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A reforma urbana de Pereira Passos e os subúrbios do Rio de ...

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Revista <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro, n. 10 , maio-ago. 2003<br />

DOSSIÊ TEMÁTICO<br />

O Teatro Municipal, um empreendimento <strong>de</strong> forte significação aristocrática, fora <strong>de</strong>scrito<br />

pelo prefeito em uma <strong>de</strong> suas mensagens à Câmara Municipal como obra <strong>de</strong> “eleva<strong>do</strong> alcance<br />

moral” e “meio <strong>de</strong> alcance popular” (abril <strong>de</strong> 1904. p. 47), servin<strong>do</strong> tanto para o <strong>de</strong>leite estético<br />

da elite <strong>urbana</strong> da cida<strong>de</strong>, como para a educação d<strong>os</strong> mora<strong>do</strong>res das regiões sub<strong>urbana</strong>s <strong>do</strong> <strong>Rio</strong><br />

<strong>de</strong> Janeiro.<br />

A intenção <strong>de</strong> <strong>Pereira</strong> <strong>Pass<strong>os</strong></strong> era tornar o centro da cida<strong>de</strong> um lugar para o convívio<br />

“civiliza<strong>do</strong>”, um espaço que convidaria <strong>os</strong> habitantes d<strong>os</strong> mais divers<strong>os</strong> locais <strong>do</strong> <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro<br />

a freqüentá-lo, uma vez que seria lugar <strong>de</strong> aprendiza<strong>do</strong> da ética <strong>urbana</strong>, da civilização que<br />

<strong>de</strong>veria tomar toda a cida<strong>de</strong>. É o que po<strong>de</strong>m<strong>os</strong> perceber em seu comentário sobre a ocupação <strong>do</strong><br />

espaço público na Promena<strong>de</strong> <strong>de</strong>s Anglais, a principal avenida da cida<strong>de</strong> francesa <strong>de</strong> Nice.<br />

Tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> dias, durante a estação invernal, das 10 h da manhã às 4 h da tar<strong>de</strong>,<br />

enquanto o sol se conserva acima <strong>do</strong> horizonte, fica o passeio <strong>de</strong>ssa avenida apinha<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> homens, mulheres e crianças, que a percorrem em todas as direções ou sentam-se<br />

sobre <strong>os</strong> banc<strong>os</strong>.<br />

É o que não tem<strong>os</strong> aí. (<strong>Pass<strong>os</strong></strong>, 1913, p.20)<br />

Demonstran<strong>do</strong>-se um tanto <strong>de</strong>sola<strong>do</strong>, <strong>Pass<strong>os</strong></strong> manifesta <strong>de</strong>cepção pela pouca utilização<br />

das principais avenidas <strong>do</strong> centro <strong>do</strong> <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro pela sua população. O seu interesse em que<br />

o carioca utilize essa região <strong>reforma</strong>da torna-se patente quan<strong>do</strong> escreve em tom <strong>de</strong> lamentação<br />

sobre o pouco uso <strong>do</strong> espaço público <strong>do</strong> centro <strong>do</strong> <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro: “É o que não tem<strong>os</strong> aí”.<br />

Tal perspectiva pedagógica fora pensada como um meio p<strong>os</strong>sível <strong>de</strong> levar a civilização<br />

ao subúrbio, pois o carioca, ao freqüentar o centro, seja para trabalho ou lazer, levaria <strong>de</strong> volta<br />

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