BrECO_439 (QUINTA) : Plano 40 : 1 ... - Brasil Econômico

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38 Brasil Econômico Quinta-feira, 26 de maio, 2011 PONTO FINAL CARTAS Com relação à reportagem “Indexação não termina no governo Dilma” (publicada nas páginas 10 e 11 da edição de 24/5/2011), os contratos de aluguel são reajustados segundo a variação do IGP-M quando for previsto nos contratos. Infelizmente acontece na maioria das vezes pela não escolha de outros índices como IPC-Fipe ou IPCA. Os salários não aumentam segundo o INPC. Os salários aumentam segundo o resultado das convenções coletivas de trabalho. Infelizmente, quando as convenções vão a dissídio, os juízes, inteligentes como eles só, decidem aplicar o INPC. É impressionante um professor sugerir um link com câmbio. Corrupção tem limites (100% do valor da obra), burrice não. Ronaldo José Neves de Carvalho São Paulo (SP) Muito boa a posição do ministro da Justiça na reportagem “Cardozo defende Palocci e a regulamentação do Lobby no Brasil” (publicada na página 12 da edição de 24/5/2011). O lobby não é um crime. Afinal, faz parte da democracia a pressão de grupos em defesa de seus interesses. É assim com as empresas, sindicatos, estudantes, etc. Ocorre que essa prática tem que ser regulamentada, para ocorrer às claras, com critérios e tudo mais. Deixar o lobby sem regulamentação só faz com que ele ocorra nos bastidores, dando espaço para a corrupção. A legalização do lobby é uma maneira de combater a corrupção! Márcio Tauquaral São Paulo (SP) Com relação ao artigo “O poder do mercado interno” (publicado na página 2 da edição de 24/5/2011), de Murillo de Aragão, como consumidor e trabalhador, vejo que nosso mercado interno cresceu muito, mas está inchado. Não vejo um crescimento sólido, sustentável, pois a abertura do mercado e do acesso de produtos importados quebra todas as expectativas de que empresas genuinamente nacionais tenham um crescimento sólido, gerando emprego e renda. Ter um mercado competitivo não é abrir portas e janelas para os produtos importados. Isso não é livre comércio, isso é dar tiro no pé, logo surgem outros países emergentes e lá se vão os produtos importados em direção a esta nova estrela, que hoje é o Brasil, amanhã não mais. Mercado interno forte é mercado interno produzindo. Marcos Paulo Santos Campinas (SP) Caro senhor Murillo de Aragão. O que dizer além de parabéns por tão importantes palavras. Obrigado pela exemplar aula de história, ciência política, educação social e economia. Isso mostra que o país ainda tem jeito. O que temos de fazer é parar de fechar os olhos para os interesses particulares, porque nesses interesses é que vejo o nascimento da corrupção. Leandro E.A. Lopes Brasília (DF) ESCLARECIMENTOS ■ As recomendações referentes à empresa Telemar, publicadas no BRASIL ECONÔMICO do dia 24/5, na página 32, foram elaboradas pela equipe de análise da Concórdia Corretora em 29/4. Como ocorreram mudanças na empresa nesse período, a equipe de análise informa que mantém uma visão positiva para a companhia em decorrência da entrada da Portugal Telecom no seu capital social e da recente proposta de reestruturação societária da empresa e que está revisando as projeções sobre a empresa. ■ O estoque de letras financeiras (LF) informado no gráfico da página 4 da edição do dia 25 de maio não inclui as emissões da modalidade subordinada. Até o dia 24 de maio, o total das LFs subordinadas, segundo a Cetip, somava R$ 17,633 bilhões. Cartas para Redação - Av. das Nações Unidas, 11.633 – 8º andar – CEP 04578-901 – Brooklin – São Paulo (SP). redacao@brasileconomico.com.br As mensagens devem conter nome completo, endereço e telefone e assinatura. Em razão de espaço ou clareza, BRASIL ECONÔMICO reserva-se o direito de editar as cartas recebidas. Mais cartas em www.brasileconomico.com.br. Presidente do Conselho de Administração Maria Alexandra Mascarenhas Vasconcellos Diretor-Presidente José Mascarenhas