidade <strong>do</strong> Rio de Janeiro, então<br />

Distrito Federal.<br />

―Os Tenentes‖ ocupam a capital paulista<br />

nos dias 05 e 29 de junho de 1924, entretanto se<br />

viram cerca<strong>do</strong>s mudan<strong>do</strong> sua marcha para o Mato<br />

Grosso, sen<strong>do</strong> barra<strong>do</strong>s em seguida pelas forças


Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />

governistas, decide então marchar em direção a<br />

região oeste <strong>do</strong> Paraná uma região com uma<br />

densidade populacional baixa o que facilitaria o<br />

deslocamento rápi<strong>do</strong> das forças rebeldes, estava<br />

inicia<strong>do</strong> a Campanha <strong>do</strong> Paraná.<br />

Já no Paraná por volta de setembro<br />

conquistam Guairá e Foz <strong>do</strong> Iguaçu local que<br />

servirá como quartel-general em seguida é<br />

conquistada Catanduvas. Permanecen<strong>do</strong> nessa<br />

região até mea<strong>do</strong>s 1925 enfrentan<strong>do</strong> as forças<br />

federais comandadas pelo então general Cândi<strong>do</strong><br />

Ron<strong>do</strong>n numa série de combates.<br />

Ainda no início da campanha paranaense,<br />

alguns líderes como Juarez Távora e João Alberto<br />

partiram para o Rio Grande <strong>do</strong> Sul, a fim de<br />

colaborar com oficiais que lá serviam na<br />

preparação da revolta militar que abriria nesse<br />

esta<strong>do</strong> uma nova frente de combate ao governo.<br />

Em outubro de 1924, a insurreição foi finalmente<br />

deflagrada no Rio Grande, com o levante,<br />

comanda<strong>do</strong> pelo capitão Luís Carlos Prestes, <strong>do</strong> 1º<br />

Batalhão Ferroviário, sedia<strong>do</strong> em Santo Ângelo.<br />

Ao mesmo tempo, sublevaram-se tropas<br />

nas cidades gaúchas de São Luís, São Borja e<br />

Uruguaiana, chefiadas respectivamente por Pedro<br />

Gay, Rui Zubaran e Juarez Távora. Em São Borja,<br />

o capitão Zubaran contou com a colaboração de<br />

Siqueira Campos, que retornara clandestinamente<br />

<strong>do</strong> exílio em Buenos Aires. O movimento atingiu<br />

ainda várias outras cidades. Em Alegrete, o<br />

levante foi chefia<strong>do</strong> por João Alberto e, em<br />

Guaçuboi, as forças comandadas pelo caudilho<br />

liberta<strong>do</strong>r Honório Lemes foram derrotadas pelas<br />

tropas legalistas de Flores da Cunha.<br />

Obedecen<strong>do</strong> às instruções <strong>do</strong> general<br />

Isi<strong>do</strong>ro Dias Lopes, as forças rebeladas no Rio<br />

Grande <strong>do</strong> Sul marcharam em seguida para o<br />

norte <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>, visan<strong>do</strong> a alcançar Foz <strong>do</strong> Iguaçu<br />

e unir-se aos revoltosos paulistas. Em abril de<br />

1925, após atravessarem Santa Catarina e parte<br />

<strong>do</strong> Paraná, travan<strong>do</strong> com as tropas legalistas<br />

segui<strong>do</strong>s combates em que perderam quase<br />

metade de seu contingente, as forças gaúchas<br />

chegaram a seu destino.<br />

No dia 12 de abril, em reunião que<br />

contou com a presença de Isi<strong>do</strong>ro Dias Lopes,<br />

Miguel Costa, Luís Carlos Prestes e <strong>do</strong> general<br />

Bernar<strong>do</strong> Padilha, foi tomada a decisão de<br />

prosseguir a marcha e invadir Mato Grosso,<br />

contrarian<strong>do</strong> a opinião <strong>do</strong> general Isi<strong>do</strong>ro,<br />

favorável à cessação da luta. Formada a 1ª<br />

Divisão Revolucionária, assumiu seu coman<strong>do</strong> o<br />

general comissiona<strong>do</strong> Miguel Costa, ten<strong>do</strong> como<br />

chefe de esta<strong>do</strong>-maior o coronel comissiona<strong>do</strong> Luís<br />

Carlos Prestes. Estava formada aquela que ficaria<br />

conhecida como Coluna Miguel Costa-Prestes ou<br />

simplesmente Coluna Prestes.<br />

A coluna era composta de quatro<br />

destacamentos, comanda<strong>do</strong>s por Cordeiro de<br />

Farias, João Alberto, Siqueira Campos e Djalma<br />

Dutra, que foi promovi<strong>do</strong> a coronel pelo coman<strong>do</strong><br />

17<br />

revolucionário. Decidiu-se também na reunião que<br />

o general Isi<strong>do</strong>ro partiria para a Argentina, onde<br />

deveria coordenar a ação <strong>do</strong>s revolucionários<br />

exila<strong>do</strong>s ou inativos no sul <strong>do</strong> país.<br />

Combatentes da Coluna Prestes<br />

Inician<strong>do</strong> a marcha, a coluna concluiu a<br />

travessia <strong>do</strong> rio Paraná em fins de abril de 1925 e<br />

penetrou no Paraguai rumo a Mato Grosso. Em<br />

seguida, percorreu Goiás, entrou em Minas Gerais<br />

e retornou a Goiás. Seguiu em direção ao<br />

Nordeste e em novembro atingiu o Maranhão,<br />

onde o tenente-coronel Paulo Krüger foi preso e<br />

envia<strong>do</strong> a São Luís. Em dezembro, penetrou no<br />

Piauí e travou em Teresina sério combate com as<br />

forças <strong>do</strong> governo. Ruman<strong>do</strong> então para o Ceará,<br />

a coluna teve outra baixa importante: na serra de<br />

Ibiapina, Juarez Távora foi captura<strong>do</strong>.<br />

Em janeiro de 1926, a coluna atravessou<br />

o Ceará, chegou ao Rio Grande <strong>do</strong> Norte e, em<br />

fevereiro, invadiu a Paraíba, enfrentan<strong>do</strong> na vila<br />

de Piancó séria resistência comandada pelo padre<br />

Aristides Ferreira da Cruz, líder político local. Após<br />

ferrenhos combates, a vila acabou ocupada pelos<br />

revolucionários.<br />

Fotographia de um grupo <strong>do</strong> Bte. de P. Bahianos ao<br />

chegar em Barreiras, após 11 meses de campanha<br />

contra os rebeldes (coluna prestes) através <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s<br />

de Bahia, Pernambuco, Piauhy e Maranhão. Em 10 de<br />

setembro de 1926 -O primeiro à direita é o prof.<br />

Coquelin Ayres Leal.<br />

Prosseguin<strong>do</strong> a marcha rumo ao sul, a<br />

coluna atravessou Pernambuco e Bahia e dirigiu-se<br />

para o norte de Minas Gerais. Encontran<strong>do</strong>


Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />

vigorosa reação legalista e precisan<strong>do</strong> remuniciarse,<br />

o coman<strong>do</strong> da coluna decidiu interromper a<br />

marcha para o sul e, em manobra conhecida como<br />

"laço húngaro", retornar ao Nordeste através da<br />

Bahia. Cruzou o Piauí, alcançou Goiás e finalmente<br />

chegou de volta a Mato Grosso em outubro de<br />

1926. Àquela altura, o esta<strong>do</strong>-maior revolucionário<br />

decidiu enviar Lourenço Moreira Lima e Djalma<br />

Dutra à Argentina, para consultar o<br />

general Isi<strong>do</strong>ro Dias Lopes quanto ao futuro da<br />

coluna: continuar a luta ou rumar para o exílio.<br />

Entre fevereiro e março de 1927, afinal, após uma<br />

penosa travessia <strong>do</strong> Pantanal, parte da coluna,<br />

comandada por Siqueira Campos, chegou ao<br />

Paraguai, enquanto o restante ingressou na<br />

Bolívia, onde encontrou Lourenço Moreira Lima,<br />

que retornava da Argentina. Ten<strong>do</strong> em vista as<br />

condições precárias da coluna e as instruções de<br />

Isi<strong>do</strong>ro, os revolucionários decidiram exilar-se.<br />

Durante sua marcha de quase <strong>do</strong>is anos,<br />

haviam percorri<strong>do</strong> cerca de 25.000 quilômetros.<br />

Miguel Costa seguiu para Libres, na Argentina,<br />

enquanto Prestes e mais duzentos homens<br />

rumaram para Gaiba, na Bolívia, onde trabalharam<br />

por algum tempo para uma companhia inglesa, a<br />

Bolívia Concessions Limited. Em 5 de<br />

julho de 1927, os exila<strong>do</strong>s inauguraram em Gaiba<br />

um monumento em homenagem aos mortos da<br />

campanha da coluna. Instadas pelos protestos <strong>do</strong><br />

governo brasileiro, autoridades bolivianas<br />

tentaram destruir o monumento, mas foram<br />

impedidas de fazê-lo ante a atitude enérgica de<br />

Luís Carlos Prestes.<br />

Unidade 9<br />

Revolução 1930<br />

Os partidários da Revolução de 1930, que<br />

levou Getúlio Vargas à presidência da República,<br />

<strong>do</strong>minaram com facilidade o Paraná. O esta<strong>do</strong><br />

ficou até 1935 sob intervenção federal. Neste ano,<br />

realizaram-se eleições. Mas em 1937, Vargas deu<br />

um golpe de Esta<strong>do</strong>, inician<strong>do</strong> um perío<strong>do</strong> de oito<br />

anos de ditadura. Durante toda essa época,<br />

destacou-se no Paraná a figura de Manuel Ribas,<br />

que dirigiu o esta<strong>do</strong> de 1932 até 1935, como<br />

interventor, de 1935 até 1937, como governa<strong>do</strong>r<br />

eleito, e de 1937 até 1945, novamente como<br />

interventor. Durante sua administração foram<br />

construídas estradas, o Hospital das Crianças,<br />

escolas rurais e de pesca<strong>do</strong>res e foi amplia<strong>do</strong> o<br />

cais <strong>do</strong> porto de Paranaguá.<br />

Somente no século XX o território<br />

paranaense foi efetivamente ocupa<strong>do</strong>. Na década<br />

de 1920, toda a região centralizada pelas cidades<br />

18<br />

de Tomazina, Siqueira Campos e Jacarezinho já<br />

estava povoada.<br />

Pintura de Manuel Ribas na galeria <strong>do</strong>s governa<strong>do</strong>res <strong>do</strong><br />

Paraná.<br />

Em 1927, uma companhia inglesa iniciou<br />

a colonização <strong>do</strong> norte paranaense. Fundaram-se<br />

cidades, entre as quais, Londrina (1931) e Maringá<br />

(1948). Descendentes de imigrantes italianos e<br />

alemães <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Sul, a partir da década<br />

de 1940, subin<strong>do</strong> de sul para norte, ultrapassavam<br />

o rio Iguaçu, avançan<strong>do</strong> pelo oeste paranaense,<br />

ao longo <strong>do</strong> rio Paraná, até encontrar os<br />

planta<strong>do</strong>res de café, a outra fonte de migração<br />

interna que descia <strong>do</strong> norte para o sul.<br />

A Guerra de Porecatu<br />

A guerra de Porecatu foi um conflito<br />

entre posseiros e policiais <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> que se deu<br />

na cidade de Porecatu — Paraná nos anos 1940.<br />

Apesar de não ter si<strong>do</strong> efetivamente uma guerra,<br />

segun<strong>do</strong> convenções internacionais, este conflito<br />

foi difundi<strong>do</strong> na mídia com a alcunha de guerra<br />

devi<strong>do</strong> a intensidade <strong>do</strong> confronto.<br />

Na época vários posseiros ocupavam as<br />

terras <strong>do</strong> município, então o governo resolveu<br />

fazer uma distribuição de terras se utilizan<strong>do</strong> de<br />

meios lícitos e ilícitos, os posseiros não aceitaram<br />

perder as terras ocupadas e resistiram aos<br />

mandatos de reintegração de posse expedi<strong>do</strong>s<br />

pelo governo federal, forças policiais foram<br />

convocadas para expulsar os invasores, houve<br />

resistência e conflitos que deixaram vários mortos,<br />

a situação piorou muito e regimentos maiores da<br />

polícia foram manda<strong>do</strong>s para combater e expulsar<br />

os posseiros, <strong>do</strong> la<strong>do</strong> destes ficaram os comunistas<br />

que contribuiram materialmente na luta.<br />

Entretanto os invasores foram derrota<strong>do</strong>s<br />

deixan<strong>do</strong> um sal<strong>do</strong> enorme de destruição e<br />

mortes.No início da década de 40, o então<br />

interventor <strong>do</strong> Paraná, Manoel Ribas, man<strong>do</strong>u<br />

lotear 120 mil hectares de terras devolutas,<br />

pertencentes, na época, a Porecatu, hoje


Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />

espalhadas pelos municípios de Centenário <strong>do</strong> Sul,<br />

Miraselva, Florestópolis, Jaguapitã e Guaraci. O<br />

objetivo era o desenvolvimento mais acelera<strong>do</strong> da<br />

região. Para tanto, fez publicar em órgãos de<br />

divulgação nacional anúncio de terras gratuitas, de<br />

primeira qualidade, para quem derrubasse a mata,<br />

plantasse, produzisse, pagasse impostos e nelas<br />

vivesse, no mínimo, por seis anos; após o que, o<br />

outorga<strong>do</strong> receberia o título definitivo da<br />

propriedade. Diante <strong>do</strong> anúncio, não foram poucos<br />

os pequenos lavra<strong>do</strong>res que acreditaram e vieram<br />

para a área, como não faltaram especula<strong>do</strong>res de<br />

to<strong>do</strong>s os níveis.<br />

Ocupantes das terras devolutas da região de Porecatu,<br />

1949<br />

Sabe<strong>do</strong>res da existência das terras de<br />

ninguém, grandes proprietários avançaram sobre<br />

elas de forma desordenada, o mesmo<br />

acontecen<strong>do</strong> com inúmeros pequenos lavra<strong>do</strong>res.<br />

