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BrECO_439 (QUINTA) : Plano 40 : 1 ... - Brasil Econômico

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Murillo Constantino<br />

www.brasileconomico.com.br<br />

mobile.brasileconomico.com.br<br />

<strong>QUINTA</strong>-FEIRA, 26 DE MAIO, 2011 | ANO 3 | Nº <strong>439</strong> | DIRETOR RICARDO GALUPPO | DIRETOR ADJUNTO COSTÁBILE NICOLETTA R$ 2,00<br />

Mendonça de Barros vai importar<br />

caminhões chineses para o <strong>Brasil</strong><br />

Manaus define suas<br />

ações para inovação<br />

Empresas, governo e institutos da região<br />

organizam-se para montar polo de pesquisa<br />

que reduza dependência econômica<br />

local das atividades da Zona Franca. ➥ P4<br />

Novela do Código<br />

chega ao Senado<br />

O racha na base aliada durante a votação do<br />

Código Florestal na Câmara dos Deputados<br />

deve dificultar e arrastar a discussão do projeto,<br />

que começa a ser analisado pelo Senado. ➥ P10<br />

Walmart negocia<br />

compra da Muffato<br />

Varejista americana está de olho na maior rede<br />

de supermercados do Paraná para defender sua<br />

liderança no Sul do país e também na paulista<br />

Savegnago, forte no interior do estado. ➥ P22<br />

Para Yunus, “pai do microcrédito”,<br />

<strong>Brasil</strong> pode usar compulsório<br />

para avançar em negócios sociais<br />

e ser líder nesse mercado ➥ P32<br />

Apetite externo<br />

aumenta por<br />

dívida corporativa<br />

O volume de captação via<br />

títulos de dívida de bancos e<br />

companhias brasileiras no<br />

mercado internacional saltou<br />

32% no ano, para US$ 19,8 bi,<br />

e deve manter ritmo forte. ➥ P30<br />

INDICADORES<br />

TAXAS DE CÂMBIO COMPRA<br />

25.5.2011<br />

VENDA<br />

▲ Dólar Ptax (R$/US$) 1,6289 1,6297<br />

▲ Dólar comercial (R$/US$) 1,6270 1,6290<br />

▲ Euro (R$/€)<br />

2,2963 2,2976<br />

▼ Euro (US$/€)<br />

1,<strong>40</strong>97 1,<strong>40</strong>98<br />

▲ Peso argentino (R$/$) 0,3985 0,3991<br />

JUROS META EFETIVA<br />

■ Selic (a.a.)<br />

12,00% 11,92%<br />

BOLSAS VAR. % ÍNDICES<br />

▲ Bovespa - São Paulo 0,08 63.388,44<br />

▲ Dow Jones - Nova York 0,31 12.394,66<br />

▲ Nasdaq - Nova York 0,55 2.761,38<br />

▲ S&P 500 - Nova York 0,32 1.320,47<br />

▲ FTSE 100 - Londres 0,20 5.870,14<br />

▲ Hang Seng - Hong Kong 0,07 22.747,28<br />

Novas usinas nucleares devem ter<br />

70% de nacionalização e preço do<br />

megawatt/hora ficará entre R$ 150 e<br />

R$ 155, segundo a Eletronuclear. ➥ P20<br />

Edson Silva/Folhapress<br />

Ex-ministro será revendedor<br />

oficial da Foton Aumark,<br />

maior fabricante de<br />

veículos pesados da China.<br />

<strong>Plano</strong>s incluem linha de<br />

montagem no país até 2015<br />

O lançamento da empresa, que concorrerá<br />

com pesos pesados como Man, Mercedes-Benz<br />

e Hyundai, será feito em outubro.<br />

Em um ano, a expectativa do expresidente<br />

do BNDES é comercializar 6<br />

mil caminhões leves e semileves para<br />

uso urbano. Ainda neste ano, serão instaladas<br />

seis revendas da montadora em<br />

São Paulo. Entre 2012 e 2015, o plano de<br />

negócios prevê a abertura de 20 novas<br />

concessionárias por ano. ➥ P18<br />

Começa a circular hoje em São<br />

Paulo a primeira frota de ônibus<br />

movida a etanol do país. ➥ P16


2 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> Quinta-feira, 26 de maio, 2011<br />

NESTA EDIÇÃO<br />

Marcela Beltrão<br />

Escolas de idiomas levam<br />

vantagem com grandes eventos<br />

Walter Toledo Silva, fundador do Cel Lep, constata<br />

aumento de 20% da procura por cursos, tendência<br />

confirmada por CNA, Wizard e Fisk. Além dos<br />

profissionais que buscam as escolas, empresários<br />

também correm para comprar franquias. ➥ P26<br />

Embalagens participam de<br />

campanhas e informam clientes<br />

Com tantos canais de comunicação à disposição, as<br />

informações das embalagens ganham importância<br />

por atingir 100% dos consumidores. Tanto que<br />

a mudança no visual deve ser constante, caso<br />

contrário a embalagem vira peça de museu. ➥ P28<br />

Análise de perfil de investimento<br />

ainda descola de aplicações<br />

Levantamento feito pelo Itaú Unibanco com 550 mil<br />

clientes aponta que 35% deles correm mais risco do<br />

que seu perfil recomendaria. Na região Norte do país,<br />

entretanto, as aplicações são mais conservadoras<br />

do que o apetite de investidores suportaria. ➥ P34<br />

À espera da Olimpíada,<br />

Rio busca R$ 750 milhões<br />

Isabela Kassow/O Dia<br />

Em meio a um processo de revitalização para<br />

se preparar para os Jogos Olímpicos de 2016,<br />

a cidade comemorou o aniversário de um ano<br />

da Rio Negócios, que tem como conselheiro<br />

Olavo Monteiro de Carvalho. O objetivo é<br />

transformar o Rio em um pólo tecnológico. ➥ P12<br />

Sob protesto de emergentes,<br />

Lagarde disputa posto no FMI<br />

Apoiada por Estados Unidos, Europa e China, a<br />

francesa Christine Lagarde entrou oficialmente na<br />

disputa pela chefia do Fundo Monetário Internacional<br />

(FMI), apesar da fúria das economias emergentes<br />

sobre a predominância europeia no cargo. ➥ P36<br />

OPINIÃO<br />

José Dirceu<br />

Advogado, ex-ministro da Casa Civil<br />

e membro do Diretório Nacional<br />

do Partido dos Trabalhadores<br />

Os gigantes das<br />

micro e pequenas<br />

Uma das chaves para o <strong>Brasil</strong> manter a economia<br />

aquecida é aumentar sua competitividade. De um<br />

lado, como já reforcei em outras ocasiões, está a<br />

importância de se investir pesado em tecnologia e<br />

inovação. De outro lado, há um caminho rápido e<br />

complementar: estimular o empreendedorismo, a<br />

partir de mudanças na atual legislação associadas<br />

a medidas que favoreçam a criação de Micro e Pequenas<br />

Empresas (MPEs).<br />

O país registra hoje mais de 1 milhão de empreendedores<br />

individuais. Trata-se de setor crucial à geração<br />

de novos empregos e ao crescimento. Para se ter<br />

uma ideia do tamanho desse potencial, no ano passado,<br />

os pequenos negócios registraram 62% de expansão<br />

no valor total do que foi exportado — as vendas ao<br />

exterior passaram de R$ 2,1 bilhões, em 2009, para<br />

R$ 3,4 bilhões, em 2010. O resultado é quase o dobro<br />

do crescimento de 32% registrado pelo total de exportações<br />

de toda a economia nacional no mesmo<br />

período — de R$ 247,9 bilhões para R$ 327 bilhões.<br />

Evidente que esse avanço se deu, essencialmente,<br />

com a combinação de dois fatores: estabilidade<br />

monetária numa economia em crescimento<br />

e apoio do governo federal, que adotou políticas<br />

específicas à exportação e teve na Apex (Agência<br />

<strong>Brasil</strong>eira de Promoção de Exportações e Investimentos)<br />

um dos seus braços. De fato, a Apex vem<br />

fazendo um excelente trabalho de promoção brasileira<br />

no exterior, aproximando os mercados de<br />

nossos produtores. Há de se considerar também a<br />

melhoria na qualidade da produção brasileira que<br />

chega ao mercado internacional.<br />

É necessário reduzir os<br />

entraves burocráticos ao<br />

empreendedorismo, fortalecendo<br />

as pequenas e médias empresas<br />

Além disso, houve aumento de crédito destinado<br />

às micro e pequenas empresas pelo BNDES (Banco<br />

Nacional de Desenvolvimento <strong>Econômico</strong> e Social),<br />

que teve recuperado no governo Lula seu papel primordial<br />

de fomento. O volume mais que dobrou de<br />

2009 a 2010: foi de R$ 11,6 bilhões para R$ 23,7 bilhões.<br />

Segundo o presidente do BNDES, Luciano<br />

Coutinho, uma das causas foi o uso do Cartão BNDES,<br />

que movimentou, no período, quase o dobro (81%)<br />

dos resultados obtidos no ano passado, alcançando<br />

R$ 1,3 bilhão — em 2011, as projeções do banco são de<br />

R$ 8 bilhões. A taxa de juros praticada para esse setor<br />

da economia foi outro atrativo: desde março, a taxa<br />

para a compra de bens é de 6,5%, enquanto que o índice<br />

destinado às grandes empresas é de 8,7%.<br />

Se existe consenso de que o setor é fundamental<br />

ao país, há também a certeza de que é preciso<br />

criar condições para a expansão das MPEs. Nesse<br />

sentido, o país necessita de reformas que barateiem<br />

o crédito e tornem mais ágil sua obtenção.<br />

Está na agenda aprovar no bojo da reforma tributária,<br />

como propõe o governo, a ampliação do teto<br />

do Super Simples, a alteração das alíquotas do<br />

ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e<br />

Serviços), a redução da contribuição na folha para<br />

a Previdência e o salário educação.<br />

Esses caminhos retiram entraves burocráticos<br />

ao empreendedorismo, fortalecer as MPEs, estimulam<br />

exportações, ampliam a produtividade e<br />

geram mais postos de trabalho com carteira assinada.<br />

Afinal, tornar nossa economia mais competitiva<br />

passa por investir nesses gigantes chamados<br />

micro e pequenas empresas. ■<br />

Julio Gomes de Almeida<br />

Consultor do Instituto<br />

de Estudos para o<br />

Desenvolvimento Industrial (Iedi)<br />

O novo momento<br />

da inflação<br />

A dificuldade no combate da recente aceleração inflacionária<br />

no <strong>Brasil</strong> reside na multiplicidade de fatores<br />

causadores do forte e muito generalizado aumento<br />

de preços. Por enquanto, o aumento mensal<br />

do custo de vida ainda é alto e, em bases anuais, a<br />

inflação ultrapassa o teto de 6,5% da meta.<br />

Mas, alguma coisa já acontece, o que nutre a<br />

expectativa de que na margem os índices venham<br />

a se comportar em uma base mais próxima ao<br />

centro da meta anual que é de 4,5%. De fato, em<br />

alimentação — item destacado no último ciclo de<br />

aceleração inflacionária no <strong>Brasil</strong> e no mundo e<br />

que é base do consumo do brasileiro que está ingressando<br />

no mercado consumidor —, já há sinais<br />

de recuo e é de se esperar uma trajetória de queda,<br />

seja porque a escalada das commodities teve um<br />

estancamento, seja porque a sazonalidade favorece<br />

a moderação de preços. Também em transporte<br />

o quadro melhorou e é muito provável que o barateamento<br />

do etanol desinfle esse que foi o maior<br />

vilão dos preços nos últimos meses.<br />

O desenvolvimento nem de<br />

longe é um processo harmônico<br />

e frequentemente provoca<br />

mudanças de preços e salários<br />

Mas, a resistência inflacionária é ainda acentuada<br />

porque o <strong>Brasil</strong> não se libertou de uma indexação<br />

muito ampla, daí os altos aumentos das<br />

tarifas de energia elétrica e água e esgoto, como<br />

ocorreu em maio. Nada é possível fazer prontamente<br />

com esses preços indevidamente indexados.<br />

Mas, olhando para o futuro, seria o momento<br />

de acelerar a desindexação em serviços públicos<br />

e aluguel.<br />

Como se não bastassem as influências negativas<br />

da monumental ascensão dos preços internacionais<br />

de commodities, da excepcional sazonalidade<br />

dos preços domésticos nesse ano e da<br />

grande influência das tarifas indexadas, desde o<br />

ano passado a atividade na economia está em nível<br />

elevado, o que generaliza os aumentos dos<br />

preços dos serviços em função, sobretudo, de aumentos<br />

dos rendimentos dos profissionais desse<br />

setor. Como se sabe, os rendimentos da base da<br />

população ocupada vinham sendo impulsionados<br />

pela valorização do salário mínimo, o que ajudou<br />

a reconstituir o mercado interno consumidor.<br />

Mas agora praticamente todas as categorias de<br />

profissionais em serviços vêem a oportunidade<br />

de um aumento de remunerações, o que afeta em<br />

cheio itens relevantes do índice de preço ao consumidor,<br />

como saúde e despesas pessoais.<br />

A moderação já em curso do crescimento da<br />

economia amenizará o impacto desse fator, mas<br />

não devemos esquecer que ele é decorrente de<br />

um estágio superior alcançado pela economia<br />

brasileira. O desenvolvimento nem de longe é um<br />

processo harmônico e frequentemente provoca<br />

mudanças de preços e salários como consequência<br />

de alterações na distribuição da matéria prima,<br />

dos bens de capital e da força de trabalho na<br />

economia. São aumentos hoje na remuneração de<br />

prestadores de serviços que amanhã ampliarão a<br />

oferta de mão-de-obra e incentivarão a maior<br />

qualificação no setor. Mesmo com tantos fatores<br />

de resistência é possível esperar queda da inflação<br />

mensal. Isso servirá para aliviar em muito a<br />

expectativa hoje negativa que emana de uma inflação<br />

muito superior à meta. ■


DIAGEO QUER CONQUISTAR CLASSE MÉDIA<br />

Marcela Beltrão<br />

Otto von Sothen, o novo presidente da Diageo no <strong>Brasil</strong>, expande a estrutura da empresa<br />

em Minas Gerais e nos estados do Nordeste para aproveitar o aumento do poder aquisitivo<br />

da população e posicionar o país entre um dos seus principais mercados nos próximos anos.<br />

Atualmente, o <strong>Brasil</strong> já está entre os dez maiores em faturamento da companhia. ➥P24<br />

TRÊS PERGUNTAS A...<br />

...LUCIANO GROCH<br />

Diretor para a América<br />

do Sul da área automotiva<br />

da Assurant Solutions<br />

Henrique Manreza<br />

Seguradora exporta<br />

modelo brasileiro de<br />

garantia estendida<br />

Com quase dois anos de<br />

operação no <strong>Brasil</strong> e na<br />

vice-liderança do mercado, a<br />

seguradora Assurant começa a<br />

exportar o modelo implementado<br />

de garantia estendida de<br />

automóveis para outros países<br />

da América do Sul. O produto<br />

estende a garantia de fábrica<br />

para veículos novos e seminovos.<br />

Para quais países vocês<br />

vão levar o modelo daqui?<br />

O modelo brasileiro de levar<br />

inteligência de sistemas e<br />

produtos para dentro das<br />

concessionárias no <strong>Brasil</strong> tem<br />

mostrado resultados. Por isso,<br />

decidimos levá-lo para o Chile e<br />

Argentina, para melhorar os<br />

resultados dessas operações.<br />

A ideia é uniformizar a<br />

operação na América do Sul.<br />

Qual é o tamanho do mercado<br />

de garantia estendida<br />

para auto nesses países?<br />

Nossas projeções mostram<br />

que no Chile esse segmento<br />

tem potencial entre US$ 70<br />

milhões a US$ 100 milhões.<br />

Na Argentina, de US$ 300<br />

milhões. São mercados menores<br />

que o brasileiro, que tem<br />

Quinta-feira, 26 de maio, 2011 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> 3<br />

Avanço<br />

Frota de ônibus a etanol deverá<br />

reduzir poluição do ar em SP<br />

São Paulo será a segunda cidade do mundo, depois<br />

de Estocolmo, na Suécia, a dispor de uma frota<br />

de ônibus movidos a etanol. A frota, operada pela<br />

Viação Metropolitana, presidida por Liège Chaves,<br />

deverá circular em linhas da zona sul da cidade, será<br />

apresentada hoje e, na próxima semana, transportará<br />

os convidados do C-<strong>40</strong> , o encontro dos prefeitos das<br />

maiores cidades do mundo. Os testes nos últimos três<br />

anos comprovaram o desempenho a confiabilidade<br />

do combustível, além da redução nas emissões de<br />

gases poluentes e daqueles que contribuem para as<br />

mudanças climáticas em relação ao diesel. ➥ P16<br />

Retrocesso<br />

Discussão do Código Florestal no<br />

Senado pode durar quatro meses<br />

O líder do governo no Senado, senador Romero<br />

Jucá (PMDB-RR), pretende encaminhar à presidente<br />

Dilma Rousseff pedido de prorrogação do Decreto<br />

7.029/2009, que manda punir a partir de 11 de junho<br />

de 2011 os produtores rurais responsáveis por<br />

desmatamentos ilegais. Jucá começou a recolher<br />

assinaturas dos líderes partidários em apoio<br />

ao requerimento. A prorrogação do decreto é<br />

necessária para dar tempo aos senadores de<br />

discutirem e emendarem o projeto de reforma<br />

do Código Florestal, aprovado na terça-feira<br />

pela Câmara dos Deputados, e que deve chegar<br />

ao Senado na próxima semana.<br />

potencial de US$ 1 bilhão,<br />

mas são importantes.<br />

Divulgação<br />

Antonio Cruz/ABr<br />

Como está a operação<br />

brasileira?<br />

O primeiro trimestre foi<br />

muito bom para nós. Abrimos<br />

50 novos pontos de venda em<br />

concessionárias de automóveis.<br />

A meta para este ano é dobrar<br />

o número de pontos. Encerramos<br />

o ano passado com 200 pontos<br />

de venda. Thais Folego


4 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> Quinta-feira, 26 de maio, 2011<br />

DESTAQUE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO<br />

Editora: Fabiana Parajara fparajara@brasileconomico.com.br<br />

Manaus organiza polo<br />

de incentivo à inovação<br />

Pela primeira vez, estado, empresas e instituições de pesquisa começam a atuar juntos<br />

Cláudia Bredarioli, de Manaus*<br />

cbredarioli@brasileconomico.com.br<br />

Muitas vezes, os esforços para<br />

impulsionar a inovação aparecem<br />

em ambientes nos quais outras<br />

atividades econômicas têm<br />

dificuldade de deslanchar. Por<br />

isso, num estado como o Amazonas,<br />

que tem no pescado a única<br />

autossuficiência na área alimentar<br />

e no qual as estradas são rios, a<br />

necessidade de buscar iniciativas<br />

inovadoras para sustentar a economia<br />

parece ser latente. Porém,<br />

até poucos meses atrás, a região<br />

de Manaus, capital que concentra<br />

metade da população do estado,<br />

não dispunha de uma agenda coletiva<br />

de incentivo à inovação.<br />

Com o objetivo de tornar a região<br />

menos dependente de incentivos<br />

fiscais — únicos responsáveis<br />

por manter centenas de<br />

empresas na crescente área do<br />

Polo Industrial de Manaus (PIM)<br />

—, empresas, governo e instituições<br />

de pesquisa locais resolveram<br />

se unir em torno do tema. Os<br />

resultados da iniciativa começam<br />

a aparecer agora.<br />

As prioridades de ação foram<br />

definidas com foco nas principais<br />

demandas das empresas, tendo<br />

sido estabelecidas a partir do critério<br />

de trazer resultados de<br />

maior impacto a partir de esforços<br />

proporcionalmente menores.<br />

A primeira ação foi a criação do<br />

Fórum de Inovação do Amazonas<br />

que já desenvolve duas tarefas:<br />

realizar o mapeamento das instituições<br />

e opções de serviços tecnológicos<br />

da região; e traçar estratégias<br />

para ampliar a participação<br />

do setor produtivo nos<br />

processos conjuntos de incentivo<br />

à inovação. “Mapear as demandas<br />

do setor produtivo e tentar<br />

atendê-las é central porque é<br />

dentro das empresas que a inovação<br />

ocorre”, diz Guajarino de<br />

Araújo Filho, coordenador do<br />

Núcleo de Estudos e Pesquisas em<br />

Inovação (Nepi), da Fundação<br />

Centro de Análise, Pesquisa e<br />

Inovação Tecnológica (Fucapi).<br />

De acordo com ele, o objetivo<br />

central da ação é dar à economia<br />

local independência em relação<br />

ao PIM. “A atividade da Zona<br />

Franca é muito complexa e só se<br />

realiza em Manaus em razão dos<br />

incentivos fiscais. Se esses incentivos<br />

deixarem de existir, toda a<br />

economia do Amazonas entra em<br />

colapso”, diz Araújo.<br />

Neste sentido, Célio Luís Matos,<br />

responsável pela área de<br />

agronegócio do Sebrae de Manaus,<br />

já vislumbra a criação ou o<br />

“A atividade da Zona<br />

Franca é muito<br />

complexa e só se<br />

realiza em Manaus<br />

em razão dos<br />

incentivos fiscais.<br />

Se esses incentivos<br />

deixarem de existir,<br />

toda a economia<br />

do Amazonas<br />

entra em colapso<br />

Guajarino de Araújo Filho,<br />

coordenador do Núcleo de<br />

Estudos e Pesquisas em Inovação<br />

A piscicultura tem<br />

crescido no estado,<br />

mas Rondônia está<br />

na nossa frente.<br />

Precisamos inovar.<br />

Por que não<br />

pensarmos, por<br />

exemplo, em produzir<br />

tambaqui enlatado?<br />

Célio Luís Matos,<br />

responsável pela área<br />

de agronegócio do<br />

Sebrae de Manaus<br />

fortalecimento de cadeias de<br />

produção inovadoras que tragam<br />

empregos e riqueza para a<br />

região. E, como o Amazonas<br />

tem uma peculiaridade de ser o<br />

estado com maior participação<br />

de preservação da área de floresta<br />

dentre os que estão na Região<br />

Norte, essas atividades têm<br />

necessariamente que girar em<br />

torno da sustentabilidade, diz<br />

Matos. “Os segmentos de móveis<br />

e madeira, de biocosméticos,<br />

de polpa de frutas e da indústria<br />

naval têm grande potencial<br />

de crescimento, mas<br />

ainda apresentam desempenhos<br />

irrisório”, afirma.<br />

Segundo ele, contudo, a principal<br />

indústria a ser beneficiada<br />

por processos inovadores no<br />

Amazonas seria a do pescado,<br />

que atualmente desperdiça cerca<br />

de 30% de sua produção. “ A<br />

piscicultura tem crescido no estado,<br />

mas Rondônia, por exemplo,<br />

está na nossa frente. Precisamos<br />

inovar. Por que não pensarmos,<br />

por exemplo, em produzir<br />

tambaqui enlatado?”<br />

Esse tipo de proposição só tem<br />

sido possível, segundo Maurício<br />

Loureiro, presidente do Centro<br />

da Indústria do Estado do Amazonas<br />

(Cieam) — que chegou à<br />

Manaus para dirigir a Technos da<br />

Amazônia no início da década de<br />

1980 — porque diminuíram as<br />

resistências em todas as esferas,<br />

privada, acadêmica e governamental.<br />

“Os pesquisadores e o<br />

estado veem que precisam interagir<br />

com o mercado, enquanto<br />

as empresas têm mais clareza de<br />

que não é possível guardar informação<br />

só para si”, diz.<br />

Desempenho<br />

Com faturamento de US$ 9,3 bilhões,<br />

o Polo Industrial de Manaus<br />

teve o melhor primeiro trimestre<br />

da história em 2011, com<br />

crescimento de 25,74% sobre o<br />

igual período do ano passado,<br />

quando atingiu US$ 7,4 bilhões.<br />

Por enquanto, o bom desempenho<br />

ainda é resultado direto da<br />

ação independente das empresas<br />

(leia mais na página 6). Os<br />

dados compilados até março são<br />

dos Indicadores de Desempenho<br />

do PIM, levantados mensalmente<br />

pela Superintendência<br />

da Zona Franca de Manaus. Em<br />

março, o faturamento da indústria<br />

somou US$ 3,4 bilhões contra<br />

US$ 3 bilhões de fevereiro<br />

(alta de 14,46%), superando em<br />

20,24%, os US$ 2,9 bilhões de<br />

março do ano passado. ■ * Viajou<br />

a convite da Abipti<br />

EXPANSÃO<br />

Modelo deve ser<br />

aplicado em capitais<br />

da Região Norte<br />

A partir dos resultados<br />

alcançados em Manaus, a<br />

Associação <strong>Brasil</strong>eira das<br />

Instituições de Pesquisa<br />

Tecnológica e Inovação (Abipti)<br />

quer replicar a experiência em<br />

outros polos econômicos do<br />

<strong>Brasil</strong>, a começar pelas capitais<br />

da Região Norte. A primeira ação<br />

para disseminação da metodologia<br />

aplicada no polo amazonense<br />

será um encontro, marcado para<br />

amanhã, com Helmut Kergel,<br />

vice-chefe do Departamento<br />

de Cooperação Tecnológica<br />

Internacional e Clusters<br />

do Instituto para Inovação<br />

e Tecnologia de Berlim.<br />

O especialista vem ao <strong>Brasil</strong> para<br />

apresentar essa metodologia —<br />

desenvolvida pelo instituto<br />

alemão e adaptada às<br />

necessidades de Manaus —<br />

a representantes de outros<br />

institutos de pesquisa ligados à<br />

Abipti. Para Isa Assef, presidente<br />

da associação, estudos como<br />

este fortalecem o apoio na<br />

definição de políticas públicas<br />

que permitam ao setor produtivo<br />

canalizar investimentos em<br />

programas e projetos de pesquisa<br />

e desenvolvimento. “Um marco<br />

regulatório eficiente, por<br />

exemplo, é um dos nossos<br />

principais anseios”, diz. C.B.<br />

1<br />

3


LEIA MAIS<br />

Independentemente das<br />

ações em prol da inovação<br />

em Manaus, empresas usam<br />

atitudes inovadoras para<br />

melhorar produção, reduzir<br />

custos e manter competitividade.<br />

4<br />

2<br />

Projeto para Banco Finep<br />

deve ficar pronto em 90<br />

dias, com ajuda de consultoria<br />

que será contratada em breve.<br />

Mudança visa aproximar<br />

financiadora e empresas.<br />

Déficit tecnológico<br />

brasileiro deve chegar a<br />

US$ 100 bi este ano, segundo<br />

projeção da Protec. De acordo<br />

com a entidade, a diferença<br />

está subindo desde 2004.<br />

Fotos: Alberto César Araújo<br />

1 Isa Assef, presidente da Abipti, diz que marco regulatório é fundamental para promover<br />

a inovação no país; 2 Para Maurício Loureiro, do Cieam, maior interação entre governo, academia<br />

e empresas viabiliza polo no Amazonas; 3 Guajarino de Araújo Filho, da Fucapi, explica que<br />

demandas do setor produtivo norteiam os trabalhos em Manaus; 4 Célio Luís Matos, do Sebrae de<br />

Manaus, afirma que cadeias de produção inovadoras vão trazer riquezas e empregos à Região Norte<br />

Quinta-feira, 26 de maio, 2011 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> 5<br />

CONTEXTO<br />

País precisa<br />

de política<br />

pública<br />

Por mais que experiências regionais<br />

como a de Manaus sejam<br />

bem-sucedidas, sem uma política<br />

pública de incentivos aos investimentos<br />

em inovação não<br />

haverá mudança no cenário nacional.<br />

“O <strong>Brasil</strong> não precisa da<br />

inovação porque tem outras atividades,<br />

especialmente de extração,<br />

que suprem sua economia<br />

no curto prazo. Seria preciso haver<br />

uma Camex (Câmara de Comércio<br />

Exterior) para a inovação<br />

deslanchar”, diz Antônio Britto,<br />

presidente da Associação da Indústria<br />

Farmacêutica de Pesquisa<br />

(Interfarma), expondo a necessidade<br />

de centralização das atividades<br />

relacionadas ao impulso à<br />

inovação em um só lugar.<br />

“Sem política pública não se<br />

tem inovação no chão da fábrica,<br />

que é onde, de fato, ela se dá. Falta<br />

um projeto claro que incentive<br />

o empresário a investir”, afirma<br />

Isa Assef, presidente da Abipti.<br />

Segundo ela, seria importante,<br />

por exemplo, o <strong>Brasil</strong> conduzir<br />

suas políticas de inovação de<br />

acordo com as prioridades do<br />

país, destacando temas como<br />

pré-sal e biodiversidade. “Por<br />

que não dar isenção fiscal a quem<br />

investe em educação?”<br />

Para Gustavo Kesselring, da<br />

consultoria Vis Research, especializada<br />

em inovação em biomedicina,<br />

o <strong>Brasil</strong> tem que tomar a<br />

decisão política de querer inovar.<br />

“Só assim será possível criar condições<br />

jurídicas, tributárias e regulatória<br />

para que a inovação se<br />

desenvolva”, diz. Sem essas iniciativas,<br />

explica, o país continuará<br />

contando apenas com ações<br />

isoladas que, para serem aplicadas,<br />

esbarram na burocracia.<br />

O investimento brasileiro<br />

em pesquisa e inovação é de<br />

1,4% do PIB, cerca de R$ 42 bilhões,<br />

segundo o Ministério da<br />

Ciência e Tecnologia. O Japão,<br />

por exemplo, investe 3,44% do<br />

PIB. A questão é que os investimentos<br />

no <strong>Brasil</strong> têm crescido,<br />

mas a passos demasiadamente<br />

lentos. Em 2009, a participação<br />

foi de 1,2% do PIB, e em 2008,<br />

de 1,1%. A expectativa do governo<br />

era de quem ao fim de<br />

2010, ano que encerrou o <strong>Plano</strong><br />

de Ação de Ciência, Tecnologia<br />

e Inovação para o Desenvolvimento<br />

Nacional (Pacti), o percentual<br />

chegasse a 1,65%, puxado<br />

principalmente pelo aumento<br />

da participação do setor<br />

privado, hoje em 0,5%. A meta<br />

não foi cumprida. Procurado, o<br />

Ministério da Ciência e Tecnologia<br />

não respondeu à solicitação<br />

de entrevista. ■ C.B.


