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Bree Despain – Série The Dark Divine #2 – The Lost Saint<br />
Diminui ainda mais o meu passo conforme me aproximava da paróquia, e eu tentei<br />
fazer meu coração parar de bater tão alto. Escutei o mais próximo que eu podia graças ao<br />
meu coração desobediente, concentrando-me em outros barulhos: o som de um carro nas<br />
ruas desertas, uma música sendo assobiada por outra pessoa em algum lugar no<br />
quarteirão, o tilintar dos semáforos para pedestres.<br />
Segui outro som, um barulho farfalhante, como caixas ou objetos sendo movidos do<br />
lugar, descendo o beco entre a paróquia e a escola. Primeiro eu pensei que o barulho vinha<br />
do escritório do meu pai. Hesitei por um momento do lado de fora da porta no beco, mas<br />
então me dei conta de que o som vinha de algum lugar mais no interior da paróquia.<br />
Deslizei ao redor da lateral do prédio para outra porta nos fundos. Era a entrada para um<br />
pequeno apartamento de zelador que não era usado desde que Don Mooney morreu.<br />
Papai não havia alugado o apartamento novamente, e havia sido deixado intocado desde o<br />
dia que nós ouvimos sobre a morte de Don.<br />
Meus ouvidos captaram um murmúrio de detrás da porta. Soava como uma gaveta<br />
emperrada sendo forçada a abrir. De repente, eu não estava mais pensando sobre resgatar<br />
Jude. Eu estava pensando na destruição causada no mercado. Toda a ira que eu senti hoje<br />
voltou a me atingir. Alguém deve estar tentando fazer o mesmo à paróquia do seu pai, disse essa<br />
voz na minha cabeça. Começando na antiga casa do seu amigo. Eu não ia deixar alguém se sair<br />
com isso—mesmo que esse alguém fosse meu próprio irmão.<br />
Aquele ruído de ira me atravessou. Atingindo meu coração como uma garra. Antes<br />
que eu pudesse me parar, eu arrombei a porta entrando na sala.<br />
Um homem alto girou em torno da frente da mesa de Don. Algo prateado brilhou<br />
em sua mão. Meus pés e minhas mãos não me pertenciam quando me joguei contra ele.<br />
Um olhar de surpresa atravessou seu rosto quando eu arrancava a faca de sua mão e o<br />
atingia no peito com meu punho. Ele cambaleou para trás e bateu contra a parede, e então<br />
atingiu a ponta da mesa. Pulei sobre ele e o agarrei pelo pescoço.<br />
‚Como você se atreve,‛ rosnei. ‚Como você se atreve a roubar as coisas do meu<br />
amigo?‛ Apontei meu punho para o rosto dele, pronta para acertar com tudo seu nariz<br />
caso ele fizesse algum movimento em falso.<br />
Mas o homem não lutou. Ele apenas me encarou. O ar saiu do meu peito, e minha<br />
mão tremulou com fúria enquanto aproximava mais meu punho de sua cabeça. Mas eu<br />
não podia parar de encarar de volta seus olhos azuis—olhos que pareciam familiares,<br />
como se eu os houvesse encarado antes. O homem parecia novo, vinte e poucos anos<br />
talvez, mas algo em seus olhos parecia absolutamente antigo — como se ele já houvesse<br />
visto o suficiente do mundo para uma dúzia de vidas.<br />
Meus dedos se contraíram contra sua garganta. Eu podia sentir seu pulso em minha<br />
mão, firme e forte. Algo estranho e odioso em minha cabeça disse para esmaga-lo. Puna<br />
esse homem por invadir o lugar.<br />
Mas eu realmente queria fazer isso?<br />
Grupo Shadows Secrets 78