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Bree Despain – Série The Dark Divine #2 – The Lost Saint<br />
Um sorriso se deslizou pelos lábios do estranho. Parecia tão velho quanto seus<br />
olhos. ‚Ol{, Grace,‛ ele disse, soando um pouco estrangulado.<br />
Ao som do meu nome, o poder apertando meu coração aliviou um pouco. Arfei<br />
ante a visão da minha mão pressionando sua garganta. Mas não o deixei ir. Eu não<br />
poderia até saber o que esse homem estava fazendo aqui. ‚Como você me conhece?‛<br />
questionei.<br />
Olhei o homem pela primeira vez. Ou o pouco que eu podia ver dele, já que eu<br />
estava sobre ele, prendendo seus braços para baixo com meus joelhos. Ele tinha longos<br />
cabelos ruivos e uma barba aparada. Ele era alto, quase tão alto quanto Don Mooney—<br />
quem eu sempre achei ser tão alto quanto um urso—havia sido, mas magro. Ele vestia<br />
preto dos pés a cabeça, o que o havia feito parecer sinistro a princípio. Mas então, uma<br />
horrível realização me atingiu quando eu me dei conta do quadrado branco em seu colar<br />
preto—o colar de um pastor, como o que o meu pai algumas vezes usava quando estava<br />
trabalhando.<br />
‚Ah não!‛ Soltei sua garganta e desci de cima dele o mais r{pido que pude. Agarrei<br />
o pingente de selenita que pendia no meu próprio pescoço. Isso me deixou quente, calma<br />
atravessando por mim. ‚Sinto muito, pastor. Sinto muito...‛ Calor atingiu minhas<br />
bochechas. ‚Eu não sei o que me deu, Pastor... Eu só... Só…‛ Deixei minha sentença falhar.<br />
Como eu poderia explicar o que eu havia acabado de fazer a esse homem?<br />
Quero dizer, eu havia atacado um pastor—em uma igreja! Minha fúria havia sido<br />
substituída por embaraço, que rapidamente se transformou em vergonha.<br />
‚Sinto muito,‛ eu disse novamente. Eu poderia me desculpar o suficiente? ‚Eu o vi<br />
aqui com essa faca...‛ Apontei para a adaga prateada, jogada no chão com seu punho<br />
furando o ar. Um pequeno pedaço de tecido voou para o chão perto da faca, quando eu<br />
atingi a mão do homem. Era a infame faca de Don—a que eu havia enfiado no peito de<br />
Daniel. A que eu havia usado para quebrar a maldição. Eu a havia encontrado na paróquia<br />
algumas semanas depois, trouxe-a aqui para o apartamento de Don, e a deixei com as<br />
coisas dele, onde ela pertencia.<br />
‚Pensei que você fosse um ladrão. Pensei que você estava tentando roubar aquela<br />
faca.‛ A faca era antiga, feita de prata pura, e eu sempre achei que poderia conseguir um<br />
bom preço com o comprador certo. Mas pastores não invadem igrejas e roubam coisas.<br />
Tinha de haver outra explicação.<br />
O homem sorriu novamente, e com um rápido movimento ele se moveu para baixo<br />
e pegou o pedaço de tecido e o envolveu ao redor do cabo da faca prateada e a puxou de<br />
seu lugar ao chão. Ele olhou para a adaga com apreço, como um colecionador<br />
inspecionando uma antiguidade. ‚Como eu poderia roubar algo que j{ pertence a mim?‛<br />
‚O quê?‛ Olhei para ele novamente—o corpo de um jovem homem com olhos de<br />
um ancião. Percebi o modo como ele cautelosamente segurava a faca em sua mão,<br />
Grupo Shadows Secrets 79