Estudo Fitossanitário e Biomecânico do Património Arbóreo - ESAC
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A forma actual <strong>do</strong> parque data de 1955 e várias condicionantes têm contribuí<strong>do</strong> para a<br />
degradação de alguns <strong>do</strong>s exemplares arbóreos multisseculares que já não se encontram hoje<br />
com a mesma vitalidade que apresentavam há cerca de cinco décadas. Podemos destacar o<br />
asfaltamento de caminhos ocorri<strong>do</strong> há cerca de duas décadas, intervenções mal efectuadas,<br />
queda de ramos de grande dimensão e a construção de algumas infra-estruturas.<br />
Este espaço conta com cerca de meia centena de espécies vegetais, com a<br />
particularidade de muitas árvores e arbustos serem autóctones. Um <strong>do</strong>s ex-líbris deste espaço,<br />
são os loendros (Rho<strong>do</strong>dendron ponticum L. subsp. baeticum) de especial relevância uma vez<br />
que é uma espécie rara em Portugal (Paiva, 1993). Destaca-se ainda, o azereiro (Prunus<br />
lustanica L.), espécie autóctone raramente cultivada no nosso país. Fazem ainda parte<br />
algumas relíquias como o medronheiro (Arbutus une<strong>do</strong> L.) e o azevinho (Ilex aquifolium L.),<br />
frequentemente encontra<strong>do</strong> nas florestas da zona atlântica portuguesa, e que hoje está em vias<br />
de extinção (Paiva, 1993). Do invulgar património arbóreo <strong>do</strong> parque, é ainda possível<br />
admirarmos outras espécies, tais como castanheiros (Castanea sativa Mill.), magnólias de flor<br />
branca (Magnolia grandiflora L.) e azul (Magnolia x soulangiana Soul.-Bod.), faias (Fagus<br />
sylvatica L. var. sylvatica), plátanos (Platanus acerifolia) e pinheiros-mansos ( Pinus pinea<br />
L.). Uma parte significativa <strong>do</strong> parque é revesti<strong>do</strong> no estrato inferior por um imenso manto<br />
verde de gilbardeira (Ruscus aculeatus L.) e hipérico (Hypericum calycinum L.) (Paiva,<br />
1993).<br />
O parque Aquilino Ribeiro, que pertenceu outrora à Quinta <strong>do</strong> Mançorim e<br />
posteriormente ao Convento de Santo António <strong>do</strong>s Capuchos, foi compra<strong>do</strong> em 1635 pelos<br />
frades de S. Francisco, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> plantadas as primeiras árvores, seiscentos pés de carvalhas<br />
e castanheiros na cerca <strong>do</strong> Convento, pela mão <strong>do</strong> Frei Gregório de Jesus. O Convento cessou<br />
as suas funções no ano de 1834, ten<strong>do</strong> a partir daí o espaço si<strong>do</strong> requisita<strong>do</strong> para passeio<br />
público, viveiro de árvores, horta botânica e cemitério, a pedi<strong>do</strong> da Câmara Municipal (Paiva,<br />
1993). A última entidade a usufruir <strong>do</strong> espaço, tanto <strong>do</strong> edifício como da cerca, foi o Quartel<br />
de Infantaria nº 14, desde o ano de 1845. O quartel deixou de existir já no século XX, uma<br />
vez que teve de ser demoli<strong>do</strong> para permitir a abertura da Avenida conhecida hoje como 25 de<br />
Abril, que destruiu também cerca de metade da cerca. A partir daí, o espaço passou a<br />
pertencer à cidade de Viseu, o que permitiu aos seus habitantes disporem de um local verde e<br />
de singular beleza, que ficou conheci<strong>do</strong> até 1974 como parque da cidade. A sua actual<br />
designação, surge como forma de homenagem ao escritor beirão Aquilino Ribeiro, exímio<br />
observa<strong>do</strong>r das paisagens beirãs, em especial das zonas apelidadas por “Terras de demo”.<br />
2.Materiais e méto<strong>do</strong>s<br />
O trabalho de campo teve início em Abril de 2004, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> culmina<strong>do</strong> em mea<strong>do</strong>s<br />
de Outubro <strong>do</strong> mesmo ano. Na impossibilidade de abordar todas as árvores, pelo seu eleva<strong>do</strong><br />
número, foram escolhidas um total de cinquenta e três, situadas nas principais artérias <strong>do</strong><br />
parque, por apresentarem um risco mais eleva<strong>do</strong> para os transeuntes. Houve também a<br />
preocupação de se incluírem nas avaliações, árvores de espécies diferentes. Para cada árvore<br />
foi realizada uma análise visual criteriosa, relativamente a defeitos estruturais, cavidades,<br />
feridas antigas, ramos mortos, sinais de decaimento apical (die-back), existência de<br />
macrofungos e insectos. Tivemos também em consideração o grau de inclinação apresentada e<br />
avaliação da causa dessa inclinação.<br />
Em função das observações, foi elaborada uma ficha de campo, adaptada de Clark<br />
(s.d.) ajustan<strong>do</strong> ao local em estu<strong>do</strong>. Cada ficha contém informações importantes relativas a<br />
cada exemplar avalia<strong>do</strong>, estan<strong>do</strong> dividida por quadros.