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A reforma urbana de Pereira Passos e os subúrbios do Rio de ...

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Revista <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro, n. 10 , maio-ago. 2003<br />

DOSSIÊ TEMÁTICO<br />

83). Estas cinco operações viárias, explicadas somente pelo seu senti<strong>do</strong>, já traduziriam uma<br />

intenção integra<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> centro urbano com todas as direções da cida<strong>de</strong>.<br />

Contu<strong>do</strong>, para além da direção própria <strong>de</strong> cada operação viária, havia também uma<br />

integração d<strong>os</strong> vetores <strong>de</strong> tais operações. As duas linhas da operação viária que integravam a<br />

região portuária - isolada por uma ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> morr<strong>os</strong> – ao centro comercial <strong>do</strong> <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro,<br />

pela Rua <strong>do</strong> Sacramento, articulavam a cida<strong>de</strong> para além <strong>de</strong>ste senti<strong>do</strong>. Elas também integravam<br />

a região portuária à artéria em direção centro-oeste e à sua congênere em direção centro-<br />

noroeste. A criação da Avenida Beira Mar, para além <strong>de</strong> sua ligação sul-oeste, pela conexão com<br />

a também recém-aberta Avenida Mem <strong>de</strong> Sá, estabelecia uma ligação franca sul-centro e região<br />

portuária, pela Avenida Central e <strong>de</strong> sua articulação com a Avenida <strong>do</strong> Cais, ambas recém-<br />

estabelecidas pelo Governo Fe<strong>de</strong>ral.<br />

De forma distinta, a intervenção <strong>urbana</strong> fe<strong>de</strong>ral foi concebida por um funcionalismo<br />

econômico. O seu objetivo maior era a distribuição das merca<strong>do</strong>rias <strong>do</strong> porto para o comércio e<br />

as indústrias da região central e d<strong>os</strong> bairr<strong>os</strong> localizad<strong>os</strong> na direção oeste e norte <strong>do</strong> <strong>Rio</strong> <strong>de</strong><br />

Janeiro. Tal objetivo constituía a tradução <strong>de</strong> uma visão mecanicista <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>, na qual a<br />

organização viária da urbe <strong>de</strong>ve dar-se em uma relação <strong>de</strong> parte com parte, por uma razão<br />

funcionalista. De acor<strong>do</strong> com tal perspectiva, a or<strong>de</strong>nação viária opera-se <strong>de</strong> maneira causal,<br />

isolan<strong>do</strong> a solução <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>manda <strong>urbana</strong> da cida<strong>de</strong> enquanto um to<strong>do</strong>. Assim, a parte po<strong>de</strong><br />

ganhar uma relevância maior que o to<strong>do</strong> integra<strong>do</strong> da urbe, alcançan<strong>do</strong> ela mesma importância<br />

superior ao conjunto urbano, uma vez que ocuparia uma função primordial na cida<strong>de</strong>, como foi<br />

o caso da obra <strong>do</strong> porto no contexto da <strong>reforma</strong> <strong>urbana</strong> fe<strong>de</strong>ral.<br />

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