18.04.2013 Views

Unidade I - Ministério da Educação

Unidade I - Ministério da Educação

Unidade I - Ministério da Educação

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

I M P O R T A N T E<br />

40<br />

<strong>Uni<strong>da</strong>de</strong> IV – Gênese histórica dos funcionários: religiosos coadjutores, escravos serviçais,<br />

subempregados clientelísticos e burocratas administrativos. Reconstruindo identi<strong>da</strong>des<br />

Quando falamos, nas primeira e segun<strong>da</strong> uni<strong>da</strong>des, <strong>da</strong><br />

Helena, do Seu Carpino, <strong>da</strong> Josefina, <strong>da</strong> Laídes e <strong>da</strong> Maria<br />

Faustina, referimo-nos a funcionários de escolas públicas do<br />

século XX. Mas os primeiros funcionários estão presentes na<br />

construção e no funcionamento <strong>da</strong> primeira escola, o Colégio<br />

dos Jesuítas de Salvador, em 1550. Eles se chamavam Diogo<br />

Jácome e Vicente Rodrigues.<br />

Ali trabalhavam seis religiosos jesuítas: quatro professores<br />

e dois irmãos coadjutores. Os professores <strong>da</strong>vam as aulas, a<br />

princípio de primeiras letras e logo em segui<strong>da</strong> do que corresponderia<br />

hoje ao Ensino Médio. E os coadjutores? O que<br />

faziam?<br />

Como o colégio funcionava em regime de internato, os religiosos<br />

eram responsáveis não somente pelo ensino, mas por<br />

to<strong>da</strong> a vi<strong>da</strong> dos alunos: alimentação, saúde, lazer, religiosi<strong>da</strong>de,<br />

desenvolvimento corporal e psicológico – em uma palavra,<br />

por to<strong>da</strong> sua educação. Os dois coadjutores e os que<br />

vieram depois para o Colégio dos Jesuítas de Salvador e dos<br />

outros que se seguiram, trabalhavam como cozinheiros, enfermeiros,<br />

sacristães, horticultores, bibliotecários, vaqueiros,<br />

administradores de fazen<strong>da</strong>s, pilotos de navio, construtores,<br />

pintores e em outras ocupações mais ou menos relaciona<strong>da</strong>s<br />

ao processo de ensino.<br />

Com o trabalho desses e de outros coadjutores, assegurava-se<br />

a quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> educação. Até hoje, ao se visitar os<br />

prédios que não foram derrubados, ficamos admirados com a<br />

solidez <strong>da</strong>s construções, a dimensão <strong>da</strong>s bibliotecas e dos laboratórios,<br />

a temperatura ambiente sempre agradável. Vê-se<br />

até hoje a mão dos coadjutores. Imagine-se quanta contribuição<br />

essencial eles deram para o suporte do ensino e também<br />

para a educação integral de crianças e adolescentes.<br />

Em 1759, os jesuítas foram expulsos do Brasil<br />

e <strong>da</strong>s outras colônias de Portugal. Seus colégios,<br />

escolas e fazen<strong>da</strong>s foram confiscados, seus bens<br />

móveis e imóveis, incluindo os escravos, incorporados<br />

ao patrimônio <strong>da</strong> Coroa ou divididos entre<br />

os “amigos” do Rei.<br />

Calcula-se que nas fazen<strong>da</strong>s dos religiosos havia<br />

mais de um milhão de cabeças de gado. Por exemplo,<br />

somente na Fazen<strong>da</strong> Santa Cruz, que mantinha<br />

o Colégio do Rio de Janeiro, passaram para<br />

os funcionários reais dez mil reses dos jesuítas e dez mil de

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!