Sono - Idosos
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Faculdade da 3ª Idade – FMJ<br />
07/05/09<br />
<strong>Sono</strong>: estágios, privações<br />
e memória<br />
Juliana Cecato<br />
Graduação em Psicologia
SONO<br />
• período de repouso para o corpo e a mente<br />
• alteração ou redução do estado consciente, que dura, em<br />
média 8 horas<br />
• resultando, geralmente, em sensação de energia física,<br />
psíquica e intelectual restabelecida<br />
• o sono é importante para a recuperação da saúde em<br />
situação de doença, enquanto a privação deste pode afetar<br />
a regeneração celular assim como a total recuperação da<br />
função imunitária.
SONO<br />
• Mistérios do sono intrigam as pessoas há séculos<br />
• Atualmente: possibilidade de estudos a partir dos<br />
registros da atividade cerebral e muscular ou a<br />
partir da observação e relato em laboratórios<br />
especializados
Ritmo biológico<br />
• Em nossas vidas existem períodos em que os eventos<br />
biológicos se repetem, são os ritmos biológicos,<br />
controlados por um “relógio biológico interno”<br />
• Ciclos de noventa minutos: duração dos ciclos do<br />
sono
Ritmo biológico<br />
• Ritmo circadiano: é ritmo que respeita um ciclo de 24<br />
horas<br />
• Este pico pode variar de pessoa para pessoa<br />
• Estudos mostram que estudantes universitários são<br />
“pessoas vespertinas” e adultos mais velhos são “pessoas<br />
matutinas”<br />
• Luz forte: ajuda a despertar. Por quê?<br />
Ativação de células sensíveis a luz da retina enviam<br />
sinais para a região do cérebro que controla o ritmo<br />
circadiano
Estágios do sono<br />
• Estágio 1:<br />
• diminuição da respiração e ondas cerebrais<br />
irregulares<br />
• podemos experimentar imagens fantásticas que<br />
lembram alucinações (experiências sensoriais que<br />
ocorrem na ausência de estímulo sensorial) –<br />
sensação de estar caindo ou de estar flutuando.<br />
• Duração: 5 minutos
Estágios do sono<br />
• Estágio 2:<br />
Fusos do sono: surtos de atividade cerebral rítmica<br />
Sonilóquio: fala murmurada e sem nexo<br />
• Estágio 3:<br />
Estágio transicional, dura apenas alguns minutos.<br />
• Estágio 4:<br />
<strong>Sono</strong> profundo. Duram em média 30 minutos, dos quais é difícil<br />
ser acordado.<br />
Mesmo quando dormimos profundamente nosso cérebro<br />
processa certos estímulos (alguns estímulos para os quais<br />
estamos sempre alertas)<br />
Exemplo: ronco de veículos pode não perturbar o sono, mas o<br />
choro de um filho pode interrompê-lo rapidamente – estímulo<br />
para a atenção seletiva, o qual estamos sempre alertas!
Estágios do sono<br />
• Como isso foi descoberto: Aserinsky (1952) monitorou os<br />
movimentos oculares de seu filho enquanto dormia e<br />
verificou que períodos movimentos de movimentos<br />
oculares rápidos se repetiam de tempos em tempos<br />
• Se Aserinski acordava seu filho durante a ocorrência<br />
destes movimentos rápidos dos olhos, ele relatava estar<br />
sonhando<br />
• Foi daí que se descobriu o sono REM (sono de<br />
movimentos oculares rápidos – rapid eye moviment)
Estágios do sono<br />
• Cerca de uma hora depois de termos dormido, entramos no<br />
sono REM (rapid eye moviment). Por cerca de 10 minutos<br />
nossas ondas cerebrais se tornam rápidas.<br />
• Freqüência cardíaca se acelera, nossa respiração fica mais<br />
rápida e irregular, e a cada meio minuto nossos olhos se<br />
movimentam em espasmos rápidos por trás das pálpebras.<br />
• O tronco cerebral bloqueia as mensagens do córtex motor<br />
durante o sono REM, deixando os músculos relaxados.<br />
• A pessoa durante o sono REM não pode ser acordada com<br />
facilidade<br />
• Estágio onde acontece os SONHOS.
Estágios do sono
SONO<br />
• Os ciclos do sono se repetem a cada 90 minutos.<br />
• Os períodos do sono REM se tornam mais longos: 20 a<br />
25% de uma noite de sono (100 minutos).<br />
• “Eu nunca sonho” ou “Eu raramente sonho”: na<br />
realidade passam 600 horas por ano experimentam algo<br />
em torno de 1500 sonhos.