Nem tu<strong>do</strong>, porém, eram terras devolutas. Havia<br />

muitas propriedades particulares, devidamente,<br />

escrituradas. Na extensão da mata virgem que<br />

cobria a região, tornava-se impossível distinguir<br />

estas terras das terras devolutas de que o governo<br />

falava. Como conseqüência, o local transformou-se<br />

num caos.<br />

Com o fim da interventoria de Manoel<br />

Ribas e a entrada <strong>do</strong> governo seguinte, a confusão<br />

cresceu, com as autoridades fazen<strong>do</strong> <strong>do</strong>ações de<br />

forma indiscriminada daquelas áreas a<br />

apazigua<strong>do</strong>s políticos e a amigos, desrespeitan<strong>do</strong><br />

os compromissos <strong>do</strong> governo anterior de titulação<br />

das terras a quem nelas estivesse trabalhan<strong>do</strong> e<br />

produzin<strong>do</strong>, por mais de seis anos. Na terra sem<br />

leis – o sertão – tornaram-se constantes os<br />

assassinatos, as brigas, as escaramuças e as<br />

ameaças. Este ambiente de confusão é que foi<br />

escolhi<strong>do</strong> pelos próceres <strong>do</strong> Parti<strong>do</strong> Comunista<br />

para testar suas teorias de guerrilha rural, através<br />

das chamadas ligas camponesas, objetivan<strong>do</strong><br />

assumir por aí o poder da Nação. Teorias estas<br />

sintetizadas, a posteriori, no Manifesto Comunista<br />

de 1º de agosto de 1950, assina<strong>do</strong> pelo Secretário<br />

Geral <strong>do</strong> Parti<strong>do</strong>, Luiz Carlos Prestes.<br />

19<br />

Dentre os inúmeros e lamentáveis fatos<br />

ocorri<strong>do</strong>s no local, quan<strong>do</strong> <strong>do</strong>s possíveis acertos<br />

na disputa de quem era o <strong>do</strong>no de que. O conflito<br />

só se encerrou em 1951, com a intervenção<br />

policial <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.<br />

A disputa que se arrastou, durante quase<br />

<strong>do</strong>is lustros, travou-se entre posseiros que<br />

defendiam direitos legítimos; grileiros, grandes e<br />

pequenos, que não passavam de invasores de<br />

terras <strong>do</strong>s posseiros, ainda não tituladas, ou de<br />

particulares; e fazendeiros que defendiam as<br />

próprias terras e, com freqüência, alargavam suas<br />

divisas por terras alheias protegidas pela força <strong>do</strong>s<br />

jagunços, durante a noite, ou pela conivência de<br />

autoridades desinteressadas, imponentes ou<br />

corruptas, à luz <strong>do</strong> dia.<br />

Unidade 10<br />

Ocupação e Colonização <strong>do</strong>s<br />

Ingleses no Paraná<br />

A partir de então, um programa oficial de<br />

imigração européia contribuiu para a expansão <strong>do</strong><br />

povoamento e o aparecimento de novas atividades<br />

econômicas. As maiores levas de imigrantes que<br />

chegaram foram os poloneses, ucranianos, alemães<br />

e italianos e, os menores contingentes, suíços,<br />

franceses e ingleses. Para receber os novos<br />

habitantes para a região, foram funda<strong>do</strong>s núcleos<br />

coloniais, principalmente no Planalto de Curitiba.<br />

Iniciou-se a exploração da madeira.<br />

Cartilha <strong>do</strong> Programa de Tipografia, organiza<strong>do</strong> pela<br />

faculdade de engenharia <strong>do</strong> Paraná.<br />

O novo impulso de desenvolvimento<br />

ocorreu com a implantação de ferrovias na<br />

Província. Em 1880, iniciavam-se as obras de


Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />

construção da Estrada de Ferro Curitiba-Paranaguá,<br />

atravessan<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s trechos mais íngremes da<br />

Serra <strong>do</strong> Mar. Entre picos abruptos e abismos,<br />

engenheiros brasileiros construíram uma das obrasprimas<br />

da engenharia mundial. Em 1885, os trens<br />

passaram a correr pela primeira vez entre<br />

Paranaguá e Curitiba.<br />

A indústria madeireira desenvolveu-se com<br />

o aparecimento de outras ferrovias, ligan<strong>do</strong> as<br />

regiões das Mata de Araucárias aos portos,<br />

principalmente de Paranaguá, e à São Paulo.<br />

Grande número de serrarias ia acompanhan<strong>do</strong> as<br />

ferrovias em direção ao interior <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. Com o<br />

avanço das estradas de ferro que acompanhavam a<br />

expansão <strong>do</strong> café de São Paulo, o transporte com<br />

mulas foi desaparecen<strong>do</strong>. O declínio <strong>do</strong> comércio<br />

de muares acarretou uma crise na sociedade<br />

pastoril paranaense.<br />

A partir de 1922, o governo estadual<br />

começa a conceder terras a empresas privadas de<br />

colonização, preferin<strong>do</strong> usar seus re<strong>curso</strong>s na<br />

construção de escolas e estradas.<br />

Naquele ano, atenden<strong>do</strong> a um convite <strong>do</strong><br />

governo brasileiro - que sabia <strong>do</strong> interesse <strong>do</strong>s<br />

ingleses em abrir áreas para o cultivo de algodão<br />

no exterior - chega a Missão Montagu, chefiada<br />

por Lord Lovat, técnico em agricultura e<br />

reflorestamento. Lord Lovat ficou impressiona<strong>do</strong><br />

com o solo norte-paranaense e acabou adquirin<strong>do</strong><br />

duas glebas para instalar fazendas e máquinas de<br />

beneficiamento de algodão, com o apoio de "Brazil<br />

Plantations Syndicate", de Londres.<br />

O empreendimento fracassou, devi<strong>do</strong> aos<br />

preços baixos e à falta de sementes sadias no<br />

merca<strong>do</strong>, obrigan<strong>do</strong> a uma mudança nos planos.<br />

Foi criada, assim, em Londres, a Paraná<br />

Plantations e sua subsidiária brasileira, a<br />

Companhia de Terras Norte <strong>do</strong> Paraná, que<br />

transformaria as propriedades <strong>do</strong> empreendimento<br />

frustra<strong>do</strong> em projetoimobiliários. Na verdade, era<br />

uma tentativa de ressarcir o grupo inglês <strong>do</strong><br />

prejuízo <strong>do</strong> projeto anterior.<br />

Sede Parana Plantation Ltd em Londrina, denomina<strong>do</strong><br />

Companhia de terras Norte <strong>do</strong> Paraná.<br />

Já de início, a Companhia concedeu to<strong>do</strong>s<br />

os títulos de propriedade da terra, medida<br />

inusitada para as condições da região e mesmo <strong>do</strong><br />

20<br />

Brasil. Por isso, os conflitos entre colonos antigos<br />

e os recém-chega<strong>do</strong>s praticamente não existiram<br />

na zona colonizada pelos ingleses.<br />

Porém, a grande novidade introduzida<br />

pela Companhia e que lhe valeria o "slogan" de "a<br />

mais notável obra da colonização que o Brasil já<br />

viu" foi a repartição <strong>do</strong>s terrenos em lotes<br />

relativamente pequenos. Os ingleses promoveram,<br />

desta forma, uma verdadeira reforma agrária, sem<br />

intervenção <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, no Norte <strong>do</strong> Paraná,<br />

oferecen<strong>do</strong> aos trabalha<strong>do</strong>res sem posses a<br />

oportunidade de adquirirem os pequenos lotes, já<br />

que as modalidades de pagamento eram<br />

adequadas às condições de cada compra<strong>do</strong>r.<br />

Produção familiar muito presente nas propriedades <strong>do</strong><br />

norte <strong>do</strong> Paraná.<br />

A Companhia explicitaria a sua política:<br />

"Favorecer e dar apoio aos pequenos<br />

fazendeiros, sem por isso deixar de levar em<br />

consideração aqueles que dispunham de maiores<br />

re<strong>curso</strong>s".<br />

Este sistema estimulou muito a<br />

concentração da produção - principalmente<br />

cafeeira -, a explosão demográfica, a expansão de<br />

núcleos urbanos e o aparecimento de classes<br />

médias rurais.<br />

O projeto de colonização, além disto,<br />

trouxe outras inovações, como a propaganda em<br />

larga escala, transporte gratuito para os colonos,<br />

posse das terras em quatro anos, alguma<br />

assistência técnica e financeira, levantamento de<br />

toda a área e até o mapeamento <strong>do</strong> solo em<br />

algumas zonas.<br />

Londrina surgiu em 1929 como primeiro<br />

posto avança<strong>do</strong> deste projeto inglês. Na tarde <strong>do</strong><br />

dia 21 de agosto de 1929, chega a primeira<br />

expedição da Companhia de Terras Norte <strong>do</strong><br />

Paraná ao local denomina<strong>do</strong> Patrimônio Três<br />

Bocas, onde o engenheiro Dr. Alexandre<br />

Razgulaeff fincou o primeiro marco nas terras<br />

onde surgiria Londrina.<br />

A Companhia possuía ainda um braço que<br />

era um empreendimento Ferroviário, denomina<strong>do</strong><br />

Cia ferroviaária São Paulo-Paraná, começa a<br />

espalhar a colonização <strong>do</strong> norte <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>. A partir<br />

da compra da linha férrea que ligava Ourinhos ao


Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />

centro da Parana Plantations, com posto em<br />

Londrina, a ferrovia fez com que os<br />

assentamentos urbanos surgissem alinha<strong>do</strong>s ao<br />

longo <strong>do</strong>s trilhos. Pioneiros e imigrantes ocuparam<br />

as terras em torno <strong>do</strong> trilho.<br />

Logo da Rede Viação Paraná e Santa Catarina, Presente<br />

na antiga estação de Londrina, hoje o atual Museu<br />

Histórico Pe. Carlos Weiss em Londrina-PR.<br />

A linha férrea foi a nortea<strong>do</strong>ra de<br />

praticamente to<strong>do</strong> o empreendimento da Parana<br />

Plantation. Na época, a ferrovia ligava municípios<br />

próximos de Londrina até Mandaguari, as cidades<br />

não foram ―plantadas‖ aleatoriamente, mas<br />

seguiam uma configuração. Em toda cidade existia<br />

uma estação ferroviária onde a cidade crescia em<br />

volta <strong>do</strong> terminal. E em torno de cada município<br />

existiam as áreas verdes com as plantações<br />

agrícolas, principalmente as de café.<br />

Foto da década de 1930 da Estação ferroviário de<br />

Jataizinho.<br />

Foto de 2001 <strong>do</strong> prédio desativa<strong>do</strong> e aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong> da<br />

antiga estação ferroviária.<br />

21<br />

As novas cidades seguiram o padrão<br />

urbano britânico: uma estação ferroviária como<br />

ponto de origem da cidade; igreja, escola e<br />

prefeitura na área central; e cemitério afasta<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

Centro. Todas as cidades ‗plantadas‘ pela<br />

companhia tinham a mesma identidade. Além da<br />

estrutura padronizada, os municípios eram<br />

rodea<strong>do</strong>s pelas plantações, como uma espécie de<br />

―cinturão verde‖, Além de Londrina, temos as<br />

cidades Apucarana, Cambé, Rolândia, Arapongas<br />

como exemplo da padronização.<br />

Fundada por Lovat, a companhia britânica<br />

Parana Plantation Ltd., com sede em Londres, foi<br />

responsável pelas grandes transformações<br />

territoriais empreendidas na porção superiror <strong>do</strong><br />

esta<strong>do</strong>. A empresa atuou no Paraná entre os anos<br />

de 1924 e 1944, quan<strong>do</strong> foi liquidada e vendida a<br />

Companhia Melhoramentos Norte <strong>do</strong> Paraná.<br />

Unidade 11<br />

O Paraná <strong>do</strong>s últimos tempos<br />

Ney Braga: Em 1961<br />

elege-se governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong><br />

Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná e<br />

governará entre 1961 a<br />

1965, agora já como uma<br />

das maiores lideranças<br />

políticas nacionais, <strong>do</strong><br />

Parti<strong>do</strong> Democrata Cristão.<br />

Em 1963 atinge o posto<br />

de general <strong>do</strong> Exército. De<br />

1961 a 1964 Ney Braga<br />

transforma o Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná numa economia<br />

moderna.<br />

O esta<strong>do</strong> viverá seu momento de maior<br />

prosperidade e de criação da infra-estrutura<br />

econômica que o caracterizará nos trinta anos<br />

seguintes. Ney Braga foi o responsável pela<br />

criação <strong>do</strong> Plano de Desenvolvimento Econômico<br />

<strong>do</strong> Paraná, projeto ousa<strong>do</strong> de industrialização<br />

basean<strong>do</strong> em financiamento com re<strong>curso</strong>s próprios<br />