6 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> Quinta-feira, 26 de maio, 2011<br />

DESTAQUE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO<br />

Ganho de produção e redução<br />

de custos são razões para inovar<br />

Independentemente de ações coletivas no polo industrial, companhias não deixam de investir em renovação<br />

Cláudia Bredarioli<br />

cbredarioli@brasileconomico.com.br<br />

Se as iniciativas coletivas em prol<br />

da inovação no Polo Industrial de<br />

Manaus (PIM) começam a sair do<br />

papel agora, as empresas que<br />

atuam na região já vêm adotando<br />

ações inovadoras. Sejam tomadas<br />

por conta própria ou por incentivo<br />

de suas matrizes — visto<br />

que boa parte das empresas instaladas<br />

no PIM têm seus centros<br />

de decisão fora dali —, essas atitudes<br />

fazem diferença no processo<br />

produtivo, reduzem custos<br />

e, segundo os empresários, permitem<br />

às companhias continuar<br />

competindo no futuro.<br />

Fundada na região em 1956, a<br />

Fogás, distribuidora de gás liquefeito<br />

de petróleo (GLP), sempre<br />

buscou incorporar a inovação ao<br />

seu DNA. “Temos consciência de<br />

que só inovando vamos fazer a<br />

empresa chegar ao futuro. Nosso<br />

desafio para os próximos anos são<br />

as vendas online”, diz Jaime Benchimol,<br />

presidente da Fogás.<br />

Ele explica que, de maneira<br />

geral, há pouca inovação em<br />

GLP, mas a empresa tenta se diferenciar<br />

com a adoção de ideias<br />

como a de produzir gás em botijões<br />

menores, avaliar novos tipos<br />

de válvulas ou receber pedidos<br />

dos revendedores via SMS. Alguns<br />

processos inovadores adotados<br />

pela empresa são sugeridos<br />

pelos próprios funcionários, que<br />

recebem prêmios em dinheiro<br />

pelas propostas aprovadas pela<br />

diretoria para serem implantadas.<br />

Com três plantas em funcionamento<br />

— além de Manaus<br />

(AM), Santarém (PA) e Porto Velho<br />

(RO) —, a companhia se prepara<br />

para inaugurar uma unidade<br />

em Rio Branco (AC).<br />

Na Harman, a fábrica de Manaus<br />

passa por um processo de<br />

expansão, com investimento<br />

de US$ 1,5 milhão, para adotar<br />

o sistema de produção em células,<br />

em lugar da linha de produção<br />

em série atual, para a fabricação<br />

de equipamentos de<br />

áudio mais modernos que começarão<br />

a ser vendidos no <strong>Brasil</strong><br />

a partir de julho. Por enquanto,<br />

a maior parte das vendas<br />

nacionais da companhia —<br />

que está no <strong>Brasil</strong> desde que<br />

adquiriu a Selennium, há cerca<br />

de um ano — tem sido de produtos<br />

importados. Segundo<br />

Rodrigo Rihl Kniest, presidente<br />

da Harman no <strong>Brasil</strong>, com os<br />

aportes que estão sendo feitos<br />

em Manaus haverá aumento da<br />

internalização do processo de<br />

fabricação, com consequente<br />

redução de custos.<br />

Apesar de iniciativas como<br />

as da Harman e da Fogás serem<br />

cada vez mais frequentes entre<br />

Na Harman, investimentos<br />

trarão mudanças no<br />

processo de fabricação<br />

na unidade de Manaus<br />

Atitudes inovadoras<br />

fazem diferença no<br />

processo produtivo,<br />

reduzem custos e<br />

permitem às<br />

empresas manter<br />

a competitividade<br />

as companhias brasileiras, de<br />

maneira geral, o grau de maturidade<br />

em gestão de inovação<br />

das empresas nacionais ainda é<br />

muito baixo. A Câmara Americana<br />

(Amcham), em parceria<br />

com a Fundação Dom Cabral,<br />

divulgou estudo que mostra<br />

que só 17% das empresas investem<br />

mais do que 4% do faturamento<br />

em inovação.<br />

“Na maioria das vezes as<br />

companhias brasileiras têm<br />

grandes ideias, mas não sabem<br />

como organizá-las ou utilizá-las.<br />

Em alguns casos, as sugestões de<br />

melhoria ficam engavetadas nas<br />

mesas dos líderes”, afirma José<br />

Hernani Arrym Filho, da Pieracciani<br />

Desenvolvimento de Empresas,<br />

consultoria de tecnologia<br />

de gestão com foco em inovação.<br />

Seu sócio, Valter Pieracciani<br />

completa que outro desafio a ser<br />

vencido é o de transformar inovação<br />

em algo constante, que<br />

faça parte do dia a dia de todos<br />

os integrantes da empresa. “O<br />

mercado reconhece três diferentes<br />

estratégias de competitividade:<br />

preço, diferenciação e<br />

relacionamento com o cliente.<br />

Muitas companhias ainda brigam<br />

por preço e este comportamento<br />

precisa mudar”. ■<br />

Jaime Benchimol, da<br />

Fogás: iniciativas como<br />

uso de botijões menores e<br />

pedidos de venda por SMS<br />

Fotos: Alberto Cesar Araujo


Quinta-feira, 26 de maio, 2011 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> 7


8 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> Quinta-feira, 26 de maio, 2011<br />

DESTAQUE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO<br />

Projeto do<br />

Banco Finep<br />

deve sair<br />

em 90 dias<br />

Em até 4 anos, financiadora deve mudar<br />

de perfil para se aproximar de empresas<br />

João Paulo Freitas<br />

jpfreitas@brasileconomico.com.br<br />

Em cerca de 90 dias, a Financiadora<br />

de Estudo e Projeto (Finep),<br />

empresa ligada ao Ministério<br />

da Ciência e Tecnologia<br />

(MCT), deve apresentar à presidente<br />

Dilma Rousseff e ao Ministério<br />

da Fazenda um estudo<br />

sobre as medidas necessárias<br />

para transformar a entidade em<br />

banco. Se tudo correr conforme<br />

o previsto, a transformação da<br />

Finep em banco deve levar de<br />

dois a quatro anos.<br />

De acordo com André Amaral<br />

de Araújo, chefe do departamento<br />

de planejamento orçamentário<br />

da Finep, dentro de 15<br />

dias, uma consultoria especializada<br />

no setor bancário será<br />

contratada para ajudar na elaboração<br />

do documento, que<br />

conterá orientações a respeito<br />

do que seria necessário, do<br />

ponto de vista econômico, jurídico<br />

e institucional, para finalmente<br />

transformar a financiadora<br />

em um banco. No momento,<br />

o Centro de Gestão de Estudos<br />

Estratégicos (CGEE), do<br />

MCT, está conduzindo a licitação<br />

que resultará na seleção da<br />

consultoria. A empresa escolhida<br />

terá 60 dias para apresentar<br />

um estudo sobre o assunto.<br />

Araújo diz que o pano de fundo<br />

para esse movimento é a intenção<br />

do governo de ampliar<br />

significativamente o apoio aos<br />

investimentos privados em inovação.<br />

“Os países desenvolvidos<br />

investem cerca de 3% de seu<br />

Produto Interno Bruto (PIB) em<br />

ciência e inovação. No <strong>Brasil</strong>,<br />

essa relação é de 1,1% (dado de<br />

2009), sendo que apenas pouco<br />

mais da metade desse recurso<br />

advém do setor privado. No exterior,<br />

há países em que 80%<br />

dos gastos com inovação e pesquisa<br />

são feitos pelas empresas.<br />

Estamos muito aquém do que<br />

seria um padrão internacional”.<br />

Ele explica que o fato de a Finep<br />

não ser uma instituição financeira<br />

formal, sem a supervisão<br />

do Banco Central (BC), cria<br />

dificuldades, principalmente no<br />

que diz respeito à captação de recursos.<br />

“Algumas fontes, por<br />

seus estatutos, exigem que os recursos<br />

sejam repassados por<br />

João Luiz Ribeiro/Finep<br />

André Amaral<br />

de Araújo<br />

Chefe do<br />

departamento<br />

de planejamento<br />

orçamentário<br />

da Finep<br />

“Algumas fontes, por seus<br />

estatutos, exigem que os<br />

recursos sejam repassados<br />

por meio de instituições<br />

financeiras. Elas começaram<br />

a contestar, há alguns anos,<br />

a natureza da atividade e<br />

o reconhecimento da Finep”<br />

Roberto Nicolsky, diretor-geral<br />

da Protec, afirma que falta<br />

de políticas claras de incentivo<br />

pode levar a apagão tecnológico<br />

meio de instituições financeiras.<br />

Elas começaram a contestar, há<br />

alguns anos, a natureza da atividade<br />

e o reconhecimento da Finep”,<br />

afirma. Hoje, os recursos<br />

da entidade são oriundos principalmente<br />

do Fundo Nacional de<br />

Desenvolvimento Científico e<br />

Tecnológico, do qual a Finep é a<br />

secretaria-executiva, e ela ainda<br />

tem autorização para captar recursos<br />

internacionais de agências<br />

multilaterais, como Banco<br />

Interamericano de Desenvolvimento<br />

e o Banco Mundial.<br />

Segundo Araújo, esse projeto<br />

levanta diversas questões sobre<br />

o papel da Finep, e todas precisam<br />

ser devidamente esclareci-<br />

das. De acordo com ele, Glauco<br />

Arbix, atual presidente da entidade,<br />

está bastante empenhado<br />

em resolver esse impasse.<br />

Entre os pontos em discussão<br />

está a adequação da empresa à<br />

supervisão do Banco Central e a<br />

necessidade de ampliar seu<br />

porte para que ela possa assumir<br />

o desafio tecnológico do<br />

país. “As empresas brasileiras<br />

gastam anualmente em torno<br />

de R$ 20 bilhões para financiar<br />

suas atividades de inovação,<br />

pesquisa, e desenvolvimento.<br />

No ano passado, a Finep destinou<br />

cerca de R$ 2 bilhões a empresas.<br />

Ou seja, somente 10%<br />

do que elas investem”, diz. ■<br />

Isabela Kassow/O Dia<br />

PEQUENA FATIA<br />

R$ 20 bi<br />

foi o investimento estimado das<br />

empresas brasileiras em pesquisa,<br />

inovação e desenvolvimento.<br />

A Finep financiou apenas 10%<br />

deste total, cerca de R$ 2 bilhões.<br />

ABAIXO DA MÉDIA<br />

3%<br />

do PIB é o percentual médio do<br />

investimento em inovação nos<br />

países desenvolvidos. No <strong>Brasil</strong>,<br />

segundo dados de 2009, foi aplicado<br />

na área o equivalente a 1,1% do PIB.


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Quinta-feira, 26 de maio, 2011 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> 9<br />

Déficit tecnológico brasileiro chegará<br />

a US$ 100 bi em 2011, prevê Protec<br />

Segundo entidade de apoio<br />

à inovação, diferença está<br />

aumentando desde 2004<br />

O déficit tecnológico brasileiro<br />

deve chegar a US$ 100 bilhões<br />

neste ano, superando o resultado<br />

negativo de US$ 84,9 bilhões<br />

registrado no ano passado. Elaborado<br />

pela Sociedade <strong>Brasil</strong>eira<br />

Pró-Inovação Tecnológica (Protec),<br />

o levantamento mostra o<br />

saldo das trocas comerciais entre<br />

o <strong>Brasil</strong> e outros países envolvendo<br />

apenas produtos de alta e<br />

média tecnologias, conforme<br />

classificação da Organização<br />

para a Cooperação e Desenvolvimento<br />

<strong>Econômico</strong> (OCDE). O<br />

indicador inclui ainda serviços<br />

tecnológicos, como licenciamento<br />

de patentes e locação de<br />

equipamentos tecnológicos.<br />

De acordo com Roberto Nicolsky,<br />

diretor geral da Protec,<br />

o déficit tecnológico nacional<br />

atingiu seu menor patamar em<br />

2003, quando caiu para US$ 13<br />

bilhões, mas tem crescido desde<br />

2004. Segundo ele, o indicador<br />

mostra como a valorização do<br />

Para entidade,<br />

política clara<br />

de inovação é<br />

a única forma<br />

de promover<br />

pesquisa e<br />

desenvolvimento<br />

dentro das<br />

empresas<br />

real, a manutenção da taxa de<br />

juros básica em patamares elevados<br />

e a pesada carga tributária<br />

do país afetam o setor produtivo<br />

no que diz respeito ao<br />

desenvolvimento tecnológico.<br />

Inovação ausente<br />

Para Nicolsky, existe um antídoto<br />

aos efeitos danosos que a política<br />

econômica causa sobre desenvolvimento<br />

tecnológico da indústria<br />

nacional. “Uma política de inovação<br />

absolutamente ativa, que<br />

desse suporte para que o país e sua<br />

indústria inovassem em grande<br />

escala”, afirma, acrescentando<br />

que isso ainda não existe no país.<br />

“O que temos é uma política antitecnológica.<br />

Há 10 anos tentamos<br />

criar um sistema de inovação e<br />

não conseguimos nada”.<br />

Nicolsky sustenta ainda que o<br />

Fundo Nacional de Desenvolvimento<br />

Científico e Tecnológico<br />

(FNDCT), administrado pela Financiadora<br />

de Estudos e Projetos<br />

(Finep), é um exemplo de<br />

como as ações voltadas ao desenvolvimento<br />

tecnológico no<br />

país são equivocadas. “Foram<br />

recolhidos cerca de R$ 3 bilhões<br />

em 2010, e apenas 18% desse<br />

valor foi repassado para a indústria”,<br />

afirma. “O restante<br />

teve duas destinações: foi usado<br />

pelo governo ou foi repassado<br />

para universidades e centros de<br />

pesquisa. Isso não é um fomento<br />

real. Inovação ocorre nas empresas,<br />

não na academia”, diz o<br />

diretor da Protec.<br />

De acordo com André Amaral<br />

de Araújo, chefe do departamento<br />

de planejamento orçamentário<br />

da Finep, a distorção de<br />

fato existe. Segundo ele, a arrecadação<br />

do FNDCT nos últimos<br />

10 anos foi de aproximadamente<br />

R$ 23 bilhões, dos quais R$ 12 bilhões<br />

foram desvinculados pelo<br />

governo federal. Ou seja, deixaram<br />

de ser usados para o fim previsto<br />

e foram aproveitados em<br />

outras frentes. No final, apenas<br />

R$ 3,5 bilhões foram destinados<br />

a empresas ou como subvenção<br />

econômica, crédito e investimento.<br />

Segundo ele, a transformação<br />

da Finep em um banco<br />

visa, entre outras coisas, corrigir<br />

esse problema. ■J.P.F.<br />

DIFERENÇA<br />

US$ 84,9 bi<br />

foi o tamanho do déficit<br />

tecnológico do país em 2010,<br />

segundo a Protec. Valor<br />

indica a diferença entre<br />

importação e e exportação<br />

de produtos tecnológicos.<br />

BAIXO RETORNO<br />

R$ 23 bi<br />

foi quanto o FNDCT<br />

arrecadou em 10 anos,<br />

segundo a Finep. Deste total,<br />

somente R$ 3,5 bilhões foram<br />

destinados a empresas.


10 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> Quinta-feira, 26 de maio, 2011<br />

BRASIL<br />

Editora: Elaine Cotta ecotta@brasileconomico.com.br<br />

Subeditora: Ivone Portes iportes@brasileconomico.com.br<br />

Código Florestal:<br />

tensão da Câmara<br />

chega ao Senado<br />

Racha na base aliada do governo continua e tendência é que<br />

texto sofra mais modificações antes de ser votado novamente<br />

Pedro Venceslau<br />

e Ruy Barata Neto<br />

redacao@brasileconomico.com.br<br />

A novela do Código Florestal<br />

mudou de cenário, mas ainda<br />

está muito longe de terminar.<br />

Depois da votação na Câmara,<br />

que terminou com vitória dos<br />

ruralistas, derrota do governo e<br />

racha na base aliada, a polêmica<br />

foi transferida para o Senado,<br />

onde deve permanecer por mais<br />

alguns meses. E lá o racha entre<br />

as bancadas do PT e PMDB em<br />

torno do Código ameaça se repetir.<br />

A partir de agora, existem<br />

dois caminhos possíveis até o<br />

desfecho do projeto relatado pelo<br />

deputado Aldo Rebelo (PCdoB-<br />

SP): um curto e outro longo. No<br />

primeiro cenário, idealizado pelos<br />

ruralistas, o colégio de líderes<br />

entra em acordo e o projeto pula<br />

o trâmite tradicional de três comissões<br />

— CCJ, Meio Ambiente e<br />

Agricultura — antes de ir ao Plenário.<br />

Se isso acontecer e os senadores<br />

não apresentarem nenhuma<br />

mudança ao texto original,<br />

o projeto vai direto para sanção<br />

ou veto presidencial.<br />

Nesse caso, o Planalto já sinalizou<br />

que vetará alguns itens<br />

do texto, como a anistia aos<br />

desmatadores. “Nossa posição<br />

no Senado será a mesma da Câmara:<br />

vamos votar o texto do<br />

Aldo Rebelo sem mudanças”,<br />

afirma o senador José Agripino<br />

(RN), presidente do DEM, partido<br />

que está na linha de frente<br />

dos ruralistas.<br />

No segundo cenário — e mais<br />

provável —, o projeto terá que<br />

passar pelas três comissões,<br />

onde sofrerá diversas mudanças<br />

até chegar ao formato preferido<br />

do governo. “Vamos tentar restaurar<br />

a proposta original do<br />

governo, sem a anistia (aos desmatadores).<br />

A tendência é de<br />

que a tramitação seja normal.<br />

Só há aceleração do processo<br />

quando existe consenso”, explica<br />

o senador Humberto Costa<br />

(PT-PE), líder do PT no Senado.<br />

Prevendo que o processo será<br />

longo, o líder do governo no Se-<br />

“Tenho bom trânsito e<br />

muita gente defende<br />

o meu nome para<br />

a relatoria (do projeto<br />

do Código Florestal).<br />

Mas ainda não decidi<br />

Rodrigo Rollemberg,<br />

senador do PSB-DF<br />

nado, Romero Jucá (PMDB-RR),<br />

disse ontem que solicitará à presidente<br />

Dilma Rousseff a prorrogação<br />

da entrada em vigor do<br />

decreto que pune com multa os<br />

fazendeiros que não estão cumprindo<br />

a lei ambiental. O prazo<br />

para que o decreto entre em vigor<br />

é o dia 11 de junho. Os ruralistas<br />

esperam que o novo Código<br />

Florestal alivie as punições.<br />

Preferido pelo PMDB para ser<br />

o principal relator do projeto, o<br />

senador e ex-governador Luiz<br />

Henrique (PMDB-SC) enfrenta<br />

resistência do Palácio do Planalto<br />

por sua relação histórica com o<br />

agronegócio. O nome mais cotado<br />

é o senador Rodrigo Rollemberg<br />

(PSB-DF), que preside a<br />

Comissão de Meio Ambiente da<br />

casa. “Como presidente da Comissão,<br />

eu posso escolher quem<br />

será o relator ou eu mesmo fazer<br />

a relatoria. Tenho bom trânsito e<br />

muita gente tem defendido o<br />

meu nome, mas ainda não decidi”,<br />

diz Rollemberg. “A princípio,<br />

a ideia é que o relator seja o<br />

Luiz Henrique. Não sei qual é a<br />

preferência do governo, mas o<br />

Congresso é livre para fazer essa<br />

escolha”, rebate o presidente em<br />

exercício do PMDB, senador Valdir<br />

Raupp (PMDB-RO). Na contramão<br />

do governo, Luiz Henrique<br />

não abre mão de defender a<br />

autonomia dos estados na legislação<br />

ambiental.<br />

Clima ruim<br />

As bancadas do PT e do PMDB<br />

na Câmara dedicaram boa parte<br />

do dia de ontem para discutir a<br />

relação entre si e internamente.<br />

Além de escancarar a fragilidade<br />

da base governista (veja matéria<br />

ao lado), a votação — que<br />

terminou com placar de 273 a<br />

182 e misturou parlamentares<br />

de todos os espectros dos dois<br />

lados — do próprio PT não chegou<br />

a um consenso.<br />

Os ambientalistas lamentaram<br />

a derrota de ontem e dizem<br />

estar confiantes no veto<br />

de Dilma Rousseff aos pontos<br />

polêmicos. O atual Código Florestal<br />

é de 1965. ■<br />

Rollemberg: presidente da Comissão<br />

de Meio Ambiente é o mais cotado<br />

para virar relator do projeto<br />

Desacordo com<br />

Avaliação de derrota do governo<br />

é relativizada por especialistas;<br />

veto presidencial é de alto risco.<br />

Ao bater de frente com o governo<br />

na votação do Código Florestal<br />

na Câmara dos Deputados<br />

e tirar do Palácio do Planalto<br />

a exclusividade de regulamentar<br />

o uso de APPs (áreas de<br />

preservação permanente), o<br />

PMDB demonstrou que quantidade<br />

não é sinônimo de qualidade<br />

na base aliada. Apesar de<br />

contar com um contingente<br />

maior de parlamentares ao seu<br />

lado do que seu antecessor, a<br />

presidente Dilma Rousseff tem<br />

encontrado dificuldades para<br />

conciliar interesses diante de<br />

um leque tão amplo de partidos.<br />

Durante seu discurso na<br />

tribuna na noite de terça-feira,<br />

o líder do governo na Câmara,<br />

Cândido Vaccarezza (PT-SP),<br />

fez um desabafo: “Talvez esse<br />

seja o momento mais tenso da<br />

nossa legislatura”. Vale lembrar<br />

que o relator do polêmico projeto,<br />

Aldo Rebelo, do PCdoB,<br />

sempre foi leal ao governo e<br />

pertence a um partido que está


José Cruz/ABr<br />

na tropa de choque do Planalto<br />

desde 2003. “O Código Florestal<br />

extrapolou os limites da<br />

base aliada. Foi a base de cada<br />

um dos deputados que prevaleceu”,<br />

avalia o senador Valdir<br />

Raupp (PMDB-RO). Entre os<br />

governistas, o discurso predominante<br />

relativiza a derrota na<br />

Câmara. “É difícil avaliar se fomos<br />

derrotados”, diz o senador<br />

Humberto Costa (PT-PE).<br />

O cientista político Claudio<br />

Couto, professor da Fundação<br />

Getúlio Vargas (FGV), diz que a<br />

aprovação do Código não pode<br />

Itamar Franco faz tratamento em SP<br />

O ex-presidente Itamar Franco, que atualmente ocupa uma vaga<br />

de senador pelo PPS de Minas Gerais, está internado em São Paulo<br />

para tratamento de uma leucemia. O boletim do hospital Albert<br />

Einstein informa que a doença foi diagnosticada em estágio inicial<br />

e que Itamar, que comandou o país entre 1992 e 1995, foi internado<br />

no último sábado e está se sentindo bem. Por recomendação<br />

médica, ele se licenciou do Senado por 30 dias.<br />

ser avaliada como uma derrota<br />

do governo, pelo menos de forma<br />

generalizada, uma vez que a<br />

base aliada deverá continuar fiel<br />

apesar do conflito. “A questão é<br />

muito menos de derrota e mais<br />

de um embate pontual frente a<br />

um interesse muito forte da ala<br />

majoritária dos partidos da base<br />

aliada”, avalia Couto.<br />

Veto<br />

Caso o texto passe pelo Senado,<br />

espera-se o veto presidencial<br />

aos pontos do texto que desagradaram<br />

ao governo. Mas Cou-<br />

to não confia que a decisão de<br />

fato acontecerá. “O ônus de um<br />

veto seria muito caro para Dilma”,<br />

diz Couto. O risco seria o<br />

de transformar o conflito específico<br />

em uma crise maior de<br />

enfraquecimento da sustentação<br />

do governo no parlamento.<br />

“Os partidos conservadores da<br />

base aliada representam mais de<br />

<strong>40</strong>% do Congresso, os de esquerda<br />

não mais do que 30%.<br />

Diante de um veto, restaria a<br />

Dilma o apoio desses 30% fora o<br />

PCdoB, que sempre manteve<br />

apoio ao seu relator Aldo Rebe-<br />

Quinta-feira, 26 de maio, 2011 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> 11<br />

base aliada pode ser apenas pontual<br />

Os partidos<br />

conservadores<br />

da base aliada<br />

representam mais<br />

de <strong>40</strong>% do Congresso<br />

e os de esquerda não<br />

mais do que 30%.<br />

Com veto, Dilma teria<br />

o apoio do menor<br />

grupo, sem o PCdoB<br />

Marcello Casal Jr/ABr<br />

ZONA DE CONFLITO<br />

● Governo quer derrubar<br />

emenda do PMDB que anistia<br />

desmatamentos em APPs até<br />

julho de 2008.<br />

● Executivo não aceita artigo<br />

do Código que delega a gestão<br />

do Programa de Regularização<br />

Ambiental (PRA) aos estados.<br />

● A autorização, no texto de<br />

Aldo Rebelo, para o plantio de<br />

cana também em morros e<br />

encostas (definidos como APPs)<br />

enfrenta resistência do governo.<br />

lo”. Além disso, o governo também<br />

correria o risco de ver o<br />

veto presidencial ser derrubado<br />

pela Câmara, algo que é muito<br />

raro no <strong>Brasil</strong>.<br />

Apesar da coalizão do governo<br />

atual ser maior numericamente<br />

quando comparada à<br />

gestão Lula, Dilma não enfrentaria<br />

problemas na conciliação<br />

dos múltiplos interesses de seus<br />

aliados. Segundo Couto, a questão<br />

do Código já era um tema<br />

difícil, postergado por Lula, e<br />

que apenas “caiu no colo” da<br />

atual presidente. ■ R.B.N. e P.V.


12 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> Quinta-feira, 26 de maio, 2011<br />

BRASIL<br />

SONDAGEM<br />

Consumidor brasileiro tem menor<br />

confiança desde início de 2010<br />

A confiança do consumidor brasileiro diminuiu em maio pelo terceiro mês<br />

seguido e atingiu o menor patamar desde janeiro de 2010, mostrou uma<br />

pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV). O índice recuou 2,4% sobre<br />

abril, para 115,4 pontos. A proporção de consumidores que avaliam a<br />

situação econômica local no momento como boa caiu de 29,2% para<br />

25,8%. Já a parcela daqueles que a julgam ruim subiu de 21,2% para 21,8%.<br />

Agência de fomento atrai R$ 750 mi<br />

Com os investimentos, cidade deve alcançar posto de mais novo centro de desenvolvimento tecnológico do<br />

