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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA<br />

Escola <strong>de</strong> Medicina Veterinária e Zootecnia<br />

Programa <strong>de</strong> <strong>Pós</strong> <strong>Graduação</strong> <strong>em</strong> <strong>Ciência</strong> Animal nos Trópicos<br />

SOROEPIDEMIOLOGIA DA LINFADENITE CASEOSA, DOENÇA DA LÍNGUA AZUL E<br />

DA DOENÇA DE MAEDI-VISNA EM OVINOS DE RAÇA DEFINIDA NO ESTADO DA<br />

BAHIA, E CORRELAÇÕES COM ASPECTOS ZOOTÉCNICOS<br />

DAN LOUREIRO NASCIMENTO<br />

Salvador – Bahia<br />

2012


SOROEPIDEMIOLOGIA DA LINFADENITE CASEOSA, DOENÇA DA LÍNGUA AZUL E<br />

DA DOENÇA DE MAEDI-VISNA EM OVINOS DE RAÇA DEFINIDA NO ESTADO DA<br />

BAHIA E CORRELAÇÕES COM ASPECTOS ZOOTÉCNICOS<br />

DAN LOUREIRO NASCIMENTO<br />

Orientador: Prof. Dr. Ricardo Wagner Dias Portela<br />

Salvador – Bahia<br />

2012<br />

Dissertação apresentada à Escola <strong>de</strong><br />

Medicina Veterinária da Bahia, como<br />

requisito para a obtenção do título <strong>de</strong><br />

Mestre <strong>em</strong> Medicina Veterinária<br />

Tropical, na área <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Animal.<br />

i


LOUREIRO, Dan.<br />

Soroepi<strong>de</strong>miologia da Linfa<strong>de</strong>nite caseosa, da Doença da Língua Azul e da Doença <strong>de</strong><br />

Maedi-visna <strong>em</strong> ovinos <strong>de</strong> raça <strong>de</strong>finida do estado da Bahia e correlações com aspectos<br />

zootécnicos / Dan Loureiro Nascimento – Salvador, 2012. 98p. Dissertação (Mestrado <strong>em</strong><br />

<strong>Ciência</strong> Animal nos Trópicos) – Escola <strong>de</strong> Medicina Veterinária e Zootecnia da Universida<strong>de</strong><br />

Fe<strong>de</strong>ral da Bahia, 2012.<br />

Orientador – Prof. Dr. Ricardo Wagner Dias Portela.<br />

Palavras-chave: Aspectos zootécnicos, Linfa<strong>de</strong>nite caseosa, Língua Azul, Maedi-Visna,<br />

soroepi<strong>de</strong>miologia.<br />

ii


SOROEPIDEMIOLOGIA DA LINFADENITE CASEOSA, DOENÇA DA LÍNGUA AZUL E<br />

DA DOENÇA DE MAEDI-VISNA EM OVINOS DE RAÇA DEFINIDA NO ESTADO DA<br />

Comissão Examinadora:<br />

BAHIA E CORRELAÇÕES COM ASPECTOS ZOOTÉCNICOS<br />

DAN LOUREIRO NASCIMENTO<br />

Prof. Dr. Ricardo Wagner Dias Portela – UFBA<br />

Orientador<br />

Prof. Dr. Roberto José Meyer Nascimento–UFBA<br />

Profª. Drª. Heloisa Cristina da Silva – UFBA<br />

iii


“Há homens que lutam um dia, e são bons. Há homens que lutam um dia, e são muito bons. Há outros<br />

que lutam um ano, e são melhores. Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons. Porém há os<br />

que lutam toda a vida, estes são os imprescindíveis” (Albert Einstein).<br />

iv


AGRADECIMENTOS<br />

Agra<strong>de</strong>ço a meus pais pela criação e por s<strong>em</strong>pre me mostrar<strong>em</strong>, <strong>de</strong> uma forma ou <strong>de</strong> outra, que sendo<br />

