atividades diferenciadas no ensino do teorema de pitágoras - UFSM
atividades diferenciadas no ensino do teorema de pitágoras - UFSM
atividades diferenciadas no ensino do teorema de pitágoras - UFSM
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
ATIVIDADES DIFERENCIADAS NO ENSINO<br />
DO TEOREMA DE PITÁGORAS<br />
Laralyze Gomes Figueiró<br />
Instituto Fe<strong>de</strong>ral Farroupilha – Campus Júlio <strong>de</strong> Castilhos<br />
laralyzegomes@hotmail.com<br />
Dejalmir Chaves <strong>de</strong> Vargas<br />
Instituto Fe<strong>de</strong>ral Farroupilha – Campus Júlio <strong>de</strong> Castilhos<br />
<strong>de</strong>jalmirvargas@hotmail.com<br />
Elieze Carvalho <strong>de</strong> Oliveira<br />
Instituto Fe<strong>de</strong>ral Farroupilha – Campus Júlio <strong>de</strong> Castilhos<br />
eliezecarvalho@hotmail.com<br />
Luciana Dalla Nora <strong>do</strong>s Santos<br />
Instituto Fe<strong>de</strong>ral Farroupilha – Campus Júlio <strong>de</strong> Castilhos<br />
luciana@jc.iffarroupilha.edu.br<br />
Mara Rubia Macha<strong>do</strong> Couto<br />
Instituto Fe<strong>de</strong>ral Farroupilha – Campus Júlio <strong>de</strong> Castilhos<br />
mara_rubia@jc.iffarroupilha.edu.br<br />
Resumo<br />
O presente artigo tem como objetivo relatar uma experiência <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> elaboração <strong>de</strong> uma<br />
sequência didática sobre o Teorema <strong>de</strong> Pitágoras, realizada nas disciplinas <strong>de</strong> Laboratório em<br />
Educação Matemática I e Projetos Integra<strong>do</strong>s <strong>no</strong> Ensi<strong>no</strong> <strong>de</strong> Matemática I <strong>no</strong> Curso Superior <strong>de</strong><br />
Licenciatura em Matemática, <strong>do</strong> Instituto Fe<strong>de</strong>ral Farroupilha – Campus Júlio <strong>de</strong> Castilhos. A<br />
proposta <strong>de</strong> trabalho era <strong>de</strong> que os acadêmicos construíssem a partir <strong>de</strong> um conteú<strong>do</strong><br />
matemático <strong>ativida<strong>de</strong>s</strong> <strong>diferenciadas</strong> para aplicação em sala <strong>de</strong> aula. Assim, o trabalho foi<br />
organiza<strong>do</strong> pelas seguintes etapas, primeiramente foi trabalha<strong>do</strong> o conceito <strong>do</strong> Teorema <strong>de</strong><br />
Pitágoras com base na História da Matemática. Posteriormente foram realizadas duas dinâmicas,<br />
uma em grupo e a outra individual. Após as dinâmicas, foi aplica<strong>do</strong> um jogo educativo com a<br />
turma. Para finalizar, foi apresenta<strong>do</strong> um ví<strong>de</strong>o sobre o <strong>teorema</strong> <strong>de</strong> Pitágoras com uma<br />
<strong>de</strong>monstração e aplicações <strong>do</strong> mesmo. Os referenciais teóricos que auxiliaram na construção<br />
<strong>de</strong>sta prática foram os estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Oliveira (2012) e Pires (2012). Assim, as reflexões<br />
<strong>de</strong>correntes <strong>de</strong>sta prática possibilitam afirmar que <strong>ativida<strong>de</strong>s</strong> <strong>diferenciadas</strong> com a utilização <strong>de</strong><br />
materiais concretos po<strong>de</strong>m auxiliar e muito os professores em seu exercício <strong>do</strong> magistério.<br />
Neste contexto, observa-se que os alu<strong>no</strong>s apren<strong>de</strong>m melhor Matemática, em especial Geometria<br />
através <strong>do</strong> lúdico, <strong>de</strong> materiais palpáveis, já que essa área <strong>do</strong> conhecimento abrange conceitos<br />
abstratos.<br />
Palavras-chave: Teorema <strong>de</strong> Pitágoras; Jogo educativo; História da Matemática.