Ricardo Rego Monteiro<br />

rmonteiro@brasileconomico.com.br<br />

Na esteira de um processo de revitalização<br />

que alcançará o ápice<br />

nos Jogos Olímpicos de 2016,<br />

o Rio de Janeiro já contabiliza os<br />

primeiros resultados no resgate<br />

da vocação da cidade como um<br />

polo latino-americano de negócios.<br />

Diagnosticada pelo Rio<br />

Negócios, uma agência de atração<br />

de investimentos fundada<br />

há exatamente um ano na capital<br />

fluminense, a nova realidade<br />

se traduz por um potencial de<br />

investimentos de R$ 750 milhões<br />

nos próximos cinco anos.<br />

Tal volume de recursos, conta-<br />

biliza a agência, já leva a cidade<br />

ao posto de mais novo centro de<br />

desenvolvimento tecnológico<br />

do país, com foco principalmente<br />

na área petrolífera.<br />

Responsável direta pela atração<br />

desses recursos nos últimos<br />

12 meses, a agência Rio Negócios<br />

comemorou ontem, com<br />

um coquetel no Palácio da Cidade,<br />

no Rio, o primeiro ano de<br />

uma atividade traduzida pelo<br />

empresário Olavo Monteiro de<br />

Carvalho, presidente do Conselho<br />

da agência, como uma bemsucedida<br />

PPP (Parceria Público-Privada).<br />

Para o empresário,<br />

o mais importante é que os frutos<br />

da parceria serão colhidos<br />

Divulgação<br />

por toda sociedade, mesmo depois<br />

dos dois grandes eventos<br />

dos próximos cinco anos — além<br />

dos Jogos Olímpicos, a Copa do<br />

Mundo de 2014.<br />

Tanto o empresário quanto o<br />

diretor executivo da agência,<br />

Marcelo Haddad, fazem questão<br />

de exaltar a superação de expectativas<br />

neste primeiro ano<br />

de atividade. “Neste primeiro<br />

ano, fomos procurados por 183<br />

empresas interessadas em investir<br />

no Rio de Janeiro”, revela<br />

Haddad. “Essas consultas resultaram<br />

em 125 projetos potenciais.<br />

Uma parte deles encontra-se<br />

em andamento, enquantoaoutratemumprazodema<br />

SUPERMERCADOS<br />

Impulsionadas pela Páscoa, vendas crescem<br />

13,6% em abril sobre igual mês de 2010<br />

As vendas reais dos supermercados brasileiros cresceram 13,6% em<br />

abril na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo dados<br />

da Associação <strong>Brasil</strong>eira de Supermercados (Abras). “O excepcional<br />

resultado das vendas de abril em relação ao mesmo mês do ano anterior<br />

deveu-se à Páscoa, que em 2010 caiu em março”, afirmou o presidente da<br />

Abras, Sussumu Honda. Em relação a março deste ano, a alta foi de 7,17%.<br />

Infraestrutura e<br />

oferta imobiliária<br />

abaixo da demanda,<br />

no entanto, são<br />

alguns dos gargalos<br />

para que o Rio<br />

atraia mais recursos<br />

turidade mais longo. Nossa expectativa,<br />

quando começamos,<br />

era alcançar um volume de negócios<br />

de R$ 600 milhões no<br />

biênio 2010/2011, mas atingimos<br />

um montante de R$ 750<br />

milhões, que superou as estimativas.<br />

Por isso mesmo, a tendência<br />

é que nossa previsão para<br />

o período 2011/2012 seja mais<br />

ambiciosa.”<br />

Além de todos os mais óbvios<br />

predicados da cidade, como beleza<br />

natural e qualidade de vida,<br />

Olavo Monteiro de Carvalho cita<br />

o potencial difusor do Rio. O<br />

que acontece na cidade, justifica<br />

o empresário, reverbera em<br />

toda América Latina, tanto do


TRABALHO<br />

Desemprego recua em abril nas seis maiores<br />

regiões metropolitanas do país e no DF<br />

A taxa de desemprego nas seis maiores regiões metropolitanas do país<br />

e no Distrito Federal caiu em abril deste ano sobre igual mês de 2010,<br />

ao passar de 13,3% para 11,1%. Já em relação a março último, quando<br />

estava em 11,2%, apontou estabilidade. Os dados são do Departamento<br />

Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e da<br />

Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Fundação Seade).<br />

Uanderson Fernandes/O Dia<br />

Revitalização da área<br />

portuária deve<br />

reequilibrar a correlação<br />

entre oferta e demanda<br />

de imóveis na cidade<br />

para o Rio<br />

país, com foco na área petrolífera<br />

ponto de vista cultural quanto<br />

econômico. Monteiro de Carvalho<br />

também faz questão de destacar<br />

não só a qualidade da mão<br />

de obra, mas também das instituições<br />

de ensino locais.<br />

Tanto o presidente do Conselho<br />

quanto Haddad sabem, no<br />

entanto, que a consolidação definitiva<br />

da cidade depende da<br />

superação de alguns obstáculos.<br />

Entre os quais, a infraestrutura e<br />

a oferta imobiliária abaixo da<br />

demanda gerada pelos negócios.<br />

A escassez de salas comerciais,<br />

como mesmo admite Haddad,<br />

tem provocado um incômodo<br />

processo inflacionário nos valores<br />

de aluguéis e compra, iden-<br />

REVITALIZAÇÃO DO RIO<br />

● Projeto Porto Maravilha,<br />

de revitalização da zona<br />

portuária, deve elevar oferta<br />

de imóveis equivalente<br />

a um bairro de Copacabana.<br />

● A partir da revitalização<br />

da zona portuária, será<br />

possível deflagrar, em um<br />

segundo momento, projeto<br />

de recuperação dos canteiros<br />

de fábricas abandonados<br />

no subúrbio.<br />

● Ampliação do Metrô até<br />

a Barra da Tijuca e obras em<br />

torno da zona portuária devem<br />

ser concluídas até 2016.<br />

tificado pelos próprios empresários<br />

como um obstáculo para<br />

os investimentos.<br />

Para o diretor executivo do<br />

Rio Negócios, no entanto, esse é<br />

um problema que tem data e<br />

hora para acabar. Mais especificamente<br />

em duas etapas: em<br />

2013, com os primeiros resultados<br />

da revitalização da Zona<br />

Portuária, e, em 2016, para<br />

quando está prevista a expansão<br />

do transporte metroviário da cidade.<br />

“O projeto Porto Maravilha,<br />

de revitalização da zona<br />

portuária, vai gerar um aumento<br />

da oferta de imóveis equivalente<br />

a um bairro de Copacabana<br />

inteiro”, diz Haddad. ■<br />

Marcela Beltrão<br />

Ivone Portes<br />

iportes@brasileconômico.com.br<br />

A Medida Provisória (MP) 517,<br />

batizada de “MP Ornitorrinco”<br />

ou “Frankenstein”, foi aprovada<br />

ontem pelo plenário da Câmara<br />

dos Deputados. Publicada no<br />

dia 30 de dezembro do ano passado,<br />

ela reúne mais de 50 artigos<br />

que tratam de temas variados,<br />

que vão desde a prorrogação<br />

dos encargos cobrados sobre<br />

a conta de luz, até facilidades<br />

fiscais para áreas consideradas<br />

estratégicas pelo governo,<br />

como a de infraestrutura, além<br />

de instituir o Regime Especial<br />

de Incentivos para o Desenvolvimento<br />

de Usinas Nucleares<br />

(Renuclear). Originalmente, ela<br />

tratava de oito assuntos e tinha<br />

22 artigos — hoje, são 52.<br />

Partidos de oposição, como<br />

PSDB e DEM, votaram contra a<br />

proposta. O líder do PSDB, deputado<br />

Duarte Nogueira (SP),<br />

criticou a inclusão de diversos<br />

dispositivos que aumentam o<br />

impacto financeiro da MP e disse<br />

que é impossível, do ponto de<br />

vista legislativo, atender os requisitos<br />

constitucionais de relevância<br />

e urgência. “A proposta é<br />

uma árvore de natal, cheia de<br />

penduricalhos”, disse o deputado,<br />

ao afirmar que o texto dispõe<br />

sobre diversos assuntos que<br />

não atendem aos pressupostos<br />

de relevância e urgência exigidos<br />

pela Constituição para a<br />

edição de medidas provisórias.<br />

Com a aprovação da MP 517,<br />

a cobrança da Reserva Global de<br />

Reversão (RGR), que deveria ter<br />

acabado em janeiro de 2011,<br />

será estendida por mais 25 anos.<br />

A RGR é um encargo que incide<br />

sobre a conta de luz de todos os<br />

consumidores de energia elétricaerendecercadeR$2bilhões<br />

por ano ao governo. A<br />

reserva foi criada em 1957 para<br />

bancar a devolução ao Poder<br />

Público do patrimônio das empresas<br />

de energia concedidas à<br />

iniciativa privada. É também<br />

um dos financiadores do Programa<br />

Luz para Todos.<br />

CONSUMO<br />

Quinta-feira, 26 de maio, 2011 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> 13<br />

Gastos de brasileiros no exterior<br />

aumentam 58% em um ano<br />

Os gastos de brasileiros em viagens ao exterior em abril deste ano subiram<br />

58,1% sobre igual mês de 2010, para US$ 1,943 bilhão, segundo o Banco<br />

Central. Nos quatro primeiros meses deste ano, essas despesas chegam<br />

US$ 6,667 bilhões, 45,1% mais que em relação ao mesmo período do ano<br />

anterior. Os gastos avançaram mesmo com o Imposto sobre Operações<br />

Financeiras (IOF) maior para as compras com cartão de crédito no exterior.<br />

Câmara aprova a MP<br />

que aborda de energia<br />

a letras financeiras<br />

Medida Provisória 517 prevê, entre várias coisas, prorrogar por 25 anos<br />

encargo cobrado na conta de luz, que custa R$ 2 bi por ano ao consumidor<br />

A MEDIDA PROVISÓRIA<br />

Outros pontos polêmicos<br />

da MP 517<br />

Mudanças na Lei das S.A.<br />

Mudanças na Lei do Gás<br />

Novas regras para lançamento e impostos<br />

sobre debêntures e letras financeiras<br />

Nova regulamentação para compensação<br />

de precatórios<br />

Novas definições sobre a dimensão do<br />

seringal Triunfo, no Amapá, abrindo<br />

caminho para a construção da hidrelétrica<br />

de Cachoeira Caldeirão<br />

Desoneração tributária, principalmente<br />

com isenção de IPI, PIS-Cofins e Imposto<br />

de Renda, para alguns segmentos<br />

De acordo com a Eletrobras,<br />

que gerencia os recursos do<br />

RGR, eles são usados para projetos<br />

de universalização dos serviços<br />

de energia elétrica. Além<br />

do Luz para Todos, destina-se<br />

ao Programa Nacional de Conservação<br />

de Energia Elétrica<br />

(Procel) e a obras de expansão<br />

do sistema elétrico, como a revitalização<br />

de parques térmicos<br />

e a aquisição de equipamentos<br />

para subestações.<br />

Entre os incentivos tributários<br />

previstos na 517 está a redução<br />

para zero da alíquota do Imposto<br />

de Renda sobre rendimento<br />

de títulos privados de longo<br />

prazo, emitidos por empresas<br />

não financeiras, pagos a beneficiário<br />

residente no exterior. A<br />

MP também reduz a zero a alíquota<br />

do IR sobre os rendimentos<br />

recebidos por pessoa física<br />

com debêntures emitidas por<br />

sociedades constituídas para<br />

realizar investimentos em infraestrutura.<br />

No caso de pessoa<br />

jurídica tributada com base no<br />

lucro real, isenta ou optante pelo<br />

Simples, a alíquota será de 15%.<br />

A MP ainda precisa passar<br />

pelo Senado e ir à sanção presidencial<br />

antes de 1º de junho,<br />

quando expira. ■ Com agências


14 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> Quinta-feira, 26 de maio, 2011<br />

ENCONTRO DE CONTAS<br />

LURDETE ERTEL<br />

Vitrinas<br />

no sangue<br />

O clã cearense Jereissati<br />

embalou a pleno vapor<br />

na expansão do mercado<br />

de shopping no <strong>Brasil</strong>.<br />

A exemplo da Iesc<br />

(Iguatemi), comandada por<br />

seu irmão, o ex-senador<br />

Tasso Jereissati também<br />

prolifera no país novos<br />

empreendimentos de<br />

sua empresa, o Grupo<br />

Jereissati Nordeste.<br />

Depois de assumir as<br />

obras de um shopping em<br />

Campo Grande (MS) que<br />

inicialmente seria da rede<br />

Iguatemi, Tasso prepara<br />

agora o lançamento de<br />

um projeto em Belém (PA).<br />

Localizado perto do<br />

estádio Mangueirão,<br />

terá nome idêntico<br />

ao empreendimento<br />

sul-mato-grossense: ambos<br />

se chamarão Shopping<br />

Bosque dos Ipês.<br />

Os Jereissaiti se dividiram<br />

quando a Iesc, pilotada<br />

por Carlos Francisco<br />

Jereissati, ingressou na<br />

bolsa. A empresa ficou<br />

com a bandeira Iguatemi.<br />

Puxado<br />

O grupo Gerdau concluiu a<br />

compra do terreno da antiga<br />

fábrica da Philips no bairro<br />

do Curado, no Recife (PE).<br />

A planta estava desocupada<br />

desde novembro do ano passado,<br />

quando a Philips desativou<br />

sua produção de lâmpadas<br />

automotivas no local e encerrou<br />

este tipo de atividade no <strong>Brasil</strong>.<br />

O conglomerado siderúrgico<br />

gaúcho pretende usar a área para<br />

fazer uma expansão da fábrica<br />

da Açonorte, da qual é dono.<br />

Start<br />

A Positivo deve começar a<br />

vender em junho na Argentina<br />

os primeiros computadores<br />

e placas-mãe produzidos<br />

na sua nova fábrica na<br />

província de Terra do Fogo.<br />

Além de abastecer o varejo<br />

argentino, a planta vai atender<br />

projetos de governo. O país já<br />

contratou a compra de 279 mil<br />

notebooks, que devem ser<br />

entregues ao longo deste ano.<br />

Galáxia no Mar Vermelho<br />

Enquanto o estúdio Paramount tenta<br />

administrar os atrasos no cronograma<br />

do esperado filme ‘Star Trek 2’, um<br />

grupo de investimentos acaba de<br />

anunciar a construção, na Jordânia,<br />

de um resort temático inspirado nas<br />

antológicas aventuras do Capitão Kirk.<br />

O complexo The Red Sea Astrarium (foto)<br />

▲<br />

Mugidos pacificados<br />

A Cow Parade, maior exposição urbana do mundo,<br />

retorna ao Rio de Janeiro no fim de setembro.<br />

A empresa Top Trends, idealizadora da Cowparade<br />

Inc. para o <strong>Brasil</strong>, autorizou a Boutique Business<br />

deverá reproduzir os cenários de Star Trek<br />

em um terreno de 184 acres (equivalente<br />

a 90 estádios do Maracanã), na cidade<br />

portuária de Aqaba, no Mar Vermelho.<br />

Para o empreendimento, o Grupo Rubicon<br />

firmou parceria com a Paramont e a CBS,<br />

que vão dar chancela ao parque temático.<br />

O projeto está orçado em US$ 1 bilhão e<br />

a iniciar a comercialização das vacas no território<br />

fluminense. Na edição 2011, a mostra vai chegar<br />

também às 18 UPP´s já pacificadas da cidade.<br />

Cada vaca vai custar R$ <strong>40</strong> mil.<br />

deve estar pronto em 2014. Antes de bater<br />

o martelo pelo Oriente Médio, a Rubicon<br />

Holdings chegou a cogitar instalar o parque<br />

nas dependências da Disney, na Flórida.<br />

O complexo será todo projetado<br />

para reproduzir a sensação de estar<br />

na Enterprise ou vivendo aventuras<br />

das Jornadas nas Estrelas.<br />

Puxado<br />

Reprodução<br />

A Calçados Piccadilly<br />

acaba de ganhar mais uma<br />

loja exclusiva no exterior.<br />

A marca desembarcou no<br />

Dolphin Mall, um dos maiores<br />

shoppings de Miami, nos EUA.<br />

É a única empresa brasileira<br />

com loja no empreendimento.<br />

Com a inauguração, os EUA se<br />

tornam o quinto país com pontos<br />

da marca, que já tem unidades<br />

na Venezuela (10 pontos),<br />

Peru, Kuwait (7) e Guadalupe.<br />

“Países como a<br />

Índia e o <strong>Brasil</strong>,<br />

na verdade, só<br />

estão crescendo<br />

graças à liderança<br />

de americanos<br />

e britânicos”<br />

Barack Obama, presidente dos EUA,<br />

em discurso no Parlamento inglês.


Migração<br />

A empresa de calçados Carmen<br />

Steffens, de Franca (SP),<br />

vai transferir parte de sua<br />

produção de sapatos femininos<br />

para o Rio Grande do Sul.<br />

A marca está terceirizando<br />

a fabricação em empresas<br />

do Vale do Sinos, tradicional<br />

polo calçadista gaúcho.<br />

O projeto começa com 2 mil pares<br />

por dia em algumas fábricas,<br />

devendo duplicar até 2012.<br />

Palmilha local<br />

Um dos efeitos da migração<br />

de parte da produção da<br />

Carmen Steffens para o Sul<br />

será a criação, em 2012, de<br />

uma nova marca de calçados,<br />

totalmente made in RS.<br />

Esta nova grife terá uma rede<br />

de lojas exclusivas, que deve<br />

arrancar com 50 unidades<br />

no país a partir do próximo ano.<br />

Vide bula<br />

Fotos: divulgação<br />

Em preparativos para estrear<br />

na bolsa de valores neste ano,<br />

a rede cearense de drogarias<br />

Pague Menos está esticando suas<br />

bulas no mercado da Região Sul.<br />

Para o segundo semestre, o<br />

grupo prepara a abertura de<br />

mais <strong>40</strong> lojas em cidades como<br />

Criciúma e Chapecó (SC), e<br />

Londrina (PR) e Caxias do Sul (RS).<br />

Com 430 farmácias no país,<br />

a Pague Menos trabalha para<br />

fazer sua oferta pública inicial<br />

(IPO) na bolsa em outubro.<br />

Produção completa<br />

A marca de roupas e acessórios femininos Planet Girls está<br />

expandindo seus negócios para o mercado de cosméticos.<br />

Dia 30, a grife abre as portas do primeiro quiosque da<br />

Planet Cosmetic, no Shopping Tatuapé, em São Paulo.<br />

Até o final de 2012 serão 25 novas unidades.<br />

A linha engloba produtos para o cabelo e para corpo, além de<br />

uma coleção completa de maquiagem focada no público jovem.<br />

Gabriel Bouys/AFP<br />

PEITO GENÉRICO<br />

MARCADO<br />

● O empresário<br />

Nizan Guanaes será<br />

nomeado Embaixador da<br />

Boa Vontade da Unesco<br />

pela diretora- geral Irina<br />

Bokova, em uma cerimônia<br />

na sede da Organização,<br />

amanhã, em Paris.<br />

Sob<br />

medida<br />

pra brincar<br />

Tablets como o iPad<br />

são objeto de desejo<br />

mais cobiçado<br />

da temporada, não<br />

apenas entre humanos.<br />

O equipamento virou<br />

fissura também entre<br />

os gatos: os bichanos<br />

ficam vidrados nos<br />

recursos interativos<br />

da tecnologia sensível<br />

ao toque, que parece<br />

ter sido desenvolvida<br />

sob medida para<br />

sua curiosidade.<br />

Empresas de software<br />

e também de ração<br />

para animais<br />

domésticos já estão<br />

explorando esta<br />

atração insólita: a<br />

Friskies, por exemplo,<br />

criou uma série<br />

de jogos de web<br />

pensados para a<br />

diversão de gatos.<br />

Os programas<br />

em HTML5 podem<br />

ser baixados<br />

gratuitamente,<br />

segundo a<br />

companhia, no site<br />

Games for Cats.<br />

Em tese, a tela<br />

do iPad não costuma<br />

ser arranhada ou<br />

danificada pelas<br />

unhas dos bichanos.<br />

A estrela dos reality shows americanos Kim<br />

Kardashian está processando os autores do álbum<br />

Terrace Martin & Devi Dev Present: The Sex EP, por<br />

usar indevidamente uma foto sua seminua na capa.<br />

A imagem, que mostra apenas o corpo de Kim com<br />

os seios nus, foi tirada em um ensaio para a revista W.<br />

Os responsáveis pelo CD se defenderam dizendo que<br />

não tinham ideia de que a foto era de Kardashian.<br />

“Não sabíamos que era ela, porque obviamente<br />

não conseguiríamos reconhecê-la pelos mamilos.”<br />

Quinta-feira, 26 de maio, 2011 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> 15<br />

encontrodecontas@brasileconomico.com.br<br />

GIRO RÁPIDO<br />

Beleza na passarela<br />

No dia 2 de junho, o<br />

Parque D. Pedro Shopping,<br />

em Campinas, realiza<br />

o Alameda Fashion Day.<br />

O evento, que vai apresentar<br />

as coleções Outono/Inverno<br />

das lojas do shopping, teve<br />

investimento de R$ 800 mil,<br />

e contará com a beleza dos<br />

atores Rodrigo Hilbert e<br />

Fernanda Vasconcellos.<br />

Cardápio londrino<br />

A rede de restaurantes Ping<br />

Pong, de Londres, se prepara<br />

para abrir as portas de sua<br />

segunda filial brasileira, no<br />

Shopping Morumbi, em São<br />

Paulo, no segundo semestre.<br />

Inglês no samba<br />

E será inaugurada, nesta<br />

semana, a primeira loja da<br />

marca inglesa Snog Pure<br />

Frozen Yogurt em terras<br />

brasileiras, no Leblon, no Rio.<br />

Notas ao ar livre<br />

O BMW Jazz Festival vai<br />

oferecer ao público um show<br />

extra do virtuoso saxofonista<br />

Joshua Redman, na abertura<br />

do show de Sharon Jones &<br />

The Dap Kings, no Parque do<br />

Ibirapuera, dia 12 de junho.<br />

Com Karen Busic<br />

kbusic@brasileconomico.com.br


16 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> Quinta-feira, 26 de maio, 2011<br />

INOVAÇÃO & SUSTENTABILIDADE<br />

SP ganha frota de<br />

ônibus a etanol<br />

Cidade é a segunda do mundo a ter veículos menos poluentes;<br />

objetivo é diminuir emissões e atender lei de mudanças climáticas<br />

Martha San Juan França<br />

mfranca@brasileconomico.com.br<br />

Os primeiros 50 ônibus movidos<br />

a etanol de São Paulo começam<br />

a circular em junho com a promessa<br />

de ajudar a melhorar o ar<br />

da cidade. Foi uma longa fase de<br />

testes, em que dois veículos cedidos<br />

pela fabricante Scania<br />

funcionaram em tráfego normal<br />

pelas ruas por três anos, demonstrando<br />

a viabilidade de sua<br />

utilização. Hoje, a frota, operada<br />

pela Viação Metropolitana,<br />

que deverá circular em linhas da<br />

zona sul da cidade, será apresentada<br />

oficialmente.<br />

Os ônibus ainda vão servir de<br />

vitrine dos esforços da cidade<br />

para reduzir as emissões de gases<br />

poluentes ao transportar os<br />

convidados do C-<strong>40</strong> (Climate<br />

Leadership Group), o encontro<br />

dos prefeitos das metrópoles<br />

mais povoadas do mundo, entre<br />

31demaioe2dejunho,emSão<br />

Paulo. A escolha da capital paulista<br />

para sediar o encontro se<br />

deveu principalmente aos programas<br />

de inspeção veicular e à<br />

lei municipal de mudanças climáticas,<br />

sancionada em 2009.<br />

O C-<strong>40</strong> visa à troca de experiências<br />

dos prefeitos da Rede<br />

C-<strong>40</strong>, associação destinada a<br />

discutir o papel das municipalidades<br />

no combate às mudanças<br />

climáticas. Além de São Paulo,<br />

apenas Estocolmo, não por<br />

coincidência, sede da Scania,<br />

incorporou o etanol à sua frota<br />

de ônibus. A meta da capital<br />

sueca é, até 2012, utilizar combustíveis<br />

renováveis em 50% de<br />

seu transporte público.<br />

Os testes em São Paulo comprovaram<br />

o desempenho e a<br />

confiabilidade do combustível<br />

além de uma redução em relação<br />

ao diesel de 80% nas emissões<br />

de dióxido de carbono,<br />

90% de materiais particulados,<br />

62% de óxido de nitrogênio e<br />

ausência de enxofre.<br />

<strong>Brasil</strong> e Suécia<br />

“Foram testes de demonstração<br />

porque nós já sabíamos que essa<br />

tecnologia funcionava e muito<br />

bem na Suécia”, afirmou a pesquisadora<br />

Silvia Velazquez, do<br />

Projeto Best (Bio Ethanol Sustainable<br />

Transport), ação idealizada<br />

pela União Europeia, com<br />

supervisão no <strong>Brasil</strong> do Centro<br />

Nacional de Referência em Biomassa<br />

(Cenbio), que propôs a<br />

utilização dos ônibus a etanol no<br />

<strong>Brasil</strong>. Ela conta que só foi necessário<br />

conseguir o apoio da<br />

Scania, que fabrica<br />

os chassis, acredita<br />

em aumento de<br />

vendas para que<br />

a cidade possa<br />

cumprir meta de só<br />

usar combustíveis<br />

renováveis até 2018<br />

prefeitura, do fabricante e da<br />

União da Indústria de Cana-de-<br />

Açúcar (Unica) para que a proposta<br />

se concretizasse.<br />

A Scania acredita tanto no<br />

projeto que decidiu produzir os<br />

chassis no <strong>Brasil</strong>. “A expectativa<br />

é aumentar o número de vendas<br />

pois acreditamos que a alternativa<br />

do etanol é a única comercialmente<br />

disponível para atender<br />

a demanda que a própria<br />

prefeitura estabeleceu para São<br />

Paulo”, diz Eduardo Monteiro,<br />

responsável por vendas de ônibus<br />

urbanos da empresa, referindo-se<br />

à meta de utilização de<br />

100% de combustíveis renováveis<br />

para o transporte coletivo<br />

na cidade até 2018.<br />

“A proposta é expandir o<br />

uso”, confirma Márcio Schettino,<br />

assessor ambiental da Secretaria<br />

Municipal de Transportes.<br />

Os ônibus são abastecidos<br />

de etanol com 5% de aditivo<br />

promovedor de ignição. O combustível<br />

será fornecido pela Raízen<br />

(Shell-Cosan) mediante um<br />

contrato com a prefeitura que<br />

garante o fornecimento por<br />

70% do preço do diesel.<br />

A prefeitura deve garantir<br />

recursos para o programa com<br />

as multas aplicadas àqueles<br />

que não tiverem feito a inspeção<br />

veicular. “Teremos a compensação<br />

na diminuição dos<br />

gastos com saúde pública causados<br />

pela poluição”, afirma<br />

Schettino. O plano, segundo<br />

Niège Chaves, presidente da<br />

Viação Metropolitana, é garantir<br />

o equilíbrio do preço para<br />

que a renovação da frota seja<br />

toda feita com veículos abastecidos<br />

a etanol. ■<br />

META PAULISTANA<br />

Diesel é obstáculo<br />

para a redução de<br />

gases do efeito estufa<br />

A Lei no. 14.933 de 2009, que<br />

institui a Política de Mudanças<br />

Climáticas no Município de São<br />

Paulo estabelece uma meta de<br />

redução de 30% das emissões de<br />

gases do efeito estufa para 2012<br />

em relação ao patamar expresso<br />

no inventário de 2005. Boa parte<br />

deve advir da redução de gases<br />

gerados pelos 6,55 milhões<br />

de veículos em circulação,<br />

principalmente do diesel, que<br />

mais libera partículas tóxicas.<br />

Um estudo da Faculdade de<br />

Medicina da USP sobre o impacto<br />

da fiscalização realizada em 2010<br />

nos veículos movidos a diesel, e<br />

apresentado na semana passada,<br />

mostrou que houve uma redução<br />

de 7% na quantidade de material<br />

particulado no ar, equivalente<br />

à retirada de circulação de quase<br />

20 mil caminhões. Essa melhoria<br />

ambiental, segundo o estudo,<br />

evitou 250 mortes e 298<br />

internações, o que significou uma<br />

economia de US$ 34 milhões.<br />

OUTRAS OPÇÕES EM ESTUDO<br />

SEXTA-FEIRA<br />

TECNOLOGIA<br />

SEGUNDA-FEIRA<br />

EDUCAÇÃO<br />

Encomendado pela Eletrobrás para atender a Copa e as Olimpíadas, a Itaipu<br />

Binacional desenvolve, com a participação de diversos parceiros, o primeiro<br />

ônibus elétrico híbrido plug-in, com motor a combustão movido a etanol,<br />

no <strong>Brasil</strong>. Um protótipo foi apresentado no ano passado durante a Reunião<br />

de Cúpula do Mercosul. A ideia é que ele seja usado em corredores de ônibus.<br />

Caio Coronel/Itaipu Binacional


TERÇA-FEIRA<br />

EMPREENDEDORISMO<br />

QUARTA-FEIRA<br />

GESTÃO<br />

Fotos: divulgação<br />

Liège Chaves, presidente da<br />

Viação Metropolitana: empresa<br />

será a primeira a operar com<br />

ônibus a etanol em linhas da<br />

zona sul de São Paulo<br />

Diante da facilidade de obtenção do gás na Petrobras, o governo do Rio<br />

optou por investir em um ônibus flex, movido a gás e diesel, que começa a<br />

ser testado com apoio da Coppe da Universidade Federal do Rio de Janeiro<br />

(UFRJ). O ônibus abastecido com 70% de gás natural veicular e 30% de<br />

diesel, deve emitir 20% menos dióxido de carbono que os convencionais.<br />

Quinta-feira, 26 de maio, 2011 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> 17<br />

É bom, cheira bem, não faz<br />

ruído; mas não é suficiente<br />

A notícia é auspiciosa, mas surpreende pelo atraso: desde pelo menos<br />

2006 se tem notícia dos grandes investimentos na produção brasileira<br />

do álcool combustível – que todos chamam de etanol, por conta das facilidades<br />

linguísticas que a palavra oferece nas negociações internacionais.<br />

Há dez anos, quem passeia por Estocolmo, na Suécia, pode sentir<br />

o cheirinho adocicado do vapor que sai dos ônibus movidos a esse<br />

combustível de origem vegetal e renovável, cujos motores produzem<br />

baixa quantidade de gases do efeito estufa e deixam no ar um ruído<br />

muito menos desagradável do que nossos coletivos movidos a diesel.<br />

A pergunta que não sossega é: por que tanto tempo assim para colocar<br />

em circulação as primeiras unidades desses veículos, e qual a<br />

razão da demora em transformar o sistema em padrão nas frotas das<br />

grandes cidades brasileiras? Talvez a resposta esteja muito distante<br />

dos laboratórios e dos campos de experimentação de motores. Provavelmente,<br />

a razão é a mesma que produziu um atraso de pelo menos<br />

vinte anos na adoção do diesel de melhor qualidade. Em 1993,<br />

todo o diesel consumido nos Estados Unidos apresentava emissões<br />

de enxofre iguais ou inferiores a 50 partes por milhão. Esse índice foi<br />

alcançado na Europa dois anos depois, enquanto o <strong>Brasil</strong> ainda convive<br />

com combustível que emite 2 mil ppm, (a quantidade de miligramas<br />

de enxofre emitido por quilo de combustível), embora esteja<br />

disponível o diesel e+10, mais limpo, desde o final de 2009.<br />

Os debates levaram a uma crise<br />

que tinha a Petrobras como ponto<br />

Não se trata apenas<br />

de modernizar<br />

o sistema de<br />

propulsão. É preciso<br />

romper o círculo<br />

histórico que<br />

construiu a<br />

prioridade para<br />

o transporte<br />

individual<br />

LUCIANO<br />

MARTINS<br />

COSTA<br />

Jornalista e escritor, consultor<br />

em estratégia e sustentabilidade<br />

central, entre 2008 e 2009, e que acabou<br />

por fazer a empresa ser excluída<br />

do Índice de Sustentabilidade Empresarial<br />

da Bovespa. Desde então,<br />

um termo de conduta foi ajustado entre<br />

a petroleira, os órgãos de defesa<br />

ambiental e outros protagonistas,<br />

como a indústria automobilística.<br />

Essa ainda é uma solução paliativa,<br />

pois o problema vai muito além da<br />

substância que é queimada no interior<br />

dos motores. Passa pela dificuldade<br />

de romper acertos econômicos e<br />

políticos entre jogadores poderosos.<br />

A própria escolha dos ônibus como<br />

eixo central dos sistemas de trans-<br />

portes é parte desse acerto, origem das dificuldades – que rapidamente<br />

evoluem para a impossibilidade – de transformar o modelo de transporte<br />

coletivo, por exemplo, com a implantação de grandes redes de metrô ou<br />

dos veículos leves movidos a eletricidade. O desafio se torna ainda mais<br />

complexo com a crescente deterioração das cidades, vítimas da falta de<br />

planejamento, acumulando grandes parcelas da população em bairrosdormitórios<br />

distantes dos lugares onde há oportunidades de renda.<br />

As carências são imensas, e mesmo assim é preciso celebrar a chegada<br />

do etanol como uma grande conquista. Nesse trajeto, pode-se imaginar<br />

os ônibus movidos a sistemas híbridos, cujos motores evoluem rapidamente<br />

nos centros de pesquisa. Mas não se pode perder de vista que<br />

não se trata apenas de modernizar o sistema de propulsão. É preciso<br />

romper o círculo histórico que construiu a prioridade para o transporte<br />

individual e encarar definitivamente a tarefa de colocar o transporte<br />

coletivo como parte de estratégias sustentáveis para nossas cidades. ■<br />

DECLARAÇÃO À PRAÇA<br />

Andrade e Lai Sociedade de Advogados, Rua Caramuru, 417 cj 82, Saúde,<br />

São Paulo - SP, CNPJ 12.626.955/0001-38 Comunica o extravio de<br />

folhas de Cheques do banco Bradesco de nº 000034 a 0000<strong>40</strong>.<br />

TERMINAIS PORTUÁRIOS DA PONTA DO FÉLIX S.A.<br />

CNPJ Nº 85.041.333/0001-11<br />

NIRE nº 41300014230<br />

ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA<br />

EDITAL DE CONVOCAÇÃO<br />

Ficam convidados os Senhores Acionistas da TERMINAIS PORTUÁRIOS DA PONTA DO FÉLIX<br />

S.A. (“Companhia”) a se reunir em Assembleia Geral Extraordinária, a ser realizada no dia 10 de<br />

junho de 2011, às 16:00 horas, na sede social da Companhia, situada na Rua Engenheiro Luiz<br />

<br />

sobre a seguinte ordem do dia: a) Analisar pedidos de renúncia às suas funções, de membros<br />

dos Conselhos de Administração e Fiscal; b) Apreciar proposta de destituição de membros dos<br />

Conselho de Administração e Fiscal. c) Eleger e dar posse aos novos membros do Conselho de<br />

Administração e do Conselho Fiscal, em substituição aos referidos nos itens ‘a’ e ‘b’ supra;<br />

d) Outros assuntos do interesse da Companhia. Antonina (PR), 16 de maio de 2011.Valdécio<br />

Antônio Bombonatto - Presidente do Conselho de Administração.