SONHOS<br />
• “INTERPRETAÇÃO DOS SONHOS” – obra de Freud (1900)<br />
• abre as portas para a descoberta do inconsciente<br />
• chamamos de sonho o resultado final de um processo<br />
psíquico<br />
• o significado do Sonho ameaçaria para o despertar,<br />
acordaria a pessoa, ao invés disso, sonha<br />
• MECANISMOS DE DEFESA (DISTORCE)
Por que dormimos?<br />
• “Todos precisam de 8 horas de sono”, será?<br />
• Os recém-nascidos passam dois terços do dia<br />
dormindo;<br />
• A maior parte dos adultos dormem menos de um<br />
terço;<br />
• Algumas pessoas conseguem descansar com apenas<br />
6 horas de sono; outras necessitam de pelo menos 9<br />
horas.
Por que dormimos?<br />
• Por exemplo: com uma sucessão de 5 horas de sono,<br />
acumulamos um débito de sono que não será reposto<br />
com apenas uma noite de sono de 10 horas.<br />
• Isso explica porque podemos nos sentir sonolentos<br />
mesmo após uma noite com muitas horas de sono.<br />
• O cérebro mantém um conta precisa do sono em débito<br />
por pelo menos duas semanas (Dement, 1999).<br />
• Privados do sono, sentimo-nos mal e nossos corpos<br />
clamam por dormir.
Efeitos da privação de sono<br />
• Mal-estar generalizado<br />
• Dificulta os estudos<br />
• Diminui a produtividade<br />
• Facilita erros<br />
• Irritabilidade<br />
• Fadiga<br />
• Aumenta o número de acidentes de carro<br />
• Supressão do sistema imune: a privação do sono deprime<br />
as células de defesa do organismo que combatem vírus e<br />
bactérias
Funções do sono<br />
• Ajuda a restabelecer os tecidos corporais, especialmente<br />
os do cérebro<br />
• Ajuda também no processo de crescimento: durante o sono<br />
profundo, a glândula pituitária libera o hormônio do<br />
crescimento (GH).<br />
Como os adultos já cresceram, eles passam menos<br />
tempo em sono profundo e liberam menos hormônio<br />
do crescimento.
Transtornos do sono<br />
• Insônia (10 a 15% dos adultos): problemas<br />
persistentes em adormecer ou permanecer dormindo.<br />
• A insônia verdadeira não é uma dificuldade ocasional<br />
em dormir em decorrência de um estado de ansiedade<br />
ou de excitação excessiva – para qualquer organismo<br />
em estresse, estar vigilante é normal e adaptativo.<br />
Da mesma forma, da meia idade em diante, é comum<br />
ter o sono interrompido. Acordar durante a noite se torna<br />
a norma, e não algo com que se preocupar.
Transtornos do sono<br />
• Narcoplesia (transtorno mais raro, proporção de 1 em<br />
cada 2000): episódios de sono incontrolável.<br />
• Esses episódios ocorrem nos momentos mais<br />
inoportunos: depois de uma gargalhada, ou após um<br />
grito furioso.<br />
• Tem duração de mais ou menos 5 minutos.
Transtornos do sono<br />
• Apnéia do sono (proporção de 1 em cada 20): as<br />
pessoas param de respirar intermitentemente durante o<br />
sono.<br />
• O processo pode se repetir por 400 vezes durante a<br />
noite.
Transtornos do sono<br />
• Terrores noturnos (geralmente crianças): a pessoa<br />
pode se sentar ou ficar andando pela cada, falando<br />
coisas incoerentes, mostrando-se aterrorizada.<br />
• Terrores noturnos não são pesadelos.<br />
• Ocorrem durante o estágio 4.<br />
• Familiares tentam, geralmente, acordar e acalmar as<br />
pessoas com terror noturno.
Transtornos do sono<br />
• Sonambulismo: falar dormindo, não provoca<br />
lembranças na manhã seguinte.<br />
• Sonâmbulos retornam para suas camas sozinhos.<br />
• A medida que envelhecemos, o sonambulismo e o<br />
terror noturno ficam menos freqüentes – após os 40<br />
anos, o sonambulismo é raro.
Fatores ambientais que interferem<br />
• Ruído: cria desconforto e pode interferir com o sono.<br />
• Luz: muitas são as pessoas que apresentam um nível de<br />
sensibilidade elevado à luz, sendo por isso facilmente<br />
perturbadas durante o sono mesmo que seja uma luz de pouca<br />
intensidade.<br />
• Temperatura: uma diminuição ou um aumento da<br />
temperatura ambiente faz, geralmente, acordar a pessoa ou<br />
cria-lhe um certo desconforto que o impossibilita de dormir.