<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.Criou empresas como Sanepar, Celepar<br />

que funcionariam como instrumentos de apoio ao<br />

gigantesco projeto de modernização, fortaleceu a<br />

Companhia a Copel; reestruturou o Banesta<strong>do</strong>.<br />

No de 1967 foi eleito sena<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Paraná<br />

pela ARENA. Esse é um perío<strong>do</strong> crítico na vida<br />

política brasileira. Em 1968, Ney faz parte de um<br />

grupo de sena<strong>do</strong>res da ARENA que se manifesta<br />

publicamente contra o Ato Institucional n. 5<br />

mesmo sen<strong>do</strong> militar, Ney era convicto democrata,<br />

e, por sua oposição ao AI-5, foi inclusive<br />

ameaça<strong>do</strong> de cassação, permanecen<strong>do</strong> no<br />

ostracismo político durante o governo de Emílio


Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />

Médici. Será sena<strong>do</strong>r até 1974, quan<strong>do</strong> assumirá o<br />

Ministério da Educação <strong>do</strong> Governo Ernesto Geisel,<br />

voltou ao governo <strong>do</strong> Paraná em 1979 para um<br />

novo perío<strong>do</strong> de operosa administração voltada<br />

para o aumento da renda per capita <strong>do</strong><br />

paranaense e para o desenvolvimento social <strong>do</strong><br />

Esta<strong>do</strong>. Sua segunda gestão dedicou particular<br />

atenção à interiorização <strong>do</strong> apoio à produção, a<br />

melhorias <strong>do</strong> setor de transportes. Ainda no<br />

segun<strong>do</strong> governo Ney Braga, a Copel idealizou um<br />

programa de eletrificação rural com custos<br />

razoavelmente baixos para os proprietários rurais.<br />

Batiza<strong>do</strong> de Clic Rural, o programa foi financia<strong>do</strong><br />

pelo Banco Mundial e implanta<strong>do</strong> pelos governos<br />

que o sucederam.<br />

Paulo Pimentel, foi<br />

secretário da agricultura<br />

no governo de Ney<br />

Braga. Candidato a<br />

governa<strong>do</strong>r pelo Parti<strong>do</strong><br />

Trabalhista Nacional foi<br />

eleito em outubro de<br />

1965. Na administração<br />

continuou com<br />

programas de expansão<br />

econômica, estendeu<br />

para o interior o serviço de luz e energia. Diversas<br />

usinas elétricas entre elas Capivari-Cachoeira, Júlio<br />

Mesquita e Salto Grande <strong>do</strong> Iguaçu. Promoveu<br />

financiamentos de empresas da indústria e outras<br />

companhias, ampliou a rede <strong>do</strong> Banesta<strong>do</strong>. A<br />

saúde pública foi um <strong>do</strong>s setores que teve uma<br />

boa atenção. Fez assentamentos rurais em termos<br />

pacíficos. Estimulou o desfavelamento e bons<br />

projetos de assistência social, obras públicas,<br />

agricultura, ro<strong>do</strong>vias novas e pavimentação de<br />

muitas outras. Implantou a Telepar.Foi eleito<br />

deputa<strong>do</strong> federal, ten<strong>do</strong> participa<strong>do</strong> da Assembleia<br />

Nacional Constituinte, de 1987.<br />

José Richa: Em 1962,<br />

elegeu-se deputa<strong>do</strong> federal e,<br />

após o golpe militar de 1964,<br />

filiou-se ao MDB, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong><br />

um de seus funda<strong>do</strong>res. Foi<br />

reeleito em 1966. Dois anos<br />

depois, foi eleito prefeito de<br />

Londrina, fican<strong>do</strong> no cargo<br />

entre 1973 e 1977. Em 1978,<br />

elegeu-se sena<strong>do</strong>r. Nas<br />

eleições de 1982, Richa foi<br />

eleito governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Paraná.<br />

No mandato, desenvolveu uma série projetos<br />

sociais como o leite das crianças, e o uso da soja<br />

comprada pelo esta<strong>do</strong> para beneficiamento em<br />

Carne Vegetal distribuída as famílias de baixa<br />

renda, engajan<strong>do</strong>-se também na campanha das<br />

eleições Diretas Já para a Presidência da República.<br />

Fui um <strong>do</strong>s principais críticos a ações da ditadura e<br />

<strong>do</strong>s projetos da ARENA defendia a abertura<br />

democrática nas andanças e comícios pelo esta<strong>do</strong>,<br />

22<br />

foi um <strong>do</strong>s responsáveis em popularizar o adesivo<br />

e broche no peito no Paraná como sinal de amor.<br />

Em 1986, afastou-se <strong>do</strong> governo<br />

paranaense para candidatar-se a uma vaga no<br />

Sena<strong>do</strong> Federal. Em 1990, concorreu ao governo<br />

<strong>do</strong> Paraná, fican<strong>do</strong> em 3º lugar. Richa cumpriu<br />

mandato no Sena<strong>do</strong> até 1995.<br />

Álvaro Dias: foi Eleito<br />

governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

Paraná em 1986, disputou<br />

também em 1989 a<br />

indicação <strong>do</strong> candidato <strong>do</strong><br />

PMDB à presidência da<br />

República com Ulysses<br />

Guimarães, Waldyr Pires e<br />

Íris Rezende. Logo depois<br />

deixou o parti<strong>do</strong> e filiou-se<br />

ao PST. Em 1998, já pelo<br />

PSDB, é novamente eleito para o Sena<strong>do</strong>.<br />

Em seu governo inicia uma série de reformas e<br />

atualizações das vias <strong>do</strong> Paraná, é um <strong>do</strong>s<br />

primeiros governa<strong>do</strong>res <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> que segue uma<br />

tendência surgida no Brasil no fim da década de<br />

1980 de estampar uma marca ao seu governo.<br />

Placa de cimento de propaganda com a logo marca <strong>do</strong><br />

governo de Álvaro Dias que mistura a letra A com uma<br />

seta para cima.<br />

Cria uma programa de incentivo a<br />

produção agrícola investin<strong>do</strong> re<strong>curso</strong>s nessa área<br />

o que liberou uma série de financiamentos ao<br />

produtor rural, entretanto esse programa deixou<br />

muitos agricultores endividadas devi<strong>do</strong> aos juros<br />

de atraso já que não havia um lastro maior, isso<br />

mostra a fragilidade da estrutura <strong>do</strong> plano e da<br />

economia brasileira na época. Um <strong>do</strong>s episódios<br />

mais conheci<strong>do</strong>s e que ficou na memória <strong>do</strong><br />

Paranaense foi a ataque das tropas de cavalaria<br />

da policia contra os professores das escolas<br />

públicas na greve de 1988.<br />

Filiou-se ao PDT, após ter si<strong>do</strong> expulso <strong>do</strong><br />

PSDB devi<strong>do</strong> as incompatibilidades políticas no<br />

processo das CPI´s. Candidata-se ao governo<br />

paranaense em 2002, mas perdeu no segun<strong>do</strong><br />

turno para Roberto Requião. Retornan<strong>do</strong> ao PSDB<br />

em 2003 onde permanece atualmente. Reelege-se<br />

para o seu terceiro mandato de sena<strong>do</strong>r da<br />

República em 2006.


Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />

Jaime Lerner, a ua<br />

Carreira Política se inicia<br />

quan<strong>do</strong> se Filiou à Arena<br />

em 1971, após fazer parte<br />

Instituto de Planejamento<br />

Urbano de Curitiba<br />

(IPPUC), responsável pelo<br />

Plano Diretor da cidade.<br />

Ainda em 1971 foi<br />

nomea<strong>do</strong> prefeito biônico<br />

da capital paranaense<br />

sen<strong>do</strong> nomea<strong>do</strong> novamente em 1979. Em 1988<br />

foi eleito prefeito de Curitiba mas desta vez por<br />

voto direto pelo PDT. Em 1994, foi eleito<br />

governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Paraná e em 1998, troca o PDT<br />

pelo então Parti<strong>do</strong> da Frente Liberal (PFL) (atual<br />

Democratas) e é reeleito governa<strong>do</strong>r com<br />

mandato até 2002. Durante sua gestão à frente <strong>do</strong><br />

Governo <strong>do</strong> Paraná, foram privatiza<strong>do</strong> o<br />

Banesta<strong>do</strong>, a Telepar e abertura de 48% <strong>do</strong><br />

capital da Sanepar, além da concessão à iniciativa<br />

privada da Ferroeste e de ro<strong>do</strong>vias federais que<br />

cortam o Esta<strong>do</strong> forman<strong>do</strong> o Anel de Integração<br />

com ro<strong>do</strong>vias pedagiadas. Em 2001, o Governo<br />

teve a tentativa de privatizar a Copel, mas a<br />

tentativa é frustrada pelos deputa<strong>do</strong>s estaduais e<br />

as ações populares.<br />

Roberto Requião é<br />

membro de uma das<br />

famílias políticas mais<br />

tradicionais <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

Paraná. Após ter si<strong>do</strong><br />

verea<strong>do</strong>r, deputa<strong>do</strong><br />

estadual e prefeito de<br />

Curitiba. Foi eleito para o<br />

primeiro mandato em<br />

1990 Substituin<strong>do</strong> Álvaro<br />

Dias, nessa ocasião Álvaro<br />

apóia a candidatura de Requião. Entre seus feitos é<br />

importante destacar a Construção da Ferroeste,<br />

que era a ferrovia que ligou a cidade de Cascavel<br />

no oeste <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> ao Porto de Paranaguá no<br />

litoral, essa construção foi feita em parceria com o<br />

Exército Brasileiro. Concluiu da Usina Hidrelétrica<br />

de Segre<strong>do</strong>, que conquistou nesta ocasião a autosuficiência<br />

energética para o esta<strong>do</strong>. Faz a<br />

duplicação da ro<strong>do</strong>via Curitiba-Garuva (trecho<br />

paranaense da BR-376, que leva à Santa Catarina),<br />

conhecida, na época, pelo alto número de<br />

acidentes fatais. A obra foi realizada com re<strong>curso</strong>s<br />

<strong>do</strong> esta<strong>do</strong>, inicia a construção da Ponte Ayrton<br />

Senna, entre Guaíra (Paraná) e Mun<strong>do</strong> Novo (Mato<br />

Grosso <strong>do</strong> Sul), que é a maior ponte fluvial <strong>do</strong><br />

Brasil, Inicia também as obras da Usina de Salto<br />

Caxias. 2º Na sucessão de Jaime Lerner, em 2002,<br />

houve um <strong>do</strong>s maiores embates políticos da <strong>história</strong><br />

<strong>do</strong> Paraná. Antes alia<strong>do</strong>s, agora adversários<br />

políticos, Roberto Requião e Álvaro Dias disputaram<br />

as eleições para o governo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. Álvaro Dias<br />

foi o primeiro coloca<strong>do</strong> no primeiro turno com 1,62<br />

milhão de votos (31,40%) contra 1,35 milhão de<br />

23<br />

Requião (26,18%). No segun<strong>do</strong> turno, Requião<br />

venceu com 2,68 milhões de votos (55,15%) contra<br />

2,18 milhões de Álvaro. Em seu segun<strong>do</strong> mandato<br />

destacamos a grande melhoria das estradas <strong>do</strong><br />

Paraná, na qual 40% de toda a malha ro<strong>do</strong>viária <strong>do</strong><br />

Paraná estavam em condições ruins ou péssimas.<br />

No final de 2006 esse índice foi reduzi<strong>do</strong> para 5%.<br />

Constrói a Escola Antônio <strong>do</strong>s Três Reis,<br />

em Apucarana, que será a escola mais moderna <strong>do</strong><br />

esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná.<br />

Dá inicio uma campanha que os setores <strong>do</strong> esta<strong>do</strong><br />

passaram a utilizar o software livre, assim o<br />

esta<strong>do</strong> economizou aproximadamente 127 milhões<br />

de reais em licenças e contratos de softwares. O<br />

valor poderia ser maior se empresas como a Copel<br />

e a Sanepar tivessem a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> o software livre.<br />

Hoje a Celepar desenvolve sistemas basea<strong>do</strong>s nos<br />

Software Livre, como administra<strong>do</strong>res de sítio,<br />

gerencia<strong>do</strong>res de <strong>do</strong>cumentos, e assistência aos<br />

meios de comunicação. Projeto que embasou o<br />

governo estadual da Bahia e o Governo Federal<br />

para o desenvolvimento software livre.<br />

Outras inciativas que merecem destaque<br />

é as ações na segurança pública, um programa de<br />

mapeamento georeferencia<strong>do</strong> da ocorrência de<br />

crimes. Inicia o projeto Educação: Paraná Digital,<br />

projeto de inclusão digital que acabou com a<br />

entrega das Tevês pen-drive nas escolas estaduais<br />

no terceiro mandato.No seu terceiro mandato foi<br />

reeleito no segun<strong>do</strong> turno por uma apertadíssima<br />

diferença de 10.479 votos, equivalentes a apenas<br />

0,2% <strong>do</strong>s votos váli<strong>do</strong>s (recebeu 2.668.611 votos,<br />

contra 2.658.132 de Osmar Dias). É o primeiro<br />

governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Paraná a conquistar três mandatos<br />

por eleição direta.<br />

No início <strong>do</strong> terceiro mandato O governo <strong>do</strong><br />

esta<strong>do</strong> proibiu o embarque de transgênicos no<br />

Porto de Paranaguá. Opositores da medida alegam<br />

que a restrição favoreceu a movimentação <strong>do</strong>s<br />

portos nos esta<strong>do</strong>s vizinhos de Santa Catarina e<br />

São Paulo. Um <strong>do</strong>s outros pontos. Requião<br />

recebeu uma série de críticas por não conseguir<br />

acabar com os contratos <strong>do</strong> Pedágio feitos por<br />

Jaime Lerner. Uma outras crítica sobre seu<br />

governo são suas atitudes de nepotismo, no seu<br />

quadro de governo possui diversos familiares<br />

ocupan<strong>do</strong> cargos públicos ou assemelha<strong>do</strong>s, uma<br />

das polêmicas mais famosas foi em julho de 2008<br />

com a nomeação de seu irmão Maurício Requião<br />

para o cargo de Conselheiro <strong>do</strong> Tribunal de Contas<br />

<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná, cuja vaga deveria ser<br />

escolhida pela Assembléia Legislativa <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.<br />

Adversários políticos acusaram o governa<strong>do</strong>r de<br />

ter usa<strong>do</strong> sua influência política para convencer os<br />

parlamentares a votar no irmão.


Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />

Testes de<br />

Con<strong>curso</strong>s e Vestibulares:<br />

Questões Somatórias<br />

Paraná: Povos Indígenas:<br />

1 - (UEM – Inverno de 2009) Os índios<br />

que habitavam as terras hoje<br />

pertencentes ao esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná eram<br />

dividi<strong>do</strong>s em <strong>do</strong>is grandes grupos: os<br />

tupi-guaranis, que pre<strong>do</strong>minavam no<br />

litoral, e os tapuias ou jês. Sobre esses<br />

habitantes, assinale a(s) alternativa(s)<br />

correta(s).<br />

01) Os tupi-guaranis praticavam a<br />

agricultura, plantan<strong>do</strong> milho, mandioca,<br />

algodão e fumo.<br />

02) A erva-mate, cujo consumo é bastante<br />

dissemina<strong>do</strong> na região Sul <strong>do</strong> Brasil, já era<br />

utilizada pelos índios.<br />

04) A agricultura praticada pelos tapuias era<br />

bastante desenvolvida, com a utilização de<br />

um ara<strong>do</strong> de madeira que os tupis<br />

desconheciam.<br />

08) Os tupi-guaranis produziam objetos em<br />

cerâmica, teciam redes a partir <strong>do</strong> algodão<br />

que cultivavam e produziam farinha de<br />

mandioca.<br />

16) Para estudar as populações indígenas<br />

que viveram no Paraná, os pesquisa<strong>do</strong>res<br />

recorrem a procedimentos e a técnicas<br />

próprias da Arqueologia.<br />

Paraná: Formação Territorial:<br />

2- (UEM 2008 – Inverno)<br />

“Naturalmente, uma tão nova formação<br />

estadual não pode ter <strong>história</strong> própria.<br />

(...) a província <strong>do</strong> Paraná... muito se<br />

assemelha com as províncias <strong>do</strong> Sul, de<br />

Santa Catarina e de São Pedro; sem<br />

dúvida alguma, compartilhará também<br />

com estas, no futuro, <strong>do</strong><br />

desenvolvimento político e social. Com<br />

razão, pode o Paraná... ser<br />

recomenda<strong>do</strong> como muito apropria<strong>do</strong><br />

para acolher a colonização de<br />

lavra<strong>do</strong>res europeus, alemães, e, como<br />

aqui o que não falta são terrenos <strong>do</strong><br />

Esta<strong>do</strong> para vender, depende <strong>do</strong><br />

24<br />

governo provincial procurar, por meio<br />

de convenientes regulamentos, em<br />

breve atrair franca e seriamente o<br />

afluxo de campônios livres.” (Heinrich<br />

Handelmann, historia<strong>do</strong>r alemão,<br />

comentan<strong>do</strong> as condições <strong>do</strong> Paraná em<br />

mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> século XIX).<br />

Assinale o que for correto sobre a<br />

<strong>história</strong> <strong>do</strong> Paraná.<br />

01) A afirmação de Handelmann de que o<br />

Paraná ―não pode ter <strong>história</strong> própria‖ está<br />

baseada no fato de que, no perío<strong>do</strong> colonial e<br />

em parte <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> imperial, a <strong>história</strong> <strong>do</strong><br />

Paraná confundisse com a <strong>história</strong> de São<br />

Paulo.<br />

02) O Paraná separou-se politicamente de<br />

São Paulo, tornan<strong>do</strong>-se uma província, em 19<br />

de dezembro de 1853.<br />

04) A maior parte <strong>do</strong> território paranaense foi<br />

efetivamente colonizada somente a partir da<br />

segunda metade <strong>do</strong> século XIX, o que lhe<br />

deu a oportunidade histórica de ter um<br />

desenvolvimento econômico e social diferente<br />

das zonas de colonização mais antigas <strong>do</strong><br />

Brasil, como o nordeste açucareiro.<br />

08) No século XIX, o Paraná foi visto como<br />

uma região cujo clima poderia favorecer a<br />

imigração européia.<br />

16) Graças a um grande afluxo de imigrantes<br />

europeus, que trouxeram para o Brasil a<br />

mentalidade empresarial e novas técnicas<br />

produtivas, o Paraná tornou-se um esta<strong>do</strong><br />

industrializa<strong>do</strong> já na República Velha<br />

3 - (UEM 2008 – Inverno) Assinale o<br />

que for correto a respeito da <strong>história</strong><br />

colonial <strong>do</strong> território que hoje<br />

corresponde ao esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná.<br />

01) A fundação de Curitiba está ligada à<br />

exploração <strong>do</strong>s vastos pinheirais nativos que<br />

cobriam o planalto paranaense. O pinho era<br />

vendi<strong>do</strong> para Pernambuco e Bahia, onde era<br />

usa<strong>do</strong> como embalagem para exportação de<br />

açúcar.<br />

02) Na fase inicial da colonização, o território<br />

paranaense sob <strong>do</strong>mínio português ficou<br />

dividi<strong>do</strong> entre duas Capitanias Hereditárias:<br />

as pertencentes a Martin Afonso de Souza e a<br />

Pero Lopes de Souza.<br />

04) No século XVII, as vilas de Antonina e<br />

Morretes tornaram-se importantes centros<br />

exporta<strong>do</strong>res de açúcar para o merca<strong>do</strong><br />

europeu.<br />

08) Paranaguá foi o primeiro centro<br />

políticoadministrativo estabeleci<strong>do</strong> pelos


Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />

portugueses em território paranaense, sen<strong>do</strong><br />

eleva<strong>do</strong> à condição de vila entre 1646<br />

(ereção <strong>do</strong> Pelourinho) e 1648 (eleição para<br />

escolha das autoridades da Vila).<br />

16) Parte <strong>do</strong> território paranaense foi<br />

marcada pela ação missionária de jesuítas<br />

espanhóis que, entre o final <strong>do</strong> século XVI e<br />

início <strong>do</strong> século XVII, fundaram importantes<br />

reduções indígenas nas margens <strong>do</strong> rio<br />

Paranapanema.<br />

4 - (UEM 2008 – Inverno) Assinale o<br />

que for correto sobre o processo de<br />

colonização da região Norte <strong>do</strong> esta<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> Paraná.<br />

01) Após a destruição das reduções jesuíticas<br />

ali existentes no século XVII, a região Norte<br />

<strong>do</strong> Paraná ficou praticamente aban<strong>do</strong>nada<br />

durante séculos.<br />

02) A fundação da colônia militar de Jataí, às<br />

margens <strong>do</strong> rio Tibagi, em mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> século<br />

XIX, é considerada um <strong>do</strong>s marcos iniciais da<br />

ocupação efetiva <strong>do</strong> Norte paranaense.<br />

04) O primeiro ciclo econômico <strong>do</strong> chama<strong>do</strong><br />

norte novo paranaense baseou-se na<br />

extração <strong>do</strong> pinho e da erva-mate, plantas<br />

nativas da região.<br />

08) A cidade paulista de Registro funcionou<br />

como a principal porta de entrada para a<br />

colonização <strong>do</strong> Norte <strong>do</strong> Paraná.<br />

16) A construção da ferrovia ligan<strong>do</strong> São<br />

Paulo ao Paraná e a ação de uma empresa<br />

privada inglesa, a ―Paraná Plantation‖, foram<br />

de fundamental importância para a<br />

colonização <strong>do</strong> Norte paranaense.<br />

Paraná: Povoamento e Ocupação:<br />

5 - (UEM 2008 – Inverno) Leia o texto a<br />

seguir e assinale o que for correto a<br />

respeito da <strong>história</strong> <strong>do</strong> Paraná. “Tem ela<br />

a forma mais ou menos circular, e<br />

compõe-se de duzentas e vinte casas de<br />

pequenas dimensões e cobertas de<br />

telhas, quase todas de um só<br />

pavimento, sen<strong>do</strong> muitas, porém,<br />

construídas de pedra. Cada casa possuía<br />

o seu quintal, onde não se vêem<br />

bananeiras nem mamoeiros e cafeeiros;<br />

são macieiras, pessegueiros e outras<br />

árvores frutíferas européias, que ali<br />

costumam plantar.” (Descrição de<br />

Curitiba pelo naturalista francês August<br />

de Saint- Hilaire, em 1820).<br />

25<br />

01) No início <strong>do</strong> século XIX, a densidade<br />

populacional era baixa e a vida urbana tinha<br />

pouca expressão no Paraná.<br />

02) A pequenez de Curitiba, a simplicidade<br />

das casas particulares e a ausência de<br />

grandes edificações públicas podem ser<br />

tomadas como uma expressão da modesta<br />

posição ocupada pelo território paranaense<br />

na economia da América Portuguesa.<br />

04) A descrição <strong>do</strong>s quintais das casas<br />

curitibanas constitui um indício de que as<br />

condições geográficas de Curitiba não eram<br />

propícias ao desenvolvimento de uma<br />

economia baseada na exportação de gêneros<br />

tropicais para o merca<strong>do</strong> europeu.<br />

08) No perío<strong>do</strong> colonial, a fruticultura de<br />

exportação foi a principal atividade<br />

econômica <strong>do</strong> planalto paranaense.<br />

16) O gosto pelo cultivo de pomares e a<br />

preferência pelas frutas européias expressam<br />

o preconceito cultural e o racismo da classe<br />

<strong>do</strong>minante paranaense.<br />

6 - (UEM 2005 – 1º vestibular) Assinale<br />

o que for correto a respeito da <strong>história</strong><br />

da população e <strong>do</strong> povoamento <strong>do</strong><br />

Paraná.<br />

01) Antes da chegada de portugueses e de<br />

espanhóis, as terras <strong>do</strong> Paraná já eram<br />

povoadas por índios que se encontravam em<br />

um estágio de desenvolvimento material<br />

inferior ao <strong>do</strong>s Astecas, povo este que vivia<br />

no território que hoje corresponde ao México.<br />

02) O que dificultou a vinda de imigrantes<br />

negros, eslavos e orientais para o Paraná,<br />

nos séculos XIX e XX, foi a intolerância<br />

racista <strong>do</strong>s milhares de norte-americanos que<br />

haviam emigra<strong>do</strong> e se fixa<strong>do</strong> no território<br />

paranaense após o fim da Guerra de<br />

Secessão nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s (1861-1865).<br />

04) Maringá e Londrina são exemplos de<br />

cidades <strong>do</strong> Norte paranaense que foram<br />

povoadas, em<br />

grande parte, por paulistas e mineiros.<br />

08) No Paraná, o deslocamento da população<br />

rural para Curitiba e cidades de médio porte<br />

como Londrina e Maringá foi causa<strong>do</strong> pelo<br />

processo de mecanização agrícola e pelo fim<br />

<strong>do</strong> Colonato,<br />

na segunda metade <strong>do</strong> século XX.<br />

16) Na região <strong>do</strong>s Campos Gerais, o Ciclo <strong>do</strong><br />

Ga<strong>do</strong> estimulou a ocupação e o povoamento<br />

das terras devolutas, contribuin<strong>do</strong> para o<br />

surgimento de vários núcleos urbanos como<br />

Castro, Lapa e Guarapuava.


Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />

7- (UEM 2005 – 2º Vestibular) "Possuía<br />

uma companhia inglesa, a Paraná<br />

Plantation, vastos cafezais na região de<br />

Cambará. Para transportar sua<br />

produção, vai ser construída a estrada<br />

de ferro São Paulo-Paraná, ligan<strong>do</strong><br />

Ourinhos a Cambará. Com essa estrada<br />

de ferro, estava definitivamente liga<strong>do</strong><br />

o Norte <strong>do</strong> Paraná aos centros<br />

consumi<strong>do</strong>res, como São Paulo, e<br />

exporta<strong>do</strong>res, como Santos. Mas ainda<br />

não estava coloniza<strong>do</strong>, nem conheci<strong>do</strong>.<br />

Resolveram então os ingleses da Paraná<br />

Plantation colonizar a região. Nunca<br />

poderiam ter adivinha<strong>do</strong>, nem sequer<br />

sonha<strong>do</strong>, o esplêndi<strong>do</strong> futuro da região<br />

que se propunham a colonizar. A Paraná<br />

Plantation des<strong>do</strong>brou-se em duas<br />

companhias: a Companhia de Terras<br />

Norte <strong>do</strong> Paraná e a Companhia<br />

Ferroviária São Paulo-Paraná".<br />

(WACHOWICZ, R. C. História <strong>do</strong> Paraná.<br />

Curitiba: Editora <strong>do</strong>s Professores,<br />

1968).<br />

A respeito da colonização e <strong>do</strong><br />

desenvolvimento <strong>do</strong> Norte <strong>do</strong> Paraná,<br />

assinale a(s) alternativa(s) correta(s).<br />

01) A colonização <strong>do</strong> Norte <strong>do</strong> Paraná, com o<br />

cultivo <strong>do</strong> café, foi rápida e dinâmica por<br />

contar com a mão-de-obra abundante <strong>do</strong>s<br />

índios que habitam a região.<br />

02) A colonização <strong>do</strong> Norte <strong>do</strong> Paraná, devi<strong>do</strong><br />

à propaganda realizada pela companhia<br />

lotea<strong>do</strong>ra e pela extraordinária fertilidade <strong>do</strong><br />

solo, atraiu imigrantes de muitas regiões <strong>do</strong><br />

Brasil e de outras nacionalidades como<br />

japoneses, alemães e italianos.<br />

04) A companhia Paraná Plantation adquiriu<br />

<strong>do</strong> governo <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná uma área de<br />

terra devoluta superior a 12.000 km2, que<br />

possuía pouco valor por estar localizada à<br />

grande distância de Curitiba e sem nenhuma<br />

via de transporte.<br />

08) A Companhia de Terras Norte <strong>do</strong> Paraná<br />

priorizou a venda de suas terras a grandes<br />

grupos econômicos que adquiriram vastas<br />

áreas de terra, forman<strong>do</strong> grandes latifúndios<br />

com baixa produtividade.<br />

16) A colonização da cidade de Maringá foi<br />

realizada ainda no século XIX, sen<strong>do</strong> que a<br />

Companhia de Terras Norte <strong>do</strong> Paraná<br />

apenas se apoderou de toda a estrutura<br />

existente na região para elevar, ainda mais, o<br />

preço de suas<br />

26<br />

terras, uma vez que o compra<strong>do</strong>r não<br />

necessitava enfrentar as adversidades de<br />

uma região de floresta.<br />

8 - (UEM 2008 – Inverno) “Em<br />

contraste com a região Norte, salvo por<br />

alguns terrenos em que se desprezou o<br />

perigo das geadas e se tentou a cultura<br />

<strong>do</strong> café, o Oeste não recebeu o influxo<br />

<strong>do</strong>s capitais e da ação <strong>do</strong>s cafeicultores<br />

paulistas, sen<strong>do</strong> porém alvo de um<br />

planejamento de ocupação por parte <strong>do</strong><br />

governo paranaense.” (TRINDADE,<br />

Etelvina M. de Castro e ANDREAZZA,<br />

Maria Luiza. Cultura e Educação no<br />

Paraná. Curitiba, Seed, 2001, p. 97).<br />

Assinale o que for correto sobre a<br />

<strong>história</strong> <strong>do</strong> Paraná.<br />

01) Gaúchos e catarinenses constituíram a<br />

principal corrente de imigração no processo<br />

de colonização <strong>do</strong> Oeste paranaense.<br />

02) A colonização moderna <strong>do</strong> Noroeste<br />

paranaense está associada ao tropeirismo.<br />

04) O cultivo <strong>do</strong> chá nas terras roxas foi a<br />

principal atividade econômica no processo de<br />

ocupação <strong>do</strong> Norte paranaense.<br />

08) Embora planejada pelo governo, a<br />

colonização <strong>do</strong> Oeste e <strong>do</strong> Su<strong>do</strong>este<br />

paranaenses foi marcada por tensões e por<br />

conflitos de terras, uma vez que parte <strong>do</strong>s<br />

lotes vendi<strong>do</strong>s às empresas coloniza<strong>do</strong>ras e<br />

aos novos povoa<strong>do</strong>res já estava ocupada há<br />

longa data por posseiros.<br />

16) A grande geada de 1975 é um marco<br />

importante no processo de substituição da<br />

cafeicultura por culturas mecanizadas, como<br />

soja e trigo, no Norte paranaense.<br />

9 - (UEM – Verão de 2008) Leia o texto<br />

e assinale a(s) alternativa(s) correta(s).<br />

“Em 1628, apareceu, na região, Antônio<br />

Raposo Tavares, com 3.000 homens,<br />

<strong>do</strong>s quais 2.000 eram índios. Durante<br />

meses, permaneceu nas margens <strong>do</strong><br />

Tibagi, capturan<strong>do</strong> os índios que<br />

encontrasse e esperan<strong>do</strong> algum<br />

pretexto para atacar as reduções,<br />

ataque esse que era o real objetivo de<br />

sua presença ali.” (WACHOWICZ, R.C.<br />

História <strong>do</strong> Paraná. Curitiba: Ed. <strong>do</strong>s<br />

Professores, 1968, p.19).<br />

01) As ―reduções às margens <strong>do</strong> Tibagi‖ a<br />

que se refere o texto foram fundadas pelos<br />

jesuítas espanhóis em áreas que, em nossos<br />

dias, fazem parte <strong>do</strong> território paranaense.


Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />

02) Com a destruição das reduções, os<br />

bandeirantes ocuparam o território às<br />

margens <strong>do</strong> Rio Tibagi com o cultivo <strong>do</strong> café.<br />

04) Os ataques <strong>do</strong>s bandeirantes às reduções<br />

<strong>do</strong> Guairá obrigaram os jesuítas e os índios<br />

sobreviventes a transladarem-se para o Sul, à<br />

margem esquerda <strong>do</strong> Rio Uruguai, no atual<br />

território <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Sul.<br />

08) Após destruir as reduções, os paulistas<br />

fundaram as primeiras cidades da região: Vila<br />

Rica <strong>do</strong> Espírito Santo e Guaíra.<br />

16) Os territórios que compreenderam as<br />

missões jesuítas <strong>do</strong> Guairá pertenciam à<br />

Espanha e foram incorpora<strong>do</strong>s ao Brasil pelos<br />

trata<strong>do</strong>s de Madrid e de Santo Ildefonso,<br />

assina<strong>do</strong>s entre Portugal e Espanha.<br />

10 - (UEM – Inverno de 2009) Sobre a<br />

ocupação europeia <strong>do</strong> território que<br />

hoje pertence ao esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná,<br />

assinale a(s) alternativa(s) correta(s).<br />

01) Paranaguá, primeira vila fundada <strong>do</strong><br />

Paraná, tinha como principal atividade o<br />

escoamento de produtos agrícolas para a<br />

metrópole.<br />

02) A atividade econômica praticada pelo<br />

tropeirismo foi responsável pela criação de<br />

vilas que mais tarde se tornariam importantes<br />

cidades paranaenses.<br />

04) Com a expulsão <strong>do</strong>s jesuítas espanhóis,<br />

deu-se a imediata ocupação <strong>do</strong> interior <strong>do</strong><br />

Esta<strong>do</strong> e o aban<strong>do</strong>no das atividades da<br />

extração <strong>do</strong> ouro no litoral.<br />

08) Diferentemente de outros Esta<strong>do</strong>s<br />

brasileiros, o território paranaense jamais<br />

sofreu a interferência das Expedições<br />

Bandeirantes.<br />

16) Entre os séculos XVI e XVII, parte <strong>do</strong><br />

atual esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná esteve sob <strong>do</strong>mínio<br />

<strong>do</strong> governo espanhol.<br />

11 - (UEM – Verão 2009) Leia o trecho a<br />

seguir e assinale o que for correto.<br />

“A partir da década de 1960, o Paraná<br />

pode ser considera<strong>do</strong> um Esta<strong>do</strong><br />

territorialmente ocupa<strong>do</strong>. Cessaram<br />

então de existir frentes pioneiras, não<br />

restan<strong>do</strong> mais terras a serem ocupadas<br />

e colonizadas. Completavase<br />

historicamente o perío<strong>do</strong> de ocupação<br />

territorial” (WACHOWICZ, Ruy<br />

Christovam. História <strong>do</strong> Paraná, 1995,<br />

7ª. edição, p. 267).<br />

27<br />

01) A ocupação <strong>do</strong>s Campos Gerais, a partir<br />

<strong>do</strong> século XVIII, deveu-se à introdução da<br />

cultura <strong>do</strong> café na região.<br />

02) Diferentemente <strong>do</strong> que ocorreu no Rio<br />

Grande <strong>do</strong> Sul e em Santa Catarina, a<br />

imigração de poloneses e de alemães não<br />

influenciaram a cultura paranaense.<br />

04) A partir <strong>do</strong> final <strong>do</strong> século XIX, com a<br />

fixação de imigrantes japoneses, foram<br />

introduzidas novas culturas agrícolas no<br />

Norte <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.<br />

08) A partir da década de 1930, migrantes,<br />

sobretu<strong>do</strong> paulistas e mineiros, passaram a<br />

ocupar a região Norte <strong>do</strong> Paraná.<br />

16) A partir da década de 1950, os<br />

imigrantes vin<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Sul e de<br />

Santa Catarina foram responsáveis pela<br />

ocupação da maior parte <strong>do</strong> Su<strong>do</strong>este e de<br />

parte <strong>do</strong> Oeste <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.<br />

12 -(UEM – Verão 2009) Sobre a<br />

colonização europeia da região <strong>do</strong> atual<br />

Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná, compreendida entre<br />

os rios Paranapanema, Paraná e Piquiri,<br />

assinale a(s) alternativa(s) correta(s).<br />

01) Na segunda metade <strong>do</strong> século XVI, os<br />

coloniza<strong>do</strong>res espanhóis fundaram na região<br />

as vilas Ciudad Real de Guairá e Vila Rica <strong>do</strong><br />

Espírito Santo.<br />

02) Os jesuítas espanhóis organizaram na<br />

região as missões ou reduções, com o<br />

objetivo de catequizar índios.<br />

04) Os jesuítas foram expulsos da região<br />

pelos ataques <strong>do</strong>s bandeirantes paulistas.<br />

08) No século XVIII, esse território foi<br />

incorpora<strong>do</strong> ao Brasil pelos trata<strong>do</strong>s de<br />

limites de Madrid e de Santo Ildelfonso.<br />

16) O Paraguai foi o ponto de partida <strong>do</strong>s<br />

coloniza<strong>do</strong>res espanhóis que ocuparam a<br />

região descrita no enuncia<strong>do</strong>.<br />

Paraná Império: <strong>história</strong> Política<br />

13 - (UEM 2005 – 2º Vestibular) Sobre a<br />

<strong>história</strong> política <strong>do</strong> Paraná, assinale o<br />

que for correto.<br />

01) A Revolução Farroupilha ou Guerra <strong>do</strong>s<br />

Farrapos (1835-1845) foi um movimento<br />

político lidera<strong>do</strong> pelo político paranaense<br />

Bento Gonçalves e que teve por objetivo<br />

separar o Paraná <strong>do</strong> Império brasileiro e<br />

transformá-lo em uma república<br />

independente, a República de Piratini.


Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />

02) O Paraná foi o primeiro esta<strong>do</strong> brasileiro<br />

a abolir a escravidão e a conceder direitos<br />

políticos aos ex escravos, o que ocorreu em<br />

1860.<br />

04) Um <strong>do</strong>s objetivos da Revolução de 1930,<br />

liderada por Getúlio Vargas e pelo movimento<br />

tenentista, era acabar com o pre<strong>do</strong>mínio das<br />

elites agrárias <strong>do</strong> Paraná e de Minas Gerais,<br />

que se alternavam no governo federal desde<br />

a proclamação da República a partir <strong>do</strong><br />

esquema político que ficou conheci<strong>do</strong> como a<br />

política <strong>do</strong> café com leite.<br />

08) A Revolução Federalista, desencadeada<br />

em 1893 por políticos <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Sul<br />

descontentes com o autoritarismo político <strong>do</strong><br />

Presidente Floriano Peixoto, encontrou<br />

adeptos e também se alastrou pelo esta<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

Paraná. Os principais palcos da luta no<br />

Paraná foram as cidades de Curitiba, Lapa e<br />

Castro.<br />

16) A Revolução Constitucionalista de 1932,<br />

um <strong>do</strong>s mais importantes movimentos de<br />

contestação enfrenta<strong>do</strong>s pela Ditadura de<br />

Getúlio Vargas, foi uma revolta organizada<br />

em Curitiba por políticos da elite cafeeira<br />

paranaense descontentes com o<br />

esvaziamento <strong>do</strong> poder político <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><br />

após a Revolução de 1930.<br />

Paraná Império:Ciclo Econômico da<br />

Erva Mate:<br />

14 - (UEM – Verão 2009) Leia a citação<br />

a seguir e assinale o que for correto.<br />

“Durante o segun<strong>do</strong> decênio <strong>do</strong> século<br />

XIX, a exportação <strong>do</strong> mate já era<br />

considerada como o principal elemento<br />

<strong>do</strong> comércio exterior paranaense. O<br />

movimento <strong>do</strong> Porto Paranaguá<br />

assumiu maiores proporções, sen<strong>do</strong> que<br />

até mesmo navios estrangeiros ali<br />

atracavam para fazer comércio e<br />

transportar o mate para os merca<strong>do</strong>s<br />

platinos. Ainda nessa época o mate<br />

alcançara 44% <strong>do</strong> total da exportação<br />

<strong>do</strong> Paraná" (ANTUNES DOS SANTOS,<br />

Carlos Roberto. Vida Material e<br />

econômica. Curitiba, SEED, 2001, p. 42).<br />

01) A adaptação e cultivo <strong>do</strong> mate em to<strong>do</strong> o<br />

território paranaense foi um <strong>do</strong>s fatores que<br />

contribuíram para que o Esta<strong>do</strong> fosse o maior<br />

exporta<strong>do</strong>r brasileiro desse produto naquela<br />

época.<br />

28<br />

02) Naquele contexto, a metalurgia e a<br />

indústria madeireira desenvolveram-se como<br />

suporte à indústria <strong>do</strong> mate.<br />

04) Desde o início, a indústria <strong>do</strong> mate<br />

paranaense empregou unicamente a mão de<br />

obra <strong>do</strong> imigrante, principalmente <strong>do</strong> italiano.<br />

