BrECO_439 (QUINTA) : Plano 40 : 1 ... - Brasil Econômico
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Murillo Constantino<br />
www.brasileconomico.com.br<br />
mobile.brasileconomico.com.br<br />
<strong>QUINTA</strong>-FEIRA, 26 DE MAIO, 2011 | ANO 3 | Nº <strong>439</strong> | DIRETOR RICARDO GALUPPO | DIRETOR ADJUNTO COSTÁBILE NICOLETTA R$ 2,00<br />
Mendonça de Barros vai importar<br />
caminhões chineses para o <strong>Brasil</strong><br />
Manaus define suas<br />
ações para inovação<br />
Empresas, governo e institutos da região<br />
organizam-se para montar polo de pesquisa<br />
que reduza dependência econômica<br />
local das atividades da Zona Franca. ➥ P4<br />
Novela do Código<br />
chega ao Senado<br />
O racha na base aliada durante a votação do<br />
Código Florestal na Câmara dos Deputados<br />
deve dificultar e arrastar a discussão do projeto,<br />
que começa a ser analisado pelo Senado. ➥ P10<br />
Walmart negocia<br />
compra da Muffato<br />
Varejista americana está de olho na maior rede<br />
de supermercados do Paraná para defender sua<br />
liderança no Sul do país e também na paulista<br />
Savegnago, forte no interior do estado. ➥ P22<br />
Para Yunus, “pai do microcrédito”,<br />
<strong>Brasil</strong> pode usar compulsório<br />
para avançar em negócios sociais<br />
e ser líder nesse mercado ➥ P32<br />
Apetite externo<br />
aumenta por<br />
dívida corporativa<br />
O volume de captação via<br />
títulos de dívida de bancos e<br />
companhias brasileiras no<br />
mercado internacional saltou<br />
32% no ano, para US$ 19,8 bi,<br />
e deve manter ritmo forte. ➥ P30<br />
INDICADORES<br />
TAXAS DE CÂMBIO COMPRA<br />
25.5.2011<br />
VENDA<br />
▲ Dólar Ptax (R$/US$) 1,6289 1,6297<br />
▲ Dólar comercial (R$/US$) 1,6270 1,6290<br />
▲ Euro (R$/€)<br />
2,2963 2,2976<br />
▼ Euro (US$/€)<br />
1,<strong>40</strong>97 1,<strong>40</strong>98<br />
▲ Peso argentino (R$/$) 0,3985 0,3991<br />
JUROS META EFETIVA<br />
■ Selic (a.a.)<br />
12,00% 11,92%<br />
BOLSAS VAR. % ÍNDICES<br />
▲ Bovespa - São Paulo 0,08 63.388,44<br />
▲ Dow Jones - Nova York 0,31 12.394,66<br />
▲ Nasdaq - Nova York 0,55 2.761,38<br />
▲ S&P 500 - Nova York 0,32 1.320,47<br />
▲ FTSE 100 - Londres 0,20 5.870,14<br />
▲ Hang Seng - Hong Kong 0,07 22.747,28<br />
Novas usinas nucleares devem ter<br />
70% de nacionalização e preço do<br />
megawatt/hora ficará entre R$ 150 e<br />
R$ 155, segundo a Eletronuclear. ➥ P20<br />
Edson Silva/Folhapress<br />
Ex-ministro será revendedor<br />
oficial da Foton Aumark,<br />
maior fabricante de<br />
veículos pesados da China.<br />
<strong>Plano</strong>s incluem linha de<br />
montagem no país até 2015<br />
O lançamento da empresa, que concorrerá<br />
com pesos pesados como Man, Mercedes-Benz<br />
e Hyundai, será feito em outubro.<br />
Em um ano, a expectativa do expresidente<br />
do BNDES é comercializar 6<br />
mil caminhões leves e semileves para<br />
uso urbano. Ainda neste ano, serão instaladas<br />
seis revendas da montadora em<br />
São Paulo. Entre 2012 e 2015, o plano de<br />
negócios prevê a abertura de 20 novas<br />
concessionárias por ano. ➥ P18<br />
Começa a circular hoje em São<br />
Paulo a primeira frota de ônibus<br />
movida a etanol do país. ➥ P16
2 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> Quinta-feira, 26 de maio, 2011<br />
NESTA EDIÇÃO<br />
Marcela Beltrão<br />
Escolas de idiomas levam<br />
vantagem com grandes eventos<br />
Walter Toledo Silva, fundador do Cel Lep, constata<br />
aumento de 20% da procura por cursos, tendência<br />
confirmada por CNA, Wizard e Fisk. Além dos<br />
profissionais que buscam as escolas, empresários<br />
também correm para comprar franquias. ➥ P26<br />
Embalagens participam de<br />
campanhas e informam clientes<br />
Com tantos canais de comunicação à disposição, as<br />
informações das embalagens ganham importância<br />
por atingir 100% dos consumidores. Tanto que<br />
a mudança no visual deve ser constante, caso<br />
contrário a embalagem vira peça de museu. ➥ P28<br />
Análise de perfil de investimento<br />
ainda descola de aplicações<br />
Levantamento feito pelo Itaú Unibanco com 550 mil<br />
clientes aponta que 35% deles correm mais risco do<br />
que seu perfil recomendaria. Na região Norte do país,<br />
entretanto, as aplicações são mais conservadoras<br />
do que o apetite de investidores suportaria. ➥ P34<br />
À espera da Olimpíada,<br />
Rio busca R$ 750 milhões<br />
Isabela Kassow/O Dia<br />
Em meio a um processo de revitalização para<br />
se preparar para os Jogos Olímpicos de 2016,<br />
a cidade comemorou o aniversário de um ano<br />
da Rio Negócios, que tem como conselheiro<br />
Olavo Monteiro de Carvalho. O objetivo é<br />
transformar o Rio em um pólo tecnológico. ➥ P12<br />
Sob protesto de emergentes,<br />
Lagarde disputa posto no FMI<br />
Apoiada por Estados Unidos, Europa e China, a<br />
francesa Christine Lagarde entrou oficialmente na<br />
disputa pela chefia do Fundo Monetário Internacional<br />
(FMI), apesar da fúria das economias emergentes<br />
sobre a predominância europeia no cargo. ➥ P36<br />
OPINIÃO<br />
José Dirceu<br />
Advogado, ex-ministro da Casa Civil<br />
e membro do Diretório Nacional<br />
do Partido dos Trabalhadores<br />
Os gigantes das<br />
micro e pequenas<br />
Uma das chaves para o <strong>Brasil</strong> manter a economia<br />
aquecida é aumentar sua competitividade. De um<br />
lado, como já reforcei em outras ocasiões, está a<br />
importância de se investir pesado em tecnologia e<br />
inovação. De outro lado, há um caminho rápido e<br />
complementar: estimular o empreendedorismo, a<br />
partir de mudanças na atual legislação associadas<br />
a medidas que favoreçam a criação de Micro e Pequenas<br />
Empresas (MPEs).<br />
O país registra hoje mais de 1 milhão de empreendedores<br />
individuais. Trata-se de setor crucial à geração<br />
de novos empregos e ao crescimento. Para se ter<br />
uma ideia do tamanho desse potencial, no ano passado,<br />
os pequenos negócios registraram 62% de expansão<br />
no valor total do que foi exportado — as vendas ao<br />
exterior passaram de R$ 2,1 bilhões, em 2009, para<br />
R$ 3,4 bilhões, em 2010. O resultado é quase o dobro<br />
do crescimento de 32% registrado pelo total de exportações<br />
de toda a economia nacional no mesmo<br />
período — de R$ 247,9 bilhões para R$ 327 bilhões.<br />
Evidente que esse avanço se deu, essencialmente,<br />
com a combinação de dois fatores: estabilidade<br />
monetária numa economia em crescimento<br />
e apoio do governo federal, que adotou políticas<br />
específicas à exportação e teve na Apex (Agência<br />
<strong>Brasil</strong>eira de Promoção de Exportações e Investimentos)<br />
um dos seus braços. De fato, a Apex vem<br />
fazendo um excelente trabalho de promoção brasileira<br />
no exterior, aproximando os mercados de<br />
nossos produtores. Há de se considerar também a<br />
melhoria na qualidade da produção brasileira que<br />
chega ao mercado internacional.<br />
É necessário reduzir os<br />
entraves burocráticos ao<br />
empreendedorismo, fortalecendo<br />
as pequenas e médias empresas<br />
Além disso, houve aumento de crédito destinado<br />
às micro e pequenas empresas pelo BNDES (Banco<br />
Nacional de Desenvolvimento <strong>Econômico</strong> e Social),<br />
que teve recuperado no governo Lula seu papel primordial<br />
de fomento. O volume mais que dobrou de<br />
2009 a 2010: foi de R$ 11,6 bilhões para R$ 23,7 bilhões.<br />
Segundo o presidente do BNDES, Luciano<br />
Coutinho, uma das causas foi o uso do Cartão BNDES,<br />
que movimentou, no período, quase o dobro (81%)<br />
dos resultados obtidos no ano passado, alcançando<br />
R$ 1,3 bilhão — em 2011, as projeções do banco são de<br />
R$ 8 bilhões. A taxa de juros praticada para esse setor<br />
da economia foi outro atrativo: desde março, a taxa<br />
para a compra de bens é de 6,5%, enquanto que o índice<br />
destinado às grandes empresas é de 8,7%.<br />
Se existe consenso de que o setor é fundamental<br />
ao país, há também a certeza de que é preciso<br />
criar condições para a expansão das MPEs. Nesse<br />
sentido, o país necessita de reformas que barateiem<br />
o crédito e tornem mais ágil sua obtenção.<br />
Está na agenda aprovar no bojo da reforma tributária,<br />
como propõe o governo, a ampliação do teto<br />
do Super Simples, a alteração das alíquotas do<br />
ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e<br />
Serviços), a redução da contribuição na folha para<br />
a Previdência e o salário educação.<br />
Esses caminhos retiram entraves burocráticos<br />
ao empreendedorismo, fortalecer as MPEs, estimulam<br />
exportações, ampliam a produtividade e<br />
geram mais postos de trabalho com carteira assinada.<br />
Afinal, tornar nossa economia mais competitiva<br />
passa por investir nesses gigantes chamados<br />
micro e pequenas empresas. ■<br />
Julio Gomes de Almeida<br />
Consultor do Instituto<br />
de Estudos para o<br />
Desenvolvimento Industrial (Iedi)<br />
O novo momento<br />
da inflação<br />
A dificuldade no combate da recente aceleração inflacionária<br />
no <strong>Brasil</strong> reside na multiplicidade de fatores<br />
causadores do forte e muito generalizado aumento<br />
de preços. Por enquanto, o aumento mensal<br />
do custo de vida ainda é alto e, em bases anuais, a<br />
inflação ultrapassa o teto de 6,5% da meta.<br />
Mas, alguma coisa já acontece, o que nutre a<br />
expectativa de que na margem os índices venham<br />
a se comportar em uma base mais próxima ao<br />
centro da meta anual que é de 4,5%. De fato, em<br />
alimentação — item destacado no último ciclo de<br />
aceleração inflacionária no <strong>Brasil</strong> e no mundo e<br />
que é base do consumo do brasileiro que está ingressando<br />
no mercado consumidor —, já há sinais<br />
de recuo e é de se esperar uma trajetória de queda,<br />
seja porque a escalada das commodities teve um<br />
estancamento, seja porque a sazonalidade favorece<br />
a moderação de preços. Também em transporte<br />
o quadro melhorou e é muito provável que o barateamento<br />
do etanol desinfle esse que foi o maior<br />
vilão dos preços nos últimos meses.<br />
O desenvolvimento nem de<br />
longe é um processo harmônico<br />
e frequentemente provoca<br />
mudanças de preços e salários<br />
Mas, a resistência inflacionária é ainda acentuada<br />
porque o <strong>Brasil</strong> não se libertou de uma indexação<br />
muito ampla, daí os altos aumentos das<br />
tarifas de energia elétrica e água e esgoto, como<br />
ocorreu em maio. Nada é possível fazer prontamente<br />
com esses preços indevidamente indexados.<br />
Mas, olhando para o futuro, seria o momento<br />
de acelerar a desindexação em serviços públicos<br />
e aluguel.<br />
Como se não bastassem as influências negativas<br />
da monumental ascensão dos preços internacionais<br />
de commodities, da excepcional sazonalidade<br />
dos preços domésticos nesse ano e da<br />
grande influência das tarifas indexadas, desde o<br />
ano passado a atividade na economia está em nível<br />
elevado, o que generaliza os aumentos dos<br />
preços dos serviços em função, sobretudo, de aumentos<br />
dos rendimentos dos profissionais desse<br />
setor. Como se sabe, os rendimentos da base da<br />
população ocupada vinham sendo impulsionados<br />
pela valorização do salário mínimo, o que ajudou<br />
a reconstituir o mercado interno consumidor.<br />
Mas agora praticamente todas as categorias de<br />
profissionais em serviços vêem a oportunidade<br />
de um aumento de remunerações, o que afeta em<br />
cheio itens relevantes do índice de preço ao consumidor,<br />
como saúde e despesas pessoais.<br />
A moderação já em curso do crescimento da<br />
economia amenizará o impacto desse fator, mas<br />
não devemos esquecer que ele é decorrente de<br />
um estágio superior alcançado pela economia<br />
brasileira. O desenvolvimento nem de longe é um<br />
processo harmônico e frequentemente provoca<br />
mudanças de preços e salários como consequência<br />
de alterações na distribuição da matéria prima,<br />
dos bens de capital e da força de trabalho na<br />
economia. São aumentos hoje na remuneração de<br />
prestadores de serviços que amanhã ampliarão a<br />
oferta de mão-de-obra e incentivarão a maior<br />
qualificação no setor. Mesmo com tantos fatores<br />
de resistência é possível esperar queda da inflação<br />
mensal. Isso servirá para aliviar em muito a<br />
expectativa hoje negativa que emana de uma inflação<br />
muito superior à meta. ■
DIAGEO QUER CONQUISTAR CLASSE MÉDIA<br />
Marcela Beltrão<br />
Otto von Sothen, o novo presidente da Diageo no <strong>Brasil</strong>, expande a estrutura da empresa<br />
em Minas Gerais e nos estados do Nordeste para aproveitar o aumento do poder aquisitivo<br />
da população e posicionar o país entre um dos seus principais mercados nos próximos anos.<br />
Atualmente, o <strong>Brasil</strong> já está entre os dez maiores em faturamento da companhia. ➥P24<br />
TRÊS PERGUNTAS A...<br />
...LUCIANO GROCH<br />
Diretor para a América<br />
do Sul da área automotiva<br />
da Assurant Solutions<br />
Henrique Manreza<br />
Seguradora exporta<br />
modelo brasileiro de<br />
garantia estendida<br />
Com quase dois anos de<br />
operação no <strong>Brasil</strong> e na<br />
vice-liderança do mercado, a<br />
seguradora Assurant começa a<br />
exportar o modelo implementado<br />
de garantia estendida de<br />
automóveis para outros países<br />
da América do Sul. O produto<br />
estende a garantia de fábrica<br />
para veículos novos e seminovos.<br />
Para quais países vocês<br />
vão levar o modelo daqui?<br />
O modelo brasileiro de levar<br />
inteligência de sistemas e<br />
produtos para dentro das<br />
concessionárias no <strong>Brasil</strong> tem<br />
mostrado resultados. Por isso,<br />
decidimos levá-lo para o Chile e<br />
Argentina, para melhorar os<br />
resultados dessas operações.<br />
A ideia é uniformizar a<br />
operação na América do Sul.<br />
Qual é o tamanho do mercado<br />
de garantia estendida<br />
para auto nesses países?<br />
Nossas projeções mostram<br />
que no Chile esse segmento<br />
tem potencial entre US$ 70<br />
milhões a US$ 100 milhões.<br />
Na Argentina, de US$ 300<br />
milhões. São mercados menores<br />
que o brasileiro, que tem<br />
Quinta-feira, 26 de maio, 2011 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> 3<br />
Avanço<br />
Frota de ônibus a etanol deverá<br />
reduzir poluição do ar em SP<br />
São Paulo será a segunda cidade do mundo, depois<br />
de Estocolmo, na Suécia, a dispor de uma frota<br />
de ônibus movidos a etanol. A frota, operada pela<br />
Viação Metropolitana, presidida por Liège Chaves,<br />
deverá circular em linhas da zona sul da cidade, será<br />
apresentada hoje e, na próxima semana, transportará<br />
os convidados do C-<strong>40</strong> , o encontro dos prefeitos das<br />
maiores cidades do mundo. Os testes nos últimos três<br />
anos comprovaram o desempenho a confiabilidade<br />
do combustível, além da redução nas emissões de<br />
gases poluentes e daqueles que contribuem para as<br />
mudanças climáticas em relação ao diesel. ➥ P16<br />
Retrocesso<br />
Discussão do Código Florestal no<br />
Senado pode durar quatro meses<br />
O líder do governo no Senado, senador Romero<br />
Jucá (PMDB-RR), pretende encaminhar à presidente<br />
Dilma Rousseff pedido de prorrogação do Decreto<br />
7.029/2009, que manda punir a partir de 11 de junho<br />
de 2011 os produtores rurais responsáveis por<br />
desmatamentos ilegais. Jucá começou a recolher<br />
assinaturas dos líderes partidários em apoio<br />
ao requerimento. A prorrogação do decreto é<br />
necessária para dar tempo aos senadores de<br />
discutirem e emendarem o projeto de reforma<br />
do Código Florestal, aprovado na terça-feira<br />
pela Câmara dos Deputados, e que deve chegar<br />
ao Senado na próxima semana.<br />
potencial de US$ 1 bilhão,<br />
mas são importantes.<br />
Divulgação<br />
Antonio Cruz/ABr<br />
Como está a operação<br />
brasileira?<br />
O primeiro trimestre foi<br />
muito bom para nós. Abrimos<br />
50 novos pontos de venda em<br />
concessionárias de automóveis.<br />
A meta para este ano é dobrar<br />
o número de pontos. Encerramos<br />
o ano passado com 200 pontos<br />
de venda. Thais Folego
4 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> Quinta-feira, 26 de maio, 2011<br />
DESTAQUE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO<br />
Editora: Fabiana Parajara fparajara@brasileconomico.com.br<br />
Manaus organiza polo<br />
de incentivo à inovação<br />
Pela primeira vez, estado, empresas e instituições de pesquisa começam a atuar juntos<br />
Cláudia Bredarioli, de Manaus*<br />
cbredarioli@brasileconomico.com.br<br />
Muitas vezes, os esforços para<br />
impulsionar a inovação aparecem<br />
em ambientes nos quais outras<br />
atividades econômicas têm<br />
dificuldade de deslanchar. Por<br />
isso, num estado como o Amazonas,<br />
que tem no pescado a única<br />
autossuficiência na área alimentar<br />
e no qual as estradas são rios, a<br />
necessidade de buscar iniciativas<br />
inovadoras para sustentar a economia<br />
parece ser latente. Porém,<br />
até poucos meses atrás, a região<br />
de Manaus, capital que concentra<br />
metade da população do estado,<br />
não dispunha de uma agenda coletiva<br />
de incentivo à inovação.<br />
Com o objetivo de tornar a região<br />
menos dependente de incentivos<br />
fiscais — únicos responsáveis<br />
por manter centenas de<br />
empresas na crescente área do<br />
Polo Industrial de Manaus (PIM)<br />
—, empresas, governo e instituições<br />
de pesquisa locais resolveram<br />
se unir em torno do tema. Os<br />
resultados da iniciativa começam<br />
a aparecer agora.<br />
As prioridades de ação foram<br />
definidas com foco nas principais<br />
demandas das empresas, tendo<br />
sido estabelecidas a partir do critério<br />
de trazer resultados de<br />
maior impacto a partir de esforços<br />
proporcionalmente menores.<br />
A primeira ação foi a criação do<br />
Fórum de Inovação do Amazonas<br />
que já desenvolve duas tarefas:<br />
realizar o mapeamento das instituições<br />
e opções de serviços tecnológicos<br />
da região; e traçar estratégias<br />
para ampliar a participação<br />
do setor produtivo nos<br />
processos conjuntos de incentivo<br />
à inovação. “Mapear as demandas<br />
do setor produtivo e tentar<br />
atendê-las é central porque é<br />
dentro das empresas que a inovação<br />
ocorre”, diz Guajarino de<br />
Araújo Filho, coordenador do<br />
Núcleo de Estudos e Pesquisas em<br />
Inovação (Nepi), da Fundação<br />
Centro de Análise, Pesquisa e<br />
Inovação Tecnológica (Fucapi).<br />
De acordo com ele, o objetivo<br />
central da ação é dar à economia<br />
local independência em relação<br />
ao PIM. “A atividade da Zona<br />
Franca é muito complexa e só se<br />
realiza em Manaus em razão dos<br />
incentivos fiscais. Se esses incentivos<br />
deixarem de existir, toda a<br />
economia do Amazonas entra em<br />
colapso”, diz Araújo.<br />
Neste sentido, Célio Luís Matos,<br />
responsável pela área de<br />
agronegócio do Sebrae de Manaus,<br />
já vislumbra a criação ou o<br />
“A atividade da Zona<br />
Franca é muito<br />
complexa e só se<br />
realiza em Manaus<br />
em razão dos<br />
incentivos fiscais.<br />
Se esses incentivos<br />
deixarem de existir,<br />
toda a economia<br />
do Amazonas<br />
entra em colapso<br />
Guajarino de Araújo Filho,<br />
coordenador do Núcleo de<br />
Estudos e Pesquisas em Inovação<br />
A piscicultura tem<br />
crescido no estado,<br />
mas Rondônia está<br />
na nossa frente.<br />
Precisamos inovar.<br />
Por que não<br />
pensarmos, por<br />
exemplo, em produzir<br />
tambaqui enlatado?<br />
Célio Luís Matos,<br />
responsável pela área<br />
de agronegócio do<br />
Sebrae de Manaus<br />
fortalecimento de cadeias de<br />
produção inovadoras que tragam<br />
empregos e riqueza para a<br />
região. E, como o Amazonas<br />
tem uma peculiaridade de ser o<br />
estado com maior participação<br />
de preservação da área de floresta<br />
dentre os que estão na Região<br />
Norte, essas atividades têm<br />
necessariamente que girar em<br />
torno da sustentabilidade, diz<br />
Matos. “Os segmentos de móveis<br />
e madeira, de biocosméticos,<br />
de polpa de frutas e da indústria<br />
naval têm grande potencial<br />
de crescimento, mas<br />
ainda apresentam desempenhos<br />
irrisório”, afirma.<br />
Segundo ele, contudo, a principal<br />
indústria a ser beneficiada<br />
por processos inovadores no<br />
Amazonas seria a do pescado,<br />
que atualmente desperdiça cerca<br />
de 30% de sua produção. “ A<br />
piscicultura tem crescido no estado,<br />
mas Rondônia, por exemplo,<br />
está na nossa frente. Precisamos<br />
inovar. Por que não pensarmos,<br />
por exemplo, em produzir<br />
tambaqui enlatado?”<br />
Esse tipo de proposição só tem<br />
sido possível, segundo Maurício<br />
Loureiro, presidente do Centro<br />
da Indústria do Estado do Amazonas<br />
(Cieam) — que chegou à<br />
Manaus para dirigir a Technos da<br />
Amazônia no início da década de<br />
1980 — porque diminuíram as<br />
resistências em todas as esferas,<br />
privada, acadêmica e governamental.<br />
“Os pesquisadores e o<br />
estado veem que precisam interagir<br />
com o mercado, enquanto<br />
as empresas têm mais clareza de<br />
que não é possível guardar informação<br />
só para si”, diz.<br />
Desempenho<br />
Com faturamento de US$ 9,3 bilhões,<br />
o Polo Industrial de Manaus<br />
teve o melhor primeiro trimestre<br />
da história em 2011, com<br />
crescimento de 25,74% sobre o<br />
igual período do ano passado,<br />
quando atingiu US$ 7,4 bilhões.<br />
Por enquanto, o bom desempenho<br />
ainda é resultado direto da<br />
ação independente das empresas<br />
(leia mais na página 6). Os<br />
dados compilados até março são<br />
dos Indicadores de Desempenho<br />
do PIM, levantados mensalmente<br />
pela Superintendência<br />
da Zona Franca de Manaus. Em<br />
março, o faturamento da indústria<br />
somou US$ 3,4 bilhões contra<br />
US$ 3 bilhões de fevereiro<br />
(alta de 14,46%), superando em<br />
20,24%, os US$ 2,9 bilhões de<br />
março do ano passado. ■ * Viajou<br />
a convite da Abipti<br />
EXPANSÃO<br />
Modelo deve ser<br />
aplicado em capitais<br />
da Região Norte<br />
A partir dos resultados<br />
alcançados em Manaus, a<br />
Associação <strong>Brasil</strong>eira das<br />
Instituições de Pesquisa<br />
Tecnológica e Inovação (Abipti)<br />
quer replicar a experiência em<br />
outros polos econômicos do<br />
<strong>Brasil</strong>, a começar pelas capitais<br />
da Região Norte. A primeira ação<br />
para disseminação da metodologia<br />
aplicada no polo amazonense<br />
será um encontro, marcado para<br />
amanhã, com Helmut Kergel,<br />
vice-chefe do Departamento<br />
de Cooperação Tecnológica<br />
Internacional e Clusters<br />
do Instituto para Inovação<br />
e Tecnologia de Berlim.<br />
O especialista vem ao <strong>Brasil</strong> para<br />
apresentar essa metodologia —<br />
desenvolvida pelo instituto<br />
alemão e adaptada às<br />
necessidades de Manaus —<br />
a representantes de outros<br />
institutos de pesquisa ligados à<br />
Abipti. Para Isa Assef, presidente<br />
da associação, estudos como<br />
este fortalecem o apoio na<br />
definição de políticas públicas<br />
que permitam ao setor produtivo<br />
canalizar investimentos em<br />
programas e projetos de pesquisa<br />
e desenvolvimento. “Um marco<br />
regulatório eficiente, por<br />
exemplo, é um dos nossos<br />
principais anseios”, diz. C.B.<br />
1<br />
3
LEIA MAIS<br />
Independentemente das<br />
ações em prol da inovação<br />
em Manaus, empresas usam<br />
atitudes inovadoras para<br />
melhorar produção, reduzir<br />
custos e manter competitividade.<br />
4<br />
2<br />
Projeto para Banco Finep<br />
deve ficar pronto em 90<br />
dias, com ajuda de consultoria<br />
que será contratada em breve.<br />
Mudança visa aproximar<br />
financiadora e empresas.<br />
Déficit tecnológico<br />
brasileiro deve chegar a<br />
US$ 100 bi este ano, segundo<br />
projeção da Protec. De acordo<br />
com a entidade, a diferença<br />
está subindo desde 2004.<br />
Fotos: Alberto César Araújo<br />
1 Isa Assef, presidente da Abipti, diz que marco regulatório é fundamental para promover<br />
a inovação no país; 2 Para Maurício Loureiro, do Cieam, maior interação entre governo, academia<br />
e empresas viabiliza polo no Amazonas; 3 Guajarino de Araújo Filho, da Fucapi, explica que<br />
demandas do setor produtivo norteiam os trabalhos em Manaus; 4 Célio Luís Matos, do Sebrae de<br />
Manaus, afirma que cadeias de produção inovadoras vão trazer riquezas e empregos à Região Norte<br />
Quinta-feira, 26 de maio, 2011 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> 5<br />
CONTEXTO<br />
País precisa<br />
de política<br />
pública<br />
Por mais que experiências regionais<br />
como a de Manaus sejam<br />
bem-sucedidas, sem uma política<br />
pública de incentivos aos investimentos<br />
em inovação não<br />
haverá mudança no cenário nacional.<br />
“O <strong>Brasil</strong> não precisa da<br />
inovação porque tem outras atividades,<br />
especialmente de extração,<br />
que suprem sua economia<br />
no curto prazo. Seria preciso haver<br />
uma Camex (Câmara de Comércio<br />
Exterior) para a inovação<br />
deslanchar”, diz Antônio Britto,<br />
presidente da Associação da Indústria<br />
Farmacêutica de Pesquisa<br />
(Interfarma), expondo a necessidade<br />
de centralização das atividades<br />
relacionadas ao impulso à<br />
inovação em um só lugar.<br />
“Sem política pública não se<br />
tem inovação no chão da fábrica,<br />
que é onde, de fato, ela se dá. Falta<br />
um projeto claro que incentive<br />
o empresário a investir”, afirma<br />
Isa Assef, presidente da Abipti.<br />
Segundo ela, seria importante,<br />
por exemplo, o <strong>Brasil</strong> conduzir<br />
suas políticas de inovação de<br />
acordo com as prioridades do<br />
país, destacando temas como<br />
pré-sal e biodiversidade. “Por<br />
que não dar isenção fiscal a quem<br />
investe em educação?”<br />
Para Gustavo Kesselring, da<br />
consultoria Vis Research, especializada<br />
em inovação em biomedicina,<br />
o <strong>Brasil</strong> tem que tomar a<br />
decisão política de querer inovar.<br />
“Só assim será possível criar condições<br />
jurídicas, tributárias e regulatória<br />
para que a inovação se<br />
desenvolva”, diz. Sem essas iniciativas,<br />
explica, o país continuará<br />
contando apenas com ações<br />
isoladas que, para serem aplicadas,<br />
esbarram na burocracia.<br />
O investimento brasileiro<br />
em pesquisa e inovação é de<br />
1,4% do PIB, cerca de R$ 42 bilhões,<br />
segundo o Ministério da<br />
Ciência e Tecnologia. O Japão,<br />
por exemplo, investe 3,44% do<br />
PIB. A questão é que os investimentos<br />
no <strong>Brasil</strong> têm crescido,<br />
mas a passos demasiadamente<br />
lentos. Em 2009, a participação<br />
foi de 1,2% do PIB, e em 2008,<br />
de 1,1%. A expectativa do governo<br />
era de quem ao fim de<br />
2010, ano que encerrou o <strong>Plano</strong><br />
de Ação de Ciência, Tecnologia<br />
e Inovação para o Desenvolvimento<br />
Nacional (Pacti), o percentual<br />
chegasse a 1,65%, puxado<br />
principalmente pelo aumento<br />
da participação do setor<br />
privado, hoje em 0,5%. A meta<br />
não foi cumprida. Procurado, o<br />
Ministério da Ciência e Tecnologia<br />
não respondeu à solicitação<br />
de entrevista. ■ C.B.