forte e <strong>de</strong>terminado, posso ir mais além;<br />

A minha irmã Isabela pelo apoio e carinho. S<strong>em</strong>pre darei o melhor <strong>de</strong> mim <strong>em</strong> tudo que fizer, pois para<br />

você tenho que ser, dos ex<strong>em</strong>plos o melhor;<br />

À minha avó Terezinha, Ceceu e “Família Nascimento” por toda <strong>de</strong>dicação, ajuda e incentivo, e a<br />

minha avó Rery, pela paciência e calma, e toda a “Família Loureiro”;<br />

Agra<strong>de</strong>ço a Raissa Dias por todo amor, apoio, <strong>de</strong>dicação e resistência nas horas mais difíceis;<br />

Ao Prof. Dr. Roberto Meyer, pela confiança e credibilida<strong>de</strong> que s<strong>em</strong>pre me <strong>de</strong>dicou, e pelo apoio<br />

financeiro imprescindível para a realização <strong>de</strong>sse trabalho;<br />

Ao Prof. Dr. Ricardo Portela, ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong> pessoa e profissional, o qual tentamos seguir s<strong>em</strong>pre, por<br />

acreditar e confiar no meu trabalho e, acima <strong>de</strong> tudo, pela amiza<strong>de</strong>;<br />

Aos Professores Aurora Gouveia, Andrew Lage, Marcos Hein<strong>em</strong>ann e Zelia Lobato, da Escola <strong>de</strong><br />

Veterinária da UFMG, e o Dr. Alessandro Guimaraes da EMBRAPA Gado <strong>de</strong> Leite, pela colaboração<br />

na realização <strong>de</strong>sse trabalho;<br />

À Tereza Gue<strong>de</strong>s, minha “segunda mãe”, por todo carinho, paciência e <strong>de</strong>dicação; pela amiza<strong>de</strong> e apoio<br />

<strong>em</strong> todas as horas;<br />

Aos amigos Bruno Bastos, Ludmilla Sena e Jose Ta<strong>de</strong>u Raynal, por todos os trabalhos juntos;<br />

Ao Laboratório <strong>de</strong> Imunologia e Biologia Molecular, <strong>em</strong> especial a Dona Chica, Zé, Manoel e Seu<br />

Mário, s<strong>em</strong> os quais jamais teríamos realizado este trabalho;<br />

Ao Programa <strong>de</strong> <strong>Pós</strong>-<strong>Graduação</strong> <strong>em</strong> <strong>Ciência</strong> Animal nos Trópicos da UFBA, <strong>em</strong> especial a Kátia e<br />

Angélica;<br />

A ACCOBA e ADAB, <strong>em</strong> especial ao Dr. Antônio L<strong>em</strong>os Maia, que não só permitiram, como<br />

contribuíram para o levantamento dos dados necessários;<br />

A CAPES e o CNPQ, pela concessão da bolsa <strong>de</strong> mestrado;<br />

A meus “Brothers of Metal” (são muitos e vocês sab<strong>em</strong> qu<strong>em</strong> são) , por todo o apoio e interesse <strong>em</strong><br />

meu trabalho, e por s<strong>em</strong>pre estar<strong>em</strong> ao meu lado quando eu mais precisei;<br />

Aos amigos Patrícia Meira, Paula Daltro, Bianca Car<strong>de</strong>al, Thiago Souza, Daniele Dantas, Miriam<br />

Rebouças, Marcos Silva, Milton Galdino, Heidiane Alves, Ricardo Fraga, Paulo Cirino, Yuri Sousa, e<br />

todos os amigos do Labimuno.<br />

A todos que fizeram parte <strong>de</strong>sta jornada e <strong>de</strong>ste trabalho, meus sinceros agra<strong>de</strong>cimentos.<br />

v


ÍNDICE<br />

vi<br />

Páginas<br />

LISTA DE FIGURAS......................................................................................................................... vii<br />

LISTA DE ABREVIATURAS........................................................................................................... ix<br />

RESUMO............................................................................................................................................. xii<br />

SUMMARY........................................................................................................................................... xiii<br />

1. INTRODUÇÃO GERAL............................................................................................................... 1<br />

