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MANACORDA, Mario Alighiero. A Educação no Setecentos. In ...

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como como oficial exatamente por atender às falta de recursos e carência de professores. Porém, por<br />

falta de alu<strong>no</strong>s e ausência de investimentos em material didático específico do método, bem como de<br />

espaços físicos adequados, já na reforma de ensi<strong>no</strong> de 1854, o método foi abandonado como oficial.<br />

(OLIVEIRA 4 , 2009).<br />

Para Manacorda, “Trata-se não somente de um método didático, mas em primeiro<br />

lugar de uma opção política, sujeita a encontrar consensos e dissensos” (<strong>MANACORDA</strong>, 1999, p. 258),<br />

como do alemão José Hamal que em seu livro “Ensi<strong>no</strong> Mútuo”, 1819, se indagava da conveniência da<br />

difusão da instrução para as classes inferiores. Segundo esse autor existiam os que eram contrários sob<br />

o argumento “[...] perturbar o status quo para sair dele.” (ibid.).<br />

Para Manacorda, “O ensi<strong>no</strong> mútuo era a resposta a este perpétuo medo dos<br />

conservadores, o medo de que a instrução pudesse 'perturbar o Estado.'” (<strong>MANACORDA</strong>, 1999, p.<br />

258), conforme foi expresso pelo próprio José Hamel em seu livro ao definir o método mútuo como<br />

aquele que “[...] apresenta os meios mais sintéticos e econômicos para dar a instrução elementar<br />

oportuna às classes inferiores [...]”<br />

Perguntamos: que “[...] instrução elementar oportuna às classes inferiores [...]” era<br />

essa?<br />

Nas páginas 258 – 261 Manacorda descreve de forma sumariada como funcionada a<br />

escola de ensi<strong>no</strong> mútuo.<br />

B) J. H. PESTALOZZI 5 (261 – 268).<br />

Embora siga uma linha que se inspira em Rousseau, Pestalozzi vai além. Exerce uma<br />

atividade filantrópica e tinha capacidade de transformar princípios em ações práticas. Seu maior desafio<br />

foi unir o homem natural e realidade histórica, elementos que Rousseau havia separado. Para realizar<br />

isso não ig<strong>no</strong>rou seu tempo e orientou-se pelos ideais da sociedade pré-industrial. Sua contribuição<br />

(instituições infantis e didática) marcaram os rumos da <strong>no</strong>va pedagogia e do processo educativo dos<br />

a<strong>no</strong>s oitocentos.<br />

Suiço com cidadania francesa partir de 1798 aderiu à República Helvética instalada<br />

em 1798 por ocasião do domínio de Napoleão na região do pais. Durou até 1803.<br />

Sua ação humanitária e i<strong>no</strong>vadora rendeu-lhe a oposição dos conservadores. Reações<br />

que para Manacorda indicam a originalidade de suas propostas e ações. De Rousseau toma a concepção<br />

da bondade natural do homem, mas a entende como algo a se construída: um ser para a perfeição.<br />

Manacorda usa das cartas de Pestalozzi ao inglês Greaves em “Mãe e filho” para<br />

indicar os princípios da pedagogia pestalozziana:<br />

O “reconhecimento das imutáveis leis de <strong>no</strong>ssa natureza” (<strong>In</strong> <strong>MANACORDA</strong>, 1999,<br />

p. 261) o levou a valorizar de forma decisiva a extraordinária importância dos primeiros a<strong>no</strong>s de vida e<br />

o amor mater<strong>no</strong> na educação para o “[...] desenvolvimento da alma infantil[...]” (<strong>In</strong> <strong>MANACORDA</strong>,<br />

1999, p. 261).<br />

Manacorda alerta que o princípio mater<strong>no</strong> é prolongamento e concretização da<br />

concepção natural do homem presente em Pestalozzi. Deste decorre suas compreensões e praticas de<br />

relação educativa, metodologia didática, contexto social, enfim os aspectos de sua pedagogia.<br />

Trata-se de dimensões de sua pedagogia, sobre a qual Manacorda pontua algumas<br />

pontos centrais:<br />

1) Quanto à relação educativa, Pestalozzi defende a bondade como princípio basilar<br />

4 Dissertação de Mestrado. UEM. 2009.<br />

5 “João Pestalozzi nasceu em 1746 na cidade de Zurique, Suíça e faleceu em 1827. Lembrado como quem psicologizou a<br />

educação, […] procurou aprimorar suas teorias a partir das práticas, <strong>no</strong> desejo de desenvolver a educação pública, pois<br />

acreditava que a re<strong>no</strong>vação da educação seria a verdadeira questão social. Ele pregou a democratização da educação,<br />

influenciando assim os governantes de seu país, fazendo com que esses passassem a se interessar pela educação das crianças<br />

me<strong>no</strong>s favorecidas. “[...] decidiu tornar-se mestre escola e fundou sua própria instituição, na qual tinha meni<strong>no</strong>s e jovens,<br />

mestres e alu<strong>no</strong>s, que permaneciam juntos o dia inteiro, foi diretor de escolas elementares e chefe de institutos agrícolas.<br />

Para ele, o lar seria a melhor instituição de educação, onde seria desenvolvida a formação moral, política e religiosa. Em<br />

relação às suas obras editadas, Pestalozzi escreveu seu primeiro livro, Leonardo e Gertudes. Em 1782, ele escreveu seu livro<br />

mais erudito, Minhas investigações sobre o curso da natureza <strong>no</strong> desenvolvimento da raça humana.”<br />

(http://www.fae.ufmg.br/teoriaspedagogicas/Pestalozzi.htm. Acesso 07.09.2011).

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