primeiros campeonatos de surf em Portugal - Quimera Editores
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Antero Santos entrega<br />
a medalha a Pedro Lima<br />
João Rocha recebe a taça<br />
<strong>de</strong> Campeão Nacional<br />
184 185<br />
No outro dia, alguma imprensa e a rádio noticiavam o resultado do evento. Pou-<br />
pados <strong>em</strong> espaço, arriscavam explicar o que era isso do <strong>surf</strong>, não fosse a notícia ser<br />
ininteligível para o leitor.<br />
A televisão não compareceu. A imag<strong>em</strong> televisiva do <strong>surf</strong> <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong> ficou adiada.<br />
Ela havia <strong>de</strong> surgir, meses <strong>de</strong>pois, <strong>em</strong> programas para jovens. Mas um novo e impor-<br />
tante passo fora dado: a imag<strong>em</strong> do <strong>surf</strong> como <strong>de</strong>sporto passara a ser uma realida<strong>de</strong>,<br />
não era mais um lazer <strong>de</strong> “meninos ricos” ou <strong>de</strong> jovens que, além <strong>de</strong> se vestir<strong>em</strong> mal,<br />
tinham fama <strong>de</strong> hábitos <strong>de</strong> consumos menos lícitos. A faceta <strong>de</strong>sportiva do <strong>surf</strong>, mate-<br />
rializada naquela data, foi fulcral para o ulterior <strong>de</strong>senvolvimento da modalida<strong>de</strong>. O<br />
evento impulsionou muitos outros <strong>campeonatos</strong>, que logo se lhe seguiram, ao nível<br />
nacional e internacional. O estilo saudável, activo e, mesmo, competitivo, <strong>de</strong> visibili-<br />
da<strong>de</strong> apelativa, suplantara a perspectiva rebel<strong>de</strong>, à marg<strong>em</strong> da socieda<strong>de</strong>, que até<br />
então fazia parte da mística <strong>surf</strong>ista <strong>de</strong> 1960 e inícios <strong>de</strong> 1970.<br />
Por outro lado, a existência <strong>de</strong> <strong>campeonatos</strong> revelava, <strong>de</strong> facto, ao público nacional<br />
a existência <strong>de</strong> <strong>surf</strong> <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>. O que hoje é evi<strong>de</strong>nte, que existe <strong>surf</strong> <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>,<br />
não era naquela data; o 1.º Campeonato Nacional <strong>de</strong> Surf foi um evento arrojado, pois<br />
corporizou uma realida<strong>de</strong> que não existia na consciência colectiva. Depois <strong>de</strong>le, tudo<br />
foi diferente.<br />
Por último, este campeonato nacional foi o único que juntou todos os <strong>surf</strong>istas<br />
portugueses, os “antigos”, iniciados antes <strong>de</strong> 25 <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 1974, e todos os outros<br />
que se lançaram no <strong>surf</strong> após aquela data. S<strong>em</strong> se ter plena consciência do facto,<br />
concentraram-se num mesmo evento duas posturas perante o <strong>surf</strong> completamente<br />
distintas, uma <strong>de</strong>las <strong>em</strong> vias <strong>de</strong> extinção... Os <strong>de</strong>scobridores e aventureiros dos<br />
<strong>primeiros</strong> t<strong>em</strong>pos davam lugar a uma geração jov<strong>em</strong>, competitiva e <strong>de</strong> cariz loca-<br />
lista.<br />
Pedro Melo no final<br />
<strong>de</strong> um heat