Introdução<br />
Através <strong>de</strong>ste trabalho, apresentaremos algumas <strong>de</strong>monstrações <strong>do</strong> Teorema <strong>de</strong><br />
Pitágoras e propostas <strong>de</strong> <strong>ativida<strong>de</strong>s</strong> para o ensi<strong>no</strong> da matemática. Com essas <strong>ativida<strong>de</strong>s</strong><br />
preten<strong>de</strong>mos complementar e diversificar a abordagem e os méto<strong>do</strong>s utiliza<strong>do</strong>s em sala<br />
<strong>de</strong> aula, a fim <strong>de</strong> mostrar maneiras diferentes <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r e ensinar matemática. Além<br />
<strong>de</strong> familiarizar o alu<strong>no</strong> com o Teorema <strong>de</strong> Pitágoras através <strong>de</strong> meto<strong>do</strong>logias<br />
<strong>diferenciadas</strong>, como por exemplo, dinâmicas <strong>de</strong> grupo e jogos interativos.<br />
Nas <strong>ativida<strong>de</strong>s</strong> realizadas, trabalhou-se o conceito <strong>do</strong> Teorema <strong>de</strong> Pitágoras a<br />
partir <strong>de</strong> recursos pedagógicos como História da Matemática e jogos, ten<strong>do</strong> em vista a<br />
importância e necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> diversificarem-se os processos <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong> e <strong>de</strong><br />
aprendizagem em sala <strong>de</strong> aula <strong>de</strong> matemática, conforme enfatizam os Parâmetros<br />
Curriculares Nacionais (1998).<br />
É consensual a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que não existe um caminho que possa ser<br />
i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> como único e melhor para o ensi<strong>no</strong> <strong>de</strong> qualquer<br />
disciplina, em particular, da Matemática. No entanto, conhecer<br />
diversas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalho em sala <strong>de</strong> aula é fundamental para<br />
que o professor construa sua prática. Dentre elas, <strong>de</strong>stacam-se a<br />
História da Matemática, as tec<strong>no</strong>logias da comunicação e os jogos<br />
como recursos que po<strong>de</strong>m fornecer os contextos <strong>do</strong>s problemas, como<br />
também os instrumentos para a construção das estratégias <strong>de</strong><br />
resolução. (BRASIL, 1998, p.42)<br />
Levan<strong>do</strong>-se em conta este enfoque, o trabalho teve como objetivo, construir e<br />
aplicar um pla<strong>no</strong> <strong>de</strong> aula, nas disciplinas <strong>de</strong> Laboratório em Educação Matemática I e<br />
Projetos Integra<strong>do</strong>s <strong>no</strong> Ensi<strong>no</strong> <strong>de</strong> Matemática I. O tema escolhi<strong>do</strong> foi “Teorema <strong>de</strong><br />
Pitágoras”. Com base neste tema, buscamos a compreensão <strong>do</strong>s conceitos, meto<strong>do</strong>logia<br />
e formas <strong>de</strong> trabalho. Além disso, utilizamos duas dinâmicas, nas quais trabalhamos a<br />
aplicação <strong>do</strong> conceito <strong>do</strong> Teorema <strong>de</strong> Pitágoras, juntamente a esta, aplicamos um jogo,<br />
<strong>no</strong> qual teve como objetivo fixar o conteú<strong>do</strong> em estu<strong>do</strong>.<br />
Os jogos constituem uma forma interessante <strong>de</strong> propor problemas,<br />
pois permitem que estes sejam apresenta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> atrativo e<br />
favorecem a criativida<strong>de</strong> na elaboração <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong> resolução e<br />
busca <strong>de</strong> soluções. Propiciam a simulação <strong>de</strong> situações problema que<br />
2
exigem soluções vivas e imediatas, o que estimula o planejamento das<br />
ações; possibilitam a construção <strong>de</strong> uma atitu<strong>de</strong> positiva perante os<br />
erros, uma vez que as situações suce<strong>de</strong>m-se rapidamente e po<strong>de</strong>m ser<br />