18 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> Quinta-feira, 26 de maio, 2011<br />

EMPRESAS<br />

Editora: Rita Karam rkaram@brasileconomico.com.br<br />

Subeditoras: Estela Silva esilva@brasileconomico.com.br<br />

Isabelle Moreira Lima ilima@brasileconomico.com.br<br />

Mendonça de Barros traz<br />

caminhão chinês ao <strong>Brasil</strong><br />

Ex-ministro importará da montadora Foton e planeja abrir linha de montagem no país<br />

Ana Paula Machado<br />

amachado@brasileconomico.com.br<br />

Após anos à frente de uma consultoria<br />

econômica, a Quest Investimentos,<br />

Luiz Carlos Mendonça<br />

de Barros está em uma<br />

nova empreitada. Alçado a posição<br />

de destaque na cena política<br />

e econômica do país quando foi<br />

um dos responsáveis pelo fomento<br />

à indústria nacional, no<br />

período que ocupou a cadeira da<br />

presidência no Banco Nacional<br />

de Desenvolvimento <strong>Econômico</strong><br />

e Social (BNDES), e no Ministério<br />

das Comunicações durante o governo<br />

Fernando Henrique Cardoso,<br />

Mendonça de Barros é o<br />

responsável pela entrada no <strong>Brasil</strong><br />

de uma marca de caminhões<br />

chineses, a Foton Aumark.<br />

O lançamento da nova empresa<br />

será feito em outubro deste<br />

ano durante o Salão Internacional<br />

do Transporte, em São<br />

Paulo, mas o empresário já traçou<br />

o plano de negócios para<br />

abocanhar uma fatia significativa<br />

de um dos mercados que<br />

mais cresce dentro do segmento<br />

de caminhões, o de veículos até<br />

de 3 a 9 toneladas, os chamados<br />

leves e semileves.<br />

“Vamos trazer primeiro caminhões<br />

urbanos, aqueles ideais<br />

para entregas dentro das cidades<br />

e que não entram dentro de<br />

rodízios municipais. Depois, o<br />

plano é partir para os veículos<br />

mais pesados”, diz Mendonça<br />

de Barros.<br />

No primeiro ano de vendas, a<br />

Foton Aumark do <strong>Brasil</strong> espera<br />

vender 6 mil caminhões. Para<br />

apresentar os veículos algumas<br />

unidades já estão em fase de<br />

testes com potenciais clientes.<br />

“A Foton é a maior montadora<br />

de caminhões da China.<br />

São caminhões que tem os<br />

mesmos fornecedores que as<br />

marcas que atuam aqui há mais<br />

tempo. Então, acredito que não<br />

será difícil convencer o cliente<br />

brasileiro de que é um caminhão<br />

bom”, ressalta.<br />

Mas, para ter sucesso nessa<br />

empreitada, não é somente a<br />

qualidade do caminhão que<br />

conta. Segundo o consultor automotivo,<br />

Ronaldo Rondinelli, a<br />

rede de distribuição e o pósvenda<br />

são questões importantes<br />

para o estabelecimento dos novos<br />

concorrentes no mercado<br />

brasileiro. “Quem está há mais<br />

“Estamos confiantes<br />

no sucesso da marca<br />

e já programamos<br />

construir uma fábrica<br />

no país até 2015<br />

Luiz Carlos Mendonça<br />

de Barros<br />

tempo no <strong>Brasil</strong> leva uma certa<br />

vantagem em relação à distribuição.<br />

As novas empresas que<br />

terão mais sucesso serão aquelas<br />

que tiverem uma rede bem estruturada”,<br />

diz Rondinelli.<br />

Concessionárias<br />

A Foton já traçou o seu plano de<br />

abertura de concessionárias da<br />

marca no <strong>Brasil</strong>. Neste ano serão<br />

instaladas seis revendas em São<br />

Paulo. Entre 2012 e 2015, 20 novos<br />

pontos de vendas serão<br />

abertos por ano.<br />

“Sabemos que temos que ter<br />

uma rede estruturada para conseguirmos<br />

ganhar mercado no<br />

<strong>Brasil</strong>. Vamos concorrer com<br />

empresas de peso, como Mercedes-Benz,<br />

Hyundai e Man, por<br />

isso temos que nos resguardar”,<br />

afirma Mendonça de Barros.<br />

As primeiras lojas Foton serão<br />

abertas com recursos próprios.<br />

“Depois faremos uma<br />

concorrência para definir os<br />

representantes da marca no<br />

<strong>Brasil</strong>. Além disso, teremos garantias<br />

e um pós-venda eficiente,<br />

pois, essa éamarcada<br />

Foton na China. Eles são bem<br />

rígidos na abertura de lojas”,<br />

afirma o empresário.<br />

Outro problema que a Foton<br />

tem que resolver é a questão do<br />

financiamento. No <strong>Brasil</strong>, a<br />

compra de caminhões é, em sua<br />

maioria, realizada por meio de<br />

uma linha de crédito do BNDES,<br />

que tem como premissa o índice<br />

de nacionalização de peças de<br />

60%. “Teremos um sistema de<br />

leasing e financiamentos por<br />

meio de fundos de recebíveis. Já<br />

estamos em negociação com<br />

dois bancos para realizar essas<br />

operações, enquanto não atingimos<br />

o teto do Finame”, diz.<br />

Mendonça de Barros informa<br />

que até 2015 a Foton Aumark fincará<br />

as estacas em solo brasileiro.<br />

“Os planos são de uma fábrica no<br />

<strong>Brasil</strong>. Estamos confiantes no<br />

sucesso da marca no país, pois, é<br />

um produto que o mercado<br />

quer”, afirma o empresário.<br />

O mercado consumidor é<br />

crescente. Segundo dados da<br />

Associação Nacional dos Fabricantes<br />

de Veículos Automotores<br />

(Anfavea), até abril foram comercializados<br />

cerca de 68 mil<br />

caminhões leves e semileves no<br />

país. No mesmo período de<br />

2010, foram vendidos cerca de<br />

55 mil unidades. ■<br />

Líder<br />

MONTADORA É A MAIOR<br />

FABRICANTE DA CHINA<br />

A Foton Motors China produziu<br />

no ano passado cerca de 700 mil<br />

unidades na China. É hoje<br />

a principal montadora de<br />

caminhões daquele país com um<br />

faturamento de US$ 26 bilhões<br />

em 2009. A marca emprega<br />

80 mil pessoas em 11 fábricas<br />

espalhadas pelo país da Grande<br />

Muralha. Desde 1996 até o ano<br />

passado, a Foton vendeu mais de<br />

3 milhões de veículos na China.<br />

“Eles se interessaram pelo<br />

mercado brasileiro e há três anos<br />

estamos negociando a entrada<br />

no <strong>Brasil</strong>. Os executivos da Foton<br />

nos procuraram e o acordo foi<br />

selado em março”, diz Luiz Carlos<br />

Mendonça de Barros, presidente<br />

da Foton Aumark <strong>Brasil</strong>. “Eles<br />

queriam entender o mercado. Na<br />

China não há grandes frotistas,<br />

os caminhoneiros são, geralmente<br />

os donos do caminhão.” A.P.M.<br />

Man já<br />

Montadora alemã desenvolveu<br />

um veículo especialmente<br />

para as operações militares<br />

A Man Latin America está aumentando<br />

a presença no Exército<br />

<strong>Brasil</strong>eiro. A montadora<br />

que desde 2007 vende caminhões<br />

adaptados para o órgão é<br />

hoje a segunda marca na frota<br />

militar. Este ano, serão entregues<br />

330 veículos e com isso<br />

totalizarão 600 caminhões Man<br />

no Exército.<br />

O presidente da montadora,<br />

Roberto Cortes, explicou que o<br />

caminhão que hoje roda na parte<br />

terrestre das forças armadas


Henrique Manreza<br />

foi desenvolvido pela empresa<br />

em conjunto com o órgão para<br />

operações de transporte de tropas<br />

e equipamentos em terrenos<br />

de difícil acesso.<br />

“O caminhão Woker foi homologado<br />

após alguns testes em<br />

campo. Agora, já somos a segunda<br />

frota na corporação”,<br />

disse Cortes. Até 2007, o Exército<br />

só comprava caminhões Mercedes-Benz.<br />

O projeto do caminhão militarizado<br />

da Man incluiu um ano<br />

de testes em campos de provas<br />

militares em todo o <strong>Brasil</strong>. Um<br />

protótipo rodou 34 mil quilômetros<br />

nas bases das cidades<br />

Petrobras precisa triplicar número de plataformas<br />

A avaliação foi feita ontem pelo presidente da estatal, José Sérgio<br />

Gabrielli, para que a estatal consiga dobrar a produção de gás e petróleo<br />

em 2020. O <strong>Brasil</strong> deve se tornar o terceiro maior produtor mundial<br />

de “petróleo novo” nos próximos anos e o primeiro entre países<br />

fora da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).<br />

“Vamos ter um grande desafio para adicionar capacidade”, disse<br />

Gabrielli, durante uma conferência. “A capacidade precisa crescer.”<br />

fluminenses do Rio de Janeiro<br />

(Restinga da Marambaia), Mangaratiba<br />

(Itacuruçá) e Duque de<br />

Caxias. O veículo também passou<br />

por Goiânia (GO), Cachoeira<br />

do Sul (RS) e por manobras no<br />

estado do Espírito Santo, atendendo<br />

aos Requisitos Operacionais<br />

Básicos (ROB) do Exército.<br />

A homologação incluiu testes<br />

de rodagem por terrenos<br />

arenosos, alagados e com lama,<br />

além de manobras de embarque<br />

aéreo e marítimo, transporte<br />

de pontes, uso de biodiesel<br />

em mistura B2 (2% de mistura<br />

ao diesel convencional) e<br />

até testes de balística, confe-<br />

rindo a resistência da cabine a<br />

estilhaçamentos.<br />

Este é um mercado que, segundo<br />

Cortes, poderá ser bem<br />

explorado junto às Forças Armadas.<br />

Isso porque o Exército<br />

está em processo de renovação<br />

de sua frota, o que poderá render<br />

negócios para a Man.<br />

“Estamos prospectando essas<br />

vendas e acreditamos que<br />

poderemos aumentar o números<br />

de caminhões para o Exército.<br />

Além disso, com a homologação<br />

deste caminhão podemos<br />

entrar em concorrência<br />

em outros países”, disse Cortes.<br />

Segundo ele, países da<br />

Quinta-feira, 26 de maio, 2011 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> 19<br />

tem 600 unidades na frota do Exército<br />

Henrique Manreza<br />

Roberto Cortes<br />

Presidente da Man<br />

Latin America<br />

“Com a homologação<br />

desse veículo, poderemos<br />

participar de concorrências<br />

em outros países. E já<br />

há interesse de órgãos<br />

latino-americanos<br />

por nosso caminhão.<br />

É um mercado promissor”<br />

Edson Silva/Folhapress<br />

Luiz Carlos Mendonça de<br />

Barros, presidente da Foton no<br />

<strong>Brasil</strong>: seis revendas em 2011<br />

e mais 20 por ano até 2015<br />

América Latina já se interessaram<br />

pelo projeto brasileiro.<br />

Empreitada da Iveco<br />

EnãoésóaManeaMercedesque<br />

têm veículos rodando nas Forças<br />

Armadas <strong>Brasil</strong>eiras. A Iveco Latin<br />

America ganhou a concorrência<br />

para fornecer os novos<br />

veículos blindados de transporte<br />

de pessoas. Serão 2.044 unidadeseocontratototalédeR$6<br />

bilhões e deverão ser entregues<br />

até 2029. Para dar conta da produção,<br />

a montadora italiana<br />

abriu uma nova linha de montagem<br />

em sua fábrica instalada em<br />

Sete Lagoas, Minas Gerais. ■


20 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> Quinta-feira, 26 de maio, 2011<br />

EMPRESAS<br />

PETRÓLEO 1<br />

Mitsubishi, Modec e Mitsui se juntam<br />

por plataforma da Petrobras<br />

A Mitsubishi, empresa de trading japonesa, acertou uma parceria com<br />

a Mitsui e com a Modec para construir uma embarcação de produção<br />

para a Petrobras, que será usada no desenvolvimento do campo de Guará.<br />

A embarcação de produção, armazenamento e distribuição deve<br />

ser entregue no primeiro trimestre de 2012, disse hoje a Mitsui em<br />

comunicado. A unidade deverá custar cerca de US$ 1,2 bilhão.<br />

Novas usinas nucleares do país<br />

terão 70% de nacionalização<br />

Eletronuclear define entre R$ 150 e R$ 155 o preço do megawatt por hora das usinas que operarem após 2020<br />

Priscila Machado<br />

pmachado@brasileconomico.com.br<br />

A Eletronuclear avança nos estudos<br />

para a implementação das<br />

usinas nucleares previstas no<br />

<strong>Plano</strong> Nacional de Energia (PNE<br />

2030). O preço da energia gerada<br />

pelas unidades que terão seu<br />

início comercial após 2020 será<br />

fixado entre R$ 150 o megawatt<br />

por hora (MW/h) e R$ 155 MW/h,<br />

de acordo com informações da<br />

própria Eletronuclear.<br />

Para o assistente da presidência<br />

da Eletrobras Eletronuclear,<br />

Leonam Guimarães, o valor é<br />

competitivo e consideravelmente<br />

maior que o previsto para Angra<br />

3, de R$ 148 MW/h, com<br />

base em dezembro de 2009. No<br />

caso de Angra 1 e 2, o valor da<br />

tarifa pela energia produzida é de<br />

R$ 134 MW/h. “Se estivesse em<br />

operação hoje, Angra 3 teria o<br />

preço de energia inferior aos dos<br />

projetos de biomassa”, diz.<br />

Poucas semanas após o acidente<br />

da usina de Fukushima,<br />

no Japão, o representante na<br />

Eletronuclear avalia que o impacto<br />

em termos de custos para<br />

as novas usinas será mínimo<br />

tendo em vista que as medidas<br />

de mitigação de riscos já estão<br />

incluídas nos projetos.<br />

Além do preço, outro diferencial<br />

que as usinas terão é o índice<br />

de nacionalização, que deve chegar<br />

a 70%, superando os 54%<br />

previstos para Angra 3 e os 50%<br />

de Angra 2. Guimarães chama de<br />

índice de nacionalização a relação<br />

de investimentos feitos no país<br />

dividido pelos investimentos totais.<br />

Segundo o executivo, tratase<br />

de uma meta ambiciosa e será<br />

necessário um esforço na formação<br />

de uma cadeia de fornecedores.<br />

“Tem que haver vantagem no<br />

processo de seleção para os fornecedores<br />

que decidirem trazer sua<br />

linha de produção para o país”,<br />

diz. “O ideal é que haja transferência<br />

de tecnologia.” Entre as<br />

tecnologias disponíveis hoje no<br />

mercado Guimarães destaca as<br />

das companhias Westinghouse,<br />

controlado da Toshiba, a francesa<br />

Areva e a russa Rosatom.<br />

Guimarães chamou atenção<br />

ainda para a possibilidade de<br />

uma introdução da iniciativa<br />

privada na construção das no-<br />

Para a Eletronuclear,<br />

potencial de<br />

geração de energia<br />

hidrelétrica do<br />

país estará esgotado<br />

em 2020<br />

Heidi Wideroe/Bloomberg<br />

vas centrais já que há alguns<br />

grupos interessados.<br />

Durante Conferência Internacional<br />

de Energia Nuclear,<br />

promovida pela Fundação Armando<br />

Álvares Penteado (Faap),<br />

Guimarães defendeu a necessidade<br />

de aumentar a geração de<br />

energia no <strong>Brasil</strong> a partir de fonte<br />

nuclear para manter a expansão<br />

da oferta em um cenário em<br />

que, a partir de 2020, o potencial<br />

hidrelétrico do país estará<br />

em esgotamento. Ele destacou<br />

ainda que a entrada em operação<br />

de Angra 3, em 2015, não<br />

representará um aumento no<br />

percentual de energia nuclear<br />

na matriz brasileira, mas apenas<br />

PETRÓLEO 2<br />

Statoil quer perfurar oito poços de<br />

exploração no país em 18 meses<br />

A Statoil quer aumentar a produção de petróleo no <strong>Brasil</strong> para 200 mil<br />

barris diários em 2020, disse ontem Kjetil Hove, presidente da unidade<br />

brasileira da companhia, em evento no Rio de Janeiro. A companhia<br />

vê um potencial significativo no campo Peregrino. A Petrobras anunciou<br />

ontem também que fez uma “importante” descoberta com a Statoil na<br />

Bacia do Espírito Santo, disse Guilherme Estrella, diretor de exploração.<br />

irá manter a parcela nuclear na<br />

geração térmica.<br />

São Paulo<br />

Na definição sobre as próximas<br />

centrais nucleares, São Paulo está<br />

cada vez mais longe de ter sua<br />

usina. “Hoje temos <strong>40</strong> áreas no<br />

país com potencial para receber<br />

as usinas, quando passarmos para<br />

a próxima fase de definição as opções<br />

em São Paulo devem ser suplantadas”,<br />

afirma Guimarães.<br />

Dentro de alguns dias o Ministério<br />

de Minas e Energia (MME) irá publicar<br />

um atlas do potencial nuclear<br />

brasileiro, apontando as<br />

áreas de maior viabilidade para a<br />

instalação de usinas. ■<br />

■ PREÇO<br />

Em Angra 1 e 2, o valor para<br />

cada MW/H gerado é de<br />

R$134<br />

■ NACIONALIZAÇÃO<br />

Nível de participação<br />

local de Angra 3 é de<br />

54%<br />

Divulgação<br />

Angra 3: se estivesse em operação<br />

hoje, teria o preço inferior a projetos<br />

de biomassa, diz a Eletronuclear


Quinta-feira, 26 de maio, 2011 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> 21


22 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> Quinta-feira, 26 de maio, 2011<br />

EMPRESAS<br />

FUSÃO<br />

Hidroall, de produtos clorados, fecha<br />

acordo para se unir com a Propiscinas<br />

A HidroAll do <strong>Brasil</strong>, empresa que atua há mais de 26 anos no mercado<br />

nacional com produtos clorados orgânicos para desinfecção da<br />

água voltada à saúde animal, agricultura, desinfecção de alimentos,<br />

saneamento básico, área industrial e piscinas, acaba de concluir<br />

a fusão com outra empresa de produtos químicos para tratamento<br />

de água de piscinas a Propiscinas, com 28 anos de mercado.<br />

Walmart negocia<br />

compra da maior<br />

rede do Paraná<br />

Além da Super Muffato, vice-líder no Sul e oitava no país, grupo<br />

americano mira a bandeira Savegnano, no interior paulista<br />

Françoise Terzian<br />

fterzian@brasileconomico.com.br<br />

Enquanto os empresários supermercadistas<br />

concentram sua<br />

atenção sobre as notícias de<br />

uma possível fusão entre Pão de<br />

Açúcar e Carrefour <strong>Brasil</strong>, a rede<br />

americana Walmart, a terceira<br />

maior do país, corre por fora<br />

para alavancar sua posição no<br />

país. A companhia sediada em<br />

Bentonville, no Arkansas, manteria<br />

negociações avançadas<br />

para a compra da rede paranaense<br />

de supermercados Irmãos<br />

Muffato & Cia, a oitava<br />

maior rede de supermercados<br />

do país, segundo o ranking da<br />

Associação <strong>Brasil</strong>eira de Supermercados<br />

(Abras).<br />

O Super Muffato, como é<br />

mais conhecido entre os consumidores,<br />

lidera no Paraná e posiciona-se<br />

como a segunda<br />

maior rede de todo o Sul do país.<br />

A primeira é o próprio Walmart.<br />

Os paranaenses fecharam<br />

2010 com um faturamento de R$<br />

1,9 bilhão, 30 lojas e 1% do faturamento<br />

do segmento de supermercados.<br />

O percentual parece<br />

baixo, mas é vital para o fortalecimento<br />

do Walmart na região.<br />

“Além de gerar economia de<br />

custos, já que promoverá sinergia<br />

em compras e também logística,<br />

esta compra soa mais como<br />

uma proteção contra a entrada<br />

de concorrentes no sul do país”,<br />

afirma o diretor de uma rede supemercadista.<br />

Para manter a posição de liderança<br />

no ranking supermercadista<br />

no Sul do país e também<br />

aumentar margem, a rede<br />

tem procurado fortalecer sua<br />

musculatura. Uma compra dessas,<br />

analisa um fornecedor, faz<br />

todo o sentido.<br />

Procurada, a Muffato nega<br />

qualquer tipo de negociação<br />

com o Walmart. A companhia<br />

americana não comenta o caso.<br />

A Muffato não seria o único<br />

alvo do Walmart. Fornecedores<br />

Nenhuma das<br />

três redes<br />

supermercadistas<br />

confirma a<br />

informação que<br />

é dada como certa<br />

por fornecedores<br />

e concorrentes<br />

afirmam que a rede Savegnago,<br />

do interior de São Paulo, também<br />

se encontra em conversações<br />

com os americanos. Suas<br />

24 unidades geraram um faturamento<br />

de R$ 993 milhões no<br />

ano passado. Uma fonte de<br />

mercado diz que a Savegnago<br />

apresenta rentabilidade satisfatória<br />

e uma boa eficiência, o que<br />

seria atrativo para qualquer<br />

concorrente. Mas o coordenador<br />

de marketing da rede, Murilo<br />

Pais Savegnago, nega qualquer<br />

tipo de negociação.<br />

Desde que comprou a rede<br />

nordestina Bompreço, em 2004,<br />

e as lojas da portuguesa Sonae,<br />

em 2005, o Walmart tem mapeado<br />

negócios em potencial<br />

para adquirir no país. Há dois<br />

anos, a rede manteve conversações<br />

com o Carrefour <strong>Brasil</strong> com<br />

o objetivo de unificar as operações<br />

no país. O negócio não<br />

vingou, o que abriu espaço para<br />

novos interessados se aproximarem<br />

dos franceses. Hoje, o<br />

assunto Walmart é tido como<br />

“águas passadas” dentro do<br />

Carrefour. ■<br />

ALVOS EM POTENCIAL<br />

Marcela Beltrão<br />

● Rede paranaense Muffato,<br />

líder do setor no Paraná e oitava<br />

maior do país, com faturamento<br />

de R$ 1,9 bilhão no ano passado,<br />

30 lojas em operação e 1%<br />

do mercado brasileiro de<br />

supermercados. De 2009 para<br />

2010, a Muffato subiu uma<br />

posição no ranking da Abras.<br />

● Rede Savegnago, do interior<br />

de São Paulo, é muito forte em<br />

Ribeirão Preto, com faturamento<br />

de R$ 993 milhões em 2010<br />

e 24 lojas em operação. A rede<br />

supermercadista ocupa o<br />

17º lugar no ranking das maiores<br />

redes do país. No ano anterior,<br />

ela era a 18ª, segundo a Abras.<br />

WALMART EM NÚMEROS<br />

● A rede americana de<br />

supermercados é a terceira maior<br />

do <strong>Brasil</strong>, segundo o ranking da<br />

Abras. Em 2010, o Walmart<br />

faturou R$ 22,3 bilhões no país.<br />

● Hoje, a rede tem 483 lojas em<br />

operação no país, com atuação em<br />

18 estados, mais o Distrito Federal.<br />

● Ao todo, a subsidiária<br />

brasileira do Walmart detém,<br />

até o momento, nove bandeiras,<br />

como Walmart, Todo Dia,<br />

Maxxi Atacado, Sam’s Club,<br />

Nacional, Big e Mercadorama.<br />

VAREJO<br />

Supermercados vendem 13,6% mais em<br />

abril na comparação com 2010, diz Abras<br />

“O excepcional resultado das vendas de abril em relação ao mesmo<br />

mês do ano anterior deveu-se à Páscoa, que em 2010 caiu em março”,<br />

afirmou o presidente da Abras, Sussumu Honda. A Páscoa é a segunda<br />

melhor data de vendas para o setor supermercadista, depois do Natal.<br />

Já sobre março deste ano, houve alta de 7,17%. No primeiro quadrimestre,<br />

as vendas registraram expansão de 5,5% sobre igual período em 2010.


GRÃOS<br />

Agrenco anuncia que começa as operações<br />

no Alto Araguaia (MT) em junho<br />

A companhia de grãos anunciou também que encontra está em<br />

estágio adiantado a compra de equipamentos e serviços, com<br />

o restabelecimento de parcerias com fornecedores da região e do <strong>Brasil</strong>.<br />

A Agrenco destaca ainda que está em processo de contratação de<br />

executivos para a posição de presidente-executivo e diretor financeiro,<br />

além de funcionários para a fábrica.<br />

Fotos: divulgação<br />

Aquisição da paranaense<br />

Muffato garantiria a defesa<br />

do mercado do Sul, onde<br />

o Walmart é líder<br />

Savegnano, alvo de<br />

interesse do Walmart, ocupa<br />

o 17º posto no ranking<br />

brasileiro de supermercados<br />

COMUNICADO OFICIAL Lojas<br />

Pão de Açúcar nega<br />

rumores de fusão<br />

com Carrefour<br />

Diante de notícias envolvendo<br />

uma suposta fusão entre<br />

o Grupo Pão de Açúcar<br />

e o Carrefour, a rede varejista<br />

do empresário Abilio Diniz<br />

negou qualquer negociação.<br />

“A Companhia <strong>Brasil</strong>eira<br />

de Distribuição (CBD) [...]<br />

não é parte em qualquer<br />

negociação com o Carrefour<br />

e não contratou qualquer<br />

assessor financeiro com<br />

esse fim”, afirmou a empresa<br />

em comunicado divulgado<br />

ontem na Comissão de<br />

Valores Mobiliários (CVM).<br />

O jornal francês Le Dimanche<br />

publicou no domingo (22/5)<br />

que a rede Carrefour estaria<br />

estudando a possibilidade de<br />

realizar fusão de sua unidade<br />

no <strong>Brasil</strong> com o Pão de Açúcar,<br />

por meio de negociações<br />

com o Grupo Casino Guichard<br />

Perrachon, conglomerado<br />

francês que divide com<br />

Abilio Diniz o controle do<br />

Grupo Pão de Açúcar. Segundo<br />

o comunicado, o conglomerado<br />

francês também negou estar<br />

envolvido em negociações com<br />

o Carrefour. “O acionista Casino<br />

Guichard Perrachon informou<br />

à Companhia <strong>Brasil</strong>eira<br />

de Distribuição que desconhecia<br />

qualquer negociação até<br />

sua veiculação pela mídia<br />

e que não autorizou qualquer<br />

terceiro a representar seus<br />

interesses em tais negociações.”<br />

Por sua vez, Abilio Diniz<br />

informou que está “sempre<br />

em busca de alternativas”<br />

para o crescimento da<br />

companhia e que “não<br />

há nenhum fato ou ato<br />

que justificasse uma<br />

divulgação ao mercado”. <strong>Brasil</strong><br />

<strong>Econômico</strong> On-line<br />

Crescimento dos negócios<br />

Expansão da base de clientes<br />

A Consultoria de Gestão e Governança que<br />

cuida de seus clientes, de olho no futuro.<br />

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Disposição irregular de unidades<br />

no <strong>Brasil</strong> pode ser entrave<br />

para atrair um único comprador<br />

Cintia Esteves<br />

cesteves@brasileconomico.com.br<br />

A má distribuição das lojas do<br />

Baú da Felicidade — são 89 no Paraná,<br />

47 em São Paulo e apenas<br />

uma em Minas Gerais —pode levar<br />

o grupo Silvio Santos a vender<br />

a varejista para mais de uma<br />

empresa. “Se a negociação for<br />

bem amarrada pelo Bradesco BBI,<br />

não vejo problema”, diz Lásaro<br />

do Carmo Júnior, vice-presidente<br />

do grupo Silvio Santos.<br />

O banco negocia a venda das<br />

lojas do Baú desde o início deste<br />

ano. “Existem várias empresas<br />

interessadas e as negociações<br />

estão avançadas”, afirma o<br />

executivo. O Baú será a terceira<br />

empresa do grupo a ser vendida.<br />

Em janeiro o Panamericano<br />

foi comprado pelo BTG Pactual.<br />

Na semana passada, foi a vez da<br />

Braspag, empresa do grupo Silvio<br />

Santos especializada em pagamentos<br />

digitais, ser adquirida<br />

pela Cielo.<br />

Agora a ordem é concentrar<br />

esforços em apenas três empresas:<br />

SBT, Jequiti e a Liderança<br />

Capitalização. “O varejo fez parte<br />

da estratégia da empresa em<br />

determinado momento, mas o<br />

grupo descobriu que se trata de<br />

um mercado que exige muito investimento<br />

e a abertura de muitas<br />

lojas”, afirma o executivo.<br />

Dívida<br />

Um dos motivos que faz especialistas<br />

e varejistas torcerem o<br />

nariz para a compra do Baú é o<br />

passivo fiscal que a empresa<br />

acumula desde a época em que<br />

comprou a Dudony. Mas este<br />

problema está resolvido, segundo<br />

Carmo. “Uma parte foi<br />

paga e o restante está sendo regularizado.<br />

As empresas interessadas<br />

no Baú têm acesso a<br />

estes números”, diz.<br />

Na semana passada, a Mercadomóveis,<br />

varejista de eletroeletrônicos<br />

paranaense, elevou<br />

sua proposta pela compra do<br />

Baú. Em vez das 50 unidades<br />

iniciais, agora a empresa comandada<br />

pelo Márcio Pauliki<br />

quer comprar os 89 pontos de<br />

Quinta-feira, 26 de maio, 2011 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> 23<br />

do Baú<br />

podem ter mais<br />

de um dono<br />

venda localizados no Paraná. O<br />

empresário aguarda contato do<br />

Bradesco BBI para continuar as<br />

negociações.<br />

Despedida<br />

Apesar das lojas terem mostrado<br />

agressividade no período do Dia<br />

de Mães — principalmente as<br />

unidades do Paraná —, com divulgação<br />

de produtos e promoções,<br />

o site da rede de lojas estava<br />

fora do ar durante semana<br />

passada e ontem estava em processo<br />

de atulização. ■<br />

Murillo Constantino<br />

Lásaro do<br />

Carmo Júnior<br />

Vice-presidente do<br />

Grupo Silvio Santos<br />

“O varejo fez parte da<br />

estratégia da empresa em<br />

determinado momento, mas<br />

o grupo descobriu que se<br />

trata de um mercado que<br />

exige muito investimento<br />

e a abertura de muitas lojas”<br />

MARINHA DO BRASIL


24 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> Quinta-feira, 26 de maio, 2011<br />