6 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> Quinta-feira, 26 de maio, 2011<br />
DESTAQUE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO<br />
Ganho de produção e redução<br />
de custos são razões para inovar<br />
Independentemente de ações coletivas no polo industrial, companhias não deixam de investir em renovação<br />
Cláudia Bredarioli<br />
cbredarioli@brasileconomico.com.br<br />
Se as iniciativas coletivas em prol<br />
da inovação no Polo Industrial de<br />
Manaus (PIM) começam a sair do<br />
papel agora, as empresas que<br />
atuam na região já vêm adotando<br />
ações inovadoras. Sejam tomadas<br />
por conta própria ou por incentivo<br />
de suas matrizes — visto<br />
que boa parte das empresas instaladas<br />
no PIM têm seus centros<br />
de decisão fora dali —, essas atitudes<br />
fazem diferença no processo<br />
produtivo, reduzem custos<br />
e, segundo os empresários, permitem<br />
às companhias continuar<br />
competindo no futuro.<br />
Fundada na região em 1956, a<br />
Fogás, distribuidora de gás liquefeito<br />
de petróleo (GLP), sempre<br />
buscou incorporar a inovação ao<br />
seu DNA. “Temos consciência de<br />
que só inovando vamos fazer a<br />
empresa chegar ao futuro. Nosso<br />
desafio para os próximos anos são<br />
as vendas online”, diz Jaime Benchimol,<br />
presidente da Fogás.<br />
Ele explica que, de maneira<br />
geral, há pouca inovação em<br />
GLP, mas a empresa tenta se diferenciar<br />
com a adoção de ideias<br />
como a de produzir gás em botijões<br />
menores, avaliar novos tipos<br />
de válvulas ou receber pedidos<br />
dos revendedores via SMS. Alguns<br />
processos inovadores adotados<br />
pela empresa são sugeridos<br />
pelos próprios funcionários, que<br />
recebem prêmios em dinheiro<br />
pelas propostas aprovadas pela<br />
diretoria para serem implantadas.<br />
Com três plantas em funcionamento<br />
— além de Manaus<br />
(AM), Santarém (PA) e Porto Velho<br />
(RO) —, a companhia se prepara<br />
para inaugurar uma unidade<br />
em Rio Branco (AC).<br />
Na Harman, a fábrica de Manaus<br />
passa por um processo de<br />
expansão, com investimento<br />
de US$ 1,5 milhão, para adotar<br />
o sistema de produção em células,<br />
em lugar da linha de produção<br />
em série atual, para a fabricação<br />
de equipamentos de<br />
áudio mais modernos que começarão<br />
a ser vendidos no <strong>Brasil</strong><br />
a partir de julho. Por enquanto,<br />
a maior parte das vendas<br />
nacionais da companhia —<br />
que está no <strong>Brasil</strong> desde que<br />
adquiriu a Selennium, há cerca<br />
de um ano — tem sido de produtos<br />
importados. Segundo<br />
Rodrigo Rihl Kniest, presidente<br />
da Harman no <strong>Brasil</strong>, com os<br />
aportes que estão sendo feitos<br />
em Manaus haverá aumento da<br />
internalização do processo de<br />
fabricação, com consequente<br />
redução de custos.<br />
Apesar de iniciativas como<br />
as da Harman e da Fogás serem<br />
cada vez mais frequentes entre<br />
Na Harman, investimentos<br />
trarão mudanças no<br />
processo de fabricação<br />
na unidade de Manaus<br />
Atitudes inovadoras<br />
fazem diferença no<br />
processo produtivo,<br />
reduzem custos e<br />
permitem às<br />
empresas manter<br />
a competitividade<br />
as companhias brasileiras, de<br />
maneira geral, o grau de maturidade<br />
em gestão de inovação<br />
das empresas nacionais ainda é<br />
muito baixo. A Câmara Americana<br />
(Amcham), em parceria<br />
com a Fundação Dom Cabral,<br />
divulgou estudo que mostra<br />
que só 17% das empresas investem<br />
mais do que 4% do faturamento<br />
em inovação.<br />
“Na maioria das vezes as<br />
companhias brasileiras têm<br />
grandes ideias, mas não sabem<br />
como organizá-las ou utilizá-las.<br />
Em alguns casos, as sugestões de<br />
melhoria ficam engavetadas nas<br />
mesas dos líderes”, afirma José<br />
Hernani Arrym Filho, da Pieracciani<br />
Desenvolvimento de Empresas,<br />
consultoria de tecnologia<br />
de gestão com foco em inovação.<br />
Seu sócio, Valter Pieracciani<br />
completa que outro desafio a ser<br />
vencido é o de transformar inovação<br />
em algo constante, que<br />
faça parte do dia a dia de todos<br />
os integrantes da empresa. “O<br />
mercado reconhece três diferentes<br />
estratégias de competitividade:<br />
preço, diferenciação e<br />
relacionamento com o cliente.<br />
Muitas companhias ainda brigam<br />
por preço e este comportamento<br />
precisa mudar”. ■<br />
Jaime Benchimol, da<br />
Fogás: iniciativas como<br />
uso de botijões menores e<br />
pedidos de venda por SMS<br />
Fotos: Alberto Cesar Araujo
Quinta-feira, 26 de maio, 2011 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> 7
8 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> Quinta-feira, 26 de maio, 2011<br />
DESTAQUE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO<br />
Projeto do<br />
Banco Finep<br />
deve sair<br />
em 90 dias<br />
Em até 4 anos, financiadora deve mudar<br />
de perfil para se aproximar de empresas<br />
João Paulo Freitas<br />
jpfreitas@brasileconomico.com.br<br />
Em cerca de 90 dias, a Financiadora<br />
de Estudo e Projeto (Finep),<br />
empresa ligada ao Ministério<br />
da Ciência e Tecnologia<br />
(MCT), deve apresentar à presidente<br />
Dilma Rousseff e ao Ministério<br />
da Fazenda um estudo<br />
sobre as medidas necessárias<br />
para transformar a entidade em<br />
banco. Se tudo correr conforme<br />
o previsto, a transformação da<br />
Finep em banco deve levar de<br />
dois a quatro anos.<br />
De acordo com André Amaral<br />
de Araújo, chefe do departamento<br />
de planejamento orçamentário<br />
da Finep, dentro de 15<br />
dias, uma consultoria especializada<br />
no setor bancário será<br />
contratada para ajudar na elaboração<br />
do documento, que<br />
conterá orientações a respeito<br />
do que seria necessário, do<br />
ponto de vista econômico, jurídico<br />
e institucional, para finalmente<br />
transformar a financiadora<br />
em um banco. No momento,<br />
o Centro de Gestão de Estudos<br />
Estratégicos (CGEE), do<br />
MCT, está conduzindo a licitação<br />
que resultará na seleção da<br />
consultoria. A empresa escolhida<br />
terá 60 dias para apresentar<br />
um estudo sobre o assunto.<br />
Araújo diz que o pano de fundo<br />
para esse movimento é a intenção<br />
do governo de ampliar<br />
significativamente o apoio aos<br />
investimentos privados em inovação.<br />
“Os países desenvolvidos<br />
investem cerca de 3% de seu<br />
Produto Interno Bruto (PIB) em<br />
ciência e inovação. No <strong>Brasil</strong>,<br />
essa relação é de 1,1% (dado de<br />
2009), sendo que apenas pouco<br />
mais da metade desse recurso<br />
advém do setor privado. No exterior,<br />
há países em que 80%<br />
dos gastos com inovação e pesquisa<br />
são feitos pelas empresas.<br />
Estamos muito aquém do que<br />
seria um padrão internacional”.<br />
Ele explica que o fato de a Finep<br />
não ser uma instituição financeira<br />
formal, sem a supervisão<br />
do Banco Central (BC), cria<br />
dificuldades, principalmente no<br />
que diz respeito à captação de recursos.<br />
“Algumas fontes, por<br />
seus estatutos, exigem que os recursos<br />
sejam repassados por<br />
João Luiz Ribeiro/Finep<br />
André Amaral<br />
de Araújo<br />
Chefe do<br />
departamento<br />
de planejamento<br />
orçamentário<br />
da Finep<br />
“Algumas fontes, por seus<br />
estatutos, exigem que os<br />
recursos sejam repassados<br />
por meio de instituições<br />
financeiras. Elas começaram<br />
a contestar, há alguns anos,<br />
a natureza da atividade e<br />
o reconhecimento da Finep”<br />
Roberto Nicolsky, diretor-geral<br />
da Protec, afirma que falta<br />
de políticas claras de incentivo<br />
pode levar a apagão tecnológico<br />
meio de instituições financeiras.<br />
Elas começaram a contestar, há<br />
alguns anos, a natureza da atividade<br />
e o reconhecimento da Finep”,<br />
afirma. Hoje, os recursos<br />
da entidade são oriundos principalmente<br />
do Fundo Nacional de<br />
Desenvolvimento Científico e<br />
Tecnológico, do qual a Finep é a<br />
secretaria-executiva, e ela ainda<br />
tem autorização para captar recursos<br />
internacionais de agências<br />
multilaterais, como Banco<br />
Interamericano de Desenvolvimento<br />
e o Banco Mundial.<br />
Segundo Araújo, esse projeto<br />
levanta diversas questões sobre<br />
o papel da Finep, e todas precisam<br />
ser devidamente esclareci-<br />
das. De acordo com ele, Glauco<br />
Arbix, atual presidente da entidade,<br />
está bastante empenhado<br />
em resolver esse impasse.<br />
Entre os pontos em discussão<br />
está a adequação da empresa à<br />
supervisão do Banco Central e a<br />
necessidade de ampliar seu<br />
porte para que ela possa assumir<br />
o desafio tecnológico do<br />
país. “As empresas brasileiras<br />
gastam anualmente em torno<br />
de R$ 20 bilhões para financiar<br />
suas atividades de inovação,<br />
pesquisa, e desenvolvimento.<br />
No ano passado, a Finep destinou<br />
cerca de R$ 2 bilhões a empresas.<br />
Ou seja, somente 10%<br />
do que elas investem”, diz. ■<br />
Isabela Kassow/O Dia<br />
PEQUENA FATIA<br />
R$ 20 bi<br />
foi o investimento estimado das<br />
empresas brasileiras em pesquisa,<br />
inovação e desenvolvimento.<br />
A Finep financiou apenas 10%<br />
deste total, cerca de R$ 2 bilhões.<br />
ABAIXO DA MÉDIA<br />
3%<br />
do PIB é o percentual médio do<br />
investimento em inovação nos<br />
países desenvolvidos. No <strong>Brasil</strong>,<br />
segundo dados de 2009, foi aplicado<br />
na área o equivalente a 1,1% do PIB.
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Quinta-feira, 26 de maio, 2011 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> 9<br />
Déficit tecnológico brasileiro chegará<br />
a US$ 100 bi em 2011, prevê Protec<br />
Segundo entidade de apoio<br />
à inovação, diferença está<br />
aumentando desde 2004<br />
O déficit tecnológico brasileiro<br />
deve chegar a US$ 100 bilhões<br />
neste ano, superando o resultado<br />
negativo de US$ 84,9 bilhões<br />
registrado no ano passado. Elaborado<br />
pela Sociedade <strong>Brasil</strong>eira<br />
Pró-Inovação Tecnológica (Protec),<br />
o levantamento mostra o<br />
saldo das trocas comerciais entre<br />
o <strong>Brasil</strong> e outros países envolvendo<br />
apenas produtos de alta e<br />
média tecnologias, conforme<br />
classificação da Organização<br />
para a Cooperação e Desenvolvimento<br />
<strong>Econômico</strong> (OCDE). O<br />
indicador inclui ainda serviços<br />
tecnológicos, como licenciamento<br />
de patentes e locação de<br />
equipamentos tecnológicos.<br />
De acordo com Roberto Nicolsky,<br />
diretor geral da Protec,<br />
o déficit tecnológico nacional<br />
atingiu seu menor patamar em<br />
2003, quando caiu para US$ 13<br />
bilhões, mas tem crescido desde<br />
2004. Segundo ele, o indicador<br />
mostra como a valorização do<br />
Para entidade,<br />
política clara<br />
de inovação é<br />
a única forma<br />
de promover<br />
pesquisa e<br />
desenvolvimento<br />
dentro das<br />
empresas<br />
real, a manutenção da taxa de<br />
juros básica em patamares elevados<br />
e a pesada carga tributária<br />
do país afetam o setor produtivo<br />
no que diz respeito ao<br />
desenvolvimento tecnológico.<br />
Inovação ausente<br />
Para Nicolsky, existe um antídoto<br />
aos efeitos danosos que a política<br />
econômica causa sobre desenvolvimento<br />
tecnológico da indústria<br />
nacional. “Uma política de inovação<br />
absolutamente ativa, que<br />
desse suporte para que o país e sua<br />
indústria inovassem em grande<br />
escala”, afirma, acrescentando<br />
que isso ainda não existe no país.<br />
“O que temos é uma política antitecnológica.<br />
Há 10 anos tentamos<br />
criar um sistema de inovação e<br />
não conseguimos nada”.<br />
Nicolsky sustenta ainda que o<br />
Fundo Nacional de Desenvolvimento<br />
Científico e Tecnológico<br />
(FNDCT), administrado pela Financiadora<br />
de Estudos e Projetos<br />
(Finep), é um exemplo de<br />
como as ações voltadas ao desenvolvimento<br />
tecnológico no<br />
país são equivocadas. “Foram<br />
recolhidos cerca de R$ 3 bilhões<br />
em 2010, e apenas 18% desse<br />
valor foi repassado para a indústria”,<br />
afirma. “O restante<br />
teve duas destinações: foi usado<br />
pelo governo ou foi repassado<br />
para universidades e centros de<br />
pesquisa. Isso não é um fomento<br />
real. Inovação ocorre nas empresas,<br />
não na academia”, diz o<br />
diretor da Protec.<br />
De acordo com André Amaral<br />
de Araújo, chefe do departamento<br />
de planejamento orçamentário<br />
da Finep, a distorção de<br />
fato existe. Segundo ele, a arrecadação<br />
do FNDCT nos últimos<br />
10 anos foi de aproximadamente<br />
R$ 23 bilhões, dos quais R$ 12 bilhões<br />
foram desvinculados pelo<br />
governo federal. Ou seja, deixaram<br />
de ser usados para o fim previsto<br />
e foram aproveitados em<br />
outras frentes. No final, apenas<br />
R$ 3,5 bilhões foram destinados<br />
a empresas ou como subvenção<br />
econômica, crédito e investimento.<br />
Segundo ele, a transformação<br />
da Finep em um banco<br />
visa, entre outras coisas, corrigir<br />
esse problema. ■J.P.F.<br />
DIFERENÇA<br />
US$ 84,9 bi<br />
foi o tamanho do déficit<br />
tecnológico do país em 2010,<br />
segundo a Protec. Valor<br />
indica a diferença entre<br />
importação e e exportação<br />
de produtos tecnológicos.<br />
BAIXO RETORNO<br />
R$ 23 bi<br />
foi quanto o FNDCT<br />
arrecadou em 10 anos,<br />
segundo a Finep. Deste total,<br />
somente R$ 3,5 bilhões foram<br />
destinados a empresas.
10 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> Quinta-feira, 26 de maio, 2011<br />
BRASIL<br />
Editora: Elaine Cotta ecotta@brasileconomico.com.br<br />
Subeditora: Ivone Portes iportes@brasileconomico.com.br<br />
Código Florestal:<br />
tensão da Câmara<br />
chega ao Senado<br />
Racha na base aliada do governo continua e tendência é que<br />
texto sofra mais modificações antes de ser votado novamente<br />
Pedro Venceslau<br />
e Ruy Barata Neto<br />
redacao@brasileconomico.com.br<br />
A novela do Código Florestal<br />
mudou de cenário, mas ainda<br />
está muito longe de terminar.<br />
Depois da votação na Câmara,<br />
que terminou com vitória dos<br />
ruralistas, derrota do governo e<br />
racha na base aliada, a polêmica<br />
foi transferida para o Senado,<br />
onde deve permanecer por mais<br />
alguns meses. E lá o racha entre<br />
as bancadas do PT e PMDB em<br />
torno do Código ameaça se repetir.<br />
A partir de agora, existem<br />
dois caminhos possíveis até o<br />
desfecho do projeto relatado pelo<br />
deputado Aldo Rebelo (PCdoB-<br />
SP): um curto e outro longo. No<br />
primeiro cenário, idealizado pelos<br />
ruralistas, o colégio de líderes<br />
entra em acordo e o projeto pula<br />
o trâmite tradicional de três comissões<br />
— CCJ, Meio Ambiente e<br />
Agricultura — antes de ir ao Plenário.<br />
Se isso acontecer e os senadores<br />
não apresentarem nenhuma<br />
mudança ao texto original,<br />
o projeto vai direto para sanção<br />
ou veto presidencial.<br />
Nesse caso, o Planalto já sinalizou<br />
que vetará alguns itens<br />
do texto, como a anistia aos<br />
desmatadores. “Nossa posição<br />
no Senado será a mesma da Câmara:<br />
vamos votar o texto do<br />
Aldo Rebelo sem mudanças”,<br />
afirma o senador José Agripino<br />
(RN), presidente do DEM, partido<br />
que está na linha de frente<br />
dos ruralistas.<br />
No segundo cenário — e mais<br />
provável —, o projeto terá que<br />
passar pelas três comissões,<br />
onde sofrerá diversas mudanças<br />
até chegar ao formato preferido<br />
do governo. “Vamos tentar restaurar<br />
a proposta original do<br />
governo, sem a anistia (aos desmatadores).<br />
A tendência é de<br />
que a tramitação seja normal.<br />
Só há aceleração do processo<br />
quando existe consenso”, explica<br />
o senador Humberto Costa<br />
(PT-PE), líder do PT no Senado.<br />
Prevendo que o processo será<br />
longo, o líder do governo no Se-<br />
“Tenho bom trânsito e<br />
muita gente defende<br />
o meu nome para<br />
a relatoria (do projeto<br />
do Código Florestal).<br />
Mas ainda não decidi<br />
Rodrigo Rollemberg,<br />
senador do PSB-DF<br />
nado, Romero Jucá (PMDB-RR),<br />
disse ontem que solicitará à presidente<br />
Dilma Rousseff a prorrogação<br />
da entrada em vigor do<br />
decreto que pune com multa os<br />
fazendeiros que não estão cumprindo<br />
a lei ambiental. O prazo<br />
para que o decreto entre em vigor<br />
é o dia 11 de junho. Os ruralistas<br />
esperam que o novo Código<br />
Florestal alivie as punições.<br />
Preferido pelo PMDB para ser<br />
o principal relator do projeto, o<br />
senador e ex-governador Luiz<br />
Henrique (PMDB-SC) enfrenta<br />
resistência do Palácio do Planalto<br />
por sua relação histórica com o<br />
agronegócio. O nome mais cotado<br />
é o senador Rodrigo Rollemberg<br />
(PSB-DF), que preside a<br />
Comissão de Meio Ambiente da<br />
casa. “Como presidente da Comissão,<br />
eu posso escolher quem<br />
será o relator ou eu mesmo fazer<br />
a relatoria. Tenho bom trânsito e<br />
muita gente tem defendido o<br />
meu nome, mas ainda não decidi”,<br />
diz Rollemberg. “A princípio,<br />
a ideia é que o relator seja o<br />
Luiz Henrique. Não sei qual é a<br />
preferência do governo, mas o<br />
Congresso é livre para fazer essa<br />
escolha”, rebate o presidente em<br />
exercício do PMDB, senador Valdir<br />
Raupp (PMDB-RO). Na contramão<br />
do governo, Luiz Henrique<br />
não abre mão de defender a<br />
autonomia dos estados na legislação<br />
ambiental.<br />
Clima ruim<br />
As bancadas do PT e do PMDB<br />
na Câmara dedicaram boa parte<br />
do dia de ontem para discutir a<br />
relação entre si e internamente.<br />
Além de escancarar a fragilidade<br />
da base governista (veja matéria<br />
ao lado), a votação — que<br />
terminou com placar de 273 a<br />
182 e misturou parlamentares<br />
de todos os espectros dos dois<br />
lados — do próprio PT não chegou<br />
a um consenso.<br />
Os ambientalistas lamentaram<br />
a derrota de ontem e dizem<br />
estar confiantes no veto<br />
de Dilma Rousseff aos pontos<br />
polêmicos. O atual Código Florestal<br />
é de 1965. ■<br />
Rollemberg: presidente da Comissão<br />
de Meio Ambiente é o mais cotado<br />
para virar relator do projeto<br />
Desacordo com<br />
Avaliação de derrota do governo<br />
é relativizada por especialistas;<br />
veto presidencial é de alto risco.<br />
Ao bater de frente com o governo<br />
na votação do Código Florestal<br />
na Câmara dos Deputados<br />
e tirar do Palácio do Planalto<br />
a exclusividade de regulamentar<br />
o uso de APPs (áreas de<br />
preservação permanente), o<br />
PMDB demonstrou que quantidade<br />
não é sinônimo de qualidade<br />
na base aliada. Apesar de<br />
contar com um contingente<br />
maior de parlamentares ao seu<br />
lado do que seu antecessor, a<br />
presidente Dilma Rousseff tem<br />
encontrado dificuldades para<br />
conciliar interesses diante de<br />
um leque tão amplo de partidos.<br />
Durante seu discurso na<br />
tribuna na noite de terça-feira,<br />
o líder do governo na Câmara,<br />
Cândido Vaccarezza (PT-SP),<br />
fez um desabafo: “Talvez esse<br />
seja o momento mais tenso da<br />
nossa legislatura”. Vale lembrar<br />
que o relator do polêmico projeto,<br />
Aldo Rebelo, do PCdoB,<br />
sempre foi leal ao governo e<br />
pertence a um partido que está
José Cruz/ABr<br />
na tropa de choque do Planalto<br />
desde 2003. “O Código Florestal<br />
extrapolou os limites da<br />
base aliada. Foi a base de cada<br />
um dos deputados que prevaleceu”,<br />
avalia o senador Valdir<br />
Raupp (PMDB-RO). Entre os<br />
governistas, o discurso predominante<br />
relativiza a derrota na<br />
Câmara. “É difícil avaliar se fomos<br />
derrotados”, diz o senador<br />
Humberto Costa (PT-PE).<br />
O cientista político Claudio<br />
Couto, professor da Fundação<br />
Getúlio Vargas (FGV), diz que a<br />
aprovação do Código não pode<br />
Itamar Franco faz tratamento em SP<br />
O ex-presidente Itamar Franco, que atualmente ocupa uma vaga<br />
de senador pelo PPS de Minas Gerais, está internado em São Paulo<br />
para tratamento de uma leucemia. O boletim do hospital Albert<br />
Einstein informa que a doença foi diagnosticada em estágio inicial<br />
e que Itamar, que comandou o país entre 1992 e 1995, foi internado<br />
no último sábado e está se sentindo bem. Por recomendação<br />
médica, ele se licenciou do Senado por 30 dias.<br />
ser avaliada como uma derrota<br />
do governo, pelo menos de forma<br />
generalizada, uma vez que a<br />
base aliada deverá continuar fiel<br />
apesar do conflito. “A questão é<br />
muito menos de derrota e mais<br />
de um embate pontual frente a<br />
um interesse muito forte da ala<br />
majoritária dos partidos da base<br />
aliada”, avalia Couto.<br />
Veto<br />
Caso o texto passe pelo Senado,<br />
espera-se o veto presidencial<br />
aos pontos do texto que desagradaram<br />
ao governo. Mas Cou-<br />
to não confia que a decisão de<br />
fato acontecerá. “O ônus de um<br />
veto seria muito caro para Dilma”,<br />
diz Couto. O risco seria o<br />
de transformar o conflito específico<br />
em uma crise maior de<br />
enfraquecimento da sustentação<br />
do governo no parlamento.<br />
“Os partidos conservadores da<br />
base aliada representam mais de<br />
<strong>40</strong>% do Congresso, os de esquerda<br />
não mais do que 30%.<br />
Diante de um veto, restaria a<br />
Dilma o apoio desses 30% fora o<br />
PCdoB, que sempre manteve<br />
apoio ao seu relator Aldo Rebe-<br />
Quinta-feira, 26 de maio, 2011 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> 11<br />
base aliada pode ser apenas pontual<br />
Os partidos<br />
conservadores<br />
da base aliada<br />
representam mais<br />
de <strong>40</strong>% do Congresso<br />
e os de esquerda não<br />
mais do que 30%.<br />
Com veto, Dilma teria<br />
o apoio do menor<br />
grupo, sem o PCdoB<br />
Marcello Casal Jr/ABr<br />
ZONA DE CONFLITO<br />
● Governo quer derrubar<br />
emenda do PMDB que anistia<br />
desmatamentos em APPs até<br />
julho de 2008.<br />
● Executivo não aceita artigo<br />
do Código que delega a gestão<br />
do Programa de Regularização<br />
Ambiental (PRA) aos estados.<br />
● A autorização, no texto de<br />
Aldo Rebelo, para o plantio de<br />
cana também em morros e<br />
encostas (definidos como APPs)<br />
enfrenta resistência do governo.<br />
lo”. Além disso, o governo também<br />
correria o risco de ver o<br />
veto presidencial ser derrubado<br />
pela Câmara, algo que é muito<br />
raro no <strong>Brasil</strong>.<br />
Apesar da coalizão do governo<br />
atual ser maior numericamente<br />
quando comparada à<br />
gestão Lula, Dilma não enfrentaria<br />
problemas na conciliação<br />
dos múltiplos interesses de seus<br />
aliados. Segundo Couto, a questão<br />
do Código já era um tema<br />
difícil, postergado por Lula, e<br />
que apenas “caiu no colo” da<br />
atual presidente. ■ R.B.N. e P.V.