2. REVISÃO DE LITERATURA...................................................................................................... 3<br />

2.1. Ovinocultura................................................................................................................................. 3<br />

2.1.1. Ovinocultura Brasileira................................................................................................... 3<br />

2.1.2. Ovinocultura na Bahia..................................................................................................... 3<br />

2.2. Linfa<strong>de</strong>nite Caseosa..................................................................................................................... 4<br />

2.2.1. Corynebacterium pseudotuberculosis............................................................................. 4<br />

2.2.2. Patologia e Imunologia................................................................................................... 6<br />

2.2.3. Epi<strong>de</strong>miologia................................................................................................................. 7<br />

2.2.4. Transmissão..................................................................................................................... 8<br />

2.2.5. Controle........................................................................................................................... 10<br />

2.2.6. Diagnóstico...................................................................................................................... 12<br />

2.3. Maedi-Visna........................................................................................................................... 13<br />

2.3.1. Vírus <strong>de</strong> Maedi-Visna (VMV).........................................................................................13<br />

2.3.2. Estrutura Viral................................................................................................................. 14<br />

2.3.3. Patologia e Imunologia................................................................................................... 15<br />

2.3.4. Epi<strong>de</strong>miologia e Transmissão......................................................................................... 16<br />

2.3.5. Controle.......................................................................................................................... 17<br />

2.3.6. Diagnóstico..................................................................................................................... 17<br />

2.4. Língua Azul........................................................................................................................... 18<br />

2.4.1. Vírus da Língua Azul (VLA)......................................................................................... 18<br />

2.4.2. Estrutura Viral................................................................................................................ 18<br />

2.4.3. Patologia e Imunologia................................................................................................... 19<br />

2.4.4. Epi<strong>de</strong>miologia................................................................................................................. 20


2.4.5. Transmissão..................................................................................................................... 21<br />

2.4.6. Controle........................................................................................................................... 23<br />

2.4.7. Diagnóstico...................................................................................................................... 24<br />

3. ARTIGO CIENTÍFICO 1.............................................................................................................. 25<br />

Resumo...................................................................................................................................... 25<br />

Summary................................................................................................................................... 26<br />

Introdução................................................................................................................................. 26<br />

Materiais e Métodos.................................................................................................................. 27<br />

Resultados e Discussão............................................................................................................. 30<br />

Referências................................................................................................................................ 36<br />

4. ARTIGO CIENTÍFICO 2.............................................................................................................. 40<br />

Resumo...................................................................................................................................... 40<br />

Summary................................................................................................................................... 41<br />

Introdução................................................................................................................................. 41<br />

Materiais e Métodos.................................................................................................................. 43<br />

Resultados e Discussão............................................................................................................. 44<br />

Referências................................................................................................................................ 50<br />

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................. 54<br />

6. REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 55<br />

7. ANEXOS.................................................................................................................................. 71<br />

7.1. Anexo 1................................................................................................................................... 71<br />

7.2. Anexo 2................................................................................................................................... 76<br />

vii


LISTA DE FIGURAS<br />

FIGURA 1 - Mapa do estado da Bahia seguindo a divisão <strong>em</strong> 7 mesorregiões como proposto pelo IBGE 28<br />

1- Extr<strong>em</strong>o Oeste; 2- Vale São-Franciscano; 3- Centro Sul; 4- Sul; 5- Centro-Norte; 6- Nor<strong>de</strong>ste Baiano; 7<br />

-Metropolitana <strong>de</strong> Salvador). Em preto estão marcados os 37 municípios avaliados.<br />

FIGURA 2 - Soroprevalência aparente e real (A) da infecção por Corynebacterium pseudotuberculosis 31<br />

e (B) percentual <strong>de</strong> ovinos <strong>de</strong> alto valor genético do Estado da Bahia soropositivos para Linfa<strong>de</strong>nite caseo-<br />

as <strong>em</strong> função do sexo, da raça e da ida<strong>de</strong>.<br />