EMPRESAS<br />

ATAQUES<br />

Governo dos EUA alerta sobre falha<br />

de segurança na Siemens<br />

O governo americano alertou aos clientes da Siemens as falhas dos<br />

sistemas de gestão de controle industrial que compraram da empresa.<br />

A Siemens ainda está se recuperando das consequências do vírus Stuxnet,<br />

criado para atacar seus sistemas de controle industrial. Acredita-se<br />

que o Stuxnet tenha danificado cerca de mil centrífugas usadas pelo Irã<br />

para o enriquecimento de urânio, no final de 2009 ou começo de 2010.<br />

ENTREVISTA OTTO VON SOTHEN Presidente da Diageo no <strong>Brasil</strong><br />

Fotos: divulgação<br />

“<strong>Brasil</strong> é prioridade<br />

máxima para o<br />

futuro da Diageo”<br />

Fabricante de bebidas premium amplia estrutura no país e testa<br />

o rum como parte de sua estratégia para conquistar a classe<br />

Fábio Suzuki<br />

fsuzuki@brasileconomico.com.br<br />

A gigante de bebidas Diageo reforça<br />

a partir deste ano sua<br />

atuação em Minas Gerais e nos<br />

estados do Nordeste para aproveitar<br />

o maior poder de compra<br />

da população brasileira e ter o<br />

país entre os seus principais<br />

mercados nos próximos anos.<br />

Hoje, o <strong>Brasil</strong> está entre os dez<br />

maiores em faturamento da<br />

companhia que atua em mais de<br />

180 países e é atualmente a<br />

grande prioridade para os negócios<br />

da multinacional. Tanto que<br />

os investimentos da empresa na<br />

operação brasileira vão dobrar<br />

neste ano para reforçar as ações<br />

de marketing e a divulgação de<br />

suas marcas, além de aproximar<br />

seus produtos do consumidor<br />

com uma melhor distribuição.<br />

O responsável por comandar<br />

essa nova fase da empresa será o<br />

executivo Otto von Sothen, que<br />

assumiu no início deste ano a<br />

operação da Diageo no <strong>Brasil</strong>,<br />

Paraguai e Uruguai após presidir<br />

por três anos a divisão de alimentos<br />

da PepsiCo no país. “O<br />

<strong>Brasil</strong> passou a ser o ‘top one’<br />

entre as prioridades da companhia”,<br />

afirma o novo presidente<br />

da empresa que detém marcas<br />

do porte de Johnnie Walker<br />

(uísque) e Smirnoff (vodca).<br />

As duas marcas, inclusive,<br />

são os carros-chefes da Diageo<br />

no país e foram as grandes responsáveis<br />

pelo faturamento de<br />

R$ 1,2 bilhão dos segmentos de<br />

vodca e uísque no último ano.<br />

Tanto que lideram as ações que a<br />

Diageo vem realizando com<br />

mais ímpeto desde o ano passado,<br />

como a realização no <strong>Brasil</strong><br />

do evento global Smirnoff Experience<br />

e a ampliação de três<br />

para cinco cidades como sedes<br />

do Whisky Festival.<br />

Além dessa maior exposição<br />

“Há quatro anos, o<br />

<strong>Brasil</strong> não estava nem<br />

entre os 20 mercados<br />

da Diageo e hoje está<br />

entre os dez maiores<br />

da companhia.<br />

Em prioridade,<br />

opaíséonúmero1<br />

Estamos buscando<br />

um terceiro segmento<br />

mais voltado à classe<br />

média, que pode<br />

ser o mercado de<br />

cachaça ou de rum<br />

Estamos expandindo<br />

a operação brasileira<br />

como um todo.<br />

No segundo semestre,<br />

vamos abrir um<br />

escritório e um<br />

centro de distribuição<br />

no Rio de Janeiro<br />

das marcas, a empresa tem<br />

aproveitado a valorização do real<br />

frente às outras moedas do globo<br />

para aumentar a importação de<br />

seus produtos. Uma mostra desse<br />

cenário é que a entrada de<br />

uísques no país passou de 16,7<br />

mil para 19,8 mil toneladas nos<br />

últimos dois anos, segundo dados<br />

da Secretaria de Comércio<br />

Exterior (Secex), elevando o valor<br />

movimentado de US$ 73,4<br />

milhões para US$ 92,6 milhões.<br />

Já no mercado de vodca, a<br />

Diageo divulga um faturamento<br />

de R$ 596 milhões, valor que<br />

corresponde a 50,8% do mercado,<br />

de acordo com a Nielsen. Por<br />

ter um preço mais elevado no<br />

mercado do que a média do segmento,<br />

a participação em volume,<br />

segundo a companhia, cai<br />

para 30% dentro do consumo<br />

total do país de 38,5 milhões de<br />

litros ao ano.<br />

“Uísque e vodca são os nossos<br />

focos mas estamos buscando<br />

um terceiro segmento para<br />

aproveitar esse crescimento da<br />

classe média”, diz Sothen. Nessa<br />

estratégia, a companhia tem<br />

realizado testes no país com as<br />

marcas Captain Morgan e Zacapa<br />

para fortalecer o rum no<br />

mercado brasileiro.<br />

Sobre a possível aquisição da<br />

marca de tequila Jose Cuervo,<br />

da qual é distribuidora internacional<br />

e que envolveria US$ 2<br />

bilhões, a companhia preferiu<br />

“não comentar rumores e especulações<br />

do mercado” e nem a<br />

influencia que um negócio desse<br />

porte teria no mercado brasileiro.<br />

Para Leonardo Brettas, diretor<br />

da marca Jose Cuervo na<br />

América Latina e Caribe, o impacto<br />

na atuação da marca dependeria<br />

muito dos detalhes<br />

que envolveria o acordo. “Mas<br />

não tem nada confirmado e<br />

também estou curioso em saber<br />

se há mesmo essa negociação.”<br />

MOBILIDADE<br />

Nokia deve lançar o primeiro smartphone<br />

com Windows ainda este ano<br />

A Nokia planeja lançar seu primeiro smartphone com sistema<br />

operacional Windows Phone 7, da Microsoft, no final deste ano, publicou<br />

o jornal taiuanês Commercial Times, sem citar fontes. A maior fabricante<br />

mundial de celulares anunciou em fevereiro que adotaria a plataforma<br />

da Microsoft em todos seus smartphones e que iniciaria o embarque<br />

de grandes volumes desses aparelhos em 2012.<br />

Como avalia a atuação da<br />

Diageo dentro do atual cenário<br />

macroeconômico do <strong>Brasil</strong>?<br />

O país passa por um excelente<br />

momento e a Diageo se beneficia<br />

por ter um portfólio focado<br />

no topo da pirâmide da população.<br />

Com o aumento da renda<br />

dos brasileiros, todo mundo tem<br />

oportunidade de consumir nossos<br />

produtos. Estamos dobrando<br />

nossa verba de marketing e<br />

dos pontos de venda de 2010<br />

para este ano, principalmente<br />

nas marcas Johnnie Walker<br />

(uísque) e Smirnoff (vodca). Nos<br />

últimos quatro anos, dobramos<br />

os resultados no país e a expectativa<br />

é fechar o ano com crescimento<br />

de dois dígitos alto.<br />

E como aproveitar esse<br />

maior número de<br />

potenciais consumidores?<br />

Estamos buscando um terceiro<br />

segmento mais voltado à classe<br />

média. Essa iniciativa passa por<br />

categorias diferentes, como trabalhar<br />

nosso portfólio de cachaça,<br />

que tem um potencial<br />

muito grande, ou explorar o<br />

consumo de maneira diferente,<br />

como o out of home (versões<br />

portáteis das bebidas) com diversificação<br />

de embalagens. Estamos<br />

com um projeto também<br />

de fortalecer o rum no país, que<br />

é um mercado de preço menor e<br />

que combina com a nossa intenção<br />

de ter um portfólio mais<br />

amplo e voltado para a classe<br />

média. Já estamos realizando<br />

testes com as marcas Captain<br />

Morgan, em Curitiba, e Zacapa,<br />

mais premium, em pontos de<br />

venda específicos.


TELECOMUNICAÇÕES<br />

Sony Ericsson precisa da força da Sony na<br />

guerra do sistema operacional Android<br />

A Sony precisa afirmar seu controle sobre a Sony Ericsson caso deseje<br />

que a joint-venture de celulares recupere mercado. No ano passado,<br />

adotou a ambiciosa meta de capturar o mercado para a plataforma<br />

Google Android. Para atingir esta meta, a Sony Ericsson precisa de um<br />

proprietário dinâmico, com fortes recursos de investimento e ativos<br />

multimídia. A marca está perdendo mercado para a Apple.<br />

A companhia tem ampliado<br />

a distribuição de seus produtos<br />

por conta desse novo cenário?<br />

Smirnoff e Johnnie Walker são<br />

marcas que estão muito voltadas<br />

para as regiões Sul e Sudeste e o<br />

próximo passo natural é a expansão<br />

geográfica desses produtos.<br />

Minas Gerais e os estados do<br />

Nordeste passam a ter uma<br />

atenção especial e vão receber<br />

mais produtos de nosso portfólio.<br />

Esse é um movimento que já<br />

está acontecendo e influencia o<br />

número de ações para assegurar<br />

um nível forte nos pontos de<br />

venda. Estamos revisando também<br />

nosso modelo de atuação<br />

junto ao mercado atacadista. Ele<br />

continua sendo indireto mas<br />

queremos uma melhor posição<br />

de nossos produtos dentro dos<br />

estabelecimentos.<br />

A estrutura será ampliada<br />

por conta desses movimentos<br />

no mercado?<br />

Estamos expandindo a operação<br />

brasileira da companhia como um<br />

todo. Além do escritório em São<br />

Paulo e dos centros de distribuição<br />

em Vinhedo (SP) e em Jaboatão<br />

dos Guararapes (PE), vamos abrir<br />

entre agosto e setembro mais um<br />

escritório e outro centro de distribuição,<br />

ambos situados no Rio de<br />

Janeiro. Estamos dobrando o tamanho<br />

da sede na capital paulista.<br />

Como está a operação<br />

brasileira dentro dos resultados<br />

globais da companhia?<br />

Há quatro anos, o <strong>Brasil</strong> não estava<br />

nem entre os 20 mercados<br />

da Diageo e hoje está entre os dez<br />

maiores da companhia. Em prioridade,<br />

posso dizer que a opera-<br />

ção é hoje a número um, ficando<br />

à frente do Canadá e do México.<br />

Umexemplodissoéofatodea<br />

companhia ter dobrado os investimentos<br />

neste ano.<br />

Os mercados do Uruguai<br />

e do Paraguai são semelhantes<br />

ao do <strong>Brasil</strong>?<br />

Essa administração obedece uma<br />

lógica geográfica, de fronteira, e<br />

também de consumo, pois também<br />

são focados em vodca e uísque.<br />

Além disso, o Paraguai cresceu<br />

15% no último ano e o Uruguai<br />

também vem crescendo<br />

bastante, mas as pessoas não<br />

vêem isso. Juntos, estamos falando<br />

de quase 15 milhões de pessoas<br />

e não podemos desprezar<br />

esses mercados. Os jovens desses<br />

países buscam alternativas e lá<br />

não há opções como no <strong>Brasil</strong>. ■<br />

CELULARES INTELIGENTES<br />

Quinta-feira, 26 de maio, 2011 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> 25<br />

ZTE lançará smartphone com Windows 7 da<br />

Microsoft no terceiro trimestre<br />

A ZTE Corp, segunda maior fabricante de equipamentos de rede da China,<br />

planeja lançar celulares inteligentes baseados no sistema operacional<br />

Windows 7 , da Microsoft, apelidado de Mango, na Europa ainda no<br />

terceiro trimestre deste ano. A Microsoft espera que uma série de<br />

recursos novos do sistema lançado na terça-feira ajude a companhia a<br />

reduzir a distância que a separa dos líderes no segmento: Google e Apple.<br />

Marcela Beltrão<br />

Otto von Sothen,<br />

novo presidente da<br />

Diageo no <strong>Brasil</strong>:<br />

maior desafio será o<br />

desenvolvimento da<br />

estratégia voltada<br />

para a classe média<br />

NA AMÉRICA LATINA<br />

17%<br />

foi o crescimento em vendas<br />

obtido pela Diageo no mercado<br />

latino-americano no segundo<br />

semestre de 2010, cujo ano fiscal<br />

se encerra em junho deste ano.<br />

NO BRASIL<br />

44%<br />

foi alta no faturamento da<br />

operação brasileira da Diageo<br />

nos últimos seis meses de<br />

2010 em comparação com o<br />

mesmo período do ano anterior.<br />

PRINCIPAIS MERCADOS<br />

R$ 1,2 bilhão<br />

foi o valor total obtido pela<br />

Diageo no país com a venda<br />

de uísques e vodcas, que têm<br />

como carros-chefes as marcas<br />

Johnnie Walker e Smirnoff.


26 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> Quinta-feira, 26 de maio, 2011<br />

EMPRESAS<br />

AQUISIÇÃO<br />

Americana Steris compra Sercon para<br />

marcar presença em mercados emergentes<br />

A Steris América Latina, subsidiária da americana Steris Corporation,<br />

especializada em desenvolvimento de produtos nas áreas de esterilização<br />

e cirurgia, acaba de adquirir a Sercon, também de esterilização. Esta<br />

é a primeira aquisição da empresa em mercados emergentes, para se<br />

consolidar nas Américas. Os investimentos na aquisição e as expansões<br />

programadas para os próximos 5 anos são da ordem de US$ 50 milhões.<br />

Escolas de<br />

inglês pegam<br />

carona em<br />

megaeventos<br />

esportivos<br />

Cel Lep, CNA, Fisk e Wizard registraram<br />

aumento médio de 20% de alunos em<br />

2010 e esperam número maior este ano<br />

Thais Moreira<br />

tmoreira@brasileconomico.com.br<br />

Economia aquecida e novas oportunidades<br />

de trabalho com a Copa<br />

do Mundo e Olimpíadas estão impulsionando<br />

o mercado de cursos<br />

de inglês no <strong>Brasil</strong>. As escolas de<br />

idiomas registraram aumento<br />

médio de 20% no número de matrículas<br />

já nos primeiros meses de<br />

2011, e projetam um crescimento<br />

ainda maior — e contínuo — para<br />

os próximos anos. A busca pelos<br />

cursos vem de jovens e adultos,<br />

não só que trabalham em empresas<br />

multinacionais e querem ter<br />

fluência no idioma, como os que<br />

desejam atuar na recepção dos<br />

turistas estrangeiros nos megaeventos<br />

esportivos.<br />

Além dos profissionais que<br />

buscam aprender ou aperfeiçoar<br />

o inglês, empresários de<br />

olho neste mercado aumentaram<br />

o número de franquias e<br />

unidades escolares, principalmente<br />

nas 12 cidades-sede do<br />

Mundial. Dados da Associação<br />

<strong>Brasil</strong>eira de Franchising (ABF)<br />

mostram um crescimento de<br />

7,2%do segmento no ano passado<br />

ante 5,3% no ano anterior.<br />

A escola Wizard, adquirida<br />

pelo Grupo Multi em 2010, lidera<br />

o ranking no segmento de educação<br />

e treinamento das cinco<br />

maiores redes de franquias do<br />

país, tendo a Fisk, CCAA e CNA<br />

na sequência. “Abrir um negócio<br />

passou a ser objeto de interesse<br />

do cenário mundial, pois a economia<br />

está aquecida”, afirma<br />

Maria Cristina Franco, vice-presidente<br />

da Associação <strong>Brasil</strong>eira<br />

de Franchising.<br />

Além dos que<br />

desejam atuar na<br />

recepção de turistas,<br />

empresários também<br />

aumentaram o<br />

número de franquias<br />

e unidades escolares<br />

Munshi Ahmed/Bloomberg<br />

De acordo com Eliana Bessa,<br />

diretora de Operações do Grupo<br />

Multi, detentor das marcas Wizard,<br />

Yázigi e Microlins, em vista<br />

dos eventos, foram feitas permutas<br />

com os taxistas que colaram<br />

adesivos divulgando as escolas<br />

do grupo e lançados novos<br />

cursos intensivos e com horários<br />

flexíveis.“Desde que a mídia<br />

anunciou os eventos esportivos,<br />

notamos o aumento da<br />

procura. Nossa meta é crescer<br />

de 20% a 30% neste ano”. O<br />

Grupo Multi faturou R$ 2,3<br />

bilhões em 2010 e prevê faturar<br />

R$ 2,5 bilhões até o final deste<br />

ano, com a abertura de mais 300<br />

escolas no <strong>Brasil</strong>.<br />

RESULTADOS<br />

Crescimento fora dos EUA impulsiona<br />

receita da Meditronic no quarto trimestre<br />

A Medtronic, especializada em tecnologias médicas, encerrou o ano<br />

fiscal de 2011 em abril com receitas de US$ 15,93 bilhões, um aumento<br />

de 1% em relação ao ano fiscal de 2010. As receitas internacionais do<br />

quarto trimestre foram US$ 1,95 bilhão, o que representa aumento de<br />

12% ou 7% numa base de câmbio constante. A receita de US$ 397 milhões<br />

do quarto trimestre para os mercados emergentes aumentou 24%.<br />

Para Elvio Peralta, diretor superintendente<br />

da Fundação Richard<br />

H. Fisk, detentora das escolas<br />

Fisk e PBF, o grupo, que<br />

vem crescendo 10% ao ano, já<br />

prevê alta de 20% a 25% para<br />

2011, com o lançamento do curso<br />

“May I help you?” para o segundo<br />

semestre. Em dois módulos<br />

de 45 horas/aula, o treinamento<br />

capacitará os profissionais a comunicarem-se<br />

de forma eficiente<br />

em inglês nas diversas situações<br />

cotidianas de atendimento<br />

ao turista. A Fisk já conta com<br />

cerca de 20 mil alunos em suas<br />

200 unidades espalhadas pelo<br />

país. “Em 2011, abrimos cerca de<br />

<strong>40</strong> franquias”, afirma Peralta.<br />

O CNA mapeou 214 cidades<br />

com potencial para a abertura<br />

de escolas de idiomas. “Como a<br />

classe média representa 53% da<br />

população e nosso foco é este,<br />

notamos que o <strong>Brasil</strong> é a ‘bola da<br />

vez’, e a tendência é que os profissionais<br />

se qualifiquem cada<br />

vez mais” diz Leonardo Cirino,<br />

diretor de Marketing da rede.<br />

Cirino afirma que as 480 unidades<br />

da rede faturaram R$ 553<br />

milhões em 2009 e R$ 600 milhões<br />

em 2010, quando ampliou<br />

o número de franquias para 580.<br />

Para 2011, a CNA projeta o faturamento<br />

de R$ 663 milhões, um<br />

crescimento de 21% em relação a<br />

2010. No segundo semestre deste


PREVENÇÃO<br />

China pede mais atenção à segurança<br />

em fábrica que produz o tablet iPad<br />

A China pediu que a Foxconn e outras empresas taiuanesas prestem<br />

mais atenção à segurança após a explosão em uma fábrica chinesa<br />

que produzia iPads para a Apple. A produção foi suspensa em partes da<br />

fábrica da Foxconn, localizada na cidade de Chengdu, no sudoeste da<br />

China. Três funcionários morreram e 15 ficaram feridos em uma oficina<br />

de polimento da Foxconn na qual os produtos da Apple são finalizados.<br />

ano, a rede também irá lançar<br />

um curso de inglês voltado para<br />

os profissionais interessados em<br />

trabalhar no turismo receptivo<br />

durante os eventos, nas áreas de<br />

transporte, hotelaria, comércio e<br />

serviços públicos.<br />

Presença diferenciada<br />

O grupo de escolas Cel Lep, que<br />

não é formado por franquias,<br />

também teve um crescimento<br />

em seu quadro de alunos.<br />

A rede conta atualmente com<br />

18 filiais e 12 unidades que funcionam<br />

em colégios particulares.<br />

Destas, 11 ficam em São Paulo e<br />

uma em Belo Horizonte (MG).<br />

Além disso, atende empresas<br />

como Grupo Ultra, Itaú, Accenture,<br />

Bradesco, entre outras. “Estamos<br />

hoje com cerca de 30 mil<br />

matrículas. Seguimos num crescimento<br />

contínuo e iremos abrir,<br />

ainda este ano, uma estrutura no<br />

Morumbi, zona sul de São Paulo”,<br />

afirma Walter Toledo Silva,<br />

fundador e presidente da rede.<br />

Para Silva, ainda nos dias de<br />

hoje, a faixa etária mais presente<br />

nas escolas é o público adulto, no<br />

entanto, existe o aumento da<br />

procura parar cursos destinados a<br />

crianças e adolescentes. “A tendência<br />

é termos um número<br />

maior de jovens, pois a família irá<br />

investir cada vez mais na educacação<br />

dos filhos”, afirma. ■<br />

Norm Betts/Bloomberg<br />

Marcela Beltrão<br />

Fundador Walter Toledo<br />

Silva, aos 91 anos e ainda<br />

à frente do Cel Lep:<br />

crescimento contínuo e<br />

abertura de unidade na<br />

zona sul de São Paulo<br />

RECEITA<br />

R$ 2,3 bi<br />

É o faturamento do Grupo Multi,<br />

detentor das marcas Wizard,<br />

Yázigi e Microlins, que liderou<br />

o ranking de abertura de<br />

novas franquias em 2010.<br />

RESULTADOS<br />

R$ 663 mi<br />

É a previsão de faturamento<br />

das franquias da rede CNA<br />

para este ano, valor que deve<br />

ser impulsionado com o<br />

lançamento dos novos cursos.<br />

AUTOMOBILÍSTICA<br />

Quinta-feira, 26 de maio, 2011 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> 27<br />

Fiat deve aumentar para 51% participação<br />

na Chrysler antes de oferta inicial de ações<br />

A companhia italiana elevou sua participação na Chrysler para 46% logo<br />

após a montadora americana pagar US$ 7,6 bilhões em empréstimos<br />

feitos pelos governos dos EUA e Canadá, no dia 24 de maio. “É possível”<br />

que a Fiat compre mais ações da Chrysler”, disse Sergio Marchionne,<br />

presidente das duas companhias. “Quanto mais esperarmos, mais caro<br />

ficará para comprar as ações que estão em poder do Tesouro americano”<br />

PERFIL<br />

Grupo Cel Lep tem<br />

administração familiar<br />

O Cel Lep foi fundado há 45 anos<br />

pelo professor Walter Toledo<br />

Silva, ainda hoje à frente da<br />

rede, aos 91 anos. A ideia surgiu<br />

quando ele estava cursando Física<br />

na Universidade de São<br />

Paulo e os professores utilizavam<br />

livros técnicos, em sua<br />

maioria, estrangeiros, o que dificultava<br />

o aprendizado. A escola<br />

surgiu como um cursinho extracurricular<br />

e teve alunos renomados,<br />

como exemplo o exgovernador<br />

de São Paulo, Roberto<br />

de Abreu Sodré e o arquiteto<br />

Adolpho Lindenberg.<br />

O comando dos negócios, que<br />

com o crescimento chegou a ter<br />

um grupo de 75 sócios, é dividido<br />

entre Silva e dois filhos: Monica<br />

Toledo, diretora de Marketing e<br />

Rogério Toledo, diretor de TI.<br />

“Em uma viagem que fiz à<br />

Holanda como pesquisador junto<br />

à Philips, eu conheci um aparelho<br />

que gravava a voz. Então<br />

tive a ideia de trazer para cá essa<br />

metodologia, na qual o aluno<br />

ouve e pode perceber como está<br />

a pronúncia”, diz o fundador,<br />

que está sempre animado em<br />

conhecer novas tecnologias<br />

como exemplo o iPad e Skype.<br />

“São boas oportunidades de se<br />

Fundador de<br />

escola de inglês foi<br />

professor de física<br />

e engenharia na USP<br />

aprender os idiomas, pois você<br />

começa a entender, pela expressão<br />

das pessoas, o que elas estão<br />

dizendo”. Aposentado há 20<br />

anos, Walter conta que, apesar<br />

de ser o fundador da escola, ele<br />

não deu aulas de inglês, mas sim<br />

de Física e Engenharia na USP.<br />

Além dos dois filhos como<br />

herdeiros diretos, Walter tem<br />

mais quatro filhos, 18 netos e<br />

seis bisnetos. “Tenho uma bisneta<br />

de três anos que mora na<br />

Alemanha. Nos falamos via<br />

Skype, em alemão. Ela sabe ligar<br />

o computador, se conectar e<br />

fala direitinho o idioma do país<br />

onde mora”, comenta o professor,<br />

orgulhando-se de sua<br />

grande família. ■ T.M.<br />

SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL EM SÃO PAULO<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

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<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

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<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Concessionária Rodovias do Tietê S.A.<br />

CNPJ: 10.678.505/0001-63 - NIRE: 35.300.366.476<br />

Ata de Reunião do Conselho de Administração Realizada em 05 de Abril de 2011<br />

1. Data, Local e Horário: Realizada aos 05 dias do mês de Abril do ano de 2011, às 15:00 horas, na Rua<br />

Rafael de Campos, 615, Centro, na Cidade de Tietê, Estado de São Paulo, CEP 18530-000. 2. Quorum:<br />

Totalidade dos membros do Conselho de Administração, a saber: (i) Alexandre Tujisoki; (ii) Sérgio Ray<br />

Santillan; (iii) Tiago de Britto Ribeiro Alves Caseiro; (iv) Julio de Oliveira Moreira; (v) Rafael Negrão Rossi;<br />

e (vi) José Renato Ricciardi. 3. Mesa: Os trabalhos foram presididos pelo Sr. Alexandre Tujisoki e<br />

secretariado pelo Sr. Rafael Negrão Rossi. 4. Ordem do Dia: Deliberar sobre a indicação do membro da<br />

Diretoria da Companhia. 5. Deliberações: Em conformidade com a ordem do dia, os Conselheiros<br />

deliberaram, por unanimidade e sem quaisquer restrições, observada a abstenção dos impedidos de<br />

votar: (i) Indicar ao cargo de Diretor Administrativo Financeiro, o Sr. Paulo Jorge Cerqueira Fernandes,<br />

português, casado, economista, portador do documento de identidade nº 10308842 de 16/07/2007<br />

emitido no Porto, passaporte nº G470075; com CPF: 233.568.868-51, com domicílio na Rua Deputado<br />

Laercio Corte, nº 1430, Ap. 121 - Panamby - São Paulo-SP, cargo no momento exercido pelo Sr. Rafael<br />

Negrão Rossi. O Sr. Paulo Jorge Cerqueira Fernandes assumirá o cargo tão logo seja a situação<br />

referente ao visto de permanência no país regularizada, ocasião em que será eleito para exercer a função<br />

para a qual é indicado, sendo assim, o Sr. Rafael Negrão Rossi imediatamente será destituído do cargo<br />

que ocupa. 6. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, foi encerrada a Reunião, da qual se lavrou a<br />

presente ata que, lida e achada conforme, foi por todos assinada. (a.a.) - Alexandre Tujisoki - Presidente;<br />

Rafael Negrão Rossi - Secretário; Conselheiros: José Renato Ricciardi, Sérgio Ray Santillan, Alexandre<br />

Tujisoki, Tiago de Britto Ribeiro Alves Caseiro, Julio de Oliveira Moreira e Rafael Negrão Rossi. Confere<br />

com a original lavrada em livro próprio. Alexandre Tujisoki - Presidente da Mesa; Rafael Negrão Rossi<br />

- Secretário da Mesa. Diretor Indicado: Paulo Jorge Cerqueira Fernandes. JUCESP nº 185.698/11-6<br />

em 16/05/2011. Kátia Regina Bueno de Godoy - Secretária Geral.