12 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> Quinta-feira, 26 de maio, 2011<br />
BRASIL<br />
SONDAGEM<br />
Consumidor brasileiro tem menor<br />
confiança desde início de 2010<br />
A confiança do consumidor brasileiro diminuiu em maio pelo terceiro mês<br />
seguido e atingiu o menor patamar desde janeiro de 2010, mostrou uma<br />
pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV). O índice recuou 2,4% sobre<br />
abril, para 115,4 pontos. A proporção de consumidores que avaliam a<br />
situação econômica local no momento como boa caiu de 29,2% para<br />
25,8%. Já a parcela daqueles que a julgam ruim subiu de 21,2% para 21,8%.<br />
Agência de fomento atrai R$ 750 mi<br />
Com os investimentos, cidade deve alcançar posto de mais novo centro de desenvolvimento tecnológico do<br />
Ricardo Rego Monteiro<br />
rmonteiro@brasileconomico.com.br<br />
Na esteira de um processo de revitalização<br />
que alcançará o ápice<br />
nos Jogos Olímpicos de 2016,<br />
o Rio de Janeiro já contabiliza os<br />
primeiros resultados no resgate<br />
da vocação da cidade como um<br />
polo latino-americano de negócios.<br />
Diagnosticada pelo Rio<br />
Negócios, uma agência de atração<br />
de investimentos fundada<br />
há exatamente um ano na capital<br />
fluminense, a nova realidade<br />
se traduz por um potencial de<br />
investimentos de R$ 750 milhões<br />
nos próximos cinco anos.<br />
Tal volume de recursos, conta-<br />
biliza a agência, já leva a cidade<br />
ao posto de mais novo centro de<br />
desenvolvimento tecnológico<br />
do país, com foco principalmente<br />
na área petrolífera.<br />
Responsável direta pela atração<br />
desses recursos nos últimos<br />
12 meses, a agência Rio Negócios<br />
comemorou ontem, com<br />
um coquetel no Palácio da Cidade,<br />
no Rio, o primeiro ano de<br />
uma atividade traduzida pelo<br />
empresário Olavo Monteiro de<br />
Carvalho, presidente do Conselho<br />
da agência, como uma bemsucedida<br />
PPP (Parceria Público-Privada).<br />
Para o empresário,<br />
o mais importante é que os frutos<br />
da parceria serão colhidos<br />
Divulgação<br />
por toda sociedade, mesmo depois<br />
dos dois grandes eventos<br />
dos próximos cinco anos — além<br />
dos Jogos Olímpicos, a Copa do<br />
Mundo de 2014.<br />
Tanto o empresário quanto o<br />
diretor executivo da agência,<br />
Marcelo Haddad, fazem questão<br />
de exaltar a superação de expectativas<br />
neste primeiro ano<br />
de atividade. “Neste primeiro<br />
ano, fomos procurados por 183<br />
empresas interessadas em investir<br />
no Rio de Janeiro”, revela<br />
Haddad. “Essas consultas resultaram<br />
em 125 projetos potenciais.<br />
Uma parte deles encontra-se<br />
em andamento, enquantoaoutratemumprazodema<br />
SUPERMERCADOS<br />
Impulsionadas pela Páscoa, vendas crescem<br />
13,6% em abril sobre igual mês de 2010<br />
As vendas reais dos supermercados brasileiros cresceram 13,6% em<br />
abril na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo dados<br />
da Associação <strong>Brasil</strong>eira de Supermercados (Abras). “O excepcional<br />
resultado das vendas de abril em relação ao mesmo mês do ano anterior<br />
deveu-se à Páscoa, que em 2010 caiu em março”, afirmou o presidente da<br />
Abras, Sussumu Honda. Em relação a março deste ano, a alta foi de 7,17%.<br />
Infraestrutura e<br />
oferta imobiliária<br />
abaixo da demanda,<br />
no entanto, são<br />
alguns dos gargalos<br />
para que o Rio<br />
atraia mais recursos<br />
turidade mais longo. Nossa expectativa,<br />
quando começamos,<br />
era alcançar um volume de negócios<br />
de R$ 600 milhões no<br />
biênio 2010/2011, mas atingimos<br />
um montante de R$ 750<br />
milhões, que superou as estimativas.<br />
Por isso mesmo, a tendência<br />
é que nossa previsão para<br />
o período 2011/2012 seja mais<br />
ambiciosa.”<br />
Além de todos os mais óbvios<br />
predicados da cidade, como beleza<br />
natural e qualidade de vida,<br />
Olavo Monteiro de Carvalho cita<br />
o potencial difusor do Rio. O<br />
que acontece na cidade, justifica<br />
o empresário, reverbera em<br />
toda América Latina, tanto do
TRABALHO<br />
Desemprego recua em abril nas seis maiores<br />
regiões metropolitanas do país e no DF<br />
A taxa de desemprego nas seis maiores regiões metropolitanas do país<br />
e no Distrito Federal caiu em abril deste ano sobre igual mês de 2010,<br />
ao passar de 13,3% para 11,1%. Já em relação a março último, quando<br />
estava em 11,2%, apontou estabilidade. Os dados são do Departamento<br />
Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e da<br />
Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Fundação Seade).<br />
Uanderson Fernandes/O Dia<br />
Revitalização da área<br />
portuária deve<br />
reequilibrar a correlação<br />
entre oferta e demanda<br />
de imóveis na cidade<br />
para o Rio<br />
país, com foco na área petrolífera<br />
ponto de vista cultural quanto<br />
econômico. Monteiro de Carvalho<br />
também faz questão de destacar<br />
não só a qualidade da mão<br />
de obra, mas também das instituições<br />
de ensino locais.<br />
Tanto o presidente do Conselho<br />
quanto Haddad sabem, no<br />
entanto, que a consolidação definitiva<br />
da cidade depende da<br />
superação de alguns obstáculos.<br />
Entre os quais, a infraestrutura e<br />
a oferta imobiliária abaixo da<br />
demanda gerada pelos negócios.<br />
A escassez de salas comerciais,<br />
como mesmo admite Haddad,<br />
tem provocado um incômodo<br />
processo inflacionário nos valores<br />
de aluguéis e compra, iden-<br />
REVITALIZAÇÃO DO RIO<br />
● Projeto Porto Maravilha,<br />
de revitalização da zona<br />
portuária, deve elevar oferta<br />
de imóveis equivalente<br />
a um bairro de Copacabana.<br />
● A partir da revitalização<br />
da zona portuária, será<br />
possível deflagrar, em um<br />
segundo momento, projeto<br />
de recuperação dos canteiros<br />
de fábricas abandonados<br />
no subúrbio.<br />
● Ampliação do Metrô até<br />
a Barra da Tijuca e obras em<br />
torno da zona portuária devem<br />
ser concluídas até 2016.<br />
tificado pelos próprios empresários<br />
como um obstáculo para<br />
os investimentos.<br />
Para o diretor executivo do<br />
Rio Negócios, no entanto, esse é<br />
um problema que tem data e<br />
hora para acabar. Mais especificamente<br />
em duas etapas: em<br />
2013, com os primeiros resultados<br />
da revitalização da Zona<br />
Portuária, e, em 2016, para<br />
quando está prevista a expansão<br />
do transporte metroviário da cidade.<br />
“O projeto Porto Maravilha,<br />
de revitalização da zona<br />
portuária, vai gerar um aumento<br />
da oferta de imóveis equivalente<br />
a um bairro de Copacabana<br />
inteiro”, diz Haddad. ■<br />
Marcela Beltrão<br />
Ivone Portes<br />
iportes@brasileconômico.com.br<br />
A Medida Provisória (MP) 517,<br />
batizada de “MP Ornitorrinco”<br />
ou “Frankenstein”, foi aprovada<br />
ontem pelo plenário da Câmara<br />
dos Deputados. Publicada no<br />
dia 30 de dezembro do ano passado,<br />
ela reúne mais de 50 artigos<br />
que tratam de temas variados,<br />
que vão desde a prorrogação<br />
dos encargos cobrados sobre<br />
a conta de luz, até facilidades<br />
fiscais para áreas consideradas<br />
estratégicas pelo governo,<br />
como a de infraestrutura, além<br />
de instituir o Regime Especial<br />
de Incentivos para o Desenvolvimento<br />
de Usinas Nucleares<br />
(Renuclear). Originalmente, ela<br />
tratava de oito assuntos e tinha<br />
22 artigos — hoje, são 52.<br />
Partidos de oposição, como<br />
PSDB e DEM, votaram contra a<br />
proposta. O líder do PSDB, deputado<br />
Duarte Nogueira (SP),<br />
criticou a inclusão de diversos<br />
dispositivos que aumentam o<br />
impacto financeiro da MP e disse<br />
que é impossível, do ponto de<br />
vista legislativo, atender os requisitos<br />
constitucionais de relevância<br />
e urgência. “A proposta é<br />
uma árvore de natal, cheia de<br />
penduricalhos”, disse o deputado,<br />
ao afirmar que o texto dispõe<br />
sobre diversos assuntos que<br />
não atendem aos pressupostos<br />
de relevância e urgência exigidos<br />
pela Constituição para a<br />
edição de medidas provisórias.<br />
Com a aprovação da MP 517,<br />
a cobrança da Reserva Global de<br />
Reversão (RGR), que deveria ter<br />
acabado em janeiro de 2011,<br />
será estendida por mais 25 anos.<br />
A RGR é um encargo que incide<br />
sobre a conta de luz de todos os<br />
consumidores de energia elétricaerendecercadeR$2bilhões<br />
por ano ao governo. A<br />
reserva foi criada em 1957 para<br />
bancar a devolução ao Poder<br />
Público do patrimônio das empresas<br />
de energia concedidas à<br />
iniciativa privada. É também<br />
um dos financiadores do Programa<br />
Luz para Todos.<br />
CONSUMO<br />
Quinta-feira, 26 de maio, 2011 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> 13<br />
Gastos de brasileiros no exterior<br />
aumentam 58% em um ano<br />
Os gastos de brasileiros em viagens ao exterior em abril deste ano subiram<br />
58,1% sobre igual mês de 2010, para US$ 1,943 bilhão, segundo o Banco<br />
Central. Nos quatro primeiros meses deste ano, essas despesas chegam<br />
US$ 6,667 bilhões, 45,1% mais que em relação ao mesmo período do ano<br />
anterior. Os gastos avançaram mesmo com o Imposto sobre Operações<br />
Financeiras (IOF) maior para as compras com cartão de crédito no exterior.<br />
Câmara aprova a MP<br />
que aborda de energia<br />
a letras financeiras<br />
Medida Provisória 517 prevê, entre várias coisas, prorrogar por 25 anos<br />
encargo cobrado na conta de luz, que custa R$ 2 bi por ano ao consumidor<br />
A MEDIDA PROVISÓRIA<br />
Outros pontos polêmicos<br />
da MP 517<br />
Mudanças na Lei das S.A.<br />
Mudanças na Lei do Gás<br />
Novas regras para lançamento e impostos<br />
sobre debêntures e letras financeiras<br />
Nova regulamentação para compensação<br />
de precatórios<br />
Novas definições sobre a dimensão do<br />
seringal Triunfo, no Amapá, abrindo<br />
caminho para a construção da hidrelétrica<br />
de Cachoeira Caldeirão<br />
Desoneração tributária, principalmente<br />
com isenção de IPI, PIS-Cofins e Imposto<br />
de Renda, para alguns segmentos<br />
De acordo com a Eletrobras,<br />
que gerencia os recursos do<br />
RGR, eles são usados para projetos<br />
de universalização dos serviços<br />
de energia elétrica. Além<br />
do Luz para Todos, destina-se<br />
ao Programa Nacional de Conservação<br />
de Energia Elétrica<br />
(Procel) e a obras de expansão<br />
do sistema elétrico, como a revitalização<br />
de parques térmicos<br />
e a aquisição de equipamentos<br />
para subestações.<br />
Entre os incentivos tributários<br />
previstos na 517 está a redução<br />
para zero da alíquota do Imposto<br />
de Renda sobre rendimento<br />
de títulos privados de longo<br />
prazo, emitidos por empresas<br />
não financeiras, pagos a beneficiário<br />
residente no exterior. A<br />
MP também reduz a zero a alíquota<br />
do IR sobre os rendimentos<br />
recebidos por pessoa física<br />
com debêntures emitidas por<br />
sociedades constituídas para<br />
realizar investimentos em infraestrutura.<br />
No caso de pessoa<br />
jurídica tributada com base no<br />
lucro real, isenta ou optante pelo<br />
Simples, a alíquota será de 15%.<br />
A MP ainda precisa passar<br />
pelo Senado e ir à sanção presidencial<br />
antes de 1º de junho,<br />
quando expira. ■ Com agências
14 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> Quinta-feira, 26 de maio, 2011<br />
ENCONTRO DE CONTAS<br />
LURDETE ERTEL<br />
Vitrinas<br />
no sangue<br />
O clã cearense Jereissati<br />
embalou a pleno vapor<br />
na expansão do mercado<br />
de shopping no <strong>Brasil</strong>.<br />
A exemplo da Iesc<br />
(Iguatemi), comandada por<br />
seu irmão, o ex-senador<br />
Tasso Jereissati também<br />
prolifera no país novos<br />
empreendimentos de<br />
sua empresa, o Grupo<br />
Jereissati Nordeste.<br />
Depois de assumir as<br />
obras de um shopping em<br />
Campo Grande (MS) que<br />
inicialmente seria da rede<br />
Iguatemi, Tasso prepara<br />
agora o lançamento de<br />
um projeto em Belém (PA).<br />
Localizado perto do<br />
estádio Mangueirão,<br />
terá nome idêntico<br />
ao empreendimento<br />
sul-mato-grossense: ambos<br />
se chamarão Shopping<br />
Bosque dos Ipês.<br />
Os Jereissaiti se dividiram<br />
quando a Iesc, pilotada<br />
por Carlos Francisco<br />
Jereissati, ingressou na<br />
bolsa. A empresa ficou<br />
com a bandeira Iguatemi.<br />
Puxado<br />
O grupo Gerdau concluiu a<br />
compra do terreno da antiga<br />
fábrica da Philips no bairro<br />
do Curado, no Recife (PE).<br />
A planta estava desocupada<br />
desde novembro do ano passado,<br />
quando a Philips desativou<br />
sua produção de lâmpadas<br />
automotivas no local e encerrou<br />
este tipo de atividade no <strong>Brasil</strong>.<br />
O conglomerado siderúrgico<br />
gaúcho pretende usar a área para<br />
fazer uma expansão da fábrica<br />
da Açonorte, da qual é dono.<br />
Start<br />
A Positivo deve começar a<br />
vender em junho na Argentina<br />
os primeiros computadores<br />
e placas-mãe produzidos<br />
na sua nova fábrica na<br />
província de Terra do Fogo.<br />
Além de abastecer o varejo<br />
argentino, a planta vai atender<br />
projetos de governo. O país já<br />
contratou a compra de 279 mil<br />
notebooks, que devem ser<br />
entregues ao longo deste ano.<br />
Galáxia no Mar Vermelho<br />
Enquanto o estúdio Paramount tenta<br />
administrar os atrasos no cronograma<br />
do esperado filme ‘Star Trek 2’, um<br />
grupo de investimentos acaba de<br />
anunciar a construção, na Jordânia,<br />
de um resort temático inspirado nas<br />
antológicas aventuras do Capitão Kirk.<br />
O complexo The Red Sea Astrarium (foto)<br />
▲<br />
Mugidos pacificados<br />
A Cow Parade, maior exposição urbana do mundo,<br />
retorna ao Rio de Janeiro no fim de setembro.<br />
A empresa Top Trends, idealizadora da Cowparade<br />
Inc. para o <strong>Brasil</strong>, autorizou a Boutique Business<br />
deverá reproduzir os cenários de Star Trek<br />
em um terreno de 184 acres (equivalente<br />
a 90 estádios do Maracanã), na cidade<br />
portuária de Aqaba, no Mar Vermelho.<br />
Para o empreendimento, o Grupo Rubicon<br />
firmou parceria com a Paramont e a CBS,<br />
que vão dar chancela ao parque temático.<br />
O projeto está orçado em US$ 1 bilhão e<br />
a iniciar a comercialização das vacas no território<br />
fluminense. Na edição 2011, a mostra vai chegar<br />
também às 18 UPP´s já pacificadas da cidade.<br />
Cada vaca vai custar R$ <strong>40</strong> mil.<br />
deve estar pronto em 2014. Antes de bater<br />
o martelo pelo Oriente Médio, a Rubicon<br />
Holdings chegou a cogitar instalar o parque<br />
nas dependências da Disney, na Flórida.<br />
O complexo será todo projetado<br />
para reproduzir a sensação de estar<br />
na Enterprise ou vivendo aventuras<br />
das Jornadas nas Estrelas.<br />
Puxado<br />
Reprodução<br />
A Calçados Piccadilly<br />
acaba de ganhar mais uma<br />
loja exclusiva no exterior.<br />
A marca desembarcou no<br />
Dolphin Mall, um dos maiores<br />
shoppings de Miami, nos EUA.<br />
É a única empresa brasileira<br />
com loja no empreendimento.<br />
Com a inauguração, os EUA se<br />
tornam o quinto país com pontos<br />
da marca, que já tem unidades<br />
na Venezuela (10 pontos),<br />
Peru, Kuwait (7) e Guadalupe.<br />
“Países como a<br />
Índia e o <strong>Brasil</strong>,<br />
na verdade, só<br />
estão crescendo<br />
graças à liderança<br />
de americanos<br />
e britânicos”<br />
Barack Obama, presidente dos EUA,<br />
em discurso no Parlamento inglês.
Migração<br />
A empresa de calçados Carmen<br />
Steffens, de Franca (SP),<br />
vai transferir parte de sua<br />
produção de sapatos femininos<br />
para o Rio Grande do Sul.<br />
A marca está terceirizando<br />
a fabricação em empresas<br />
do Vale do Sinos, tradicional<br />
polo calçadista gaúcho.<br />
O projeto começa com 2 mil pares<br />
por dia em algumas fábricas,<br />
devendo duplicar até 2012.<br />
Palmilha local<br />
Um dos efeitos da migração<br />
de parte da produção da<br />
Carmen Steffens para o Sul<br />
será a criação, em 2012, de<br />
uma nova marca de calçados,<br />
totalmente made in RS.<br />
Esta nova grife terá uma rede<br />
de lojas exclusivas, que deve<br />
arrancar com 50 unidades<br />
no país a partir do próximo ano.<br />
Vide bula<br />
Fotos: divulgação<br />
Em preparativos para estrear<br />
na bolsa de valores neste ano,<br />
a rede cearense de drogarias<br />
Pague Menos está esticando suas<br />
bulas no mercado da Região Sul.<br />
Para o segundo semestre, o<br />
grupo prepara a abertura de<br />
mais <strong>40</strong> lojas em cidades como<br />
Criciúma e Chapecó (SC), e<br />
Londrina (PR) e Caxias do Sul (RS).<br />
Com 430 farmácias no país,<br />
a Pague Menos trabalha para<br />
fazer sua oferta pública inicial<br />
(IPO) na bolsa em outubro.<br />
Produção completa<br />
A marca de roupas e acessórios femininos Planet Girls está<br />
expandindo seus negócios para o mercado de cosméticos.<br />
Dia 30, a grife abre as portas do primeiro quiosque da<br />
Planet Cosmetic, no Shopping Tatuapé, em São Paulo.<br />
Até o final de 2012 serão 25 novas unidades.<br />
A linha engloba produtos para o cabelo e para corpo, além de<br />
uma coleção completa de maquiagem focada no público jovem.<br />
Gabriel Bouys/AFP<br />
PEITO GENÉRICO<br />
MARCADO<br />
● O empresário<br />
Nizan Guanaes será<br />
nomeado Embaixador da<br />
Boa Vontade da Unesco<br />
pela diretora- geral Irina<br />
Bokova, em uma cerimônia<br />
na sede da Organização,<br />
amanhã, em Paris.<br />
Sob<br />
medida<br />
pra brincar<br />
Tablets como o iPad<br />
são objeto de desejo<br />
mais cobiçado<br />
da temporada, não<br />
apenas entre humanos.<br />
O equipamento virou<br />
fissura também entre<br />
os gatos: os bichanos<br />
ficam vidrados nos<br />
recursos interativos<br />
da tecnologia sensível<br />
ao toque, que parece<br />
ter sido desenvolvida<br />
sob medida para<br />
sua curiosidade.<br />
Empresas de software<br />
e também de ração<br />
para animais<br />
domésticos já estão<br />
explorando esta<br />
atração insólita: a<br />
Friskies, por exemplo,<br />
criou uma série<br />
de jogos de web<br />
pensados para a<br />
diversão de gatos.<br />
Os programas<br />
em HTML5 podem<br />
ser baixados<br />
gratuitamente,<br />
segundo a<br />
companhia, no site<br />
Games for Cats.<br />
Em tese, a tela<br />
do iPad não costuma<br />
ser arranhada ou<br />
danificada pelas<br />
unhas dos bichanos.<br />
A estrela dos reality shows americanos Kim<br />
Kardashian está processando os autores do álbum<br />
Terrace Martin & Devi Dev Present: The Sex EP, por<br />
usar indevidamente uma foto sua seminua na capa.<br />
A imagem, que mostra apenas o corpo de Kim com<br />
os seios nus, foi tirada em um ensaio para a revista W.<br />
Os responsáveis pelo CD se defenderam dizendo que<br />
não tinham ideia de que a foto era de Kardashian.<br />
“Não sabíamos que era ela, porque obviamente<br />
não conseguiríamos reconhecê-la pelos mamilos.”<br />
Quinta-feira, 26 de maio, 2011 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> 15<br />
encontrodecontas@brasileconomico.com.br<br />
GIRO RÁPIDO<br />
Beleza na passarela<br />
No dia 2 de junho, o<br />
Parque D. Pedro Shopping,<br />
em Campinas, realiza<br />
o Alameda Fashion Day.<br />
O evento, que vai apresentar<br />
as coleções Outono/Inverno<br />
das lojas do shopping, teve<br />
investimento de R$ 800 mil,<br />
e contará com a beleza dos<br />
atores Rodrigo Hilbert e<br />
Fernanda Vasconcellos.<br />
Cardápio londrino<br />
A rede de restaurantes Ping<br />
Pong, de Londres, se prepara<br />
para abrir as portas de sua<br />
segunda filial brasileira, no<br />
Shopping Morumbi, em São<br />
Paulo, no segundo semestre.<br />
Inglês no samba<br />
E será inaugurada, nesta<br />
semana, a primeira loja da<br />
marca inglesa Snog Pure<br />
Frozen Yogurt em terras<br />
brasileiras, no Leblon, no Rio.<br />
Notas ao ar livre<br />
O BMW Jazz Festival vai<br />
oferecer ao público um show<br />
extra do virtuoso saxofonista<br />
Joshua Redman, na abertura<br />
do show de Sharon Jones &<br />
The Dap Kings, no Parque do<br />
Ibirapuera, dia 12 de junho.<br />
Com Karen Busic<br />
kbusic@brasileconomico.com.br
16 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> Quinta-feira, 26 de maio, 2011<br />
INOVAÇÃO & SUSTENTABILIDADE<br />
SP ganha frota de<br />
ônibus a etanol<br />
Cidade é a segunda do mundo a ter veículos menos poluentes;<br />
objetivo é diminuir emissões e atender lei de mudanças climáticas<br />
Martha San Juan França<br />
mfranca@brasileconomico.com.br<br />
Os primeiros 50 ônibus movidos<br />
a etanol de São Paulo começam<br />
a circular em junho com a promessa<br />
de ajudar a melhorar o ar<br />
da cidade. Foi uma longa fase de<br />
testes, em que dois veículos cedidos<br />
pela fabricante Scania<br />
funcionaram em tráfego normal<br />
pelas ruas por três anos, demonstrando<br />
a viabilidade de sua<br />
utilização. Hoje, a frota, operada<br />
pela Viação Metropolitana,<br />
que deverá circular em linhas da<br />
zona sul da cidade, será apresentada<br />
oficialmente.<br />
Os ônibus ainda vão servir de<br />
vitrine dos esforços da cidade<br />
para reduzir as emissões de gases<br />
poluentes ao transportar os<br />
convidados do C-<strong>40</strong> (Climate<br />
Leadership Group), o encontro<br />
dos prefeitos das metrópoles<br />
mais povoadas do mundo, entre<br />
31demaioe2dejunho,emSão<br />
Paulo. A escolha da capital paulista<br />
para sediar o encontro se<br />
deveu principalmente aos programas<br />
de inspeção veicular e à<br />
lei municipal de mudanças climáticas,<br />
sancionada em 2009.<br />
O C-<strong>40</strong> visa à troca de experiências<br />
dos prefeitos da Rede<br />
C-<strong>40</strong>, associação destinada a<br />
discutir o papel das municipalidades<br />
no combate às mudanças<br />
climáticas. Além de São Paulo,<br />
apenas Estocolmo, não por<br />
coincidência, sede da Scania,<br />
incorporou o etanol à sua frota<br />
de ônibus. A meta da capital<br />
sueca é, até 2012, utilizar combustíveis<br />
renováveis em 50% de<br />
seu transporte público.<br />
Os testes em São Paulo comprovaram<br />
o desempenho e a<br />
confiabilidade do combustível<br />
além de uma redução em relação<br />
ao diesel de 80% nas emissões<br />
de dióxido de carbono,<br />
90% de materiais particulados,<br />
62% de óxido de nitrogênio e<br />
ausência de enxofre.<br />
<strong>Brasil</strong> e Suécia<br />
“Foram testes de demonstração<br />
porque nós já sabíamos que essa<br />
tecnologia funcionava e muito<br />
bem na Suécia”, afirmou a pesquisadora<br />
Silvia Velazquez, do<br />
Projeto Best (Bio Ethanol Sustainable<br />
Transport), ação idealizada<br />
pela União Europeia, com<br />
supervisão no <strong>Brasil</strong> do Centro<br />
Nacional de Referência em Biomassa<br />
(Cenbio), que propôs a<br />
utilização dos ônibus a etanol no<br />
<strong>Brasil</strong>. Ela conta que só foi necessário<br />
conseguir o apoio da<br />
Scania, que fabrica<br />
os chassis, acredita<br />
em aumento de<br />
vendas para que<br />
a cidade possa<br />
cumprir meta de só<br />
usar combustíveis<br />
renováveis até 2018<br />
prefeitura, do fabricante e da<br />
União da Indústria de Cana-de-<br />
Açúcar (Unica) para que a proposta<br />
se concretizasse.<br />
A Scania acredita tanto no<br />
projeto que decidiu produzir os<br />
chassis no <strong>Brasil</strong>. “A expectativa<br />
é aumentar o número de vendas<br />
pois acreditamos que a alternativa<br />
do etanol é a única comercialmente<br />
disponível para atender<br />
a demanda que a própria<br />
prefeitura estabeleceu para São<br />
Paulo”, diz Eduardo Monteiro,<br />
responsável por vendas de ônibus<br />
urbanos da empresa, referindo-se<br />
à meta de utilização de<br />
100% de combustíveis renováveis<br />
para o transporte coletivo<br />
na cidade até 2018.<br />
“A proposta é expandir o<br />
uso”, confirma Márcio Schettino,<br />
assessor ambiental da Secretaria<br />
Municipal de Transportes.<br />
Os ônibus são abastecidos<br />
de etanol com 5% de aditivo<br />
promovedor de ignição. O combustível<br />
será fornecido pela Raízen<br />
(Shell-Cosan) mediante um<br />
contrato com a prefeitura que<br />
garante o fornecimento por<br />
70% do preço do diesel.<br />
A prefeitura deve garantir<br />
recursos para o programa com<br />
as multas aplicadas àqueles<br />
que não tiverem feito a inspeção<br />
veicular. “Teremos a compensação<br />
na diminuição dos<br />
gastos com saúde pública causados<br />
pela poluição”, afirma<br />
Schettino. O plano, segundo<br />
Niège Chaves, presidente da<br />
Viação Metropolitana, é garantir<br />
o equilíbrio do preço para<br />
que a renovação da frota seja<br />
toda feita com veículos abastecidos<br />
a etanol. ■<br />
META PAULISTANA<br />
Diesel é obstáculo<br />
para a redução de<br />
gases do efeito estufa<br />
A Lei no. 14.933 de 2009, que<br />
institui a Política de Mudanças<br />
Climáticas no Município de São<br />
Paulo estabelece uma meta de<br />
redução de 30% das emissões de<br />
gases do efeito estufa para 2012<br />
em relação ao patamar expresso<br />
no inventário de 2005. Boa parte<br />
deve advir da redução de gases<br />
gerados pelos 6,55 milhões<br />
de veículos em circulação,<br />
principalmente do diesel, que<br />
mais libera partículas tóxicas.<br />
Um estudo da Faculdade de<br />
Medicina da USP sobre o impacto<br />
da fiscalização realizada em 2010<br />
nos veículos movidos a diesel, e<br />
apresentado na semana passada,<br />
mostrou que houve uma redução<br />
de 7% na quantidade de material<br />
particulado no ar, equivalente<br />
à retirada de circulação de quase<br />
20 mil caminhões. Essa melhoria<br />
ambiental, segundo o estudo,<br />
evitou 250 mortes e 298<br />
internações, o que significou uma<br />
economia de US$ 34 milhões.<br />
OUTRAS OPÇÕES EM ESTUDO<br />
SEXTA-FEIRA<br />
TECNOLOGIA<br />
SEGUNDA-FEIRA<br />
EDUCAÇÃO<br />
Encomendado pela Eletrobrás para atender a Copa e as Olimpíadas, a Itaipu<br />
Binacional desenvolve, com a participação de diversos parceiros, o primeiro<br />
ônibus elétrico híbrido plug-in, com motor a combustão movido a etanol,<br />
no <strong>Brasil</strong>. Um protótipo foi apresentado no ano passado durante a Reunião<br />
de Cúpula do Mercosul. A ideia é que ele seja usado em corredores de ônibus.<br />
Caio Coronel/Itaipu Binacional
TERÇA-FEIRA<br />
EMPREENDEDORISMO<br />
QUARTA-FEIRA<br />
GESTÃO<br />
Fotos: divulgação<br />
Liège Chaves, presidente da<br />
Viação Metropolitana: empresa<br />
será a primeira a operar com<br />
ônibus a etanol em linhas da<br />
zona sul de São Paulo<br />
Diante da facilidade de obtenção do gás na Petrobras, o governo do Rio<br />
optou por investir em um ônibus flex, movido a gás e diesel, que começa a<br />
ser testado com apoio da Coppe da Universidade Federal do Rio de Janeiro<br />
(UFRJ). O ônibus abastecido com 70% de gás natural veicular e 30% de<br />
diesel, deve emitir 20% menos dióxido de carbono que os convencionais.<br />
Quinta-feira, 26 de maio, 2011 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> 17<br />
É bom, cheira bem, não faz<br />
ruído; mas não é suficiente<br />
A notícia é auspiciosa, mas surpreende pelo atraso: desde pelo menos<br />
2006 se tem notícia dos grandes investimentos na produção brasileira<br />
do álcool combustível – que todos chamam de etanol, por conta das facilidades<br />
linguísticas que a palavra oferece nas negociações internacionais.<br />
Há dez anos, quem passeia por Estocolmo, na Suécia, pode sentir<br />
o cheirinho adocicado do vapor que sai dos ônibus movidos a esse<br />
combustível de origem vegetal e renovável, cujos motores produzem<br />
baixa quantidade de gases do efeito estufa e deixam no ar um ruído<br />
muito menos desagradável do que nossos coletivos movidos a diesel.<br />
A pergunta que não sossega é: por que tanto tempo assim para colocar<br />
em circulação as primeiras unidades desses veículos, e qual a<br />
razão da demora em transformar o sistema em padrão nas frotas das<br />
grandes cidades brasileiras? Talvez a resposta esteja muito distante<br />
dos laboratórios e dos campos de experimentação de motores. Provavelmente,<br />
a razão é a mesma que produziu um atraso de pelo menos<br />
vinte anos na adoção do diesel de melhor qualidade. Em 1993,<br />
todo o diesel consumido nos Estados Unidos apresentava emissões<br />
de enxofre iguais ou inferiores a 50 partes por milhão. Esse índice foi<br />
alcançado na Europa dois anos depois, enquanto o <strong>Brasil</strong> ainda convive<br />
com combustível que emite 2 mil ppm, (a quantidade de miligramas<br />
de enxofre emitido por quilo de combustível), embora esteja<br />
disponível o diesel e+10, mais limpo, desde o final de 2009.<br />
Os debates levaram a uma crise<br />
que tinha a Petrobras como ponto<br />
Não se trata apenas<br />
de modernizar<br />
o sistema de<br />
propulsão. É preciso<br />
romper o círculo<br />
histórico que<br />
construiu a<br />
prioridade para<br />
o transporte<br />
individual<br />
LUCIANO<br />
MARTINS<br />
COSTA<br />
Jornalista e escritor, consultor<br />
em estratégia e sustentabilidade<br />
central, entre 2008 e 2009, e que acabou<br />
por fazer a empresa ser excluída<br />
do Índice de Sustentabilidade Empresarial<br />
da Bovespa. Desde então,<br />
um termo de conduta foi ajustado entre<br />
a petroleira, os órgãos de defesa<br />
ambiental e outros protagonistas,<br />
como a indústria automobilística.<br />
Essa ainda é uma solução paliativa,<br />
pois o problema vai muito além da<br />
substância que é queimada no interior<br />
dos motores. Passa pela dificuldade<br />
de romper acertos econômicos e<br />
políticos entre jogadores poderosos.<br />
A própria escolha dos ônibus como<br />
eixo central dos sistemas de trans-<br />
portes é parte desse acerto, origem das dificuldades – que rapidamente<br />
evoluem para a impossibilidade – de transformar o modelo de transporte<br />
coletivo, por exemplo, com a implantação de grandes redes de metrô ou<br />
dos veículos leves movidos a eletricidade. O desafio se torna ainda mais<br />
complexo com a crescente deterioração das cidades, vítimas da falta de<br />
planejamento, acumulando grandes parcelas da população em bairrosdormitórios<br />
distantes dos lugares onde há oportunidades de renda.<br />
As carências são imensas, e mesmo assim é preciso celebrar a chegada<br />
do etanol como uma grande conquista. Nesse trajeto, pode-se imaginar<br />
os ônibus movidos a sistemas híbridos, cujos motores evoluem rapidamente<br />
nos centros de pesquisa. Mas não se pode perder de vista que<br />
não se trata apenas de modernizar o sistema de propulsão. É preciso<br />
romper o círculo histórico que construiu a prioridade para o transporte<br />
individual e encarar definitivamente a tarefa de colocar o transporte<br />
coletivo como parte de estratégias sustentáveis para nossas cidades. ■<br />
DECLARAÇÃO À PRAÇA<br />
Andrade e Lai Sociedade de Advogados, Rua Caramuru, 417 cj 82, Saúde,<br />
São Paulo - SP, CNPJ 12.626.955/0001-38 Comunica o extravio de<br />
folhas de Cheques do banco Bradesco de nº 000034 a 0000<strong>40</strong>.<br />
TERMINAIS PORTUÁRIOS DA PONTA DO FÉLIX S.A.<br />
CNPJ Nº 85.041.333/0001-11<br />
NIRE nº 41300014230<br />
ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA<br />
EDITAL DE CONVOCAÇÃO<br />
Ficam convidados os Senhores Acionistas da TERMINAIS PORTUÁRIOS DA PONTA DO FÉLIX<br />
S.A. (“Companhia”) a se reunir em Assembleia Geral Extraordinária, a ser realizada no dia 10 de<br />
junho de 2011, às 16:00 horas, na sede social da Companhia, situada na Rua Engenheiro Luiz<br />
<br />
sobre a seguinte ordem do dia: a) Analisar pedidos de renúncia às suas funções, de membros<br />
dos Conselhos de Administração e Fiscal; b) Apreciar proposta de destituição de membros dos<br />
Conselho de Administração e Fiscal. c) Eleger e dar posse aos novos membros do Conselho de<br />
Administração e do Conselho Fiscal, em substituição aos referidos nos itens ‘a’ e ‘b’ supra;<br />
d) Outros assuntos do interesse da Companhia. Antonina (PR), 16 de maio de 2011.Valdécio<br />
Antônio Bombonatto - Presidente do Conselho de Administração.
