história do paraná - curso cea
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HISTÓRIA DO PARANÁ<br />
Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior
História<br />
<strong>do</strong><br />
araná<br />
Abordagens para os vestibulares<br />
Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior
Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />
Unidade 1<br />
Os primeiros habitantes<br />
Em qualquer estu<strong>do</strong><br />
sobre o novo mun<strong>do</strong>, devemos<br />
partir <strong>do</strong> principio que estas<br />
terras eram ocupadas pelos<br />
povos nativos. E no Paraná<br />
encontramos duas grandes<br />
nações: os tapuias ou Jês e os<br />
tupi-guaranis.<br />
Os indígenas de uma região são<br />
classifica<strong>do</strong>s por grupos culturais. Os antropólogos<br />
se baseiam em fatos ecológicos, geográficos e<br />
definem essa classificação.<br />
O grupo em que classificamos os cativos<br />
paranaenses são os: de floresta tropical, que já<br />
utilizavam peças de cerâmica, redes, navegação<br />
fluvial e praticas de agricultura como os tupiguaranis.<br />
Existem também tribos na classificação<br />
marginal, que desconhecem a rede, ten<strong>do</strong> sua<br />
sobrevivência através da caça e da pesca com<br />
apenas uma cerâmica e uma agricultura muito<br />
rudimentar já nesse exemplo se encaixa os<br />
tapuias ou Jês.<br />
Localização <strong>do</strong>s Indígenas no<br />
Paraná<br />
Os tupis-guaranis e suas tribos estão no<br />
noroeste, como exemplo <strong>do</strong>s Caiuás, oeste e no<br />
litoral <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>. Já os tapuias estão presentes no<br />
norte e no centro <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> como exemplos da<br />
tribo Caigangue.<br />
Leitura Complementar<br />
Os indígenas muito contribuíram para a<br />
formação da nossa cultura, desde utilização de<br />
2<br />
plantas nativas como uso de técnicas, e costumes.<br />
Um traço marcante e presente no dia-adia<br />
de todas as pessoas que moram na região <strong>do</strong><br />
Paraná são os termos de origem tupi-guarani e<br />
Je. Como exemplos temos o próprio nome Paraná<br />
além de Paranapanema, Tibagi, Iguaçu, Curitiba<br />
entre outros. A grande parte da contribuição<br />
lingüística é nos nomes das vilas e cidades e de<br />
acidentes geográficos.<br />
Na alimentação temos o destaque da<br />
mandioca e fabricação e utilização da sua farinha.<br />
A erva mate também é um exemplo interessante,<br />
pois seu uso pelo homem branco, tão comum na<br />
região sul <strong>do</strong> país é herda<strong>do</strong> <strong>do</strong>s tupi-guaranis<br />
assim como a canjica, mingau, Biscoito de Biju e<br />
paçoca, são algumas das técnicas de produção de<br />
alimentos herda<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s indígenas. Outros<br />
alimentos que merecem destaque São o Milho,<br />
amen<strong>do</strong>im, pipoca, pinhão entre outros.<br />
No nosso cotidiano diário, temos o uso<br />
da rede, ou eni para os nativos. O fumo tão<br />
presente no mun<strong>do</strong> era utiliza<strong>do</strong> em rituais sen<strong>do</strong><br />
fuma<strong>do</strong> em cachimbos de barro. Outro costume<br />
importante foi o banho diário<br />
Os primeiros explora<strong>do</strong>res<br />
Após o final <strong>do</strong> século XV, quan<strong>do</strong><br />
Espanha e Portugal celebram o trata<strong>do</strong> de<br />
Tordesilhas que dividia as terras descobertas de<br />
norte a sul e por esse trata<strong>do</strong>, a maior parte das<br />
terras brasileiras, inclusive o Paraná ficaria sob<br />
jurisdição espanhola.<br />
Portugal começaria a colonização por<br />
volta de três décadas após o reconhecimento das<br />
terras por Cabral em 1500. Já a coroa espanhola<br />
começa organizar expedições por volta de 1515, a<br />
procura de uma passagem interoceânica no<br />
estuário da Prata. Numa dessas expedições que foi<br />
encontra<strong>do</strong> o caminho <strong>do</strong> Peabiru.<br />
O caminho <strong>do</strong> Peabiru foi descoberto pelo<br />
naufrago Aleixo Garcia, batizan<strong>do</strong>-o como caminho<br />
de São Tomé. Viveu entre os indígenas<br />
aprenden<strong>do</strong> sua língua e vivencian<strong>do</strong> sua cultura,<br />
como o primeiro europeu a percorrer o caminho
Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />
na senti<strong>do</strong> oeste chegou ao que hoje seria o<br />
Paraguai onde foi morto pelos índios da região por<br />
volta de 1524. Segun<strong>do</strong> os indígenas da época o<br />
caminho era tão antigo que eles não sabiam quem<br />
teria aberto. Sua extensão partia da capitania de<br />
São Vicente, que hoje seria São Paulo, atravessava<br />
o território paranaense, entrava na região <strong>do</strong><br />
Chaco no Paraguai e seguia pelos planaltos<br />
peruanos.<br />
Foram comuns expedições<br />
espanholas adentran<strong>do</strong> o<br />
território paranaense. Como<br />
exemplo <strong>do</strong> famoso Álvar<br />
Nuñes Cabeza de Vaca que<br />
fora envia<strong>do</strong> pela coroa<br />
espanhola por volta de 1540,<br />
para reconhecimento da região.<br />
Álvar Nuñes<br />
Cabeza de Vaca<br />
Percorreu por via terrestre com sua expedição que<br />
contava com cerca de quatrocentos homens e<br />
quarenta cavalos, sen<strong>do</strong> guia<strong>do</strong>s por índios<br />
guaranis. Percorren<strong>do</strong> basicamente o mesmo<br />
caminho de Aleixo Garcia <strong>do</strong> planalto curitibano a<br />
região de foz <strong>do</strong> Iguaçu.<br />
Adelanta<strong>do</strong>s, os responsáveis pelo<br />
início da colonização.<br />
A coroa Espanhola delegava autoridade a<br />
algumas pessoas providas de alguns bens, para<br />
ocuparem as terras indígenas, esses<br />
conquista<strong>do</strong>res eram conheci<strong>do</strong>s como<br />
adelanta<strong>do</strong>s. De acor<strong>do</strong> com as ordens da coroa<br />
de Castela (Entende-se por Espanha), Eles<br />
deveriam ensinar os índios trabalhos e<br />
garantirem um ofício, como era comum a<br />
situação de mestre e aprendiz durante muito<br />
tempo na Europa, Além disso, ficava a cargo<br />
desses conquista<strong>do</strong>res a responsabilidade de<br />
catequização dessa população indígena.<br />
Entretanto os índios não receberiam isso somente<br />
de bom gra<strong>do</strong>, eles pagariam com taxas ou<br />
serviços a esses conquista<strong>do</strong>res, esse trabalho<br />
em troca da ―civilização‖ era conheci<strong>do</strong> como<br />
Encomiendas. Na prática esse sistema coloca o<br />
índio na condição de escravo, surgin<strong>do</strong> núcleos de<br />
revolta de índios guerreiros na região Del Guairá.<br />
Devi<strong>do</strong>s aos repeti<strong>do</strong>s casos de violência a Carta<br />
Régia de 1605 estabelecia nas terras ao ocidente<br />
<strong>do</strong> Paraná até o rio Tibagi Reduções Jesuíticas.<br />
Objetivo das expedições<br />
Após os reconhecimentos,<br />
as primeiras expedições<br />
espanholas buscavam encontrar<br />
ouro e fundar vilas de<br />
povoação, as missões e<br />
reduções, surgiram então<br />
povoações como Ciudad Real<br />
(Guairá) e Vila Rica <strong>do</strong> Espírito<br />
3<br />
Santo por volta Já a costa<br />
leste o interesse <strong>do</strong>s<br />
de 1570,<br />
portugueses<br />
pelo território acontecerá por volta de 30 anos<br />
após o reconhecimento, por ações de contraban<strong>do</strong><br />
efetua<strong>do</strong> nas costas brasileiras por piratas.<br />
Leitura Complementar<br />
A redução era o núcleo de povoamento<br />
forma<strong>do</strong> e organiza<strong>do</strong> pelos jesuítas. As<br />
características das reduções estão tanto na<br />
organização social que deixavam as autoridades<br />
administrativa, judicial e militar aos indígenas<br />
sen<strong>do</strong> o chefe nativo da redução o pai-tuia.<br />
Planta típica de uma missão jesuítica. No<br />
centro, havia a igreja, ladeada pelo colégio, pelas<br />
oficinas, pela enfermaria e pelo cemitério. O<br />
restante <strong>do</strong> espaço era ocupa<strong>do</strong> pelas habitações<br />
<strong>do</strong>s índios, haviam também áreas destinadas ao<br />
cultivo, uma parte ficava com as famílias e outra<br />
eram a propriedade de Deus, ou em indígena<br />
tupã-bé<br />
A missa era uma celebração a to<strong>do</strong>s, os<br />
adultos dividiam seu tempo em trabalho,<br />
catequese e defesa da redução. As mulheres e<br />
crianças faziam trabalhos <strong>do</strong>mésticos, artesanato,<br />
participavam <strong>do</strong> coral da igreja e destinavam mais<br />
tempo ao catequese que os homens.<br />
O Fim das Missões e Reduções<br />
Os bandeirantes paulistas a procura<br />
de mão-de-obra mais fácil, devi<strong>do</strong> às pressões<br />
feitas pela coroa britânica ao trafico negreiro,<br />
chegaram às missões e reduções para capturar<br />
os nativos, e isso ocorria de forma bem<br />
violenta, chegavam atrás de homens e jovens<br />
acostuma<strong>do</strong>s com o trabalho de lavoura, e<br />
mulheres que já conheciam a culinária. Os<br />
primeiros ataques às reduções del Guairá<br />
foram realiza<strong>do</strong>s pelas bandeiras chefiadas<br />
por Manoel Preto. Em 1623, ele e seu<br />
irmão, Sebastião Preto, prepararam uma<br />
expedição que deixou São Paulo<br />
praticamente despovoada de homens. O<br />
ataque rendeu cerca de três mil cativos, que<br />
foram leva<strong>do</strong>s para as fazendas <strong>do</strong><br />
planalto e para outras praças. No ano de
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1628, as reduções del Guairá foram<br />
arrasadas e reduzidas a cinzas. Uma<br />
bandeira formada por noventa mestiços e<br />
mais de <strong>do</strong>is mil indígenas Tupi deixou a vila<br />
de São Paulo, comandada por Antônio<br />
Raposo Tavares.<br />
Eles foram diretamente para Guairá<br />
e no vale <strong>do</strong> rio Ivaí arrasaram as reduções<br />
e prenderam mais de quatro mil Guaranis.<br />
Queimaram as casas, a igreja,<br />
destruíram os roça<strong>do</strong>s e invadiram o<br />
convento. Dois padres jesuítas foram<br />
presos com os índios e também marcharam<br />
até o planalto paulista. Os padres ficaram<br />
choca<strong>do</strong>s pela alegria com que essa<br />
expedição foi recebida em São Paulo. Um<br />
deles escreveu:<br />
“(...) A vida toda desses bandi<strong>do</strong>s é ir ao<br />
sertão, trazen<strong>do</strong> presos [os índios] com<br />
tanta crueldade e violência para vendê-los<br />
como porcos! (...)”<br />
Esperan<strong>do</strong> escapar <strong>do</strong>s paulistas, os<br />
jesuítas transferiram-se para o Tape, no<br />
atual Rio Grande <strong>do</strong> Sul e Mato Grosso. Os<br />
bandeirantes igualmente arrasaram a nova<br />
missão, aprisionaram 1.500 Guarani,<br />
levan<strong>do</strong>-os como prisioneiros para São<br />
Paulo. Podemos entender as atividades <strong>do</strong>s<br />
bandeirantes através de alguns pontos. Como o<br />
não sucesso de uma primeira tentativa <strong>do</strong>s<br />
espanhóis e jesuítas na colonização, Tensões e a<br />
incorporação <strong>do</strong> território as posses<br />
portuguesas pelos trata<strong>do</strong>s de Madri e Santo<br />
Ildefonso e o aban<strong>do</strong>no de uma grande região<br />
com uma estrutura e um desenvolvimento relativo.<br />
4<br />
Bandeirantes levan<strong>do</strong> Índios Aprisiona<strong>do</strong>s (Debret)<br />
A colonização e a divisão territorial<br />
<strong>do</strong> Paraná<br />
O atual litoral norte <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> pertencia<br />
ao <strong>do</strong>mínio português, e fazia parte da capitania<br />
de São Vicente, que foi <strong>do</strong>ada a Martin Afonso<br />
de Souza. Já a capitania de Sant´ana ficou aos<br />
cuida<strong>do</strong>s de Perô Lopes de Souza. Uma disputa<br />
sucessória viria a dividir em 1660 a capitania,<br />
crian<strong>do</strong> a Capitania de Paranaguá. Mas o coroa<br />
a readquiriu <strong>do</strong>s herdeiros e incluin<strong>do</strong>-a na<br />
capitania de São Paulo. Sen<strong>do</strong> que após a carta<br />
régia de 17 de junho de 1723 a capitania de São<br />
Paulo passou a contar com duas comarcas: a de<br />
Paranaguá e a de São Paulo.<br />
Essa nova comarca foi extensa, no litoral<br />
as vilas Cananéia, Iguape, São Francisco e a Ilha<br />
de Santa Catarina, Laguna in<strong>do</strong> até o rio da prata<br />
forman<strong>do</strong> seu território. Contu<strong>do</strong> essa formação só<br />
duraria até 1738 quan<strong>do</strong> a provisão régia<br />
separaria o Rio Grande <strong>do</strong> sul e a ilha de santa<br />
Catarina da parte paulista. Em 1741, Laguna<br />
também foi retirada da jurisdição da capitania de<br />
São Paulo, uma outra carta régia, criaria mais<br />
tarde em 1749 a Ouvi<strong>do</strong>ria de Santa Catarina.<br />
Mesmo após separações, desmembramentos de<br />
território a Capitania de Paranaguá ainda<br />
pertenceria a São Paulo como sua 5ª Comarca.<br />
Unidade 2<br />
O Ouro no Paraná, o primeiro <strong>do</strong><br />
Brasil.<br />
À volta <strong>do</strong> interesse português em<br />
colonizar o Brasil está em parte relaciona<strong>do</strong> ao<br />
interesse de encontrar reservas de ouro.<br />
Entretanto serão localizadas minas no litoral<br />
paranaense em Cananéias, Iguape e Paranaguá<br />
em mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> século XVII.<br />
Pela determinação da Coroa, a exploração<br />
de ouro não seguia a mesma autoridade das<br />
capitanias e seus <strong>do</strong>natários, ou seja, de cunho<br />
particular. Era de interesse <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> português.
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Ilustração de uma casa de<br />
fundição <strong>do</strong> século XVIII<br />
Tratava-se de um<br />
monopólio real com<br />
governa<strong>do</strong>res indica<strong>do</strong>s<br />
pelo rei, que Pela<br />
determinação da Coroa,<br />
a exploração de ouro,<br />
mais tarde, por volta de<br />
1650 se instalou uma<br />
―Casa de Fundição‖<br />
em Paranaguá, que<br />
segun<strong>do</strong> regimento real<br />
o ouro legal era aceito<br />
somente em barras com<br />
o selo da casa real de<br />
Bragança devidamente<br />
enumera<strong>do</strong>. A parte que<br />
cabia a coroa e era<br />
fiscalizada por governa<strong>do</strong>res nomea<strong>do</strong>s pelo rei<br />
com o titulo: ―Capitão das Canoas de Guerra das<br />
Costas <strong>do</strong>s Mares <strong>do</strong> Sul‖. Sen<strong>do</strong> Eleo<strong>do</strong>ro Ébaro<br />
Pereira o primeiro para administrar as minas.<br />
Leitura Complementar<br />
As Casas de Fundição recolhiam o ouro<br />
extraí<strong>do</strong> pelos mineiros, purificavam-no e o<br />
transformavam em barras, nas quais era aposto um<br />
cunho que a identificava como "ouro quinta<strong>do</strong>". isto<br />
é, <strong>do</strong> qual já fora deduzi<strong>do</strong> o tributo <strong>do</strong> "quinto".<br />
Barras de ―Ouro quinta<strong>do</strong>‖ de 1796<br />
Era também expedi<strong>do</strong> um certifica<strong>do</strong> que deveria<br />
acompanhá-la daí em diante. As Casas de Fundição<br />
eram dirigidas por um Prove<strong>do</strong>r, auxilia<strong>do</strong> por<br />
Escrivães, fundi<strong>do</strong>res, ensaia<strong>do</strong>res, cunha<strong>do</strong>res,<br />
meirinhos, tesoureiros e fiscais. Estes últimos eram<br />
nomea<strong>do</strong>s por indicação das Câmaras Municipais. No<br />
decorrer <strong>do</strong> século XVII, duas outras casas de<br />
fundição foram instaladas na capitania de São<br />
Vicente: uma em Iguape e outra em Paranaguá,<br />
ambas por volta de 1650.<br />
Com a deflagração <strong>do</strong> Ciclo <strong>do</strong> Ouro em Minas<br />
Gerais, a partir de 1691.<br />
5<br />
Essas três casas, pela sua localização, não podiam<br />
atender ao novo El<strong>do</strong>ra<strong>do</strong>.<br />
Criou-se, então, em 1695, a Casa de<br />
Fundição de Taubaté, também chamada de Oficina<br />
Real <strong>do</strong>s Quintos. A seguir, foi instalada outra<br />
Oficina Real <strong>do</strong>s Quintos no Rio das Velhas, em<br />
Minas Gerais (possivelmente em Sabará), por volta<br />
de 1701.<br />
No decorrer <strong>do</strong> século XVIII,<br />
especialmente em razão da lei de 11 de fevereiro<br />
de 1719, numerosas outras casas de fundição<br />
foram criadas em Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso<br />
e Bahia. Em 1737, porém, foram todas extintas,<br />
em virtude da a<strong>do</strong>ção <strong>do</strong> sistema da capitação,<br />
para tributar a atividade minera<strong>do</strong>ra. Entretanto,<br />
nova mudança na política fiscal portuguesa<br />
determinou o seu restabelecimento em 1751 (por<br />
força de alvará de 3 de dezembro de 1750), com a<br />
volta <strong>do</strong> "quinto". Nessa ocasião, outras casas<br />
foram criadas em lugares onde antes não existiam.<br />
Curiosamente, foram manti<strong>do</strong>s os Intendentes <strong>do</strong><br />
Ouro, cargo cria<strong>do</strong> para gerir o sistema da<br />
capitação, os quais passaram a reger as Casas de<br />
Fundição. No final <strong>do</strong> século XVIII e princípio <strong>do</strong><br />
século XIX, com a decadência das jazidas auríferas,<br />
as casas de fundição passaram a ser abolidas. A<br />
última delas, a de Goiás, foi extinta já no Primeiro<br />
Império. Mas, a abolição formal das Casas de<br />
Fundição só ocorreu em 1834.<br />
FONTES: ARRUDA, A Circulação, as Finanças e as<br />
Flutuações Econômicas, 192 - PEREIRA E SOUSA,<br />
Dicionário Jurídico ("Casas") - SIMONSEN, História<br />
Econômica <strong>do</strong> Brasil.<br />
Os Impostos da Capitação<br />
Devi<strong>do</strong> ao contraban<strong>do</strong> e a diminuição da<br />
extração de ouro na colônia a quantidade que<br />
chegava a metrópole <strong>do</strong> metal precioso estava<br />
diminuin<strong>do</strong> cada vez mais. Neste cenário a corte<br />
portuguesa institui o chama<strong>do</strong> “Imposto da<br />
capitação” para os explora<strong>do</strong>res das minas como<br />
também para os agricultores e comerciantes<br />
paranaenses. Esse imposto consistia em 4 1/2<br />
oitavas de ouro por trabalha<strong>do</strong>r escravo nas<br />
minas, essas oitavas equivaliam a cerca de 17g<br />
por cabeça de escravo.<br />
O Paraná contava com as minas de<br />
Marumbi, Uvaparanouva, Limoeiro, tagaçaba e<br />
Serra Negra. As mais produtivas eram a <strong>do</strong><br />
Pantanal e Panajóias. Devi<strong>do</strong> à baixa produção em<br />
Paranaguá, a exploração <strong>do</strong> ouro subia a serra <strong>do</strong><br />
mar pelos rios Nhundiaquara que mais tarde daria<br />
origem a picadas pela mata surgin<strong>do</strong> assim a<br />
Estrada da Graciosa, e pelo rio da Ribera que<br />
chegava ao território Paulista.<br />
A presença <strong>do</strong> ouro foi importante para o<br />
desenvolvimento e povoação da Região. Para a
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<strong>história</strong> ela aparece como o 1º ciclo econômico<br />
<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.<br />
Graças ao metal mais cobiça<strong>do</strong> pelos<br />
homens deu origem a Cidade de Paranaguá e fez<br />
surgirem inúmeros ―Arraias‖ dan<strong>do</strong> origem a<br />
muitas cidades como Bocaiúva <strong>do</strong> Sul, São José<br />
<strong>do</strong>s Pinhais e a futura cidade de Curitiba que mais<br />
tarde se tornaria a capital <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>.<br />
Leitura Complementar<br />
A intendência <strong>do</strong> Ouro em Paranaguá<br />
Estabelecida em 28 de janeiro de 1736, no<br />
primeiro instante <strong>do</strong> sistema da capitação, em<br />
substituição à velha casa de fundição local, abolida<br />
nessa oportunidade. Em 175l, quan<strong>do</strong> as fundições<br />
foram restabelecidas, Paranaguá, pela sua<br />
produção, já não justificava a volta dessa<br />
instituição. Por isso, sua Intendência ficou limitada<br />
a expedir guias para acompanhar o ouro até a Casa<br />
de Fundição de São Paulo. Ainda foi referida em<br />
1769, 1771, 1778 e 1790. (FONTES: SALLES<br />
OLIVEIRA, Moedas <strong>do</strong> Brasil, I, 1:149 - SANTOS,<br />
Memórias Históricas de Paranaguá, 1:147 -<br />
RIHG/SP, 20:711 e 26:S/N - Documentos<br />
Interessantes, 69:56)<br />
Unidade 3<br />
O Tropeirismo no Paraná<br />
Monumento ao Tropeiro na cidade da Lapa (PR)<br />
O crescimento da Pecuária e a necessidade<br />
<strong>do</strong> ga<strong>do</strong> de corte para transporte adquirissem um<br />
maior destaque, dessa forma o tropeirismo<br />
tornou-se uma atividade lucrativa. O caminho<br />
percorri<strong>do</strong> pelos tropeiros no transporte <strong>do</strong> ga<strong>do</strong> e<br />
muares era conheci<strong>do</strong> como a estrada da mata<br />
até mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> século XVIII, passan<strong>do</strong> a ser<br />
conheci<strong>do</strong> como caminho <strong>do</strong> Viamão.<br />
O seu nome está associa<strong>do</strong> a cidade Viamão<br />
no Rio Grande <strong>do</strong> Sul, passava por Curitiba,<br />
Campos Gerais no Paraná e seguia para a cidade<br />
6<br />
de Sorocaba em São Paulo, Os Muares eram<br />
comercializa<strong>do</strong>s e leva<strong>do</strong>s a Minas Gerais, Goiás e<br />
Mato Grosso.<br />
Leitura Complementar<br />
(...) Quem vai concretizar plenamente a<br />
iniciativa da estrada é o fidalgo português<br />
Cristóvão Pereira de Abreu, nasci<strong>do</strong> em Ponte de<br />
Lima, em 1580 e que, no Brasil, se tornara<br />
arremata<strong>do</strong>r e principal exporta<strong>do</strong>r de couros da<br />
Colônia <strong>do</strong> Sacramento. Em 1727, Francisco de<br />
Souza Faria, português de nascimento e sargentomor<br />
em São Paulo, recebe ordem <strong>do</strong> governa<strong>do</strong>r<br />
Caldeira Pimentel para iniciar uma estrada entre a<br />
Colônia <strong>do</strong> Sacramento e Curitiba. Galgan<strong>do</strong> a<br />
serra na altura <strong>do</strong> Morro <strong>do</strong>s Conventos, ainda no<br />
Rio Grande <strong>do</strong> Sul, chega com ela à atual capital<br />
<strong>do</strong> Paraná em 1730. No ano seguinte, saiu<br />
Cristóvão Pereira de Abreu com uma tropa de 800<br />
cavalos e muares da Colônia <strong>do</strong> Sacramento e,<br />
seguin<strong>do</strong> o roteiro de Souza Faria, chegou a<br />
Curitiba, passou por Sorocaba em 1733 e foi<br />
terminar sua jornada em São Paulo.<br />
O caminho havia si<strong>do</strong> rasga<strong>do</strong> mas<br />
Cristóvão Pereira de Abreu não estava satisfeito.<br />
Por isso, em São Paulo, buscou e conseguiu o<br />
apoio <strong>do</strong> capitão-general da Capitania, que era<br />
então o Conde de Sarzedas, levantou os re<strong>curso</strong>s<br />
necessários junto a financia<strong>do</strong>res particulares e<br />
retornou ao Rio Grande <strong>do</strong> Sul.
Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />
De lá partiu novamente em 1738, agora<br />
com uma tropa 3.000 animais, conduzi<strong>do</strong>s por 130<br />
tropeiros. Para encurtar o caminho, em vez de ir<br />
até o Morro <strong>do</strong>s Conventos, abriu, como conta<br />
Barbosa Lessa, ―um novo roteiro, diretamente<br />
entre os campos de Viamão e os campos de<br />
Lajes‖, dan<strong>do</strong> origem aos ―primeiros esboços de<br />
povoações: Santo Antônio da Patrulha, São<br />
Francisco de Paula e Nossa Senhora da Oliveira da<br />
Vacaria. Na viagem, alargou e consoli<strong>do</strong>u os<br />
caminhos e construiu quase 300 pontilhões. Foi<br />
uma empreitada enorme mas lucrativa. Segun<strong>do</strong><br />
Lessa, somente os quintos para a Fazenda Real<br />
somaram 10.000 cruza<strong>do</strong>s.<br />
Fonte:http://site.cruzeironet.com.br/sorocaba/<br />
As características <strong>do</strong>s tropeiros<br />
Entender esse nosso personagem da<br />
sociedade Paranaense típico da nossa sociedade<br />
Foram comuns expedições espanholas adentran<strong>do</strong><br />
o território paranaense durante o sécuxo XVII e<br />
XVIII os tropeiros faziam parte das zonas rurais e<br />
das pequenas cidades aqui na região sul, na<br />
maioria das vezes vesti<strong>do</strong>s como os Gaúchos da<br />
época, utilizan<strong>do</strong> botas, chapéus e ponchos. Os<br />
tropeiros encaminhavam rebanhos de ga<strong>do</strong> para o<br />
interior de São Paulo, principalmente Sorocaba, já<br />
na província de São Paulo os animais juntamente<br />
com as merca<strong>do</strong>rias iam para as províncias de<br />
Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. As merca<strong>do</strong>rias<br />
para a região de Goiás deveriam ser transportadas<br />
no lombo <strong>do</strong>s animais já que a região não<br />
colaborava muito devi<strong>do</strong> geografia íngreme. Na<br />
região <strong>do</strong> Mato Grosso onde encontramos o<br />
pantanal os produtos eram transporta<strong>do</strong>s seguin<strong>do</strong><br />
o senti<strong>do</strong> <strong>do</strong>s rios nas conhecidas monções.<br />
Devemos ter em mente que não era uma<br />
função muito agradável já que havia riscos nas<br />
viagens, muitos desses homens de origem<br />
portuguesa, mestiça e da capitania de são Vicente<br />
se viram obriga<strong>do</strong>s a procurar outras formas de<br />
sobreviverem já que <strong>do</strong> desenvolvimento de São<br />
Vicente era limita<strong>do</strong>, muito subiram as serras<br />
chegan<strong>do</strong> ao interior, era fundada a capitania de<br />
São Paulo, uma pobre vila com uma economia de<br />
7<br />
substancia dependente <strong>do</strong> comercio de artesanato,<br />
cereais e o bandeirantismo.<br />
Assim temos o tropeirismo integran<strong>do</strong><br />
essas regiões já que era uma possibilidade de um<br />
pequeno comércio, pratica<strong>do</strong> no lombo de mulas.<br />
Também havia os interesses <strong>do</strong>s<br />
portugueses que envergavam a necessidade de<br />
povoar a região sul, evitan<strong>do</strong> fundações de vilas<br />
espanholas, assim o governo real fez com que<br />
facilitasse o acesso à terra garantin<strong>do</strong> um grau de<br />
liberdade certa autonomia administrativa para a<br />
região, mas ainda prevalecia uma continuidade <strong>do</strong><br />
processo de ocupação territorial nacional presente<br />
no século XVII, com o pre<strong>do</strong>mínio <strong>do</strong> latifúndio<br />
durante o século 17, o que beneficiou poucas<br />
famílias e marginalizava grande parte <strong>do</strong> sociedade<br />
que estava ali se forman<strong>do</strong>.<br />
O que chega até nós é uma imagem idealizada <strong>do</strong>s<br />
tropeiros, muitas vezes vista como uma salva<strong>do</strong>r da<br />
colonização.<br />
Leitura Complementar<br />
(...) O tropeiro iniciava-se na profissão<br />
por volta <strong>do</strong>s 10 anos, acompanhan<strong>do</strong> o pai, que<br />
era o negociante (compra e venda de animais) o<br />
condutor da tropa. Usava chapelão de feltro<br />
cinza ou marrom, de abas viradas, camisa de cor<br />
similar ao chapéu de pano forte, manta ou beata<br />
com uma abertura no centro, jogada sobre o<br />
ombro, botas de couro flexível que chegavam<br />
até o meio da coxa para proteger-se nos<br />
terrenos alaga<strong>do</strong>s e matas.<br />
No Rio Grande, a cidade de Viamão<br />
tornou-se um <strong>do</strong>s principais centros de comércio
Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />
e formação de tropas que tinham como destino<br />
os merca<strong>do</strong>s de São Paulo. (...) Nesses trajetos,<br />
os tropeiros procuravam seguir o <strong>curso</strong> <strong>do</strong>s rios<br />
ou atravessar as áreas mais abertas, os "campos<br />
gerais" e mesmo conhecen<strong>do</strong> os caminhos mais<br />
seguros, o trajeto envolvia várias semanas. Ao<br />
final de cada dia era acesso o fogo, para depois<br />
construir uma tenda com os couros que serviam<br />
para cobrir a carga <strong>do</strong>s animais, reservan<strong>do</strong><br />
alguns para colocar no chão, onde <strong>do</strong>rmiam<br />
envoltos em seu manto. Chamava-se "encosto" o<br />
pouso em pasto aberto e "rancho" quan<strong>do</strong> já<br />
havia um abrigo construí<strong>do</strong>. Ao longo <strong>do</strong> tempo<br />
os principais pousos se transformaram em<br />
povoações e vilas. (...) A alimentação <strong>do</strong>s<br />
tropeiros era constituída por toucinho, feijão<br />
preto, farinha, pimenta-<strong>do</strong>-reino, café, fubá e<br />
coité (um molho de vinagre com fruto cáustico<br />
espremi<strong>do</strong>). Nos pousos comiam feijão quase<br />
sem molho com pedaços de carne de sol e<br />
toucinho (feijão tropeiro) que era servi<strong>do</strong> com<br />
farofa e couve picada. Bebidas alcoólicas só<br />
eram permitidas em ocasiões especiais: quan<strong>do</strong><br />
nos dias muitos frios tomavam um pouco de<br />
cachaça para evitar constipação e como remédio<br />
para picada de insetos.<br />
Fonte: http://www.historianet.com.br/conteu<strong>do</strong>/<br />
default.aspx?codigo=496<br />
O Povoamento <strong>do</strong> Paraná<br />
O Paraná foi forma<strong>do</strong> por muitos povos, das<br />
mais variadas origens, para poder entender melhor<br />
esse processo vamos dividir a formação das duas<br />
principais vilas ainda no século XIX, a de Paranaguá<br />
no litoral e a de Curitiba no interior.<br />
Paranaguá, O litoral.<br />
Unidade 4<br />
Por se tratar de uma região litorânea é<br />
complica<strong>do</strong> determinarmos que não houvesse<br />
ocupação antes <strong>do</strong> século XVII com a presença de<br />
Martin Afonso de Souza, existem alguns relatos<br />
isola<strong>do</strong>s de tribos de indígenas de brancos na<br />
região que poderiam ser aventureiros ou náufragos.<br />
Segun<strong>do</strong> relatos <strong>do</strong> livro de Hans Staden<br />
um naufrago alemão, a região <strong>do</strong> litoral <strong>do</strong> Paraná<br />
já era conhecida e habitada pelo homem branco<br />
por volta 1555, Foi-se efetivan<strong>do</strong> uma povoação, e<br />
em segun<strong>do</strong> alguns relatos já em 1578, havia uma<br />
pequena capela denominada Nossa Senhora <strong>do</strong><br />
Rosário.<br />
8<br />
Em 1614, o tabelião de São Vicente Diogo<br />
de Unhate, obtém o direito da primeira a primeira<br />
sesmaria território paranaense. Em 1646 Gabriel<br />
de Lara, ergueu o pelourinho que funcionava<br />
como símbolo da justiça, da ordem e da<br />
autoridade, tal atitude garante a Gabriel de Lara o<br />
título de "capitão-povoa<strong>do</strong>r", de Paranaguá, sen<strong>do</strong><br />
que após seu estabelecimento, fez erguer o<br />
Pelourinho em 1646, símbolo máximo da justiça e<br />
<strong>do</strong> poder lusitano. Neste mesmo ano o capitão<br />
povoa<strong>do</strong>r anuncia o descobrimento de ouro em<br />
território paranaense.<br />
Porto de Paranaguá no fim <strong>do</strong> século XIX, pintura de<br />
Alfre<strong>do</strong> Andersen, com forte influência impressionista.<br />
Em 1648, Paranaguá é elevada à<br />
categoria de Vila e recebe o nome de Vila Nossa<br />
Senhora <strong>do</strong> Rosário de Paranaguá, sen<strong>do</strong> Gabriel<br />
de Lara seu primeiro administra<strong>do</strong>r.<br />
Curitiba, O interior.<br />
O Povoamento de Curitiba esta<br />
relaciona<strong>do</strong> com <strong>do</strong>is fatores principais, um deles<br />
era encontrar o caminho <strong>do</strong> Peabiru e <strong>do</strong>minar o<br />
interior, outro fator é o crescente número de<br />
pessoas que chegam à região devi<strong>do</strong> às<br />
informações da descoberta de ouro em Paranaguá,<br />
chegam forman<strong>do</strong> os ―arraias de minera<strong>do</strong>res‖<br />
como o arraial Queima<strong>do</strong>, Borda <strong>do</strong> Campo e o<br />
Arraial Grande.<br />
Foi funda<strong>do</strong> o povoa<strong>do</strong> de Nossa Senhora<br />
da Luz e Bom Jesus <strong>do</strong>s Pinhais, em 1654, fican<strong>do</strong><br />
num local onde havia o encontro entre os<br />
minera<strong>do</strong>res e os cria<strong>do</strong>res de ga<strong>do</strong>. Logo em<br />
seguida em 1668, a pequena vila foi incorporada a<br />
Paranaguá. Em 1693, o povoa<strong>do</strong> é eleva<strong>do</strong> a vila.<br />
Durante o início <strong>do</strong> século XIX, o povoa<strong>do</strong><br />
já então chama<strong>do</strong> de Nossa Senhora <strong>do</strong>s Pinhais<br />
de Curitiba. Possuía pouco mais que 200 casas.<br />
Mas com o início da exploração e <strong>do</strong> comércio da<br />
erva-mate com apoio da extração de madeiras<br />
nobres temos um novo impulso de crescimento e<br />
já em mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Século XIX em 1842 Curitiba já<br />
possuía 5.819 habitantes, era elevada a categoria<br />
de cidade. Já em 1853, era criada a província <strong>do</strong><br />
Paraná. No ano seguinte, já com o nome de<br />
Curitiba, foi escolhida para sua capital.
Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />
Mapa <strong>do</strong> centro da vila Nossa Senhora <strong>do</strong> Rosário de<br />
Curitiba 1830- 1850<br />
Já como Província Curitiba promove uma<br />
colonização através <strong>do</strong>s emigrantes europeus com<br />
foco em italianos e poloneses. Por volta de 1870<br />
foram funda<strong>do</strong>s 35 núcleos coloniais de terras de<br />
mata em torno <strong>do</strong>s campos de Curitiba. A cidade<br />
conhecia um novo crescimento e progresso<br />
desenvolven<strong>do</strong> atividades agrícolas e a industrialização.<br />
Unidade 5<br />
E emancipação Política e a<br />
definição territorial<br />
Boa parte das definições territoriais das<br />
províncias no Brasil aconteceram basicamente de<br />
forma natural através de caminhos indígenas,<br />
tropas e tropeiros. No Paraná temos um destaque<br />
grande para os caminhos indígenas, podemos<br />
destacar vários como o Peabiru, que era a ligação<br />
<strong>do</strong> Peru cortan<strong>do</strong> to<strong>do</strong> o Paraná, chegan<strong>do</strong> ao sul<br />
de São Paulo. Um caminho pronto para adentrar<br />
em regiões e conquistá-las. O Caminho da graciosa<br />
que ligava Antonina até Curitiba, essa caminho foi<br />
aberto totalmente em 1807. Havia também<br />
caminhos como Itupava e Cubatão, o primeiro era<br />
conheci<strong>do</strong> como o menor per<strong>curso</strong> sain<strong>do</strong> de<br />
Curitiba passan<strong>do</strong> a serra chegan<strong>do</strong> ao porto ten<strong>do</strong><br />
ramificação para a cidade de Antonina, o segun<strong>do</strong><br />
era conheci<strong>do</strong> como caminho da morte, já que<br />
havia pontos perigosíssimos, ligava as cidades de<br />
São José <strong>do</strong>s Pinhais, Morretes, Cubatão e<br />
Paranaguá.<br />
Com tamanhas redes de comunicação<br />
Curitiba estava à frente de muitas cidades de<br />
outras províncias <strong>do</strong> Brasil, algumas possuíam<br />
apenas um caminho como comunicação com as<br />
capitais e outras vilas. O processo de emancipação<br />
política paranaense foi inicia<strong>do</strong> muito ce<strong>do</strong> na<br />
9<br />
nossa <strong>história</strong>, mas foi um processo lento levan<strong>do</strong><br />
em conta as situações políticas que se encontrava<br />
no Brasil <strong>do</strong> século XIX.<br />
Com a criação em 1811 da comarca de<br />
Paranaguá e Curitiba integra<strong>do</strong>s ao território da<br />
Capitania de São Paulo. A Câmara Municipal de<br />
Paranaguá no mesmo ano apelou ao príncipe<br />
regente, Dom João IV, presente no Brasil devi<strong>do</strong> às<br />
invasões napoleônicas, a câmara solicitou a<br />
emancipação da comarca e a criação de uma<br />
capitania <strong>do</strong> Paraná independente a de São Paulo.<br />
As situações <strong>do</strong> Brasil naquele momento não<br />
possibilitaram um cenário político adequa<strong>do</strong> e<br />
mesmo após a Independência <strong>do</strong> Brasil, os<br />
paranaenses continuavam submeti<strong>do</strong>s à comarca<br />
de São Paulo.<br />
Cartografia <strong>do</strong> Século XIX, mostra a província de São<br />
Paulo fazen<strong>do</strong> fronteira com a província <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong><br />
Sul, Santa Catarina também estava confinada a uma<br />
pequena porção territorial junto a costa atlântica.<br />
Dentre os episódios políticos, temos<br />
destaque para <strong>do</strong>is que Dois episódios tornaram<br />
evidente a importância política e estratégica da<br />
região: a Guerra <strong>do</strong>s Farrapos e as Revoltas<br />
Liberais de 1842.<br />
A Guerra <strong>do</strong>s Farrapos que aconteceu de<br />
1835 a 1845 começou no Rio Grande <strong>do</strong> Sul e<br />
chegou até a província de Santa Catarina, esse<br />
movimento era contra a centralização política<br />
imposta e pelas exigências <strong>do</strong> governo <strong>do</strong> Brasil e o<br />
encarecimento da criação bovina devi<strong>do</strong> aos altos<br />
impostos. Já as conhecidas Revoltas Liberais de<br />
1842, foram promovidas em Minas Gerais e São<br />
Paulo pelo Parti<strong>do</strong> Liberal, que era contrário ao ato<br />
de Dom Pedro II que havia dissolvi<strong>do</strong> a Assembléia<br />
Geral. Como já vimos no capítulo anterior em<br />
1842, uma lei provincial de São Paulo, eleva<br />
Curitiba à categoria de cidade.
Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />
A economia paranaense estava se<br />
expandin<strong>do</strong> com a uma grande produção de ervamate,<br />
O produto da erva possuía grandes merca<strong>do</strong>s<br />
como o argentino, uruguaio, paraguaio e chileno,<br />
sem contar no número de negociações e ouro que<br />
chegavam à província com o comércio de ga<strong>do</strong>. O<br />
mate era o principal produto de exportação e de<br />
fonte de renda <strong>do</strong> Paraná, na época.<br />
Erva Mate, produto nativo da região sul <strong>do</strong> Brasil com<br />
grandes quantidades no Paraná. O mate era interessante<br />
já que os caudilhos <strong>do</strong>s países vizinhos apreciavam o chá<br />
preto da índia, mas que possuía um valor muito alto e<br />
deveria ser comprada da Cia das índias ocidentais da<br />
Inglaterra.<br />
No dia 29 de agosto de 1853, o projeto de<br />
criação da Província <strong>do</strong> Paraná é Aprova<strong>do</strong> com a<br />
força da lei imperial nº 704, que foi assinada e<br />
promulgada por Dom Pedro II. Embora a lei da<br />
criação da província tivesse si<strong>do</strong> promulgada pelo<br />
Impera<strong>do</strong>r, a Emancipação política <strong>do</strong> Paraná<br />
demorou ainda quatro meses para se tornar real de<br />
fato. Então em 19 de dezembro de 1853, a<br />
província <strong>do</strong> Paraná separe-se deixan<strong>do</strong> de fazer<br />
parte da 5ª Comarca de São Paulo.<br />
Quadro da Primeira Sessão da Assembléia Legislativa da<br />
Província <strong>do</strong> Paraná. 1854<br />
Curitiba foi escolhida como capital da<br />
nova província e em seguida a emancipação política<br />
da província, chega nesse momento à nova capital<br />
Zacarias de Góis e Vasconcelos, o primeiro<br />
presidente provincial <strong>do</strong> Paraná escolhi<strong>do</strong> pelo<br />
10<br />
império, em seu primeiro dis<strong>curso</strong> na província<br />
paranaense disse que to<strong>do</strong>s os seus problemas de<br />
poderiam serem transforma<strong>do</strong>s num só: povoar um<br />
território de cerca de 200.000 km², que contava<br />
com pouco mais de 60 mil habitantes sen<strong>do</strong> que a<br />
grande maioria (cerca de 90%) dessa população<br />
distribuída nas cidades de Curitiba e Paranaguá.<br />
Leitura Complementar<br />
Considerações Sobre Zacarias de Góes e<br />
Vasconcelos:<br />
(...) Aproximadamente quatro meses após,<br />
em 19 de dezembro, toma posse o primeiro<br />
presidente, Zacarias de Góes e Vasconcellos,<br />
então com 38 anos. Nasci<strong>do</strong> em Valença, Bahia,<br />
gradua<strong>do</strong> em Direito pelo Curso Jurídico de<br />
Olinda, em sua biografia podem ser notadas<br />
qualidades de um estadista prepara<strong>do</strong> para<br />
ocupar essa árdua tarefa organizacional, já que<br />
previamente passara pelo parlamento como<br />
deputa<strong>do</strong> provincial pela Bahia (1843), pelo<br />
executivo como presidente <strong>do</strong> Piauí (1845/1847)<br />
e de Sergipe (1848/1849), e pelo ministério<br />
imperial ao ocupar, em 1852, a pasta de ministro<br />
da Marinha.<br />
O programa inicial <strong>do</strong> governo lhe foi<br />
passa<strong>do</strong> por Luiz Pereira <strong>do</strong> Couto, ministro <strong>do</strong><br />
Império, que encarregou o novo presidente de<br />
instalar e organizar o governo provincial, o que<br />
foi cumpri<strong>do</strong> com rigoroso empenho e dedicada<br />
atenção. Ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> nomea<strong>do</strong> para um governo<br />
de conciliação, presidiu as eleições de sena<strong>do</strong>r,<br />
deputa<strong>do</strong> geral, e membros da Assembléia<br />
Legislativa Provincial, crian<strong>do</strong> as comarcas de<br />
Curitiba, Paranaguá e Castro, nomean<strong>do</strong><br />
magistra<strong>do</strong>s<br />
Zacarias, desde os primeiros atos,<br />
mostrou ser homem de visão invulgar. Assim,<br />
escolheu Curitiba como capital provincial, por<br />
possuir o maior número de casas (cerca de 200),<br />
melhores condições climáticas, sanitárias e<br />
privilegiada localização. Fun<strong>do</strong>u uma Companhia<br />
Policial e proibiu o uso de armas nas cidades,<br />
visan<strong>do</strong> a redução da criminalidade. Deu ordens<br />
para a construção de cemitérios, opon<strong>do</strong>-se ao<br />
antigo costume de se enterrarem os cadáveres<br />
nos templos. Incentivou a organização de várias<br />
escolas primárias e a criação das cadeiras de<br />
francês e inglês no Liceu Paranaense, pagan<strong>do</strong><br />
bons salários à <strong>do</strong>cência. Preocupa<strong>do</strong> com a<br />
vastidão da nova província, incentivou o<br />
povoamento e a imigração de estrangeiros.<br />
Procuran<strong>do</strong> melhorar a ligação com os portos de<br />
embarque no litoral, deu início à construção da<br />
imprescindível estrada da Graciosa. Essas obras,<br />
entre outras tantas, verdadeiramente<br />
alavancaram o desenvolvimento <strong>do</strong> Paraná.<br />
Quan<strong>do</strong> deixou o governo provincial, em
Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />
3 de maio de 1855, Zacarias saiu aclama<strong>do</strong>. Na<br />
viagem de Curitiba a Paranaguá, onde embarcou<br />
para o Rio de Janeiro, foi cerca<strong>do</strong> em to<strong>do</strong>s os<br />
lugares por efusivas manifestações de gratidão e<br />
respeito. (...)<br />
Luiz Fernan<strong>do</strong> Tomasi Keppen é juiz de<br />
Direito, mestre em Direito pela UFPR,<br />
diretor cultural da Amapar e professor<br />
universitário.<br />
Fonte: KEPPEN, Luiz Fernan<strong>do</strong> Tomasi, in Jornal<br />
Gazeta <strong>do</strong> Povo, Opinião <strong>do</strong> dia 2, página 22, 20<br />
de dezembro de 2008<br />
O Paraná como província<br />
Os 35 anos que o Paraná passou como<br />
província foi um perío<strong>do</strong> de grande instabilidade<br />
política, Nesse perío<strong>do</strong> estiveram à frente da<br />
administração 41 presidentes, cerca de 8 meses a<br />
para cada administração. O primeiro presidente<br />
como já vimos foi Zacarias de Góes e Vasconcelos,<br />
como to<strong>do</strong>s os outros presidentes que estiveram a<br />
frente <strong>do</strong> governo até a guerra <strong>do</strong> Paraguai não<br />
eram paranaenses, dentre os feitos de Zacarias<br />
temos como destaque o início <strong>do</strong> calçamento da<br />
Estrada da graciosa. Entre outros destacamos<br />
alguns que tiveram feitos importantes a frente <strong>do</strong><br />
governo provincial.<br />
João José Pedrosa foi responsável por<br />
organizar e construir uma sede para a câmara<br />
legislativa <strong>do</strong> Paraná, incentivou a imigração com<br />
trata<strong>do</strong>s firma<strong>do</strong>s junto a Europa e cui<strong>do</strong>u <strong>do</strong><br />
abastecimento de água e luz para a recente capital.<br />
Carlos Augusto de carvalho organizou um<br />
plano econômico para melhorar as finanças<br />
colocan<strong>do</strong> o ―imposto <strong>do</strong> vintém‖, Criou escolas<br />
noturnas em Curitiba e introduziu a disciplina de<br />
educação física no colégio <strong>do</strong> Paraná.<br />
Alfre<strong>do</strong> d´Esragnolle Taunay importante<br />
figura <strong>do</strong> império naquele momento, de família<br />
nobre seu avó era Nicolas-Antoine Taunay, pintor<br />
que chegou junto com missão artística Francesa em<br />
1810. Sua função era ―civilizar‖ a capital <strong>do</strong> esta<strong>do</strong><br />
cuidan<strong>do</strong> de um projeto de urbanização e<br />
Saneamento de Curitiba, Reorganiza a Biblioteca<br />
pública e inicia as construções <strong>do</strong> passeio público e<br />
inicia as construções das primeiras estradas de<br />
Ferro.<br />
Joaquim de Almeida Faria entra para<br />
terminar as obras de Alfre<strong>do</strong> Taunay que fora<br />
requisita<strong>do</strong> na corte imperial no Rio de Janeiro,<br />
inaugura o serviço de bondes de tração animal e<br />
incentiva a instrução primária para a população da<br />
província no colégio <strong>do</strong> Paraná.<br />
O último presidente <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> provincial foi<br />
Jesuíno Marcondes de Oliveira e Sá era grande<br />
figura política <strong>do</strong> império a frente <strong>do</strong> parti<strong>do</strong> liberal,<br />
fez os melhoramentos na estrada da graciosa, teve<br />
11<br />
de entregar o governo ao general Francisco<br />
Car<strong>do</strong>so Júnior que foi o comandante das tropas<br />
republicanas no Paraná e primeiro governa<strong>do</strong>r foi<br />
Dr. Generoso Marques <strong>do</strong>s Santos.<br />
As estradas de ferro iniciadas no governo de<br />
Alfre<strong>do</strong> Taunay foram fundamentais para um<br />
desenvolvimento posterior <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>.<br />
O Paraná república<br />
Apesar de o Paraná possuir alguns clubes<br />
de debates republicanos e a tiragem de <strong>do</strong>is<br />
jornais republicanos, ―Livre Paraná‖, na cidade de<br />
Paranaguá e a ―A República‖, em Curitiba, o<br />
movimento republicano paranaense era muito<br />
fraco. Para se ter ideia na Assembléia Legislativa<br />
Provincial existia apenas um deputa<strong>do</strong>, Vicente<br />
Macha<strong>do</strong> da Silva Lima com inspirações republicas,<br />
ele se destacaria na política paranaense nos<br />
primeiros anos após a proclamação da republica.<br />
No Paraná encontramos a mesma situação<br />
de indiferença da população em ralação a<br />
republica como se viu no Rio de Janeiro após o<br />
golpe derrubar o gabinete Ouro Preto. O nosso<br />
esta<strong>do</strong> her<strong>do</strong>u a crise pós-golpe que se viu no<br />
Brasil. O Dr. Generoso Marques <strong>do</strong>s Santos, que<br />
substituiu a junta que governara o esta<strong>do</strong> desde o<br />
golpe foi deposto, pois apoiava o golpe de<br />
Deo<strong>do</strong>ro da Fonseca, Floriano assume o poder em<br />
novembro de 1891, e em fevereiro de 1892 o<br />
governa<strong>do</strong>r eleito pelo voto direto é Francisco<br />
Xavier da Silve e para Vice o Dr. Vicente Macha<strong>do</strong><br />
que já se destacava como líder republicano.<br />
No dia 9 de janeiro de 1892, o Paraná<br />
aprova pela assembléia legislativa a primeira<br />
bandeira, pelo <strong>do</strong> Decreto Estadual nº 8, da<br />
mesma data em que foi promulgada.<br />
Primeira bandeira <strong>do</strong> Paraná de 1892 a 1905.
Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />
Unidade 6<br />
Conflitos no Paraná<br />
A Revolução Federalista<br />
Para entendermos bem a <strong>história</strong> política <strong>do</strong><br />
Brasil império, devemos sempre se lembrar das<br />
disputas que aconteciam entre os conserva<strong>do</strong>res e<br />
liberais, mas após a proclamação da republica<br />
esses <strong>do</strong>is parti<strong>do</strong>s somem crian<strong>do</strong> os parti<strong>do</strong>s<br />
Nacional Federalista surgi<strong>do</strong> no Rio Grande <strong>do</strong> Sul<br />
através da união de Liberais e Conserva<strong>do</strong>res, e o<br />
Parti<strong>do</strong> Republicano que possuía como liderança o<br />
jovem político Julio Prates de Castilhos que estava<br />
a frente da administração <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio<br />
Grande <strong>do</strong> Sul.<br />
Com essa situação temos A Revolução<br />
Federalista, um conflito interno que ocorreu logo<br />
em seguida a Proclamação da República, sua<br />
origem estava na instabilidade política gerada<br />
pelos chama<strong>do</strong>s federalistas, que pretendiam<br />
"libertar o Rio Grande <strong>do</strong> Sul da tirania de Júlio<br />
Prates de Castilhos", então presidente <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.<br />
Surgiu uma série de conflitos que<br />
culminaram com uma série de disputas sangrentas<br />
que por conseqüência geraram uma guerra civil,<br />
que foi de fevereiro de 1893 a agosto de 1895, e<br />
que foi vencida pelos simpatizantes de Júlio Prates<br />
de Castilhos, conheci<strong>do</strong>s como pica paus.<br />
Julio Prates de Castilhos, Presidente <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio<br />
Grande <strong>do</strong> Sul eleito em 1891, um <strong>do</strong>s personagens<br />
mais importantes da revolução Federalista.<br />
As divergências tiveram inicio com atritos<br />
ocorri<strong>do</strong>s os que procuravam a autonomia<br />
estadual, acima <strong>do</strong> poder federal e seus<br />
opositores. Houve conflitos com luta armada nas<br />
regiões <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Sul, Santa Catarina e<br />
Paraná.<br />
12<br />
Funda<strong>do</strong> em 1892 por Gaspar Silveira<br />
Martins, o Parti<strong>do</strong> Federalista <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong><br />
Sul defendia o sistema parlamentar de governo e<br />
a revisão da Constituição promulgada por Julio<br />
Prates de Castilhos. Desse mo<strong>do</strong> a concepções<br />
políticas e filosóficas chocava-se contra a<br />
constituição <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Sul de 1891 que era<br />
inspirada no positivismo de conte e no<br />
presidencialismo, dan<strong>do</strong> uma maior autonomia<br />
estadual,<br />
Formada as ideologias <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is la<strong>do</strong>s<br />
convencionou denominar os grupos de seguinte<br />
forma: os que se simpatizavam com Gaspar da<br />
Silveira Martins eram chama<strong>do</strong>s de Gasparistas ou<br />
maragatos, eram totalmente opostos aos<br />
segui<strong>do</strong>res de Júlio de Castilhos, conheci<strong>do</strong>s como<br />
castilhistas ou Pica-paus.<br />
As desavenças iniciaram-se com a<br />
concentração de tropas maragato em campos da<br />
Carpintaria, no Uruguai, localidade próxima a<br />
Bagé. Em seguida o negociante (potreiro) de Ana<br />
Correia, vin<strong>do</strong> <strong>do</strong> Uruguai em direção ao Rio<br />
Grande <strong>do</strong> Sul, encontrava o coronel caudilho<br />
federalista Gumercin<strong>do</strong> Saraiva, que seria uma das<br />
principais figuras a frente <strong>do</strong> exercito rebelde <strong>do</strong>s<br />
maragato.<br />
Gumercin<strong>do</strong> Saraiva, caudilho defensor <strong>do</strong>s ideais<br />
republicanos.<br />
Com ataques relâmpagos e estratégicos,<br />
os maragatos <strong>do</strong>minaram rapidamente a fronteira<br />
e exigiam a deposição de Júlio Prates de Castilhos,<br />
que fora eleito pelo voto direto. Havia a idéia de<br />
promover um plebiscito para que o povo<br />
escolhesse que governo.<br />
As batalhas estavam se tornan<strong>do</strong> tão<br />
violentas e o numero de mortes crescia numa<br />
proporção assusta<strong>do</strong>ra, sem perspectiva de fim a<br />
rebelião adquiriu âmbito nacional e rapidamente,<br />
ameaçou a estabilidade <strong>do</strong> regime republicano em<br />
to<strong>do</strong> o país. Floriano Peixoto se posicionou em<br />
―defesa <strong>do</strong>s ideais republicanos‖ envian<strong>do</strong> tropas<br />
federais para socorrer Júlio Prates de Castilhos.
Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />
Gumercin<strong>do</strong> ao la<strong>do</strong> de Aparício, ambos ao centro, na<br />
Revolução Federalista 1894.<br />
Gumercin<strong>do</strong> Saraiva com sua tropa<br />
fizeram vários ataques em Dom Pedrito. De lá<br />
iniciaram uma série de ataques relâmpagos contra<br />
vários pontos <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> Rio-grandense, dan<strong>do</strong><br />
uma desestabilizada nas posições conquistadas<br />
pelos legalistas.<br />
Cruz <strong>do</strong>s Degola<strong>do</strong>s, homenagem <strong>do</strong> município de São<br />
Martinho da Serra no Rio Grande <strong>do</strong> Sul, a cruz lembra<br />
os mortos degola<strong>do</strong>s na revolução, a degola foi uma<br />
prática comum entre ambos os la<strong>do</strong>s como uma atitude<br />
revanchista.<br />
Você caro leitor deve estar se<br />
perguntan<strong>do</strong> nesse momento, o que um conflito<br />
ocorri<strong>do</strong> no Rio Grande <strong>do</strong> Sul tem relação com o<br />
Paraná? Essa pergunta é respondida com o rumo<br />
que tomaram as tropas, in<strong>do</strong> ao norte para<br />
ganharem mais força, avançaram em novembro<br />
sobre Santa Catarina e chegan<strong>do</strong> ao Paraná,<br />
sen<strong>do</strong> deti<strong>do</strong>s na cidade da Lapa, que fica cerca<br />
de 60 Km a su<strong>do</strong>este de capital paraense.<br />
As tropas legalistas da republica foram<br />
cercadas na Lapa, em um <strong>do</strong>s mais célebres<br />
episódios da vida militar brasileira, que ficou<br />
conheci<strong>do</strong> como "O Cerco da Lapa". Num total de<br />
24 dias de resistência, com uma tropa oito vezes<br />
menor que a <strong>do</strong>s adversários maragato,<br />
comanda<strong>do</strong>s pelo rio-grandense Gumercin<strong>do</strong><br />
Saraiva. Os legalistas são derreto<strong>do</strong>s após a morte<br />
13<br />
<strong>do</strong> Coronel Carneiro que segun<strong>do</strong> as lendas deu<br />
ordens até a morte, E apesar da derrota de<br />
Carneiro, o perío<strong>do</strong> de combates definiu o la<strong>do</strong><br />
vence<strong>do</strong>r, pois atrasou o avanço de Gumercin<strong>do</strong>,<br />
já que carneiro não havia revela<strong>do</strong> a posição das<br />
outras tropas legalistas, assim foi possível uma<br />
organização <strong>do</strong> la<strong>do</strong> republicano legalista que<br />
derrotou posteriormente os federalistas.<br />
Encenação de ―O Cerco‖ por um grupo de teatro da lapa<br />
em 2009 relembran<strong>do</strong> 115 anos <strong>do</strong> cerco de 24 dias.<br />
Com a morte <strong>do</strong> Coronel Carneiro, em<br />
1894, as pretensões <strong>do</strong>s rebeldes federalistas de<br />
chegarem à capital da República foi frustrada, e a<br />
resistência da Lapa estancou o avanço da<br />
revolução.<br />
Sem opção Gumercin<strong>do</strong>, bate em retirada<br />
em direção ao Rio Grande <strong>do</strong> Sul. Mas um tiro sem<br />
autor o mata em 10 de agosto de 1894.<br />
Panteão <strong>do</strong>s Heróis na Lapa, onde jazem os corpos <strong>do</strong>s<br />
legalistas que combateram no Cerco da Lapa<br />
A revolução federalista foi vencida em<br />
junho de 1895 no combate de Campo Osório.<br />
Saldanha da Gama, um <strong>do</strong>s últimos lideres<br />
legalistas possui<strong>do</strong>r de um contingente de 400<br />
homens, lutou até a morte contra os Pica-paus. A<br />
paz finalmente foi assinada em na cidade Pelotas<br />
em 23 de agosto de 1895. Nessa ocasião O<br />
presidente da República era Prudente de Morais.<br />
Este conflito propiciou pelo menos 10.000 mortos<br />
e incontáveis feri<strong>do</strong>s.
Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />
Lima Barreto, na sua obra de ficção "O<br />
Triste Fim de Policarpo Quaresma", faz uma<br />
referência ao cerco da Lapa, colocan<strong>do</strong> inclusive<br />
sua opinião, Observe:<br />
"só a Lapa resistia tenazmente, uma das poucas<br />
páginas dignas e limpas de to<strong>do</strong> aquele enxurro<br />
de paixões. A pequena cidade tinha dentro de<br />
suas trincheiras o Coronel Gomes Carneiro, uma<br />
energia, uma vontade, verdadeiramente isso,<br />
porque era sereno, confiante e justo. Não se<br />
desmanchou em violências de apavora<strong>do</strong> e soube<br />
tornar verdade a gasta frase grandiloqüente:<br />
resistir até a morte".<br />
Lima Barreto, techo retira<strong>do</strong> <strong>do</strong> Capítulo III.<br />
Leitura Complementar<br />
Observe um trecho de uma carta <strong>do</strong> Dr.<br />
Bagueira, observe como ocorre a<br />
comunicação em momentos de guerra:<br />
(...) Dizia-se em Paranaguá que os<br />
federais <strong>do</strong> Rio Grande já tinham feito a invasão<br />
e que muitos corpos <strong>do</strong> Exército já tinham se<br />
junta<strong>do</strong> a eles. Em Santa Catarina dizia-se que<br />
três cidades já tinham si<strong>do</strong> tomadas: Erval,<br />
Santana e Bagé. Mesmo fazen<strong>do</strong> grande redução<br />
nesses boatos, ainda ficava o bastante para<br />
inquietar-me. Via que dificilmente eu poderia<br />
escapar de servir com as tropas em operações e<br />
que nesse caso eu teria de ausentar-me de minha<br />
família.<br />
(...) Além disso ser-me-ia bem<br />
desagradável servir em um batalhão que se<br />
passasse para os invasores. Formei então o plano<br />
de deixar minha família no Rio Grande, lugar<br />
sossega<strong>do</strong>, onde temos parentes; e ir eu só<br />
apresentar-me em Porto Alegre e seguir para<br />
onde me mandassem 13 e só levaria para junto<br />
de mim se fosse designa<strong>do</strong> para Pelotas ou Porto<br />
Alegre.<br />
PEZAT, Paulo Ricar<strong>do</strong>, A REVOLUÇÃO<br />
FEDERALISTA NA PERSPECTIVA DE UM<br />
MÉDICO POSITIVISTA: CARTAS DO DR.<br />
BAGUEIRA LEAL A MIGUEL LEMOS E A<br />
TEIXEIRA MENDES, In: História em revista,<br />
UFPel, volume 09, Dezembro de 2003.<br />
14<br />
Unidade 7<br />
Conflitos no Paraná<br />
O Contesta<strong>do</strong><br />
O Conflito que ficou conheci<strong>do</strong> como<br />
contesta<strong>do</strong> foi um conflito ocorri<strong>do</strong> entre os<br />
esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Paraná e Santa Catarina, esse<br />
movimento ganhou grande notoriedade na <strong>história</strong><br />
<strong>do</strong> Brasil dentre aqueles movimentos que<br />
misturam interesses políticos, econômicos e<br />
questões sociais liga<strong>do</strong>s ao messianismo. O<br />
movimento ocorre de 1912 até 1916 de um la<strong>do</strong> a<br />
população cabocla <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is esta<strong>do</strong>s e <strong>do</strong> outros os<br />
governos estaduais com o apoio <strong>do</strong> então<br />
presidente da república Hermes da Fonseca.<br />
O chama<strong>do</strong> contesta<strong>do</strong> é uma região<br />
disputada entre os esta<strong>do</strong>s Catarinense e<br />
Paranaense, de acor<strong>do</strong> com as divisões atuais <strong>do</strong>s<br />
esta<strong>do</strong>s ocupava a região sul <strong>do</strong> Paraná e quase<br />
70% <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> Catarinense. A disputa era travada<br />
por se tratar de uma região rica em Erva mate e<br />
Madeira sen<strong>do</strong> os pequenos proprietários<br />
posseiros que viviam <strong>do</strong> comércio desses<br />
produtos.<br />
Paraná<br />
Região<br />
<strong>do</strong> Contesta<strong>do</strong><br />
Rio Grande <strong>do</strong> Sul<br />
Porto Alegre<br />
Ponta Grossa<br />
Curitiba<br />
Lapa<br />
Santa<br />
Catarina<br />
N<br />
Florianópolis<br />
O governo brasileiro no final <strong>do</strong> século<br />
XIX possuía um ambicioso projeto para a época,<br />
que seria interligar os esta<strong>do</strong>s de São Paulo e Rio<br />
Grande <strong>do</strong> Sul através de uma estrada de ferro.<br />
Com o projeto da construção pronto o<br />
governo brasileiro autoriza a construção, mas para<br />
isso desapropriaria uma faixa de terras de<br />
aproximadamente 30 quilômetros de largura, que
Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />
atravessaria os esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Paraná , Santa<br />
Catarina, até chegar no Rio Grande <strong>do</strong> sul, essa<br />
área seria uma espécie de reserva para os<br />
trabalhos da construção da linha férrea.<br />
Uruguaiana<br />
Santa Maria<br />
Paraná<br />
Vacara<br />
Porto Alegre<br />
Região <strong>do</strong> Contesta<strong>do</strong><br />
Estrada de Ferro São Paulo-<br />
Rio Grande <strong>do</strong> Sul<br />
Divisão Política atual<br />
São Paulo<br />
Curitiba<br />
Santa<br />
Catarina<br />
Palmares <strong>do</strong> Sul<br />
Florianópolis<br />
São Paulo<br />
A construção foi realizada pela empresa<br />
estadunidense Brazil Railway Company, presidida<br />
por Percival Farquhar, que atuava também no<br />
ramo de extração de madeira através da empresa<br />
Southern Brazil Lumber and Colonization<br />
Company, também de sua propriedade.<br />
Com a construção da estrada em<br />
andamento, vários trabalha<strong>do</strong>res foram atraí<strong>do</strong>s<br />
para a região, mas com a finalização das obras, os<br />
trabalha<strong>do</strong>res migrantes ficaram sem emprego e<br />
numa situação muito precária.<br />
Apólice de seguro de viagens das ferrovias da Brazil<br />
Railaway Company, 1914<br />
N<br />
15<br />
Sem contar no grande numero de<br />
posseiros que foram expulsos de suas terras já<br />
que o governo brasileiro atribuiu à região como<br />
devoluta, como se ninguém estivesse na região, o<br />
que permitiu a Brazil Railway, tomar todas as<br />
terras nas faixas <strong>do</strong>s 30 quilômetros. Com as<br />
terras nas mãos, Farquhar, passa a explorar a<br />
madeira através da Southern Brazil Lumber,<br />
exportan<strong>do</strong>-a para os Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, Assim os<br />
pequenos fazendeiros que se sustentavam da<br />
extração da madeira foram arruina<strong>do</strong>s pelo<br />
<strong>do</strong>mínio de Lumber sobre as florestas da região.<br />
O empreendimento da construção da<br />
estrada de ferro ligan<strong>do</strong> São Paulo ao Rio Grande<br />
<strong>do</strong> Sul formou o cenário de conflito através de<br />
problemas políticos, econômicos e sociais. As<br />
empresas de Farquhar na região com contrato<br />
com o governo brasileiro gerou a expulsão <strong>do</strong>s<br />
posseiros da região, junto a eles somam o<br />
contingente de trabalha<strong>do</strong>res que ficaram sem<br />
emprego após o termino das obras.<br />
Outro elemento de extrema importância<br />
para entender a gravidade desse conflito foi à<br />
questão <strong>do</strong> messianismo. Nesse momento da<br />
nossa <strong>história</strong> haviam monges que freqüentavam<br />
os ambiente promoven<strong>do</strong> trabalhos sociais e<br />
espirituais, é claro que em muito momentos havia<br />
uma envolvimento político muito forte, dan<strong>do</strong> um<br />
destaque grande desses beatos na região.<br />
Suposta foto de José Maria de Santo Agostinho, sem<br />
data<br />
No ano de 1912, José Maria de Santo<br />
Agostinho (mais tarde a polícia descobre que seu<br />
nome era falso), aparece na região dizen<strong>do</strong> que<br />
era a ressurreição de outro beato que pregava no<br />
local até 1908, seu dis<strong>curso</strong> era basea<strong>do</strong> na idéia<br />
de um grande líder que estava voltan<strong>do</strong>.<br />
Ganha fama muito rapidamente como um<br />
homem com poder de cura, em meio a to<strong>do</strong>s os<br />
acontecimentos começa em suas pregações a se<br />
envolver a outras questões que não são religiosas,
Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />
inicia uma série de críticas sobre os problemas<br />
políticos e econômicos provoca<strong>do</strong>s pelas atividades<br />
das empresas de Percival Farquhar.<br />
A guerra<br />
José Maria consegue através de seu<br />
dis<strong>curso</strong> unir os pequenos fazendeiros expulsos<br />
de suas terras junto com os antigos trabalha<strong>do</strong>res<br />
da Brazil Railway. Formam uma organização<br />
organizaram que visava solucionar os problemas<br />
ocasiona<strong>do</strong>s pelo desemprego e roubo das terras.<br />
Esse movimento se organiza basea<strong>do</strong> no dis<strong>curso</strong><br />
messiânico <strong>do</strong> monge José Maria, que numa de<br />
suas pregações teria dito que essa comunidade<br />
que liderava era como um governo independente.<br />
O poder de persuasão <strong>do</strong> Monge passou<br />
a incomodar e muito o governo federal, não pelo<br />
fato de crescer rapidamente, Mas um <strong>do</strong>s motivos<br />
principais seriam as críticas as atitudes da<br />
república, o movimento se declara monarquista e<br />
defende a volta de Dom Sebastião ao trono (O<br />
Sebastianismo foi um movimento místico-secular<br />
que ocorreu em Portugal na segunda metade <strong>do</strong><br />
século XVI como consequência da morte <strong>do</strong> rei<br />
Dom Sebastião na Batalha de Alcácer-Quibir, em<br />
1578.).<br />
Bandeira da "Monarquia Celestial". Branca com uma cruz<br />
verde evoca os estandartes das antigas ordens<br />
monásticos militares como as <strong>do</strong>s templários, por<br />
exemplo.<br />
Nesse mesmo momento tempos a figura<br />
<strong>do</strong>s coronéis locais que estavam incomoda<strong>do</strong>s com<br />
o surgimento dessas lideranças paralelas. Até a<br />
Igreja não enxergavam o messianismo com bons<br />
olhos e defendia a intervenção <strong>do</strong> exército na<br />
região.<br />
Os ataques <strong>do</strong>s governos de Santa<br />
Catarina e Paraná, juntamente com o presidente<br />
Hermas da Fonseca foram acontecen<strong>do</strong> de forma<br />
autoritária e repressiva, era váli<strong>do</strong> tu<strong>do</strong> para<br />
combater os rebeldes. Com grandes dificuldades<br />
nos primeiros anos <strong>do</strong> conflito as forças oficiais a<br />
partir de 1914 obtiveram sucessivas vitórias, isso<br />
graças aos investimentos que o governo possuía<br />
para colocar nos equipamentos bélicos e ao<br />
16<br />
efetivo forma<strong>do</strong> por homens <strong>do</strong> Exército brasileiro<br />
e das polícias <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is esta<strong>do</strong>s.<br />
O contesta<strong>do</strong> foi um conflito longo,<br />
chegou a 46 meses, superan<strong>do</strong> até Canu<strong>do</strong>s em<br />
duração de meses, como também em número de<br />
mortes. Sem suprimento de comida, e com baixas<br />
freqüentes <strong>do</strong>s solda<strong>do</strong>s revoltosos, o exercito<br />
brasileiro atuava a cada momento mais cruel, uma<br />
epidemia de tifo atacou os <strong>do</strong>is la<strong>do</strong>s, mas os<br />
revoltos acabaram caminhan<strong>do</strong> para a derrota<br />
final, acontecida em agosto de 1916 com a prisão<br />
de Deodato Manuel Ramos, o último líder <strong>do</strong><br />
Contesta<strong>do</strong>.<br />
Unidade 8<br />
Movimento Tenentista, a Campanha<br />
<strong>do</strong> Paraná<br />
Os Anos 20 são conheci<strong>do</strong>s na <strong>história</strong> <strong>do</strong><br />
Brasil como um perío<strong>do</strong> de uma série de levantes<br />
militares, gera<strong>do</strong>s pela baixa oficialidade vão<br />
manter um clima de tensão até próxima a<br />
revolução de 1930 que colocou fim a política <strong>do</strong><br />
café com leite da republica velha. Contu<strong>do</strong> o inicio<br />
dessa crise se encontra no governo de Epitácio<br />
Pessoa inicia<strong>do</strong> em 1922, Pessoa teria intervin<strong>do</strong><br />
em questões militares quan<strong>do</strong> havia nomea<strong>do</strong><br />
alguns civis para altos cargos militares.<br />
O movimento tenentista teria se forma<strong>do</strong><br />
a partir <strong>do</strong> episódio das ―Cartas Falsas‖ em que<br />
estava envolvi<strong>do</strong> o ex-presidente da republica<br />
Hermes da Fonseca, juntamente com o então<br />
candidato a presidência Dr. Artur Bernardes. O<br />
levante <strong>do</strong> Dezoito <strong>do</strong> Forte é o inicio <strong>do</strong><br />
tenentismo e a Coluna Miguel Costa-Luis Carlos<br />
Prestes é o símbolo da persistência e resistência.<br />
A Revolta <strong>do</strong>s 18 <strong>do</strong> Forte de Copacabana ocorreu em 5<br />
de julho de 1922, na cidade <strong>do</strong> Rio de Janeiro, então<br />
Distrito Federal.<br />
―Os Tenentes‖ ocupam a capital paulista<br />
nos dias 05 e 29 de junho de 1924, entretanto se<br />
viram cerca<strong>do</strong>s mudan<strong>do</strong> sua marcha para o Mato<br />
Grosso, sen<strong>do</strong> barra<strong>do</strong>s em seguida pelas forças
Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />
governistas, decide então marchar em direção a<br />
região oeste <strong>do</strong> Paraná uma região com uma<br />
densidade populacional baixa o que facilitaria o<br />
deslocamento rápi<strong>do</strong> das forças rebeldes, estava<br />
inicia<strong>do</strong> a Campanha <strong>do</strong> Paraná.<br />
Já no Paraná por volta de setembro<br />
conquistam Guairá e Foz <strong>do</strong> Iguaçu local que<br />
servirá como quartel-general em seguida é<br />
conquistada Catanduvas. Permanecen<strong>do</strong> nessa<br />
região até mea<strong>do</strong>s 1925 enfrentan<strong>do</strong> as forças<br />
federais comandadas pelo então general Cândi<strong>do</strong><br />
Ron<strong>do</strong>n numa série de combates.<br />
Ainda no início da campanha paranaense,<br />
alguns líderes como Juarez Távora e João Alberto<br />
partiram para o Rio Grande <strong>do</strong> Sul, a fim de<br />
colaborar com oficiais que lá serviam na<br />
preparação da revolta militar que abriria nesse<br />
esta<strong>do</strong> uma nova frente de combate ao governo.<br />
Em outubro de 1924, a insurreição foi finalmente<br />
deflagrada no Rio Grande, com o levante,<br />
comanda<strong>do</strong> pelo capitão Luís Carlos Prestes, <strong>do</strong> 1º<br />
Batalhão Ferroviário, sedia<strong>do</strong> em Santo Ângelo.<br />
Ao mesmo tempo, sublevaram-se tropas<br />
nas cidades gaúchas de São Luís, São Borja e<br />
Uruguaiana, chefiadas respectivamente por Pedro<br />
Gay, Rui Zubaran e Juarez Távora. Em São Borja,<br />
o capitão Zubaran contou com a colaboração de<br />
Siqueira Campos, que retornara clandestinamente<br />
<strong>do</strong> exílio em Buenos Aires. O movimento atingiu<br />
ainda várias outras cidades. Em Alegrete, o<br />
levante foi chefia<strong>do</strong> por João Alberto e, em<br />
Guaçuboi, as forças comandadas pelo caudilho<br />
liberta<strong>do</strong>r Honório Lemes foram derrotadas pelas<br />
tropas legalistas de Flores da Cunha.<br />
Obedecen<strong>do</strong> às instruções <strong>do</strong> general<br />
Isi<strong>do</strong>ro Dias Lopes, as forças rebeladas no Rio<br />
Grande <strong>do</strong> Sul marcharam em seguida para o<br />
norte <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>, visan<strong>do</strong> a alcançar Foz <strong>do</strong> Iguaçu<br />
e unir-se aos revoltosos paulistas. Em abril de<br />
1925, após atravessarem Santa Catarina e parte<br />
<strong>do</strong> Paraná, travan<strong>do</strong> com as tropas legalistas<br />
segui<strong>do</strong>s combates em que perderam quase<br />
metade de seu contingente, as forças gaúchas<br />
chegaram a seu destino.<br />
No dia 12 de abril, em reunião que<br />
contou com a presença de Isi<strong>do</strong>ro Dias Lopes,<br />
Miguel Costa, Luís Carlos Prestes e <strong>do</strong> general<br />
Bernar<strong>do</strong> Padilha, foi tomada a decisão de<br />
prosseguir a marcha e invadir Mato Grosso,<br />
contrarian<strong>do</strong> a opinião <strong>do</strong> general Isi<strong>do</strong>ro,<br />
favorável à cessação da luta. Formada a 1ª<br />
Divisão Revolucionária, assumiu seu coman<strong>do</strong> o<br />
general comissiona<strong>do</strong> Miguel Costa, ten<strong>do</strong> como<br />
chefe de esta<strong>do</strong>-maior o coronel comissiona<strong>do</strong> Luís<br />
Carlos Prestes. Estava formada aquela que ficaria<br />
conhecida como Coluna Miguel Costa-Prestes ou<br />
simplesmente Coluna Prestes.<br />
A coluna era composta de quatro<br />
destacamentos, comanda<strong>do</strong>s por Cordeiro de<br />
Farias, João Alberto, Siqueira Campos e Djalma<br />
Dutra, que foi promovi<strong>do</strong> a coronel pelo coman<strong>do</strong><br />
17<br />
revolucionário. Decidiu-se também na reunião que<br />
o general Isi<strong>do</strong>ro partiria para a Argentina, onde<br />
deveria coordenar a ação <strong>do</strong>s revolucionários<br />
exila<strong>do</strong>s ou inativos no sul <strong>do</strong> país.<br />
Combatentes da Coluna Prestes<br />
Inician<strong>do</strong> a marcha, a coluna concluiu a<br />
travessia <strong>do</strong> rio Paraná em fins de abril de 1925 e<br />
penetrou no Paraguai rumo a Mato Grosso. Em<br />
seguida, percorreu Goiás, entrou em Minas Gerais<br />
e retornou a Goiás. Seguiu em direção ao<br />
Nordeste e em novembro atingiu o Maranhão,<br />
onde o tenente-coronel Paulo Krüger foi preso e<br />
envia<strong>do</strong> a São Luís. Em dezembro, penetrou no<br />
Piauí e travou em Teresina sério combate com as<br />
forças <strong>do</strong> governo. Ruman<strong>do</strong> então para o Ceará,<br />
a coluna teve outra baixa importante: na serra de<br />
Ibiapina, Juarez Távora foi captura<strong>do</strong>.<br />
Em janeiro de 1926, a coluna atravessou<br />
o Ceará, chegou ao Rio Grande <strong>do</strong> Norte e, em<br />
fevereiro, invadiu a Paraíba, enfrentan<strong>do</strong> na vila<br />
de Piancó séria resistência comandada pelo padre<br />
Aristides Ferreira da Cruz, líder político local. Após<br />
ferrenhos combates, a vila acabou ocupada pelos<br />
revolucionários.<br />
Fotographia de um grupo <strong>do</strong> Bte. de P. Bahianos ao<br />
chegar em Barreiras, após 11 meses de campanha<br />
contra os rebeldes (coluna prestes) através <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s<br />
de Bahia, Pernambuco, Piauhy e Maranhão. Em 10 de<br />
setembro de 1926 -O primeiro à direita é o prof.<br />
Coquelin Ayres Leal.<br />
Prosseguin<strong>do</strong> a marcha rumo ao sul, a<br />
coluna atravessou Pernambuco e Bahia e dirigiu-se<br />
para o norte de Minas Gerais. Encontran<strong>do</strong>
Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />
vigorosa reação legalista e precisan<strong>do</strong> remuniciarse,<br />
o coman<strong>do</strong> da coluna decidiu interromper a<br />
marcha para o sul e, em manobra conhecida como<br />
"laço húngaro", retornar ao Nordeste através da<br />
Bahia. Cruzou o Piauí, alcançou Goiás e finalmente<br />
chegou de volta a Mato Grosso em outubro de<br />
1926. Àquela altura, o esta<strong>do</strong>-maior revolucionário<br />
decidiu enviar Lourenço Moreira Lima e Djalma<br />
Dutra à Argentina, para consultar o<br />
general Isi<strong>do</strong>ro Dias Lopes quanto ao futuro da<br />
coluna: continuar a luta ou rumar para o exílio.<br />
Entre fevereiro e março de 1927, afinal, após uma<br />
penosa travessia <strong>do</strong> Pantanal, parte da coluna,<br />
comandada por Siqueira Campos, chegou ao<br />
Paraguai, enquanto o restante ingressou na<br />
Bolívia, onde encontrou Lourenço Moreira Lima,<br />
que retornava da Argentina. Ten<strong>do</strong> em vista as<br />
condições precárias da coluna e as instruções de<br />
Isi<strong>do</strong>ro, os revolucionários decidiram exilar-se.<br />
Durante sua marcha de quase <strong>do</strong>is anos,<br />
haviam percorri<strong>do</strong> cerca de 25.000 quilômetros.<br />
Miguel Costa seguiu para Libres, na Argentina,<br />
enquanto Prestes e mais duzentos homens<br />
rumaram para Gaiba, na Bolívia, onde trabalharam<br />
por algum tempo para uma companhia inglesa, a<br />
Bolívia Concessions Limited. Em 5 de<br />
julho de 1927, os exila<strong>do</strong>s inauguraram em Gaiba<br />
um monumento em homenagem aos mortos da<br />
campanha da coluna. Instadas pelos protestos <strong>do</strong><br />
governo brasileiro, autoridades bolivianas<br />
tentaram destruir o monumento, mas foram<br />
impedidas de fazê-lo ante a atitude enérgica de<br />
Luís Carlos Prestes.<br />
Unidade 9<br />
Revolução 1930<br />
Os partidários da Revolução de 1930, que<br />
levou Getúlio Vargas à presidência da República,<br />
<strong>do</strong>minaram com facilidade o Paraná. O esta<strong>do</strong><br />
ficou até 1935 sob intervenção federal. Neste ano,<br />
realizaram-se eleições. Mas em 1937, Vargas deu<br />
um golpe de Esta<strong>do</strong>, inician<strong>do</strong> um perío<strong>do</strong> de oito<br />
anos de ditadura. Durante toda essa época,<br />
destacou-se no Paraná a figura de Manuel Ribas,<br />
que dirigiu o esta<strong>do</strong> de 1932 até 1935, como<br />
interventor, de 1935 até 1937, como governa<strong>do</strong>r<br />
eleito, e de 1937 até 1945, novamente como<br />
interventor. Durante sua administração foram<br />
construídas estradas, o Hospital das Crianças,<br />
escolas rurais e de pesca<strong>do</strong>res e foi amplia<strong>do</strong> o<br />
cais <strong>do</strong> porto de Paranaguá.<br />
Somente no século XX o território<br />
paranaense foi efetivamente ocupa<strong>do</strong>. Na década<br />
de 1920, toda a região centralizada pelas cidades<br />
18<br />
de Tomazina, Siqueira Campos e Jacarezinho já<br />
estava povoada.<br />
Pintura de Manuel Ribas na galeria <strong>do</strong>s governa<strong>do</strong>res <strong>do</strong><br />
Paraná.<br />
Em 1927, uma companhia inglesa iniciou<br />
a colonização <strong>do</strong> norte paranaense. Fundaram-se<br />
cidades, entre as quais, Londrina (1931) e Maringá<br />
(1948). Descendentes de imigrantes italianos e<br />
alemães <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Sul, a partir da década<br />
de 1940, subin<strong>do</strong> de sul para norte, ultrapassavam<br />
o rio Iguaçu, avançan<strong>do</strong> pelo oeste paranaense,<br />
ao longo <strong>do</strong> rio Paraná, até encontrar os<br />
planta<strong>do</strong>res de café, a outra fonte de migração<br />
interna que descia <strong>do</strong> norte para o sul.<br />
A Guerra de Porecatu<br />
A guerra de Porecatu foi um conflito<br />
entre posseiros e policiais <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> que se deu<br />
na cidade de Porecatu — Paraná nos anos 1940.<br />
Apesar de não ter si<strong>do</strong> efetivamente uma guerra,<br />
segun<strong>do</strong> convenções internacionais, este conflito<br />
foi difundi<strong>do</strong> na mídia com a alcunha de guerra<br />
devi<strong>do</strong> a intensidade <strong>do</strong> confronto.<br />
Na época vários posseiros ocupavam as<br />
terras <strong>do</strong> município, então o governo resolveu<br />
fazer uma distribuição de terras se utilizan<strong>do</strong> de<br />
meios lícitos e ilícitos, os posseiros não aceitaram<br />
perder as terras ocupadas e resistiram aos<br />
mandatos de reintegração de posse expedi<strong>do</strong>s<br />
pelo governo federal, forças policiais foram<br />
convocadas para expulsar os invasores, houve<br />
resistência e conflitos que deixaram vários mortos,<br />
a situação piorou muito e regimentos maiores da<br />
polícia foram manda<strong>do</strong>s para combater e expulsar<br />
os posseiros, <strong>do</strong> la<strong>do</strong> destes ficaram os comunistas<br />
que contribuiram materialmente na luta.<br />
Entretanto os invasores foram derrota<strong>do</strong>s<br />
deixan<strong>do</strong> um sal<strong>do</strong> enorme de destruição e<br />
mortes.No início da década de 40, o então<br />
interventor <strong>do</strong> Paraná, Manoel Ribas, man<strong>do</strong>u<br />
lotear 120 mil hectares de terras devolutas,<br />
pertencentes, na época, a Porecatu, hoje
Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />
espalhadas pelos municípios de Centenário <strong>do</strong> Sul,<br />
Miraselva, Florestópolis, Jaguapitã e Guaraci. O<br />
objetivo era o desenvolvimento mais acelera<strong>do</strong> da<br />
região. Para tanto, fez publicar em órgãos de<br />
divulgação nacional anúncio de terras gratuitas, de<br />
primeira qualidade, para quem derrubasse a mata,<br />
plantasse, produzisse, pagasse impostos e nelas<br />
vivesse, no mínimo, por seis anos; após o que, o<br />
outorga<strong>do</strong> receberia o título definitivo da<br />
propriedade. Diante <strong>do</strong> anúncio, não foram poucos<br />
os pequenos lavra<strong>do</strong>res que acreditaram e vieram<br />
para a área, como não faltaram especula<strong>do</strong>res de<br />
to<strong>do</strong>s os níveis.<br />
Ocupantes das terras devolutas da região de Porecatu,<br />
1949<br />
Sabe<strong>do</strong>res da existência das terras de<br />
ninguém, grandes proprietários avançaram sobre<br />
elas de forma desordenada, o mesmo<br />
acontecen<strong>do</strong> com inúmeros pequenos lavra<strong>do</strong>res.<br />
Nem tu<strong>do</strong>, porém, eram terras devolutas. Havia<br />
muitas propriedades particulares, devidamente,<br />
escrituradas. Na extensão da mata virgem que<br />
cobria a região, tornava-se impossível distinguir<br />
estas terras das terras devolutas de que o governo<br />
falava. Como conseqüência, o local transformou-se<br />
num caos.<br />
Com o fim da interventoria de Manoel<br />
Ribas e a entrada <strong>do</strong> governo seguinte, a confusão<br />
cresceu, com as autoridades fazen<strong>do</strong> <strong>do</strong>ações de<br />
forma indiscriminada daquelas áreas a<br />
apazigua<strong>do</strong>s políticos e a amigos, desrespeitan<strong>do</strong><br />
os compromissos <strong>do</strong> governo anterior de titulação<br />
das terras a quem nelas estivesse trabalhan<strong>do</strong> e<br />
produzin<strong>do</strong>, por mais de seis anos. Na terra sem<br />
leis – o sertão – tornaram-se constantes os<br />
assassinatos, as brigas, as escaramuças e as<br />
ameaças. Este ambiente de confusão é que foi<br />
escolhi<strong>do</strong> pelos próceres <strong>do</strong> Parti<strong>do</strong> Comunista<br />
para testar suas teorias de guerrilha rural, através<br />
das chamadas ligas camponesas, objetivan<strong>do</strong><br />
assumir por aí o poder da Nação. Teorias estas<br />
sintetizadas, a posteriori, no Manifesto Comunista<br />
de 1º de agosto de 1950, assina<strong>do</strong> pelo Secretário<br />
Geral <strong>do</strong> Parti<strong>do</strong>, Luiz Carlos Prestes.<br />
19<br />
Dentre os inúmeros e lamentáveis fatos<br />
ocorri<strong>do</strong>s no local, quan<strong>do</strong> <strong>do</strong>s possíveis acertos<br />
na disputa de quem era o <strong>do</strong>no de que. O conflito<br />
só se encerrou em 1951, com a intervenção<br />
policial <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.<br />
A disputa que se arrastou, durante quase<br />
<strong>do</strong>is lustros, travou-se entre posseiros que<br />
defendiam direitos legítimos; grileiros, grandes e<br />
pequenos, que não passavam de invasores de<br />
terras <strong>do</strong>s posseiros, ainda não tituladas, ou de<br />
particulares; e fazendeiros que defendiam as<br />
próprias terras e, com freqüência, alargavam suas<br />
divisas por terras alheias protegidas pela força <strong>do</strong>s<br />
