A reforma urbana de Pereira Passos e os subúrbios do Rio de ...
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Revista <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro, n. 10 , maio-ago. 2003<br />
DOSSIÊ TEMÁTICO<br />
área portuária conquistada ao mar expressava a visão mecanicista <strong>de</strong> urbanização d<strong>os</strong> seus<br />
mentores, nas quais um conjunto <strong>de</strong> vias retas e simétricas entre si operavam ligações objetivas,<br />
sem margem para as sinu<strong>os</strong>ida<strong>de</strong>s e curvas que estabeleciam alternativas nas ligações viárias.<br />
Pensava-se em caminh<strong>os</strong> <strong>de</strong>terminad<strong>os</strong> <strong>de</strong> maneira franca, n<strong>os</strong> quais não restaria dúvida quanto<br />
a que senti<strong>do</strong> seguir e no que se encontraria ao término <strong>de</strong> cada via. Era a idéia <strong>de</strong> verda<strong>de</strong><br />
transistórica da ciência e da técnica sustentada pel<strong>os</strong> engenheir<strong>os</strong> da Comissão <strong>de</strong> Obras <strong>do</strong><br />
Porto que se traduzia <strong>de</strong> forma urbanística. Para estes, a verda<strong>de</strong> seria sempre um substantivo<br />
singular, não admitin<strong>do</strong> p<strong>os</strong>sibilida<strong>de</strong>s diversas e nem mesmo relativização diante <strong>do</strong> tempo, <strong>de</strong><br />
uma historicida<strong>de</strong>.<br />
A obra <strong>do</strong> porto fora projetada na referência da idéia <strong>de</strong> progresso. Fora pensada como<br />
ícone maior <strong>do</strong> progresso material no <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro e, em <strong>de</strong>corrência, no Brasil. É o que<br />
po<strong>de</strong>m<strong>os</strong> perceber no comentário que o Jornal <strong>do</strong> Commercio, na edição <strong>de</strong> 21 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1903,<br />
fez a respeito das obras portuárias.<br />
À beira-mar, em terren<strong>os</strong> <strong>de</strong>ssa área aterrada e em prédi<strong>os</strong> que hão <strong>de</strong> ser<br />
<strong>de</strong>sapropriad<strong>os</strong> na saú<strong>de</strong>, esten<strong>de</strong>r-se-a uma facha <strong>de</strong> cem metr<strong>os</strong> <strong>de</strong> largura; vinte e<br />
cinco para o cais, guindastes, trilh<strong>os</strong> para a circulação <strong>de</strong> comboi<strong>os</strong> da ´Central` e da<br />
´Melhorament<strong>os</strong>´ etc. Vinte e cinco para <strong>os</strong> <strong>de</strong>zessete armazéns, casa <strong>de</strong> máquinas,<br />
Guarda-moria, e <strong>de</strong>mais edifíci<strong>os</strong>, cinquenta para uma avenida, cujas casas olharão<br />
para o mar.<br />
O movimento <strong>de</strong> tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> aparelh<strong>os</strong> <strong>do</strong> cais, bem como a luz, serão <strong>de</strong>vid<strong>os</strong> à<br />
eletricida<strong>de</strong>. (Apud Brenna, 1985, p.)<br />
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