18 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> Quinta-feira, 26 de maio, 2011<br />
EMPRESAS<br />
Editora: Rita Karam rkaram@brasileconomico.com.br<br />
Subeditoras: Estela Silva esilva@brasileconomico.com.br<br />
Isabelle Moreira Lima ilima@brasileconomico.com.br<br />
Mendonça de Barros traz<br />
caminhão chinês ao <strong>Brasil</strong><br />
Ex-ministro importará da montadora Foton e planeja abrir linha de montagem no país<br />
Ana Paula Machado<br />
amachado@brasileconomico.com.br<br />
Após anos à frente de uma consultoria<br />
econômica, a Quest Investimentos,<br />
Luiz Carlos Mendonça<br />
de Barros está em uma<br />
nova empreitada. Alçado a posição<br />
de destaque na cena política<br />
e econômica do país quando foi<br />
um dos responsáveis pelo fomento<br />
à indústria nacional, no<br />
período que ocupou a cadeira da<br />
presidência no Banco Nacional<br />
de Desenvolvimento <strong>Econômico</strong><br />
e Social (BNDES), e no Ministério<br />
das Comunicações durante o governo<br />
Fernando Henrique Cardoso,<br />
Mendonça de Barros é o<br />
responsável pela entrada no <strong>Brasil</strong><br />
de uma marca de caminhões<br />
chineses, a Foton Aumark.<br />
O lançamento da nova empresa<br />
será feito em outubro deste<br />
ano durante o Salão Internacional<br />
do Transporte, em São<br />
Paulo, mas o empresário já traçou<br />
o plano de negócios para<br />
abocanhar uma fatia significativa<br />
de um dos mercados que<br />
mais cresce dentro do segmento<br />
de caminhões, o de veículos até<br />
de 3 a 9 toneladas, os chamados<br />
leves e semileves.<br />
“Vamos trazer primeiro caminhões<br />
urbanos, aqueles ideais<br />
para entregas dentro das cidades<br />
e que não entram dentro de<br />
rodízios municipais. Depois, o<br />
plano é partir para os veículos<br />
mais pesados”, diz Mendonça<br />
de Barros.<br />
No primeiro ano de vendas, a<br />
Foton Aumark do <strong>Brasil</strong> espera<br />
vender 6 mil caminhões. Para<br />
apresentar os veículos algumas<br />
unidades já estão em fase de<br />
testes com potenciais clientes.<br />
“A Foton é a maior montadora<br />
de caminhões da China.<br />
São caminhões que tem os<br />
mesmos fornecedores que as<br />
marcas que atuam aqui há mais<br />
tempo. Então, acredito que não<br />
será difícil convencer o cliente<br />
brasileiro de que é um caminhão<br />
bom”, ressalta.<br />
Mas, para ter sucesso nessa<br />
empreitada, não é somente a<br />
qualidade do caminhão que<br />
conta. Segundo o consultor automotivo,<br />
Ronaldo Rondinelli, a<br />
rede de distribuição e o pósvenda<br />
são questões importantes<br />
para o estabelecimento dos novos<br />
concorrentes no mercado<br />
brasileiro. “Quem está há mais<br />
“Estamos confiantes<br />
no sucesso da marca<br />
e já programamos<br />
construir uma fábrica<br />
no país até 2015<br />
Luiz Carlos Mendonça<br />
de Barros<br />
tempo no <strong>Brasil</strong> leva uma certa<br />
vantagem em relação à distribuição.<br />
As novas empresas que<br />
terão mais sucesso serão aquelas<br />
que tiverem uma rede bem estruturada”,<br />
diz Rondinelli.<br />
Concessionárias<br />
A Foton já traçou o seu plano de<br />
abertura de concessionárias da<br />
marca no <strong>Brasil</strong>. Neste ano serão<br />
instaladas seis revendas em São<br />
Paulo. Entre 2012 e 2015, 20 novos<br />
pontos de vendas serão<br />
abertos por ano.<br />
“Sabemos que temos que ter<br />
uma rede estruturada para conseguirmos<br />
ganhar mercado no<br />
<strong>Brasil</strong>. Vamos concorrer com<br />
empresas de peso, como Mercedes-Benz,<br />
Hyundai e Man, por<br />
isso temos que nos resguardar”,<br />
afirma Mendonça de Barros.<br />
As primeiras lojas Foton serão<br />
abertas com recursos próprios.<br />
“Depois faremos uma<br />
concorrência para definir os<br />
representantes da marca no<br />
<strong>Brasil</strong>. Além disso, teremos garantias<br />
e um pós-venda eficiente,<br />
pois, essa éamarcada<br />
Foton na China. Eles são bem<br />
rígidos na abertura de lojas”,<br />
afirma o empresário.<br />
Outro problema que a Foton<br />
tem que resolver é a questão do<br />
financiamento. No <strong>Brasil</strong>, a<br />
compra de caminhões é, em sua<br />
maioria, realizada por meio de<br />
uma linha de crédito do BNDES,<br />
que tem como premissa o índice<br />
de nacionalização de peças de<br />
60%. “Teremos um sistema de<br />
leasing e financiamentos por<br />
meio de fundos de recebíveis. Já<br />
estamos em negociação com<br />
dois bancos para realizar essas<br />
operações, enquanto não atingimos<br />
o teto do Finame”, diz.<br />
Mendonça de Barros informa<br />
que até 2015 a Foton Aumark fincará<br />
as estacas em solo brasileiro.<br />
“Os planos são de uma fábrica no<br />
<strong>Brasil</strong>. Estamos confiantes no<br />
sucesso da marca no país, pois, é<br />
um produto que o mercado<br />
quer”, afirma o empresário.<br />
O mercado consumidor é<br />
crescente. Segundo dados da<br />
Associação Nacional dos Fabricantes<br />
de Veículos Automotores<br />
(Anfavea), até abril foram comercializados<br />
cerca de 68 mil<br />
caminhões leves e semileves no<br />
país. No mesmo período de<br />
2010, foram vendidos cerca de<br />
55 mil unidades. ■<br />
Líder<br />
MONTADORA É A MAIOR<br />
FABRICANTE DA CHINA<br />
A Foton Motors China produziu<br />
no ano passado cerca de 700 mil<br />
unidades na China. É hoje<br />
a principal montadora de<br />
caminhões daquele país com um<br />
faturamento de US$ 26 bilhões<br />
em 2009. A marca emprega<br />
80 mil pessoas em 11 fábricas<br />
espalhadas pelo país da Grande<br />
Muralha. Desde 1996 até o ano<br />
passado, a Foton vendeu mais de<br />
3 milhões de veículos na China.<br />
“Eles se interessaram pelo<br />
mercado brasileiro e há três anos<br />
estamos negociando a entrada<br />
no <strong>Brasil</strong>. Os executivos da Foton<br />
nos procuraram e o acordo foi<br />
selado em março”, diz Luiz Carlos<br />
Mendonça de Barros, presidente<br />
da Foton Aumark <strong>Brasil</strong>. “Eles<br />
queriam entender o mercado. Na<br />
China não há grandes frotistas,<br />
os caminhoneiros são, geralmente<br />
os donos do caminhão.” A.P.M.<br />
Man já<br />
Montadora alemã desenvolveu<br />
um veículo especialmente<br />
para as operações militares<br />
A Man Latin America está aumentando<br />
a presença no Exército<br />
<strong>Brasil</strong>eiro. A montadora<br />
que desde 2007 vende caminhões<br />
adaptados para o órgão é<br />
hoje a segunda marca na frota<br />
militar. Este ano, serão entregues<br />
330 veículos e com isso<br />
totalizarão 600 caminhões Man<br />
no Exército.<br />
O presidente da montadora,<br />
Roberto Cortes, explicou que o<br />
caminhão que hoje roda na parte<br />
terrestre das forças armadas
Henrique Manreza<br />
foi desenvolvido pela empresa<br />
em conjunto com o órgão para<br />
operações de transporte de tropas<br />
e equipamentos em terrenos<br />
de difícil acesso.<br />
“O caminhão Woker foi homologado<br />
após alguns testes em<br />
campo. Agora, já somos a segunda<br />
frota na corporação”,<br />
disse Cortes. Até 2007, o Exército<br />
só comprava caminhões Mercedes-Benz.<br />
O projeto do caminhão militarizado<br />
da Man incluiu um ano<br />
de testes em campos de provas<br />
militares em todo o <strong>Brasil</strong>. Um<br />
protótipo rodou 34 mil quilômetros<br />
nas bases das cidades<br />
Petrobras precisa triplicar número de plataformas<br />
A avaliação foi feita ontem pelo presidente da estatal, José Sérgio<br />
Gabrielli, para que a estatal consiga dobrar a produção de gás e petróleo<br />
em 2020. O <strong>Brasil</strong> deve se tornar o terceiro maior produtor mundial<br />
de “petróleo novo” nos próximos anos e o primeiro entre países<br />
fora da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).<br />
“Vamos ter um grande desafio para adicionar capacidade”, disse<br />
Gabrielli, durante uma conferência. “A capacidade precisa crescer.”<br />
fluminenses do Rio de Janeiro<br />
(Restinga da Marambaia), Mangaratiba<br />
(Itacuruçá) e Duque de<br />
Caxias. O veículo também passou<br />
por Goiânia (GO), Cachoeira<br />
do Sul (RS) e por manobras no<br />
estado do Espírito Santo, atendendo<br />
aos Requisitos Operacionais<br />
Básicos (ROB) do Exército.<br />
A homologação incluiu testes<br />
de rodagem por terrenos<br />
arenosos, alagados e com lama,<br />
além de manobras de embarque<br />
aéreo e marítimo, transporte<br />
de pontes, uso de biodiesel<br />
em mistura B2 (2% de mistura<br />
ao diesel convencional) e<br />
até testes de balística, confe-<br />
rindo a resistência da cabine a<br />
estilhaçamentos.<br />
Este é um mercado que, segundo<br />
Cortes, poderá ser bem<br />
explorado junto às Forças Armadas.<br />
Isso porque o Exército<br />
está em processo de renovação<br />
de sua frota, o que poderá render<br />
negócios para a Man.<br />
“Estamos prospectando essas<br />
vendas e acreditamos que<br />
poderemos aumentar o números<br />
de caminhões para o Exército.<br />
Além disso, com a homologação<br />
deste caminhão podemos<br />
entrar em concorrência<br />
em outros países”, disse Cortes.<br />
Segundo ele, países da<br />
Quinta-feira, 26 de maio, 2011 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> 19<br />
tem 600 unidades na frota do Exército<br />
Henrique Manreza<br />
Roberto Cortes<br />
Presidente da Man<br />
Latin America<br />
“Com a homologação<br />
desse veículo, poderemos<br />
participar de concorrências<br />
em outros países. E já<br />
há interesse de órgãos<br />
latino-americanos<br />
por nosso caminhão.<br />
É um mercado promissor”<br />
Edson Silva/Folhapress<br />
Luiz Carlos Mendonça de<br />
Barros, presidente da Foton no<br />
<strong>Brasil</strong>: seis revendas em 2011<br />
e mais 20 por ano até 2015<br />
América Latina já se interessaram<br />
pelo projeto brasileiro.<br />
Empreitada da Iveco<br />
EnãoésóaManeaMercedesque<br />
têm veículos rodando nas Forças<br />
Armadas <strong>Brasil</strong>eiras. A Iveco Latin<br />
America ganhou a concorrência<br />
para fornecer os novos<br />
veículos blindados de transporte<br />
de pessoas. Serão 2.044 unidadeseocontratototalédeR$6<br />
bilhões e deverão ser entregues<br />
até 2029. Para dar conta da produção,<br />
a montadora italiana<br />
abriu uma nova linha de montagem<br />
em sua fábrica instalada em<br />
Sete Lagoas, Minas Gerais. ■
20 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> Quinta-feira, 26 de maio, 2011<br />
EMPRESAS<br />
PETRÓLEO 1<br />
Mitsubishi, Modec e Mitsui se juntam<br />
por plataforma da Petrobras<br />
A Mitsubishi, empresa de trading japonesa, acertou uma parceria com<br />
a Mitsui e com a Modec para construir uma embarcação de produção<br />
para a Petrobras, que será usada no desenvolvimento do campo de Guará.<br />
A embarcação de produção, armazenamento e distribuição deve<br />
ser entregue no primeiro trimestre de 2012, disse hoje a Mitsui em<br />
comunicado. A unidade deverá custar cerca de US$ 1,2 bilhão.<br />
Novas usinas nucleares do país<br />
terão 70% de nacionalização<br />
Eletronuclear define entre R$ 150 e R$ 155 o preço do megawatt por hora das usinas que operarem após 2020<br />
Priscila Machado<br />
pmachado@brasileconomico.com.br<br />
A Eletronuclear avança nos estudos<br />
para a implementação das<br />
usinas nucleares previstas no<br />
<strong>Plano</strong> Nacional de Energia (PNE<br />
2030). O preço da energia gerada<br />
pelas unidades que terão seu<br />
início comercial após 2020 será<br />
fixado entre R$ 150 o megawatt<br />
por hora (MW/h) e R$ 155 MW/h,<br />
de acordo com informações da<br />
própria Eletronuclear.<br />
Para o assistente da presidência<br />
da Eletrobras Eletronuclear,<br />
Leonam Guimarães, o valor é<br />
competitivo e consideravelmente<br />
maior que o previsto para Angra<br />
3, de R$ 148 MW/h, com<br />
base em dezembro de 2009. No<br />
caso de Angra 1 e 2, o valor da<br />
tarifa pela energia produzida é de<br />
R$ 134 MW/h. “Se estivesse em<br />
operação hoje, Angra 3 teria o<br />
preço de energia inferior aos dos<br />
projetos de biomassa”, diz.<br />
Poucas semanas após o acidente<br />
da usina de Fukushima,<br />
no Japão, o representante na<br />
Eletronuclear avalia que o impacto<br />
em termos de custos para<br />
as novas usinas será mínimo<br />
tendo em vista que as medidas<br />
de mitigação de riscos já estão<br />
incluídas nos projetos.<br />
Além do preço, outro diferencial<br />
que as usinas terão é o índice<br />
de nacionalização, que deve chegar<br />
a 70%, superando os 54%<br />
previstos para Angra 3 e os 50%<br />
de Angra 2. Guimarães chama de<br />
índice de nacionalização a relação<br />
de investimentos feitos no país<br />
dividido pelos investimentos totais.<br />
Segundo o executivo, tratase<br />
de uma meta ambiciosa e será<br />
necessário um esforço na formação<br />
de uma cadeia de fornecedores.<br />
“Tem que haver vantagem no<br />
processo de seleção para os fornecedores<br />
que decidirem trazer sua<br />
linha de produção para o país”,<br />
diz. “O ideal é que haja transferência<br />
de tecnologia.” Entre as<br />
tecnologias disponíveis hoje no<br />
mercado Guimarães destaca as<br />
das companhias Westinghouse,<br />
controlado da Toshiba, a francesa<br />
Areva e a russa Rosatom.<br />
Guimarães chamou atenção<br />
ainda para a possibilidade de<br />
uma introdução da iniciativa<br />
privada na construção das no-<br />
Para a Eletronuclear,<br />
potencial de<br />
geração de energia<br />
hidrelétrica do<br />
país estará esgotado<br />
em 2020<br />
Heidi Wideroe/Bloomberg<br />
vas centrais já que há alguns<br />
grupos interessados.<br />
Durante Conferência Internacional<br />
de Energia Nuclear,<br />
promovida pela Fundação Armando<br />
Álvares Penteado (Faap),<br />
Guimarães defendeu a necessidade<br />
de aumentar a geração de<br />
energia no <strong>Brasil</strong> a partir de fonte<br />
nuclear para manter a expansão<br />
da oferta em um cenário em<br />
que, a partir de 2020, o potencial<br />
hidrelétrico do país estará<br />
em esgotamento. Ele destacou<br />
ainda que a entrada em operação<br />
de Angra 3, em 2015, não<br />
representará um aumento no<br />
percentual de energia nuclear<br />
na matriz brasileira, mas apenas<br />
PETRÓLEO 2<br />
Statoil quer perfurar oito poços de<br />
exploração no país em 18 meses<br />
A Statoil quer aumentar a produção de petróleo no <strong>Brasil</strong> para 200 mil<br />
barris diários em 2020, disse ontem Kjetil Hove, presidente da unidade<br />
brasileira da companhia, em evento no Rio de Janeiro. A companhia<br />
vê um potencial significativo no campo Peregrino. A Petrobras anunciou<br />
ontem também que fez uma “importante” descoberta com a Statoil na<br />
Bacia do Espírito Santo, disse Guilherme Estrella, diretor de exploração.<br />
irá manter a parcela nuclear na<br />
geração térmica.<br />
São Paulo<br />
Na definição sobre as próximas<br />
centrais nucleares, São Paulo está<br />
cada vez mais longe de ter sua<br />
usina. “Hoje temos <strong>40</strong> áreas no<br />
país com potencial para receber<br />
as usinas, quando passarmos para<br />
a próxima fase de definição as opções<br />
em São Paulo devem ser suplantadas”,<br />
afirma Guimarães.<br />
Dentro de alguns dias o Ministério<br />
de Minas e Energia (MME) irá publicar<br />
um atlas do potencial nuclear<br />
brasileiro, apontando as<br />
áreas de maior viabilidade para a<br />
instalação de usinas. ■<br />
■ PREÇO<br />
Em Angra 1 e 2, o valor para<br />
cada MW/H gerado é de<br />
R$134<br />
■ NACIONALIZAÇÃO<br />
Nível de participação<br />
local de Angra 3 é de<br />
54%<br />
Divulgação<br />
Angra 3: se estivesse em operação<br />
hoje, teria o preço inferior a projetos<br />
de biomassa, diz a Eletronuclear
Quinta-feira, 26 de maio, 2011 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> 21
22 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> Quinta-feira, 26 de maio, 2011<br />
EMPRESAS<br />
FUSÃO<br />
Hidroall, de produtos clorados, fecha<br />
acordo para se unir com a Propiscinas<br />
A HidroAll do <strong>Brasil</strong>, empresa que atua há mais de 26 anos no mercado<br />
nacional com produtos clorados orgânicos para desinfecção da<br />
água voltada à saúde animal, agricultura, desinfecção de alimentos,<br />
saneamento básico, área industrial e piscinas, acaba de concluir<br />
a fusão com outra empresa de produtos químicos para tratamento<br />
de água de piscinas a Propiscinas, com 28 anos de mercado.<br />
Walmart negocia<br />
compra da maior<br />
rede do Paraná<br />
Além da Super Muffato, vice-líder no Sul e oitava no país, grupo<br />
americano mira a bandeira Savegnano, no interior paulista<br />
Françoise Terzian<br />
fterzian@brasileconomico.com.br<br />
Enquanto os empresários supermercadistas<br />
concentram sua<br />
atenção sobre as notícias de<br />
uma possível fusão entre Pão de<br />
Açúcar e Carrefour <strong>Brasil</strong>, a rede<br />
americana Walmart, a terceira<br />
maior do país, corre por fora<br />
para alavancar sua posição no<br />
país. A companhia sediada em<br />
Bentonville, no Arkansas, manteria<br />
negociações avançadas<br />
para a compra da rede paranaense<br />
de supermercados Irmãos<br />
Muffato & Cia, a oitava<br />
maior rede de supermercados<br />
do país, segundo o ranking da<br />
Associação <strong>Brasil</strong>eira de Supermercados<br />
(Abras).<br />
O Super Muffato, como é<br />
mais conhecido entre os consumidores,<br />
lidera no Paraná e posiciona-se<br />
como a segunda<br />
maior rede de todo o Sul do país.<br />
A primeira é o próprio Walmart.<br />
Os paranaenses fecharam<br />
2010 com um faturamento de R$<br />
1,9 bilhão, 30 lojas e 1% do faturamento<br />
do segmento de supermercados.<br />
O percentual parece<br />
baixo, mas é vital para o fortalecimento<br />
do Walmart na região.<br />
“Além de gerar economia de<br />
custos, já que promoverá sinergia<br />
em compras e também logística,<br />
esta compra soa mais como<br />
uma proteção contra a entrada<br />
de concorrentes no sul do país”,<br />
afirma o diretor de uma rede supemercadista.<br />
Para manter a posição de liderança<br />
no ranking supermercadista<br />
no Sul do país e também<br />
aumentar margem, a rede<br />
tem procurado fortalecer sua<br />
musculatura. Uma compra dessas,<br />
analisa um fornecedor, faz<br />
todo o sentido.<br />
Procurada, a Muffato nega<br />
qualquer tipo de negociação<br />
com o Walmart. A companhia<br />
americana não comenta o caso.<br />
A Muffato não seria o único<br />
alvo do Walmart. Fornecedores<br />
Nenhuma das<br />
três redes<br />
supermercadistas<br />
confirma a<br />
informação que<br />
é dada como certa<br />
por fornecedores<br />
e concorrentes<br />
afirmam que a rede Savegnago,<br />
do interior de São Paulo, também<br />
se encontra em conversações<br />
com os americanos. Suas<br />
24 unidades geraram um faturamento<br />
de R$ 993 milhões no<br />
ano passado. Uma fonte de<br />
mercado diz que a Savegnago<br />
apresenta rentabilidade satisfatória<br />
e uma boa eficiência, o que<br />
seria atrativo para qualquer<br />
concorrente. Mas o coordenador<br />
de marketing da rede, Murilo<br />
Pais Savegnago, nega qualquer<br />
tipo de negociação.<br />
Desde que comprou a rede<br />
nordestina Bompreço, em 2004,<br />
e as lojas da portuguesa Sonae,<br />
em 2005, o Walmart tem mapeado<br />
negócios em potencial<br />
para adquirir no país. Há dois<br />
anos, a rede manteve conversações<br />
com o Carrefour <strong>Brasil</strong> com<br />
o objetivo de unificar as operações<br />
no país. O negócio não<br />
vingou, o que abriu espaço para<br />
novos interessados se aproximarem<br />
dos franceses. Hoje, o<br />
assunto Walmart é tido como<br />
“águas passadas” dentro do<br />
Carrefour. ■<br />
ALVOS EM POTENCIAL<br />
Marcela Beltrão<br />
● Rede paranaense Muffato,<br />
líder do setor no Paraná e oitava<br />
maior do país, com faturamento<br />
de R$ 1,9 bilhão no ano passado,<br />
30 lojas em operação e 1%<br />
do mercado brasileiro de<br />
supermercados. De 2009 para<br />
2010, a Muffato subiu uma<br />
posição no ranking da Abras.<br />
● Rede Savegnago, do interior<br />
de São Paulo, é muito forte em<br />
Ribeirão Preto, com faturamento<br />
de R$ 993 milhões em 2010<br />
e 24 lojas em operação. A rede<br />
supermercadista ocupa o<br />
17º lugar no ranking das maiores<br />
redes do país. No ano anterior,<br />
ela era a 18ª, segundo a Abras.<br />
WALMART EM NÚMEROS<br />
● A rede americana de<br />
supermercados é a terceira maior<br />
do <strong>Brasil</strong>, segundo o ranking da<br />
Abras. Em 2010, o Walmart<br />
faturou R$ 22,3 bilhões no país.<br />
● Hoje, a rede tem 483 lojas em<br />
operação no país, com atuação em<br />
18 estados, mais o Distrito Federal.<br />
● Ao todo, a subsidiária<br />
brasileira do Walmart detém,<br />
até o momento, nove bandeiras,<br />
como Walmart, Todo Dia,<br />
Maxxi Atacado, Sam’s Club,<br />
Nacional, Big e Mercadorama.<br />
VAREJO<br />
Supermercados vendem 13,6% mais em<br />
abril na comparação com 2010, diz Abras<br />
“O excepcional resultado das vendas de abril em relação ao mesmo<br />
mês do ano anterior deveu-se à Páscoa, que em 2010 caiu em março”,<br />
afirmou o presidente da Abras, Sussumu Honda. A Páscoa é a segunda<br />
melhor data de vendas para o setor supermercadista, depois do Natal.<br />
Já sobre março deste ano, houve alta de 7,17%. No primeiro quadrimestre,<br />
as vendas registraram expansão de 5,5% sobre igual período em 2010.