Diretores Executivos Alexandre Freeland, Paulo Fraga e Ricardo Galuppo redacao@brasileconomico.com.br BRASIL ECONÔMICO é uma publicação da Empresa Jornalística Econômico S.A. Redação, Administração e Publicidade Avenida das Nações Unidas, 11.633 - 8º andar, CEP 04578-901, Brooklin, São Paulo (SP), Tel. (11) 3320-2000. Fax (11) 3320-2158 Diretor de Redação Ricardo Galuppo Diretor Adjunto Costábile Nicoletta Editores Executivos Arnaldo Comin, Gabriel de Sales, Jiane Carvalho, Thaís Costa Produção Editorial Clara Ywata Editores Conrado Mazzoni (On-line), Elaine Cotta (Brasil), Fabiana Parajara (Destaque), Maria Luiza Filgueiras (Finanças), Rita Karam (Empresas) Subeditores Estela Silva, Isabelle Moreira Lima (Empresas), Ivone Portes (Brasil), Luciano Feltrin (Projetos Especiais), Micheli Rueda (On-line), Priscila Dadona (Finanças) Repórteres Amanda Vidigal, Ana Paula Machado, Ana Paula Ribeiro, Bárbara Ladeia, Carolina Alves, Carolina Pereira, Cintia Esteves, Claudia Bredarioli, Daniela Paiva, Domingos Zaparolli, Dubes Sônego, Eva Rodrigues, Fabiana Monte, Fábio Suzuki, Felipe Peroni, Françoise Terzian, João Paulo Freitas, Karen Busic, Luiz Silveira, Lurdete Ertel, Mariana Celle, Mariana Segala, Martha S. J. França, Michele Loureiro, Natália Flach, Nivaldo Souza, Pedro Venceslau, Priscila Machado, Regiane de Oliveira, Ruy Barata Neto, Thais Folego, Vanessa Correia, Weruska Goeking POR MENOS IMPOSTOS Deisi Rezende/O Dia No Dia Nacional de Respeito ao Contribuinte e da Liberdade de Impostos, cariocas formam fila no posto Ale, em Botafogo, Rio de Janeiro. Para comemorar, várias cidades brasileiras venderam gasolina ontem sem incluir o valor dos impostos no preço final. O objetivo da manifestação era chamar a atenção dos consumidores para a alta carga tributária paga no país, não apenas nos combustíveis, mas em todos os setores do comércio. A data marcou o dia do ano em que o brasileiro deixa de trabalhar apenas para pagar tributos ao governo e começa efetivamente a colocar o dinheiro no bolso. Brasília Maeli Prado, Simone Cavalcanti Rio de Janeiro Ricardo Rego Monteiro Arte Pena Placeres (Diretor), Betto Vaz (Editor), Evandro Moura, Letícia Alves, Maicon Silva, Paulo Roberto Argento, Renata Rodrigues, Renato B. Gaspar, Tania Aquino (Paginadores), Infografia Alex Silva (Chefe), Anderson Cattai, Monica Sobral Fotografia Antonio Milena (Editor), Marcela Beltrão (Subeditora), Henrique Manreza, Murillo Constantino (Fotógrafos), Angélica Breseghello Bueno, Thais Moreira (Pesquisa) Webdesigner Rodrigo Alves Tratamento de imagem Henrique Peixoto, Luiz Carlos Costa Secretaria/Produção Shizuka Matsuno Departamento Comercial Paulo Fraga (Diretor Executivo Comercial), Mauricio Toni (Diretor Comercial), Júlio César Ferreira (Diretor de Publicidade), Ana Carolina Corrêa, Valquiria Rezende, Wilson Haddad (Gerentes Executivos), Paulo Fonseca (Gerente Comercial), Celeste Viveiros, Dervail Cabral Alves, Mariana Sayeg, Simone Franco (Executivos de Negócios), Jeferson Fullen (Gerente de Mercados), Ana Paula Monção (Assistente Comercial) Projetos Especiais Márcia Abreu (Gerente), Alexandre de Vicencio (Coordenador), Daiana Silva Faganelli (Analista) Publicidade Legal Marco Panza (Diretor de Publicidade Legal e Financeira), Marco Aleixo (Gerente Executivo), Adriana Araújo, Valério Cardoso, Carlos Flores (Executivos de Negócios), Tatiana Benevides (Assistente Comercial) Departamento de Marketing Evanise Santos (Diretora), Rodrigo Louro (Gerente de Marketing), Giselle Leme, Roberta Baraúna (Coordenadores de Marketing), João Felippe Macerou Barbosa (Coordenadores) Operações Cristiane Perin (Diretora) Departamento de Mercado Leitor Nido Meireles (Diretor), Nancy Socegan Geraldi (Assistente Diretoria), Denes Miranda (Coordenador de Planejamento) Central de Assinantes e Venda de Assinaturas Marcello Miniguini (Gerente de Assinaturas), Helen Tavares da Silva (Supervisão de Atendimento), Conceição Alves (Supervisão) São