corrigidas <strong>de</strong> forma natural, <strong>no</strong> <strong>de</strong>correr da ação, sem <strong>de</strong>ixar marcas<br />
negativas. (BRASIL, 1998, p.46)<br />
Durante as <strong>ativida<strong>de</strong>s</strong>, buscou-se <strong>de</strong>senvolver o raciocínio lógico, através da<br />
resolução <strong>de</strong> problemas com base <strong>no</strong> Teorema <strong>de</strong> Pitágoras. O <strong>no</strong>sso propósito foi levar<br />
ao alu<strong>no</strong> o conhecimento sobre o <strong>teorema</strong> e suas aplicações através <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrações,<br />
contribuin<strong>do</strong> assim para o processo <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-aprendizagem <strong>do</strong> mesmo.<br />
Meto<strong>do</strong>logia<br />
Inicialmente foi utiliza<strong>do</strong> o recurso à História da Matemática para introduzir o<br />
Teorema <strong>de</strong> Pitágoras através <strong>de</strong> sli<strong>de</strong>s, segui<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrações e aplicações <strong>do</strong><br />
mesmo, <strong>no</strong> quadro, inclusive com exemplos. Para Farago a História da Matemática é<br />
importante para que o alu<strong>no</strong> conheça a origem <strong>de</strong> cada conteú<strong>do</strong> matemático:<br />
A história da matemática constitui um <strong>do</strong>s capítulos mais interessantes<br />
<strong>do</strong> conhecimento. Permite compreen<strong>de</strong>r a origem das i<strong>de</strong>ias que <strong>de</strong>ram<br />
forma á <strong>no</strong>ssa cultura e observar também os aspectos huma<strong>no</strong>s <strong>do</strong> seu<br />
<strong>de</strong>senvolvimento: enxergar os homens que criaram essas i<strong>de</strong>ias e<br />
estudar as circunstâncias em que elas se <strong>de</strong>senvolveram. Assim, esta<br />
história é um valioso instrumento para o ensi<strong>no</strong> aprendiza<strong>do</strong> da<br />
própria matemática. Po<strong>de</strong>mos enten<strong>de</strong>r porque cada conceito foi<br />
introduzi<strong>do</strong> nesta ciência e porque, <strong>no</strong> fun<strong>do</strong>, ele sempre era algo<br />
natural <strong>no</strong> seu momento. (FARAGO, 2003, p.17)<br />
Após esse primeiro momento, foi realiza<strong>do</strong> uma dinâmica e um jogo educativo<br />
com a turma abrangen<strong>do</strong> o tema. Para finalizar, apresentamos um ví<strong>de</strong>o sobre o<br />
Teorema <strong>de</strong> Pitágoras com uma <strong>de</strong>monstração e aplicações <strong>do</strong> mesmo. O pla<strong>no</strong> <strong>de</strong> aula<br />
elabora<strong>do</strong> foi dividi<strong>do</strong> nas seguintes etapas:<br />
1ª Etapa: Contar a história <strong>do</strong> filósofo Pitágoras e a Escola Pitagórica, segui<strong>do</strong> da<br />
história <strong>do</strong> Teorema <strong>de</strong> Pitágoras e o enuncia<strong>do</strong> <strong>do</strong> mesmo. (PIRES, 2012)<br />
Assim, contamos a história <strong>do</strong> filósofo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> seu nascimento 580 a.C em Samos,<br />
sua peregrinação em busca <strong>de</strong> conhecimentos e sua imensa vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> construir uma<br />
3
escola, o que somente foi possível em Crotona. Portanto, foi em Crotona que fun<strong>do</strong>u a<br />
Socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Estudiosos e foi, on<strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>u a sabe<strong>do</strong>ria que havia aprendi<strong>do</strong> em suas<br />
viagens. Durante cerca <strong>de</strong> quarenta a<strong>no</strong>s ele lecio<strong>no</strong>u para os seus discípulos, mas foi<br />
posto um fim à sua instituição, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a uma conspiração e rebelião.<br />
Na Escola <strong>de</strong> Pitágoras, cada membro era obriga<strong>do</strong> a passar um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> cinco<br />