GRÃOS<br />
Agrenco anuncia que começa as operações<br />
no Alto Araguaia (MT) em junho<br />
A companhia de grãos anunciou também que encontra está em<br />
estágio adiantado a compra de equipamentos e serviços, com<br />
o restabelecimento de parcerias com fornecedores da região e do <strong>Brasil</strong>.<br />
A Agrenco destaca ainda que está em processo de contratação de<br />
executivos para a posição de presidente-executivo e diretor financeiro,<br />
além de funcionários para a fábrica.<br />
Fotos: divulgação<br />
Aquisição da paranaense<br />
Muffato garantiria a defesa<br />
do mercado do Sul, onde<br />
o Walmart é líder<br />
Savegnano, alvo de<br />
interesse do Walmart, ocupa<br />
o 17º posto no ranking<br />
brasileiro de supermercados<br />
COMUNICADO OFICIAL Lojas<br />
Pão de Açúcar nega<br />
rumores de fusão<br />
com Carrefour<br />
Diante de notícias envolvendo<br />
uma suposta fusão entre<br />
o Grupo Pão de Açúcar<br />
e o Carrefour, a rede varejista<br />
do empresário Abilio Diniz<br />
negou qualquer negociação.<br />
“A Companhia <strong>Brasil</strong>eira<br />
de Distribuição (CBD) [...]<br />
não é parte em qualquer<br />
negociação com o Carrefour<br />
e não contratou qualquer<br />
assessor financeiro com<br />
esse fim”, afirmou a empresa<br />
em comunicado divulgado<br />
ontem na Comissão de<br />
Valores Mobiliários (CVM).<br />
O jornal francês Le Dimanche<br />
publicou no domingo (22/5)<br />
que a rede Carrefour estaria<br />
estudando a possibilidade de<br />
realizar fusão de sua unidade<br />
no <strong>Brasil</strong> com o Pão de Açúcar,<br />
por meio de negociações<br />
com o Grupo Casino Guichard<br />
Perrachon, conglomerado<br />
francês que divide com<br />
Abilio Diniz o controle do<br />
Grupo Pão de Açúcar. Segundo<br />
o comunicado, o conglomerado<br />
francês também negou estar<br />
envolvido em negociações com<br />
o Carrefour. “O acionista Casino<br />
Guichard Perrachon informou<br />
à Companhia <strong>Brasil</strong>eira<br />
de Distribuição que desconhecia<br />
qualquer negociação até<br />
sua veiculação pela mídia<br />
e que não autorizou qualquer<br />
terceiro a representar seus<br />
interesses em tais negociações.”<br />
Por sua vez, Abilio Diniz<br />
informou que está “sempre<br />
em busca de alternativas”<br />
para o crescimento da<br />
companhia e que “não<br />
há nenhum fato ou ato<br />
que justificasse uma<br />
divulgação ao mercado”. <strong>Brasil</strong><br />
<strong>Econômico</strong> On-line<br />
Crescimento dos negócios<br />
Expansão da base de clientes<br />
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cuida de seus clientes, de olho no futuro.<br />
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Disposição irregular de unidades<br />
no <strong>Brasil</strong> pode ser entrave<br />
para atrair um único comprador<br />
Cintia Esteves<br />
cesteves@brasileconomico.com.br<br />
A má distribuição das lojas do<br />
Baú da Felicidade — são 89 no Paraná,<br />
47 em São Paulo e apenas<br />
uma em Minas Gerais —pode levar<br />
o grupo Silvio Santos a vender<br />
a varejista para mais de uma<br />
empresa. “Se a negociação for<br />
bem amarrada pelo Bradesco BBI,<br />
não vejo problema”, diz Lásaro<br />
do Carmo Júnior, vice-presidente<br />
do grupo Silvio Santos.<br />
O banco negocia a venda das<br />
lojas do Baú desde o início deste<br />
ano. “Existem várias empresas<br />
interessadas e as negociações<br />
estão avançadas”, afirma o<br />
executivo. O Baú será a terceira<br />
empresa do grupo a ser vendida.<br />
Em janeiro o Panamericano<br />
foi comprado pelo BTG Pactual.<br />
Na semana passada, foi a vez da<br />
Braspag, empresa do grupo Silvio<br />
Santos especializada em pagamentos<br />
digitais, ser adquirida<br />
pela Cielo.<br />
Agora a ordem é concentrar<br />
esforços em apenas três empresas:<br />
SBT, Jequiti e a Liderança<br />
Capitalização. “O varejo fez parte<br />
da estratégia da empresa em<br />
determinado momento, mas o<br />
grupo descobriu que se trata de<br />
um mercado que exige muito investimento<br />
e a abertura de muitas<br />
lojas”, afirma o executivo.<br />
Dívida<br />
Um dos motivos que faz especialistas<br />
e varejistas torcerem o<br />
nariz para a compra do Baú é o<br />
passivo fiscal que a empresa<br />
acumula desde a época em que<br />
comprou a Dudony. Mas este<br />
problema está resolvido, segundo<br />
Carmo. “Uma parte foi<br />
paga e o restante está sendo regularizado.<br />
As empresas interessadas<br />
no Baú têm acesso a<br />
estes números”, diz.<br />
Na semana passada, a Mercadomóveis,<br />
varejista de eletroeletrônicos<br />
paranaense, elevou<br />
sua proposta pela compra do<br />
Baú. Em vez das 50 unidades<br />
iniciais, agora a empresa comandada<br />
pelo Márcio Pauliki<br />
quer comprar os 89 pontos de<br />
Quinta-feira, 26 de maio, 2011 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> 23<br />
do Baú<br />
podem ter mais<br />
de um dono<br />
venda localizados no Paraná. O<br />
empresário aguarda contato do<br />
Bradesco BBI para continuar as<br />
negociações.<br />
Despedida<br />
Apesar das lojas terem mostrado<br />
agressividade no período do Dia<br />
de Mães — principalmente as<br />
unidades do Paraná —, com divulgação<br />
de produtos e promoções,<br />
o site da rede de lojas estava<br />
fora do ar durante semana<br />
passada e ontem estava em processo<br />
de atulização. ■<br />
Murillo Constantino<br />
Lásaro do<br />
Carmo Júnior<br />
Vice-presidente do<br />
Grupo Silvio Santos<br />
“O varejo fez parte da<br />
estratégia da empresa em<br />
determinado momento, mas<br />
o grupo descobriu que se<br />
trata de um mercado que<br />
exige muito investimento<br />
e a abertura de muitas lojas”<br />
MARINHA DO BRASIL
24 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> Quinta-feira, 26 de maio, 2011<br />
EMPRESAS<br />
ATAQUES<br />
Governo dos EUA alerta sobre falha<br />
de segurança na Siemens<br />
O governo americano alertou aos clientes da Siemens as falhas dos<br />
sistemas de gestão de controle industrial que compraram da empresa.<br />
A Siemens ainda está se recuperando das consequências do vírus Stuxnet,<br />
criado para atacar seus sistemas de controle industrial. Acredita-se<br />
que o Stuxnet tenha danificado cerca de mil centrífugas usadas pelo Irã<br />
para o enriquecimento de urânio, no final de 2009 ou começo de 2010.<br />
ENTREVISTA OTTO VON SOTHEN Presidente da Diageo no <strong>Brasil</strong><br />
Fotos: divulgação<br />
“<strong>Brasil</strong> é prioridade<br />
máxima para o<br />
futuro da Diageo”<br />
Fabricante de bebidas premium amplia estrutura no país e testa<br />
o rum como parte de sua estratégia para conquistar a classe<br />
Fábio Suzuki<br />
fsuzuki@brasileconomico.com.br<br />
A gigante de bebidas Diageo reforça<br />
a partir deste ano sua<br />
atuação em Minas Gerais e nos<br />
estados do Nordeste para aproveitar<br />
o maior poder de compra<br />
da população brasileira e ter o<br />
país entre os seus principais<br />
mercados nos próximos anos.<br />
Hoje, o <strong>Brasil</strong> está entre os dez<br />
maiores em faturamento da<br />
companhia que atua em mais de<br />
180 países e é atualmente a<br />
grande prioridade para os negócios<br />
da multinacional. Tanto que<br />
os investimentos da empresa na<br />
operação brasileira vão dobrar<br />
neste ano para reforçar as ações<br />
de marketing e a divulgação de<br />
suas marcas, além de aproximar<br />
seus produtos do consumidor<br />
com uma melhor distribuição.<br />
O responsável por comandar<br />
essa nova fase da empresa será o<br />
executivo Otto von Sothen, que<br />
assumiu no início deste ano a<br />
operação da Diageo no <strong>Brasil</strong>,<br />
Paraguai e Uruguai após presidir<br />
por três anos a divisão de alimentos<br />
da PepsiCo no país. “O<br />
<strong>Brasil</strong> passou a ser o ‘top one’<br />
entre as prioridades da companhia”,<br />
afirma o novo presidente<br />
da empresa que detém marcas<br />
do porte de Johnnie Walker<br />
(uísque) e Smirnoff (vodca).<br />
As duas marcas, inclusive,<br />
são os carros-chefes da Diageo<br />
no país e foram as grandes responsáveis<br />
pelo faturamento de<br />
R$ 1,2 bilhão dos segmentos de<br />
vodca e uísque no último ano.<br />
Tanto que lideram as ações que a<br />
Diageo vem realizando com<br />
mais ímpeto desde o ano passado,<br />
como a realização no <strong>Brasil</strong><br />
do evento global Smirnoff Experience<br />
e a ampliação de três<br />
para cinco cidades como sedes<br />
do Whisky Festival.<br />
Além dessa maior exposição<br />
“Há quatro anos, o<br />
<strong>Brasil</strong> não estava nem<br />
entre os 20 mercados<br />
da Diageo e hoje está<br />
entre os dez maiores<br />
da companhia.<br />
Em prioridade,<br />
opaíséonúmero1<br />
Estamos buscando<br />
um terceiro segmento<br />
mais voltado à classe<br />
média, que pode<br />
ser o mercado de<br />
cachaça ou de rum<br />
Estamos expandindo<br />
a operação brasileira<br />
como um todo.<br />
No segundo semestre,<br />
vamos abrir um<br />
escritório e um<br />
centro de distribuição<br />
no Rio de Janeiro<br />
das marcas, a empresa tem<br />
aproveitado a valorização do real<br />
frente às outras moedas do globo<br />
para aumentar a importação de<br />
seus produtos. Uma mostra desse<br />
cenário é que a entrada de<br />
uísques no país passou de 16,7<br />
mil para 19,8 mil toneladas nos<br />
últimos dois anos, segundo dados<br />
da Secretaria de Comércio<br />
Exterior (Secex), elevando o valor<br />
movimentado de US$ 73,4<br />
milhões para US$ 92,6 milhões.<br />
Já no mercado de vodca, a<br />
Diageo divulga um faturamento<br />
de R$ 596 milhões, valor que<br />
corresponde a 50,8% do mercado,<br />
de acordo com a Nielsen. Por<br />
ter um preço mais elevado no<br />
mercado do que a média do segmento,<br />
a participação em volume,<br />
segundo a companhia, cai<br />
para 30% dentro do consumo<br />
total do país de 38,5 milhões de<br />
litros ao ano.<br />
“Uísque e vodca são os nossos<br />
focos mas estamos buscando<br />
um terceiro segmento para<br />
aproveitar esse crescimento da<br />
classe média”, diz Sothen. Nessa<br />
estratégia, a companhia tem<br />
realizado testes no país com as<br />
marcas Captain Morgan e Zacapa<br />
para fortalecer o rum no<br />
mercado brasileiro.<br />
Sobre a possível aquisição da<br />
marca de tequila Jose Cuervo,<br />
da qual é distribuidora internacional<br />
e que envolveria US$ 2<br />
bilhões, a companhia preferiu<br />
“não comentar rumores e especulações<br />
do mercado” e nem a<br />
influencia que um negócio desse<br />
porte teria no mercado brasileiro.<br />
Para Leonardo Brettas, diretor<br />
da marca Jose Cuervo na<br />
América Latina e Caribe, o impacto<br />
na atuação da marca dependeria<br />
muito dos detalhes<br />
que envolveria o acordo. “Mas<br />
não tem nada confirmado e<br />
também estou curioso em saber<br />
se há mesmo essa negociação.”<br />
MOBILIDADE<br />
Nokia deve lançar o primeiro smartphone<br />
com Windows ainda este ano<br />
A Nokia planeja lançar seu primeiro smartphone com sistema<br />
operacional Windows Phone 7, da Microsoft, no final deste ano, publicou<br />
o jornal taiuanês Commercial Times, sem citar fontes. A maior fabricante<br />
mundial de celulares anunciou em fevereiro que adotaria a plataforma<br />
da Microsoft em todos seus smartphones e que iniciaria o embarque<br />
de grandes volumes desses aparelhos em 2012.<br />
Como avalia a atuação da<br />
Diageo dentro do atual cenário<br />
macroeconômico do <strong>Brasil</strong>?<br />
O país passa por um excelente<br />
momento e a Diageo se beneficia<br />
por ter um portfólio focado<br />
no topo da pirâmide da população.<br />
Com o aumento da renda<br />
dos brasileiros, todo mundo tem<br />
oportunidade de consumir nossos<br />
produtos. Estamos dobrando<br />
nossa verba de marketing e<br />
dos pontos de venda de 2010<br />
para este ano, principalmente<br />
nas marcas Johnnie Walker<br />
(uísque) e Smirnoff (vodca). Nos<br />
últimos quatro anos, dobramos<br />
os resultados no país e a expectativa<br />
é fechar o ano com crescimento<br />
de dois dígitos alto.<br />
E como aproveitar esse<br />
maior número de<br />
potenciais consumidores?<br />
Estamos buscando um terceiro<br />
segmento mais voltado à classe<br />
média. Essa iniciativa passa por<br />
categorias diferentes, como trabalhar<br />
nosso portfólio de cachaça,<br />
que tem um potencial<br />
muito grande, ou explorar o<br />
consumo de maneira diferente,<br />
como o out of home (versões<br />
portáteis das bebidas) com diversificação<br />
de embalagens. Estamos<br />
com um projeto também<br />
de fortalecer o rum no país, que<br />
é um mercado de preço menor e<br />
que combina com a nossa intenção<br />
de ter um portfólio mais<br />
amplo e voltado para a classe<br />
média. Já estamos realizando<br />
testes com as marcas Captain<br />
Morgan, em Curitiba, e Zacapa,<br />
mais premium, em pontos de<br />
venda específicos.
TELECOMUNICAÇÕES<br />
Sony Ericsson precisa da força da Sony na<br />
guerra do sistema operacional Android<br />
A Sony precisa afirmar seu controle sobre a Sony Ericsson caso deseje<br />
que a joint-venture de celulares recupere mercado. No ano passado,<br />
adotou a ambiciosa meta de capturar o mercado para a plataforma<br />
Google Android. Para atingir esta meta, a Sony Ericsson precisa de um<br />
proprietário dinâmico, com fortes recursos de investimento e ativos<br />
multimídia. A marca está perdendo mercado para a Apple.<br />
A companhia tem ampliado<br />
a distribuição de seus produtos<br />
por conta desse novo cenário?<br />
Smirnoff e Johnnie Walker são<br />
marcas que estão muito voltadas<br />
para as regiões Sul e Sudeste e o<br />
próximo passo natural é a expansão<br />
geográfica desses produtos.<br />
Minas Gerais e os estados do<br />
Nordeste passam a ter uma<br />
atenção especial e vão receber<br />
mais produtos de nosso portfólio.<br />
Esse é um movimento que já<br />
está acontecendo e influencia o<br />
número de ações para assegurar<br />
um nível forte nos pontos de<br />
venda. Estamos revisando também<br />
nosso modelo de atuação<br />
junto ao mercado atacadista. Ele<br />
continua sendo indireto mas<br />
queremos uma melhor posição<br />
de nossos produtos dentro dos<br />
estabelecimentos.<br />
A estrutura será ampliada<br />
por conta desses movimentos<br />
no mercado?<br />
Estamos expandindo a operação<br />
brasileira da companhia como um<br />
todo. Além do escritório em São<br />
Paulo e dos centros de distribuição<br />
em Vinhedo (SP) e em Jaboatão<br />
dos Guararapes (PE), vamos abrir<br />
entre agosto e setembro mais um<br />
escritório e outro centro de distribuição,<br />
ambos situados no Rio de<br />
Janeiro. Estamos dobrando o tamanho<br />
da sede na capital paulista.<br />
Como está a operação<br />
brasileira dentro dos resultados<br />
globais da companhia?<br />
Há quatro anos, o <strong>Brasil</strong> não estava<br />
nem entre os 20 mercados<br />
da Diageo e hoje está entre os dez<br />
maiores da companhia. Em prioridade,<br />
posso dizer que a opera-<br />
ção é hoje a número um, ficando<br />
à frente do Canadá e do México.<br />
Umexemplodissoéofatodea<br />
companhia ter dobrado os investimentos<br />
neste ano.<br />
Os mercados do Uruguai<br />
e do Paraguai são semelhantes<br />
ao do <strong>Brasil</strong>?<br />
Essa administração obedece uma<br />
lógica geográfica, de fronteira, e<br />
também de consumo, pois também<br />
são focados em vodca e uísque.<br />
Além disso, o Paraguai cresceu<br />
15% no último ano e o Uruguai<br />
também vem crescendo<br />
bastante, mas as pessoas não<br />
vêem isso. Juntos, estamos falando<br />
de quase 15 milhões de pessoas<br />
e não podemos desprezar<br />
esses mercados. Os jovens desses<br />
países buscam alternativas e lá<br />
não há opções como no <strong>Brasil</strong>. ■<br />
CELULARES INTELIGENTES<br />
Quinta-feira, 26 de maio, 2011 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> 25<br />
ZTE lançará smartphone com Windows 7 da<br />
Microsoft no terceiro trimestre<br />
A ZTE Corp, segunda maior fabricante de equipamentos de rede da China,<br />
planeja lançar celulares inteligentes baseados no sistema operacional<br />
Windows 7 , da Microsoft, apelidado de Mango, na Europa ainda no<br />
terceiro trimestre deste ano. A Microsoft espera que uma série de<br />
recursos novos do sistema lançado na terça-feira ajude a companhia a<br />
reduzir a distância que a separa dos líderes no segmento: Google e Apple.<br />
Marcela Beltrão<br />
Otto von Sothen,<br />
novo presidente da<br />
Diageo no <strong>Brasil</strong>:<br />
maior desafio será o<br />
desenvolvimento da<br />
estratégia voltada<br />
para a classe média<br />
NA AMÉRICA LATINA<br />
17%<br />
foi o crescimento em vendas<br />
obtido pela Diageo no mercado<br />
latino-americano no segundo<br />
semestre de 2010, cujo ano fiscal<br />
se encerra em junho deste ano.<br />
NO BRASIL<br />
44%<br />
foi alta no faturamento da<br />
operação brasileira da Diageo<br />
nos últimos seis meses de<br />
2010 em comparação com o<br />
mesmo período do ano anterior.<br />
PRINCIPAIS MERCADOS<br />
R$ 1,2 bilhão<br />
foi o valor total obtido pela<br />
Diageo no país com a venda<br />
de uísques e vodcas, que têm<br />
como carros-chefes as marcas<br />
Johnnie Walker e Smirnoff.
26 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> Quinta-feira, 26 de maio, 2011<br />
EMPRESAS<br />
AQUISIÇÃO<br />
Americana Steris compra Sercon para<br />
marcar presença em mercados emergentes<br />
A Steris América Latina, subsidiária da americana Steris Corporation,<br />
especializada em desenvolvimento de produtos nas áreas de esterilização<br />
e cirurgia, acaba de adquirir a Sercon, também de esterilização. Esta<br />
é a primeira aquisição da empresa em mercados emergentes, para se<br />
consolidar nas Américas. Os investimentos na aquisição e as expansões<br />
programadas para os próximos 5 anos são da ordem de US$ 50 milhões.<br />
Escolas de<br />
inglês pegam<br />
carona em<br />
megaeventos<br />
esportivos<br />
Cel Lep, CNA, Fisk e Wizard registraram<br />
aumento médio de 20% de alunos em<br />
2010 e esperam número maior este ano<br />
Thais Moreira<br />
tmoreira@brasileconomico.com.br<br />
Economia aquecida e novas oportunidades<br />
de trabalho com a Copa<br />
do Mundo e Olimpíadas estão impulsionando<br />
o mercado de cursos<br />
de inglês no <strong>Brasil</strong>. As escolas de<br />
idiomas registraram aumento<br />
médio de 20% no número de matrículas<br />
já nos primeiros meses de<br />
2011, e projetam um crescimento<br />
ainda maior — e contínuo — para<br />
os próximos anos. A busca pelos<br />
cursos vem de jovens e adultos,<br />
não só que trabalham em empresas<br />
multinacionais e querem ter<br />
fluência no idioma, como os que<br />
desejam atuar na recepção dos<br />
turistas estrangeiros nos megaeventos<br />
esportivos.<br />
Além dos profissionais que<br />
buscam aprender ou aperfeiçoar<br />
o inglês, empresários de<br />
olho neste mercado aumentaram<br />
o número de franquias e<br />
unidades escolares, principalmente<br />
nas 12 cidades-sede do<br />
Mundial. Dados da Associação<br />
<strong>Brasil</strong>eira de Franchising (ABF)<br />
mostram um crescimento de<br />
7,2%do segmento no ano passado<br />
ante 5,3% no ano anterior.<br />
A escola Wizard, adquirida<br />
pelo Grupo Multi em 2010, lidera<br />
o ranking no segmento de educação<br />
e treinamento das cinco<br />
maiores redes de franquias do<br />
país, tendo a Fisk, CCAA e CNA<br />
na sequência. “Abrir um negócio<br />
passou a ser objeto de interesse<br />
do cenário mundial, pois a economia<br />
está aquecida”, afirma<br />
Maria Cristina Franco, vice-presidente<br />
da Associação <strong>Brasil</strong>eira<br />
de Franchising.<br />
Além dos que<br />
desejam atuar na<br />
recepção de turistas,<br />
empresários também<br />
aumentaram o<br />
número de franquias<br />
e unidades escolares<br />
Munshi Ahmed/Bloomberg<br />
De acordo com Eliana Bessa,<br />
diretora de Operações do Grupo<br />
Multi, detentor das marcas Wizard,<br />
Yázigi e Microlins, em vista<br />
dos eventos, foram feitas permutas<br />
com os taxistas que colaram<br />
adesivos divulgando as escolas<br />
do grupo e lançados novos<br />
cursos intensivos e com horários<br />
flexíveis.“Desde que a mídia<br />
anunciou os eventos esportivos,<br />
notamos o aumento da<br />
procura. Nossa meta é crescer<br />
de 20% a 30% neste ano”. O<br />
Grupo Multi faturou R$ 2,3<br />
bilhões em 2010 e prevê faturar<br />
R$ 2,5 bilhões até o final deste<br />
ano, com a abertura de mais 300<br />
escolas no <strong>Brasil</strong>.<br />
RESULTADOS<br />
Crescimento fora dos EUA impulsiona<br />
receita da Meditronic no quarto trimestre<br />
A Medtronic, especializada em tecnologias médicas, encerrou o ano<br />
fiscal de 2011 em abril com receitas de US$ 15,93 bilhões, um aumento<br />
de 1% em relação ao ano fiscal de 2010. As receitas internacionais do<br />
quarto trimestre foram US$ 1,95 bilhão, o que representa aumento de<br />
12% ou 7% numa base de câmbio constante. A receita de US$ 397 milhões<br />
do quarto trimestre para os mercados emergentes aumentou 24%.<br />
Para Elvio Peralta, diretor superintendente<br />
da Fundação Richard<br />
H. Fisk, detentora das escolas<br />
Fisk e PBF, o grupo, que<br />
vem crescendo 10% ao ano, já<br />
prevê alta de 20% a 25% para<br />
2011, com o lançamento do curso<br />
“May I help you?” para o segundo<br />
semestre. Em dois módulos<br />
de 45 horas/aula, o treinamento<br />
capacitará os profissionais a comunicarem-se<br />
de forma eficiente<br />
em inglês nas diversas situações<br />
cotidianas de atendimento<br />
ao turista. A Fisk já conta com<br />
cerca de 20 mil alunos em suas<br />
200 unidades espalhadas pelo<br />
país. “Em 2011, abrimos cerca de<br />
<strong>40</strong> franquias”, afirma Peralta.<br />
O CNA mapeou 214 cidades<br />
com potencial para a abertura<br />
de escolas de idiomas. “Como a<br />
classe média representa 53% da<br />
população e nosso foco é este,<br />
notamos que o <strong>Brasil</strong> é a ‘bola da<br />
vez’, e a tendência é que os profissionais<br />
se qualifiquem cada<br />
vez mais” diz Leonardo Cirino,<br />
diretor de Marketing da rede.<br />
Cirino afirma que as 480 unidades<br />
da rede faturaram R$ 553<br />
milhões em 2009 e R$ 600 milhões<br />
em 2010, quando ampliou<br />
o número de franquias para 580.<br />
Para 2011, a CNA projeta o faturamento<br />
de R$ 663 milhões, um<br />
crescimento de 21% em relação a<br />
2010. No segundo semestre deste
PREVENÇÃO<br />
China pede mais atenção à segurança<br />
em fábrica que produz o tablet iPad<br />
A China pediu que a Foxconn e outras empresas taiuanesas prestem<br />
mais atenção à segurança após a explosão em uma fábrica chinesa<br />
que produzia iPads para a Apple. A produção foi suspensa em partes da<br />
fábrica da Foxconn, localizada na cidade de Chengdu, no sudoeste da<br />
China. Três funcionários morreram e 15 ficaram feridos em uma oficina<br />
de polimento da Foxconn na qual os produtos da Apple são finalizados.<br />
ano, a rede também irá lançar<br />
um curso de inglês voltado para<br />
os profissionais interessados em<br />
trabalhar no turismo receptivo<br />
durante os eventos, nas áreas de<br />
transporte, hotelaria, comércio e<br />
serviços públicos.<br />
Presença diferenciada<br />
O grupo de escolas Cel Lep, que<br />
não é formado por franquias,<br />
também teve um crescimento<br />
em seu quadro de alunos.<br />
A rede conta atualmente com<br />
18 filiais e 12 unidades que funcionam<br />
em colégios particulares.<br />
Destas, 11 ficam em São Paulo e<br />
uma em Belo Horizonte (MG).<br />
Além disso, atende empresas<br />
como Grupo Ultra, Itaú, Accenture,<br />
Bradesco, entre outras. “Estamos<br />
hoje com cerca de 30 mil<br />
matrículas. Seguimos num crescimento<br />
contínuo e iremos abrir,<br />
ainda este ano, uma estrutura no<br />
Morumbi, zona sul de São Paulo”,<br />
afirma Walter Toledo Silva,<br />
fundador e presidente da rede.<br />
Para Silva, ainda nos dias de<br />
hoje, a faixa etária mais presente<br />
nas escolas é o público adulto, no<br />
entanto, existe o aumento da<br />
procura parar cursos destinados a<br />
crianças e adolescentes. “A tendência<br />
é termos um número<br />
maior de jovens, pois a família irá<br />
investir cada vez mais na educacação<br />
dos filhos”, afirma. ■<br />
Norm Betts/Bloomberg<br />
Marcela Beltrão<br />
Fundador Walter Toledo<br />
Silva, aos 91 anos e ainda<br />
à frente do Cel Lep:<br />
crescimento contínuo e<br />
abertura de unidade na<br />
zona sul de São Paulo<br />
RECEITA<br />
R$ 2,3 bi<br />
É o faturamento do Grupo Multi,<br />
detentor das marcas Wizard,<br />
Yázigi e Microlins, que liderou<br />
o ranking de abertura de<br />
novas franquias em 2010.<br />
RESULTADOS<br />
R$ 663 mi<br />
É a previsão de faturamento<br />
das franquias da rede CNA<br />
para este ano, valor que deve<br />
ser impulsionado com o<br />
lançamento dos novos cursos.<br />
AUTOMOBILÍSTICA<br />
Quinta-feira, 26 de maio, 2011 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> 27<br />
Fiat deve aumentar para 51% participação<br />
na Chrysler antes de oferta inicial de ações<br />
A companhia italiana elevou sua participação na Chrysler para 46% logo<br />
após a montadora americana pagar US$ 7,6 bilhões em empréstimos<br />
feitos pelos governos dos EUA e Canadá, no dia 24 de maio. “É possível”<br />
que a Fiat compre mais ações da Chrysler”, disse Sergio Marchionne,<br />
presidente das duas companhias. “Quanto mais esperarmos, mais caro<br />
ficará para comprar as ações que estão em poder do Tesouro americano”<br />
PERFIL<br />
Grupo Cel Lep tem<br />
administração familiar<br />
O Cel Lep foi fundado há 45 anos<br />
pelo professor Walter Toledo<br />
Silva, ainda hoje à frente da<br />
rede, aos 91 anos. A ideia surgiu<br />
quando ele estava cursando Física<br />
na Universidade de São<br />
Paulo e os professores utilizavam<br />
livros técnicos, em sua<br />
maioria, estrangeiros, o que dificultava<br />
o aprendizado. A escola<br />
surgiu como um cursinho extracurricular<br />
e teve alunos renomados,<br />
como exemplo o exgovernador<br />
de São Paulo, Roberto<br />
de Abreu Sodré e o arquiteto<br />
Adolpho Lindenberg.<br />
O comando dos negócios, que<br />
com o crescimento chegou a ter<br />
um grupo de 75 sócios, é dividido<br />
entre Silva e dois filhos: Monica<br />
Toledo, diretora de Marketing e<br />
Rogério Toledo, diretor de TI.<br />
“Em uma viagem que fiz à<br />
Holanda como pesquisador junto<br />
à Philips, eu conheci um aparelho<br />
que gravava a voz. Então<br />
tive a ideia de trazer para cá essa<br />
metodologia, na qual o aluno<br />
ouve e pode perceber como está<br />
a pronúncia”, diz o fundador,<br />
que está sempre animado em<br />
conhecer novas tecnologias<br />
como exemplo o iPad e Skype.<br />
“São boas oportunidades de se<br />
Fundador de<br />
escola de inglês foi<br />
professor de física<br />
e engenharia na USP<br />
aprender os idiomas, pois você<br />
começa a entender, pela expressão<br />
das pessoas, o que elas estão<br />
dizendo”. Aposentado há 20<br />
anos, Walter conta que, apesar<br />
de ser o fundador da escola, ele<br />
não deu aulas de inglês, mas sim<br />
de Física e Engenharia na USP.<br />
Além dos dois filhos como<br />
herdeiros diretos, Walter tem<br />
mais quatro filhos, 18 netos e<br />
seis bisnetos. “Tenho uma bisneta<br />
de três anos que mora na<br />
Alemanha. Nos falamos via<br />
Skype, em alemão. Ela sabe ligar<br />
o computador, se conectar e<br />
fala direitinho o idioma do país<br />
onde mora”, comenta o professor,<br />
orgulhando-se de sua<br />
grande família. ■ T.M.<br />
SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL EM SÃO PAULO<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Concessionária Rodovias do Tietê S.A.<br />
CNPJ: 10.678.505/0001-63 - NIRE: 35.300.366.476<br />
Ata de Reunião do Conselho de Administração Realizada em 05 de Abril de 2011<br />
1. Data, Local e Horário: Realizada aos 05 dias do mês de Abril do ano de 2011, às 15:00 horas, na Rua<br />
Rafael de Campos, 615, Centro, na Cidade de Tietê, Estado de São Paulo, CEP 18530-000. 2. Quorum:<br />
Totalidade dos membros do Conselho de Administração, a saber: (i) Alexandre Tujisoki; (ii) Sérgio Ray<br />
Santillan; (iii) Tiago de Britto Ribeiro Alves Caseiro; (iv) Julio de Oliveira Moreira; (v) Rafael Negrão Rossi;<br />
e (vi) José Renato Ricciardi. 3. Mesa: Os trabalhos foram presididos pelo Sr. Alexandre Tujisoki e<br />
secretariado pelo Sr. Rafael Negrão Rossi. 4. Ordem do Dia: Deliberar sobre a indicação do membro da<br />
Diretoria da Companhia. 5. Deliberações: Em conformidade com a ordem do dia, os Conselheiros<br />
deliberaram, por unanimidade e sem quaisquer restrições, observada a abstenção dos impedidos de<br />
votar: (i) Indicar ao cargo de Diretor Administrativo Financeiro, o Sr. Paulo Jorge Cerqueira Fernandes,<br />
português, casado, economista, portador do documento de identidade nº 10308842 de 16/07/2007<br />
emitido no Porto, passaporte nº G470075; com CPF: 233.568.868-51, com domicílio na Rua Deputado<br />
Laercio Corte, nº 1430, Ap. 121 - Panamby - São Paulo-SP, cargo no momento exercido pelo Sr. Rafael<br />
Negrão Rossi. O Sr. Paulo Jorge Cerqueira Fernandes assumirá o cargo tão logo seja a situação<br />
referente ao visto de permanência no país regularizada, ocasião em que será eleito para exercer a função<br />
para a qual é indicado, sendo assim, o Sr. Rafael Negrão Rossi imediatamente será destituído do cargo<br />
que ocupa. 6. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, foi encerrada a Reunião, da qual se lavrou a<br />
presente ata que, lida e achada conforme, foi por todos assinada. (a.a.) - Alexandre Tujisoki - Presidente;<br />
Rafael Negrão Rossi - Secretário; Conselheiros: José Renato Ricciardi, Sérgio Ray Santillan, Alexandre<br />
Tujisoki, Tiago de Britto Ribeiro Alves Caseiro, Julio de Oliveira Moreira e Rafael Negrão Rossi. Confere<br />
com a original lavrada em livro próprio. Alexandre Tujisoki - Presidente da Mesa; Rafael Negrão Rossi<br />
- Secretário da Mesa. Diretor Indicado: Paulo Jorge Cerqueira Fernandes. JUCESP nº 185.698/11-6<br />
em 16/05/2011. Kátia Regina Bueno de Godoy - Secretária Geral.