FIGURA 3 - Níveis <strong>de</strong> soroprevalência da infecção por Corynebacterium pseudotuberculosis <strong>em</strong> função 32<br />

<strong>de</strong> ações <strong>de</strong> gerenciamento <strong>de</strong>senvolvidas para manejo <strong>de</strong> ovinos <strong>de</strong> alto valor genético do Estado da Bahia.<br />

FIGURA 4 - Níveis <strong>de</strong> soroprevalência da infecção por Corynebacterium pseudotuberculosis <strong>em</strong> função 34<br />

das ações técnicas <strong>de</strong> manejo aplicadas na criação <strong>de</strong> ovinos <strong>de</strong> alto valor genético do Estado da Bahia.<br />

FIGURA 5 - Soroprevalência aparente e real da infecção por VMV. 45<br />

FIGURA 6 - Soroprevalência aparente e real da infecção por VLA (A) e o perfil dos rebanhos soroposi- 46<br />

tivos com relação à importação <strong>de</strong> animais (B).<br />

FIGURA 7 - Percentual <strong>de</strong> ovinos <strong>de</strong> alto valor genético do Estado da Bahia soropositivos para MV <strong>em</strong> 47<br />

função do sexo, da raça e da ida<strong>de</strong>.<br />

FIGURA 8 - Percentual <strong>de</strong> ovinos <strong>de</strong> alto valor genético do Estado da Bahia soropositivos para LA <strong>em</strong> 47<br />

função do sexo, da raça e da ida<strong>de</strong>.<br />

FIGURA 9 - Níveis <strong>de</strong> soroprevalência da infecção pelo vírus do Maedi-Visna <strong>em</strong> função das ações téc- 48<br />

nico-gerenciais <strong>de</strong>senvolvidas para o manejo <strong>de</strong> ovinos <strong>de</strong> alto valor genético do Estado da Bahia.<br />

viii<br />

Página


°C Graus Celsius<br />

°N Norte<br />

°S Sul<br />

µm Micrometro<br />

LISTA DE ABREVIATURAS<br />

ACCOBA Associação dos Criadores <strong>de</strong> Caprinos e Ovinos da Bahia<br />

ADAB Agência <strong>de</strong> Defesa Sanitária da Bahia<br />

AGID Agar Gel Immunodiffusion<br />

ARCO Associação Brasileira dos Criadores <strong>de</strong> ovinos<br />

BHI Brain Heart Infusion<br />

C Citosina<br />

CA Proteína do Cápsi<strong>de</strong><br />

CONAB Companhia Nacional <strong>de</strong> Abastecimento<br />

DAP Diaminopimélico<br />

DINE Diretoria <strong>de</strong> Inovação e Empreendimento<br />

ELISA Enzime-Linked Immunosorbent Assay<br />

EV Escola <strong>de</strong> Medicina Veterinária<br />

FAO Food and Agriculture Organization<br />

G Giros<br />

G Guanina<br />

gp Glicoproteínas<br />

IBGE Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Geografia e Estatística<br />

ICS Instituto <strong>de</strong> <strong>Ciência</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

ix


IDGA Imunodifusão <strong>em</strong> Gel <strong>de</strong> Ágar<br />

IgG Imunoglobulina G<br />

IL Interleucina<br />

LA Língua Azul<br />

LC Linfa<strong>de</strong>nite Caseosa<br />

LVPR Lentivírus <strong>de</strong> Pequenos Ruminantes<br />

MA Proteína da Matriz<br />

Mg Magnésio<br />

ml Mililitros<br />

MV Maedi-Visna<br />

NC Proteína do Nucleocapsí<strong>de</strong>o<br />

NEF Proteína Multifuncional <strong>de</strong> 27 Quilodaltons<br />

nm Nanômetros<br />

OIE Organização Internacional <strong>de</strong> Epízotias<br />

ORF Open Reading Frame<br />

PBS Solução Fosfato Salina<br />

PBS-T Solução Fosfato Salina com Tween-20<br />

PCR Reação <strong>em</strong> Ca<strong>de</strong>ia da Polimerase<br />

pH Potencial Hidrogeniônico<br />

RNA Ácido Ribonucleico<br />

RT-PCR Reação <strong>em</strong> Ca<strong>de</strong>ia da Polimerase – Transcriptase Reversa<br />