28 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> Quinta-feira, 26 de maio, 2011<br />

CRIATIVIDADE<br />

MARIANA CELLE<br />

Embalagem sai da caixa e embarca<br />

no estilo de vida dos consumidores<br />

Pulverização de recursos e rápida transformação social levam marcas a buscar alternativas nos rótulos<br />

Mariana Celle<br />

mcelle@brasileconomico.com.br<br />

A embalagem se tornou componente<br />

do modo de vida contemporâneo<br />

e, hoje, acompanha<br />

tendências de moda, de comportamento,<br />

de inovação e de<br />

outras ações cotidianas do consumidor.<br />

A transformação social<br />

é ágil e a embalagem tornou-se<br />

um importante canal de difusão<br />

de informação. “Há diversos canais<br />

por onde a empresa pode se<br />

comunicar e nem sempre é simples<br />

saber onde os consumidores<br />

estão, se você se comunica pela<br />

embalagem, 100% deles com<br />

certeza ouvirão a mensagem”,<br />

diz Fábio Mestriner, coordenador<br />

do núcleo de estudos em<br />

embalagem da ESPM.<br />

A fragmentação dos recursos<br />

de marketing são outro agravante.<br />

“Hoje a verba é distribuída em<br />

um número bem maior de mídias,<br />

o que exige que os profissionais<br />

façam mais com menos e<br />

torna as embalagens ainda mais<br />

relevantes”, afirma Mestriner.<br />

Inseridas neste contexto, as marcas<br />

têm buscado alternativas e<br />

começam a traçar um novo caminho<br />

para as embalagens.<br />

Com a campanha “Faz Bem<br />

Saber”, a Nestlé passou a inserir<br />

no rótulo de seus produtos informações<br />

e dicas nutricionais. “O<br />

que quer que esteja impresso no<br />

rótulo, já fará parte do custo da<br />

embalagem, portanto é publicidade<br />

a custo zero”, diz Mestriner.<br />

A iniciativa foi aplicada após um<br />

estudo que constatou que a palavra<br />

que melhor representava a<br />

empresa na mente do consumidor<br />

era nutrição. “Desta forma, a<br />

Nestlé aplicou a campanha mundialmente<br />

e, só aqui no <strong>Brasil</strong>, replica<br />

mais de sete bilhões de<br />

mensagens ao ano”, afirma.<br />

Hoje as embalagens vão além<br />

da proteção e transporte do produto,<br />

mas serve como apoio ao<br />

marketing e, no ponto de venda, a<br />

ordem é atrair a atenção do consumidor.<br />

As embalgens que não<br />

mudam por mais de dois anos já<br />

são consideradas artigos de colecionador.<br />

“Sugerimos que elas<br />

(embalagens) sejam revistas a<br />

cada ano, ou até menos, dependendo<br />

do ramo em que esteja inserido<br />

o produto”, diz Carlos Zardo,<br />

coordenador do comitê de design<br />

da Associação <strong>Brasil</strong>eira de<br />

Embalagens (Abre). ■<br />

1985<br />

Nestlé emite sete bilhões de<br />

mensagens por ano por meio<br />

de suas embalagens<br />

MANTEIGA AVIAÇÃO<br />

PALITOS GINA<br />

1991 2005 2010<br />

Mesmo que algumas embalagens e rótulos clássicos pareçam os mesmos, mudanças sutis acompanham a evolução da marca<br />

com o passar do tempo. “Embora o todo pareça ser o mesmo de antes, não é, e a mudança é necessária”, diz Carlos Zardo, da Abre.<br />

<br />

Fotos: divulgação<br />

Na contramão das mudanças, a Aviação alterou<br />

apenas uma vez seu rótulo criado em de 1938.<br />

A troca foi feita no início dos anos 19<strong>40</strong><br />

A modelo que estampa os rótulos dos<br />

palitos Gina apareceu pela primeira vez em<br />

1976. A criação foi da agência Diagrama


Daniel Acker/Bloomberg<br />

HARPER´S BAZAAR CHEGA ÀS BANCAS BRASILEIRAS EM NOVEMBRO<br />

A partir de novembro a publicação internacional de moda Harper’s Bazaar chegará<br />

às bancas brasileiras. Para a divulgação da revista serão aplicados R$ 10 milhões em<br />

campanhas de TV, internet, em veículos impressos, promoções em pontos de venda,<br />

entre outras. O <strong>Brasil</strong> será o 27º país a ter a publicação com mais de 150 anos de<br />

existência e pertence ao grupo Hearst Magazine International. “Já queríamos estar<br />

mais envolvidos com o país. Com a explosão da economia brasileira, vimos que era<br />

o nosso momento e encontramos parceiros que conhecem bem este mercado”,<br />

afirma Patrick Brennan (à esquerda), vice-presidente de desenvolvimento de<br />

negócios da Hearst. “Sei que teremos grande êxito”, diz Kim Bodden (à esquerda),<br />

diretora editorial internacional da Hearst. Atualmente, quase dez publicações<br />

de moda estrangeiras circulam entre os leitores brasileiros, mas Patrícia Carta<br />

(à direita), diretora responsável da Carta Editorial, espera ser a primeira delas em<br />

breve. “Em três anos seremos líderes no mercado de publicação de moda no <strong>Brasil</strong>”,<br />

diz. Para isso a Carta Editorial prepara lançamento simultâneo em mídias diversas.<br />

“Pretendemos entrar de forma já fortes e consolidados. Além da versão impressa,<br />

teremos a on-line e as mídias sociais, como Facebook e Twitter, como parte<br />

do conjunto”, diz Idel Arcuschin (à direita), sócio-diretor da Carta Editorial.<br />

São João Cervejão<br />

Schincariol prepara lata<br />

temática em parceria com<br />

a Euro RSCG<br />

Twitter confirma compra do TweetDeck<br />

O Twitter comprou o TweetDeck, um aplicativo desenvolvido para<br />

organizar as mensagens emitidas pela rede social. Os termos da<br />

transação não foram revelados, mas uma fonte afirmou à Reuters no<br />

início deste mês que um acordo com valor de até US$ 50 milhões era<br />

iminente. Jodi Olson, da equipe de comunicação do Twitter, afirmou que a<br />

empresa planejava investir no TweetDeck, para combater aplicações<br />

desenvolvidas por terceiros como forma de proteger seu negócio.<br />

■ Falando em embalagem,<br />

uma lata inédita da<br />

cerveja Nova Schin<br />

com imagens alusivas<br />

à cultura nordestina<br />

foi criada pela agência<br />

EURO RSCG com o tema<br />

São João, Cervejão.<br />

O intuito da Schincariol<br />

é acompanhar os<br />

consumidores até os<br />

festejos juninos que se<br />

aproximam. Para isso<br />

ainda vai patrocinar<br />

as comemorações de<br />

São João em quatro<br />

estados da região<br />

Nordeste brasileira: Bahia,<br />

Sergipe, Pernambuco e<br />

Paraíba. Um filme para TV,<br />

ainda sem data para ir ao<br />

ar e outras peças também<br />

fazem parte da campanha.<br />

A lata temática será<br />

comercializada apenas<br />

na região Nordeste.<br />

Antonio Milena<br />

AGENDA<br />

● Arquitetura, design, moda e outras<br />

formas de comunicação não tão<br />

diretas estão sendo debatidas esta<br />

semana no Congresso Mega <strong>Brasil</strong><br />

de Comunicação. O evento, que<br />

termina amanhã, tem acontecido<br />

no Centro de Convenções Rebouças,<br />

em São Paulo.<br />

Quinta-feira, 26 de maio, 2011 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> 29<br />

Divulgação<br />

criatividade@brasileconomico.com.br<br />

MARTHA<br />

TERENZZO<br />

Professora dos cursos<br />

gestão da inovação<br />

e design thinking da ESPM<br />

Marcas devem manter<br />

inovação, sem copiar<br />

Você já parou para pensar quantas marcas fazem parte de<br />

seu repertório mental? Omo, Fiat, Itaú, Coca-Cola, Nestlé,<br />

Nokia, Bic, Sony, Sadia, Bombril, Amanco, Liza, Hering,<br />

Boticário, Café Pilão, Açúcar União. Um universo de marcas<br />

nos cerca e algumas brilham mais, outras nem tanto.<br />

Cada uma delas ocupa um espaço próprio que jamais<br />

pode ser copiado. É possível marcas se assemelharem e<br />

perderem seus significados. Mas uma copia exata de uma<br />

marca, é uma clonagem, não que não possa acontecer, pois<br />

é uma tática de curto prazo.<br />

Um produto pode ser copiado por um concorrente, mas<br />

uma marca é única na mente de cada pessoa. Consumimos<br />

signos que através de sua funcionalidade geram crenças. As<br />

marcas com seus símbolos, imagens, percepções e sentimentos<br />

prometem entregar algo a mais, além do produto.<br />

Vivemos os tempos das “coisas”, produtos que tomam<br />

as mais diversas formas. Celulares, laptops, tênis, refrigerantes,<br />

um mundo afogado em objetos. TVs, skype, revistas,<br />

internet, celulares, moda, e-mail, mensagens instantâneas,<br />

videogames, filmes. Uma tempestade de imagens e<br />

marcas numa complexa<br />

sociedade midiática.<br />

Nós buscamos e consumimos<br />

o que nos traz<br />

um significado especial<br />

para nosso universo<br />

mental. As marcas, através<br />

de seus objetos nos<br />

resignificam e atingem<br />

um significado. É a “coisificação”<br />

que consumimos<br />

que nos faz “existir”<br />

e pertencer com nossas<br />

identidades nos meios<br />

que habitamos. É preciso<br />

consumir “coisas” para<br />

ser um individuo na sociedade<br />

contemporânea.<br />

Através desta fruição, experimentamos a quantidade de<br />

Há um grande<br />

desafio e uma<br />

grande<br />

oportunidade<br />

aserem<br />

compreendidos<br />

pelos gestores<br />

de marcas<br />

informações possíveis e de possibilidades de realização.<br />

Desejamos mudanças e que essas marcas nos acompanhem<br />

com a mesma velocidade, para evoluirmos juntos.<br />

As empresas criam a cada dia novas formas de difusão<br />

para mediar e criar fidelidade a uma marca para novas possibilidades<br />

de consumo. Transformam as emoções em imagens<br />

representativas para nós, e a imagem, puramente<br />

emocional e aspiracional rompe a estrutura racional das<br />

nossas mentes e nos colocar diante de nossos imaginários.<br />

A marca passa a ser um agrupamento de significados individuais<br />

e deixa de ser relevante caso não acompanhe<br />

nossas necessidades e desejos constantes. Rapidamente,<br />

podemos substituir as marcas que encerraram seu ciclo de<br />

vida em nossas mentes e coração por algum motivo.<br />

Nós compramos valores e promessas de entrega. Temos<br />

expectativas com cada marca que se relaciona conosco. O<br />

não cumprimento significa nosso abandono ou insatisfação.<br />

Entender nossas necessidades e desejos, atender positivamente<br />

cada etapa do relacionamento que temos com<br />

elas e em todos os pontos de contato, será o mais importante<br />

desafio de inovação das marcas. A sinergia eficiente e<br />

eficaz na gestão de Inovação e Marcas é uma poderosa forma<br />

das empresas se perpetuarem nas nossas mentes. ■


30 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> Quinta-feira, 26 de maio, 2011<br />

FINANÇAS<br />

Editora: Maria Luíza Filgueiras mfilgueiras@brasileconomico.com.br<br />

Subeditora: Priscila Dadona pdadona@brasileconomico.com.br<br />

Empresas devem<br />

captar mais no<br />

exterior em 2011<br />

Volume de emissões no mercado internacional está perto de<br />

US$ 20 bi, 32% a mais que no mesmo período do ano passado<br />

Ana Paula Ribeiro<br />

aribeiro@brasileconomico.com.br<br />

As empresas brasileiras seguem<br />

com caminho aberto para captações<br />

de recursos no exterior.<br />

O excesso de liquidez no mercado<br />

internacional e a perspectiva<br />

positiva para a economia doméstica<br />

estimulam essas operações<br />

e devem fazer com que o<br />

volume total captado em 2011<br />

seja superior ao registrado no<br />

ano passado.<br />

Com base em levantamento<br />

da Thomson Reuters feito a pedido<br />

do BRASIL ECONÔMICO, os títulos<br />

de dívida emitidos por<br />

empresas brasileiras no exterior<br />

totalizam neste ano US$ 19,81<br />

bilhões, valor 32,11% superior<br />

ao registrado nos primeiros cinco<br />

meses do ano passado.<br />

O crescimento pode ser ainda<br />

maior, uma vez que o levantamento<br />

não inclui ainda as operações<br />

recém-anunciadas, como<br />

da OGX, TAM e Centrais Elétricas<br />

do Pará (Celpa). A estimativa<br />

é que só a empresa de Eike<br />

Batista levante US$ 2 bilhões e<br />

que a operação seja concluída<br />

hoje. A emissão da companhia<br />

aérea também deve ser finalizada<br />

nesta quinta-feira.<br />

Na avaliação do economistachefe<br />

do BES Investimento, Flavio<br />

Serrano, há um estímulo<br />

para essas operações porque há<br />

pouca probabilidade de maior<br />

volatilidade na economia interna<br />

— o que poderia reduzir o interesse<br />

de investidores estrangeiros.<br />

“O mundo está com liquidez<br />

e o risco das empresas<br />

brasileiras está baixo”, diz.<br />

Para determinar o rendimento<br />

de um título (yield), os<br />

emissores levam em conta o volume<br />

emitido, a nota de risco da<br />

empresa e a seu histórico de<br />

emissões anteriores. O diretor<br />

gerente da área de Investment<br />

Bank do BTG Pactual, Sandy Severino,<br />

lembra que o prêmio de<br />

risco não está no nível mais baixo.<br />

No entanto, a referência para<br />

se chegar ao yield é o título do<br />

Tesouro americano, que está em<br />

Liquidez no mercado<br />

internacional e<br />

economia interna<br />

aquecida fazem<br />

investidores<br />

demandarem títulos<br />

corporativos<br />

brasileiros<br />

queda nos últimos meses.<br />

Em fevereiro, esses títulos<br />

pagavam cerca de 3,70% ao ano<br />

e agora estão entre 3,10% e<br />

3,15%. A combinação entre prêmio<br />

de risco e o título de referência<br />

tem sido favorável às empresas<br />

brasileiras. “O mercado<br />

está bom para as brasileiras. Há<br />

uma combinação de economia<br />

interna aquecida e taxas de juros<br />

globais baixas”, reforça.<br />

Para Severino, mesmo o barulho<br />

causado por problemas fiscais<br />

enfrentados por alguns países<br />

da Europa não deve reduzir o<br />

interesse de investidores estrangeiros<br />

por títulos de empresas<br />

brasileiras.<br />

Apesar da maior demanda<br />

dos investidores por papéis corporativos<br />

do país, o executivo<br />

explica que não houve uma mudança<br />

no perfil dos compradores<br />

desses títulos. A maior parte<br />

(60%) vai para a mão de investidores<br />

dos Estados Unidos. Os<br />

europeus ficam com cerca de<br />

25% dos volumes ofertados e o<br />

restante, com investidores da<br />

Ásia e América Latina.<br />

Para o superintendente de<br />

mercados de capitais do Santander,<br />

Ricardo Leoni, o mercado<br />

deve continuar aberto às<br />

companhias brasileiras até pelo<br />

menos meados de agosto, período<br />

em que ainda é possível<br />

trabalhar com os resultados do<br />

primeiro trimestre. Porém, na<br />

visão dele, as notícias negativas<br />

provenientes da Europa podem<br />

sim deixar o ambiente mais volátil,<br />

afetando a demanda.<br />

Entre os principais emissores<br />

deste ano estão a Petrobras, que<br />

em janeiro levantou R$ 5,98 bilhões.<br />

Os bancos também realizaram<br />

captação elevada. No entanto,<br />

profissionais desse mercado<br />

acreditam que as emissões<br />

de instituições financeiras devem<br />

diminuir. “A demanda dos<br />

investidores por papéis de empresas<br />

está boa e, além disso, o<br />

mercado está um pouco saturado<br />

de papéis de bancos”, avalia<br />

um executivo de banco de investimento.<br />

■<br />

1<br />

2<br />

■ OGX<br />

Empresa de Eike Batista<br />

vai lançar títulos no<br />

exterior no valor de<br />

US$2bilhões<br />

■ TAXA<br />

A operação da OGX deve<br />

ser finalizada com títulos<br />

pagando, ao ano,<br />

8,5%<br />

■ TAM<br />

Companhia de aviação<br />

deve remunerar<br />

investidores, ao ano, em até<br />

8,75%<br />

■ CELPA<br />

Captação da companhia de<br />

energia do Pará deve ter<br />

ter custo, ao ano, de<br />

10,125%


Divulgação<br />

EMISSÕES DE EMPRESAS<br />

BRASILEIRAS NO EXTERIOR<br />

EM 2011<br />

Volume é maior que em<br />

mesmo período do ano passado,<br />

em US$ bilhões*<br />

Variação<br />

32,11% 20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

0<br />

15,00<br />

2010<br />

Divulgação<br />

19,81<br />

2011<br />

Fontes: Thomson Reuters e <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> *Até 25 de maio<br />

3<br />

Fluxo cambial positivo em US$ 8 bi em maio<br />

O fluxo cambial ficou positivo em US$ 8,34 bilhões neste mês, até dia 23.<br />

O volume é quase seis vezes maior que o fluxo de US$ 1,54 bilhão<br />

registrado em abril. No ano, as remessas da moeda estrangeira ao país<br />

somaram US$ 45,5 bilhões. Em maio, o fluxo financeiro ficou positivo<br />

em US$ 2,98 bilhões, enquanto o comercial (operações do comércio<br />

exterior) registrou US$ 5,36 bilhões. As informações foram divulgadas<br />

ontem pelo chefe do Departamento <strong>Econômico</strong> do BC, Tulio Maciel.<br />

MAIORES EMISSÕES EM 2011<br />

Petrobras foi a que levantou mais recursos<br />

EMISSOR VALOR, EM US$ MILHÕES<br />

PETROBRAS<br />

BANCO DO BRASIL<br />

BRADESCO<br />

BANCO DO BRASIL<br />

VOTORANTIM CIMENTOS<br />

FIBRIA<br />

BANCO VOTORANTIM<br />

MARFRIG<br />

HYPERMARCAS<br />

BANCO VOTORANTIM<br />

1.480<br />

1.348<br />

996,1<br />

745,5<br />

743,3<br />

741,3<br />

741,3<br />

736,5<br />

617,6<br />

0 1000 2000 3000 <strong>40</strong>00 5000 6000<br />

5.979<br />

(janeiro)<br />

(maio)<br />

(maio)<br />

(janeiro)<br />

(março)<br />

(fevereiro)<br />

(fevereiro)<br />

(abril)<br />

(abril)<br />

(maio)<br />

Marcela Beltrão<br />

Murillo Constantino<br />

1 TAM aproveita momento favorável para emissões corporativas; 2 No<br />

mundo do petróleo, Petrobras já levantou US$5,98 bilhões e OGX deve<br />

finalizar captação de US$ 2 bi; 3 Elétrica Celpa deve pagar 10,125% a.a.<br />

AGENDA DO DIA<br />

● Pesquisa de emprego,<br />

no <strong>Brasil</strong> e nos EUA, às 9h.<br />

● Às 9h30, 2ª prévia do PIB<br />

americano no trimestre.<br />

● Discurso de Alexandre Tombini,<br />

presidente do Banco Central,<br />

em seminário no Rio, com Fazenda<br />

e FMI, às 13h30.<br />

Quinta-feira, 26 de maio, 2011 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> 31<br />

Mercado<br />

aberto a novos<br />

emissores<br />

Por não ter histórico de<br />

captações, empresas<br />

estreantes precisam pagar mais<br />

O excesso de liquidez no mercado<br />

internacional tem garantido<br />

demanda até para as emissões<br />

de empresas que não têm como<br />

hábito se financiar com títulos<br />

de dívida externa. Uma das razões<br />

para esse interesse é a remuneração<br />

paga por essas companhias.<br />

“Os novos emissores<br />

tendem a pagar um pouco mais<br />

de prêmio e isso atrai parte dos<br />

investidores”, diz o superintendente<br />

de Mercado de Capitais do<br />

Santander, Ricardo Leoni.<br />

De fato, a companhia disposta<br />

a estrear no mercado externo<br />

será cobrada pelos investidores.<br />

Para captar US$ 2 bilhões pelo<br />

prazo de sete anos, a OGX deverá<br />

pagar cerca de 8,5% ao ano<br />

aos investidores. A remuneração<br />

pode parecer alta perto dos<br />

3,875% que a Petrobras pagou<br />

em janeiro para uma captação<br />

de cinco anos. Uma das justificativas<br />

para essa diferença é que<br />

a OGX nunca testou o mercado<br />

externo e também porque ainda<br />

é uma empresa não-operacional,<br />

o que eleva o risco do papel.<br />

O diretor da área de investimento<br />

do BTG Pactual, Sandy<br />

Severino, também avalia que<br />

haverá boa receptividade para<br />

novos emissores no mercado.<br />

Para o executivo, mesmo as<br />

operações de estreantes têm<br />

tido boa demanda. Como exemplo,<br />

cita a operação da Virgolino<br />

de Oliveira, do setor de açúcar<br />

e álcool, que em janeiro levantou<br />

US$ 300 milhões pelo<br />

prazo de sete anos. Como a empresa<br />

ofereceu rendimento de<br />

10,5% ao ano, os investidores<br />

ficaram interessados.<br />

Para Severino, a partir de<br />

US$ 300 milhões as empresas já<br />

conseguem garantir uma demanda<br />

razoável para operações.<br />

Mas lembra que a liquidez do<br />

mercado permite até que ofertas<br />

de baixo volume tenham mercado.<br />

É o caso da General Shopping,<br />

que no mês passado conseguiu<br />

captar US$ 50 milhões.<br />

Já o banco Ficsa conseguiu emitir<br />

apenas US$ 11 milhões em títulos<br />

de dívida no exterior.<br />

“Valores abaixo de US$ 150<br />

milhões são aceitos, mas a empresa<br />

tem que pagar um pouco<br />

mais pela falta de liquidez”, explica<br />

Severino.<br />

Remuneração<br />

de companhias<br />

sem histórico<br />

no mercado<br />

internacional<br />

embute prêmio de<br />

risco e abre apetite<br />

de investidores<br />

O presidente da Associação<br />

<strong>Brasil</strong>eira dos Bancos (ABBC),<br />

Renato Oliva, acredita que o<br />

mercado externo é uma forma<br />

das instituições financeiras diversificarem<br />

as fontes de recursos.<br />

Para o dirigente, mesmo as<br />

que não possuem o hábito de<br />

buscar recursos em moeda estrangeira<br />

deviam testar mais<br />

esse mercado. “O custo do mercado<br />

externo precisa ser mais<br />

exercitado, assim mais barato<br />

ele vai ficando”, defende Oliva.<br />

Esse trabalho cria redução de<br />

custo, explica. ■ A.P.R.


32 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> Quinta-feira, 26 de maio, 2011<br />

FINANÇAS<br />

EMISSÃO DE DÍVIDA<br />

Câmara aprova isenção de imposto para<br />

estimular debêntures a estrangeiros<br />

A Câmara dos Deputados aprovou ontem a Medida Provisória que elimina<br />

a cobrança do imposto de renda sobre ganhos de estrangeiros e pessoas<br />

físicas em aplicações em debêntures com prazo de mais de quatro anos.<br />

A medida faz parte de uma série de ações anunciadas pelo governo<br />

em dezembro para estimular o financiamento de longo prazo pelo setor<br />

privado no País, que hoje é sustentado principalmente pelo BNDES.<br />

Natália Flach<br />

nflach@brasileconomico.com.br<br />

A agenda de Muhammad Yunus<br />

está bastante cheia mesmo depois<br />

de ele ter deixado, forçadamente,<br />

a presidência da instituição provedora<br />

de microcrédito criada por<br />

ele, o Grameen Bank. Em rápida<br />

visita ao <strong>Brasil</strong>, o vencedor do<br />

prêmio Nobel da Paz em 2006<br />

participará hoje de um evento<br />

com Fernando Pimentel, ministro<br />

do Desenvolvimento, Luciano<br />

Coutinho, presidente do BNDES,<br />

e Aldemir Bendine, presidente do<br />

Banco do <strong>Brasil</strong>, em Belo Horizonte.<br />

O bengalês já esteve também<br />

em Brasília, para conversa<br />

com a presidente Dilma Rousseff.<br />

Em todos esses encontros, o<br />

objetivo de Yunus é o mesmo: explicar<br />

o conceito de negócio social<br />

implementado em Bangladesh<br />

(sua terra natal) e em outros<br />

países e discutir como esse modelo<br />

pode ser traduzido para a<br />

realidade brasileira. “Pretendo<br />

definir com políticos e empresários<br />

brasileiros como podemos<br />

solidificar esse conceito. Hoje, os<br />

bancos brasileiros aplicam os recursos<br />

em compulsório porque<br />

não sabem ao certo como funciona<br />

o microcrédito”, diz. Ele se refere<br />

aos 2% dos depósitos compulsórios<br />

à vista feito pelas instituições<br />

ao Banco Central que poderiam<br />

ser destinados a esse tipo<br />

de financiamento. “Caso dê certo,<br />

o país pode se tornar líder<br />

nesse movimento, devido ao seu<br />

posicionamento mundial.”<br />

Segundo o executivo, o intuito<br />

dos bancos de microcrédito não é<br />

promover o lucro — na verdade,<br />

essas instituições ajudam a solucionar<br />

os problemas sociais. Portanto,<br />

aquelas entidades cujo ganho<br />

é de 10% acima do custo<br />

operacional se enquadram no que<br />

ele chama de zona verde (considerada<br />

dentro dos padrões). Já os<br />

bancos que estão na faixa vermelha,<br />

por arrecadarem mais do que<br />

15% de lucro, estão fora do propósito<br />

social. “Todo o lucro tem<br />

de ser revertido para a própria<br />

instituição, portanto, não há perdas<br />

nem ganhos”, aponta.<br />

Sobre os programas de assistência<br />

social, como o Bolsa Família,<br />

Yunus diz que eles são necessários<br />

— no entanto, não podem<br />

ser permanentes. O executivo<br />

cita o caso da Alemanha e do Rei-<br />

“Pretendo definir<br />

com políticos<br />

e empresários<br />

brasileiros como<br />

podemos solidificar<br />

esse conceito. Hoje,<br />

os bancos brasileiros<br />

aplicam os recursos<br />

em compulsórios,<br />

porque não<br />

sabem ao certo<br />

como funciona<br />

o microcrédito<br />

Muhammad Yunus,<br />

fundador do Grameen Bank<br />

Evandro Monteiro<br />

no Unido que abrigam cinco gerações<br />

de famílias dependentes<br />

do assistencialismo. “Precisa haver<br />

uma solução para tirar as pessoas<br />

dessa situação. Uma das opções<br />

é o microcrédito; outra é incentivar<br />

o empreendedorismo<br />

com parceiros sociais”, diz.<br />

Este é o caso da Danone e da<br />

Adidas. As duas companhias fizeram<br />

parcerias com o conglomerado<br />

de Yunus — que detém a<br />

marca Grameen e faz joint ventures<br />

com empresas e instituições<br />

voltadas para o negócio social<br />

— para produzir itens a preços<br />

acessíveis para a população<br />

carente. No caso da Danone, o<br />

produto escolhido foi um iogurte<br />

que possui nutrientes que ajudam<br />

a prevenir a desnutrição.<br />

Apenas o investimento inicial foi<br />

“devolvido” para a empresa de<br />

alimentos, enquanto todo o resto<br />

da receita vem sendo reinvestida<br />

no programa. Já no caso da Adidas,<br />

a escolha foi um tênis que<br />

custa apenas € 1.<br />

Saída do banco<br />

A busca por novas parceiros e a<br />

disseminação do conceito de<br />

negócio social tomarão boa parte<br />

do tempo do executivo após a<br />

sua saída do Grameen Bank. Sobre<br />

sua destituição do banco,<br />

Yunus explica que o governo de<br />

Bangladesh entendeu que o<br />

banco é uma instituição estatal e<br />

não privada. “O conselho tomava<br />

todas as decisões e havia regras<br />

internas. Mas o governo<br />

entendeu que o banco era uma<br />

entidade estatal e, como tal, impuseram<br />

regras.” Entre elas, está<br />

a idade limite do presidente da<br />

instituição, de 60 anos. Hoje,<br />

Yunus tem 71. “Fomos à justiça<br />

contestar, mas foi em vão.”<br />

Outro motivo que ajuda a explicar<br />

a interferência estatal é o<br />

fato de o executivo ter anunciado,<br />

em 2007, intenção de articular<br />

um partido político. “Dois<br />

meses depois voltei atrás. Mas<br />

o medo de que eu possa mudar<br />

de ideia novamente continua.<br />

Garanto que hoje não tenho<br />

qualquer intenção de seguir a<br />

carreira política”, diz.<br />

Sobre o documentário norueguês<br />

que afirmava que Yunus havia<br />

sonegado impostos, o chamado<br />

banqueiro dos pobres nega.<br />

“O governo fez uma auditoria e<br />

nada foi encontrado.” ■<br />

BANCOS<br />

Morada levou a encolhimento<br />

de venda de carteiras, diz ABBC<br />

Operações de compra e venda de carteiras de crédito entre bancos<br />

têm encolhido desde abril, quando houve intervenção do Banco Morada,<br />

disse Renato Oliva, presidente da Associação <strong>Brasil</strong>eira de Bancos.<br />

O mercado de cessão de créditos, em que bancos pequenos e médios<br />

vendem suas carteiras a instituições maiores para se financiar, foi afetado<br />

em novembro, quando o BC detectou sinais de fraude no Panamericano.<br />

Compulsório pode tornar o <strong>Brasil</strong><br />

Fundador do Grameen Bank destaca potencial de negócio<br />

social no país e se reúne com empresários esta semana


SEGUROS<br />

Pesquisa da Associação de Genebra mostra<br />

preocupação com pressa regulatória<br />

Membros da Associação de Genebra estão preocupados com movimentos<br />

regulatórios internacionais e reivindicam tempo e expertise no processo<br />

de definição de Instituições Financeiras Sistemicamente Importantes.<br />

Pesquisa com cerca de 80 dos principais presidentes de seguradoras do<br />

mundo aponta entendimento de risco real de que esforço para cumprir<br />

prazo curto do G20 rsulte em regulação inadequada ao setor.<br />

Andrew Harrer/Bloomberg<br />

líder em microcrédito<br />

Murillo Constantino<br />

Yunus, entre<br />

afastamento do<br />

banco e acusações,<br />

mantém ritmo de<br />

desenvolvimento<br />

social<br />

NÚMEROS DOS EMPRÉSTIMOS (DADOS DE ABRIL, EM DÓLAR)<br />

● O montante de financiamentos<br />

distribuídos desde a criação do<br />

banco é de US$ 10,6 bilhões. Já o<br />

total pago é de US$ 9,4 bilhões.<br />

HISTÓRICO<br />

1<br />

Origem do Grameen<br />

Bank, em 1976<br />

O banco nasceu de uma pesquisa<br />

do então professor da<br />

Universidade de Chittagong<br />

sobre um sistema de crédito<br />

voltado para as populações rurais<br />

carentes de Bangladesh. A ideia<br />

era acabar com a exploração<br />

dos juros altos e reverter o círculo<br />

vicioso de pouca renda, pouca<br />

poupança e pouco investimento.<br />

● O total de membros<br />

beneficiados pela entidade é de<br />

8,3 milhões de pessoas, sendo<br />

que as mulheres são 8 milhões.<br />

2<br />

Transformação em<br />

banco independente<br />

Depois da expansão do projeto<br />

para diversas cidades de<br />

Bangladesh, em 1983, a legislação<br />

do país passou a considerar<br />

o Grameen Bank como uma<br />

instituição financeira<br />

independente. Os tomadores do<br />

banco representam, hoje, 97%<br />

da participação da companhia.<br />

O restante pertence ao governo.<br />

CÂMBIO<br />

Quinta-feira, 26 de maio, 2011 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> 33<br />