28 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> Quinta-feira, 26 de maio, 2011<br />
CRIATIVIDADE<br />
MARIANA CELLE<br />
Embalagem sai da caixa e embarca<br />
no estilo de vida dos consumidores<br />
Pulverização de recursos e rápida transformação social levam marcas a buscar alternativas nos rótulos<br />
Mariana Celle<br />
mcelle@brasileconomico.com.br<br />
A embalagem se tornou componente<br />
do modo de vida contemporâneo<br />
e, hoje, acompanha<br />
tendências de moda, de comportamento,<br />
de inovação e de<br />
outras ações cotidianas do consumidor.<br />
A transformação social<br />
é ágil e a embalagem tornou-se<br />
um importante canal de difusão<br />
de informação. “Há diversos canais<br />
por onde a empresa pode se<br />
comunicar e nem sempre é simples<br />
saber onde os consumidores<br />
estão, se você se comunica pela<br />
embalagem, 100% deles com<br />
certeza ouvirão a mensagem”,<br />
diz Fábio Mestriner, coordenador<br />
do núcleo de estudos em<br />
embalagem da ESPM.<br />
A fragmentação dos recursos<br />
de marketing são outro agravante.<br />
“Hoje a verba é distribuída em<br />
um número bem maior de mídias,<br />
o que exige que os profissionais<br />
façam mais com menos e<br />
torna as embalagens ainda mais<br />
relevantes”, afirma Mestriner.<br />
Inseridas neste contexto, as marcas<br />
têm buscado alternativas e<br />
começam a traçar um novo caminho<br />
para as embalagens.<br />
Com a campanha “Faz Bem<br />
Saber”, a Nestlé passou a inserir<br />
no rótulo de seus produtos informações<br />
e dicas nutricionais. “O<br />
que quer que esteja impresso no<br />
rótulo, já fará parte do custo da<br />
embalagem, portanto é publicidade<br />
a custo zero”, diz Mestriner.<br />
A iniciativa foi aplicada após um<br />
estudo que constatou que a palavra<br />
que melhor representava a<br />
empresa na mente do consumidor<br />
era nutrição. “Desta forma, a<br />
Nestlé aplicou a campanha mundialmente<br />
e, só aqui no <strong>Brasil</strong>, replica<br />
mais de sete bilhões de<br />
mensagens ao ano”, afirma.<br />
Hoje as embalagens vão além<br />
da proteção e transporte do produto,<br />
mas serve como apoio ao<br />
marketing e, no ponto de venda, a<br />
ordem é atrair a atenção do consumidor.<br />
As embalgens que não<br />
mudam por mais de dois anos já<br />
são consideradas artigos de colecionador.<br />
“Sugerimos que elas<br />
(embalagens) sejam revistas a<br />
cada ano, ou até menos, dependendo<br />
do ramo em que esteja inserido<br />
o produto”, diz Carlos Zardo,<br />
coordenador do comitê de design<br />
da Associação <strong>Brasil</strong>eira de<br />
Embalagens (Abre). ■<br />
1985<br />
Nestlé emite sete bilhões de<br />
mensagens por ano por meio<br />
de suas embalagens<br />
MANTEIGA AVIAÇÃO<br />
PALITOS GINA<br />
1991 2005 2010<br />
Mesmo que algumas embalagens e rótulos clássicos pareçam os mesmos, mudanças sutis acompanham a evolução da marca<br />
com o passar do tempo. “Embora o todo pareça ser o mesmo de antes, não é, e a mudança é necessária”, diz Carlos Zardo, da Abre.<br />
<br />
Fotos: divulgação<br />
Na contramão das mudanças, a Aviação alterou<br />
apenas uma vez seu rótulo criado em de 1938.<br />
A troca foi feita no início dos anos 19<strong>40</strong><br />
A modelo que estampa os rótulos dos<br />
palitos Gina apareceu pela primeira vez em<br />
1976. A criação foi da agência Diagrama
Daniel Acker/Bloomberg<br />
HARPER´S BAZAAR CHEGA ÀS BANCAS BRASILEIRAS EM NOVEMBRO<br />
A partir de novembro a publicação internacional de moda Harper’s Bazaar chegará<br />
às bancas brasileiras. Para a divulgação da revista serão aplicados R$ 10 milhões em<br />
campanhas de TV, internet, em veículos impressos, promoções em pontos de venda,<br />
entre outras. O <strong>Brasil</strong> será o 27º país a ter a publicação com mais de 150 anos de<br />
existência e pertence ao grupo Hearst Magazine International. “Já queríamos estar<br />
mais envolvidos com o país. Com a explosão da economia brasileira, vimos que era<br />
o nosso momento e encontramos parceiros que conhecem bem este mercado”,<br />
afirma Patrick Brennan (à esquerda), vice-presidente de desenvolvimento de<br />
negócios da Hearst. “Sei que teremos grande êxito”, diz Kim Bodden (à esquerda),<br />
diretora editorial internacional da Hearst. Atualmente, quase dez publicações<br />
de moda estrangeiras circulam entre os leitores brasileiros, mas Patrícia Carta<br />
(à direita), diretora responsável da Carta Editorial, espera ser a primeira delas em<br />
breve. “Em três anos seremos líderes no mercado de publicação de moda no <strong>Brasil</strong>”,<br />
diz. Para isso a Carta Editorial prepara lançamento simultâneo em mídias diversas.<br />
“Pretendemos entrar de forma já fortes e consolidados. Além da versão impressa,<br />
teremos a on-line e as mídias sociais, como Facebook e Twitter, como parte<br />
do conjunto”, diz Idel Arcuschin (à direita), sócio-diretor da Carta Editorial.<br />
São João Cervejão<br />
Schincariol prepara lata<br />
temática em parceria com<br />
a Euro RSCG<br />
Twitter confirma compra do TweetDeck<br />
O Twitter comprou o TweetDeck, um aplicativo desenvolvido para<br />
organizar as mensagens emitidas pela rede social. Os termos da<br />
transação não foram revelados, mas uma fonte afirmou à Reuters no<br />
início deste mês que um acordo com valor de até US$ 50 milhões era<br />
iminente. Jodi Olson, da equipe de comunicação do Twitter, afirmou que a<br />
empresa planejava investir no TweetDeck, para combater aplicações<br />
desenvolvidas por terceiros como forma de proteger seu negócio.<br />
■ Falando em embalagem,<br />
uma lata inédita da<br />
cerveja Nova Schin<br />
com imagens alusivas<br />
à cultura nordestina<br />
foi criada pela agência<br />
EURO RSCG com o tema<br />
São João, Cervejão.<br />
O intuito da Schincariol<br />
é acompanhar os<br />
consumidores até os<br />
festejos juninos que se<br />
aproximam. Para isso<br />
ainda vai patrocinar<br />
as comemorações de<br />
São João em quatro<br />
estados da região<br />
Nordeste brasileira: Bahia,<br />
Sergipe, Pernambuco e<br />
Paraíba. Um filme para TV,<br />
ainda sem data para ir ao<br />
ar e outras peças também<br />
fazem parte da campanha.<br />
A lata temática será<br />
comercializada apenas<br />
na região Nordeste.<br />
Antonio Milena<br />
AGENDA<br />
● Arquitetura, design, moda e outras<br />
formas de comunicação não tão<br />
diretas estão sendo debatidas esta<br />
semana no Congresso Mega <strong>Brasil</strong><br />
de Comunicação. O evento, que<br />
termina amanhã, tem acontecido<br />
no Centro de Convenções Rebouças,<br />
em São Paulo.<br />
Quinta-feira, 26 de maio, 2011 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> 29<br />
Divulgação<br />
criatividade@brasileconomico.com.br<br />
MARTHA<br />
TERENZZO<br />
Professora dos cursos<br />
gestão da inovação<br />
e design thinking da ESPM<br />
Marcas devem manter<br />
inovação, sem copiar<br />
Você já parou para pensar quantas marcas fazem parte de<br />
seu repertório mental? Omo, Fiat, Itaú, Coca-Cola, Nestlé,<br />
Nokia, Bic, Sony, Sadia, Bombril, Amanco, Liza, Hering,<br />
Boticário, Café Pilão, Açúcar União. Um universo de marcas<br />
nos cerca e algumas brilham mais, outras nem tanto.<br />
Cada uma delas ocupa um espaço próprio que jamais<br />
pode ser copiado. É possível marcas se assemelharem e<br />
perderem seus significados. Mas uma copia exata de uma<br />
marca, é uma clonagem, não que não possa acontecer, pois<br />
é uma tática de curto prazo.<br />
Um produto pode ser copiado por um concorrente, mas<br />
uma marca é única na mente de cada pessoa. Consumimos<br />
signos que através de sua funcionalidade geram crenças. As<br />
marcas com seus símbolos, imagens, percepções e sentimentos<br />
prometem entregar algo a mais, além do produto.<br />
Vivemos os tempos das “coisas”, produtos que tomam<br />
as mais diversas formas. Celulares, laptops, tênis, refrigerantes,<br />
um mundo afogado em objetos. TVs, skype, revistas,<br />
internet, celulares, moda, e-mail, mensagens instantâneas,<br />
videogames, filmes. Uma tempestade de imagens e<br />
marcas numa complexa<br />
sociedade midiática.<br />
Nós buscamos e consumimos<br />
o que nos traz<br />
um significado especial<br />
para nosso universo<br />
mental. As marcas, através<br />
de seus objetos nos<br />
resignificam e atingem<br />
um significado. É a “coisificação”<br />
que consumimos<br />
que nos faz “existir”<br />
e pertencer com nossas<br />
identidades nos meios<br />
que habitamos. É preciso<br />
consumir “coisas” para<br />
ser um individuo na sociedade<br />
contemporânea.<br />
Através desta fruição, experimentamos a quantidade de<br />
Há um grande<br />
desafio e uma<br />
grande<br />
oportunidade<br />
aserem<br />
compreendidos<br />
pelos gestores<br />
de marcas<br />
informações possíveis e de possibilidades de realização.<br />
Desejamos mudanças e que essas marcas nos acompanhem<br />
com a mesma velocidade, para evoluirmos juntos.<br />
As empresas criam a cada dia novas formas de difusão<br />
para mediar e criar fidelidade a uma marca para novas possibilidades<br />
de consumo. Transformam as emoções em imagens<br />
representativas para nós, e a imagem, puramente<br />
emocional e aspiracional rompe a estrutura racional das<br />
nossas mentes e nos colocar diante de nossos imaginários.<br />
A marca passa a ser um agrupamento de significados individuais<br />
e deixa de ser relevante caso não acompanhe<br />
nossas necessidades e desejos constantes. Rapidamente,<br />
podemos substituir as marcas que encerraram seu ciclo de<br />
vida em nossas mentes e coração por algum motivo.<br />
Nós compramos valores e promessas de entrega. Temos<br />
expectativas com cada marca que se relaciona conosco. O<br />
não cumprimento significa nosso abandono ou insatisfação.<br />
Entender nossas necessidades e desejos, atender positivamente<br />
cada etapa do relacionamento que temos com<br />
elas e em todos os pontos de contato, será o mais importante<br />
desafio de inovação das marcas. A sinergia eficiente e<br />
eficaz na gestão de Inovação e Marcas é uma poderosa forma<br />
das empresas se perpetuarem nas nossas mentes. ■
30 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> Quinta-feira, 26 de maio, 2011<br />
FINANÇAS<br />
Editora: Maria Luíza Filgueiras mfilgueiras@brasileconomico.com.br<br />
Subeditora: Priscila Dadona pdadona@brasileconomico.com.br<br />
Empresas devem<br />
captar mais no<br />
exterior em 2011<br />
Volume de emissões no mercado internacional está perto de<br />
US$ 20 bi, 32% a mais que no mesmo período do ano passado<br />
Ana Paula Ribeiro<br />
aribeiro@brasileconomico.com.br<br />
As empresas brasileiras seguem<br />
com caminho aberto para captações<br />
de recursos no exterior.<br />
O excesso de liquidez no mercado<br />
internacional e a perspectiva<br />
positiva para a economia doméstica<br />
estimulam essas operações<br />
e devem fazer com que o<br />
volume total captado em 2011<br />
seja superior ao registrado no<br />
ano passado.<br />
Com base em levantamento<br />
da Thomson Reuters feito a pedido<br />
do BRASIL ECONÔMICO, os títulos<br />
de dívida emitidos por<br />
empresas brasileiras no exterior<br />
totalizam neste ano US$ 19,81<br />
bilhões, valor 32,11% superior<br />
ao registrado nos primeiros cinco<br />
meses do ano passado.<br />
O crescimento pode ser ainda<br />
maior, uma vez que o levantamento<br />
não inclui ainda as operações<br />
recém-anunciadas, como<br />
da OGX, TAM e Centrais Elétricas<br />
do Pará (Celpa). A estimativa<br />
é que só a empresa de Eike<br />
Batista levante US$ 2 bilhões e<br />
que a operação seja concluída<br />
hoje. A emissão da companhia<br />
aérea também deve ser finalizada<br />
nesta quinta-feira.<br />
Na avaliação do economistachefe<br />
do BES Investimento, Flavio<br />
Serrano, há um estímulo<br />
para essas operações porque há<br />
pouca probabilidade de maior<br />
volatilidade na economia interna<br />
— o que poderia reduzir o interesse<br />
de investidores estrangeiros.<br />
“O mundo está com liquidez<br />
e o risco das empresas<br />
brasileiras está baixo”, diz.<br />
Para determinar o rendimento<br />
de um título (yield), os<br />
emissores levam em conta o volume<br />
emitido, a nota de risco da<br />
empresa e a seu histórico de<br />
emissões anteriores. O diretor<br />
gerente da área de Investment<br />
Bank do BTG Pactual, Sandy Severino,<br />
lembra que o prêmio de<br />
risco não está no nível mais baixo.<br />
No entanto, a referência para<br />
se chegar ao yield é o título do<br />
Tesouro americano, que está em<br />
Liquidez no mercado<br />
internacional e<br />
economia interna<br />
aquecida fazem<br />
investidores<br />
demandarem títulos<br />
corporativos<br />
brasileiros<br />
queda nos últimos meses.<br />
Em fevereiro, esses títulos<br />
pagavam cerca de 3,70% ao ano<br />
e agora estão entre 3,10% e<br />
3,15%. A combinação entre prêmio<br />
de risco e o título de referência<br />
tem sido favorável às empresas<br />
brasileiras. “O mercado<br />
está bom para as brasileiras. Há<br />
uma combinação de economia<br />
interna aquecida e taxas de juros<br />
globais baixas”, reforça.<br />
Para Severino, mesmo o barulho<br />
causado por problemas fiscais<br />
enfrentados por alguns países<br />
da Europa não deve reduzir o<br />
interesse de investidores estrangeiros<br />
por títulos de empresas<br />
brasileiras.<br />
Apesar da maior demanda<br />
dos investidores por papéis corporativos<br />
do país, o executivo<br />
explica que não houve uma mudança<br />
no perfil dos compradores<br />
desses títulos. A maior parte<br />
(60%) vai para a mão de investidores<br />
dos Estados Unidos. Os<br />
europeus ficam com cerca de<br />
25% dos volumes ofertados e o<br />
restante, com investidores da<br />
Ásia e América Latina.<br />
Para o superintendente de<br />
mercados de capitais do Santander,<br />
Ricardo Leoni, o mercado<br />
deve continuar aberto às<br />
companhias brasileiras até pelo<br />
menos meados de agosto, período<br />
em que ainda é possível<br />
trabalhar com os resultados do<br />
primeiro trimestre. Porém, na<br />
visão dele, as notícias negativas<br />
provenientes da Europa podem<br />
sim deixar o ambiente mais volátil,<br />
afetando a demanda.<br />
Entre os principais emissores<br />
deste ano estão a Petrobras, que<br />
em janeiro levantou R$ 5,98 bilhões.<br />
Os bancos também realizaram<br />
captação elevada. No entanto,<br />
profissionais desse mercado<br />
acreditam que as emissões<br />
de instituições financeiras devem<br />
diminuir. “A demanda dos<br />
investidores por papéis de empresas<br />
está boa e, além disso, o<br />
mercado está um pouco saturado<br />
de papéis de bancos”, avalia<br />
um executivo de banco de investimento.<br />
■<br />
1<br />
2<br />
■ OGX<br />
Empresa de Eike Batista<br />
vai lançar títulos no<br />
exterior no valor de<br />
US$2bilhões<br />
■ TAXA<br />
A operação da OGX deve<br />
ser finalizada com títulos<br />
pagando, ao ano,<br />
8,5%<br />
■ TAM<br />
Companhia de aviação<br />
deve remunerar<br />
investidores, ao ano, em até<br />
8,75%<br />
■ CELPA<br />
Captação da companhia de<br />
energia do Pará deve ter<br />
ter custo, ao ano, de<br />
10,125%
Divulgação<br />
EMISSÕES DE EMPRESAS<br />
BRASILEIRAS NO EXTERIOR<br />
EM 2011<br />
Volume é maior que em<br />
mesmo período do ano passado,<br />
em US$ bilhões*<br />
Variação<br />
32,11% 20<br />
15<br />
10<br />
5<br />
0<br />
15,00<br />
2010<br />
Divulgação<br />
19,81<br />
2011<br />
Fontes: Thomson Reuters e <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> *Até 25 de maio<br />
3<br />
Fluxo cambial positivo em US$ 8 bi em maio<br />
O fluxo cambial ficou positivo em US$ 8,34 bilhões neste mês, até dia 23.<br />
O volume é quase seis vezes maior que o fluxo de US$ 1,54 bilhão<br />
registrado em abril. No ano, as remessas da moeda estrangeira ao país<br />
somaram US$ 45,5 bilhões. Em maio, o fluxo financeiro ficou positivo<br />
em US$ 2,98 bilhões, enquanto o comercial (operações do comércio<br />
exterior) registrou US$ 5,36 bilhões. As informações foram divulgadas<br />
ontem pelo chefe do Departamento <strong>Econômico</strong> do BC, Tulio Maciel.<br />
MAIORES EMISSÕES EM 2011<br />
Petrobras foi a que levantou mais recursos<br />
EMISSOR VALOR, EM US$ MILHÕES<br />
PETROBRAS<br />
BANCO DO BRASIL<br />
BRADESCO<br />
BANCO DO BRASIL<br />
VOTORANTIM CIMENTOS<br />
FIBRIA<br />
BANCO VOTORANTIM<br />
MARFRIG<br />
HYPERMARCAS<br />
BANCO VOTORANTIM<br />
1.480<br />
1.348<br />
996,1<br />
745,5<br />
743,3<br />
741,3<br />
741,3<br />
736,5<br />
617,6<br />
0 1000 2000 3000 <strong>40</strong>00 5000 6000<br />
5.979<br />
(janeiro)<br />
(maio)<br />
(maio)<br />
(janeiro)<br />
(março)<br />
(fevereiro)<br />
(fevereiro)<br />
(abril)<br />
(abril)<br />
(maio)<br />
Marcela Beltrão<br />
Murillo Constantino<br />
1 TAM aproveita momento favorável para emissões corporativas; 2 No<br />
mundo do petróleo, Petrobras já levantou US$5,98 bilhões e OGX deve<br />
finalizar captação de US$ 2 bi; 3 Elétrica Celpa deve pagar 10,125% a.a.<br />
AGENDA DO DIA<br />
● Pesquisa de emprego,<br />
no <strong>Brasil</strong> e nos EUA, às 9h.<br />
● Às 9h30, 2ª prévia do PIB<br />
americano no trimestre.<br />
● Discurso de Alexandre Tombini,<br />
presidente do Banco Central,<br />
em seminário no Rio, com Fazenda<br />
e FMI, às 13h30.<br />
Quinta-feira, 26 de maio, 2011 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> 31<br />
Mercado<br />
aberto a novos<br />
emissores<br />
Por não ter histórico de<br />
captações, empresas<br />
estreantes precisam pagar mais<br />
O excesso de liquidez no mercado<br />
internacional tem garantido<br />
demanda até para as emissões<br />
de empresas que não têm como<br />
hábito se financiar com títulos<br />
de dívida externa. Uma das razões<br />
para esse interesse é a remuneração<br />
paga por essas companhias.<br />
“Os novos emissores<br />
tendem a pagar um pouco mais<br />
de prêmio e isso atrai parte dos<br />
investidores”, diz o superintendente<br />
de Mercado de Capitais do<br />
Santander, Ricardo Leoni.<br />
De fato, a companhia disposta<br />
a estrear no mercado externo<br />
será cobrada pelos investidores.<br />
Para captar US$ 2 bilhões pelo<br />
prazo de sete anos, a OGX deverá<br />
pagar cerca de 8,5% ao ano<br />
aos investidores. A remuneração<br />
pode parecer alta perto dos<br />
3,875% que a Petrobras pagou<br />
em janeiro para uma captação<br />
de cinco anos. Uma das justificativas<br />
para essa diferença é que<br />
a OGX nunca testou o mercado<br />
externo e também porque ainda<br />
é uma empresa não-operacional,<br />
o que eleva o risco do papel.<br />
O diretor da área de investimento<br />
do BTG Pactual, Sandy<br />
Severino, também avalia que<br />
haverá boa receptividade para<br />
novos emissores no mercado.<br />
Para o executivo, mesmo as<br />
operações de estreantes têm<br />
tido boa demanda. Como exemplo,<br />
cita a operação da Virgolino<br />
de Oliveira, do setor de açúcar<br />
e álcool, que em janeiro levantou<br />
US$ 300 milhões pelo<br />
prazo de sete anos. Como a empresa<br />
ofereceu rendimento de<br />
10,5% ao ano, os investidores<br />
ficaram interessados.<br />
Para Severino, a partir de<br />
US$ 300 milhões as empresas já<br />
conseguem garantir uma demanda<br />
razoável para operações.<br />
Mas lembra que a liquidez do<br />
mercado permite até que ofertas<br />
de baixo volume tenham mercado.<br />
É o caso da General Shopping,<br />
que no mês passado conseguiu<br />
captar US$ 50 milhões.<br />
Já o banco Ficsa conseguiu emitir<br />
apenas US$ 11 milhões em títulos<br />
de dívida no exterior.<br />
“Valores abaixo de US$ 150<br />
milhões são aceitos, mas a empresa<br />
tem que pagar um pouco<br />
mais pela falta de liquidez”, explica<br />
Severino.<br />
Remuneração<br />
de companhias<br />
sem histórico<br />
no mercado<br />
internacional<br />
embute prêmio de<br />
risco e abre apetite<br />
de investidores<br />
O presidente da Associação<br />
<strong>Brasil</strong>eira dos Bancos (ABBC),<br />
Renato Oliva, acredita que o<br />
mercado externo é uma forma<br />
das instituições financeiras diversificarem<br />
as fontes de recursos.<br />
Para o dirigente, mesmo as<br />
que não possuem o hábito de<br />
buscar recursos em moeda estrangeira<br />
deviam testar mais<br />
esse mercado. “O custo do mercado<br />
externo precisa ser mais<br />
exercitado, assim mais barato<br />
ele vai ficando”, defende Oliva.<br />
Esse trabalho cria redução de<br />
custo, explica. ■ A.P.R.
