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seu cachorro está sentindo dor ou feliz em vê-lo, há evidências de que no<br />
cérebro deles há estruturas semelhantes às que são ativadas quando<br />
exibimos medo e dor e prazer", diz Low.<br />
• Dizer que os animais têm consciência pode trazer várias implicações<br />
para a sociedade e o modo como os animais são tratados. Steven Wise,<br />
advogado e especialista americano em direito dos animais, diz que o<br />
manifesto chega em boa hora. "O papel dos advogados e legisladores é<br />
transformar conclusões científicas como essa em legislação que<br />
ajudará a organizar a sociedade". Wise é líder do Projeto dos Direitos de<br />
Animais não Humanos. O advogado coordena um grupo de 70 profissionais<br />
que organizam informações, casos e jurisprudência para entrar com o<br />
primeiro processo em favor de que alguns animais — como grandes<br />
primatas, papagaios africanos e golfinhos — tenham seu status equiparado<br />
ao dos humanos. "Queremos que esses animais recebam direitos<br />
fundamentais, que a justiça as enxergue como pessoas, no sentido legal."<br />
Isso, de acordo com o advogado, quer dizer que esses animais teriam<br />
direito à integridade física e à liberdade, por exemplo. "Temos que parar de<br />
pensar que esses animais existem para servir aos seres humanos", defende<br />
Wise. "Eles têm um valor intrínseco, independente de como os avaliamos."<br />
23. A senciência dos animais<br />
Os animais não são simples máquinas cartesianas, são seres sencientes.<br />
Partindo deste princípio, ao longo da história da humanidade, diversas<br />
personalidades vem se manifestando neste sentido.<br />
“É preciso, penso eu, ter renunciado à luz natural para ousar dizer que os<br />
animais são apenas máquinas... seria muito estranho que exprimissem tão<br />
bem o que não sentem”. Voltaire(1894/ 1778)- “Tratado da Tolerância”.<br />
“Eu tenho pelos animais um respeito egípcio. Penso que eles tem alma,<br />
ainda que rudimentar. E que eles sofrem conscientemente as revoltas da<br />
injustiça humana” José do Patrocínio, 1854/1905.<br />
“Se os chipanzés tem consciência, se tem capacidade de abstração, não<br />
devem ter eles acesso àquilo que se convencionou chamar até hoje direitos<br />
humanos? Que inteligência terão que atingir para que seu assasínio seja<br />
considerado um crime?” Carl Sagan – “Os dragões do Éden”, 1977.