Paulo e demais localidades 0800 021 0118 Rio de Janeiro (Capital) (21) 3878-9100 De segunda a sexta-feira - das 6h30 às 18h30. Sábados, domingos e feriados - das 7h às 14h. assinatura@brasileconomico.com.br Central de Atendimento ao Jornaleiro (11) 3320-2112 Sucursal RJ Leila Garcia (Diretoria Comercial), Cristina Diogo (Gerente Comercial) Rua Joaquim Palhares, 40 - Torre Sul – 7º andar – Cidade Nova – CEP 20260-080 – Rio de Janeiro (RJ) Tel.: (21) 2222-8701 e (21) 2222-8707 Jornalista Responsável Ricardo Galuppo TABELA DE PREÇOS Assinatura Nacional Trimestral Semestral Anual R$ 165,00 R$ 276,00 R$ 459,00 Condições especiais para pacotes e projetos corporativos e-mail assinaturascorporativas@brasileconomico.com.br tel: (11) 3320-2015 (circulação de segunda a sexta, exceto nos feriados nacionais) Impressão Editora O Dia S.A. (RJ) Diário Serv Gráfica & Logística (SP) FCâmara Gráfica e Editora Ltda. (DF/GO)
Adriano Pires Diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) Energia eólica na matriz elétrica Aparentemente, a eólica é a energia da vez. Portanto, é importante tecer alguns comentários. O primeiro é que, apesar de toda essa euforia, começam a surgir obstáculos, como atraso em obras e dificuldade de conexão das centrais eólicas ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Por outro lado, existe toda uma perspectiva de que no próximo leilão a eólica se firme definitivamente como alternativa competitiva para geração elétrica. Isso irá obrigar uma redução gradual dos atuais benefícios concedidos à energia eólica. De acordo com o último Boletim de Acompanhamento das Centrais Geradoras Eólicas, divulgado pela Aneel em abril, dos 105 empreendimentos de energia eólica com projetos em andamento, 41 estão atrasados. São 2.140 MW, o que representa 55,1% do potencial dos projetos. Entre as causas dos atrasos estão dificuldades de obtenção de financiamento, entraves à obtenção de licença ambiental, infraestrutura logística inadequada para desenvolvimento das obras e falta de mãode-obra especializada. A utilização da energia eólica também apresenta outras limitações, como a restrição geográfica de geração. Já é possível hoje identificar bacias eólicas, onde a concentração de ventos é maior. Essas bacias estão localizadas no Nordeste, que responde por 78,5% da operação eólica. A região Sul é a segunda em concentração dos ventos, e representa 18,7% da geração brasileira. Além disso, o vento, assim como o regime pluviométrico, obedece a uma sazonalidade, ou seja, não há uma garantia de fornecimento pleno dentro da carga desejada durante o ano inteiro, o que traz a necessidade de sua complementaridade com outras fontes. O Brasil, junto com China e Índia, também se consolida como um dos principais destinos mundiais de investimento em geração eólica. O país é visto promissoramente devido à grande extensão territorial, rápido crescimento, forte base industrial e compromisso com a energia limpa. A energia eólica deve ter um papel importante no Brasil. Contudo, não pode nem deve ser encarada como uma panaceia para não atrair franco atiradores Em 2009, o leilão exclusivo para energia eólica resultou na contratação de 1.805,7 MW, a preços de R$ 148,39/MWh, 21,5% menor que o preço teto estabelecido, de R$ 189/MWh. Nos últimos leilões de Reserva e A-3 de fontes alternativas, realizados em agosto do ano passado, as eólicas também foram o grande destaque. Outra demonstração do avanço da energia eólica no Brasil foram as recentes declarações de empresas como a Tractebel, a CPFL Energia e a Neoenergia de que irão construir parques eólicos destinados ao mercado livre. No próximo leilão A-3, a ser realizado em julho, dos 582 projetos inscritos, 429 são de usinas eólicas, o que representa 40% dos 27.567 MW da energia cadastrada, a gás natural (39%), biomassa (16%), PCHs (3%) e hidrelétricas (2%). Do total de empreendimentos inscritos de eólica, estima-se que entre 2.000 e 2.500 MW serão efetivamente