08) O termo platino, na citação, refere-se à<br />

moeda argentina (plata), utilizada nas<br />

transações comerciais <strong>do</strong> mate.<br />

16) A decadência da economia <strong>do</strong> mate no<br />

Paraná, a partir <strong>do</strong> final da década de 1850,<br />

deve ser atribuída, entre outros fatores, à<br />

concorrência <strong>do</strong> mate produzi<strong>do</strong> no Paraguai<br />

e no Rio Grande <strong>do</strong> Sul.<br />

Paraná Império: Escravidão:<br />

15 - “Fugiu no dia 17 de novembro <strong>do</strong><br />

anno pp., da cidade de Ponta Grossa, o<br />

escravo de nome Marcelino, natural de<br />

Minas, idade de 14 annos mais ou<br />

menos, côr fula, cara cheia, nariz chato,<br />

e tem um pé mais grosso <strong>do</strong> que o<br />

outro, como destronca<strong>do</strong>; quem o levar<br />

à dita cidade acima e entregar a seu<br />

senhor [...] receberá a quantia […] de<br />

100$000, de alvissaras.” (Anúncio no<br />

jornal “O Dezenove de Dezembro”, em<br />

1866. Cita<strong>do</strong> por WACHOWICZ, Ruy<br />

Christovam. História <strong>do</strong> Paraná.<br />

Curitiba: Editora <strong>do</strong>s Professores, 1968.<br />

p.108.) Assinale a(s) alternativa(s)<br />

correta(s).<br />

01) Ao mostrar o grande número de escravos<br />

que fugia em Ponta Grossa, o texto explica o<br />

porquê de não ter existi<strong>do</strong> escravidão na<br />

região <strong>do</strong>s Campos Gerais.<br />

02) O texto mostra que a mão de obra<br />

escrava pre<strong>do</strong>minou na colonização da região<br />

Norte <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná.<br />

04) O texto mostra que, na década de 1860,<br />

época <strong>do</strong> anúncio acima, o movimento<br />

abolicionista tinha grande apoio popular no<br />

Paraná.<br />

08) Embora na época <strong>do</strong> anúncio a<br />

escravidão ainda persistisse no Brasil, o<br />

desembarque de escravos africanos nos<br />

portos brasileiros era considera<strong>do</strong> ilegal.<br />

16) A palavra ―alvíssaras‖ significa, no<br />

contexto <strong>do</strong> anúncio, recompensa.<br />

Paraná: Emancipação Política<br />

16 - (UEM – Verão de 2008) “A <strong>história</strong><br />

política <strong>do</strong> Paraná, pode-se dizer, tem


Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />

seu início com a emancipação dessa<br />

porção territorial da província de São<br />

Paulo, conquistada em 1853.”<br />

(MAGALHÃES, Marion B. de. Paraná:<br />

política e governo, 2001, p. 23). Sobre a<br />

emancipação <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná,<br />

assinale o que for correto.<br />

01) Uma das primeiras tentativas de<br />

emancipação política da Província ocorreu<br />

nas Ciudad Real del Guayrá e Villa Rica del<br />

Espiritu Santu.<br />

02) A quantidade de impostos pagos, a falta<br />

de justiça e o aban<strong>do</strong>no da comarca pela<br />

administração de São Paulo são considera<strong>do</strong>s<br />

alguns <strong>do</strong>s principais motivos que<br />

influenciaram o movimento emancipacionista<br />

da província.<br />

04) A emancipação <strong>do</strong> território paranaense<br />

foi realizada por enfrentamentos bélicos que<br />

contaram com a participação de agricultores,<br />

políticos e parte <strong>do</strong> exército provincial<br />

descontente.<br />

08) Com a emancipação, o território da<br />

comarca de Curitiba, da província de São<br />

Paulo, foi eleva<strong>do</strong> à categoria de província e<br />

passou a ser denomina<strong>do</strong> Paraná.<br />

16) A lei que criou a província <strong>do</strong> Paraná<br />

decorreu, em certa medida, <strong>do</strong>s interesses<br />

<strong>do</strong>s cafeicultores estabeleci<strong>do</strong>s na região<br />

denominada norte novo.<br />

Paraná: Economia Café<br />

17 - (UEM – Inverno de 2009) Maringá,<br />

situada em uma região <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

Paraná conhecida como Norte Novo,<br />

tem uma <strong>história</strong> profundamente ligada<br />

à cafeicultura. A esse respeito, assinale<br />

a(s) alternativa(s) correta(s).<br />

01) Empresas particulares, principalmente<br />

<strong>do</strong>s setores imobiliários, tiveram grande<br />

participação na exploração e na colonização<br />

dessa região.<br />

02) Além <strong>do</strong> trabalho assalaria<strong>do</strong>, a mão de<br />

obra escrava também foi empregada em<br />

grande escala pelos grandes planta<strong>do</strong>res de<br />

café <strong>do</strong> Norte <strong>do</strong> Paraná.<br />

04) O desenvolvimento da cafeicultura não<br />

contribuiu para o desenvolvimento de<br />

indústrias nessa região, que permanece como<br />

uma região exclusivamente agrícola até os<br />

dias de hoje.<br />

08) A ―corrida <strong>do</strong> café‖ é um termo usa<strong>do</strong><br />

para denominar o avanço da cafeicultura<br />

29<br />

paulista sobre o Norte paranaense na década<br />

de 1930.<br />

16) A falta de investimento em ferrovias para<br />

o escoamento da produção cafeeira foi um<br />

fator decisivo para o declínio <strong>do</strong> produto na<br />

região.<br />

18 -Com o esgotamento <strong>do</strong> ciclo<br />

cafeeiro, a partir da década de 1960, a<br />

economia paranaense passou por<br />

importantes transformações. Sobre tais<br />

transformações, é correto afirmar:<br />

01) A falta de incentivo <strong>do</strong> governo federal a<br />

uma alternativa para a cultura cafeeira<br />

reduziu e empobreceu a agricultura<br />

paranaense, nos finais da década de 1960.<br />

02) A cultura da soja teve um impacto direto<br />

sobre a urbanização e a industrialização de<br />

diversas cidades paranaenses.<br />

04) Dentre as grandes transformações<br />

ocorridas na economia, a partir <strong>do</strong>s anos 60,<br />

a principal foi a a<strong>do</strong>ção de uma agricultura de<br />

subsistência.<br />

08) Ainda que tenha progredi<strong>do</strong> nos últimos<br />

anos, a falta de tecnologia no campo não<br />

permite que a produção agrícola paranaense<br />

concorra no merca<strong>do</strong> internacional.<br />

16) A metropolizacão das cidades <strong>do</strong> Norte<br />

paranaense contribuiu para aumentar os<br />

problemas de meio ambiente, de educação e<br />

de segurança pública.<br />

Paraná República: Conflitos<br />

19 - (UEM – Verão de 2008) Entre 1912<br />

e 1916, a região conhecida como<br />

Contesta<strong>do</strong>, na fronteira entre os<br />

esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Paraná e de Santa Catarina,<br />

viveu uma revolta de grandes<br />

proporções. A esse respeito, assinale<br />

a(s) alternativa(s) correta(s).<br />

01) A Revolta <strong>do</strong> Contesta<strong>do</strong> originou-se da<br />

insatisfação das oligarquias locais com<br />

relação à política centraliza<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> ―café com<br />

leite‖.<br />

02) Fatores liga<strong>do</strong>s à construção da ferrovia<br />

São Paulo – Rio Grande <strong>do</strong> Sul contribuíram<br />

para aumentar a insatisfação e a revolta da<br />

população local.<br />

04) A Guerra <strong>do</strong> Contesta<strong>do</strong> foi uma<br />

manifestação <strong>do</strong> ―banditismo social‖,<br />

bastante comum no início <strong>do</strong><br />

século XX e que, no Brasil, recebeu a<br />

denominação de ―Cangaço‖.


Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />

08) A Guerra <strong>do</strong> Contesta<strong>do</strong> somente chegou<br />

ao fim com o cancelamento da construção da<br />

ferrovia<br />

São Paulo – Rio Grande <strong>do</strong> Sul.<br />

16) A revolta <strong>do</strong> Contesta<strong>do</strong> resultou, entre<br />

outros, da manipulação pelo Monge José<br />

João Maria das massas operárias em torno de<br />

seus ideais de implantação de um regime<br />

comunista naquela região.<br />

20 - (UEM 2005 – 1º vestibular) Na<br />

década de 1940, ocorreu, no Paraná, um<br />

sangrento conflito que ficou conheci<strong>do</strong><br />

como a Guerra de Porecatu. A respeito<br />

desse conflito, assinale a(s)<br />

alternativa(s) correta(s).<br />

01) Foi uma guerra entre grupos de posseiros<br />

que, desiludi<strong>do</strong>s com o fracasso da cultura<br />

cafeeira,<br />

tentavam expandir suas terras à custa da<br />

ocupação das terras de seus vizinhos,<br />

visan<strong>do</strong> à produção de ga<strong>do</strong> de corte.<br />

02) Foi um movimento de luta armada,<br />

liderada pelos militantes <strong>do</strong> Movimento<br />

Nacional <strong>do</strong>s Trabalha<strong>do</strong>res Sem-Terra<br />

(MST).<br />

04) Foi uma luta de resistência <strong>do</strong>s posseiros<br />

que ocupavam a terra frente à ação de<br />

jagunços a serviço <strong>do</strong>s grileiros e das forças<br />

policiais <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.<br />

08) A Guerra de Porecatu foi um conflito<br />

urbano entre os solda<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Exército<br />

Brasileiro e os militantes comunistas que<br />

pretendiam transformar Porecatu na primeira<br />

cidade socialista <strong>do</strong> Brasil.<br />

16) A resistência <strong>do</strong>s posseiros frente à<br />

investida <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> no processo de<br />

transferência de terras contou com a<br />

participação de militantes comunistas na<br />

organização da resistência armada.<br />

Paraná República: Industrialização:<br />

21 - (UEM 2005 – 2º Vestibular) A<br />

respeito da <strong>história</strong> da industrialização<br />

<strong>do</strong> Paraná, assinale o que for correto.<br />

01) A indústria pesada paranaense deu seu<br />

primeiro salto de desenvolvimento em 1935,<br />

quan<strong>do</strong> Getúlio Vargas inaugurou a<br />

Companhia Siderúrgica Nacional de Volta<br />

Re<strong>do</strong>nda, na região de Curitiba.<br />

02) Foi durante o Ciclo da Borracha, na<br />

primeira metade <strong>do</strong> século XX, que o Paraná<br />

se transformou no principal pólo nacional da<br />

30<br />

indústria de pneus e de artefatos de<br />

borracha, posição que ocupa até hoje.<br />

04) Nas regiões Norte e Noroeste <strong>do</strong> Paraná,<br />

presenciamos um grande desenvolvimento da<br />

indústria transforma<strong>do</strong>ra de produtos da<br />

agricultura e da pecuária, tais como soja,<br />

seda, carnes, cana-de-açúcar, café etc.<br />

08) O Paraná, entre os esta<strong>do</strong>s brasileiros, foi<br />

o principal beneficiário da reserva de<br />

merca<strong>do</strong> instituída pela Lei da Informática<br />

durante o regime militar. Sem a ameaça da<br />

concorrência estrangeira, vedada por essa<br />

Lei, a região industrial de Curitiba se<br />

transformou, desde a década de 1970, no<br />

principal pólo nacional produtor e exporta<strong>do</strong>r<br />

de computa<strong>do</strong>res e de demais produtos<br />

eletro-eletrônicos.<br />

16) Na década de 1990, o Paraná se<br />

transformou em um <strong>do</strong>s principais esta<strong>do</strong>s<br />

produtores de automóveis e de caminhões.<br />

Isso foi possível com a política de incentivos<br />

fiscais implementada pelo Governa<strong>do</strong>r Jaime<br />

Lerner, que atraiu várias monta<strong>do</strong>ras de<br />

veículos estrangeiras para a região de<br />

Curitiba.<br />

22 - (UEM – Verão de 2008) Entre o<br />

final da década de quarenta e o início da<br />

década de setenta <strong>do</strong> século passa<strong>do</strong>, o<br />

esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná viveu um crescimento<br />

econômico, demográfico e um processo<br />

de urbanização, com o surgimento de<br />

novos núcleos urbanos. A esse respeito,<br />

assinale a(s) alternativa(s) correta(s).<br />

01) O crescimento da economia paranaense<br />

nas décadas de cinqüenta e sessenta foi um<br />

caso único no Brasil, pois o restante <strong>do</strong> país<br />

viveu um perío<strong>do</strong> de retração econômica em<br />

razão da crise internacional <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> da<br />

guerra fria.<br />

02) Na região Su<strong>do</strong>este <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná,<br />

o crescimento populacional da década de<br />

cinqüenta deriva da expansão <strong>do</strong> cultivo da<br />

soja que promoveu um aumento da<br />

população de agricultores no meio rural.<br />

04) Além <strong>do</strong> café, uma das atividades<br />

econômicas que impulsionou o<br />

desenvolvimento econômico da região de<br />

Curitiba foi a exportação de erva-mate.<br />

08) A aplicação da Lei de Terras de 1850<br />

possibilitou que o esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná<br />

distribuísse títulos de propriedade territoriais<br />

a colonos como uma forma de incentivar a<br />

ocupação de áreas até então desabitadas <strong>do</strong><br />

Esta<strong>do</strong>.


Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />

16) Na região Norte <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná, o<br />

crescimento populacional verifica<strong>do</strong> naquele<br />

perío<strong>do</strong> vincula-se à expansão da<br />

cafeicultura.<br />

Paraná Atual<br />

23 – (UEM 2005 – 1º vestibular) Nas<br />

décadas de 1960-1970, o Paraná<br />

também vivenciou sua fase<br />

desenvolvimentista, durante as<br />

administrações <strong>do</strong>s governa<strong>do</strong>res Ney<br />

Braga e Paulo Pimentel. A respeito<br />

desse assunto, assinale a(s)<br />

alternativa(s) correta(s).<br />

01) O combate ao analfabetismo e a criação<br />

e a consolidação de um sistema estadual de<br />

ensino foram algumas das principais<br />

realizações <strong>do</strong> Governa<strong>do</strong>r Ney Braga.<br />

02) Ney Braga e Paulo Pimentel rejeitaram a<br />

ideia de um Paraná com vocação unicamente<br />

agrícola e tomaram várias medidas para a<br />

industrialização <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.<br />

04) Entre os órgãos oficiais cria<strong>do</strong>s nessa<br />

época para fomentar o desenvolvimento<br />

econômico e social <strong>do</strong> Paraná, podemos citar<br />

a Codepar – Companhia de Desenvolvimento<br />

Econômico <strong>do</strong> Paraná.<br />

08) Ney Braga e Paulo Pimentel não<br />

conseguiram terminar seus mandatos e dar<br />

prosseguimento ao projeto<br />

desenvolvimentista <strong>do</strong> Paraná, porque ambos<br />

se incompatibilizaram com o regime militar<br />

(1964-1985) e foram removi<strong>do</strong>s <strong>do</strong> governo<br />

estadual, à força, pelo Presidente Castelo<br />

Branco.<br />

16) A Ro<strong>do</strong>via <strong>do</strong> Café é uma das grandes<br />

obras de infra-estrutura construídas durante<br />

essa fase desenvolvimentista <strong>do</strong> Paraná.<br />

01 - (01, 02, 08, 16)<br />

02 - (01, 02, 04, 08)<br />

03 - (02,08, 16)<br />

04 - (01, 02, 16)<br />

05 - (01, 02, 04)<br />

06 - (01, 04, 08, 16)<br />

07 - ( 02, 04)<br />

08 - ( 01, 08, 16)<br />

09 - (01, 04, 16)<br />

10 - (02, 16)<br />

Gabarito:<br />

31<br />

11 - (08, 16)<br />

12 - (01, 02, 04, 08, 16)<br />

13 - (08, 16)<br />

14 - (02, 16)<br />

15 - (08, 16)<br />

16 - (02, 08, 16)<br />

17 - (01, 08)<br />

18 - (02, 16)<br />

19 - (02, 16)<br />

20 - (04, 16)<br />

21 - (04, 16)<br />

22 - (16)<br />

23 - (01, 02, 04, 16)<br />

Questões de Múltipla escolha<br />

01) A respeito da História <strong>do</strong> Paraná assinale o<br />

que for correto.<br />

a) Nos últimos anos, o esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná<br />

incrementou e diversificou suas atividades<br />

econômicas, passan<strong>do</strong>, inclusive, a contar com um<br />

parque industrial automobilístico.<br />

b) O esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná teve sua emancipação<br />

política formalmente reconhecida no século XIX,<br />

mas continua, até hoje, dependente da Província<br />

de São Paulo em vários aspectos administrativos.<br />

c) O esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná sedia o Porto de<br />

Paranaguá, o maior porto <strong>do</strong> Brasil em volume de<br />

exportações e importações.<br />

d) Durante o governo de Jaime Lerner, foi cria<strong>do</strong> o<br />

Anel de Integração, com várias praças de pedágios<br />

estatais, com o objetivo de arrecadar fun<strong>do</strong>s para<br />

construir novas ro<strong>do</strong>vias pavimentadas.<br />

e) Em função <strong>do</strong>s problemas gera<strong>do</strong>s pela<br />

globalização, a região metropolitana de Curitiba<br />

sofreu um grande êxo<strong>do</strong> populacional nas duas<br />

últimas décadas <strong>do</strong> século XX.<br />

02) Na época <strong>do</strong> Descobrimento <strong>do</strong> Brasil, as<br />

terraços que atualmente pertencem ao Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

Paraná eram habitadas por índios <strong>do</strong>s grupos Tupi<br />

e Jê, respectivamente, os:<br />

a) tupinambás e os aimorés.<br />

b) tupiniquins e os botocu<strong>do</strong>s.<br />

c) caetés e os coroa<strong>do</strong>s.<br />

d) carijós e os caingangues.<br />

e) guaranis e os xavantes.<br />

03) O processo de ocupação <strong>do</strong> Paraná teve início<br />

com a chegada de Hans Staden à baía de<br />

Superagiii, hoje Baía de Paranaguá. A partir dela a<br />

colonização espalhou-se para toda a região que<br />

hoje compreende o Esta<strong>do</strong>. Dentre as razões que<br />

motivaram esse processo, destacaram-se:<br />

a) O bandeirismo de contrato e prospecção de<br />

diamantes.<br />

b) a procura <strong>do</strong> ouro e <strong>do</strong> bandeirismo de<br />

apresamento.


Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />

c) a luta contra a penetração espanhola e a<br />

expansão da pecuária paulista.<br />

d) a descoberta de grandes jazidas de ouro e o<br />

bandeirismo de contrato.<br />

e) a luta contra os potiguares e a descoberta de<br />

esmeralda.<br />

04) Os conquista<strong>do</strong>res espanhóis recebiam da<br />

Coroa terras com direito aos tributos e ao trabalho<br />

obrigatório e gratuito <strong>do</strong>s aborígines que nelas<br />

residiam. Essa concessão dada pela Coroa<br />

Espanhola aos conquista<strong>do</strong>res chamava-se:<br />

a) cuatequil.<br />

b) mita.<br />

c) encomienda.<br />

d) obrajes.<br />

e) haciendas.<br />

05) Quanto às regiões que posteriormente<br />

formariam o Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná, pode-se afirmar<br />

que:<br />

a) no século XVIII teve seu litoral frequentemente<br />

visita<strong>do</strong> por europeus à procura de metais<br />

preciosos.<br />

b) a possível existência de minas de prata na<br />

região de<br />

Paranaguá atraiu, no século XVII, grande numero<br />

de indivíduos impulsiona<strong>do</strong>s pelo espírito<br />

aventureiro.<br />

c) foi o único <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s meridionais que não se<br />

envolveu na Revolução Federalista.<br />

d) sua capital – Curitiba – foi fundada por Gabriel<br />

de Lara, no final <strong>do</strong> século XVIII, com o nome de<br />

povoa<strong>do</strong> de Nossa Senhora da Luz.<br />

e) imigrantes poloneses, nos mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> século<br />

XIX, foram os responsáveis pelo povoamento de<br />

uma de suas regiões a de Londrina.<br />

06) A região de Paranaguá, no fim da primeira<br />

metade <strong>do</strong> século XVII, sofreu um grande<br />

aumento populacional, o que justificou a sua<br />

elevação à categoria de vila (1649), sen<strong>do</strong> este<br />

crescimento demográfico decorrente, entre outros<br />

fatores,<br />

a) da expansão da criação de ga<strong>do</strong> na área.<br />

b) <strong>do</strong> descobrimento de ouro na região.<br />

c) <strong>do</strong> aumento vertiginoso de imigrantes para o<br />

litoral. d) da afluência de nordestinos atraí<strong>do</strong>s pela<br />

pecuária.<br />

e) da intensificação <strong>do</strong> comércio de exportação de<br />

seu porto.<br />

07) O ciclo das tropas (ga<strong>do</strong> vacum v muares), na<br />

<strong>história</strong> paranaense, durante o século XVIIl, deve<br />

ser associa<strong>do</strong>, especialmente:<br />

a) à intensificação <strong>do</strong>s transportes no Sul.<br />

b) ao aumento <strong>do</strong> comércio com o Paraguai.<br />

c) ao desenvolvimento da Guerra Guaranítica nas<br />

fronteiras.<br />

d) às descobertas <strong>do</strong> ouro em Minas Gerais.<br />

32<br />

e) aó crescimento da indústria de carnes c<br />

lacticínios.<br />

08) As cidades de Londrina e Maringá tem suas<br />

origens ligadas:<br />

a) à organização das Missões ou Reduções por<br />

padres espanhóis na região <strong>do</strong> atual Paraná.<br />

b) às Revoluções Liberais de 1842 e è Guerra <strong>do</strong>s<br />

Farrapos.<br />

c) ao início das obras de construções da Estrada<br />

de Ferro Curitiba – Paranaguá.<br />

d) à Companhia Inglesa que iniciou a colonização<br />

<strong>do</strong> Norte paranaense.<br />

e) à construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu.<br />

09) A respeito da colonização <strong>do</strong> Paraná e da<br />

participação <strong>do</strong>s imigrantes no desenvolvimento<br />

da região, assinale o que for correto.<br />

a) Já no século XIX, foram funda<strong>do</strong>s núcleos de<br />

colonização com a participação de imigrantes<br />

europeus.<br />

b) A forte presença de imigrantes asiáticos e<br />

europeus, no Norte <strong>do</strong> Paraná, foi responsável por<br />

tornar a região um pólo produtor exclusivo de<br />

frutas e de legumes.<br />

c) Além <strong>do</strong>s migrantes de outras regiões <strong>do</strong> país e<br />

<strong>do</strong>s escravos africanos, o Paraná recebeu apenas<br />

imigrantes alemães, no século XIX, e japoneses,<br />

no século XX.<br />

d) Como o Norte <strong>do</strong> Paraná foi coloniza<strong>do</strong> pela<br />

Companhia de Terras Norte <strong>do</strong> Paraná,<br />

pertencente à empresa inglesa Paraná Plantation,<br />

foi dada preferência na compra <strong>do</strong>s lotes aos<br />

imigrantes ingleses, levan<strong>do</strong> os imigrantes de<br />

outros países a procurarem outros Esta<strong>do</strong>s da<br />

Federação para fundarem suas colônias.<br />

e) O Norte <strong>do</strong> Paraná contou também com a<br />

participação de quase cem mil cur<strong>do</strong>s oriun<strong>do</strong>s <strong>do</strong><br />

Iraque, que para cá vieram em um acor<strong>do</strong><br />

realiza<strong>do</strong> entre os empresários ingleses, o governo<br />

da Inglaterra e o governo de Vargas.<br />

10) A respeito da produção cafeeira no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

Paraná, assinale a alternativa incorreta.<br />

a) A cultura <strong>do</strong> café se constituía em uma<br />

importante fonte gera<strong>do</strong>ra de empregos, uma vez<br />

que a produção cafeeira exigia uso intensivo de<br />

mão-de-obra.<br />

b) No final da década de 1950, o Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

Paraná ocupava o posto de maior produtor<br />

nacional de café.<br />

c) O processo de erradicação <strong>do</strong> café no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

Paraná, ocorri<strong>do</strong> na década de 1960, contribuiu<br />

para a redução da produção nacional <strong>do</strong> produto.<br />

d) O maior golpe sofri<strong>do</strong> pela cafeicultura<br />

paranaense foi a política de concessão de<br />

subsídios, por parte <strong>do</strong> governo federal, àqueles<br />

agricultores que se interessassem em produzir<br />

soja.


Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />

e) O Norte foi a região <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná com<br />

maior área dedicada à plantação <strong>do</strong> café, uma vez<br />

que estava menos sujeita à ocorrência de geadas.<br />

11) A respeito da História <strong>do</strong> Paraná, assinale a<br />

alternativa correta.<br />

a) Devi<strong>do</strong> à opção de seus governantes pela<br />

produção de bens primários, o esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná<br />

ainda não possui um setor industrial capaz de<br />

produzir bens que possam ganhar merca<strong>do</strong> em<br />

outros esta<strong>do</strong>s ou no exterior.<br />

b) A prosperidade econômica <strong>do</strong> município de<br />

Curitiba se deve ao fato de a região ter si<strong>do</strong><br />

colonizada pela companhia inglesa Paraná<br />

Plantation, que projetou a Cidade Industrial de<br />

Curitiba.<br />

c) Durante o primeiro governo de Vargas, o Esta<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> Paraná foi governa<strong>do</strong> pelo interventor Manoel<br />

Ribas por um perío<strong>do</strong> de 13 anos.<br />

d) Desde o início da colonização, o café foi o<br />

principal produto da economia paranaense.<br />

e) Devi<strong>do</strong> às extensas áreas de preservação<br />

ambiental e às reservas indígenas, o Noroeste <strong>do</strong><br />

Paraná possui pouquíssimas áreas agricultáveis.<br />

12) No início <strong>do</strong> século XX, ocorreu, no Paraná,<br />

um sangrento conflito arma<strong>do</strong> que ficou conheci<strong>do</strong><br />

como A Guerra <strong>do</strong> Contesta<strong>do</strong>. A respeito da<br />

Guerra <strong>do</strong> Contesta<strong>do</strong>, assinale a alternativa<br />

incorreta.<br />

a) Foi uma guerrilha camponesa inspirada no<br />

movimento maoísta chinês que visava implantar<br />

no Paraná um modelo camponês de revolução.<br />

b) As raízes da revolta estavam na situação de<br />

descontentamento da população pobre da região,<br />

somada à ação da empresa Brazil Railway, que<br />

demitiu 8 mil trabalha<strong>do</strong>res após a conclusão da<br />

ferrovia São Paulo-Rio Grande <strong>do</strong> Sul.<br />

c) A Guerra <strong>do</strong> Contesta<strong>do</strong> ocorreu na divisa <strong>do</strong><br />