a<strong>no</strong>s <strong>de</strong> contemplação. Além disso, os membros tinham tu<strong>do</strong> em comum e abstinham-se<br />
<strong>de</strong> alimentos <strong>de</strong> origem animal; acreditavam na <strong>do</strong>utrina da metempsicose<br />
(transmigração <strong>do</strong> corpo por várias almas, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que um mesmo corpo receberia<br />
várias almas ao longo <strong>de</strong> sua existência) e tinham uma fé ar<strong>de</strong>nte em Pitágoras.<br />
Esta escola durou cerca <strong>de</strong> mil a<strong>no</strong>s <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sua fundação e <strong>de</strong>dicava-se a questões<br />
espirituais: os pitagóricos acreditavam na imortalida<strong>de</strong> da alma e na reencarnação.<br />
Incluía estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Matemática, Astro<strong>no</strong>mia e Música, lhe imprimin<strong>do</strong> um caráter<br />
científico.<br />
A fim <strong>de</strong> concluir esta parte histórica <strong>de</strong>stacamos a história <strong>do</strong> Teorema <strong>de</strong><br />
Pitágoras (COSTA, 2012), apontan<strong>do</strong> que pesquisas realizadas <strong>no</strong> campo da História da<br />
Matemática indicam que mais <strong>de</strong> 2000 a<strong>no</strong>s antes <strong>do</strong>s pitagóricos, na Babilônia, <strong>no</strong><br />
tempo <strong>de</strong> Hamurabi (c. 1700 a.C.), já se <strong>de</strong>tinha conhecimento <strong>de</strong> que em um triângulo<br />
retângulo, o quadra<strong>do</strong> da medida da hipotenusa é igual à soma <strong>do</strong> quadra<strong>do</strong> das medidas<br />
<strong>do</strong>s catetos. O mais famoso tablete <strong>de</strong> argila, encontra<strong>do</strong> na Babilônia, contém<br />
sequências <strong>de</strong> números correspon<strong>de</strong>ntes às “ternas pitagóricas” – <strong>de</strong><strong>no</strong>mina<strong>do</strong> Plimpton<br />
322 – foi utiliza<strong>do</strong> entre 1900 a 1600 antes <strong>de</strong> Cristo.<br />
Os antigos egípcios utilizavam uma corda com treze nós, igualmente espaça<strong>do</strong>s,<br />
<strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a <strong>de</strong>terminar um ângulo reto ou a perpendicular <strong>de</strong> uma reta. O primeiro<br />
homem (A) tinha <strong>de</strong> segurar <strong>no</strong> 1º e <strong>no</strong> 13º nó, o segun<strong>do</strong> (B) segurava <strong>no</strong> 4º nó e o<br />
terceiro (C) tinha <strong>de</strong> segurar <strong>no</strong> 8º nó. Ao afastarem-se e esticarem bem a corda,<br />
formava-se um triângulo retângulo.<br />
4
Ao avaliarmos o emprego da corda <strong>de</strong> treze nós, fica claro que os egípcios<br />
também sabiam que um triângulo <strong>de</strong> la<strong>do</strong>s 3, 4 e 5 possui um ângulo <strong>de</strong> 90 o . No entanto,<br />
<strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com Boyer (1996), acredita-se que a primeira <strong>de</strong>monstração geral <strong>de</strong>sta<br />
relação foi dada por Pitágoras ou um <strong>do</strong>s seus discípulos, <strong>no</strong> século VI a.C.<br />
Há uma lenda que conta, que Pitágoras ofereceu aos <strong>de</strong>uses mil bois como<br />
agra<strong>de</strong>cimento, por ter <strong>de</strong>scoberto a <strong>de</strong>monstração <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> <strong>teorema</strong>. Este <strong>teorema</strong><br />
indica que os gregos conseguiram estabelecer uma ligação abstrata entre os números e<br />
as figuras, o que representa um importante esforço intelectual. Também prova que<br />
tinham aprendi<strong>do</strong> a <strong>de</strong>monstrar, e não apenas a persuadir, o que representa um<br />
consi<strong>de</strong>rável salto cognitivo.<br />
Teorema <strong>de</strong> Pitágoras:<br />
1º nó 4º 8º 13 o<br />
O Teorema <strong>de</strong> Pitágoras é consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> uma das principais <strong>de</strong>scobertas da<br />