Cautela mantém dólar na faixa de<br />

cotação entre R$ 1,61 e R$ 1,63<br />

O dólar subiu 0,31% ante o real ontem a R$ 1,629, mantendo-se preso à<br />

recente faixa de oscilação (R$ 1,61 a R$ 1,63) em meio à cautela de<br />

investidores em aumentar apostas contra a moeda americana. Em maio a<br />

moeda acumula alta de 3,56%. Números mais atualizados, de terça-feira,<br />

investidores estrangeiros mantinham em torno de US$ 17,7 bilhões em<br />

posições vendidas nos mercados de dólar futuro e cupom cambial (DDI).<br />

● O número de empréstimos<br />

a microempresas é de<br />

US$ 3,2 bilhões. Deste total,<br />

US$ 1 bilhão já foi pago.<br />

3<br />

Yunus é destituído do<br />

cargo de presidente<br />

Muhammad Yunus foi destituído<br />

da presidência do banco, neste<br />

mês. O governo entendeu que a<br />

instituição é pública e, portanto,<br />

precisa seguir as regras<br />

governamentais. Entre elas, está<br />

a de que o presidente da entidade<br />

pode ter, no máximo, 60 anos.<br />

Yunus tem 71. Há questões<br />

políticas envolvidas no caso.<br />

Bancos<br />

podem<br />

devolver<br />

R$ 430 mi<br />

Estimativa do Ministério<br />

Público envolvem cobranças<br />

indevidas de Santander e Itaú<br />

Os bancos Santander e Itaú e<br />

Unibanco podem ter que devolver<br />

um montante de R$ 430<br />

milhões aos correntistas. Uam<br />

recomendação do Ministério<br />

Público Federal no Rio de Janeiro<br />

(MPF-RJ) para as duas instituições<br />

se deve à avaliação do<br />

órgão de cobranças indevidas<br />

dos clientes no período entre<br />

2008 e 2010.<br />

Nas contas do Ministério Público,<br />

o Santander pode ter que<br />

ressarcir cerca de R$ 265 milhões<br />

pelo repasse de encargos<br />

de operações de crédito (Reoc),<br />

enquanto as contas do Itaú indicam<br />

restituição de mais de<br />

R$ 165 milhões cobrados como<br />

Comissão sobre Operações Ativas<br />

(COA) e como multas por<br />

devoluções de cheques. Segundo<br />

nota do MPF, os bancos foram<br />

advertidos de que descumpriram<br />

regulamentação do Banco<br />

Central e de que estão sujeitos<br />

a processos judiciais se não<br />

restituírem aos clientes essas<br />

cobranças indevidas.<br />

Em inquérito civil público o<br />

o BC definiu os três casos como<br />

não passíveis de cobrança, tendo<br />

em vista a regulamentação<br />

sobre tarifas bancárias que entrou<br />

em vigor em 30 de abril<br />

de 2008 (resolução 3518/2008),<br />

e foi nessa decisão que se baseou<br />

a recomendação feita pelo<br />

procurador da República Claudio<br />

Gheventer.<br />

As cobranças do Santander<br />

foram feitas entre junho de 2008<br />

e agosto de 2009, após ter sido<br />

comunicado pelo BC da irregularidade<br />

em janeiro de 2009.<br />

Procurado, o Santander respondeu<br />

em nota que entende que<br />

procedeu de acordo com a legislação<br />

e regulamentação existente<br />

à época. “Quanto à recomendação,<br />

esclarece que a recebeu<br />

e está analisando seu<br />

conteúdo”. No Itaú, cobranças<br />

foram feitas entre abril de 2008<br />

e abril de 2010. O banco informa<br />

que recebeu a recomendação<br />

há cerca de um mês e desde<br />

então mantém diálogo transparente<br />

com o órgão.” ■


34 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> Quinta-feira, 26 de maio, 2011<br />

INVESTIMENTOS<br />

Vanessa Correia<br />

vcorreia@brasileconomico.com.br<br />

35% dos clientes do Itaú se arriscam<br />

mais que deveriam nos investimentos<br />

A aplicação de um questionário para identificar<br />

a análise do perfil do investidor (API) a<br />

mais de 550 mil clientes do Itaú Unibanco<br />

identificou que aproximadamente 30% deles<br />

têm aplicações cujo risco é menor que o<br />

recomendado; 35% possuem aplicações enquadradas<br />

em seu perfil de risco e outros<br />

35% correm mais risco que o recomendado.<br />

Esse percentual é parecido em todas as regiões<br />

do país, com exceção da região Norte,<br />

segundo Osvaldo do Nascimento, diretor<br />

executivo de produtos de investimento e<br />

previdência do Itaú Unibanco. “No Norte —<br />

que concentra 1% do total de recursos dos<br />

participantes — 47% correm menos risco<br />

que o indicado e 37% estão enquadrados.<br />

Ou seja, os investidores acham que estão assumindo<br />

risco quando na verdade não estão”,<br />

diz o executivo. “Isso é uma questão<br />

de educação financeira”, explica.<br />

Na região Sudeste, por sua vez, 35% dos<br />

clientes se arriscam mais que o indicado pela<br />

API; 35% estão enquadrados e 30% correm<br />

mais risco do que poderiam. “Os investidores<br />

que correm mais risco do que o indicado<br />

pela API assinam um termo de ciência no<br />

momento da aplicação”, pondera.<br />

PERFIL VERSUS CARTEIRA<br />

Pesquisa do Itaú mostra que 35% dos investidores correm mais risco que o recomendado<br />

NORTE<br />

NORDESTE CENTRO-OESTE<br />

1% do total de investidores* 5% do total de investidores*<br />

3% do total de investidores*<br />

Menos<br />

riscos<br />

47%<br />

IBOVESPA<br />

63.800<br />

63.600<br />

63.<strong>40</strong>0<br />

63.200<br />

63.000<br />

10h<br />

Fonte: BM&FBovespa<br />

11h<br />

Mais<br />

riscos<br />

16%<br />

Enquadrados<br />

37%<br />

12h<br />

Menos<br />

riscos<br />

30%<br />

SUDESTE SUL<br />

82% do total de investidores* 9% do total de investidores*<br />

Menos<br />

riscos<br />

30%<br />

Mais<br />

riscos<br />

35%<br />

Enquadrados<br />

35%<br />

Menos<br />

riscos<br />

32%<br />

Fonte: F t Itaú It ú Unibanco U ib * *o ttotal t l dde clientes li t é 550 mil il<br />

Máxima<br />

Mínima<br />

Fechamento<br />

13h<br />

63.857,12<br />

63.024,77<br />

63.388,44<br />

14h<br />

O Itaú Unibanco transpôs o modelo de API,<br />

ou suitability, apresentado pela Associação<br />

<strong>Brasil</strong>eira das Entidades dos Mercados Financeiro<br />

e de Capitais (Anbima) em meados do<br />

ano passado e incluiu todos os produtos de investimento<br />

em sua análise, inclusive fundos<br />

de previdência privada aberta. “Em um primeiro<br />

momento identificamos o perfil do investidor<br />

e depois comparamos com seu<br />

portfólio de investimentos, inclusive com outras<br />

aplicações que não apenas no Itaú Unibanco.<br />

Dessa forma conseguimos ter uma visão<br />

ampla do posicionamento do investidor”,<br />

afirma Nascimento, lembrando que para isso,<br />

gerentes e consultores de investimento tiveram<br />

que passar por um treinamento.<br />

A análise do perfil do investidor não ficará<br />

restrita às aplicações dos clientes. O Itaú quer<br />

estender a “consultoria financeira” a outros<br />

segmentos, tais como concessão de crédito,<br />

proteção do patrimônio e consolidação das<br />

despesas. “Caso o cliente queira antecipar um<br />

projeto de vida mas não conseguiu acumular<br />

recursos suficientes, aconselhamos a tomar<br />

um empréstimo, desde que feito de maneira<br />

consciente”, pondera o diretor. Essas etapas já<br />

estão sendo implantadas pelo Itaú Unibanco. ■<br />

15h<br />

Mais<br />

riscos<br />

34%<br />

Enquadrados<br />

36%<br />

Mais<br />

riscos<br />

34%<br />

Enquadrados<br />

34%<br />

16h<br />

(EM PONTOS)<br />

17h<br />

Menos<br />

riscos<br />

31%<br />

NOTA:<br />

Todas as regiões possuem<br />

investidores com a mesma<br />

porcentagem de<br />

enquadramento (na média),<br />

exceto na Região Norte,<br />

onde estão tomando menos<br />

riscos que o declarado<br />

Fundo Data Rent. (%) Taxa Aplic. mín.<br />

12 meses No ano adm. (%) (R$)<br />

BB RENDA FIXA LP 50 MIL FICFI 24/MAI 10,20 4,04 1,00 50.000<br />

BB R FIXA LP PLUS ESTILO FIC FI 24/MAI 10,19 4,03 1,00 50.000<br />

ITAU PERS MAXIME RF FICFI 25/MAI 10,14 4,14 1,00 80.000<br />

CAIXA FIC EXEC RF LONGO PRAZO 24/MAI 9,75 3,89 1,10 30.000<br />

CAIXA FIC IDEAL RF LONGO PRAZO 24/MAI 9,16 3,67 1,50 5.000<br />

BB RENDA FIXA 5 MIL FIC FI 25/MAI 8,98 3,64 2,00 5.000<br />

BB RENDA FIXA 200 FIC FI 25/MAI 7,80 3,21 3,00 200<br />

BB RENDA FIXA 50 FIC FI 25/MAI 7,30 3,01 3,50 50<br />

ITAU PREMIO RENDA FIXA FICFI 25/MAI 6,79 2,89 4,00 300<br />

BB RENDA FIXA LP 100 FICFI 24/MAI 6,69 2,75 4,00 100<br />

IBRX-100 SMALL CAP - SMLL<br />

MIDLARGE CAP - MLCX<br />

20.900<br />

1.384<br />

920<br />

20.750<br />

20.600<br />

20.450<br />

20.300<br />

10h<br />

Mais<br />

riscos<br />

31%<br />

Enquadrados<br />

38%<br />

17h<br />

RENDA FIXA<br />

DI<br />

Fundo Data Rent. (%) Taxa Aplic. mín.<br />

12 meses No ano adm. (%) (R$)<br />

BB REF DI LP PREM ESTILO FIC FI 24/MAI 10,38 4,12 0,70 100.000<br />

BB REF DI PLUS ESTILO FIC FI 25/MAI 9,98 4,01 1,00 50.000<br />

ITAU PERS MAXIME REF DI FICFI 25/MAI 9,97 4,04 1,00 80.000<br />

BB REFERENCIADO DI 5 MIL FIC FI 25/MAI 8,32 3,<strong>40</strong> 2,50 5.000<br />

BB NC REF DI LP PRINCIPAL FIC FI 24/MAI 8,04 3,27 2,47 100<br />

HSBC FIC REF DI LP POUPMAIS 25/MAI 7,74 3,21 3,00 30<br />

BB REFERENCIADO DI 200 FIC FI 25/MAI 7,72 3,18 3,00 200<br />

ITAU PREMIO REF DI FICFI 25/MAI 6,67 2,81 4,00 1.000<br />

BRADESCO FIC DE FI REF DI HIPER 25/MAI 6,26 2,64 4,50 100<br />

SANTANDER FIC FI CLAS REF DI 25/MAI 5,84 2,45 5,00 100<br />

AÇÕES<br />

Fundo Data Rent. (%) Taxa Aplic. mín.<br />

12 meses No ano adm. (%) (R$)<br />

BB ACOES VALE DO RIO DOCE FI 24/MAI 8,15 (9,79) 2,00 200<br />

CAIXA FMP FGTS VALE I 24/MAI 7,03 (10,28) 1,90 -<br />

ITAU ACOES FI 24/MAI 4,09 (8,94) 4,00 1.000<br />

BRADESCO FIC DE FIA 24/MAI 3,34 (9,21) 4,00 -<br />

BRADESCO FIC DE FIA MAXI 24/MAI 3,16 (9,34) 4,00 -<br />

BRADESCO FIC DE FIA IV 24/MAI 3,09 (9,37) ND -<br />

UNIBANCO BLUE FI ACOES 24/MAI 1,94 (10,69) 5,00 200<br />

SANTANDER FIC FI ONIX ACOES 24/MAI 1,53 (10,31) 2,50 100<br />

ALFA FIC DE FI EM ACOES 24/MAI (3,19) (12,92) 8,50 -<br />

BB ACOES PETROBRAS FIA 24/MAI (11,27) (11,44) 2,00 200<br />

MULTIMERCADOS<br />

Fundo Data Rent. (%) Taxa Aplic. mín.<br />

12 meses No ano adm. (%) (R$)<br />

ITAU EQUITY HEDGE ADV MULT FI 24/MAI 12,91 5,05 2,00 10.000<br />

ITAU EQUITY HEDGE MULTIM FI 24/MAI 12,11 4,01 2,00 5.000<br />

ITAU PERS K2 MULTIMERCADO FICFI 24/MAI 10,23 3,82 1,50 50.000<br />

BB MULTIM TRADE LP ESTILO FICFI 24/MAI 10,22 3,92 1,50 -<br />

CAPITAL PERF FIX IB MULT FIC 24/MAI 10,22 4,08 1,50 20.000<br />

ITAU PERS MULTIE MULT FICFI 24/MAI 10,03 3,89 1,25 5.000<br />

SANT FIC FI ESTRAT MULTIMERCADO 24/MAI 7,58 2,96 2,00 10.000<br />

SANT CAP PROTEGIDO 3 FI MULT 24/MAI 3,96 0,17 2,30 5.000<br />

SANT FI CAP PROT VG7 MULT 24/MAI 3,68 (4,43) 2,50 5.000<br />

SANT FICFI CAP PROT VG6 BR MULT 24/MAI 2,12 (5,64) 2,50 5.000<br />

*Taxa de performance. Ranking por número de cotistas.<br />

Fonte: Anbima. Elaboração: <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong><br />

1.379<br />

1.375<br />

1.370<br />

1.366<br />

10h<br />

17h<br />

916<br />

912<br />

908<br />

905<br />

10h<br />

17h


BOLSA<br />

Giro financeiro<br />

R$ 4,6 bilhões<br />

foi o volume financeiro registrado ontem no segmento acionário<br />

da BM&FBovespa. O principal índice encerrou a sessão com variação<br />

positiva de 0,08%, aos 63.388 pontos.<br />

Ibovespa (IBOV)<br />

70,00<br />

67,50<br />

67,85<br />

67,55<br />

65,00 65,00<br />

62,50<br />

60,00<br />

62,55<br />

60,0 60 0<br />

1/FEV<br />

64,00<br />

Primeira<br />

resistência<br />

1/MAR<br />

65,46<br />

Segunda<br />

resistência<br />

1/ABR<br />

(fechamento em mil pontos)<br />

62,35<br />

Primeiro<br />

suporte<br />

62,00<br />

Segundo<br />

suporte<br />

4/MAI<br />

Fontes: Silvia Zanotto, Economatica, BM&FBovespa e <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong><br />

63,39<br />

25/MAI<br />

Ibovespa dá sinal de alta, sem reverter tendência<br />

O principal índice acionário brasileiro, que tem deixado os<br />

investidores desanimados e sem apetite para risco nos últimos<br />

meses, está dando um pequeno suspiro de recuperação. Segundo<br />

Silvia Zanotto, analista da Prosper Corretora, o Ibovespa perdeu<br />

anteontem o canal de baixa que começou em 6 de abril e começa a<br />

dar indicação de alta. No entanto, segundo a especialista, ainda não<br />

se pode falar em reversão de tendência. “É um movimento curto de<br />

valorização”, afirma. De acordo com Silvia, a primeira resistência —<br />

ponto que, se superado, indica a possibilidade de continuidade de<br />

movimento de alta — está localizada nos 64 mil pontos. Acima disso,<br />

a segunda resistência seria nos 65.460 pontos. “O que confirmaria<br />

a inclinação e o índice sairia da tendência de queda”, garante Silvia.<br />

Caso este cenário não se confirme, os pontos de suporte (patamares<br />

que, se perdidos, apontam para uma chance de queda em sequência)<br />

para o indicador acionário estão em 62.350 pontos e 62 mil pontos.<br />

Pessimista, diante do cenário externo ruim, principalmente em<br />

virtude dos problemas orçamentários na Europa, Silvia acredita<br />

mais em uma desvalorização do que numa reversão para cima.<br />

“É mais provável que o Ibovespa vá a 60 mil pontos do que volte<br />

aos 65 mil pontos, porque o volume financeiro está muito fraco”.<br />

Na média, a movimentação na bolsa brasileira é de R$ 5,5 bilhões.<br />

Ontem, o giro financeiro negociado na BM&FBovespa totalizou<br />

R$ 4,6 bilhões e o Ibovespa subiu apenas 0,08% aos 63.388 pontos.<br />

PROGRAMA<br />

Iochpe anuncia<br />

recompra de<br />

320 mil ações<br />

O conselho de administração<br />

da Iochpe-Maxion (MYPK3)<br />

aprovou a aquisição de 320 mil<br />

ações ordinárias de emissão<br />

da companhia, para fins de<br />

permanência em tesouraria<br />

e posterior alienação ou<br />

cancelamento, sem redução<br />

do capital social. Os papéis<br />

representam 0,51% do total<br />

de ações em circulação no<br />

mercado que, ontem totalizavam<br />

63.022.<strong>40</strong>9 de papéis. As ações<br />

serão adquiridas a preço de<br />

mercado, no pregão da bolsa.<br />

OFERTA PÚBLICA<br />

BR Malls capta R$ 731 milhões<br />

A administradora de shopping<br />

centers BR Malls captou R$ 731<br />

milhões com sua oferta pública<br />

de ações, na qual foram lançadas<br />

42,5 milhões de ações ordinárias<br />

a preço unitário de R$ 17,20 por<br />

ação. Os investidores estrangeiros<br />

ficaram com 65,2% do total, com<br />

a compra de 27,72 milhões papeis.<br />

Os fundos de investimentos<br />

adquiriram 6 milhões, ou<br />

14,12% e os investidores pessoa<br />

física ficaram com a menor fatia:<br />

5,62% do total ou 2,39 milhões<br />

de ações. A estimativa inicial<br />

da companhia era levantar<br />

R$ 598,4 milhões com a oferta —<br />

prevendo uma oferta original<br />

JURO<br />

Contrato futuro<br />

12,58%<br />

foi a taxa de fechamento do contrato futuro de DI com vencimento<br />

em janeiro de 2013, o de maior liquidez ontem. O giro neste contrato<br />

foi de R$ 25,37 bilhões, em 306.865 contratos negociados.<br />

HOME BROKER<br />

NA REDE<br />

“BRF quer fazer aquisições fora do<br />

<strong>Brasil</strong>”Ok, governo quer empresas<br />

internacionais com maior valor<br />

agregado. Em troca, o Cade. #BRFS3”<br />

@Chrisvestor, Christian Cayre,<br />

consultor de investimenos, sobre a BR Foods<br />

“Cotação é o preço registrado<br />

no ato da negociação de títulos<br />

em bolsa de valores. #vcsabia”<br />

@ativacorretora<br />

“Eu pensei q o lance do fim do mundo<br />

já tinha passado: OMC adverte que<br />

medidas protecionistas causarão efeitos<br />

devastadores na economia mundial”<br />

@picapautrader, investidor argo e biografia<br />

“O cobre é a nova prata.”<br />

@theRealKiyosaki, Robert Kiyosaki,<br />

autor de “Pai rico, pai pobre”<br />

“ECOD num estranho caso<br />

à la Benjamin Button. Até quando<br />

viverá mais nova do que em<br />

seu (re)nascimento? Pra Fitzgerald<br />

nenhum botar defeito”<br />

de 34 milhões de ações, sem<br />

considerar um lote adicional.<br />

A estimativa inicial da companhia<br />

era levantar R$ 598,4 milhões<br />

com oferta de 34 milhões<br />

de ações. A quantidade total<br />

das ações lançadas na oferta<br />

já considerou 5,1 milhões<br />

de ações do lote suplementar<br />

para atender o excesso de<br />

demanda constatado no<br />

decorrer da oferta brasileira.<br />

No prospecto da operação,<br />

a companhia afirma que deve<br />

utilizar 100% dos recursos<br />

captados para aquisição<br />

de mais participações em<br />

centros comerciais.<br />

@empiricus_ind, consultoria Empiricus,<br />

sobre ações da Ecodiesel<br />

Quinta-feira, 26 de maio, 2011 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> 35<br />

Petroquímica<br />

Alta dos preços e aumento da<br />

demanda externa favorecem<br />

a Braskem, afirma Coinvalores<br />

Neste trimestre, a indústria<br />

petroquímica foi marcada pela<br />

contínua alta dos preços e a<br />

Braskem (BRKM5) foi beneficiada,<br />

segundo analistas da Coinvalores,<br />

Marco Saravalle e Bruno Piagentini.<br />

Para eles, o que ajudaram os<br />

preços neste período foram:<br />

a apreciação da nafta; retomada<br />

da demanda asiática e<br />

recuperação dos mercados de<br />

EUA e Europa e queda do dólar.<br />

“Paradas programadas na Europa<br />

e Ásia, instabilidades operacionais<br />

no Oriente Médio e maior<br />

demanda mundial por produtos<br />

petroquímicos configuram cenário<br />

favorável de médio e longo<br />

prazos”, afirmam em relatório.<br />

Nesse contexto, a disciplina<br />

financeira e as sinergias da Quattor<br />

devem ser destaques dos próximos<br />

trimestres, diz a Coinvalores.<br />

“Acreditamos que no curto prazo<br />

as atividades da companhia ainda<br />

serão impactadas pela conjuntura<br />

vigente. Por isso, reforçamos<br />

manutenção para as ações<br />

a preço-alvo para maio de 2012<br />

a R$ 23,50, com potencial<br />

de valorização de 1,7%.”


36 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> Quinta-feira, 26 de maio, 2011<br />

MUNDO<br />

Editora: Elaine Cotta ecotta@brasileconomico.com.br<br />

Subeditora: Ivone Portes iportes@brasileconomico.com.br<br />

Lagarde lança candidatura<br />

para FMI e Brics reclamam<br />

Ministro da Fazenda brasileiro descarta possibilidade de país ter candidato na disputa por comando do Fundo<br />

Agora é oficial: a ministra francesa<br />

das Finanças, Christine Lagarde,<br />

vai disputar a diretoriageral<br />

do Fundo Monetário Internacional<br />

(FMI). O anúncio, feito<br />

ontem às véspera de uma cúpula<br />

do G8, ignorou a fúria das grandes<br />

economias emergentes sobre<br />

a soberania europeia no cargo e<br />

parece já contar com apoio unânime<br />

da União Europeia e, segundo<br />

diplomatas, dos Estados<br />

Unidos e da China — o maior dos<br />

emergentes, que não confirmou,<br />

nem negou, um eventual suporte<br />

à candidatura francesa. “É um<br />

desafio imenso, do qual me<br />

aproximo com humildade e com<br />

esperança de obter o maior consenso<br />

possível”, disse Lagarde.<br />

Antes dela, o presidente do<br />

Banco Central do México, Augustín<br />

Carstens, já havia apresentado<br />

candidatura (na terçafeira,<br />

24). África do Sul e Cazaquistão<br />

também devem apresentar<br />

nomes. Carstens já foi<br />

ministro da Fazenda do México,<br />

presidente do Comitê de Desenvolvimento<br />

do Banco Mundial<br />

entre 2007 e 2009 e diretor executivo<br />

do FMI para México, Espanha,<br />

Venezuela e América<br />

Central. Lagarde, por sua vez, é<br />

uma ex-advogada corporativa<br />

que ganhou aplausos por suas<br />

habilidades de comunicação ao<br />

presidir encontros de ministros<br />

das Finanças do G20. “Ambos<br />

são candidatos confiáveis para<br />

dirigir o FMI”, comentou ontem<br />

o secretário do Tesouro americano,<br />

Thimothy Geithner.<br />

Pressão dos emergentes<br />

<strong>Brasil</strong>, Rússia, Índia, China e<br />

África do Sul criticam as autoridades<br />

europeias por sugerirem<br />

que o próximo chefe do FMI deveria<br />

ser europeu, mantendo<br />

tradição iniciada em 1946 — de<br />

que o FMI fica sob comando europeu<br />

e o Banco Mundial, americano.<br />

Em nota conjunta, os<br />

países do Brics disseram que a<br />

escolha da chefia do FMI deve<br />

ser baseada em competência e<br />

não em nacionalidade. Eles pediram<br />

“o abandono da obsoleta<br />

convenção não escrita que requer<br />

que o chefe do FMI seja necessariamente<br />

da Europa”.<br />

Mas, apesar das críticas, os<br />

países não têm unidade sobre<br />

um candidato alternativo — não<br />

há apoio incondicional à candidatura<br />

mexicana — o que abre<br />

“Temos que escolher<br />

pessoa experiente,<br />

membro do G20,<br />

ministro da Economia<br />

ou presidente do BC.<br />

E no momento não<br />

há um brasileiro com<br />

essas características<br />

Guido Mantega,<br />

ministro da Fazenda<br />

caminhos para Lagarde.<br />

Em resposta aos países do<br />

Brics, Lagarde disse que está<br />

concorrendo para servir a todos<br />

os membros do FMI e não apenas<br />

à Europa, mas ressaltou que sua<br />

experiência e suas boas relações<br />

com autoridades europeias devem<br />

ser uma vantagem no papel<br />

do FMI na crise de dívida da zona<br />

do euro. Mas ela, ao contrário do<br />

ex-diretor-gerente Dominique<br />

Strauss-Kahn, que renunciou na<br />

semana passada após ser acusado<br />

de crime sexual, não é uma<br />

economista e pode encontrar dificuldades<br />

em seguir os passos<br />

dele na condução da crise global.<br />

Além disso, a ministra francesa é<br />

acusada de ter beneficiado com<br />

um acordo de € 285 milhões o<br />

empresário Bernard Tapie, amigo<br />

pessoal de Nicolas Sarkozy.<br />

<strong>Brasil</strong> corre por fora?<br />

A renúncia de Strauss-Kahn fez<br />

surgir especulações de que um<br />

brasileiro poderia disputar a diretoria-geral<br />

do FMI. O nome do<br />

ex-presidente do Banco Central<br />

Armínio Fraga estava entre as<br />

apostas do mercado, mas dificilmente<br />

teria apoio do próprio governo<br />

brasileiro. Outra possibilidade<br />

seria algum brasileiro que<br />

já atua no FMI, como o econo-<br />

Jacky Naegelen/Reuters<br />

Lagarde, ministra das<br />

Finanças francesa,<br />

oficializa candidatura<br />

ao comando do FMI<br />

mista Paulo Nogueira Batista —<br />

possibilidade praticamente descartada<br />

já que Batista é autor de<br />

declarações que desagradaram o<br />

próprio FMI no passado.<br />

“Teremos que escolher alguma<br />

pessoa mais experiente,<br />

membro do G 20, ministro da<br />

economia ou presidente de BC.<br />

Por enquanto, não há nenhum<br />

brasileiro com essas características.<br />

Não é importante que haja<br />

um candidato brasileiro, o importante<br />

é ter um bom candidato.<br />

O que queremos é superar o<br />

critério da nacionalidade”, diz o<br />

ministro da Fazenda brasileiro,<br />

Guido Mantega. ■


LÍBIA<br />

Reuters<br />

Otan amplia<br />

ataques<br />

a Trípoli<br />

Aviões de guerra da Organização<br />

do Tratado do Atlântico<br />

Norte (Otan) atacaram Trípoli<br />

intensamente pelo segundo dia<br />

ontem, aumentando a pressão<br />

militar sobre o líder líbio Muamar<br />

Kadafi, enquanto crescem<br />

os esforços diplomáticos para<br />

que ele deixe o poder após 41<br />

anos. Seis fortes explosões foram<br />

ouvidas na capital no final<br />

do dia em um espaço de 10 minutos,<br />

na esteira de ataques intensos<br />

ocorridos na terça-feira<br />

(24), incluindo um sobre o<br />

complexo de Kadafi, que as autoridades<br />

líbias disseram ter<br />

matado 19 pessoas e pelos quais<br />

a TV estatal culpou os “cruzados<br />

colonizadores”.<br />

Uma autoridade da Otan disse<br />

que a aliança atingiu um<br />

bunker de armazenamento de<br />

veículos, um depósito de mísseis<br />

e um centro de comando e<br />

controle nas cercanias de Trípoli.<br />

Alvos do governo próximos<br />

do bastião rebelde de Misrata,<br />

no oeste, também foram atingidos.<br />

“Estivemos bastante ativos<br />

nas últimas 24 horas e continuaremos<br />

assim”, disse a autoridade.<br />

■ Reuters<br />

ESTADO PALESTINO<br />

O presidente palestino, Mahmoud<br />

Abbas, disse que Israel<br />

não está oferecendo “nada” para<br />

a construção da paz na região e<br />

que sem progresso com os israelenses<br />

ele buscará o reconhecimento<br />

do Estado palestino na<br />

Organização das Nações Unidas<br />

(ONU) em setembro. Abbas declarou<br />

à Organização pela Libertação<br />

da Palestina (OLP) que o<br />

discurso do primeiro-ministro<br />

israelense, Benjamin Netanyahu,<br />

ao Congresso dos EUA, ontem,<br />

“passou longe da paz”, ditando<br />

soluções antes que as negociações<br />

sequer começassem.<br />

Abbas disse que irá consultar<br />

os governos árabes no fim de semana<br />

sobre as mais recentes<br />

ideias do presidente americano,<br />

Barack Obama, para retomar o<br />

processo de paz e a reação negativa<br />

de Netanyahu a elas. “Dissemos<br />

no passado e reafirmamos<br />

que nossa escolha é a negocia-<br />

Astronautas da Endeavour saem da estação<br />

Os astronautas mais experientes do ônibus espacial Endeavour saíram<br />

novamente da Estação Espacial Internacional ontem para ampliar<br />

o alcance do guindaste robotizado da estação e reforçar os cabos<br />

de energia. O principal objetivo da caminhada, a terceira das quatro<br />

previstas durante a missão, era anexar um dispositivo para que o<br />

guindaste robotizado da estação possa ser transferido para o lado<br />

russo do complexo de US$ 100 bilhões.<br />

TORNADO EM MISSOURI, NOS EUA, DEIXOU MAIS DE 100 MORTOS<br />

ção, nada além disso. Mas se<br />

nada acontecer até setembro,<br />

iremos (à ONU pedir o reconhecimento<br />

de um Estado palestino)”,<br />

disse ele. “Nosso objetivo<br />

não é isolar (Israel) ou deslegitimá-lo.Nãoéumatodeterror<br />

nem um gesto unilateral.”<br />

O plano de Abbas de buscar<br />

reconhecimento na ONU foi criticado<br />

tanto por Netanyahu<br />

quanto por Obama. Entretanto,<br />

em um discurso sobre política<br />

externa, Obama disse que um futuro<br />

Estado palestino deve ser<br />

baseado nas fronteiras existentes<br />

na véspera da Guerra dos Seis<br />

Dias de 1967, acordando trocas de<br />

terras mútuas com Israel. Netanyahu<br />

rejeitou rapidamente a<br />

proposta, dizendo que Israel ficaria<br />

com fronteiras “indefensáveis”.<br />

Mas Abbas descreveu a<br />

ideia como “um fundamento<br />

com o qual podemos lidar positivamente”.<br />

■ Reuters<br />

berserk!<br />

Quinta-feira, 26 de maio, 2011 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> 37<br />