32 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> Quinta-feira, 26 de maio, 2011<br />
FINANÇAS<br />
EMISSÃO DE DÍVIDA<br />
Câmara aprova isenção de imposto para<br />
estimular debêntures a estrangeiros<br />
A Câmara dos Deputados aprovou ontem a Medida Provisória que elimina<br />
a cobrança do imposto de renda sobre ganhos de estrangeiros e pessoas<br />
físicas em aplicações em debêntures com prazo de mais de quatro anos.<br />
A medida faz parte de uma série de ações anunciadas pelo governo<br />
em dezembro para estimular o financiamento de longo prazo pelo setor<br />
privado no País, que hoje é sustentado principalmente pelo BNDES.<br />
Natália Flach<br />
nflach@brasileconomico.com.br<br />
A agenda de Muhammad Yunus<br />
está bastante cheia mesmo depois<br />
de ele ter deixado, forçadamente,<br />
a presidência da instituição provedora<br />
de microcrédito criada por<br />
ele, o Grameen Bank. Em rápida<br />
visita ao <strong>Brasil</strong>, o vencedor do<br />
prêmio Nobel da Paz em 2006<br />
participará hoje de um evento<br />
com Fernando Pimentel, ministro<br />
do Desenvolvimento, Luciano<br />
Coutinho, presidente do BNDES,<br />
e Aldemir Bendine, presidente do<br />
Banco do <strong>Brasil</strong>, em Belo Horizonte.<br />
O bengalês já esteve também<br />
em Brasília, para conversa<br />
com a presidente Dilma Rousseff.<br />
Em todos esses encontros, o<br />
objetivo de Yunus é o mesmo: explicar<br />
o conceito de negócio social<br />
implementado em Bangladesh<br />
(sua terra natal) e em outros<br />
países e discutir como esse modelo<br />
pode ser traduzido para a<br />
realidade brasileira. “Pretendo<br />
definir com políticos e empresários<br />
brasileiros como podemos<br />
solidificar esse conceito. Hoje, os<br />
bancos brasileiros aplicam os recursos<br />
em compulsório porque<br />
não sabem ao certo como funciona<br />
o microcrédito”, diz. Ele se refere<br />
aos 2% dos depósitos compulsórios<br />
à vista feito pelas instituições<br />
ao Banco Central que poderiam<br />
ser destinados a esse tipo<br />
de financiamento. “Caso dê certo,<br />
o país pode se tornar líder<br />
nesse movimento, devido ao seu<br />
posicionamento mundial.”<br />
Segundo o executivo, o intuito<br />
dos bancos de microcrédito não é<br />
promover o lucro — na verdade,<br />
essas instituições ajudam a solucionar<br />
os problemas sociais. Portanto,<br />
aquelas entidades cujo ganho<br />
é de 10% acima do custo<br />
operacional se enquadram no que<br />
ele chama de zona verde (considerada<br />
dentro dos padrões). Já os<br />
bancos que estão na faixa vermelha,<br />
por arrecadarem mais do que<br />
15% de lucro, estão fora do propósito<br />
social. “Todo o lucro tem<br />
de ser revertido para a própria<br />
instituição, portanto, não há perdas<br />
nem ganhos”, aponta.<br />
Sobre os programas de assistência<br />
social, como o Bolsa Família,<br />
Yunus diz que eles são necessários<br />
— no entanto, não podem<br />
ser permanentes. O executivo<br />
cita o caso da Alemanha e do Rei-<br />
“Pretendo definir<br />
com políticos<br />
e empresários<br />
brasileiros como<br />
podemos solidificar<br />
esse conceito. Hoje,<br />
os bancos brasileiros<br />
aplicam os recursos<br />
em compulsórios,<br />
porque não<br />
sabem ao certo<br />
como funciona<br />
o microcrédito<br />
Muhammad Yunus,<br />
fundador do Grameen Bank<br />
Evandro Monteiro<br />
no Unido que abrigam cinco gerações<br />
de famílias dependentes<br />
do assistencialismo. “Precisa haver<br />
uma solução para tirar as pessoas<br />
dessa situação. Uma das opções<br />
é o microcrédito; outra é incentivar<br />
o empreendedorismo<br />
com parceiros sociais”, diz.<br />
Este é o caso da Danone e da<br />
Adidas. As duas companhias fizeram<br />
parcerias com o conglomerado<br />
de Yunus — que detém a<br />
marca Grameen e faz joint ventures<br />
com empresas e instituições<br />
voltadas para o negócio social<br />
— para produzir itens a preços<br />
acessíveis para a população<br />
carente. No caso da Danone, o<br />
produto escolhido foi um iogurte<br />
que possui nutrientes que ajudam<br />
a prevenir a desnutrição.<br />
Apenas o investimento inicial foi<br />
“devolvido” para a empresa de<br />
alimentos, enquanto todo o resto<br />
da receita vem sendo reinvestida<br />
no programa. Já no caso da Adidas,<br />
a escolha foi um tênis que<br />
custa apenas € 1.<br />
Saída do banco<br />
A busca por novas parceiros e a<br />
disseminação do conceito de<br />
negócio social tomarão boa parte<br />
do tempo do executivo após a<br />
sua saída do Grameen Bank. Sobre<br />
sua destituição do banco,<br />
Yunus explica que o governo de<br />
Bangladesh entendeu que o<br />
banco é uma instituição estatal e<br />
não privada. “O conselho tomava<br />
todas as decisões e havia regras<br />
internas. Mas o governo<br />
entendeu que o banco era uma<br />
entidade estatal e, como tal, impuseram<br />
regras.” Entre elas, está<br />
a idade limite do presidente da<br />
instituição, de 60 anos. Hoje,<br />
Yunus tem 71. “Fomos à justiça<br />
contestar, mas foi em vão.”<br />
Outro motivo que ajuda a explicar<br />
a interferência estatal é o<br />
fato de o executivo ter anunciado,<br />
em 2007, intenção de articular<br />
um partido político. “Dois<br />
meses depois voltei atrás. Mas<br />
o medo de que eu possa mudar<br />
de ideia novamente continua.<br />
Garanto que hoje não tenho<br />
qualquer intenção de seguir a<br />
carreira política”, diz.<br />
Sobre o documentário norueguês<br />
que afirmava que Yunus havia<br />
sonegado impostos, o chamado<br />
banqueiro dos pobres nega.<br />
“O governo fez uma auditoria e<br />
nada foi encontrado.” ■<br />
BANCOS<br />
Morada levou a encolhimento<br />
de venda de carteiras, diz ABBC<br />
Operações de compra e venda de carteiras de crédito entre bancos<br />
têm encolhido desde abril, quando houve intervenção do Banco Morada,<br />
disse Renato Oliva, presidente da Associação <strong>Brasil</strong>eira de Bancos.<br />
O mercado de cessão de créditos, em que bancos pequenos e médios<br />
vendem suas carteiras a instituições maiores para se financiar, foi afetado<br />
em novembro, quando o BC detectou sinais de fraude no Panamericano.<br />
Compulsório pode tornar o <strong>Brasil</strong><br />
Fundador do Grameen Bank destaca potencial de negócio<br />
social no país e se reúne com empresários esta semana
SEGUROS<br />
Pesquisa da Associação de Genebra mostra<br />
preocupação com pressa regulatória<br />
Membros da Associação de Genebra estão preocupados com movimentos<br />
regulatórios internacionais e reivindicam tempo e expertise no processo<br />
de definição de Instituições Financeiras Sistemicamente Importantes.<br />
Pesquisa com cerca de 80 dos principais presidentes de seguradoras do<br />
mundo aponta entendimento de risco real de que esforço para cumprir<br />
prazo curto do G20 rsulte em regulação inadequada ao setor.<br />
Andrew Harrer/Bloomberg<br />
líder em microcrédito<br />
Murillo Constantino<br />
Yunus, entre<br />
afastamento do<br />
banco e acusações,<br />
mantém ritmo de<br />
desenvolvimento<br />
social<br />
NÚMEROS DOS EMPRÉSTIMOS (DADOS DE ABRIL, EM DÓLAR)<br />
● O montante de financiamentos<br />
distribuídos desde a criação do<br />
banco é de US$ 10,6 bilhões. Já o<br />
total pago é de US$ 9,4 bilhões.<br />
HISTÓRICO<br />
1<br />
Origem do Grameen<br />
Bank, em 1976<br />
O banco nasceu de uma pesquisa<br />
do então professor da<br />
Universidade de Chittagong<br />
sobre um sistema de crédito<br />
voltado para as populações rurais<br />
carentes de Bangladesh. A ideia<br />
era acabar com a exploração<br />
dos juros altos e reverter o círculo<br />
vicioso de pouca renda, pouca<br />
poupança e pouco investimento.<br />
● O total de membros<br />
beneficiados pela entidade é de<br />
8,3 milhões de pessoas, sendo<br />
que as mulheres são 8 milhões.<br />
2<br />
Transformação em<br />
banco independente<br />
Depois da expansão do projeto<br />
para diversas cidades de<br />
Bangladesh, em 1983, a legislação<br />
do país passou a considerar<br />
o Grameen Bank como uma<br />
instituição financeira<br />
independente. Os tomadores do<br />
banco representam, hoje, 97%<br />
da participação da companhia.<br />
O restante pertence ao governo.<br />
CÂMBIO<br />
Quinta-feira, 26 de maio, 2011 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> 33<br />
Cautela mantém dólar na faixa de<br />
cotação entre R$ 1,61 e R$ 1,63<br />
O dólar subiu 0,31% ante o real ontem a R$ 1,629, mantendo-se preso à<br />
recente faixa de oscilação (R$ 1,61 a R$ 1,63) em meio à cautela de<br />
investidores em aumentar apostas contra a moeda americana. Em maio a<br />
moeda acumula alta de 3,56%. Números mais atualizados, de terça-feira,<br />
investidores estrangeiros mantinham em torno de US$ 17,7 bilhões em<br />
posições vendidas nos mercados de dólar futuro e cupom cambial (DDI).<br />
● O número de empréstimos<br />
a microempresas é de<br />
US$ 3,2 bilhões. Deste total,<br />
US$ 1 bilhão já foi pago.<br />
3<br />
Yunus é destituído do<br />
cargo de presidente<br />
Muhammad Yunus foi destituído<br />
da presidência do banco, neste<br />
mês. O governo entendeu que a<br />
instituição é pública e, portanto,<br />
precisa seguir as regras<br />
governamentais. Entre elas, está<br />
a de que o presidente da entidade<br />
pode ter, no máximo, 60 anos.<br />
Yunus tem 71. Há questões<br />
políticas envolvidas no caso.<br />
Bancos<br />
podem<br />
devolver<br />
R$ 430 mi<br />
Estimativa do Ministério<br />
Público envolvem cobranças<br />
indevidas de Santander e Itaú<br />
Os bancos Santander e Itaú e<br />
Unibanco podem ter que devolver<br />
um montante de R$ 430<br />
milhões aos correntistas. Uam<br />
recomendação do Ministério<br />
Público Federal no Rio de Janeiro<br />
(MPF-RJ) para as duas instituições<br />
se deve à avaliação do<br />
órgão de cobranças indevidas<br />
dos clientes no período entre<br />
2008 e 2010.<br />
Nas contas do Ministério Público,<br />
o Santander pode ter que<br />
ressarcir cerca de R$ 265 milhões<br />
pelo repasse de encargos<br />
de operações de crédito (Reoc),<br />
enquanto as contas do Itaú indicam<br />
restituição de mais de<br />
R$ 165 milhões cobrados como<br />
Comissão sobre Operações Ativas<br />
(COA) e como multas por<br />
devoluções de cheques. Segundo<br />
nota do MPF, os bancos foram<br />
advertidos de que descumpriram<br />
regulamentação do Banco<br />
Central e de que estão sujeitos<br />
a processos judiciais se não<br />
restituírem aos clientes essas<br />
cobranças indevidas.<br />
Em inquérito civil público o<br />
o BC definiu os três casos como<br />
não passíveis de cobrança, tendo<br />
em vista a regulamentação<br />
sobre tarifas bancárias que entrou<br />
em vigor em 30 de abril<br />
de 2008 (resolução 3518/2008),<br />
e foi nessa decisão que se baseou<br />
a recomendação feita pelo<br />
procurador da República Claudio<br />
Gheventer.<br />
As cobranças do Santander<br />
foram feitas entre junho de 2008<br />
e agosto de 2009, após ter sido<br />
comunicado pelo BC da irregularidade<br />
em janeiro de 2009.<br />
Procurado, o Santander respondeu<br />
em nota que entende que<br />
procedeu de acordo com a legislação<br />
e regulamentação existente<br />
à época. “Quanto à recomendação,<br />
esclarece que a recebeu<br />
e está analisando seu<br />
conteúdo”. No Itaú, cobranças<br />
foram feitas entre abril de 2008<br />
e abril de 2010. O banco informa<br />
que recebeu a recomendação<br />
há cerca de um mês e desde<br />
então mantém diálogo transparente<br />
com o órgão.” ■
34 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> Quinta-feira, 26 de maio, 2011<br />
INVESTIMENTOS<br />
Vanessa Correia<br />
vcorreia@brasileconomico.com.br<br />
35% dos clientes do Itaú se arriscam<br />
mais que deveriam nos investimentos<br />
A aplicação de um questionário para identificar<br />
a análise do perfil do investidor (API) a<br />
mais de 550 mil clientes do Itaú Unibanco<br />
identificou que aproximadamente 30% deles<br />
têm aplicações cujo risco é menor que o<br />
recomendado; 35% possuem aplicações enquadradas<br />
em seu perfil de risco e outros<br />
35% correm mais risco que o recomendado.<br />
Esse percentual é parecido em todas as regiões<br />
do país, com exceção da região Norte,<br />
segundo Osvaldo do Nascimento, diretor<br />
executivo de produtos de investimento e<br />
previdência do Itaú Unibanco. “No Norte —<br />
que concentra 1% do total de recursos dos<br />
participantes — 47% correm menos risco<br />
que o indicado e 37% estão enquadrados.<br />
Ou seja, os investidores acham que estão assumindo<br />
risco quando na verdade não estão”,<br />
diz o executivo. “Isso é uma questão<br />
de educação financeira”, explica.<br />
Na região Sudeste, por sua vez, 35% dos<br />
clientes se arriscam mais que o indicado pela<br />
API; 35% estão enquadrados e 30% correm<br />
mais risco do que poderiam. “Os investidores<br />
que correm mais risco do que o indicado<br />
pela API assinam um termo de ciência no<br />
momento da aplicação”, pondera.<br />
PERFIL VERSUS CARTEIRA<br />
Pesquisa do Itaú mostra que 35% dos investidores correm mais risco que o recomendado<br />
NORTE<br />
NORDESTE CENTRO-OESTE<br />
1% do total de investidores* 5% do total de investidores*<br />
3% do total de investidores*<br />
Menos<br />
riscos<br />
47%<br />
IBOVESPA<br />
63.800<br />
63.600<br />
63.<strong>40</strong>0<br />
63.200<br />
63.000<br />
10h<br />
Fonte: BM&FBovespa<br />
11h<br />
Mais<br />
riscos<br />
16%<br />
Enquadrados<br />
37%<br />
12h<br />
Menos<br />
riscos<br />
30%<br />
SUDESTE SUL<br />
82% do total de investidores* 9% do total de investidores*<br />
Menos<br />
riscos<br />
30%<br />
Mais<br />
riscos<br />
35%<br />
Enquadrados<br />
35%<br />
Menos<br />
riscos<br />
32%<br />
Fonte: F t Itaú It ú Unibanco U ib * *o ttotal t l dde clientes li t é 550 mil il<br />
Máxima<br />
Mínima<br />
Fechamento<br />
13h<br />
63.857,12<br />
63.024,77<br />
63.388,44<br />
14h<br />
O Itaú Unibanco transpôs o modelo de API,<br />
ou suitability, apresentado pela Associação<br />
<strong>Brasil</strong>eira das Entidades dos Mercados Financeiro<br />
e de Capitais (Anbima) em meados do<br />
ano passado e incluiu todos os produtos de investimento<br />
em sua análise, inclusive fundos<br />
de previdência privada aberta. “Em um primeiro<br />
momento identificamos o perfil do investidor<br />
e depois comparamos com seu<br />
portfólio de investimentos, inclusive com outras<br />
aplicações que não apenas no Itaú Unibanco.<br />
Dessa forma conseguimos ter uma visão<br />
ampla do posicionamento do investidor”,<br />
afirma Nascimento, lembrando que para isso,<br />
gerentes e consultores de investimento tiveram<br />
que passar por um treinamento.<br />
A análise do perfil do investidor não ficará<br />
restrita às aplicações dos clientes. O Itaú quer<br />
estender a “consultoria financeira” a outros<br />
segmentos, tais como concessão de crédito,<br />
proteção do patrimônio e consolidação das<br />
despesas. “Caso o cliente queira antecipar um<br />
projeto de vida mas não conseguiu acumular<br />
recursos suficientes, aconselhamos a tomar<br />
um empréstimo, desde que feito de maneira<br />
consciente”, pondera o diretor. Essas etapas já<br />
estão sendo implantadas pelo Itaú Unibanco. ■<br />
15h<br />
Mais<br />
riscos<br />
34%<br />
Enquadrados<br />
36%<br />
Mais<br />
riscos<br />
34%<br />
Enquadrados<br />
34%<br />
16h<br />
(EM PONTOS)<br />
17h<br />
Menos<br />
riscos<br />
31%<br />
NOTA:<br />
Todas as regiões possuem<br />
investidores com a mesma<br />
porcentagem de<br />
enquadramento (na média),<br />
exceto na Região Norte,<br />
onde estão tomando menos<br />
riscos que o declarado<br />
Fundo Data Rent. (%) Taxa Aplic. mín.<br />
12 meses No ano adm. (%) (R$)<br />
BB RENDA FIXA LP 50 MIL FICFI 24/MAI 10,20 4,04 1,00 50.000<br />
BB R FIXA LP PLUS ESTILO FIC FI 24/MAI 10,19 4,03 1,00 50.000<br />
ITAU PERS MAXIME RF FICFI 25/MAI 10,14 4,14 1,00 80.000<br />
CAIXA FIC EXEC RF LONGO PRAZO 24/MAI 9,75 3,89 1,10 30.000<br />
CAIXA FIC IDEAL RF LONGO PRAZO 24/MAI 9,16 3,67 1,50 5.000<br />
BB RENDA FIXA 5 MIL FIC FI 25/MAI 8,98 3,64 2,00 5.000<br />
BB RENDA FIXA 200 FIC FI 25/MAI 7,80 3,21 3,00 200<br />
BB RENDA FIXA 50 FIC FI 25/MAI 7,30 3,01 3,50 50<br />
ITAU PREMIO RENDA FIXA FICFI 25/MAI 6,79 2,89 4,00 300<br />
BB RENDA FIXA LP 100 FICFI 24/MAI 6,69 2,75 4,00 100<br />
IBRX-100 SMALL CAP - SMLL<br />
MIDLARGE CAP - MLCX<br />
20.900<br />
1.384<br />
920<br />
20.750<br />
20.600<br />
20.450<br />
20.300<br />
10h<br />
Mais<br />
riscos<br />
31%<br />
Enquadrados<br />
38%<br />
17h<br />
RENDA FIXA<br />
DI<br />
Fundo Data Rent. (%) Taxa Aplic. mín.<br />
12 meses No ano adm. (%) (R$)<br />
BB REF DI LP PREM ESTILO FIC FI 24/MAI 10,38 4,12 0,70 100.000<br />
BB REF DI PLUS ESTILO FIC FI 25/MAI 9,98 4,01 1,00 50.000<br />
ITAU PERS MAXIME REF DI FICFI 25/MAI 9,97 4,04 1,00 80.000<br />
BB REFERENCIADO DI 5 MIL FIC FI 25/MAI 8,32 3,<strong>40</strong> 2,50 5.000<br />
BB NC REF DI LP PRINCIPAL FIC FI 24/MAI 8,04 3,27 2,47 100<br />
HSBC FIC REF DI LP POUPMAIS 25/MAI 7,74 3,21 3,00 30<br />
BB REFERENCIADO DI 200 FIC FI 25/MAI 7,72 3,18 3,00 200<br />
ITAU PREMIO REF DI FICFI 25/MAI 6,67 2,81 4,00 1.000<br />
BRADESCO FIC DE FI REF DI HIPER 25/MAI 6,26 2,64 4,50 100<br />
SANTANDER FIC FI CLAS REF DI 25/MAI 5,84 2,45 5,00 100<br />
AÇÕES<br />
Fundo Data Rent. (%) Taxa Aplic. mín.<br />
12 meses No ano adm. (%) (R$)<br />
BB ACOES VALE DO RIO DOCE FI 24/MAI 8,15 (9,79) 2,00 200<br />
CAIXA FMP FGTS VALE I 24/MAI 7,03 (10,28) 1,90 -<br />
ITAU ACOES FI 24/MAI 4,09 (8,94) 4,00 1.000<br />
BRADESCO FIC DE FIA 24/MAI 3,34 (9,21) 4,00 -<br />
BRADESCO FIC DE FIA MAXI 24/MAI 3,16 (9,34) 4,00 -<br />
BRADESCO FIC DE FIA IV 24/MAI 3,09 (9,37) ND -<br />
UNIBANCO BLUE FI ACOES 24/MAI 1,94 (10,69) 5,00 200<br />
SANTANDER FIC FI ONIX ACOES 24/MAI 1,53 (10,31) 2,50 100<br />
ALFA FIC DE FI EM ACOES 24/MAI (3,19) (12,92) 8,50 -<br />
BB ACOES PETROBRAS FIA 24/MAI (11,27) (11,44) 2,00 200<br />
MULTIMERCADOS<br />
Fundo Data Rent. (%) Taxa Aplic. mín.<br />
12 meses No ano adm. (%) (R$)<br />
ITAU EQUITY HEDGE ADV MULT FI 24/MAI 12,91 5,05 2,00 10.000<br />
ITAU EQUITY HEDGE MULTIM FI 24/MAI 12,11 4,01 2,00 5.000<br />
ITAU PERS K2 MULTIMERCADO FICFI 24/MAI 10,23 3,82 1,50 50.000<br />
BB MULTIM TRADE LP ESTILO FICFI 24/MAI 10,22 3,92 1,50 -<br />
CAPITAL PERF FIX IB MULT FIC 24/MAI 10,22 4,08 1,50 20.000<br />
ITAU PERS MULTIE MULT FICFI 24/MAI 10,03 3,89 1,25 5.000<br />
SANT FIC FI ESTRAT MULTIMERCADO 24/MAI 7,58 2,96 2,00 10.000<br />
SANT CAP PROTEGIDO 3 FI MULT 24/MAI 3,96 0,17 2,30 5.000<br />
SANT FI CAP PROT VG7 MULT 24/MAI 3,68 (4,43) 2,50 5.000<br />
SANT FICFI CAP PROT VG6 BR MULT 24/MAI 2,12 (5,64) 2,50 5.000<br />
*Taxa de performance. Ranking por número de cotistas.<br />
Fonte: Anbima. Elaboração: <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong><br />
1.379<br />
1.375<br />
1.370<br />
1.366<br />
10h<br />
17h<br />
916<br />
912<br />
908<br />
905<br />
10h<br />
17h
BOLSA<br />
Giro financeiro<br />
R$ 4,6 bilhões<br />
foi o volume financeiro registrado ontem no segmento acionário<br />
da BM&FBovespa. O principal índice encerrou a sessão com variação<br />
positiva de 0,08%, aos 63.388 pontos.<br />
Ibovespa (IBOV)<br />
70,00<br />
67,50<br />
67,85<br />
67,55<br />
65,00 65,00<br />
62,50<br />
60,00<br />
62,55<br />
60,0 60 0<br />
1/FEV<br />
64,00<br />
Primeira<br />
resistência<br />
1/MAR<br />
65,46<br />
Segunda<br />
resistência<br />
1/ABR<br />
(fechamento em mil pontos)<br />
62,35<br />
Primeiro<br />
suporte<br />
62,00<br />
Segundo<br />
suporte<br />
4/MAI<br />
Fontes: Silvia Zanotto, Economatica, BM&FBovespa e <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong><br />
63,39<br />
25/MAI<br />
Ibovespa dá sinal de alta, sem reverter tendência<br />
O principal índice acionário brasileiro, que tem deixado os<br />
investidores desanimados e sem apetite para risco nos últimos<br />
meses, está dando um pequeno suspiro de recuperação. Segundo<br />
Silvia Zanotto, analista da Prosper Corretora, o Ibovespa perdeu<br />
anteontem o canal de baixa que começou em 6 de abril e começa a<br />
dar indicação de alta. No entanto, segundo a especialista, ainda não<br />
se pode falar em reversão de tendência. “É um movimento curto de<br />
valorização”, afirma. De acordo com Silvia, a primeira resistência —<br />
ponto que, se superado, indica a possibilidade de continuidade de<br />
movimento de alta — está localizada nos 64 mil pontos. Acima disso,<br />
a segunda resistência seria nos 65.460 pontos. “O que confirmaria<br />
a inclinação e o índice sairia da tendência de queda”, garante Silvia.<br />
Caso este cenário não se confirme, os pontos de suporte (patamares<br />
que, se perdidos, apontam para uma chance de queda em sequência)<br />
para o indicador acionário estão em 62.350 pontos e 62 mil pontos.<br />
Pessimista, diante do cenário externo ruim, principalmente em<br />
virtude dos problemas orçamentários na Europa, Silvia acredita<br />
mais em uma desvalorização do que numa reversão para cima.<br />
“É mais provável que o Ibovespa vá a 60 mil pontos do que volte<br />
aos 65 mil pontos, porque o volume financeiro está muito fraco”.<br />
Na média, a movimentação na bolsa brasileira é de R$ 5,5 bilhões.<br />
Ontem, o giro financeiro negociado na BM&FBovespa totalizou<br />
R$ 4,6 bilhões e o Ibovespa subiu apenas 0,08% aos 63.388 pontos.<br />
PROGRAMA<br />
Iochpe anuncia<br />
recompra de<br />
320 mil ações<br />
O conselho de administração<br />
da Iochpe-Maxion (MYPK3)<br />
aprovou a aquisição de 320 mil<br />
ações ordinárias de emissão<br />
da companhia, para fins de<br />
permanência em tesouraria<br />
e posterior alienação ou<br />
cancelamento, sem redução<br />
do capital social. Os papéis<br />
representam 0,51% do total<br />
de ações em circulação no<br />
mercado que, ontem totalizavam<br />
63.022.<strong>40</strong>9 de papéis. As ações<br />
serão adquiridas a preço de<br />
mercado, no pregão da bolsa.<br />
OFERTA PÚBLICA<br />
BR Malls capta R$ 731 milhões<br />
A administradora de shopping<br />
centers BR Malls captou R$ 731<br />
milhões com sua oferta pública<br />
de ações, na qual foram lançadas<br />
42,5 milhões de ações ordinárias<br />
a preço unitário de R$ 17,20 por<br />
ação. Os investidores estrangeiros<br />
ficaram com 65,2% do total, com<br />
a compra de 27,72 milhões papeis.<br />
Os fundos de investimentos<br />
adquiriram 6 milhões, ou<br />
14,12% e os investidores pessoa<br />
física ficaram com a menor fatia:<br />
5,62% do total ou 2,39 milhões<br />
de ações. A estimativa inicial<br />
da companhia era levantar<br />
R$ 598,4 milhões com a oferta —<br />
prevendo uma oferta original<br />
JURO<br />
Contrato futuro<br />
12,58%<br />
foi a taxa de fechamento do contrato futuro de DI com vencimento<br />
em janeiro de 2013, o de maior liquidez ontem. O giro neste contrato<br />
foi de R$ 25,37 bilhões, em 306.865 contratos negociados.<br />
HOME BROKER<br />
NA REDE<br />
“BRF quer fazer aquisições fora do<br />
<strong>Brasil</strong>”Ok, governo quer empresas<br />
internacionais com maior valor<br />
agregado. Em troca, o Cade. #BRFS3”<br />
@Chrisvestor, Christian Cayre,<br />
consultor de investimenos, sobre a BR Foods<br />
“Cotação é o preço registrado<br />
no ato da negociação de títulos<br />
em bolsa de valores. #vcsabia”<br />
@ativacorretora<br />
“Eu pensei q o lance do fim do mundo<br />
já tinha passado: OMC adverte que<br />
medidas protecionistas causarão efeitos<br />
devastadores na economia mundial”<br />
@picapautrader, investidor argo e biografia<br />
“O cobre é a nova prata.”<br />
@theRealKiyosaki, Robert Kiyosaki,<br />
autor de “Pai rico, pai pobre”<br />
“ECOD num estranho caso<br />
à la Benjamin Button. Até quando<br />
viverá mais nova do que em<br />
seu (re)nascimento? Pra Fitzgerald<br />
nenhum botar defeito”<br />
de 34 milhões de ações, sem<br />
considerar um lote adicional.<br />
A estimativa inicial da companhia<br />
era levantar R$ 598,4 milhões<br />
com oferta de 34 milhões<br />
de ações. A quantidade total<br />
das ações lançadas na oferta<br />
já considerou 5,1 milhões<br />
de ações do lote suplementar<br />
para atender o excesso de<br />
demanda constatado no<br />
decorrer da oferta brasileira.<br />
No prospecto da operação,<br />
a companhia afirma que deve<br />
utilizar 100% dos recursos<br />
captados para aquisição<br />
de mais participações em<br />
centros comerciais.<br />
@empiricus_ind, consultoria Empiricus,<br />
sobre ações da Ecodiesel<br />
Quinta-feira, 26 de maio, 2011 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> 35<br />
Petroquímica<br />
Alta dos preços e aumento da<br />
demanda externa favorecem<br />
a Braskem, afirma Coinvalores<br />
Neste trimestre, a indústria<br />
petroquímica foi marcada pela<br />
contínua alta dos preços e a<br />
Braskem (BRKM5) foi beneficiada,<br />
segundo analistas da Coinvalores,<br />
Marco Saravalle e Bruno Piagentini.<br />
Para eles, o que ajudaram os<br />
preços neste período foram:<br />
a apreciação da nafta; retomada<br />
da demanda asiática e<br />
recuperação dos mercados de<br />
EUA e Europa e queda do dólar.<br />
“Paradas programadas na Europa<br />
e Ásia, instabilidades operacionais<br />
no Oriente Médio e maior<br />
demanda mundial por produtos<br />
petroquímicos configuram cenário<br />
favorável de médio e longo<br />
prazos”, afirmam em relatório.<br />
Nesse contexto, a disciplina<br />
financeira e as sinergias da Quattor<br />
devem ser destaques dos próximos<br />
trimestres, diz a Coinvalores.<br />
“Acreditamos que no curto prazo<br />
as atividades da companhia ainda<br />
serão impactadas pela conjuntura<br />
vigente. Por isso, reforçamos<br />
manutenção para as ações<br />
a preço-alvo para maio de 2012<br />
a R$ 23,50, com potencial<br />
de valorização de 1,7%.”