contratados. A energia eólica vai ter um papel importante na matriz brasileira, contudo não pode e nem deve ser encarada como panaceia e solução da oferta de energia elétrica. Essa euforia acaba trazendo franco atiradores para o negócio, como ocorreu na geração a óleo. Isso que acaba penalizando os verdadeiros investidores. ■ Tatiana Campello Lopes Sócia responsável pela área de propriedade intelectual do Demarest e Almeida Advogados Quinta-feira, 26 de maio, 2011 Brasil Econômico 39 O poder estratégico da inovação O significado do termo “crowdsourcing” ainda pode ser desconhecido por muitos. No entanto, é grande a probabilidade de um indivíduo ou uma empresa já terem participado de um “crowdsourcing” sem entender exatamente a sua definição e relevância. Esses indivíduos , na realidade, já fazem parte da mais moderna disseminação do conhecimento e desenvolvimento de novas tecnologias. O termo pode ser melhor compreendido com a simples tradução para o português de seus radicais “crowd”, a saber, multidão e “source”, que significa fonte. Assim, tem-se “a fonte na multidão”. Colocando esse termo no contexto da inovação tem-se o desenvolvimento e solução de várias questões tecnológicas resolvidas em regime colaborativo e por indivíduos não específicos, que integram a multidão, a coletividade. No passado, as empresas investiam exclusivamente em seus centros de pesquisa e desenvolvimento e tinham o dever de resolver seus problemas e criar novas tecnologias “dentro de casa”. O mundo se transformou, assim como as necessidades dos consumidores/clientes e a velocidade da evolução tecnológica. As empresas começaram a perceber que poderiam, e deveriam, identificar as suas deficiências e buscar soluções com seus próprios consumidores ou com terceiros, os quais, afastados do dia a dia da empresa, ou com conhecimentos, experiências e competências específicas, poderiam contribuir. O poder dessas contribuições heterogêneas passou a ser estratégico para a inovação. A contribuição deve ser estimulada pelas empresas, inclusive com a possibilidade de prêmios ou a participação nos resultados conquistados Assim, o paradigma anterior da forma de inovar foi quebrado e uma revolução se iniciou. Evidentemente, a internet e as redes sociais só contribuíram e reforçaram ainda mais esse processo, mas é importante ressaltar que o “crowdsourcing” pode ser desenvolvido e utilizado em qualquer meio ou mídia. A forma e o benefício que uma empresa terá com a utilização do “crowdsourcing” estão diretamente ligados à sua estratégia de inovação e à gestão da propriedade intelectual. Antes, a proteção e a forma de utilização da propriedade intelectual eram essencialmente baseadas na coibição do uso de tais direitos por terceiros não autorizados. Hoje, o que se nota é muito mais o desenvolvimento de uma estratégia de utilização da propriedade intelectual por diversas formas simultaneamente, com a otimização da inovação por meio do “crowdsourcing”. A busca por soluções e uma definição de como atingir resultados satisfatórios podem ser consideradas como a estratégia de “crowdsourcing”. É importante entender que não basta uma empresa divulgar e criar uma campanha solicitando colaboração da multidão, sem antes definir muito bem seus objetivos e como pretende lidar com as colaborações. A estratégia escolhida norteará as contínuas colaborações de terceiros para aquilo que se quer solucionar, criar ou melhorar. Além disso, a empresa deve agir como um facilitador para a contribuição coletiva, dando as diretrizes, mas nunca limitando a criação, ainda que aquela contribuição possa não atender às expectativas. Logo, a contribuição deve ser estimulada, inclusive com a possibilidade de prêmios ou a participação dos resultados. Viabilizar essa parceria de colaboração de forma global é um desafio que as empresas e consultores jurídicos têm e que, certamente, trarão resultados positivos. ■
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