O número de mortos pelo tornado que devastou no domingo (21) a cidade de Joplin, no estado americano<br />

do Missouri, subiu para 123, com 750 pessoas feridas e muitas outras desaparecidas. A ameaça de um<br />

novo tornado em Joplin se dissipou ontem, no final do dia, mas uma série de tempestades avançou<br />

para Oklahoma, onde pelo menos cinco pessoas morreram e muitas ficaram feridas pelos tornados<br />

perto de Oklahoma City. As tempestades causaram também ao menos duas mortes ontem no Kansas.<br />

Abbas critica Israel no processo de paz<br />

Mohamad Torokman/Reuters<br />

Mahamoud<br />

Abbas,<br />

presidente<br />

palestino,<br />

enfatiza<br />

necessidade<br />

de negociação<br />

Eric Thayer/Reuters


38 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> Quinta-feira, 26 de maio, 2011<br />

PONTO FINAL<br />

CARTAS<br />

Com relação à reportagem “Indexação não termina<br />

no governo Dilma” (publicada nas páginas 10 e 11<br />

da edição de 24/5/2011), os contratos de aluguel são<br />

reajustados segundo a variação do IGP-M quando for<br />

previsto nos contratos. Infelizmente acontece na maioria<br />

das vezes pela não escolha de outros índices como IPC-Fipe<br />

ou IPCA. Os salários não aumentam segundo o INPC.<br />

Os salários aumentam segundo o resultado das<br />

convenções coletivas de trabalho. Infelizmente, quando<br />

as convenções vão a dissídio, os juízes, inteligentes<br />

como eles só, decidem aplicar o INPC. É impressionante<br />

um professor sugerir um link com câmbio. Corrupção<br />

tem limites (100% do valor da obra), burrice não.<br />

Ronaldo José Neves de Carvalho<br />

São Paulo (SP)<br />

Muito boa a posição do ministro da Justiça na reportagem<br />

“Cardozo defende Palocci e a regulamentação do Lobby<br />

no <strong>Brasil</strong>” (publicada na página 12 da edição de 24/5/2011).<br />

O lobby não é um crime. Afinal, faz parte da democracia<br />

a pressão de grupos em defesa de seus interesses.<br />

É assim com as empresas, sindicatos, estudantes, etc.<br />

Ocorre que essa prática tem que ser regulamentada,<br />

para ocorrer às claras, com critérios e tudo mais.<br />

Deixar o lobby sem regulamentação só faz com<br />

que ele ocorra nos bastidores, dando espaço para<br />

a corrupção. A legalização do lobby é uma maneira<br />

de combater a corrupção!<br />

Márcio Tauquaral<br />

São Paulo (SP)<br />

Com relação ao artigo “O poder do mercado interno”<br />

(publicado na página 2 da edição de 24/5/2011),<br />

de Murillo de Aragão, como consumidor e trabalhador,<br />

vejo que nosso mercado interno cresceu muito, mas<br />

está inchado. Não vejo um crescimento sólido, sustentável,<br />

pois a abertura do mercado e do acesso de produtos<br />

importados quebra todas as expectativas de que empresas<br />

genuinamente nacionais tenham um crescimento sólido,<br />

gerando emprego e renda. Ter um mercado competitivo<br />

não é abrir portas e janelas para os produtos importados.<br />

Isso não é livre comércio, isso é dar tiro no pé, logo<br />

surgem outros países emergentes e lá se vão os<br />

produtos importados em direção a esta nova estrela,<br />

que hoje é o <strong>Brasil</strong>, amanhã não mais. Mercado interno<br />

forte é mercado interno produzindo.<br />

Marcos Paulo Santos<br />

Campinas (SP)<br />

Caro senhor Murillo de Aragão. O que dizer<br />

além de parabéns por tão importantes palavras.<br />

Obrigado pela exemplar aula de história, ciência<br />

política, educação social e economia. Isso mostra que<br />

o país ainda tem jeito. O que temos de fazer é parar de<br />

fechar os olhos para os interesses particulares, porque<br />

nesses interesses é que vejo o nascimento da corrupção.<br />

Leandro E.A. Lopes<br />

Brasília (DF)<br />

ESCLARECIMENTOS<br />

■ As recomendações referentes à empresa Telemar, publicadas no<br />

BRASIL ECONÔMICO do dia 24/5, na página 32, foram elaboradas pela<br />

equipe de análise da Concórdia Corretora em 29/4. Como ocorreram<br />

mudanças na empresa nesse período, a equipe de análise informa<br />

que mantém uma visão positiva para a companhia em decorrência<br />

da entrada da Portugal Telecom no seu capital social e<br />

da recente proposta de reestruturação societária da empresa e<br />

que está revisando as projeções sobre a empresa.<br />

■ O estoque de letras financeiras (LF) informado no gráfico da página<br />

4 da edição do dia 25 de maio não inclui as emissões da modalidade<br />

subordinada. Até o dia 24 de maio, o total das LFs subordinadas,<br />

segundo a Cetip, somava R$ 17,633 bilhões.<br />

Cartas para Redação - Av. das Nações Unidas, 11.633 – 8º andar – CEP<br />

04578-901 – Brooklin – São Paulo (SP). redacao@brasileconomico.com.br<br />

As mensagens devem conter nome completo, endereço e telefone<br />

e assinatura. Em razão de espaço ou clareza, BRASIL ECONÔMICO<br />

reserva-se o direito de editar as cartas recebidas.<br />

Mais cartas em www.brasileconomico.com.br.<br />

Presidente do Conselho de Administração<br />

Maria Alexandra Mascarenhas Vasconcellos<br />

Diretor-Presidente José Mascarenhas<br />

Diretores Executivos<br />

Alexandre Freeland, Paulo Fraga<br />

e Ricardo Galuppo<br />

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BRASIL ECONÔMICO é uma publicação<br />

da Empresa Jornalística <strong>Econômico</strong> S.A.<br />

Redação, Administração e Publicidade<br />

Avenida das Nações Unidas, 11.633 - 8º andar,<br />

CEP 04578-901, Brooklin, São Paulo (SP),<br />

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Editores Executivos Arnaldo Comin, Gabriel de Sales, Jiane<br />

Carvalho, Thaís Costa Produção Editorial Clara Ywata<br />

Editores Conrado Mazzoni (On-line), Elaine Cotta (<strong>Brasil</strong>),<br />

Fabiana Parajara (Destaque), Maria Luiza Filgueiras<br />

(Finanças), Rita Karam (Empresas)<br />

Subeditores Estela Silva, Isabelle Moreira Lima (Empresas),<br />

Ivone Portes (<strong>Brasil</strong>), Luciano Feltrin (Projetos<br />

Especiais), Micheli Rueda (On-line), Priscila Dadona<br />

(Finanças)<br />

Repórteres Amanda Vidigal, Ana Paula Machado, Ana<br />

Paula Ribeiro, Bárbara Ladeia, Carolina Alves, Carolina<br />

Pereira, Cintia Esteves, Claudia Bredarioli, Daniela<br />

Paiva, Domingos Zaparolli, Dubes Sônego, Eva Rodrigues,<br />

Fabiana Monte, Fábio Suzuki, Felipe Peroni,<br />

Françoise Terzian, João Paulo Freitas, Karen Busic,<br />

Luiz Silveira, Lurdete Ertel, Mariana Celle, Mariana Segala,<br />

Martha S. J. França, Michele Loureiro, Natália<br />

Flach, Nivaldo Souza, Pedro Venceslau, Priscila Machado,<br />

Regiane de Oliveira, Ruy Barata Neto, Thais Folego,<br />

Vanessa Correia, Weruska Goeking<br />

POR MENOS IMPOSTOS<br />

Deisi Rezende/O Dia<br />

No Dia Nacional de Respeito ao Contribuinte e da Liberdade de Impostos, cariocas formam<br />

fila no posto Ale, em Botafogo, Rio de Janeiro. Para comemorar, várias cidades brasileiras<br />

venderam gasolina ontem sem incluir o valor dos impostos no preço final. O objetivo da<br />

manifestação era chamar a atenção dos consumidores para a alta carga tributária paga<br />

no país, não apenas nos combustíveis, mas em todos os setores do comércio. A data marcou<br />

o dia do ano em que o brasileiro deixa de trabalhar apenas para pagar tributos ao governo<br />

e começa efetivamente a colocar o dinheiro no bolso.<br />

Brasília Maeli Prado, Simone Cavalcanti<br />

Rio de Janeiro Ricardo Rego Monteiro<br />

Arte Pena Placeres (Diretor), Betto Vaz (Editor),<br />

Evandro Moura, Letícia Alves, Maicon Silva, Paulo<br />

Roberto Argento, Renata Rodrigues, Renato B.<br />

Gaspar, Tania Aquino (Paginadores), Infografia<br />

Alex Silva (Chefe), Anderson Cattai, Monica Sobral<br />

Fotografia Antonio Milena (Editor), Marcela<br />

Beltrão (Subeditora), Henrique Manreza, Murillo<br />

Constantino (Fotógrafos), Angélica Breseghello<br />

Bueno, Thais Moreira (Pesquisa) Webdesigner Rodrigo<br />

Alves Tratamento de imagem Henrique Peixoto,<br />

Luiz Carlos Costa Secretaria/Produção<br />

Shizuka Matsuno<br />

Departamento Comercial Paulo Fraga (Diretor Executivo<br />

Comercial), Mauricio Toni (Diretor Comercial),<br />

Júlio César Ferreira (Diretor de Publicidade), Ana Carolina<br />

Corrêa, Valquiria Rezende, Wilson Haddad (Gerentes<br />

Executivos), Paulo Fonseca (Gerente Comercial),<br />

Celeste Viveiros, Dervail Cabral Alves, Mariana<br />

Sayeg, Simone Franco (Executivos de Negócios), Jeferson<br />

Fullen (Gerente de Mercados), Ana Paula Monção<br />

(Assistente Comercial)<br />

Projetos Especiais Márcia Abreu (Gerente), Alexandre de<br />

Vicencio (Coordenador), Daiana Silva Faganelli (Analista)<br />

Publicidade Legal Marco Panza (Diretor de Publicidade Legal<br />

e Financeira), Marco Aleixo (Gerente Executivo), Adriana<br />

Araújo, Valério Cardoso, Carlos Flores (Executivos de<br />

Negócios), Tatiana Benevides (Assistente Comercial)<br />

Departamento de Marketing Evanise Santos (Diretora),<br />

Rodrigo Louro (Gerente de Marketing), Giselle Leme,<br />

Roberta Baraúna (Coordenadores de Marketing), João<br />

Felippe Macerou Barbosa (Coordenadores)<br />

Operações Cristiane Perin (Diretora)<br />

Departamento de Mercado Leitor Nido Meireles (Diretor),<br />

Nancy Socegan Geraldi (Assistente Diretoria),<br />

Denes Miranda (Coordenador de Planejamento)<br />

Central de Assinantes e Venda de Assinaturas Marcello<br />

Miniguini (Gerente de Assinaturas), Helen Tavares<br />

da Silva (Supervisão de Atendimento), Conceição Alves<br />

(Supervisão)<br />

São Paulo e demais localidades 0800 021 0118<br />

Rio de Janeiro (Capital) (21) 3878-9100<br />

De segunda a sexta-feira - das 6h30 às 18h30.<br />

Sábados, domingos e feriados - das 7h às 14h.<br />

assinatura@brasileconomico.com.br<br />

Central de Atendimento ao Jornaleiro (11) 3320-2112<br />

Sucursal RJ Leila Garcia (Diretoria Comercial),<br />

Cristina Diogo (Gerente Comercial)<br />

Rua Joaquim Palhares, <strong>40</strong> - Torre Sul – 7º andar –<br />

Cidade Nova – CEP 20260-080 – Rio de Janeiro (RJ)<br />

Tel.: (21) 2222-8701 e (21) 2222-8707<br />

Jornalista Responsável Ricardo Galuppo<br />

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Trimestral Semestral Anual<br />

R$ 165,00 R$ 276,00 R$ 459,00<br />

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(circulação de segunda a sexta, exceto nos feriados nacionais)<br />

Impressão<br />

Editora O Dia S.A. (RJ)<br />

Diário Serv Gráfica & Logística (SP)<br />

FCâmara Gráfica e Editora Ltda. (DF/GO)


Adriano Pires<br />

Diretor do Centro <strong>Brasil</strong>eiro<br />

de Infraestrutura (CBIE)<br />

Energia eólica na matriz elétrica<br />

Aparentemente, a eólica é a energia da vez. Portanto, é importante tecer alguns<br />

comentários. O primeiro é que, apesar de toda essa euforia, começam a surgir<br />

obstáculos, como atraso em obras e dificuldade de conexão das centrais eólicas ao<br />

Sistema Interligado Nacional (SIN). Por outro lado, existe toda uma perspectiva<br />

de que no próximo leilão a eólica se firme definitivamente como alternativa competitiva<br />

para geração elétrica. Isso irá obrigar uma redução gradual dos atuais benefícios<br />

concedidos à energia eólica.<br />

De acordo com o último Boletim de Acompanhamento das Centrais Geradoras<br />

Eólicas, divulgado pela Aneel em abril, dos 105 empreendimentos de energia eólica<br />

com projetos em andamento, 41 estão atrasados. São 2.1<strong>40</strong> MW, o que representa<br />

55,1% do potencial dos projetos. Entre as causas dos atrasos estão dificuldades<br />

de obtenção de financiamento, entraves à obtenção de licença ambiental, infraestrutura<br />

logística inadequada para desenvolvimento das obras e falta de mãode-obra<br />

especializada.<br />

A utilização da energia eólica também apresenta outras limitações, como a<br />

restrição geográfica de geração. Já é possível hoje identificar bacias eólicas, onde a<br />

concentração de ventos é maior. Essas bacias estão localizadas no Nordeste, que<br />

responde por 78,5% da operação eólica. A região Sul é a segunda em concentração<br />

dos ventos, e representa 18,7% da geração brasileira. Além disso, o vento, assim<br />

como o regime pluviométrico, obedece a uma sazonalidade, ou seja, não há uma<br />

garantia de fornecimento pleno dentro da carga desejada durante o ano inteiro, o<br />

que traz a necessidade de sua complementaridade com outras fontes.<br />

O <strong>Brasil</strong>, junto com China e Índia, também se consolida como um dos principais<br />

destinos mundiais de investimento em geração eólica. O país é visto promissoramente<br />

devido à grande extensão territorial, rápido crescimento, forte base<br />

industrial e compromisso com a energia limpa.<br />

A energia eólica deve ter um papel importante no<br />

<strong>Brasil</strong>. Contudo, não pode nem deve ser encarada<br />

como uma panaceia para não atrair franco atiradores<br />

Em 2009, o leilão exclusivo para energia eólica resultou na contratação de<br />

1.805,7 MW, a preços de R$ 148,39/MWh, 21,5% menor que o preço teto estabelecido,<br />

de R$ 189/MWh. Nos últimos leilões de Reserva e A-3 de fontes alternativas,<br />

realizados em agosto do ano passado, as eólicas também foram o grande destaque.<br />

Outra demonstração do avanço da energia eólica no <strong>Brasil</strong> foram as recentes<br />

declarações de empresas como a Tractebel, a CPFL Energia e a Neoenergia de que<br />

irão construir parques eólicos destinados ao mercado livre.<br />

No próximo leilão A-3, a ser realizado em julho, dos 582 projetos inscritos, 429<br />

são de usinas eólicas, o que representa <strong>40</strong>% dos 27.567 MW da energia cadastrada,<br />

a gás natural (39%), biomassa (16%), PCHs (3%) e hidrelétricas (2%). Do total de<br />

empreendimentos inscritos de eólica, estima-se que entre 2.000 e 2.500 MW serão<br />

efetivamente contratados.<br />

A energia eólica vai ter um papel importante na matriz brasileira, contudo não<br />

pode e nem deve ser encarada como panaceia e solução da oferta de energia elétrica.<br />

Essa euforia acaba trazendo franco atiradores para o negócio, como ocorreu<br />

na geração a óleo. Isso que acaba penalizando os verdadeiros investidores. ■<br />

Tatiana Campello Lopes<br />

Sócia responsável pela área de<br />

propriedade intelectual do Demarest<br />

e Almeida Advogados<br />

Quinta-feira, 26 de maio, 2011 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> 39<br />

O poder estratégico da inovação<br />

O significado do termo “crowdsourcing” ainda pode ser desconhecido por muitos.<br />

No entanto, é grande a probabilidade de um indivíduo ou uma empresa já terem<br />

participado de um “crowdsourcing” sem entender exatamente a sua definição<br />

e relevância. Esses indivíduos , na realidade, já fazem parte da mais moderna<br />

disseminação do conhecimento e desenvolvimento de novas tecnologias.<br />

O termo pode ser melhor compreendido com a simples tradução para o português<br />

de seus radicais “crowd”, a saber, multidão e “source”, que significa fonte.<br />

Assim, tem-se “a fonte na multidão”. Colocando esse termo no contexto da inovação<br />

tem-se o desenvolvimento e solução de várias questões tecnológicas resolvidas<br />

em regime colaborativo e por indivíduos não específicos, que integram a<br />

multidão, a coletividade. No passado, as empresas investiam exclusivamente em<br />

seus centros de pesquisa e desenvolvimento e tinham o dever de resolver seus<br />

problemas e criar novas tecnologias “dentro de casa”. O mundo se transformou,<br />

assim como as necessidades dos consumidores/clientes e a velocidade da evolução<br />

tecnológica. As empresas começaram a perceber que poderiam, e deveriam,<br />

identificar as suas deficiências e buscar soluções com seus próprios consumidores<br />

ou com terceiros, os quais, afastados do dia a dia da empresa, ou com conhecimentos,<br />

experiências e competências específicas, poderiam contribuir. O poder<br />

dessas contribuições heterogêneas passou a ser estratégico para a inovação.<br />

A contribuição deve ser estimulada pelas<br />

empresas, inclusive com a possibilidade de prêmios<br />

ou a participação nos resultados conquistados<br />

Assim, o paradigma anterior da forma de inovar foi quebrado e uma revolução<br />

se iniciou. Evidentemente, a internet e as redes sociais só contribuíram e reforçaram<br />

ainda mais esse processo, mas é importante ressaltar que o “crowdsourcing”<br />

pode ser desenvolvido e utilizado em qualquer meio ou mídia.<br />

A forma e o benefício que uma empresa terá com a utilização do “crowdsourcing”<br />

estão diretamente ligados à sua estratégia de inovação e à gestão da propriedade<br />

intelectual. Antes, a proteção e a forma de utilização da propriedade intelectual<br />

eram essencialmente baseadas na coibição do uso de tais direitos por terceiros<br />

não autorizados. Hoje, o que se nota é muito mais o desenvolvimento de uma<br />

estratégia de utilização da propriedade intelectual por diversas formas simultaneamente,<br />

com a otimização da inovação por meio do “crowdsourcing”.<br />

A busca por soluções e uma definição de como atingir resultados satisfatórios<br />

podem ser consideradas como a estratégia de “crowdsourcing”. É importante entender<br />

que não basta uma empresa divulgar e criar uma campanha solicitando<br />

colaboração da multidão, sem antes definir muito bem seus objetivos e como pretende<br />

lidar com as colaborações. A estratégia escolhida norteará as contínuas colaborações<br />

de terceiros para aquilo que se quer solucionar, criar ou melhorar.<br />

Além disso, a empresa deve agir como um facilitador para a contribuição coletiva,<br />

dando as diretrizes, mas nunca limitando a criação, ainda que aquela contribuição<br />

possa não atender às expectativas. Logo, a contribuição deve ser estimulada,<br />

inclusive com a possibilidade de prêmios ou a participação dos resultados. Viabilizar<br />

essa parceria de colaboração de forma global é um desafio que as empresas e<br />

consultores jurídicos têm e que, certamente, trarão resultados positivos. ■


<strong>40</strong> <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> Quinta-feira, 26 de maio, 2011<br />

ÚLTIMA HORA<br />

BRASIL ECONÔMICO é uma publicação da Empresa Jornalística <strong>Econômico</strong> S.A, com sede à Avenida das<br />

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WTorre também entra na mira da<br />

oposição ao governo no Congresso<br />

Está custando caro ao empresário<br />

Walter Torre Júnior ter assumido publicamente<br />

a contratação de Antônio<br />

Palocci — hoje ministro da Casa Civil<br />

— como consultor da incorporadora e<br />

construtora WTorre. Ontem, o deputado<br />

Duarte Nogueira (PSDB-SP)<br />

acusou o governo de ter facilitado o<br />

recebimento de aproximadamente<br />

R$ 9 milhões devidos pela Receita Federal<br />

à empresa em Imposto de Renda.<br />

O PSDB afirma que os recursos<br />

foram pagos no dia 6 de outubro, três<br />

dias após o primeiro turno das eleições.<br />

O deputado diz ainda que a<br />

WTorre doou R$ 2 milhões ao PT durante<br />

a campanha para, em contrapartida,<br />

conseguir liberar os recursos<br />

em um “prazo milagroso”.<br />

A Receita Federal confirma o pagamento<br />

de R$ 9,2 milhões referentes<br />

a dois processos administrativos<br />

iniciados em junho de 2008 e outubro<br />

de 2009 pela WTorre — que seriam<br />

restituições do Imposto de<br />

Renda Pessoa Jurídica de 2006 e<br />

2007. “Palocci pisou em meu escritório<br />

22 vezes para dar palestra a meus<br />

funcionários e clientes. Nunca fui favorecido<br />

por causa disso”, afirmou o<br />

empresário ao BRASIL ECONÔMICO.<br />

Neoenergia e Funcef<br />

disputam Belo Monte<br />

A Neoenergia, que tem como sócios a espanhola Iberdrola,<br />

o Banco do <strong>Brasil</strong> e o fundo de pensão Previ, pretende<br />

ampliar sua participação de 10% no consórcio Norte<br />

Energia, responsável pela usina hidrelétrica de Belo Monte<br />

(PA). A Funcef — fundo de pensão dos funcionários da<br />

Caixa —, que detém 2,5% da Norte Energia, também estaria<br />

negociando elevar sua fatia no consórcio. Procurada<br />

pela agência Reuters, a Funcef não comentou o assunto.<br />

O aumento da participação da Neoenergia e da Funcef<br />

seria por meio da saída de algumas empresas da Norte<br />

Energia. O presidente da J. Malucelli Construtora, Joel<br />

Malucelli, afirmou que a empresa, que possui 1% do<br />

consórcio, não tem interesse em continuar no projeto de<br />

Belo Monte. O grupo, entretanto, continuaria presente<br />

no consórcio por meio da J. Malucelli Energia, que possui<br />

fatia de 0,25%. “Não está no foco da construtora a<br />

permanência como investidora. Ainda não colocamos<br />

nossa participação à venda, mas não temos interesse em<br />

continuar no projeto”, disse o executivo.<br />

A Galvão Engenharia, que tem 1,25% do consórcio,<br />

informou que foi formalizado um pedido para a saída<br />

do consórcio aos demais integrantes, enquanto a Contern,<br />

do grupo Bertin, com 1,25% da Norte Energia,<br />

confirmou que deve sair, com anúncio oficial da decisão<br />

nos próximos dias. A Serveng, por sua vez, informou<br />

que não iria comentar o assunto, enquanto Cetenco<br />

e Mendes Júnior não responderam às solicitações<br />

de entrevista. As três empresas possuem cada uma<br />

1,25% de participação na Norte Energia.<br />

As principais acionistas do consórcio Norte Energia são<br />

as estatais Chesf e Eletronorte, do sistema Eletrobras,<br />

além da própria holding, com participação combinada de<br />

49,98%. A licença ambiental de instalação definitiva da<br />

hidrelétrica de Belo Monte deve ser liberada até amanhã,<br />

dia 27, disseram duas fontes a par do assunto. ■ Reuters<br />

Walter Torre Júnior, sócio da WTorre:<br />

mandado judicial para receber da<br />

Receita vira alvo de disputa política<br />

De acordo com Torre, em 30 anos<br />

de atuação, a empresa fez três contratos<br />

com o governo. O primeiro foi<br />

a venda de um edifício na Marginal<br />

do Rio Pinheiros, em São Paulo, feita<br />

pela consultoria CB Richard Ellis.<br />

“Recebemos 17 propostas e a Previ<br />

ganhou”, diz. O segundo contrato foi<br />

assinado com a Petrobras. “Fizemos<br />

uma locação para a estatal de um<br />

prédio no Rio por um valor <strong>40</strong>% inferior<br />

ao do mercado. Foi um mal negócio,<br />

que, se fosse possível, seria<br />

desfeito”, afirma. De acordo com o<br />

empresário, o edifício que está em<br />

construção, com previsão de ser entregue<br />

em janeiro de 2012, foi alugado<br />

por R$ 71 o metro quadrado.<br />

“Hoje, corrigido, chega a R$ 81 o<br />

metro quadrado, para um valor de<br />

mercado de R$ 1<strong>40</strong> o metro quadrado”,<br />

avalia. O terceiro projeto, também<br />

com a Petrobras, foi a locação do<br />

estaleiro Rio Grande, no Rio Grande<br />

do Sul, um dos maiores diques secos<br />

do país. ■ Regiane de Oliveira<br />

Amil compra Lincx<br />

por R$ 170 milhões<br />

Fotos: divulgação<br />

A Amil Assistência Médica Internacional informou ontem<br />

à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a aquisição<br />

da Lincx Sistemas de Saúde por R$ 170 milhões. O<br />

pagamento será dividido em quatro parcelas. Segundo<br />

comunicado da Amil, a Lincx possui um caixa de aproximadamente<br />

R$ 20 milhões, que fará parte dos ativos<br />

adquiridos. A empresa não possui endividamento financeiro<br />

e conta com uma carteira com 36 mil beneficiários,<br />

sendo 30 mil em planos de saúde e 6 mil em<br />

planos odontológicos. A Lincx atua principalmente no<br />

mercado de São Paulo e tem filiais em Londrina (PR) e<br />

no Rio de Janeiro. Com a aquisição, a Amil espera elevar<br />

sua participação no segmento de alta renda, área de<br />

atuação da Lincx. A Amil ressalta que a efetivação desta<br />

operação está sujeita à aprovação da Agência Nacional<br />

de Saúde Suplementar (ANS). A transação será ainda<br />

submetida à análise do Sistema <strong>Brasil</strong>eiro de Defesa da<br />

Concorrência. ■ <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> On-line<br />

www.brasileconomico.com.br<br />

Costábile Nicoletta<br />

cnicoletta@brasileconomico.com.br<br />

Diretor Adjunto<br />

Pelé da economia tem de<br />

mostrar por que é craque<br />

Que segredos guarda o ministro da Casa Civil, Antonio<br />

Palocci, para que o governo aceite barganhar<br />

com o Congresso Nacional a votação de projetos pela<br />

não convocação do auxiliar da presidente Dilma<br />

Rousseff? Tudo parece ter virado motivo para negociação,<br />

do Código Florestal a propostas menos conhecidas.<br />

Até a suspensão da produção do material<br />

de combate à homofobia, que seria distribuído a cerca<br />

de 6 mil escolas de ensino médio, foi atribuída ontem<br />

a uma negociação do governo com a bancada<br />

evangélica da Câmara dos Deputados, que ameaçou<br />

não colaborar com os projetos do Poder Executivo.<br />

Quanto mais tempo Palocci demora para esclarecer<br />

sua evolução patrimonial no hiato entre sua<br />

estada como ministro da Fazenda de Luiz Inácio<br />

Lula da Silva e o cargo atual na administração Dilma,<br />

aumenta proporcionalmente a suspeição de<br />

que, de fato, tenha cometido algo ilícito, sobretudo<br />

pelo esforço despendido por vários membros do<br />

governo e do Partido dos Trabalhadores para evitar<br />

sua convocação para explicar-se publicamente sobre<br />

os negócios que alega não poder revelar em decorrência<br />

de cláusulas de confidencialidade nos<br />

contratos de consultoria que prestou.<br />

As empresas que contrataram<br />

Antonio Palocci fariam um<br />

bem à nação se voluntariamente<br />

se apresentassem<br />

Se Palocci se sente constrangido de dizer o nome<br />

das empresas para as quais trabalhou e se nada mesmo<br />

houve que o denigra, essas companhias fariam<br />

um bem à nação se viessem a público voluntariamente<br />

e apresentassem os motivos pelos quais contrataram<br />

o “Pelé da economia”, como Lula o qualificou<br />

em encontro com senadores. A continuar nessa<br />

toada, Palocci vai acabar virando um Judas cada vez<br />

mais fácil de malhar, sem que se saiba qual foi sua<br />

traição. A presunção de culpa será sua condenação.<br />

Já os deputados e senadores que chantageiam o<br />

governo trocando seu voto pela suposição de inocência<br />

de Palocci sem que ouçam suas explicações<br />

também prestariam um bem ao país se passassem a<br />

analisar com pelo menos um pingo de responsabilidade<br />

civil os projetos de interesse nacional. Não se<br />

tem impressão de que realmente pretendem fazer<br />

com que o ministro esclareça sua situação. Quanto<br />

mais tempo prolongarem o calvário de Palocci, mais<br />

munição acumularão para negociar vantagens.<br />

Não se condena aqui que funcionários públicos<br />

não possam ganhar dinheiro depois que deixam o<br />

governo. Mas os nobres parlamentares poderiam<br />

pensar numa lei que remunerasse decentemente a<br />

quarentena desse profissional quando se tornasse<br />

ex-servidor e estabelecesse que suas relações comerciais<br />

teriam de ser, necessariamente, de conhecimento<br />

público. Dessa forma, não se cercearia seu<br />

comezinho direito capitalista de ganhar dinheiro,<br />

nem se esconderia da população por que é tão bem<br />

pago pela iniciativa privada. ■

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