<strong>Sono</strong> e memória<br />
• Cada etapa do sono é usada pelo cérebro para estocar<br />
determinado tipo de informação. As musicais são gravadas logo<br />
nos primeiros minutos. Aquelas ligadas ao pensamento lógico e<br />
matemático são registradas durante as etapas finais dos ciclos<br />
do sono (sono REM).<br />
• Pesquisa: um estudo alemão reforça a teoria do sono como<br />
fator fundamental da boa memória.<br />
• Elas são unânimes em mostrar os danos à memória<br />
provocados por uma noite mal dormida e como tudo melhora<br />
depois de um bom período de descanso.<br />
• Pesquisa em Havard: ao longo de oito horas seguidas de<br />
sono, os voluntários lembravam, em média, 44% mais fatos<br />
aprendidos no dia anterior em comparação com aqueles<br />
privados de sono.
<strong>Sono</strong> e memória<br />
• Qual o critério de decisão para separar as informações valorosas<br />
o suficiente para ser guardadas daquelas descartáveis?<br />
• Resposta: as informações absorvidas quando a pessoa está sob<br />
algum tipo de emoção forte são justamente aquelas aptas a<br />
conquistar, durante a noite, um lugar definitivo no cérebro.<br />
• Por essa razão, as pessoas tendem a se lembrar de detalhes dos<br />
mais lindos momentos da vida, mas também dos mais<br />
desagradáveis.<br />
• A emoção é a chave de entrada das informações no cérebro.<br />
Quando em excesso, a emoção pode ter efeito oposto. Razão pela<br />
qual as pessoas não se recordam de instantes finais de acidentes<br />
ou mesmo reprimem inconscientemente as lembranças de fatos<br />
aterrorizantes.
<strong>Sono</strong> e memória<br />
Períodos mais indicados ao trabalho mental:<br />
• O da parte da manhã, ocorre mais ou menos duas horas<br />
depois do despertar. Nesse momento o corpo libera uma<br />
quantidade maior de hormônios estimuladores dos<br />
neurônios. O cérebro chega, então, ao auge de sua<br />
atividade – e permanece assim por mais quatro horas.
<strong>Sono</strong> e memória<br />
• Certos hábitos noturnos também têm influência – positiva<br />
ou negativa – sobre o aprendizado.<br />
• Ainda segundo as pesquisas, o melhor sono para o<br />
aprendizado se encerra por volta das 6 da manhã. Por duas<br />
razões:<br />
Primeiro, porque o corpo está biologicamente “programado”<br />
para o repouso até essa hora.<br />
O segundo motivo: quem acorda mais cedo consegue<br />
aproveitar todos os picos de aprendizado.<br />
Quem sai da cama por volta das 8 da manhã tem o período<br />
favorável à atividade intelectual reduzido em 20%.
<strong>Sono</strong> e memória<br />
• Estudo de Harvard: os neurônios durante o sono fazem<br />
conexões entre informações adquiridas em situações diferentes.<br />
• “Isso aplica o fato de muita gente acordar com a sensação de<br />
ter tido uma brilhante idéia enquanto dormia” (Robert Stickgold).<br />
• Muitas foram as soluções arquitetadas durante a noite por<br />
sábios da história.<br />
• O químico russo Dmitri Mendeleiev (1834-1907) teve o clique<br />
decisivo para criar a tabela periódica dos elementos durante o<br />
sono.<br />
• O canadense Frederick Banting (1891-1941), um dos<br />
agraciados com o Prêmio Nobel pela descoberta da insulina na<br />
década de 20, contou ter sonhado com a solução.
Dicas de como dormir melhor<br />
• Procure dormir e despertar sempre nos mesmos horários para<br />
facilitar o seu relógio biológico.<br />
• Bebidas que contenham cafeína, tais como café, e teína, tais<br />
como chá preto e chá mate, devem ser evitados antes de dormir,<br />
bem como refrigerantes<br />
• Não fume.<br />
• O quarto de dormir deve ser silencioso, escuro e com<br />
temperatura amena.<br />
• A alimentação antes de dormir deve ser leve e de fácil digestão.<br />
• A atividade física facilita o sono se for feita regularmente pelo<br />
menos 4 horas antes de dormir.<br />
• Não tome remédios sem orientação médica.
Palestra do Dr. Martinelli (geriatra)<br />
Tema: “Cuidadores”<br />
Dia: 21/05 – quinta-feira na FMJ<br />
Início: 20:00 horas<br />
É necessário fazer a sua inscrição na Faculdade de<br />
Medicina de Jundiaí