Matemática. Ele <strong>de</strong>screve uma relação existente <strong>no</strong> triângulo retângulo. O triângulo<br />
retângulo po<strong>de</strong> ser i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> pela existência <strong>de</strong> um ângulo reto, isto é, medin<strong>do</strong> 90º,<br />
sen<strong>do</strong> que é forma<strong>do</strong> por <strong>do</strong>is catetos e a hipotenusa, que constitui o maior segmento <strong>do</strong><br />
triângulo e é localizada oposta ao ângulo reto.<br />
Em um triângulo retângulo, a soma <strong>do</strong>s quadra<strong>do</strong>s das medidas <strong>do</strong>s catetos é<br />
igual ao quadra<strong>do</strong> da medida da hipotenusa.<br />
A<br />
B<br />
Figura 1 – Mo<strong>de</strong>lo da corda <strong>de</strong> 13 nós empregada pelos antigos<br />
egípcios e a formação <strong>do</strong> triângulo <strong>de</strong> la<strong>do</strong>s 3, 4, 5<br />
C<br />
5
Figura 2 - Forma tradicional da apresentação gráfica<br />
<strong>do</strong>“Teorema <strong>de</strong> Pitágoras” <strong>no</strong>s textos didáticos <strong>de</strong><br />
Matemática para o Ensi<strong>no</strong> Fundamental.<br />
2ª Etapa: Apresentamos algumas <strong>de</strong>monstrações <strong>do</strong> Teorema <strong>de</strong> Pitágoras.<br />
1ª) (PIRES, 2012) Consi<strong>de</strong>re-se um triângulo retângulo cujos la<strong>do</strong>s me<strong>de</strong>m, numa dada<br />
unida<strong>de</strong>, a e b, e a hipotenusa me<strong>de</strong> c.<br />
Primeiro constroem-se <strong>do</strong>is quadra<strong>do</strong>s iguais <strong>de</strong> la<strong>do</strong>s a + b:<br />
Catetos: b e c<br />
Hipotenusa: a<br />
a² = b² + c²<br />
Segun<strong>do</strong>, num <strong>do</strong>s quadra<strong>do</strong>s constroem-se 4 triângulos da seguinte forma:<br />
6
E <strong>no</strong> outro, 2 quadra<strong>do</strong>s e 4 triângulos, como po<strong>de</strong>s observar na seguinte figura:<br />
Ora, mas em cada figura, o quadra<strong>do</strong> inicial possui <strong>de</strong> la<strong>do</strong> a + b, um <strong>do</strong>s<br />
quadra<strong>do</strong>s foi dividi<strong>do</strong> em 4 triângulos e um quadra<strong>do</strong> com medida <strong>de</strong> la<strong>do</strong> igual a c (a<br />
medida da hipotenusa <strong>do</strong> triângulo consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> inicialmente). O outro quadra<strong>do</strong> foi<br />
também dividi<strong>do</strong> em 4 triângulos iguais aos <strong>do</strong> quadra<strong>do</strong> anterior.<br />
Ora, se temos <strong>do</strong>is quadra<strong>do</strong>s iniciais, geometricamente iguais e ambos contêm 4<br />
triângulos geometricamente iguais, ao triângulo retângulo consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> inicialmente,<br />
então o que resta num quadra<strong>do</strong>, tem que ser igual ao que resta <strong>no</strong> outro.<br />
Ora, se compararmos as áreas <strong>do</strong>s quadra<strong>do</strong>s que restam temos:<br />
7
isto é,<br />
2ª) Esta <strong>de</strong>monstração foi elaborada por James Abram Garfield, um general que foi<br />
eleito presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s por quatro meses (assassina<strong>do</strong> em 1881). Sua<br />
prova foi baseada numa figura, o trapézio, forma<strong>do</strong> por três triângulos retângulos.<br />
área <strong>do</strong> trapézio = [(base maior + base me<strong>no</strong>r) / 2] × altura<br />
área <strong>do</strong> trapézio = soma das áreas <strong>do</strong>s triângulos<br />
8
Então:<br />
(b + c) 2 = 2 × bc + a 2<br />
b 2 + 2bc + c 2 = 2 × bc + a 2<br />
b 2 + c 2 = a 2<br />
logo<br />
a 2 = b 2 + c 2<br />
3ª) (OLIVEIRA, 2012) Demonstração por semelhança <strong>de</strong> triângulos.<br />
Seja da<strong>do</strong> um triângulo retângulo ABC <strong>de</strong> cateto b e c e hipotenusa a. A altura<br />
AH, relativa à base BC, dividi esse triângulo em <strong>do</strong>is outros: BHA e CHA.<br />
