Lances de Uma Vida - palmeiras futebol clube

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uma mão e, na outra, segurava um Motoradio, 6 faixas, para ouvir os jogos da capital. Vi a reinauguração dos refletores do campo do Palmeiras. Luis se recorda que a casa do zelador ficava dentro do estádio. “Seu” Zé cuidava do campo, dos vestiários e da limpeza das pequenas arquibancadas. - Toda segunda-feira, as camisas dos nossos heróis estavam lá, nos varais da casa do “Seu” Zé. Havia ali, naquele acanhado estádio, uma energia singular. É difícil explicar o que sentíamos. A paixão pelo futebol sanjoanense e pelo rádio, finalmente se cruzaram. Em 1977, Luis Roberto começou a trabalhar na Rádio Piratininga, levado pelo presidente da Liga Sanjoanense de Futebol, Célio Braga. Ele apresentava um programa aos sábados chamado: O Esporte Amador é Notícia. Nessa mesma época, Luis era presidente do Centro Acadêmico da escola onde cursava o segundo grau: o Instituto de Educação Coronel Cristiano Osório de Oliveira. O jovem escrevia artigos sobre futebol para o jornal do colégio, O Sacívico. Escrevia também sobre esporte, a convite do amigo Francisco Arten, em um jornal da cidade, o Opção. - Por conta desses artigos, Célio Braga me convidou para o seu programa na Rádio Piratininga. Assim começou minha vida profissional na comunicação. Eram oportunidades para colocar seu treinamen- 24
25 LANCES DE UMA VIDA to em prática. Um amigo de Luis conta que, quando criança, muitas vezes ele deixava de jogar o futebol para, com uma latinha de refrigerante como microfone, simular uma narração. Enquanto os amigos se divertiam jogando, ele preferia comentar os lances, narrar as “peladas” dos garotos de São João. Os jogos eram improvisados, no meio das ruas do bairro São Benedito, onde Luis morou na adolescência. Os garotos eram divididos entre “os sem camisetas” e “os com camisetas”. Muitos jogavam descalços. Tudo muito simples, precário, improvisado. Porém, na narração do menino Luis Roberto, as jogadas ganhavam brilhantismo e grandeza surpreendentes. Sempre eram grandes partidas, grandes lances, grandes jogadores... Toda humildade e simplicidade se transformavam num evento grandioso. Luis se inspirava em seus ídolos: Pedro Luiz, Fiori Giglioti e Jorge Cury, todos radialistas, ‘apaixonados’ pelo futebol e pela profi ssão. - o - Era natural que Luis Roberto, a 35 mil pés de altura, lembrasse de suas primeiras viagens internacionais - acompanhando a equipe de futebol do Santos, na Copa Libertadores da América em 1984; a Copa do Mundo de 1990, na Itália. Porém, as lembranças mais marcantes, naquele voo, eram de sua atuação nas coberturas do automobilismo mundial.
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