CAPÍTULO 1 A FOTOGRAFIA - WordPress.com
CAPÍTULO 1 A FOTOGRAFIA - WordPress.com
CAPÍTULO 1 A FOTOGRAFIA - WordPress.com
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
<strong>com</strong>o auxiliar (técnico) na realização de pinturas e desenhos desde o século XVI. Se<br />
Aristóteles ou Bacon viam no aparelho, um importante instrumento científico é simples<br />
suposição. O que sabemos, <strong>com</strong> certeza, conforme Sougez (2001) 10 , é que em 1589, Giovanni<br />
Battista Della Porta 11 ,<br />
na segunda edição de sua obra, Magiae Naturalis, dá à câmara obscura uma<br />
função eminentemente artística ao assinalar os benefícios que esta oferece ao<br />
desenhista, especialmente ao realizar retratos, e indicando que se deve<br />
colocar o modelo sob a luz solar direta e em frente ao orifício da câmera.<br />
Della Porta, ao escrever “Magiae Naturalis”, se dirigia aos cientistas,<br />
filósofos e artistas de sua época e, pela grande popularidade que o texto<br />
alcançou, é provável que tenha servido de referência para muitos trabalhos<br />
posteriores. (SOUGEZ, 2001. p. 19).<br />
Os avanços feitos nos séculos posteriores desenvolveram bem as partes óptica e<br />
mecânica do processo fotográfico. O caminho para a construção da futura câmera fotográfica<br />
estava maduro. Nesta época, porém, o <strong>com</strong>ponente químico – a emulsão à base de sais de<br />
prata, os reveladores e, principalmente, os fixadores das imagens - ainda não era totalmente<br />
conhecido pelos pesquisadores da fotografia.<br />
1.2. O processo químico da fotografia<br />
O caminho para o desenvolvimento de um processo químico, capaz de fixar uma<br />
imagem, foi aberto em 1602, quando o cientista italiano Ângelo Sala descobriu que alguns<br />
sais de prata (no caso, nitrato de prata) escureciam quando expostos à luz. Sala chegou a<br />
reproduzir algumas imagens <strong>com</strong> o nitrato – que desapareciam assim que a reação química<br />
escurecia a prata. A dificuldade enfrentada pelo cientista italiano e por outros que o<br />
sucederam em pesquisas sobre o assunto, estava em achar um meio de interromper o processo<br />
de enegrecimento da prata. Isto é, em linguagem técnica fotográfica, “fixar” a imagem antes<br />
que ela se tornasse um borrão totalmente negro.<br />
Mais de 100 anos depois, um cientista alemão, Johann Heinrich Schulze, percebeu que em<br />
uma mistura de ácido nítrico, prata e pó de giz guardada em um frasco de vidro, exposta à luz<br />
solar, a prata ficava imediatamente enegrecida. Ao repetir a experiência, Schulze colou<br />
pedaços de papel ao redor do vidro e a mistura só escureceu nas partes expostas à luz.<br />
Quando ele sacudiu o frasco, a mistura retornou à cor original. Duvidando se era a luz ou o<br />
10 SOUGEZ, Marie-Loup. Op.Cit. 2001, p.19<br />
11 Giovanni Battista Della Porta (1535- 1615) – Natural de Nápoles. Filósofo e estudioso das ciências naturais,<br />
química e alquimia. Trabalhou ainda <strong>com</strong> a física e escreveu para o teatro. Foi contemporâneo de Sarpia,<br />
Galileu e Peiresc. Construiu máquinas movidas pela força hidráulica e vários instrumentos ópticos, <strong>com</strong>o um<br />
20