Como os ângulos agu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> um triângulo retângulo somam 90º, segue os<br />
triângulos retângulos ABC, HBA e HAC possuem os mesmos ângulos, logo são<br />
semelhantes.<br />
9
Da semelhança ABC ~ HBA obtemos:<br />
BC/BA = BA/BH => a/c = c/m => c 2 = ma<br />
Da semelhança ABC ~ HAC obtemos:<br />
BC/AC = AC/HC => a/b = b/n => b 2 = na<br />
Logo temos:<br />
b 2 + c 2 = na+ ma<br />
b 2 + c 2 = ( n + m ) a<br />
b 2 + c 2 = a . a<br />
b 2 + c 2 = a 2<br />
3ª Etapa: No transcorrer das <strong>ativida<strong>de</strong>s</strong> propostas, utilizamos o quadro para <strong>de</strong>monstrar<br />
o conceito <strong>do</strong> Teorema <strong>de</strong> Pitágoras. Exemplo:<br />
Calcule o valor <strong>de</strong> x em cada um <strong>do</strong>s triângulos retângulos:<br />
Resolução:<br />
a) b)<br />
a) Aplican<strong>do</strong> o Teorema <strong>de</strong> Pitágoras temos:<br />
10
) Aplican<strong>do</strong> o Teorema <strong>de</strong> Pitágoras temos:<br />
4ª Etapa: Foram utilizadas dinâmicas em sala <strong>de</strong> aula, através <strong>de</strong> <strong>do</strong>bradura <strong>de</strong> papel, a<br />
fim <strong>de</strong> formar triângulos retângulos.<br />
Primeiramente entregamos folhas coloridas para os alu<strong>no</strong>s, em seguida pedimos<br />
para que os mesmos <strong>do</strong>brem seu papel 2x ao meio, <strong>de</strong> forma a obter 4 partes <strong>do</strong> papel.<br />
Após foi explica<strong>do</strong> como obter triângulos retângulos utilizan<strong>do</strong>-se <strong>de</strong> <strong>do</strong>bradura <strong>de</strong><br />
papel a partir das seguintes figuras geométricas: quadra<strong>do</strong>, círculo, losango e retângulo.<br />
Em seguida trabalhamos com:<br />
Dinâmica <strong>de</strong> triângulos retângulos com palitos<br />
A dinâmica possui 36 palitos <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, esses foram dividi<strong>do</strong>s em duas partes<br />
iguais, que irá formar 6 triângulos cada, utilizan<strong>do</strong> 18 palitos. Primeiramente foi<br />
dividida a turma em <strong>do</strong>is grupos, após foi entregue os palitos aos grupos, on<strong>de</strong> os<br />
mesmos formaram os triângulos retângulos. Depois <strong>do</strong>s triângulos forma<strong>do</strong>s, os alu<strong>no</strong>s<br />
mediram os catetos e a hipotenusa, aplican<strong>do</strong> essas medidas <strong>no</strong> Teorema <strong>de</strong> Pitágoras a<br />
fim <strong>de</strong> conferir se aqueles triângulos foram monta<strong>do</strong>s corretamente.<br />
11
Após os grupos concluírem essa etapa, foram troca<strong>do</strong>s os palitos entre os<br />
mesmos e foi refeito o processo anterior, obten<strong>do</strong> assim o objetivo proposto.<br />
5ª Etapa: Jogo Dominó Pitagórico.<br />
O Dominó Pitagórico possui 28 peças e <strong>de</strong>ve ser joga<strong>do</strong> com <strong>no</strong> máximo quatro<br />
joga<strong>do</strong>res. As peças foram embaralhadas e viradas para baixo forman<strong>do</strong> um monte, cada<br />
joga<strong>do</strong>r comprou sete peças <strong>do</strong> monte, não <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> mostrá-las para seus oponentes. O<br />
joga<strong>do</strong>r que iniciou foi o que obteve a peça com o resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> maior valor, a partir daí<br />
o jogo prosseguiu <strong>no</strong> senti<strong>do</strong> anti-horário. O <strong>do</strong>minó está dividi<strong>do</strong> ao meio, sen<strong>do</strong> uma<br />
parte o resulta<strong>do</strong> e a outra um triângulo retângulo, porém está faltan<strong>do</strong> a medida da<br />
hipotenusa ou um <strong>do</strong>s catetos, <strong>de</strong>sta forma o alu<strong>no</strong> <strong>de</strong>verá resolver para obtê-la.<br />
Após encontrar a medida, o joga<strong>do</strong>r encaixou a peça na outra que se encontra na<br />
mesa, se o valor for correspon<strong>de</strong>nte, caso não tenha passa a vez e o jogo continua, o<br />
