MANACORDA, Mario Alighiero. A Educação no Setecentos. In ...
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da educação. É o meio pelo qual se consegue mais na prática educativa. Sua defesa não foi pacífica,<br />
sobretudo ao ser comparado com concepções que negavam o pecado original e a redenção pelo<br />
sacrifício de Cristo.<br />
Em Pestalozzi a natureza é entendida de forma dupla: animal e espiritual. Uma<br />
natureza inferior e outra melhor. Neste sentido, situa-se na lógica de dominar instintos e paixões por<br />
princípios e pela razão. Neste sentindo compreendia que a função primordial da educação era encorajar<br />
a criança “[...] o mais cedo possível a combater a força prepotente do instinto animal […]. <strong>Educação</strong><br />
por promovida pela mulher (“[…] força ainda mais poderosa […].” (<strong>In</strong> <strong>MANACORDA</strong>, 1999, P. 262).<br />
Seus argumentos de que na criança existe uma força de origem diferente de qualquer<br />
tentação ou corrupção rendeu-lhe suspeitas dos conservadores. Manacorda explica: valorizar a criança<br />
significava valorizar classes inferiores.<br />
<strong>In</strong>stintos e vontades nas crianças segundo Pestalozzia<strong>no</strong> são manifestações<br />
necessárias da condição animal que deveriam ser freadas em seus excessos. Não indica punições ou<br />
qualquer educação repressiva baseada <strong>no</strong> medo. O que não significa abando<strong>no</strong> da severidade: “[...]<br />
deveríamos decididamente eliminar o temor como meio educativo.” No lugar do sadismo pedagógico<br />
propunha “[...] um método de ensi<strong>no</strong> melhor.” (<strong>In</strong> <strong>MANACORDA</strong>, 1999, p. 263).<br />
2) Quanto Metodologia didática, Pestalozzi firma o interesse e curiosidade infantil<br />
como base de qualquer intervenção educativa. O segredo seria o fomento e a a manutenção do interesse<br />
na criança, o relaciona diretamente ao método do mestre e da mãe, premira mestra. Deste princípio,<br />
Pestalozzi busca e ancora um outro: o da intuitividade e da gradualidade do ensi<strong>no</strong>. O fundamento<br />
destes princípios é “[...] agir sobre as mentes das crianças com elementos tirados da realidade e não<br />
com regras abstratas, e se deve ensinar mais com a ajuda de objetos do que de palavras”. Neste sentido,<br />
resgatou o método analítico de “[...] descobrir dadas verdade mediante a solução de problemas […]. (<strong>In</strong><br />
<strong>MANACORDA</strong>, 1999, p. 264).<br />
O desafio da pedagogia moderna estava estabelecido. Neste sentido a didática é<br />
provocada ao uso de métodos, técnicas e instrumentos que promovessem mais que dominar<br />
propriedades abstratas, a capacidade de invenção, a promoção do surgimento de ideias. Pestalozzi<br />
elenca a ginástica, a música, o desenho, com status de disciplinas com potencial de proveito moral uma<br />
vez que contribuíram para o desenvolvimento do “[...] bom gosto e <strong>no</strong>breza do sentir […]”; “[...]<br />
suscitar e alimentar os mais elevados sentimentos [...]” (<strong>In</strong> <strong>MANACORDA</strong>, 1999, p. 265).<br />
Pestalozzi alerta que não propunha transformação tudo na instrução em diversão e<br />
jogo quando defende que a ação da mãe e do mestre não deve cansar a criança. A respeito afirmou: “[...]<br />
não é possível conseguir sem esforços um saber bem fundado […].” (<strong>In</strong> <strong>MANACORDA</strong>, 1999, p. 265).<br />
Fortalece o espírito de benevolência que não descuida da firmeza, sem o que não entendia ser possível<br />
atingir o mais elevado objetivo da educação: o preparo para o integral e livre uso de todas as suas<br />
faculdades físicas e intelectuais de forma a tornar-se o homem útil à sua sociedade, mesmo “[...] nas<br />
mais modestas condições de vida.” (<strong>In</strong> <strong>MANACORDA</strong>, 1999, p. 266). O que <strong>no</strong>s coloca diante da<br />
terceira dimensão da pedagogia de Pestalozzi.<br />
3) As relações sociais adquirem em Pestalozzi formulações demcráticas, limitadas<br />
pe claro às condições do tempo em que viveu. O fundamento é ainda a natureza humana, que por ser<br />
semelhante em todos os homens deve ser desenvolvida em todas as suas faculdades (capacidades físicas<br />
e intelectuais) e em todos os homens. A educação não pode ser compreendida em um só aspecto. Neste<br />
sentido, fez a proclamação da universalização da educação do saber a todas as classes sociais. Porém<br />
mantém a compreensão da destinação profissional, embora se participe de elementos comuns que fazem<br />
o fundamento das forças humanas. Assim, defendeu que não seria legítimo limitar ou negligenciar a<br />
possibilidade de desenvolvimento de qualquer criança. (<strong>MANACORDA</strong>, 1999, p. 265).