jagunços, durante a noite, ou pela conivência de<br />
autoridades desinteressadas, imponentes ou<br />
corruptas, à luz <strong>do</strong> dia.<br />
Unidade 10<br />
Ocupação e Colonização <strong>do</strong>s<br />
Ingleses no Paraná<br />
A partir de então, um programa oficial de<br />
imigração européia contribuiu para a expansão <strong>do</strong><br />
povoamento e o aparecimento de novas atividades<br />
econômicas. As maiores levas de imigrantes que<br />
chegaram foram os poloneses, ucranianos, alemães<br />
e italianos e, os menores contingentes, suíços,<br />
franceses e ingleses. Para receber os novos<br />
habitantes para a região, foram funda<strong>do</strong>s núcleos<br />
coloniais, principalmente no Planalto de Curitiba.<br />
Iniciou-se a exploração da madeira.<br />
Cartilha <strong>do</strong> Programa de Tipografia, organiza<strong>do</strong> pela<br />
faculdade de engenharia <strong>do</strong> Paraná.<br />
O novo impulso de desenvolvimento<br />
ocorreu com a implantação de ferrovias na<br />
Província. Em 1880, iniciavam-se as obras de
Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />
construção da Estrada de Ferro Curitiba-Paranaguá,<br />
atravessan<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s trechos mais íngremes da<br />
Serra <strong>do</strong> Mar. Entre picos abruptos e abismos,<br />
engenheiros brasileiros construíram uma das obrasprimas<br />
da engenharia mundial. Em 1885, os trens<br />
passaram a correr pela primeira vez entre<br />
Paranaguá e Curitiba.<br />
A indústria madeireira desenvolveu-se com<br />
o aparecimento de outras ferrovias, ligan<strong>do</strong> as<br />
regiões das Mata de Araucárias aos portos,<br />
principalmente de Paranaguá, e à São Paulo.<br />
Grande número de serrarias ia acompanhan<strong>do</strong> as<br />
ferrovias em direção ao interior <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. Com o<br />
avanço das estradas de ferro que acompanhavam a<br />
expansão <strong>do</strong> café de São Paulo, o transporte com<br />
mulas foi desaparecen<strong>do</strong>. O declínio <strong>do</strong> comércio<br />
de muares acarretou uma crise na sociedade<br />
pastoril paranaense.<br />
A partir de 1922, o governo estadual<br />
começa a conceder terras a empresas privadas de<br />
colonização, preferin<strong>do</strong> usar seus re<strong>curso</strong>s na<br />
construção de escolas e estradas.<br />
Naquele ano, atenden<strong>do</strong> a um convite <strong>do</strong><br />
governo brasileiro - que sabia <strong>do</strong> interesse <strong>do</strong>s<br />
ingleses em abrir áreas para o cultivo de algodão<br />
no exterior - chega a Missão Montagu, chefiada<br />
por Lord Lovat, técnico em agricultura e<br />
reflorestamento. Lord Lovat ficou impressiona<strong>do</strong><br />
com o solo norte-paranaense e acabou adquirin<strong>do</strong><br />
duas glebas para instalar fazendas e máquinas de<br />
beneficiamento de algodão, com o apoio de "Brazil<br />
Plantations Syndicate", de Londres.<br />
O empreendimento fracassou, devi<strong>do</strong> aos<br />
preços baixos e à falta de sementes sadias no<br />
merca<strong>do</strong>, obrigan<strong>do</strong> a uma mudança nos planos.<br />
Foi criada, assim, em Londres, a Paraná<br />
Plantations e sua subsidiária brasileira, a<br />
Companhia de Terras Norte <strong>do</strong> Paraná, que<br />
transformaria as propriedades <strong>do</strong> empreendimento<br />
frustra<strong>do</strong> em projetoimobiliários. Na verdade, era<br />
uma tentativa de ressarcir o grupo inglês <strong>do</strong><br />
prejuízo <strong>do</strong> projeto anterior.<br />
Sede Parana Plantation Ltd em Londrina, denomina<strong>do</strong><br />
Companhia de terras Norte <strong>do</strong> Paraná.<br />
Já de início, a Companhia concedeu to<strong>do</strong>s<br />
os títulos de propriedade da terra, medida<br />
inusitada para as condições da região e mesmo <strong>do</strong><br />
20<br />
Brasil. Por isso, os conflitos entre colonos antigos<br />
e os recém-chega<strong>do</strong>s praticamente não existiram<br />
na zona colonizada pelos ingleses.<br />
Porém, a grande novidade introduzida<br />
pela Companhia e que lhe valeria o "slogan" de "a<br />
mais notável obra da colonização que o Brasil já<br />
viu" foi a repartição <strong>do</strong>s terrenos em lotes<br />
relativamente pequenos. Os ingleses promoveram,<br />
desta forma, uma verdadeira reforma agrária, sem<br />
intervenção <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, no Norte <strong>do</strong> Paraná,<br />
oferecen<strong>do</strong> aos trabalha<strong>do</strong>res sem posses a<br />
oportunidade de adquirirem os pequenos lotes, já<br />
que as modalidades de pagamento eram<br />
adequadas às condições de cada compra<strong>do</strong>r.<br />
Produção familiar muito presente nas propriedades <strong>do</strong><br />
norte <strong>do</strong> Paraná.<br />
A Companhia explicitaria a sua política:<br />
"Favorecer e dar apoio aos pequenos<br />
fazendeiros, sem por isso deixar de levar em<br />
consideração aqueles que dispunham de maiores<br />
re<strong>curso</strong>s".<br />
Este sistema estimulou muito a<br />
concentração da produção - principalmente<br />
cafeeira -, a explosão demográfica, a expansão de<br />
núcleos urbanos e o aparecimento de classes<br />
médias rurais.<br />
O projeto de colonização, além disto,<br />
trouxe outras inovações, como a propaganda em<br />
larga escala, transporte gratuito para os colonos,<br />
posse das terras em quatro anos, alguma<br />
assistência técnica e financeira, levantamento de<br />
toda a área e até o mapeamento <strong>do</strong> solo em<br />
algumas zonas.<br />
Londrina surgiu em 1929 como primeiro<br />
posto avança<strong>do</strong> deste projeto inglês. Na tarde <strong>do</strong><br />
dia 21 de agosto de 1929, chega a primeira<br />
expedição da Companhia de Terras Norte <strong>do</strong><br />
Paraná ao local denomina<strong>do</strong> Patrimônio Três<br />
Bocas, onde o engenheiro Dr. Alexandre<br />
Razgulaeff fincou o primeiro marco nas terras<br />
onde surgiria Londrina.<br />
A Companhia possuía ainda um braço que<br />
era um empreendimento Ferroviário, denomina<strong>do</strong><br />
Cia ferroviaária São Paulo-Paraná, começa a<br />
espalhar a colonização <strong>do</strong> norte <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>. A partir<br />
da compra da linha férrea que ligava Ourinhos ao
Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />
centro da Parana Plantations, com posto em<br />
Londrina, a ferrovia fez com que os<br />
assentamentos urbanos surgissem alinha<strong>do</strong>s ao<br />
longo <strong>do</strong>s trilhos. Pioneiros e imigrantes ocuparam<br />
as terras em torno <strong>do</strong> trilho.<br />
Logo da Rede Viação Paraná e Santa Catarina, Presente<br />
na antiga estação de Londrina, hoje o atual Museu<br />
Histórico Pe. Carlos Weiss em Londrina-PR.<br />
A linha férrea foi a nortea<strong>do</strong>ra de<br />
praticamente to<strong>do</strong> o empreendimento da Parana<br />
Plantation. Na época, a ferrovia ligava municípios<br />
próximos de Londrina até Mandaguari, as cidades<br />
não foram ―plantadas‖ aleatoriamente, mas<br />
seguiam uma configuração. Em toda cidade existia<br />
uma estação ferroviária onde a cidade crescia em<br />
volta <strong>do</strong> terminal. E em torno de cada município<br />
existiam as áreas verdes com as plantações<br />
agrícolas, principalmente as de café.<br />
Foto da década de 1930 da Estação ferroviário de<br />
Jataizinho.<br />
Foto de 2001 <strong>do</strong> prédio desativa<strong>do</strong> e aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong> da<br />
antiga estação ferroviária.<br />
21<br />
As novas cidades seguiram o padrão<br />
urbano britânico: uma estação ferroviária como<br />
ponto de origem da cidade; igreja, escola e<br />
prefeitura na área central; e cemitério afasta<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />
Centro. Todas as cidades ‗plantadas‘ pela<br />
companhia tinham a mesma identidade. Além da<br />
estrutura padronizada, os municípios eram<br />
rodea<strong>do</strong>s pelas plantações, como uma espécie de<br />
―cinturão verde‖, Além de Londrina, temos as<br />
cidades Apucarana, Cambé, Rolândia, Arapongas<br />
como exemplo da padronização.<br />
Fundada por Lovat, a companhia britânica<br />
Parana Plantation Ltd., com sede em Londres, foi<br />
responsável pelas grandes transformações<br />
territoriais empreendidas na porção superiror <strong>do</strong><br />
esta<strong>do</strong>. A empresa atuou no Paraná entre os anos<br />
de 1924 e 1944, quan<strong>do</strong> foi liquidada e vendida a<br />
Companhia Melhoramentos Norte <strong>do</strong> Paraná.<br />
Unidade 11<br />
O Paraná <strong>do</strong>s últimos tempos<br />
Ney Braga: Em 1961<br />
elege-se governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong><br />
Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná e<br />
governará entre 1961 a<br />
1965, agora já como uma<br />
das maiores lideranças<br />
políticas nacionais, <strong>do</strong><br />
Parti<strong>do</strong> Democrata Cristão.<br />
Em 1963 atinge o posto<br />
de general <strong>do</strong> Exército. De<br />
1961 a 1964 Ney Braga<br />
transforma o Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná numa economia<br />
moderna.<br />
O esta<strong>do</strong> viverá seu momento de maior<br />
prosperidade e de criação da infra-estrutura<br />
econômica que o caracterizará nos trinta anos<br />
seguintes. Ney Braga foi o responsável pela<br />
criação <strong>do</strong> Plano de Desenvolvimento Econômico<br />
<strong>do</strong> Paraná, projeto ousa<strong>do</strong> de industrialização<br />
basean<strong>do</strong> em financiamento com re<strong>curso</strong>s próprios<br />
<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.Criou empresas como Sanepar, Celepar<br />
que funcionariam como instrumentos de apoio ao<br />
gigantesco projeto de modernização, fortaleceu a<br />
Companhia a Copel; reestruturou o Banesta<strong>do</strong>.<br />
No de 1967 foi eleito sena<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Paraná<br />
pela ARENA. Esse é um perío<strong>do</strong> crítico na vida<br />
política brasileira. Em 1968, Ney faz parte de um<br />
grupo de sena<strong>do</strong>res da ARENA que se manifesta<br />
publicamente contra o Ato Institucional n. 5<br />
mesmo sen<strong>do</strong> militar, Ney era convicto democrata,<br />
e, por sua oposição ao AI-5, foi inclusive<br />
ameaça<strong>do</strong> de cassação, permanecen<strong>do</strong> no<br />
ostracismo político durante o governo de Emílio
Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />
Médici. Será sena<strong>do</strong>r até 1974, quan<strong>do</strong> assumirá o<br />
Ministério da Educação <strong>do</strong> Governo Ernesto Geisel,<br />
voltou ao governo <strong>do</strong> Paraná em 1979 para um<br />
novo perío<strong>do</strong> de operosa administração voltada<br />
para o aumento da renda per capita <strong>do</strong><br />
paranaense e para o desenvolvimento social <strong>do</strong><br />
Esta<strong>do</strong>. Sua segunda gestão dedicou particular<br />
atenção à interiorização <strong>do</strong> apoio à produção, a<br />
melhorias <strong>do</strong> setor de transportes. Ainda no<br />
segun<strong>do</strong> governo Ney Braga, a Copel idealizou um<br />
programa de eletrificação rural com custos<br />
razoavelmente baixos para os proprietários rurais.<br />
Batiza<strong>do</strong> de Clic Rural, o programa foi financia<strong>do</strong><br />
pelo Banco Mundial e implanta<strong>do</strong> pelos governos<br />
que o sucederam.<br />
Paulo Pimentel, foi<br />
secretário da agricultura<br />
no governo de Ney<br />
Braga. Candidato a<br />
governa<strong>do</strong>r pelo Parti<strong>do</strong><br />
Trabalhista Nacional foi<br />
eleito em outubro de<br />
1965. Na administração<br />
continuou com<br />
programas de expansão<br />
econômica, estendeu<br />
para o interior o serviço de luz e energia. Diversas<br />
usinas elétricas entre elas Capivari-Cachoeira, Júlio<br />
Mesquita e Salto Grande <strong>do</strong> Iguaçu. Promoveu<br />
financiamentos de empresas da indústria e outras<br />
companhias, ampliou a rede <strong>do</strong> Banesta<strong>do</strong>. A<br />
saúde pública foi um <strong>do</strong>s setores que teve uma<br />
boa atenção. Fez assentamentos rurais em termos<br />
pacíficos. Estimulou o desfavelamento e bons<br />
projetos de assistência social, obras públicas,<br />
agricultura, ro<strong>do</strong>vias novas e pavimentação de<br />
muitas outras. Implantou a Telepar.Foi eleito<br />
deputa<strong>do</strong> federal, ten<strong>do</strong> participa<strong>do</strong> da Assembleia<br />
Nacional Constituinte, de 1987.<br />
José Richa: Em 1962,<br />
elegeu-se deputa<strong>do</strong> federal e,<br />
após o golpe militar de 1964,<br />
filiou-se ao MDB, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong><br />
um de seus funda<strong>do</strong>res. Foi<br />
reeleito em 1966. Dois anos<br />
depois, foi eleito prefeito de<br />
Londrina, fican<strong>do</strong> no cargo<br />
entre 1973 e 1977. Em 1978,<br />
elegeu-se sena<strong>do</strong>r. Nas<br />
eleições de 1982, Richa foi<br />
eleito governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Paraná.<br />
No mandato, desenvolveu uma série projetos<br />
sociais como o leite das crianças, e o uso da soja<br />
comprada pelo esta<strong>do</strong> para beneficiamento em<br />
Carne Vegetal distribuída as famílias de baixa<br />
renda, engajan<strong>do</strong>-se também na campanha das<br />
eleições Diretas Já para a Presidência da República.<br />
Fui um <strong>do</strong>s principais críticos a ações da ditadura e<br />
<strong>do</strong>s projetos da ARENA defendia a abertura<br />
democrática nas andanças e comícios pelo esta<strong>do</strong>,<br />
22<br />
foi um <strong>do</strong>s responsáveis em popularizar o adesivo<br />
e broche no peito no Paraná como sinal de amor.<br />
Em 1986, afastou-se <strong>do</strong> governo<br />
paranaense para candidatar-se a uma vaga no<br />
Sena<strong>do</strong> Federal. Em 1990, concorreu ao governo<br />
<strong>do</strong> Paraná, fican<strong>do</strong> em 3º lugar. Richa cumpriu<br />
mandato no Sena<strong>do</strong> até 1995.<br />
Álvaro Dias: foi Eleito<br />
governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />
Paraná em 1986, disputou<br />
também em 1989 a<br />
indicação <strong>do</strong> candidato <strong>do</strong><br />
PMDB à presidência da<br />
República com Ulysses<br />
Guimarães, Waldyr Pires e<br />
Íris Rezende. Logo depois<br />
deixou o parti<strong>do</strong> e filiou-se<br />
ao PST. Em 1998, já pelo<br />
PSDB, é novamente eleito para o Sena<strong>do</strong>.<br />
Em seu governo inicia uma série de reformas e<br />
atualizações das vias <strong>do</strong> Paraná, é um <strong>do</strong>s<br />
primeiros governa<strong>do</strong>res <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> que segue uma<br />
tendência surgida no Brasil no fim da década de<br />
1980 de estampar uma marca ao seu governo.<br />
Placa de cimento de propaganda com a logo marca <strong>do</strong><br />
governo de Álvaro Dias que mistura a letra A com uma<br />
seta para cima.<br />
Cria uma programa de incentivo a<br />
produção agrícola investin<strong>do</strong> re<strong>curso</strong>s nessa área<br />
o que liberou uma série de financiamentos ao<br />
produtor rural, entretanto esse programa deixou<br />
muitos agricultores endividadas devi<strong>do</strong> aos juros<br />
de atraso já que não havia um lastro maior, isso<br />
mostra a fragilidade da estrutura <strong>do</strong> plano e da<br />
economia brasileira na época. Um <strong>do</strong>s episódios<br />
mais conheci<strong>do</strong>s e que ficou na memória <strong>do</strong><br />
Paranaense foi a ataque das tropas de cavalaria<br />
da policia contra os professores das escolas<br />
públicas na greve de 1988.<br />
Filiou-se ao PDT, após ter si<strong>do</strong> expulso <strong>do</strong><br />
PSDB devi<strong>do</strong> as incompatibilidades políticas no<br />
processo das CPI´s. Candidata-se ao governo<br />
paranaense em 2002, mas perdeu no segun<strong>do</strong><br />
turno para Roberto Requião. Retornan<strong>do</strong> ao PSDB<br />
em 2003 onde permanece atualmente. Reelege-se<br />
para o seu terceiro mandato de sena<strong>do</strong>r da<br />
República em 2006.
Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />
Jaime Lerner, a ua<br />
Carreira Política se inicia<br />
quan<strong>do</strong> se Filiou à Arena<br />
em 1971, após fazer parte<br />
Instituto de Planejamento<br />
Urbano de Curitiba<br />
(IPPUC), responsável pelo<br />
Plano Diretor da cidade.<br />
Ainda em 1971 foi<br />
nomea<strong>do</strong> prefeito biônico<br />
da capital paranaense<br />
sen<strong>do</strong> nomea<strong>do</strong> novamente em 1979. Em 1988<br />
foi eleito prefeito de Curitiba mas desta vez por<br />
voto direto pelo PDT. Em 1994, foi eleito<br />
governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Paraná e em 1998, troca o PDT<br />
pelo então Parti<strong>do</strong> da Frente Liberal (PFL) (atual<br />
Democratas) e é reeleito governa<strong>do</strong>r com<br />
mandato até 2002. Durante sua gestão à frente <strong>do</strong><br />
Governo <strong>do</strong> Paraná, foram privatiza<strong>do</strong> o<br />
Banesta<strong>do</strong>, a Telepar e abertura de 48% <strong>do</strong><br />
capital da Sanepar, além da concessão à iniciativa<br />
privada da Ferroeste e de ro<strong>do</strong>vias federais que<br />
cortam o Esta<strong>do</strong> forman<strong>do</strong> o Anel de Integração<br />
com ro<strong>do</strong>vias pedagiadas. Em 2001, o Governo<br />
teve a tentativa de privatizar a Copel, mas a<br />
tentativa é frustrada pelos deputa<strong>do</strong>s estaduais e<br />
as ações populares.<br />
Roberto Requião é<br />
membro de uma das<br />
famílias políticas mais<br />
tradicionais <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />
Paraná. Após ter si<strong>do</strong><br />
verea<strong>do</strong>r, deputa<strong>do</strong><br />
estadual e prefeito de<br />
Curitiba. Foi eleito para o<br />
primeiro mandato em<br />
1990 Substituin<strong>do</strong> Álvaro<br />
Dias, nessa ocasião Álvaro<br />
apóia a candidatura de Requião. Entre seus feitos é<br />
importante destacar a Construção da Ferroeste,<br />
que era a ferrovia que ligou a cidade de Cascavel<br />
no oeste <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> ao Porto de Paranaguá no<br />
litoral, essa construção foi feita em parceria com o<br />
Exército Brasileiro. Concluiu da Usina Hidrelétrica<br />
de Segre<strong>do</strong>, que conquistou nesta ocasião a autosuficiência<br />
energética para o esta<strong>do</strong>. Faz a<br />
duplicação da ro<strong>do</strong>via Curitiba-Garuva (trecho<br />
paranaense da BR-376, que leva à Santa Catarina),<br />
conhecida, na época, pelo alto número de<br />
acidentes fatais. A obra foi realizada com re<strong>curso</strong>s<br />
<strong>do</strong> esta<strong>do</strong>, inicia a construção da Ponte Ayrton<br />
Senna, entre Guaíra (Paraná) e Mun<strong>do</strong> Novo (Mato<br />
Grosso <strong>do</strong> Sul), que é a maior ponte fluvial <strong>do</strong><br />
Brasil, Inicia também as obras da Usina de Salto<br />
Caxias. 2º Na sucessão de Jaime Lerner, em 2002,<br />
houve um <strong>do</strong>s maiores embates políticos da <strong>história</strong><br />
<strong>do</strong> Paraná. Antes alia<strong>do</strong>s, agora adversários<br />
políticos, Roberto Requião e Álvaro Dias disputaram<br />
as eleições para o governo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. Álvaro Dias<br />
foi o primeiro coloca<strong>do</strong> no primeiro turno com 1,62<br />
milhão de votos (31,40%) contra 1,35 milhão de<br />
23<br />
Requião (26,18%). No segun<strong>do</strong> turno, Requião<br />
venceu com 2,68 milhões de votos (55,15%) contra<br />
2,18 milhões de Álvaro. Em seu segun<strong>do</strong> mandato<br />
destacamos a grande melhoria das estradas <strong>do</strong><br />
Paraná, na qual 40% de toda a malha ro<strong>do</strong>viária <strong>do</strong><br />
Paraná estavam em condições ruins ou péssimas.<br />
No final de 2006 esse índice foi reduzi<strong>do</strong> para 5%.<br />
Constrói a Escola Antônio <strong>do</strong>s Três Reis,<br />
em Apucarana, que será a escola mais moderna <strong>do</strong><br />
esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná.<br />
Dá inicio uma campanha que os setores <strong>do</strong> esta<strong>do</strong><br />
passaram a utilizar o software livre, assim o<br />
esta<strong>do</strong> economizou aproximadamente 127 milhões<br />
de reais em licenças e contratos de softwares. O<br />
valor poderia ser maior se empresas como a Copel<br />
e a Sanepar tivessem a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> o software livre.<br />
Hoje a Celepar desenvolve sistemas basea<strong>do</strong>s nos<br />
Software Livre, como administra<strong>do</strong>res de sítio,<br />
gerencia<strong>do</strong>res de <strong>do</strong>cumentos, e assistência aos<br />
meios de comunicação. Projeto que embasou o<br />
governo estadual da Bahia e o Governo Federal<br />
para o desenvolvimento software livre.<br />
Outras inciativas que merecem destaque<br />
é as ações na segurança pública, um programa de<br />
mapeamento georeferencia<strong>do</strong> da ocorrência de<br />
crimes. Inicia o projeto Educação: Paraná Digital,<br />
projeto de inclusão digital que acabou com a<br />
entrega das Tevês pen-drive nas escolas estaduais<br />
no terceiro mandato.No seu terceiro mandato foi<br />
reeleito no segun<strong>do</strong> turno por uma apertadíssima<br />
diferença de 10.479 votos, equivalentes a apenas<br />
0,2% <strong>do</strong>s votos váli<strong>do</strong>s (recebeu 2.668.611 votos,<br />
contra 2.658.132 de Osmar Dias). É o primeiro<br />
governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Paraná a conquistar três mandatos<br />
por eleição direta.<br />
No início <strong>do</strong> terceiro mandato O governo <strong>do</strong><br />
esta<strong>do</strong> proibiu o embarque de transgênicos no<br />
Porto de Paranaguá. Opositores da medida alegam<br />
que a restrição favoreceu a movimentação <strong>do</strong>s<br />
portos nos esta<strong>do</strong>s vizinhos de Santa Catarina e<br />
São Paulo. Um <strong>do</strong>s outros pontos. Requião<br />
recebeu uma série de críticas por não conseguir<br />
acabar com os contratos <strong>do</strong> Pedágio feitos por<br />
Jaime Lerner. Uma outras crítica sobre seu<br />
governo são suas atitudes de nepotismo, no seu<br />
quadro de governo possui diversos familiares<br />
ocupan<strong>do</strong> cargos públicos ou assemelha<strong>do</strong>s, uma<br />
das polêmicas mais famosas foi em julho de 2008<br />
com a nomeação de seu irmão Maurício Requião<br />
para o cargo de Conselheiro <strong>do</strong> Tribunal de Contas<br />
<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná, cuja vaga deveria ser<br />
escolhida pela Assembléia Legislativa <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.<br />
Adversários políticos acusaram o governa<strong>do</strong>r de<br />
ter usa<strong>do</strong> sua influência política para convencer os<br />
parlamentares a votar no irmão.
Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />
Testes de<br />
Con<strong>curso</strong>s e Vestibulares:<br />
Questões Somatórias<br />
Paraná: Povos Indígenas:<br />
1 - (UEM – Inverno de 2009) Os índios<br />
que habitavam as terras hoje<br />
pertencentes ao esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná eram<br />
dividi<strong>do</strong>s em <strong>do</strong>is grandes grupos: os<br />
tupi-guaranis, que pre<strong>do</strong>minavam no<br />
litoral, e os tapuias ou jês. Sobre esses<br />
habitantes, assinale a(s) alternativa(s)<br />
correta(s).<br />
01) Os tupi-guaranis praticavam a<br />
agricultura, plantan<strong>do</strong> milho, mandioca,<br />
algodão e fumo.<br />
02) A erva-mate, cujo consumo é bastante<br />
dissemina<strong>do</strong> na região Sul <strong>do</strong> Brasil, já era<br />
utilizada pelos índios.<br />
04) A agricultura praticada pelos tapuias era<br />
bastante desenvolvida, com a utilização de<br />
um ara<strong>do</strong> de madeira que os tupis<br />
desconheciam.<br />
08) Os tupi-guaranis produziam objetos em<br />
cerâmica, teciam redes a partir <strong>do</strong> algodão<br />
que cultivavam e produziam farinha de<br />
mandioca.<br />
16) Para estudar as populações indígenas<br />
que viveram no Paraná, os pesquisa<strong>do</strong>res<br />
recorrem a procedimentos e a técnicas<br />
próprias da Arqueologia.<br />
Paraná: Formação Territorial:<br />
2- (UEM 2008 – Inverno)<br />
“Naturalmente, uma tão nova formação<br />
estadual não pode ter <strong>história</strong> própria.<br />
(...) a província <strong>do</strong> Paraná... muito se<br />
assemelha com as províncias <strong>do</strong> Sul, de<br />
Santa Catarina e de São Pedro; sem<br />
dúvida alguma, compartilhará também<br />
com estas, no futuro, <strong>do</strong><br />
desenvolvimento político e social. Com<br />
razão, pode o Paraná... ser<br />
recomenda<strong>do</strong> como muito apropria<strong>do</strong><br />
para acolher a colonização de<br />
lavra<strong>do</strong>res europeus, alemães, e, como<br />
aqui o que não falta são terrenos <strong>do</strong><br />
Esta<strong>do</strong> para vender, depende <strong>do</strong><br />
24<br />
governo provincial procurar, por meio<br />
de convenientes regulamentos, em<br />
breve atrair franca e seriamente o<br />
afluxo de campônios livres.” (Heinrich<br />
Handelmann, historia<strong>do</strong>r alemão,<br />
comentan<strong>do</strong> as condições <strong>do</strong> Paraná em<br />
mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> século XIX).<br />
Assinale o que for correto sobre a<br />
<strong>história</strong> <strong>do</strong> Paraná.<br />
01) A afirmação de Handelmann de que o<br />
Paraná ―não pode ter <strong>história</strong> própria‖ está<br />
baseada no fato de que, no perío<strong>do</strong> colonial e<br />
em parte <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> imperial, a <strong>história</strong> <strong>do</strong><br />
Paraná confundisse com a <strong>história</strong> de São<br />
Paulo.<br />
02) O Paraná separou-se politicamente de<br />
São Paulo, tornan<strong>do</strong>-se uma província, em 19<br />
de dezembro de 1853.<br />
04) A maior parte <strong>do</strong> território paranaense foi<br />
efetivamente colonizada somente a partir da<br />
segunda metade <strong>do</strong> século XIX, o que lhe<br />
deu a oportunidade histórica de ter um<br />
desenvolvimento econômico e social diferente<br />
das zonas de colonização mais antigas <strong>do</strong><br />
Brasil, como o nordeste açucareiro.<br />
08) No século XIX, o Paraná foi visto como<br />
uma região cujo clima poderia favorecer a<br />
imigração européia.<br />
16) Graças a um grande afluxo de imigrantes<br />
europeus, que trouxeram para o Brasil a<br />
mentalidade empresarial e novas técnicas<br />
produtivas, o Paraná tornou-se um esta<strong>do</strong><br />
industrializa<strong>do</strong> já na República Velha<br />
3 - (UEM 2008 – Inverno) Assinale o<br />
que for correto a respeito da <strong>história</strong><br />
colonial <strong>do</strong> território que hoje<br />
corresponde ao esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná.<br />
01) A fundação de Curitiba está ligada à<br />
exploração <strong>do</strong>s vastos pinheirais nativos que<br />
cobriam o planalto paranaense. O pinho era<br />
vendi<strong>do</strong> para Pernambuco e Bahia, onde era<br />
usa<strong>do</strong> como embalagem para exportação de<br />
açúcar.<br />
02) Na fase inicial da colonização, o território<br />
paranaense sob <strong>do</strong>mínio português ficou<br />
dividi<strong>do</strong> entre duas Capitanias Hereditárias:<br />
as pertencentes a Martin Afonso de Souza e a<br />
Pero Lopes de Souza.<br />
04) No século XVII, as vilas de Antonina e<br />
Morretes tornaram-se importantes centros<br />
exporta<strong>do</strong>res de açúcar para o merca<strong>do</strong><br />
europeu.<br />
08) Paranaguá foi o primeiro centro<br />
políticoadministrativo estabeleci<strong>do</strong> pelos
Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />
portugueses em território paranaense, sen<strong>do</strong><br />
eleva<strong>do</strong> à condição de vila entre 1646<br />
(ereção <strong>do</strong> Pelourinho) e 1648 (eleição para<br />
escolha das autoridades da Vila).<br />
16) Parte <strong>do</strong> território paranaense foi<br />
marcada pela ação missionária de jesuítas<br />
espanhóis que, entre o final <strong>do</strong> século XVI e<br />
início <strong>do</strong> século XVII, fundaram importantes<br />
reduções indígenas nas margens <strong>do</strong> rio<br />
Paranapanema.<br />
4 - (UEM 2008 – Inverno) Assinale o<br />
que for correto sobre o processo de<br />
colonização da região Norte <strong>do</strong> esta<strong>do</strong><br />
<strong>do</strong> Paraná.<br />
01) Após a destruição das reduções jesuíticas<br />
ali existentes no século XVII, a região Norte<br />
<strong>do</strong> Paraná ficou praticamente aban<strong>do</strong>nada<br />
durante séculos.<br />
02) A fundação da colônia militar de Jataí, às<br />
margens <strong>do</strong> rio Tibagi, em mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> século<br />
XIX, é considerada um <strong>do</strong>s marcos iniciais da<br />
ocupação efetiva <strong>do</strong> Norte paranaense.<br />
04) O primeiro ciclo econômico <strong>do</strong> chama<strong>do</strong><br />
norte novo paranaense baseou-se na<br />
extração <strong>do</strong> pinho e da erva-mate, plantas<br />
nativas da região.<br />
08) A cidade paulista de Registro funcionou<br />
como a principal porta de entrada para a<br />
colonização <strong>do</strong> Norte <strong>do</strong> Paraná.<br />
16) A construção da ferrovia ligan<strong>do</strong> São<br />
Paulo ao Paraná e a ação de uma empresa<br />
privada inglesa, a ―Paraná Plantation‖, foram<br />
de fundamental importância para a<br />
colonização <strong>do</strong> Norte paranaense.<br />
Paraná: Povoamento e Ocupação:<br />
5 - (UEM 2008 – Inverno) Leia o texto a<br />
seguir e assinale o que for correto a<br />
respeito da <strong>história</strong> <strong>do</strong> Paraná. “Tem ela<br />
a forma mais ou menos circular, e<br />
compõe-se de duzentas e vinte casas de<br />
pequenas dimensões e cobertas de<br />
telhas, quase todas de um só<br />
pavimento, sen<strong>do</strong> muitas, porém,<br />
construídas de pedra. Cada casa possuía<br />
o seu quintal, onde não se vêem<br />
bananeiras nem mamoeiros e cafeeiros;<br />
são macieiras, pessegueiros e outras<br />
árvores frutíferas européias, que ali<br />
costumam plantar.” (Descrição de<br />
Curitiba pelo naturalista francês August<br />
de Saint- Hilaire, em 1820).<br />
25<br />
01) No início <strong>do</strong> século XIX, a densidade<br />
populacional era baixa e a vida urbana tinha<br />
pouca expressão no Paraná.<br />
02) A pequenez de Curitiba, a simplicidade<br />
das casas particulares e a ausência de<br />
grandes edificações públicas podem ser<br />
tomadas como uma expressão da modesta<br />
posição ocupada pelo território paranaense<br />
na economia da América Portuguesa.<br />
04) A descrição <strong>do</strong>s quintais das casas<br />
curitibanas constitui um indício de que as<br />
condições geográficas de Curitiba não eram<br />
propícias ao desenvolvimento de uma<br />
economia baseada na exportação de gêneros<br />
tropicais para o merca<strong>do</strong> europeu.<br />
08) No perío<strong>do</strong> colonial, a fruticultura de<br />
exportação foi a principal atividade<br />
econômica <strong>do</strong> planalto paranaense.<br />
16) O gosto pelo cultivo de pomares e a<br />
preferência pelas frutas européias expressam<br />
o preconceito cultural e o racismo da classe<br />
<strong>do</strong>minante paranaense.<br />
6 - (UEM 2005 – 1º vestibular) Assinale<br />
o que for correto a respeito da <strong>história</strong><br />
da população e <strong>do</strong> povoamento <strong>do</strong><br />
Paraná.<br />
01) Antes da chegada de portugueses e de<br />
espanhóis, as terras <strong>do</strong> Paraná já eram<br />
povoadas por índios que se encontravam em<br />
um estágio de desenvolvimento material<br />
inferior ao <strong>do</strong>s Astecas, povo este que vivia<br />
no território que hoje corresponde ao México.<br />
02) O que dificultou a vinda de imigrantes<br />
negros, eslavos e orientais para o Paraná,<br />
nos séculos XIX e XX, foi a intolerância<br />
racista <strong>do</strong>s milhares de norte-americanos que<br />
haviam emigra<strong>do</strong> e se fixa<strong>do</strong> no território<br />
paranaense após o fim da Guerra de<br />
Secessão nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s (1861-1865).<br />
04) Maringá e Londrina são exemplos de<br />
cidades <strong>do</strong> Norte paranaense que foram<br />
povoadas, em<br />
grande parte, por paulistas e mineiros.<br />
08) No Paraná, o deslocamento da população<br />
rural para Curitiba e cidades de médio porte<br />
como Londrina e Maringá foi causa<strong>do</strong> pelo<br />
processo de mecanização agrícola e pelo fim<br />
<strong>do</strong> Colonato,<br />
na segunda metade <strong>do</strong> século XX.<br />
16) Na região <strong>do</strong>s Campos Gerais, o Ciclo <strong>do</strong><br />
Ga<strong>do</strong> estimulou a ocupação e o povoamento<br />
das terras devolutas, contribuin<strong>do</strong> para o<br />
surgimento de vários núcleos urbanos como<br />
Castro, Lapa e Guarapuava.
Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />
7- (UEM 2005 – 2º Vestibular) "Possuía<br />
uma companhia inglesa, a Paraná<br />
Plantation, vastos cafezais na região de<br />
Cambará. Para transportar sua<br />
produção, vai ser construída a estrada<br />
de ferro São Paulo-Paraná, ligan<strong>do</strong><br />
Ourinhos a Cambará. Com essa estrada<br />
de ferro, estava definitivamente liga<strong>do</strong><br />
o Norte <strong>do</strong> Paraná aos centros<br />
consumi<strong>do</strong>res, como São Paulo, e<br />
exporta<strong>do</strong>res, como Santos. Mas ainda<br />
não estava coloniza<strong>do</strong>, nem conheci<strong>do</strong>.<br />
Resolveram então os ingleses da Paraná<br />
Plantation colonizar a região. Nunca<br />
poderiam ter adivinha<strong>do</strong>, nem sequer<br />
sonha<strong>do</strong>, o esplêndi<strong>do</strong> futuro da região<br />
que se propunham a colonizar. A Paraná<br />
Plantation des<strong>do</strong>brou-se em duas<br />
companhias: a Companhia de Terras<br />
Norte <strong>do</strong> Paraná e a Companhia<br />
Ferroviária São Paulo-Paraná".<br />
(WACHOWICZ, R. C. História <strong>do</strong> Paraná.<br />
Curitiba: Editora <strong>do</strong>s Professores,<br />
1968).<br />
A respeito da colonização e <strong>do</strong><br />
desenvolvimento <strong>do</strong> Norte <strong>do</strong> Paraná,<br />
assinale a(s) alternativa(s) correta(s).<br />
01) A colonização <strong>do</strong> Norte <strong>do</strong> Paraná, com o<br />
cultivo <strong>do</strong> café, foi rápida e dinâmica por<br />
contar com a mão-de-obra abundante <strong>do</strong>s<br />
índios que habitam a região.<br />
02) A colonização <strong>do</strong> Norte <strong>do</strong> Paraná, devi<strong>do</strong><br />
à propaganda realizada pela companhia<br />
lotea<strong>do</strong>ra e pela extraordinária fertilidade <strong>do</strong><br />
solo, atraiu imigrantes de muitas regiões <strong>do</strong><br />
Brasil e de outras nacionalidades como<br />
japoneses, alemães e italianos.<br />
04) A companhia Paraná Plantation adquiriu<br />
<strong>do</strong> governo <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná uma área de<br />
terra devoluta superior a 12.000 km2, que<br />
possuía pouco valor por estar localizada à<br />
grande distância de Curitiba e sem nenhuma<br />
via de transporte.<br />
08) A Companhia de Terras Norte <strong>do</strong> Paraná<br />
priorizou a venda de suas terras a grandes<br />
grupos econômicos que adquiriram vastas<br />
áreas de terra, forman<strong>do</strong> grandes latifúndios<br />
com baixa produtividade.<br />
16) A colonização da cidade de Maringá foi<br />
realizada ainda no século XIX, sen<strong>do</strong> que a<br />
Companhia de Terras Norte <strong>do</strong> Paraná<br />
apenas se apoderou de toda a estrutura<br />
existente na região para elevar, ainda mais, o<br />
preço de suas<br />
26<br />
terras, uma vez que o compra<strong>do</strong>r não<br />
necessitava enfrentar as adversidades de<br />
uma região de floresta.<br />
8 - (UEM 2008 – Inverno) “Em<br />
contraste com a região Norte, salvo por<br />
alguns terrenos em que se desprezou o<br />
perigo das geadas e se tentou a cultura<br />
<strong>do</strong> café, o Oeste não recebeu o influxo<br />
<strong>do</strong>s capitais e da ação <strong>do</strong>s cafeicultores<br />
paulistas, sen<strong>do</strong> porém alvo de um<br />
planejamento de ocupação por parte <strong>do</strong><br />
governo paranaense.” (TRINDADE,<br />
Etelvina M. de Castro e ANDREAZZA,<br />
Maria Luiza. Cultura e Educação no<br />
Paraná. Curitiba, Seed, 2001, p. 97).<br />
Assinale o que for correto sobre a<br />
<strong>história</strong> <strong>do</strong> Paraná.<br />
01) Gaúchos e catarinenses constituíram a<br />
principal corrente de imigração no processo<br />
de colonização <strong>do</strong> Oeste paranaense.<br />
02) A colonização moderna <strong>do</strong> Noroeste<br />
paranaense está associada ao tropeirismo.<br />
04) O cultivo <strong>do</strong> chá nas terras roxas foi a<br />
principal atividade econômica no processo de<br />
ocupação <strong>do</strong> Norte paranaense.<br />
08) Embora planejada pelo governo, a<br />
colonização <strong>do</strong> Oeste e <strong>do</strong> Su<strong>do</strong>este<br />
paranaenses foi marcada por tensões e por<br />
conflitos de terras, uma vez que parte <strong>do</strong>s<br />
lotes vendi<strong>do</strong>s às empresas coloniza<strong>do</strong>ras e<br />
aos novos povoa<strong>do</strong>res já estava ocupada há<br />
longa data por posseiros.<br />
16) A grande geada de 1975 é um marco<br />
importante no processo de substituição da<br />
cafeicultura por culturas mecanizadas, como<br />
soja e trigo, no Norte paranaense.<br />
9 - (UEM – Verão de 2008) Leia o texto<br />
e assinale a(s) alternativa(s) correta(s).<br />
“Em 1628, apareceu, na região, Antônio<br />
Raposo Tavares, com 3.000 homens,<br />
<strong>do</strong>s quais 2.000 eram índios. Durante<br />
meses, permaneceu nas margens <strong>do</strong><br />
Tibagi, capturan<strong>do</strong> os índios que<br />
encontrasse e esperan<strong>do</strong> algum<br />
pretexto para atacar as reduções,<br />
ataque esse que era o real objetivo de<br />
sua presença ali.” (WACHOWICZ, R.C.<br />
História <strong>do</strong> Paraná. Curitiba: Ed. <strong>do</strong>s<br />
Professores, 1968, p.19).<br />
01) As ―reduções às margens <strong>do</strong> Tibagi‖ a<br />
que se refere o texto foram fundadas pelos<br />
jesuítas espanhóis em áreas que, em nossos<br />
dias, fazem parte <strong>do</strong> território paranaense.
Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />
02) Com a destruição das reduções, os<br />
bandeirantes ocuparam o território às<br />
margens <strong>do</strong> Rio Tibagi com o cultivo <strong>do</strong> café.<br />
04) Os ataques <strong>do</strong>s bandeirantes às reduções<br />
<strong>do</strong> Guairá obrigaram os jesuítas e os índios<br />
sobreviventes a transladarem-se para o Sul, à<br />
margem esquerda <strong>do</strong> Rio Uruguai, no atual<br />
território <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Sul.<br />
08) Após destruir as reduções, os paulistas<br />
fundaram as primeiras cidades da região: Vila<br />
Rica <strong>do</strong> Espírito Santo e Guaíra.<br />
16) Os territórios que compreenderam as<br />
missões jesuítas <strong>do</strong> Guairá pertenciam à<br />
Espanha e foram incorpora<strong>do</strong>s ao Brasil pelos<br />
trata<strong>do</strong>s de Madrid e de Santo Ildefonso,<br />
assina<strong>do</strong>s entre Portugal e Espanha.<br />
10 - (UEM – Inverno de 2009) Sobre a<br />
ocupação europeia <strong>do</strong> território que<br />
hoje pertence ao esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná,<br />
assinale a(s) alternativa(s) correta(s).<br />
01) Paranaguá, primeira vila fundada <strong>do</strong><br />
Paraná, tinha como principal atividade o<br />
escoamento de produtos agrícolas para a<br />
metrópole.<br />
02) A atividade econômica praticada pelo<br />
tropeirismo foi responsável pela criação de<br />
vilas que mais tarde se tornariam importantes<br />
cidades paranaenses.<br />
04) Com a expulsão <strong>do</strong>s jesuítas espanhóis,<br />
deu-se a imediata ocupação <strong>do</strong> interior <strong>do</strong><br />
Esta<strong>do</strong> e o aban<strong>do</strong>no das atividades da<br />
extração <strong>do</strong> ouro no litoral.<br />
08) Diferentemente de outros Esta<strong>do</strong>s<br />
brasileiros, o território paranaense jamais<br />
sofreu a interferência das Expedições<br />
Bandeirantes.<br />
16) Entre os séculos XVI e XVII, parte <strong>do</strong><br />
atual esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná esteve sob <strong>do</strong>mínio<br />
<strong>do</strong> governo espanhol.<br />
11 - (UEM – Verão 2009) Leia o trecho a<br />
seguir e assinale o que for correto.<br />
“A partir da década de 1960, o Paraná<br />
pode ser considera<strong>do</strong> um Esta<strong>do</strong><br />
territorialmente ocupa<strong>do</strong>. Cessaram<br />
então de existir frentes pioneiras, não<br />
restan<strong>do</strong> mais terras a serem ocupadas<br />
e colonizadas. Completavase<br />
historicamente o perío<strong>do</strong> de ocupação<br />
territorial” (WACHOWICZ, Ruy<br />
Christovam. História <strong>do</strong> Paraná, 1995,<br />
7ª. edição, p. 267).<br />
27<br />
01) A ocupação <strong>do</strong>s Campos Gerais, a partir<br />
<strong>do</strong> século XVIII, deveu-se à introdução da<br />
cultura <strong>do</strong> café na região.<br />
02) Diferentemente <strong>do</strong> que ocorreu no Rio<br />
Grande <strong>do</strong> Sul e em Santa Catarina, a<br />
imigração de poloneses e de alemães não<br />
influenciaram a cultura paranaense.<br />
04) A partir <strong>do</strong> final <strong>do</strong> século XIX, com a<br />
fixação de imigrantes japoneses, foram<br />
introduzidas novas culturas agrícolas no<br />
Norte <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.<br />
08) A partir da década de 1930, migrantes,<br />
sobretu<strong>do</strong> paulistas e mineiros, passaram a<br />
ocupar a região Norte <strong>do</strong> Paraná.<br />
16) A partir da década de 1950, os<br />
imigrantes vin<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Sul e de<br />
Santa Catarina foram responsáveis pela<br />
ocupação da maior parte <strong>do</strong> Su<strong>do</strong>este e de<br />
parte <strong>do</strong> Oeste <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.<br />
12 -(UEM – Verão 2009) Sobre a<br />
colonização europeia da região <strong>do</strong> atual<br />
Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná, compreendida entre<br />
os rios Paranapanema, Paraná e Piquiri,<br />
assinale a(s) alternativa(s) correta(s).<br />
01) Na segunda metade <strong>do</strong> século XVI, os<br />
coloniza<strong>do</strong>res espanhóis fundaram na região<br />
as vilas Ciudad Real de Guairá e Vila Rica <strong>do</strong><br />
Espírito Santo.<br />
02) Os jesuítas espanhóis organizaram na<br />
região as missões ou reduções, com o<br />
objetivo de catequizar índios.<br />
04) Os jesuítas foram expulsos da região<br />
pelos ataques <strong>do</strong>s bandeirantes paulistas.<br />
08) No século XVIII, esse território foi<br />
incorpora<strong>do</strong> ao Brasil pelos trata<strong>do</strong>s de<br />
limites de Madrid e de Santo Ildelfonso.<br />
16) O Paraguai foi o ponto de partida <strong>do</strong>s<br />
coloniza<strong>do</strong>res espanhóis que ocuparam a<br />
região descrita no enuncia<strong>do</strong>.<br />
Paraná Império: <strong>história</strong> Política<br />
13 - (UEM 2005 – 2º Vestibular) Sobre a<br />
<strong>história</strong> política <strong>do</strong> Paraná, assinale o<br />
que for correto.<br />
01) A Revolução Farroupilha ou Guerra <strong>do</strong>s<br />
Farrapos (1835-1845) foi um movimento<br />
político lidera<strong>do</strong> pelo político paranaense<br />
Bento Gonçalves e que teve por objetivo<br />
separar o Paraná <strong>do</strong> Império brasileiro e<br />
transformá-lo em uma república<br />
independente, a República de Piratini.
Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />
02) O Paraná foi o primeiro esta<strong>do</strong> brasileiro<br />
a abolir a escravidão e a conceder direitos<br />
políticos aos ex escravos, o que ocorreu em<br />
1860.<br />
04) Um <strong>do</strong>s objetivos da Revolução de 1930,<br />
liderada por Getúlio Vargas e pelo movimento<br />
tenentista, era acabar com o pre<strong>do</strong>mínio das<br />
elites agrárias <strong>do</strong> Paraná e de Minas Gerais,<br />
que se alternavam no governo federal desde<br />
a proclamação da República a partir <strong>do</strong><br />
esquema político que ficou conheci<strong>do</strong> como a<br />
política <strong>do</strong> café com leite.<br />
08) A Revolução Federalista, desencadeada<br />
em 1893 por políticos <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Sul<br />
descontentes com o autoritarismo político <strong>do</strong><br />
Presidente Floriano Peixoto, encontrou<br />
adeptos e também se alastrou pelo esta<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />
Paraná. Os principais palcos da luta no<br />
Paraná foram as cidades de Curitiba, Lapa e<br />
Castro.<br />
16) A Revolução Constitucionalista de 1932,<br />
um <strong>do</strong>s mais importantes movimentos de<br />
contestação enfrenta<strong>do</strong>s pela Ditadura de<br />
Getúlio Vargas, foi uma revolta organizada<br />
em Curitiba por políticos da elite cafeeira<br />
paranaense descontentes com o<br />
esvaziamento <strong>do</strong> poder político <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><br />
após a Revolução de 1930.<br />
Paraná Império:Ciclo Econômico da<br />
Erva Mate:<br />
14 - (UEM – Verão 2009) Leia a citação<br />
a seguir e assinale o que for correto.<br />
“Durante o segun<strong>do</strong> decênio <strong>do</strong> século<br />
XIX, a exportação <strong>do</strong> mate já era<br />
considerada como o principal elemento<br />
<strong>do</strong> comércio exterior paranaense. O<br />
movimento <strong>do</strong> Porto Paranaguá<br />
assumiu maiores proporções, sen<strong>do</strong> que<br />
até mesmo navios estrangeiros ali<br />
atracavam para fazer comércio e<br />
transportar o mate para os merca<strong>do</strong>s<br />
platinos. Ainda nessa época o mate<br />
alcançara 44% <strong>do</strong> total da exportação<br />
<strong>do</strong> Paraná" (ANTUNES DOS SANTOS,<br />
Carlos Roberto. Vida Material e<br />
econômica. Curitiba, SEED, 2001, p. 42).<br />
01) A adaptação e cultivo <strong>do</strong> mate em to<strong>do</strong> o<br />
território paranaense foi um <strong>do</strong>s fatores que<br />
contribuíram para que o Esta<strong>do</strong> fosse o maior<br />
exporta<strong>do</strong>r brasileiro desse produto naquela<br />
época.<br />
28<br />
02) Naquele contexto, a metalurgia e a<br />
indústria madeireira desenvolveram-se como<br />
suporte à indústria <strong>do</strong> mate.<br />
04) Desde o início, a indústria <strong>do</strong> mate<br />
paranaense empregou unicamente a mão de<br />
obra <strong>do</strong> imigrante, principalmente <strong>do</strong> italiano.<br />
08) O termo platino, na citação, refere-se à<br />
moeda argentina (plata), utilizada nas<br />
transações comerciais <strong>do</strong> mate.<br />
16) A decadência da economia <strong>do</strong> mate no<br />
Paraná, a partir <strong>do</strong> final da década de 1850,<br />
deve ser atribuída, entre outros fatores, à<br />
concorrência <strong>do</strong> mate produzi<strong>do</strong> no Paraguai<br />
e no Rio Grande <strong>do</strong> Sul.<br />
Paraná Império: Escravidão:<br />
15 - “Fugiu no dia 17 de novembro <strong>do</strong><br />
anno pp., da cidade de Ponta Grossa, o<br />
escravo de nome Marcelino, natural de<br />
Minas, idade de 14 annos mais ou<br />
menos, côr fula, cara cheia, nariz chato,<br />
e tem um pé mais grosso <strong>do</strong> que o<br />
outro, como destronca<strong>do</strong>; quem o levar<br />
à dita cidade acima e entregar a seu<br />
senhor [...] receberá a quantia […] de<br />
100$000, de alvissaras.” (Anúncio no<br />
jornal “O Dezenove de Dezembro”, em<br />
1866. Cita<strong>do</strong> por WACHOWICZ, Ruy<br />
Christovam. História <strong>do</strong> Paraná.<br />
Curitiba: Editora <strong>do</strong>s Professores, 1968.<br />
p.108.) Assinale a(s) alternativa(s)<br />
correta(s).<br />
01) Ao mostrar o grande número de escravos<br />
que fugia em Ponta Grossa, o texto explica o<br />
porquê de não ter existi<strong>do</strong> escravidão na<br />
região <strong>do</strong>s Campos Gerais.<br />
02) O texto mostra que a mão de obra<br />
escrava pre<strong>do</strong>minou na colonização da região<br />
Norte <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná.<br />
04) O texto mostra que, na década de 1860,<br />
época <strong>do</strong> anúncio acima, o movimento<br />
abolicionista tinha grande apoio popular no<br />
Paraná.<br />
08) Embora na época <strong>do</strong> anúncio a<br />
escravidão ainda persistisse no Brasil, o<br />
desembarque de escravos africanos nos<br />
portos brasileiros era considera<strong>do</strong> ilegal.<br />
16) A palavra ―alvíssaras‖ significa, no<br />
contexto <strong>do</strong> anúncio, recompensa.<br />
Paraná: Emancipação Política<br />
16 - (UEM – Verão de 2008) “A <strong>história</strong><br />
política <strong>do</strong> Paraná, pode-se dizer, tem
Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />
seu início com a emancipação dessa<br />
porção territorial da província de São<br />
Paulo, conquistada em 1853.”<br />
(MAGALHÃES, Marion B. de. Paraná:<br />
política e governo, 2001, p. 23). Sobre a<br />
emancipação <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná,<br />
assinale o que for correto.<br />
01) Uma das primeiras tentativas de<br />
emancipação política da Província ocorreu<br />
nas Ciudad Real del Guayrá e Villa Rica del<br />
Espiritu Santu.<br />
02) A quantidade de impostos pagos, a falta<br />
de justiça e o aban<strong>do</strong>no da comarca pela<br />
administração de São Paulo são considera<strong>do</strong>s<br />
alguns <strong>do</strong>s principais motivos que<br />
influenciaram o movimento emancipacionista<br />
da província.<br />
04) A emancipação <strong>do</strong> território paranaense<br />
foi realizada por enfrentamentos bélicos que<br />
contaram com a participação de agricultores,<br />
políticos e parte <strong>do</strong> exército provincial<br />
descontente.<br />
08) Com a emancipação, o território da<br />
comarca de Curitiba, da província de São<br />
Paulo, foi eleva<strong>do</strong> à categoria de província e<br />
passou a ser denomina<strong>do</strong> Paraná.<br />
16) A lei que criou a província <strong>do</strong> Paraná<br />
decorreu, em certa medida, <strong>do</strong>s interesses<br />
<strong>do</strong>s cafeicultores estabeleci<strong>do</strong>s na região<br />
denominada norte novo.<br />
Paraná: Economia Café<br />
17 - (UEM – Inverno de 2009) Maringá,<br />
situada em uma região <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />
Paraná conhecida como Norte Novo,<br />
tem uma <strong>história</strong> profundamente ligada<br />
à cafeicultura. A esse respeito, assinale<br />
a(s) alternativa(s) correta(s).<br />
01) Empresas particulares, principalmente<br />
<strong>do</strong>s setores imobiliários, tiveram grande<br />
participação na exploração e na colonização<br />
dessa região.<br />
02) Além <strong>do</strong> trabalho assalaria<strong>do</strong>, a mão de<br />
obra escrava também foi empregada em<br />
grande escala pelos grandes planta<strong>do</strong>res de<br />
café <strong>do</strong> Norte <strong>do</strong> Paraná.<br />
04) O desenvolvimento da cafeicultura não<br />
contribuiu para o desenvolvimento de<br />
indústrias nessa região, que permanece como<br />
uma região exclusivamente agrícola até os<br />
dias de hoje.<br />
08) A ―corrida <strong>do</strong> café‖ é um termo usa<strong>do</strong><br />
para denominar o avanço da cafeicultura<br />
29<br />
paulista sobre o Norte paranaense na década<br />
de 1930.<br />
16) A falta de investimento em ferrovias para<br />
o escoamento da produção cafeeira foi um<br />
fator decisivo para o declínio <strong>do</strong> produto na<br />
região.<br />
18 -Com o esgotamento <strong>do</strong> ciclo<br />
cafeeiro, a partir da década de 1960, a<br />
economia paranaense passou por<br />
importantes transformações. Sobre tais<br />
transformações, é correto afirmar:<br />
01) A falta de incentivo <strong>do</strong> governo federal a<br />
uma alternativa para a cultura cafeeira<br />
reduziu e empobreceu a agricultura<br />
paranaense, nos finais da década de 1960.<br />
02) A cultura da soja teve um impacto direto<br />
sobre a urbanização e a industrialização de<br />
diversas cidades paranaenses.<br />
04) Dentre as grandes transformações<br />
ocorridas na economia, a partir <strong>do</strong>s anos 60,<br />
a principal foi a a<strong>do</strong>ção de uma agricultura de<br />
subsistência.<br />
08) Ainda que tenha progredi<strong>do</strong> nos últimos<br />
anos, a falta de tecnologia no campo não<br />
permite que a produção agrícola paranaense<br />
concorra no merca<strong>do</strong> internacional.<br />
16) A metropolizacão das cidades <strong>do</strong> Norte<br />
paranaense contribuiu para aumentar os<br />
problemas de meio ambiente, de educação e<br />
de segurança pública.<br />
Paraná República: Conflitos<br />
19 - (UEM – Verão de 2008) Entre 1912<br />
e 1916, a região conhecida como<br />
Contesta<strong>do</strong>, na fronteira entre os<br />
esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Paraná e de Santa Catarina,<br />
viveu uma revolta de grandes<br />
proporções. A esse respeito, assinale<br />
a(s) alternativa(s) correta(s).<br />
01) A Revolta <strong>do</strong> Contesta<strong>do</strong> originou-se da<br />
insatisfação das oligarquias locais com<br />
relação à política centraliza<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> ―café com<br />
leite‖.<br />
02) Fatores liga<strong>do</strong>s à construção da ferrovia<br />
São Paulo – Rio Grande <strong>do</strong> Sul contribuíram<br />
para aumentar a insatisfação e a revolta da<br />
população local.<br />
04) A Guerra <strong>do</strong> Contesta<strong>do</strong> foi uma<br />
manifestação <strong>do</strong> ―banditismo social‖,<br />
bastante comum no início <strong>do</strong><br />
século XX e que, no Brasil, recebeu a<br />
denominação de ―Cangaço‖.
Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />
08) A Guerra <strong>do</strong> Contesta<strong>do</strong> somente chegou<br />
ao fim com o cancelamento da construção da<br />
ferrovia<br />
São Paulo – Rio Grande <strong>do</strong> Sul.<br />
16) A revolta <strong>do</strong> Contesta<strong>do</strong> resultou, entre<br />
outros, da manipulação pelo Monge José<br />
João Maria das massas operárias em torno de<br />
seus ideais de implantação de um regime<br />
comunista naquela região.<br />
20 - (UEM 2005 – 1º vestibular) Na<br />
década de 1940, ocorreu, no Paraná, um<br />
sangrento conflito que ficou conheci<strong>do</strong><br />
como a Guerra de Porecatu. A respeito<br />
desse conflito, assinale a(s)<br />
alternativa(s) correta(s).<br />
01) Foi uma guerra entre grupos de posseiros<br />
que, desiludi<strong>do</strong>s com o fracasso da cultura<br />
cafeeira,<br />
tentavam expandir suas terras à custa da<br />
ocupação das terras de seus vizinhos,<br />
visan<strong>do</strong> à produção de ga<strong>do</strong> de corte.<br />
02) Foi um movimento de luta armada,<br />
liderada pelos militantes <strong>do</strong> Movimento<br />
Nacional <strong>do</strong>s Trabalha<strong>do</strong>res Sem-Terra<br />
(MST).<br />
04) Foi uma luta de resistência <strong>do</strong>s posseiros<br />
que ocupavam a terra frente à ação de<br />
jagunços a serviço <strong>do</strong>s grileiros e das forças<br />
policiais <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.<br />
08) A Guerra de Porecatu foi um conflito<br />
urbano entre os solda<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Exército<br />
Brasileiro e os militantes comunistas que<br />
pretendiam transformar Porecatu na primeira<br />
cidade socialista <strong>do</strong> Brasil.<br />
16) A resistência <strong>do</strong>s posseiros frente à<br />
investida <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> no processo de<br />
transferência de terras contou com a<br />
participação de militantes comunistas na<br />
organização da resistência armada.<br />
Paraná República: Industrialização:<br />
21 - (UEM 2005 – 2º Vestibular) A<br />
respeito da <strong>história</strong> da industrialização<br />
<strong>do</strong> Paraná, assinale o que for correto.<br />
01) A indústria pesada paranaense deu seu<br />
primeiro salto de desenvolvimento em 1935,<br />
quan<strong>do</strong> Getúlio Vargas inaugurou a<br />
Companhia Siderúrgica Nacional de Volta<br />
Re<strong>do</strong>nda, na região de Curitiba.<br />
02) Foi durante o Ciclo da Borracha, na<br />
primeira metade <strong>do</strong> século XX, que o Paraná<br />
se transformou no principal pólo nacional da<br />
30<br />
indústria de pneus e de artefatos de<br />
borracha, posição que ocupa até hoje.<br />
04) Nas regiões Norte e Noroeste <strong>do</strong> Paraná,<br />
presenciamos um grande desenvolvimento da<br />
indústria transforma<strong>do</strong>ra de produtos da<br />
agricultura e da pecuária, tais como soja,<br />
seda, carnes, cana-de-açúcar, café etc.<br />
08) O Paraná, entre os esta<strong>do</strong>s brasileiros, foi<br />
o principal beneficiário da reserva de<br />
merca<strong>do</strong> instituída pela Lei da Informática<br />
durante o regime militar. Sem a ameaça da<br />
concorrência estrangeira, vedada por essa<br />
Lei, a região industrial de Curitiba se<br />
transformou, desde a década de 1970, no<br />
principal pólo nacional produtor e exporta<strong>do</strong>r<br />
de computa<strong>do</strong>res e de demais produtos<br />
eletro-eletrônicos.<br />
16) Na década de 1990, o Paraná se<br />
transformou em um <strong>do</strong>s principais esta<strong>do</strong>s<br />
produtores de automóveis e de caminhões.<br />
Isso foi possível com a política de incentivos<br />
fiscais implementada pelo Governa<strong>do</strong>r Jaime<br />
Lerner, que atraiu várias monta<strong>do</strong>ras de<br />
veículos estrangeiras para a região de<br />
Curitiba.<br />
22 - (UEM – Verão de 2008) Entre o<br />
final da década de quarenta e o início da<br />
década de setenta <strong>do</strong> século passa<strong>do</strong>, o<br />
esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná viveu um crescimento<br />
econômico, demográfico e um processo<br />
de urbanização, com o surgimento de<br />
novos núcleos urbanos. A esse respeito,<br />
assinale a(s) alternativa(s) correta(s).<br />
01) O crescimento da economia paranaense<br />
nas décadas de cinqüenta e sessenta foi um<br />
caso único no Brasil, pois o restante <strong>do</strong> país<br />
viveu um perío<strong>do</strong> de retração econômica em<br />
razão da crise internacional <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> da<br />
guerra fria.<br />
02) Na região Su<strong>do</strong>este <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná,<br />
o crescimento populacional da década de<br />
cinqüenta deriva da expansão <strong>do</strong> cultivo da<br />
soja que promoveu um aumento da<br />
população de agricultores no meio rural.<br />
04) Além <strong>do</strong> café, uma das atividades<br />
econômicas que impulsionou o<br />
desenvolvimento econômico da região de<br />
Curitiba foi a exportação de erva-mate.<br />
08) A aplicação da Lei de Terras de 1850<br />
possibilitou que o esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná<br />
distribuísse títulos de propriedade territoriais<br />
a colonos como uma forma de incentivar a<br />
ocupação de áreas até então desabitadas <strong>do</strong><br />
Esta<strong>do</strong>.
Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />
16) Na região Norte <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná, o<br />
crescimento populacional verifica<strong>do</strong> naquele<br />
perío<strong>do</strong> vincula-se à expansão da<br />
cafeicultura.<br />
Paraná Atual<br />
23 – (UEM 2005 – 1º vestibular) Nas<br />
décadas de 1960-1970, o Paraná<br />
também vivenciou sua fase<br />
desenvolvimentista, durante as<br />
administrações <strong>do</strong>s governa<strong>do</strong>res Ney<br />
Braga e Paulo Pimentel. A respeito<br />
desse assunto, assinale a(s)<br />
alternativa(s) correta(s).<br />
01) O combate ao analfabetismo e a criação<br />
e a consolidação de um sistema estadual de<br />
ensino foram algumas das principais<br />
realizações <strong>do</strong> Governa<strong>do</strong>r Ney Braga.<br />
02) Ney Braga e Paulo Pimentel rejeitaram a<br />
ideia de um Paraná com vocação unicamente<br />
agrícola e tomaram várias medidas para a<br />
industrialização <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.<br />
04) Entre os órgãos oficiais cria<strong>do</strong>s nessa<br />
época para fomentar o desenvolvimento<br />
econômico e social <strong>do</strong> Paraná, podemos citar<br />
a Codepar – Companhia de Desenvolvimento<br />
Econômico <strong>do</strong> Paraná.<br />
08) Ney Braga e Paulo Pimentel não<br />
conseguiram terminar seus mandatos e dar<br />
prosseguimento ao projeto<br />
desenvolvimentista <strong>do</strong> Paraná, porque ambos<br />
se incompatibilizaram com o regime militar<br />
(1964-1985) e foram removi<strong>do</strong>s <strong>do</strong> governo<br />
estadual, à força, pelo Presidente Castelo<br />
Branco.<br />
16) A Ro<strong>do</strong>via <strong>do</strong> Café é uma das grandes<br />
obras de infra-estrutura construídas durante<br />
essa fase desenvolvimentista <strong>do</strong> Paraná.<br />
01 - (01, 02, 08, 16)<br />
02 - (01, 02, 04, 08)<br />
03 - (02,08, 16)<br />
04 - (01, 02, 16)<br />
05 - (01, 02, 04)<br />
06 - (01, 04, 08, 16)<br />
07 - ( 02, 04)<br />
08 - ( 01, 08, 16)<br />
09 - (01, 04, 16)<br />
10 - (02, 16)<br />
Gabarito:<br />
31<br />
11 - (08, 16)<br />
12 - (01, 02, 04, 08, 16)<br />
13 - (08, 16)<br />
14 - (02, 16)<br />
15 - (08, 16)<br />
16 - (02, 08, 16)<br />
17 - (01, 08)<br />
18 - (02, 16)<br />
19 - (02, 16)<br />
20 - (04, 16)<br />
21 - (04, 16)<br />
22 - (16)<br />
23 - (01, 02, 04, 16)<br />
Questões de Múltipla escolha<br />
01) A respeito da História <strong>do</strong> Paraná assinale o<br />
que for correto.<br />
a) Nos últimos anos, o esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná<br />
incrementou e diversificou suas atividades<br />
econômicas, passan<strong>do</strong>, inclusive, a contar com um<br />
parque industrial automobilístico.<br />
b) O esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná teve sua emancipação<br />
política formalmente reconhecida no século XIX,<br />
mas continua, até hoje, dependente da Província<br />
de São Paulo em vários aspectos administrativos.<br />
c) O esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná sedia o Porto de<br />
Paranaguá, o maior porto <strong>do</strong> Brasil em volume de<br />
exportações e importações.<br />
d) Durante o governo de Jaime Lerner, foi cria<strong>do</strong> o<br />
Anel de Integração, com várias praças de pedágios<br />
estatais, com o objetivo de arrecadar fun<strong>do</strong>s para<br />
construir novas ro<strong>do</strong>vias pavimentadas.<br />
e) Em função <strong>do</strong>s problemas gera<strong>do</strong>s pela<br />
globalização, a região metropolitana de Curitiba<br />
sofreu um grande êxo<strong>do</strong> populacional nas duas<br />
últimas décadas <strong>do</strong> século XX.<br />
02) Na época <strong>do</strong> Descobrimento <strong>do</strong> Brasil, as<br />
terraços que atualmente pertencem ao Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />
Paraná eram habitadas por índios <strong>do</strong>s grupos Tupi<br />
e Jê, respectivamente, os:<br />
a) tupinambás e os aimorés.<br />
b) tupiniquins e os botocu<strong>do</strong>s.<br />
c) caetés e os coroa<strong>do</strong>s.<br />
d) carijós e os caingangues.<br />
e) guaranis e os xavantes.<br />
03) O processo de ocupação <strong>do</strong> Paraná teve início<br />
com a chegada de Hans Staden à baía de<br />
Superagiii, hoje Baía de Paranaguá. A partir dela a<br />
colonização espalhou-se para toda a região que<br />
hoje compreende o Esta<strong>do</strong>. Dentre as razões que<br />
motivaram esse processo, destacaram-se:<br />
a) O bandeirismo de contrato e prospecção de<br />
diamantes.<br />
b) a procura <strong>do</strong> ouro e <strong>do</strong> bandeirismo de<br />
apresamento.
Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />
c) a luta contra a penetração espanhola e a<br />
expansão da pecuária paulista.<br />
d) a descoberta de grandes jazidas de ouro e o<br />
bandeirismo de contrato.<br />
e) a luta contra os potiguares e a descoberta de<br />
esmeralda.<br />
04) Os conquista<strong>do</strong>res espanhóis recebiam da<br />
Coroa terras com direito aos tributos e ao trabalho<br />
obrigatório e gratuito <strong>do</strong>s aborígines que nelas<br />
residiam. Essa concessão dada pela Coroa<br />
Espanhola aos conquista<strong>do</strong>res chamava-se:<br />
a) cuatequil.<br />
b) mita.<br />
c) encomienda.<br />
d) obrajes.<br />
e) haciendas.<br />
05) Quanto às regiões que posteriormente<br />
formariam o Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná, pode-se afirmar<br />
que:<br />
a) no século XVIII teve seu litoral frequentemente<br />
visita<strong>do</strong> por europeus à procura de metais<br />
preciosos.<br />
b) a possível existência de minas de prata na<br />
região de<br />
Paranaguá atraiu, no século XVII, grande numero<br />
de indivíduos impulsiona<strong>do</strong>s pelo espírito<br />
aventureiro.<br />
c) foi o único <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s meridionais que não se<br />
envolveu na Revolução Federalista.<br />
d) sua capital – Curitiba – foi fundada por Gabriel<br />
de Lara, no final <strong>do</strong> século XVIII, com o nome de<br />
povoa<strong>do</strong> de Nossa Senhora da Luz.<br />
e) imigrantes poloneses, nos mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> século<br />
XIX, foram os responsáveis pelo povoamento de<br />
uma de suas regiões a de Londrina.<br />
06) A região de Paranaguá, no fim da primeira<br />
metade <strong>do</strong> século XVII, sofreu um grande<br />
aumento populacional, o que justificou a sua<br />
elevação à categoria de vila (1649), sen<strong>do</strong> este<br />
crescimento demográfico decorrente, entre outros<br />
fatores,<br />
a) da expansão da criação de ga<strong>do</strong> na área.<br />
b) <strong>do</strong> descobrimento de ouro na região.<br />
c) <strong>do</strong> aumento vertiginoso de imigrantes para o<br />
litoral. d) da afluência de nordestinos atraí<strong>do</strong>s pela<br />
pecuária.<br />
e) da intensificação <strong>do</strong> comércio de exportação de<br />
seu porto.<br />
07) O ciclo das tropas (ga<strong>do</strong> vacum v muares), na<br />
<strong>história</strong> paranaense, durante o século XVIIl, deve<br />
ser associa<strong>do</strong>, especialmente:<br />
a) à intensificação <strong>do</strong>s transportes no Sul.<br />
b) ao aumento <strong>do</strong> comércio com o Paraguai.<br />
c) ao desenvolvimento da Guerra Guaranítica nas<br />
fronteiras.<br />
d) às descobertas <strong>do</strong> ouro em Minas Gerais.<br />
32<br />
e) aó crescimento da indústria de carnes c<br />
lacticínios.<br />
08) As cidades de Londrina e Maringá tem suas<br />
origens ligadas:<br />
a) à organização das Missões ou Reduções por<br />
padres espanhóis na região <strong>do</strong> atual Paraná.<br />
b) às Revoluções Liberais de 1842 e è Guerra <strong>do</strong>s<br />
Farrapos.<br />
c) ao início das obras de construções da Estrada<br />
de Ferro Curitiba – Paranaguá.<br />
d) à Companhia Inglesa que iniciou a colonização<br />
<strong>do</strong> Norte paranaense.<br />
e) à construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu.<br />
09) A respeito da colonização <strong>do</strong> Paraná e da<br />
participação <strong>do</strong>s imigrantes no desenvolvimento<br />
da região, assinale o que for correto.<br />
a) Já no século XIX, foram funda<strong>do</strong>s núcleos de<br />
colonização com a participação de imigrantes<br />
europeus.<br />
b) A forte presença de imigrantes asiáticos e<br />
europeus, no Norte <strong>do</strong> Paraná, foi responsável por<br />
tornar a região um pólo produtor exclusivo de<br />
frutas e de legumes.<br />
c) Além <strong>do</strong>s migrantes de outras regiões <strong>do</strong> país e<br />
<strong>do</strong>s escravos africanos, o Paraná recebeu apenas<br />
imigrantes alemães, no século XIX, e japoneses,<br />
no século XX.<br />
d) Como o Norte <strong>do</strong> Paraná foi coloniza<strong>do</strong> pela<br />
Companhia de Terras Norte <strong>do</strong> Paraná,<br />
pertencente à empresa inglesa Paraná Plantation,<br />
foi dada preferência na compra <strong>do</strong>s lotes aos<br />
imigrantes ingleses, levan<strong>do</strong> os imigrantes de<br />
outros países a procurarem outros Esta<strong>do</strong>s da<br />
Federação para fundarem suas colônias.<br />
e) O Norte <strong>do</strong> Paraná contou também com a<br />
participação de quase cem mil cur<strong>do</strong>s oriun<strong>do</strong>s <strong>do</strong><br />
Iraque, que para cá vieram em um acor<strong>do</strong><br />
realiza<strong>do</strong> entre os empresários ingleses, o governo<br />
da Inglaterra e o governo de Vargas.<br />
10) A respeito da produção cafeeira no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />
Paraná, assinale a alternativa incorreta.<br />
a) A cultura <strong>do</strong> café se constituía em uma<br />
importante fonte gera<strong>do</strong>ra de empregos, uma vez<br />
que a produção cafeeira exigia uso intensivo de<br />
mão-de-obra.<br />
b) No final da década de 1950, o Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />
Paraná ocupava o posto de maior produtor<br />
nacional de café.<br />
c) O processo de erradicação <strong>do</strong> café no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />
Paraná, ocorri<strong>do</strong> na década de 1960, contribuiu<br />
para a redução da produção nacional <strong>do</strong> produto.<br />
d) O maior golpe sofri<strong>do</strong> pela cafeicultura<br />
paranaense foi a política de concessão de<br />
subsídios, por parte <strong>do</strong> governo federal, àqueles<br />
agricultores que se interessassem em produzir<br />
soja.
Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />
e) O Norte foi a região <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná com<br />
maior área dedicada à plantação <strong>do</strong> café, uma vez<br />
que estava menos sujeita à ocorrência de geadas.<br />
11) A respeito da História <strong>do</strong> Paraná, assinale a<br />
alternativa correta.<br />
a) Devi<strong>do</strong> à opção de seus governantes pela<br />
produção de bens primários, o esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná<br />
ainda não possui um setor industrial capaz de<br />
produzir bens que possam ganhar merca<strong>do</strong> em<br />
outros esta<strong>do</strong>s ou no exterior.<br />
b) A prosperidade econômica <strong>do</strong> município de<br />
Curitiba se deve ao fato de a região ter si<strong>do</strong><br />
colonizada pela companhia inglesa Paraná<br />
Plantation, que projetou a Cidade Industrial de<br />
Curitiba.<br />
c) Durante o primeiro governo de Vargas, o Esta<strong>do</strong><br />
<strong>do</strong> Paraná foi governa<strong>do</strong> pelo interventor Manoel<br />
Ribas por um perío<strong>do</strong> de 13 anos.<br />
d) Desde o início da colonização, o café foi o<br />
principal produto da economia paranaense.<br />
e) Devi<strong>do</strong> às extensas áreas de preservação<br />
ambiental e às reservas indígenas, o Noroeste <strong>do</strong><br />
Paraná possui pouquíssimas áreas agricultáveis.<br />
12) No início <strong>do</strong> século XX, ocorreu, no Paraná,<br />
um sangrento conflito arma<strong>do</strong> que ficou conheci<strong>do</strong><br />
como A Guerra <strong>do</strong> Contesta<strong>do</strong>. A respeito da<br />
Guerra <strong>do</strong> Contesta<strong>do</strong>, assinale a alternativa<br />
incorreta.<br />
a) Foi uma guerrilha camponesa inspirada no<br />
movimento maoísta chinês que visava implantar<br />
no Paraná um modelo camponês de revolução.<br />
b) As raízes da revolta estavam na situação de<br />
descontentamento da população pobre da região,<br />
somada à ação da empresa Brazil Railway, que<br />
demitiu 8 mil trabalha<strong>do</strong>res após a conclusão da<br />
ferrovia São Paulo-Rio Grande <strong>do</strong> Sul.<br />
c) A Guerra <strong>do</strong> Contesta<strong>do</strong> ocorreu na divisa <strong>do</strong><br />
Paraná com Santa Catarina entre os anos de 1912<br />
e 1916 e resultou na morte de 20 mil combatentes<br />
camponeses que participaram <strong>do</strong> levante.<br />
d) O Movimento teve como grande líder o místico<br />
José Maria, que falava na formação de uma<br />
"monarquia celeste" e prometia o retorno <strong>do</strong> rei<br />
<strong>do</strong>m Sebastião para fazer justiça aos pobres e<br />
oprimi<strong>do</strong>s.<br />
e) A chamada Guerra <strong>do</strong> Contesta<strong>do</strong> terminou com<br />
a vitória das tropas oficiais, lideradas pelo general<br />
Setembrino, sobre os guerrilheiros.<br />
13) A respeito da História <strong>do</strong> Paraná, assinale a<br />
alternativa correta.<br />
a) O processo de imigração para o Paraná, que<br />
teve início no século XIX, formou uma população<br />
heterogênea, composta por descendentes de<br />
muitas nacionalidades.<br />
b) O esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná conquistou sua<br />
emancipação política no início <strong>do</strong> século XIX, antes<br />
mesmo <strong>do</strong> processo de independência <strong>do</strong> Brasil.<br />
33<br />
c) A produção cafeeira <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná foi<br />
impulsionada pela utilização de mão-deobra<br />
escrava barata e abundante para ser utilizada no<br />
cultivo <strong>do</strong> produto.<br />
d) Devi<strong>do</strong> à política econômica desenvolvimentista<br />
implementada por sucessivos governos<br />
paranaenses durante o regime militar (1964-<br />
1985), o Esta<strong>do</strong> se consoli<strong>do</strong>u como o principal<br />
produtor de aço <strong>do</strong> país.<br />
e) As indústrias automobilísticas que se instalaram<br />
no Norte, com o apoio <strong>do</strong> governo Jayme Lerner,<br />
constituem um importante item da produção<br />
industrial <strong>do</strong> Paraná.<br />
14) Nos séculos XVIII e XIX, o tropeirismo foi<br />
uma das atividades importantes das economias<br />
brasileira e paranaense. A respeito dessa atividade<br />
e <strong>do</strong> seu impacto no desenvolvimento da<br />
sociedade paranaense, assinale a alternativa<br />
incorreta.<br />
a) As tropas de muares mostraram-se adequadas<br />
e economicamente viáveis para o transporte<br />
terrestre de merca<strong>do</strong>rias, ten<strong>do</strong> em vista as<br />
condições reinantes na época.<br />
b) A principal rota <strong>do</strong> tropeirismo utilizava-se da<br />
chamada "estrada da mata", que ligava Viamão<br />
(no atual Rio Grande <strong>do</strong> Sul) a Sorocaba<br />
(Capitania de São Paulo), atravessan<strong>do</strong> extenso<br />
território <strong>do</strong> atual esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná.<br />
c) O tropeirismo contribuiu para a ocupação lusobrasileira<br />
de parte <strong>do</strong> território que hoje<br />
corresponde ao esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná, dan<strong>do</strong> origem a<br />
inúmeras cidades como Rio Negro, Lapa, Ponta<br />
Grossa, Castro, Piraí <strong>do</strong> Sul, Jaguariaíva etc.<br />
d) Embora os principais pólos de produção que<br />
alimentavam o movimento de tropas no senti<strong>do</strong><br />
Sul Sudeste fossem o Rio Grande <strong>do</strong> Sul e a região<br />
das Minas Gerais, o tropeirismo estimulou várias<br />
atividades econômicas no território paranaense.<br />
e) Por sua localização marginal em relação às<br />
principais rotas <strong>do</strong> comércio entre o Rio Grande <strong>do</strong><br />
Sul, São Paulo e Minas Gerais, Curitiba nada<br />
ganhou com o tropeirismo, permanecen<strong>do</strong> uma<br />
vila estagnada até ser declarada Capital da<br />
Província <strong>do</strong> Paraná (1853).<br />
15) A respeito da História <strong>do</strong> Paraná e de seus<br />
conflitos bélicos, assinale a alternativa correta.<br />
a) O chama<strong>do</strong> perío<strong>do</strong> provincial <strong>do</strong> Paraná foi de<br />
1853, data da emancipação, até 1889, quan<strong>do</strong> o<br />
Brasil se tornou republicano.<br />
b) A Guerra de Porecatu foi um conflito organiza<strong>do</strong><br />
pelo Parti<strong>do</strong> Comunista Brasileiro (PCB) visan<strong>do</strong> ao<br />
estabelecimento de uma sociedade socialista no<br />
Paraná.<br />
c) A Revolução Farroupilha foi uma guerra civil<br />
liderada pelos paranaenses visan<strong>do</strong> conquistar a<br />
independência política da província <strong>do</strong> Paraná em<br />
relação ao Império.
Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />
d) A utilização <strong>do</strong> trabalho escravo em grande<br />
escala foi responsável pelo surto de<br />
desenvolvimento vivi<strong>do</strong> pelo Paraná no século XIX.<br />
e) A chamada Guerra <strong>do</strong> Contesta<strong>do</strong> foi um<br />
conflito bélico ocorri<strong>do</strong> na segunda década <strong>do</strong><br />
Século XX na divisa entre Paraná e São Paulo.<br />
16) A respeito da <strong>história</strong> <strong>do</strong> Paraná, assinale a<br />
alternativa correta.<br />
a) O Paraná tem hoje grande parte de suas<br />
ro<strong>do</strong>vias terceirizadas. As companhias<br />
concessionárias cobram pedágios <strong>do</strong>s usuários e,<br />
em contrapartida, fazem a conservação da malha<br />
asfáltica.<br />
b) Durante a gestão <strong>do</strong> governa<strong>do</strong>r Jayme Lerner,<br />
a onda de privatizações atingiu o Paraná e o<br />
Esta<strong>do</strong> vendeu à iniciativa privada a Companhia<br />
Paranaense de Energia Elétrica (Copel).<br />
c) A primeira eleição direta para o governo <strong>do</strong><br />
Paraná depois <strong>do</strong> golpe militar de 1964 elegeu<br />
Álvaro Dias governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> no pleito de<br />
1982.<br />
d) A emancipação política <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná<br />
ocorreu em 1912, no mesmo ano em que foi<br />
criada a Universidade Federal <strong>do</strong> Paraná.<br />
e) Durante a gestão de Getúlio Vargas na<br />
Presidência da República, o Paraná foi o único<br />
Esta<strong>do</strong> a manter o sistema de eleição direta para<br />
governa<strong>do</strong>r, impedin<strong>do</strong>, assim, a nomeação de<br />
interventores para administrar o Esta<strong>do</strong>.<br />
17)A respeito da colonização <strong>do</strong> Norte <strong>do</strong> Paraná,<br />
assinale a alternativa incorreta.<br />
a) A colonização <strong>do</strong> município de Maringá teve<br />
como característica fundiária o pre<strong>do</strong>mínio de<br />
pequenos lotes de terras.<br />
b) A Companhia de Terras Norte <strong>do</strong> Paraná,<br />
subsidiária da companhia inglesa Paraná<br />
Plantation, foi a empresa responsável pelo início<br />
da colonização <strong>do</strong> Norte <strong>do</strong> Paraná.<br />
c) A cidade sede <strong>do</strong> processo de colonização <strong>do</strong><br />
Norte <strong>do</strong> Paraná recebeu o nome de Londrina em<br />
homenagem à cidade inglesa Londres.<br />
d) A colonização <strong>do</strong> Norte <strong>do</strong> Paraná pelos<br />
ingleses foi motivada pela perspectiva de que a<br />
região tinha um subsolo rico em petróleo.<br />
e) As cidades <strong>do</strong> Norte <strong>do</strong> Paraná que foram<br />
fundadas pela Companhia de Terras Norte <strong>do</strong><br />
Paraná são bem traçadas e possuem aspectos de<br />
cidades modernas.<br />
18) “Os primeiros povoa<strong>do</strong>s que surgiram, na<br />
área que hoje é o esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná, foram<br />
funda<strong>do</strong>s por espanhóis, Ciudad Real del Guayra<br />
em 1557 e Villa Rica Del Espiritu Santu em 1576‖<br />
(BONINI, A. et al. História: ensino médio. Curitiba:<br />
Seed, 2006).<br />
Sobre a colonização espanhola da área onde hoje<br />
está localizada parte <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná, assinale<br />
a alternativa correta.<br />
34<br />
a) A presença <strong>do</strong>s espanhóis na região limitou-se a<br />
Ciudad Real del Guayra e Villa Rica Del Espiritu<br />
Santu. Em razão disso, já na última década <strong>do</strong><br />
século XVI, os portugueses ocupavam o território<br />
paranaense.<br />
b) Os espanhóis avançaram sobre o território<br />
paranaense em razão da União Ibérica, que<br />
unificou as Coroas de Portugal e de Espanha entre<br />
1580 e 1640.<br />
c) A presença espanhola nessa região foi resulta<strong>do</strong><br />
<strong>do</strong> Trata<strong>do</strong> de Santo Idelfonso (1777), assina<strong>do</strong><br />
entre Portugal e Espanha, que estabeleceu as<br />
fronteiras entre os <strong>do</strong>is países na América.<br />
d) Ao atacar as missões <strong>do</strong>s jesuítas, os<br />
bandeirantes provocaram uma reação da Coroa da<br />
Espanha, que decidiu fundar Ciudad Real del<br />
Guayra e Villa Rica Del Espiritu Santu.<br />
e) Com a destruição da maioria <strong>do</strong>s povoa<strong>do</strong>s<br />
espanhóis e das reduções jesuítas pelos<br />
bandeirantes, os principais focos de povoamento<br />
espanhol foram aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong>s tanto pelos<br />
portugueses quanto pelos espanhóis no decorrer<br />
<strong>do</strong> século XVII.<br />
19) O esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná foi diretamente afeta<strong>do</strong><br />
pela Revolução Federalista, deflagrada logo no<br />
início <strong>do</strong> regime republicano (1893-1895). Assinale<br />
a alternativa incorreta sobre esse acontecimento<br />
e sobre seu desenrolar no esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná.<br />
a) A Revolução Federalista, iniciada como um<br />
conflito entre facções políticas <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong><br />
Sul pelo controle <strong>do</strong> governo estadual, acabou-se<br />
transforman<strong>do</strong> em um conflito nacional quan<strong>do</strong> o<br />
Presidente da República, Floriano Peixoto, apoiou<br />
uma das facções em luta.<br />
b) Um <strong>do</strong>s fatores que também contribuiu para<br />
dar caráter nacional ao conflito foi a tentativa <strong>do</strong>s<br />
líderes federalistas gaúchos de se juntarem à nova<br />
Revolta da Armada, iniciada em 1893, no Rio de<br />
Janeiro, pelos Almirantes Custódio de Mello e<br />
Saldanha da Gama.<br />
c) O conflito foi um <strong>do</strong>s mais sangrentos da<br />
<strong>história</strong> republicana, sen<strong>do</strong> marca<strong>do</strong>, inclusive, no<br />
território paranaense, por combates de grande<br />
ferocidade e por atos de atrocidade cometi<strong>do</strong>s por<br />
ambas as partes em conflito.<br />
d) As tropas federalistas, que pretendiam alcançar<br />
São Paulo e Rio de Janeiro, enfrentaram grande<br />
resistência das tropas legalistas na cidade da<br />
Lapa, no Paraná. Esse episódio militar da<br />
Revolução Federalista ficou conheci<strong>do</strong> como o<br />
―Cerco da Lapa‖.<br />
e) Curitiba, a capital <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná, não<br />
chegou a ser afetada pelo conflito.<br />
20) No início <strong>do</strong> século XIX, o território que hoje<br />
pertence ao esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná era escassamente<br />
povoa<strong>do</strong>. Uma das formas de ocupação <strong>do</strong><br />
território paranaense foi o estabelecimento de<br />
colônias de imigrantes europeus. Sobre a
Prof. Arnal<strong>do</strong> Martin Szlachta Junior Curso de História <strong>do</strong> Paraná<br />
experiência paranaense com a imigração européia<br />
no século XIX, assinale a alternativa correta.<br />
a) A cidade de Curitiba desenvolveu-se a partir de<br />
um núcleo inicial forma<strong>do</strong> por uma colônia de<br />
imigrantes alemães e imigrantes poloneses.<br />
b) A colônia de Superagüi, formada por imigrantes<br />
suíços com auxílio <strong>do</strong> Governo Provincial, deu<br />
origem à cidade de Paranaguá.<br />
c) O estabelecimento de colônias em regiões<br />
afastadas <strong>do</strong>s maiores centros urbanos foi um <strong>do</strong>s<br />
principais motivos <strong>do</strong> relativo fracasso das<br />
primeiras experiências de ocupação <strong>do</strong> território<br />
paranaense com imigrantes europeus na primeira<br />
metade <strong>do</strong> século XIX.<br />
d) A cidade de Londrina originou-se de uma<br />
colônia de imigrantes ingleses, fundada logo após<br />
a Guerra da Criméia.<br />
e) A imigração japonesa foi subsidiada pelo<br />
governo imperial para desenvolver a policultura no<br />
Norte <strong>do</strong> Paraná.<br />
01 - A<br />
02 - E<br />
03 - C<br />
04 - E<br />
05 - B<br />
06 - B<br />
07 -D<br />
08 -D<br />
09 -A<br />
10 -D<br />
Gabarito:<br />
11 -C<br />
12- A<br />
13 - A<br />
14- E<br />
15- A<br />
16 - E<br />
17 -D<br />
18 - E<br />
19 -E<br />
20 -C<br />
35<br />
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36