vence<strong>do</strong>r foi quem acabou o <strong>do</strong>minó primeiro.<br />
Para finalizar foi mostra<strong>do</strong> um ví<strong>de</strong>o referente ao tema, <strong>no</strong> qual, os alu<strong>no</strong>s<br />
tiveram a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer análises entre o conteú<strong>do</strong> explana<strong>do</strong> e a ví<strong>de</strong>o aula,<br />
como uma meto<strong>do</strong>logia diferenciada em sala <strong>de</strong> aula. Neste momento, acreditamos na<br />
importância <strong>do</strong> trabalho <strong>do</strong> professor enquanto media<strong>do</strong>r, fazen<strong>do</strong> com que os alu<strong>no</strong>s<br />
discutam, reflitam e percebam na prática a importância <strong>de</strong> tal conhecimento<br />
matemático.<br />
Consi<strong>de</strong>rações Finais<br />
A construção <strong>de</strong>sta ativida<strong>de</strong> em sala <strong>de</strong> aula <strong>no</strong>s proporcio<strong>no</strong>u um <strong>de</strong>safio <strong>de</strong><br />
buscar formas <strong>diferenciadas</strong> <strong>de</strong> trabalhar os conhecimentos matemáticos <strong>de</strong> uma<br />
maneira acessível e que <strong>de</strong>spertasse a atenção <strong>do</strong>s alu<strong>no</strong>s. Além disso, aprofundamos<br />
<strong>no</strong>ssos conhecimentos sobre o Teorema <strong>de</strong> Pitágoras, assim como o méto<strong>do</strong> já usa<strong>do</strong> <strong>no</strong><br />
antigo Egito para calcular os ângulos retos.<br />
Deste mo<strong>do</strong>, acredita-se que a proposta <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong>senvolvida nas<br />
disciplinas contribuirá <strong>de</strong> maneira positiva para um melhor entendimento por parte <strong>de</strong><br />
12
<strong>no</strong>ssos alu<strong>no</strong>s <strong>do</strong> Teorema <strong>de</strong> Pitágoras, pois parte da prática e <strong>do</strong> trabalho coletivo.<br />
Acreditan<strong>do</strong> na importância <strong>de</strong> se utilizar estratégias e <strong>ativida<strong>de</strong>s</strong> <strong>diferenciadas</strong><br />
em sala <strong>de</strong> aula, enten<strong>de</strong>mos que o alu<strong>no</strong>, além <strong>de</strong> sentir-se motiva<strong>do</strong> em apren<strong>de</strong>r<br />
matemática, estará se benefician<strong>do</strong> das meto<strong>do</strong>logias utilizadas pelo professor na<br />
assimilação <strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s, auxilian<strong>do</strong> assim na busca <strong>de</strong> um melhor resulta<strong>do</strong> na<br />
aprendizagem da matemática.<br />
Enfim, o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sta prática <strong>no</strong> curso <strong>de</strong> Licenciatura em Matemática<br />
possibilitou a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> preparar e executar uma aula diferenciada, trocar i<strong>de</strong>ias e<br />
saberes com os colegas, que só vem a acrescentar em <strong>no</strong>ssa formação acadêmica.<br />
Referências Bibliográficas<br />
BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática<br />
(5ª a 8ª séries). Brasília: MEC/SEF, 1998.<br />
BOYER, Carl B.. História da Matemática (2ª ed.). São Paulo: Edgard Blücher, 1996.<br />
COSTA, Renata Alves. O “Teorema <strong>de</strong> Pitágoras” em livros didáticos <strong>de</strong><br />
matemática. Disponível em:<br />
Acesso em: 08 jun. 2012.<br />
FARAGO, Jorge Luiz. Do ensi<strong>no</strong> da História da Matemática à sua contextualização<br />
para uma aprendizagem significativa. Dissertação (Mestra<strong>do</strong> em Engenharia <strong>de</strong><br />
Produção). Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Catarina. Florianópolis. 2003.<br />
OLIVEIRA, Juliane Amaral <strong>de</strong>. Teorema <strong>de</strong> Pitágoras. Disponível em:<br />
Acesso em:<br />
08 jun. 2012.<br />
PIRES, Paula. <strong>pitágoras</strong>@net. Disponível em:<br />
Acesso em: 08 jun. 2012.<br />
13