SEBRAE Serviço Brasileiro <strong>de</strong> Apoio às Micro e Pequenas Empresas<br />

x


SU Glicoproteína <strong>de</strong> Superfície<br />

TAT Gene <strong>de</strong> Expressão Transativadora<br />

TM Glicoproteína Transm<strong>em</strong>branária<br />

TNF Fator <strong>de</strong> Necrose Tumoral<br />

UFBA Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da Bahia<br />

UFMG Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Minas Gerais<br />

UFPE Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Pernambuco<br />

VEHD Vírus da Doença H<strong>em</strong>orrágica Epizoótica<br />

VIF Fator <strong>de</strong> Infectivida<strong>de</strong> Viral<br />

VLA Vírus da Língua Azul<br />

VMV Vírus <strong>de</strong> Maedi-Visna<br />

VPR Proteína Viral R<br />

VPU Proteína Viral U<br />

VPX Proteína <strong>de</strong> 12 Quilodaltons do Virion<br />

xi


LOUREIRO, D. Soroepi<strong>de</strong>miologia da Linfa<strong>de</strong>nite Caseosa, da Doença da Língua Azul e da<br />

Doença <strong>de</strong> Maedi-Visna <strong>em</strong> ovinos <strong>de</strong> raça <strong>de</strong>finida do Estado da Bahia e correlação com<br />

aspectos zootécnicos. Salvador, Bahia, 98p. Dissertação (Mestrado <strong>em</strong> <strong>Ciência</strong> Animal nos Trópicos)<br />

– Escola <strong>de</strong> Medicina Veterinária e Zootecnia, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da Bahia, 2012.<br />

RESUMO<br />

A ovinocultura apresenta importância crescente no cenário econômico brasileiro,<br />

principalmente <strong>de</strong>vido ao alto valor agregado <strong>de</strong> alguns <strong>de</strong> seus subprodutos, mas a tecnificação da<br />

criação <strong>de</strong>sses animais ainda enfrenta probl<strong>em</strong>as, como a ocorrência <strong>de</strong> diversas doenças infecciosas. O<br />

produtor rural é <strong>de</strong>safiado com o fato <strong>de</strong> conciliar técnicas <strong>de</strong> manejo com a prevenção da infecção por<br />

diversos agentes. O presente estudo objetivou a avaliação da situação sorológica <strong>de</strong> ovinos <strong>de</strong> raça<br />

<strong>de</strong>finida da Bahia quando testados para presença <strong>de</strong> anticorpos específicos para Corynebacterium<br />

pseudotuberculosis e os vírus da Língua Azul e <strong>de</strong> Maedi-Visna, b<strong>em</strong> como as práticas <strong>de</strong> manejo<br />

utilizadas pelos criadores e sua correlação com a infecção dos animais. Nos exames diagnósticos foi<br />

utilizado a técnica <strong>de</strong> ELISA para C. pseudotuberculosis e Imunodifusão <strong>em</strong> Gel <strong>de</strong> Ágar (IDGA) para<br />

as <strong>de</strong>mais doenças, <strong>em</strong> 690 amostras <strong>de</strong> ovinos com raça <strong>de</strong>finida provenientes do estado da Bahia,<br />

Brasil. Um questionário foi aplicado aos criadores com o intuito <strong>de</strong> obter dados acerca do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong><br />

criação para posterior correlação com os dados sorológicos. Os resultados mostraram uma prevalência<br />

real <strong>de</strong> 22,1% <strong>de</strong> animais soropositivos para anticorpos anti-C. pseudotuberculosis, e 3,9% e 2,9% <strong>de</strong><br />

soropositivos para anticorpos anti-Vírus <strong>de</strong> Maedi-Visna e anti-Vírus da Língua Azul, respectivamente.<br />