36 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> Quinta-feira, 26 de maio, 2011<br />
MUNDO<br />
Editora: Elaine Cotta ecotta@brasileconomico.com.br<br />
Subeditora: Ivone Portes iportes@brasileconomico.com.br<br />
Lagarde lança candidatura<br />
para FMI e Brics reclamam<br />
Ministro da Fazenda brasileiro descarta possibilidade de país ter candidato na disputa por comando do Fundo<br />
Agora é oficial: a ministra francesa<br />
das Finanças, Christine Lagarde,<br />
vai disputar a diretoriageral<br />
do Fundo Monetário Internacional<br />
(FMI). O anúncio, feito<br />
ontem às véspera de uma cúpula<br />
do G8, ignorou a fúria das grandes<br />
economias emergentes sobre<br />
a soberania europeia no cargo e<br />
parece já contar com apoio unânime<br />
da União Europeia e, segundo<br />
diplomatas, dos Estados<br />
Unidos e da China — o maior dos<br />
emergentes, que não confirmou,<br />
nem negou, um eventual suporte<br />
à candidatura francesa. “É um<br />
desafio imenso, do qual me<br />
aproximo com humildade e com<br />
esperança de obter o maior consenso<br />
possível”, disse Lagarde.<br />
Antes dela, o presidente do<br />
Banco Central do México, Augustín<br />
Carstens, já havia apresentado<br />
candidatura (na terçafeira,<br />
24). África do Sul e Cazaquistão<br />
também devem apresentar<br />
nomes. Carstens já foi<br />
ministro da Fazenda do México,<br />
presidente do Comitê de Desenvolvimento<br />
do Banco Mundial<br />
entre 2007 e 2009 e diretor executivo<br />
do FMI para México, Espanha,<br />
Venezuela e América<br />
Central. Lagarde, por sua vez, é<br />
uma ex-advogada corporativa<br />
que ganhou aplausos por suas<br />
habilidades de comunicação ao<br />
presidir encontros de ministros<br />
das Finanças do G20. “Ambos<br />
são candidatos confiáveis para<br />
dirigir o FMI”, comentou ontem<br />
o secretário do Tesouro americano,<br />
Thimothy Geithner.<br />
Pressão dos emergentes<br />
<strong>Brasil</strong>, Rússia, Índia, China e<br />
África do Sul criticam as autoridades<br />
europeias por sugerirem<br />
que o próximo chefe do FMI deveria<br />
ser europeu, mantendo<br />
tradição iniciada em 1946 — de<br />
que o FMI fica sob comando europeu<br />
e o Banco Mundial, americano.<br />
Em nota conjunta, os<br />
países do Brics disseram que a<br />
escolha da chefia do FMI deve<br />
ser baseada em competência e<br />
não em nacionalidade. Eles pediram<br />
“o abandono da obsoleta<br />
convenção não escrita que requer<br />
que o chefe do FMI seja necessariamente<br />
da Europa”.<br />
Mas, apesar das críticas, os<br />
países não têm unidade sobre<br />
um candidato alternativo — não<br />
há apoio incondicional à candidatura<br />
mexicana — o que abre<br />
“Temos que escolher<br />
pessoa experiente,<br />
membro do G20,<br />
ministro da Economia<br />
ou presidente do BC.<br />
E no momento não<br />
há um brasileiro com<br />
essas características<br />
Guido Mantega,<br />
ministro da Fazenda<br />
caminhos para Lagarde.<br />
Em resposta aos países do<br />
Brics, Lagarde disse que está<br />
concorrendo para servir a todos<br />
os membros do FMI e não apenas<br />
à Europa, mas ressaltou que sua<br />
experiência e suas boas relações<br />
com autoridades europeias devem<br />
ser uma vantagem no papel<br />
do FMI na crise de dívida da zona<br />
do euro. Mas ela, ao contrário do<br />
ex-diretor-gerente Dominique<br />
Strauss-Kahn, que renunciou na<br />
semana passada após ser acusado<br />
de crime sexual, não é uma<br />
economista e pode encontrar dificuldades<br />
em seguir os passos<br />
dele na condução da crise global.<br />
Além disso, a ministra francesa é<br />
acusada de ter beneficiado com<br />
um acordo de € 285 milhões o<br />
empresário Bernard Tapie, amigo<br />
pessoal de Nicolas Sarkozy.<br />
<strong>Brasil</strong> corre por fora?<br />
A renúncia de Strauss-Kahn fez<br />
surgir especulações de que um<br />
brasileiro poderia disputar a diretoria-geral<br />
do FMI. O nome do<br />
ex-presidente do Banco Central<br />
Armínio Fraga estava entre as<br />
apostas do mercado, mas dificilmente<br />
teria apoio do próprio governo<br />
brasileiro. Outra possibilidade<br />
seria algum brasileiro que<br />
já atua no FMI, como o econo-<br />
Jacky Naegelen/Reuters<br />
Lagarde, ministra das<br />
Finanças francesa,<br />
oficializa candidatura<br />
ao comando do FMI<br />
mista Paulo Nogueira Batista —<br />
possibilidade praticamente descartada<br />
já que Batista é autor de<br />
declarações que desagradaram o<br />
próprio FMI no passado.<br />
“Teremos que escolher alguma<br />
pessoa mais experiente,<br />
membro do G 20, ministro da<br />
economia ou presidente de BC.<br />
Por enquanto, não há nenhum<br />
brasileiro com essas características.<br />
Não é importante que haja<br />
um candidato brasileiro, o importante<br />
é ter um bom candidato.<br />
O que queremos é superar o<br />
critério da nacionalidade”, diz o<br />
ministro da Fazenda brasileiro,<br />
Guido Mantega. ■
LÍBIA<br />
Reuters<br />
Otan amplia<br />
ataques<br />
a Trípoli<br />
Aviões de guerra da Organização<br />
do Tratado do Atlântico<br />
Norte (Otan) atacaram Trípoli<br />
intensamente pelo segundo dia<br />
ontem, aumentando a pressão<br />
militar sobre o líder líbio Muamar<br />
Kadafi, enquanto crescem<br />
os esforços diplomáticos para<br />
que ele deixe o poder após 41<br />
anos. Seis fortes explosões foram<br />
ouvidas na capital no final<br />
do dia em um espaço de 10 minutos,<br />
na esteira de ataques intensos<br />
ocorridos na terça-feira<br />
(24), incluindo um sobre o<br />
complexo de Kadafi, que as autoridades<br />
líbias disseram ter<br />
matado 19 pessoas e pelos quais<br />
a TV estatal culpou os “cruzados<br />
colonizadores”.<br />
Uma autoridade da Otan disse<br />
que a aliança atingiu um<br />
bunker de armazenamento de<br />
veículos, um depósito de mísseis<br />
e um centro de comando e<br />
controle nas cercanias de Trípoli.<br />
Alvos do governo próximos<br />
do bastião rebelde de Misrata,<br />
no oeste, também foram atingidos.<br />
“Estivemos bastante ativos<br />
nas últimas 24 horas e continuaremos<br />
assim”, disse a autoridade.<br />
■ Reuters<br />
ESTADO PALESTINO<br />
O presidente palestino, Mahmoud<br />
Abbas, disse que Israel<br />
não está oferecendo “nada” para<br />
a construção da paz na região e<br />
que sem progresso com os israelenses<br />
ele buscará o reconhecimento<br />
do Estado palestino na<br />
Organização das Nações Unidas<br />
(ONU) em setembro. Abbas declarou<br />
à Organização pela Libertação<br />
da Palestina (OLP) que o<br />
discurso do primeiro-ministro<br />
israelense, Benjamin Netanyahu,<br />
ao Congresso dos EUA, ontem,<br />
“passou longe da paz”, ditando<br />
soluções antes que as negociações<br />
sequer começassem.<br />
Abbas disse que irá consultar<br />
os governos árabes no fim de semana<br />
sobre as mais recentes<br />
ideias do presidente americano,<br />
Barack Obama, para retomar o<br />
processo de paz e a reação negativa<br />
de Netanyahu a elas. “Dissemos<br />
no passado e reafirmamos<br />
que nossa escolha é a negocia-<br />
Astronautas da Endeavour saem da estação<br />
Os astronautas mais experientes do ônibus espacial Endeavour saíram<br />
novamente da Estação Espacial Internacional ontem para ampliar<br />
o alcance do guindaste robotizado da estação e reforçar os cabos<br />
de energia. O principal objetivo da caminhada, a terceira das quatro<br />
previstas durante a missão, era anexar um dispositivo para que o<br />
guindaste robotizado da estação possa ser transferido para o lado<br />
russo do complexo de US$ 100 bilhões.<br />
TORNADO EM MISSOURI, NOS EUA, DEIXOU MAIS DE 100 MORTOS<br />
ção, nada além disso. Mas se<br />
nada acontecer até setembro,<br />
iremos (à ONU pedir o reconhecimento<br />
de um Estado palestino)”,<br />
disse ele. “Nosso objetivo<br />
não é isolar (Israel) ou deslegitimá-lo.Nãoéumatodeterror<br />
nem um gesto unilateral.”<br />
O plano de Abbas de buscar<br />
reconhecimento na ONU foi criticado<br />
tanto por Netanyahu<br />
quanto por Obama. Entretanto,<br />
em um discurso sobre política<br />
externa, Obama disse que um futuro<br />
Estado palestino deve ser<br />
baseado nas fronteiras existentes<br />
na véspera da Guerra dos Seis<br />
Dias de 1967, acordando trocas de<br />
terras mútuas com Israel. Netanyahu<br />
rejeitou rapidamente a<br />
proposta, dizendo que Israel ficaria<br />
com fronteiras “indefensáveis”.<br />
Mas Abbas descreveu a<br />
ideia como “um fundamento<br />
com o qual podemos lidar positivamente”.<br />
■ Reuters<br />
berserk!<br />
Quinta-feira, 26 de maio, 2011 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> 37<br />
O número de mortos pelo tornado que devastou no domingo (21) a cidade de Joplin, no estado americano<br />
do Missouri, subiu para 123, com 750 pessoas feridas e muitas outras desaparecidas. A ameaça de um<br />
novo tornado em Joplin se dissipou ontem, no final do dia, mas uma série de tempestades avançou<br />
para Oklahoma, onde pelo menos cinco pessoas morreram e muitas ficaram feridas pelos tornados<br />
perto de Oklahoma City. As tempestades causaram também ao menos duas mortes ontem no Kansas.<br />
Abbas critica Israel no processo de paz<br />
Mohamad Torokman/Reuters<br />
Mahamoud<br />
Abbas,<br />
presidente<br />
palestino,<br />
enfatiza<br />
necessidade<br />
de negociação<br />
Eric Thayer/Reuters
38 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> Quinta-feira, 26 de maio, 2011<br />
PONTO FINAL<br />
CARTAS<br />
Com relação à reportagem “Indexação não termina<br />
no governo Dilma” (publicada nas páginas 10 e 11<br />
da edição de 24/5/2011), os contratos de aluguel são<br />
reajustados segundo a variação do IGP-M quando for<br />
previsto nos contratos. Infelizmente acontece na maioria<br />
das vezes pela não escolha de outros índices como IPC-Fipe<br />
ou IPCA. Os salários não aumentam segundo o INPC.<br />
Os salários aumentam segundo o resultado das<br />
convenções coletivas de trabalho. Infelizmente, quando<br />
as convenções vão a dissídio, os juízes, inteligentes<br />
como eles só, decidem aplicar o INPC. É impressionante<br />
um professor sugerir um link com câmbio. Corrupção<br />
tem limites (100% do valor da obra), burrice não.<br />
Ronaldo José Neves de Carvalho<br />
São Paulo (SP)<br />
Muito boa a posição do ministro da Justiça na reportagem<br />
“Cardozo defende Palocci e a regulamentação do Lobby<br />
no <strong>Brasil</strong>” (publicada na página 12 da edição de 24/5/2011).<br />
O lobby não é um crime. Afinal, faz parte da democracia<br />
a pressão de grupos em defesa de seus interesses.<br />
É assim com as empresas, sindicatos, estudantes, etc.<br />
Ocorre que essa prática tem que ser regulamentada,<br />
para ocorrer às claras, com critérios e tudo mais.<br />
Deixar o lobby sem regulamentação só faz com<br />
que ele ocorra nos bastidores, dando espaço para<br />
a corrupção. A legalização do lobby é uma maneira<br />
de combater a corrupção!<br />
Márcio Tauquaral<br />
São Paulo (SP)<br />
Com relação ao artigo “O poder do mercado interno”<br />
(publicado na página 2 da edição de 24/5/2011),<br />
de Murillo de Aragão, como consumidor e trabalhador,<br />
vejo que nosso mercado interno cresceu muito, mas<br />
está inchado. Não vejo um crescimento sólido, sustentável,<br />
pois a abertura do mercado e do acesso de produtos<br />
importados quebra todas as expectativas de que empresas<br />
genuinamente nacionais tenham um crescimento sólido,<br />
gerando emprego e renda. Ter um mercado competitivo<br />
não é abrir portas e janelas para os produtos importados.<br />
Isso não é livre comércio, isso é dar tiro no pé, logo<br />
surgem outros países emergentes e lá se vão os<br />
produtos importados em direção a esta nova estrela,<br />
que hoje é o <strong>Brasil</strong>, amanhã não mais. Mercado interno<br />
forte é mercado interno produzindo.<br />
Marcos Paulo Santos<br />
Campinas (SP)<br />
Caro senhor Murillo de Aragão. O que dizer<br />
além de parabéns por tão importantes palavras.<br />
Obrigado pela exemplar aula de história, ciência<br />
política, educação social e economia. Isso mostra que<br />
o país ainda tem jeito. O que temos de fazer é parar de<br />
fechar os olhos para os interesses particulares, porque<br />
nesses interesses é que vejo o nascimento da corrupção.<br />
Leandro E.A. Lopes<br />
Brasília (DF)<br />
ESCLARECIMENTOS<br />
■ As recomendações referentes à empresa Telemar, publicadas no<br />
BRASIL ECONÔMICO do dia 24/5, na página 32, foram elaboradas pela<br />
equipe de análise da Concórdia Corretora em 29/4. Como ocorreram<br />
mudanças na empresa nesse período, a equipe de análise informa<br />
que mantém uma visão positiva para a companhia em decorrência<br />
da entrada da Portugal Telecom no seu capital social e<br />
da recente proposta de reestruturação societária da empresa e<br />
que está revisando as projeções sobre a empresa.<br />
■ O estoque de letras financeiras (LF) informado no gráfico da página<br />
4 da edição do dia 25 de maio não inclui as emissões da modalidade<br />
subordinada. Até o dia 24 de maio, o total das LFs subordinadas,<br />
segundo a Cetip, somava R$ 17,633 bilhões.<br />
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reserva-se o direito de editar as cartas recebidas.<br />
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Paula Ribeiro, Bárbara Ladeia, Carolina Alves, Carolina<br />
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Fabiana Monte, Fábio Suzuki, Felipe Peroni,<br />
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Luiz Silveira, Lurdete Ertel, Mariana Celle, Mariana Segala,<br />
Martha S. J. França, Michele Loureiro, Natália<br />
Flach, Nivaldo Souza, Pedro Venceslau, Priscila Machado,<br />
Regiane de Oliveira, Ruy Barata Neto, Thais Folego,<br />
Vanessa Correia, Weruska Goeking<br />
POR MENOS IMPOSTOS<br />
Deisi Rezende/O Dia<br />
No Dia Nacional de Respeito ao Contribuinte e da Liberdade de Impostos, cariocas formam<br />
fila no posto Ale, em Botafogo, Rio de Janeiro. Para comemorar, várias cidades brasileiras<br />
venderam gasolina ontem sem incluir o valor dos impostos no preço final. O objetivo da<br />
manifestação era chamar a atenção dos consumidores para a alta carga tributária paga<br />
no país, não apenas nos combustíveis, mas em todos os setores do comércio. A data marcou<br />
o dia do ano em que o brasileiro deixa de trabalhar apenas para pagar tributos ao governo<br />
e começa efetivamente a colocar o dinheiro no bolso.<br />
Brasília Maeli Prado, Simone Cavalcanti<br />
Rio de Janeiro Ricardo Rego Monteiro<br />
Arte Pena Placeres (Diretor), Betto Vaz (Editor),<br />
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Diário Serv Gráfica & Logística (SP)<br />
FCâmara Gráfica e Editora Ltda. (DF/GO)
Adriano Pires<br />
Diretor do Centro <strong>Brasil</strong>eiro<br />
de Infraestrutura (CBIE)<br />
Energia eólica na matriz elétrica<br />
Aparentemente, a eólica é a energia da vez. Portanto, é importante tecer alguns<br />
comentários. O primeiro é que, apesar de toda essa euforia, começam a surgir<br />
obstáculos, como atraso em obras e dificuldade de conexão das centrais eólicas ao<br />
Sistema Interligado Nacional (SIN). Por outro lado, existe toda uma perspectiva<br />
de que no próximo leilão a eólica se firme definitivamente como alternativa competitiva<br />
para geração elétrica. Isso irá obrigar uma redução gradual dos atuais benefícios<br />
concedidos à energia eólica.<br />
De acordo com o último Boletim de Acompanhamento das Centrais Geradoras<br />
Eólicas, divulgado pela Aneel em abril, dos 105 empreendimentos de energia eólica<br />
com projetos em andamento, 41 estão atrasados. São 2.1<strong>40</strong> MW, o que representa<br />
55,1% do potencial dos projetos. Entre as causas dos atrasos estão dificuldades<br />
de obtenção de financiamento, entraves à obtenção de licença ambiental, infraestrutura<br />
logística inadequada para desenvolvimento das obras e falta de mãode-obra<br />
especializada.<br />
A utilização da energia eólica também apresenta outras limitações, como a<br />
restrição geográfica de geração. Já é possível hoje identificar bacias eólicas, onde a<br />
concentração de ventos é maior. Essas bacias estão localizadas no Nordeste, que<br />
responde por 78,5% da operação eólica. A região Sul é a segunda em concentração<br />
dos ventos, e representa 18,7% da geração brasileira. Além disso, o vento, assim<br />
como o regime pluviométrico, obedece a uma sazonalidade, ou seja, não há uma<br />
garantia de fornecimento pleno dentro da carga desejada durante o ano inteiro, o<br />
que traz a necessidade de sua complementaridade com outras fontes.<br />
O <strong>Brasil</strong>, junto com China e Índia, também se consolida como um dos principais<br />
destinos mundiais de investimento em geração eólica. O país é visto promissoramente<br />
devido à grande extensão territorial, rápido crescimento, forte base<br />
industrial e compromisso com a energia limpa.<br />
A energia eólica deve ter um papel importante no<br />
<strong>Brasil</strong>. Contudo, não pode nem deve ser encarada<br />
como uma panaceia para não atrair franco atiradores<br />
Em 2009, o leilão exclusivo para energia eólica resultou na contratação de<br />
1.805,7 MW, a preços de R$ 148,39/MWh, 21,5% menor que o preço teto estabelecido,<br />
de R$ 189/MWh. Nos últimos leilões de Reserva e A-3 de fontes alternativas,<br />
realizados em agosto do ano passado, as eólicas também foram o grande destaque.<br />
Outra demonstração do avanço da energia eólica no <strong>Brasil</strong> foram as recentes<br />
declarações de empresas como a Tractebel, a CPFL Energia e a Neoenergia de que<br />
irão construir parques eólicos destinados ao mercado livre.<br />
No próximo leilão A-3, a ser realizado em julho, dos 582 projetos inscritos, 429<br />
são de usinas eólicas, o que representa <strong>40</strong>% dos 27.567 MW da energia cadastrada,<br />
a gás natural (39%), biomassa (16%), PCHs (3%) e hidrelétricas (2%). Do total de<br />
empreendimentos inscritos de eólica, estima-se que entre 2.000 e 2.500 MW serão<br />
efetivamente contratados.<br />
A energia eólica vai ter um papel importante na matriz brasileira, contudo não<br />
pode e nem deve ser encarada como panaceia e solução da oferta de energia elétrica.<br />
Essa euforia acaba trazendo franco atiradores para o negócio, como ocorreu<br />
na geração a óleo. Isso que acaba penalizando os verdadeiros investidores. ■<br />
Tatiana Campello Lopes<br />
Sócia responsável pela área de<br />
propriedade intelectual do Demarest<br />
e Almeida Advogados<br />
Quinta-feira, 26 de maio, 2011 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> 39<br />
O poder estratégico da inovação<br />
O significado do termo “crowdsourcing” ainda pode ser desconhecido por muitos.<br />
No entanto, é grande a probabilidade de um indivíduo ou uma empresa já terem<br />
participado de um “crowdsourcing” sem entender exatamente a sua definição<br />
e relevância. Esses indivíduos , na realidade, já fazem parte da mais moderna<br />
disseminação do conhecimento e desenvolvimento de novas tecnologias.<br />
O termo pode ser melhor compreendido com a simples tradução para o português<br />
de seus radicais “crowd”, a saber, multidão e “source”, que significa fonte.<br />
Assim, tem-se “a fonte na multidão”. Colocando esse termo no contexto da inovação<br />
tem-se o desenvolvimento e solução de várias questões tecnológicas resolvidas<br />
em regime colaborativo e por indivíduos não específicos, que integram a<br />
multidão, a coletividade. No passado, as empresas investiam exclusivamente em<br />
seus centros de pesquisa e desenvolvimento e tinham o dever de resolver seus<br />
problemas e criar novas tecnologias “dentro de casa”. O mundo se transformou,<br />
assim como as necessidades dos consumidores/clientes e a velocidade da evolução<br />
tecnológica. As empresas começaram a perceber que poderiam, e deveriam,<br />
identificar as suas deficiências e buscar soluções com seus próprios consumidores<br />
ou com terceiros, os quais, afastados do dia a dia da empresa, ou com conhecimentos,<br />
experiências e competências específicas, poderiam contribuir. O poder<br />
dessas contribuições heterogêneas passou a ser estratégico para a inovação.<br />
A contribuição deve ser estimulada pelas<br />
empresas, inclusive com a possibilidade de prêmios<br />
ou a participação nos resultados conquistados<br />
Assim, o paradigma anterior da forma de inovar foi quebrado e uma revolução<br />
se iniciou. Evidentemente, a internet e as redes sociais só contribuíram e reforçaram<br />
ainda mais esse processo, mas é importante ressaltar que o “crowdsourcing”<br />
pode ser desenvolvido e utilizado em qualquer meio ou mídia.<br />
A forma e o benefício que uma empresa terá com a utilização do “crowdsourcing”<br />
estão diretamente ligados à sua estratégia de inovação e à gestão da propriedade<br />
intelectual. Antes, a proteção e a forma de utilização da propriedade intelectual<br />
eram essencialmente baseadas na coibição do uso de tais direitos por terceiros<br />
não autorizados. Hoje, o que se nota é muito mais o desenvolvimento de uma<br />
estratégia de utilização da propriedade intelectual por diversas formas simultaneamente,<br />
com a otimização da inovação por meio do “crowdsourcing”.<br />
A busca por soluções e uma definição de como atingir resultados satisfatórios<br />
podem ser consideradas como a estratégia de “crowdsourcing”. É importante entender<br />
que não basta uma empresa divulgar e criar uma campanha solicitando<br />
colaboração da multidão, sem antes definir muito bem seus objetivos e como pretende<br />
lidar com as colaborações. A estratégia escolhida norteará as contínuas colaborações<br />
de terceiros para aquilo que se quer solucionar, criar ou melhorar.<br />
Além disso, a empresa deve agir como um facilitador para a contribuição coletiva,<br />
dando as diretrizes, mas nunca limitando a criação, ainda que aquela contribuição<br />
possa não atender às expectativas. Logo, a contribuição deve ser estimulada,<br />
inclusive com a possibilidade de prêmios ou a participação dos resultados. Viabilizar<br />
essa parceria de colaboração de forma global é um desafio que as empresas e<br />
consultores jurídicos têm e que, certamente, trarão resultados positivos. ■
<strong>40</strong> <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> Quinta-feira, 26 de maio, 2011<br />
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WTorre também entra na mira da<br />
oposição ao governo no Congresso<br />
Está custando caro ao empresário<br />
Walter Torre Júnior ter assumido publicamente<br />
a contratação de Antônio<br />
Palocci — hoje ministro da Casa Civil<br />
— como consultor da incorporadora e<br />
construtora WTorre. Ontem, o deputado<br />
Duarte Nogueira (PSDB-SP)<br />
acusou o governo de ter facilitado o<br />
recebimento de aproximadamente<br />
R$ 9 milhões devidos pela Receita Federal<br />
à empresa em Imposto de Renda.<br />
O PSDB afirma que os recursos<br />
foram pagos no dia 6 de outubro, três<br />
dias após o primeiro turno das eleições.<br />
O deputado diz ainda que a<br />
WTorre doou R$ 2 milhões ao PT durante<br />
a campanha para, em contrapartida,<br />
conseguir liberar os recursos<br />
em um “prazo milagroso”.<br />
A Receita Federal confirma o pagamento<br />
de R$ 9,2 milhões referentes<br />
a dois processos administrativos<br />
iniciados em junho de 2008 e outubro<br />
de 2009 pela WTorre — que seriam<br />
restituições do Imposto de<br />
Renda Pessoa Jurídica de 2006 e<br />
2007. “Palocci pisou em meu escritório<br />
22 vezes para dar palestra a meus<br />
funcionários e clientes. Nunca fui favorecido<br />
por causa disso”, afirmou o<br />
empresário ao BRASIL ECONÔMICO.<br />
Neoenergia e Funcef<br />
disputam Belo Monte<br />
A Neoenergia, que tem como sócios a espanhola Iberdrola,<br />
o Banco do <strong>Brasil</strong> e o fundo de pensão Previ, pretende<br />
ampliar sua participação de 10% no consórcio Norte<br />
Energia, responsável pela usina hidrelétrica de Belo Monte<br />
(PA). A Funcef — fundo de pensão dos funcionários da<br />
Caixa —, que detém 2,5% da Norte Energia, também estaria<br />
negociando elevar sua fatia no consórcio. Procurada<br />
pela agência Reuters, a Funcef não comentou o assunto.<br />
O aumento da participação da Neoenergia e da Funcef<br />
seria por meio da saída de algumas empresas da Norte<br />
Energia. O presidente da J. Malucelli Construtora, Joel<br />
Malucelli, afirmou que a empresa, que possui 1% do<br />
consórcio, não tem interesse em continuar no projeto de<br />
Belo Monte. O grupo, entretanto, continuaria presente<br />
no consórcio por meio da J. Malucelli Energia, que possui<br />
fatia de 0,25%. “Não está no foco da construtora a<br />
permanência como investidora. Ainda não colocamos<br />
nossa participação à venda, mas não temos interesse em<br />
continuar no projeto”, disse o executivo.<br />
A Galvão Engenharia, que tem 1,25% do consórcio,<br />
informou que foi formalizado um pedido para a saída<br />
do consórcio aos demais integrantes, enquanto a Contern,<br />
do grupo Bertin, com 1,25% da Norte Energia,<br />
confirmou que deve sair, com anúncio oficial da decisão<br />
nos próximos dias. A Serveng, por sua vez, informou<br />
que não iria comentar o assunto, enquanto Cetenco<br />
e Mendes Júnior não responderam às solicitações<br />
de entrevista. As três empresas possuem cada uma<br />
1,25% de participação na Norte Energia.<br />
As principais acionistas do consórcio Norte Energia são<br />
as estatais Chesf e Eletronorte, do sistema Eletrobras,<br />
além da própria holding, com participação combinada de<br />
49,98%. A licença ambiental de instalação definitiva da<br />
hidrelétrica de Belo Monte deve ser liberada até amanhã,<br />
dia 27, disseram duas fontes a par do assunto. ■ Reuters<br />
Walter Torre Júnior, sócio da WTorre:<br />
mandado judicial para receber da<br />
Receita vira alvo de disputa política<br />
De acordo com Torre, em 30 anos<br />
de atuação, a empresa fez três contratos<br />
com o governo. O primeiro foi<br />
a venda de um edifício na Marginal<br />
do Rio Pinheiros, em São Paulo, feita<br />
pela consultoria CB Richard Ellis.<br />
“Recebemos 17 propostas e a Previ<br />
ganhou”, diz. O segundo contrato foi<br />
assinado com a Petrobras. “Fizemos<br />
uma locação para a estatal de um<br />
prédio no Rio por um valor <strong>40</strong>% inferior<br />
ao do mercado. Foi um mal negócio,<br />
que, se fosse possível, seria<br />
desfeito”, afirma. De acordo com o<br />
empresário, o edifício que está em<br />
construção, com previsão de ser entregue<br />
em janeiro de 2012, foi alugado<br />
por R$ 71 o metro quadrado.<br />
“Hoje, corrigido, chega a R$ 81 o<br />
metro quadrado, para um valor de<br />
mercado de R$ 1<strong>40</strong> o metro quadrado”,<br />
avalia. O terceiro projeto, também<br />
com a Petrobras, foi a locação do<br />
estaleiro Rio Grande, no Rio Grande<br />
do Sul, um dos maiores diques secos<br />
do país. ■ Regiane de Oliveira<br />
Amil compra Lincx<br />
por R$ 170 milhões<br />
Fotos: divulgação<br />
A Amil Assistência Médica Internacional informou ontem<br />
à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a aquisição<br />
da Lincx Sistemas de Saúde por R$ 170 milhões. O<br />
pagamento será dividido em quatro parcelas. Segundo<br />
comunicado da Amil, a Lincx possui um caixa de aproximadamente<br />
R$ 20 milhões, que fará parte dos ativos<br />
adquiridos. A empresa não possui endividamento financeiro<br />
e conta com uma carteira com 36 mil beneficiários,<br />
sendo 30 mil em planos de saúde e 6 mil em<br />
planos odontológicos. A Lincx atua principalmente no<br />
mercado de São Paulo e tem filiais em Londrina (PR) e<br />
no Rio de Janeiro. Com a aquisição, a Amil espera elevar<br />
sua participação no segmento de alta renda, área de<br />
atuação da Lincx. A Amil ressalta que a efetivação desta<br />
operação está sujeita à aprovação da Agência Nacional<br />
de Saúde Suplementar (ANS). A transação será ainda<br />
submetida à análise do Sistema <strong>Brasil</strong>eiro de Defesa da<br />
Concorrência. ■ <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> On-line<br />
www.brasileconomico.com.br<br />
Costábile Nicoletta<br />
cnicoletta@brasileconomico.com.br<br />
Diretor Adjunto<br />
Pelé da economia tem de<br />
mostrar por que é craque<br />
Que segredos guarda o ministro da Casa Civil, Antonio<br />
Palocci, para que o governo aceite barganhar<br />
com o Congresso Nacional a votação de projetos pela<br />
não convocação do auxiliar da presidente Dilma<br />
Rousseff? Tudo parece ter virado motivo para negociação,<br />
do Código Florestal a propostas menos conhecidas.<br />
Até a suspensão da produção do material<br />
de combate à homofobia, que seria distribuído a cerca<br />
de 6 mil escolas de ensino médio, foi atribuída ontem<br />
a uma negociação do governo com a bancada<br />
evangélica da Câmara dos Deputados, que ameaçou<br />
não colaborar com os projetos do Poder Executivo.<br />
Quanto mais tempo Palocci demora para esclarecer<br />
sua evolução patrimonial no hiato entre sua<br />
estada como ministro da Fazenda de Luiz Inácio<br />
Lula da Silva e o cargo atual na administração Dilma,<br />
aumenta proporcionalmente a suspeição de<br />
que, de fato, tenha cometido algo ilícito, sobretudo<br />
pelo esforço despendido por vários membros do<br />
governo e do Partido dos Trabalhadores para evitar<br />
sua convocação para explicar-se publicamente sobre<br />
os negócios que alega não poder revelar em decorrência<br />
de cláusulas de confidencialidade nos<br />
contratos de consultoria que prestou.<br />
As empresas que contrataram<br />
Antonio Palocci fariam um<br />
bem à nação se voluntariamente<br />
se apresentassem<br />
Se Palocci se sente constrangido de dizer o nome<br />
das empresas para as quais trabalhou e se nada mesmo<br />
houve que o denigra, essas companhias fariam<br />
um bem à nação se viessem a público voluntariamente<br />
e apresentassem os motivos pelos quais contrataram<br />
o “Pelé da economia”, como Lula o qualificou<br />
em encontro com senadores. A continuar nessa<br />
toada, Palocci vai acabar virando um Judas cada vez<br />
mais fácil de malhar, sem que se saiba qual foi sua<br />
traição. A presunção de culpa será sua condenação.<br />
Já os deputados e senadores que chantageiam o<br />
governo trocando seu voto pela suposição de inocência<br />
de Palocci sem que ouçam suas explicações<br />
também prestariam um bem ao país se passassem a<br />
analisar com pelo menos um pingo de responsabilidade<br />
civil os projetos de interesse nacional. Não se<br />
tem impressão de que realmente pretendem fazer<br />
com que o ministro esclareça sua situação. Quanto<br />
mais tempo prolongarem o calvário de Palocci, mais<br />
munição acumularão para negociar vantagens.<br />
Não se condena aqui que funcionários públicos<br />
não possam ganhar dinheiro depois que deixam o<br />
governo. Mas os nobres parlamentares poderiam<br />
pensar numa lei que remunerasse decentemente a<br />
quarentena desse profissional quando se tornasse<br />
ex-servidor e estabelecesse que suas relações comerciais<br />
teriam de ser, necessariamente, de conhecimento<br />
público. Dessa forma, não se cercearia seu<br />
comezinho direito capitalista de ganhar dinheiro,<br />
nem se esconderia da população por que é tão bem<br />
pago pela iniciativa privada. ■