Paraná com Santa Catarina entre os anos de 1912<br />

e 1916 e resultou na morte de 20 mil combatentes<br />

camponeses que participaram <strong>do</strong> levante.<br />

d) O Movimento teve como grande líder o místico<br />

José Maria, que falava na formação de uma<br />

"monarquia celeste" e prometia o retorno <strong>do</strong> rei<br />

<strong>do</strong>m Sebastião para fazer justiça aos pobres e<br />

oprimi<strong>do</strong>s.<br />

e) A chamada Guerra <strong>do</strong> Contesta<strong>do</strong> terminou com<br />

a vitória das tropas oficiais, lideradas pelo general<br />

Setembrino, sobre os guerrilheiros.<br />

13) A respeito da História <strong>do</strong> Paraná, assinale a<br />

alternativa correta.<br />

a) O processo de imigração para o Paraná, que<br />

teve início no século XIX, formou uma população<br />

heterogênea, composta por descendentes de<br />

muitas nacionalidades.<br />

b) O esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná conquistou sua<br />

emancipação política no início <strong>do</strong> século XIX, antes<br />

mesmo <strong>do</strong> processo de independência <strong>do</strong> Brasil.<br />

33<br />

c) A produção cafeeira <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná foi<br />

impulsionada pela utilização de mão-deobra<br />

escrava barata e abundante para ser utilizada no<br />

cultivo <strong>do</strong> produto.<br />

d) Devi<strong>do</strong> à política econômica desenvolvimentista<br />

implementada por sucessivos governos<br />

paranaenses durante o regime militar (1964-<br />

1985), o Esta<strong>do</strong> se consoli<strong>do</strong>u como o principal<br />

produtor de aço <strong>do</strong> país.<br />

e) As indústrias automobilísticas que se instalaram<br />

no Norte, com o apoio <strong>do</strong> governo Jayme Lerner,<br />

constituem um importante item da produção<br />

industrial <strong>do</strong> Paraná.<br />

14) Nos séculos XVIII e XIX, o tropeirismo foi<br />

uma das atividades importantes das economias<br />

brasileira e paranaense. A respeito dessa atividade<br />

e <strong>do</strong> seu impacto no desenvolvimento da<br />

sociedade paranaense, assinale a alternativa<br />

incorreta.<br />

a) As tropas de muares mostraram-se adequadas<br />

e economicamente viáveis para o transporte<br />

terrestre de merca<strong>do</strong>rias, ten<strong>do</strong> em vista as<br />

condições reinantes na época.<br />

b) A principal rota <strong>do</strong> tropeirismo utilizava-se da<br />

chamada "estrada da mata", que ligava Viamão<br />

(no atual Rio Grande <strong>do</strong> Sul) a Sorocaba<br />

(Capitania de São Paulo), atravessan<strong>do</strong> extenso<br />

território <strong>do</strong> atual esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná.<br />

c) O tropeirismo contribuiu para a ocupação lusobrasileira<br />

de parte <strong>do</strong> território que hoje<br />

corresponde ao esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná, dan<strong>do</strong> origem a<br />

inúmeras cidades como Rio Negro, Lapa, Ponta<br />

Grossa, Castro, Piraí <strong>do</strong> Sul, Jaguariaíva etc.<br />

d) Embora os principais pólos de produção que<br />

alimentavam o movimento de tropas no senti<strong>do</strong><br />

Sul Sudeste fossem o Rio Grande <strong>do</strong> Sul e a região<br />

das Minas Gerais, o tropeirismo estimulou várias<br />

atividades econômicas no território paranaense.<br />

e) Por sua localização marginal em relação às<br />

principais rotas <strong>do</strong> comércio entre o Rio Grande <strong>do</strong><br />

Sul, São Paulo e Minas Gerais, Curitiba nada<br />

ganhou com o tropeirismo, permanecen<strong>do</strong> uma<br />

vila estagnada até ser declarada Capital da<br />

Província <strong>do</strong> Paraná (1853).<br />

15) A respeito da História <strong>do</strong> Paraná e de seus<br />

conflitos bélicos, assinale a alternativa correta.<br />

a) O chama<strong>do</strong> perío<strong>do</strong> provincial <strong>do</strong> Paraná foi de<br />

1853, data da emancipação, até 1889, quan<strong>do</strong> o<br />

Brasil se tornou republicano.<br />

b) A Guerra de Porecatu foi um conflito organiza<strong>do</strong><br />

pelo Parti<strong>do</strong> Comunista Brasileiro (PCB) visan<strong>do</strong> ao<br />

estabelecimento de uma sociedade socialista no<br />

Paraná.<br />

c) A Revolução Farroupilha foi uma guerra civil<br />

liderada pelos paranaenses visan<strong>do</strong> conquistar a<br />

independência política da província <strong>do</strong> Paraná em<br />

relação ao Império.


Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />

d) A utilização <strong>do</strong> trabalho escravo em grande<br />

escala foi responsável pelo surto de<br />

desenvolvimento vivi<strong>do</strong> pelo Paraná no século XIX.<br />

e) A chamada Guerra <strong>do</strong> Contesta<strong>do</strong> foi um<br />

conflito bélico ocorri<strong>do</strong> na segunda década <strong>do</strong><br />

Século XX na divisa entre Paraná e São Paulo.<br />

16) A respeito da <strong>história</strong> <strong>do</strong> Paraná, assinale a<br />

alternativa correta.<br />

a) O Paraná tem hoje grande parte de suas<br />

ro<strong>do</strong>vias terceirizadas. As companhias<br />

concessionárias cobram pedágios <strong>do</strong>s usuários e,<br />

em contrapartida, fazem a conservação da malha<br />

asfáltica.<br />

b) Durante a gestão <strong>do</strong> governa<strong>do</strong>r Jayme Lerner,<br />

a onda de privatizações atingiu o Paraná e o<br />

Esta<strong>do</strong> vendeu à iniciativa privada a Companhia<br />

Paranaense de Energia Elétrica (Copel).<br />

c) A primeira eleição direta para o governo <strong>do</strong><br />

Paraná depois <strong>do</strong> golpe militar de 1964 elegeu<br />

Álvaro Dias governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> no pleito de<br />

1982.<br />

d) A emancipação política <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná<br />

ocorreu em 1912, no mesmo ano em que foi<br />

criada a Universidade Federal <strong>do</strong> Paraná.<br />

e) Durante a gestão de Getúlio Vargas na<br />

Presidência da República, o Paraná foi o único<br />

Esta<strong>do</strong> a manter o sistema de eleição direta para<br />

governa<strong>do</strong>r, impedin<strong>do</strong>, assim, a nomeação de<br />

interventores para administrar o Esta<strong>do</strong>.<br />

17)A respeito da colonização <strong>do</strong> Norte <strong>do</strong> Paraná,<br />

assinale a alternativa incorreta.<br />

a) A colonização <strong>do</strong> município de Maringá teve<br />

como característica fundiária o pre<strong>do</strong>mínio de<br />

pequenos lotes de terras.<br />

b) A Companhia de Terras Norte <strong>do</strong> Paraná,<br />

subsidiária da companhia inglesa Paraná<br />

Plantation, foi a empresa responsável pelo início<br />

da colonização <strong>do</strong> Norte <strong>do</strong> Paraná.<br />

c) A cidade sede <strong>do</strong> processo de colonização <strong>do</strong><br />

Norte <strong>do</strong> Paraná recebeu o nome de Londrina em<br />

homenagem à cidade inglesa Londres.<br />

d) A colonização <strong>do</strong> Norte <strong>do</strong> Paraná pelos<br />

ingleses foi motivada pela perspectiva de que a<br />

região tinha um subsolo rico em petróleo.<br />

e) As cidades <strong>do</strong> Norte <strong>do</strong> Paraná que foram<br />

fundadas pela Companhia de Terras Norte <strong>do</strong><br />

Paraná são bem traçadas e possuem aspectos de<br />

cidades modernas.<br />

18) “Os primeiros povoa<strong>do</strong>s que surgiram, na<br />

área que hoje é o esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná, foram<br />

funda<strong>do</strong>s por espanhóis, Ciudad Real del Guayra<br />

em 1557 e Villa Rica Del Espiritu Santu em 1576‖<br />

(BONINI, A. et al. História: ensino médio. Curitiba:<br />

Seed, 2006).<br />

Sobre a colonização espanhola da área onde hoje<br />

está localizada parte <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná, assinale<br />

a alternativa correta.<br />

34<br />

a) A presença <strong>do</strong>s espanhóis na região limitou-se a<br />

Ciudad Real del Guayra e Villa Rica Del Espiritu<br />

Santu. Em razão disso, já na última década <strong>do</strong><br />

século XVI, os portugueses ocupavam o território<br />

paranaense.<br />

b) Os espanhóis avançaram sobre o território<br />

paranaense em razão da União Ibérica, que<br />

unificou as Coroas de Portugal e de Espanha entre<br />

1580 e 1640.<br />

c) A presença espanhola nessa região foi resulta<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> Trata<strong>do</strong> de Santo Idelfonso (1777), assina<strong>do</strong><br />

entre Portugal e Espanha, que estabeleceu as<br />

fronteiras entre os <strong>do</strong>is países na América.<br />

d) Ao atacar as missões <strong>do</strong>s jesuítas, os<br />

bandeirantes provocaram uma reação da Coroa da<br />

Espanha, que decidiu fundar Ciudad Real del<br />

Guayra e Villa Rica Del Espiritu Santu.<br />

e) Com a destruição da maioria <strong>do</strong>s povoa<strong>do</strong>s<br />

espanhóis e das reduções jesuítas pelos<br />

bandeirantes, os principais focos de povoamento<br />

espanhol foram aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong>s tanto pelos<br />

portugueses quanto pelos espanhóis no decorrer<br />

<strong>do</strong> século XVII.<br />

19) O esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná foi diretamente afeta<strong>do</strong><br />

pela Revolução Federalista, deflagrada logo no<br />

início <strong>do</strong> regime republicano (1893-1895). Assinale<br />

a alternativa incorreta sobre esse acontecimento<br />

e sobre seu desenrolar no esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná.<br />

a) A Revolução Federalista, iniciada como um<br />

conflito entre facções políticas <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong><br />

Sul pelo controle <strong>do</strong> governo estadual, acabou-se<br />

transforman<strong>do</strong> em um conflito nacional quan<strong>do</strong> o<br />

Presidente da República, Floriano Peixoto, apoiou<br />

uma das facções em luta.<br />

b) Um <strong>do</strong>s fatores que também contribuiu para<br />

dar caráter nacional ao conflito foi a tentativa <strong>do</strong>s<br />

líderes federalistas gaúchos de se juntarem à nova<br />

Revolta da Armada, iniciada em 1893, no Rio de<br />

Janeiro, pelos Almirantes Custódio de Mello e<br />

Saldanha da Gama.<br />

c) O conflito foi um <strong>do</strong>s mais sangrentos da<br />

<strong>história</strong> republicana, sen<strong>do</strong> marca<strong>do</strong>, inclusive, no<br />

território paranaense, por combates de grande<br />

ferocidade e por atos de atrocidade cometi<strong>do</strong>s por<br />

ambas as partes em conflito.<br />

d) As tropas federalistas, que pretendiam alcançar<br />

São Paulo e Rio de Janeiro, enfrentaram grande<br />

resistência das tropas legalistas na cidade da<br />

Lapa, no Paraná. Esse episódio militar da<br />

Revolução Federalista ficou conheci<strong>do</strong> como o<br />

―Cerco da Lapa‖.<br />

e) Curitiba, a capital <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná, não<br />

chegou a ser afetada pelo conflito.<br />

20) No início <strong>do</strong> século XIX, o território que hoje<br />

pertence ao esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná era escassamente<br />

povoa<strong>do</strong>. Uma das formas de ocupação <strong>do</strong><br />

território paranaense foi o estabelecimento de<br />

colônias de imigrantes europeus. Sobre a


Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />

experiência paranaense com a imigração européia<br />

no século XIX, assinale a alternativa correta.<br />

a) A cidade de Curitiba desenvolveu-se a partir de<br />

um núcleo inicial forma<strong>do</strong> por uma colônia de<br />

imigrantes alemães e imigrantes poloneses.<br />

b) A colônia de Superagüi, formada por imigrantes<br />

suíços com auxílio <strong>do</strong> Governo Provincial, deu<br />

origem à cidade de Paranaguá.<br />

c) O estabelecimento de colônias em regiões<br />

afastadas <strong>do</strong>s maiores centros urbanos foi um <strong>do</strong>s<br />

principais motivos <strong>do</strong> relativo fracasso das<br />

primeiras experiências de ocupação <strong>do</strong> território<br />

paranaense com imigrantes europeus na primeira<br />

metade <strong>do</strong> século XIX.<br />

d) A cidade de Londrina originou-se de uma<br />

colônia de imigrantes ingleses, fundada logo após<br />

a Guerra da Criméia.<br />

e) A imigração japonesa foi subsidiada pelo<br />

governo imperial para desenvolver a policultura no<br />

Norte <strong>do</strong> Paraná.<br />

01 - A<br />

02 - E<br />

03 - C<br />

04 - E<br />

05 - B<br />

06 - B<br />

07 -D<br />

08 -D<br />

09 -A<br />

10 -D<br />

Gabarito:<br />

11 -C<br />

12- A<br />

13 - A<br />

14- E<br />

15- A<br />

16 - E<br />

17 -D<br />

18 - E<br />

19 -E<br />

20 -C<br />

35<br />

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36

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