Certas práticas <strong>de</strong> manejo apresentaram correlação significativa com a sorologia da Linfa<strong>de</strong>nite caseosa<br />

e da doença <strong>de</strong> Maedi-Visna e a importação <strong>de</strong> animais se mostrou <strong>de</strong> extr<strong>em</strong>a importância para a<br />

soropositivida<strong>de</strong> da Língua Azul no estado da Bahia.<br />

Palavras-chave: Bahia, Linfa<strong>de</strong>nite caseosa, Língua Azul, Maedi-Visna, ovinos.<br />

xii


LOUREIRO, D. Seroepi<strong>de</strong>miology of Caseous Lympha<strong>de</strong>nitis, Blue-tongue Disease and Maedi-<br />

Visna disease in sheep with <strong>de</strong>fined breed in the state of Bahia and correlations with zootechnical<br />

aspects. Salvador, Bahia, 98p.Dissertation (Master in Animal Science in the Tropics) – Veterinary<br />

Medicine School, Fe<strong>de</strong>ral University of Bahia, 2012.<br />

SUMMARY<br />

The ovine industry is showing an increasing importance in the Brazilian economy, mainly due<br />

to the high value of some byproducts, but the technical level of these animals breeding still faces<br />

probl<strong>em</strong>s, such as some wi<strong>de</strong> spread infectious diseases. Farmers are challenged to reconcile<br />

manag<strong>em</strong>ent techniques with the prevention of the infection by various agents. This study aimed to<br />

assess the serological status of sheep with <strong>de</strong>fined breed from Bahia State for the presence of<br />

Corynebacterium pseudotuberculosis, Maedi-Visna virus and Blue-tongue virus specific antibodies, as<br />

well as the manag<strong>em</strong>ent practices used by farmers and their correlation with the animal infection.<br />

Diagnoses were ma<strong>de</strong> using ELISA for C. pseudotuberculosis, and Agar Gel Immunodiffusion(AGID)<br />

test for the other diseases, in 690samplesof sheep with <strong>de</strong>fined breed from Bahia state, Brazil. A<br />

questionnaire was applied to the farmers in or<strong>de</strong>r to obtain data about the breeding characteristic sand<br />

for later correlation with the serological data. The results showed 22.1% of seropositive animals for<br />

anti-C. pseudotuberculosis antibodies, and 3.9% and 2.9% were seropositive for antibodies specific to<br />

Maedi-Visna Virus and Virus Bluetongue, respectively. Some manag<strong>em</strong>ent practices were significantly<br />

correlated with Caseous lympha<strong>de</strong>nitis and Maedi-Visna diseases occurrence, and importation of<br />

animals has proved extr<strong>em</strong>ely important for the seroprevalence of Bluetongue in the state of Bahia.<br />

Keywords: Bahia, Bluetongue, Caseous Lympha<strong>de</strong>nitis, Maedi Visna, sheep.<br />

xiii


1. INTRODUÇÃO<br />

A domesticação dos ovinos e caprinos teve inicio há cerca <strong>de</strong> 12.000 anos, sendo<br />

provavelmente os primeiros ruminantes a ser<strong>em</strong> domesticados pelo hom<strong>em</strong>. Durante as gran<strong>de</strong>s<br />

migrações, o hom<strong>em</strong> levou consigo seus rebanhos ovinos e caprinos como garantia da manutenção da<br />

disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carne, leite, pele, lã e outros subprodutos essenciais. Atualmente são os animais<br />

domésticos <strong>de</strong> maior distribuição geográfica no planeta (Araújo, 2006).<br />

No Brasil, os pequenos ruminantes constitu<strong>em</strong> a principal fonte <strong>de</strong> proteína e <strong>de</strong> renda para a<br />

população rural do Nor<strong>de</strong>ste, que apresenta o maior rebanho ovino do país, sendo a Bahia o estado<br />

mais representativo (IBGE, 2008). A exploração <strong>de</strong> pequenos ruminantes é muito importante nesta<br />

região, por que abrange <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a agricultura familiar até as <strong>em</strong>presas rurais organizadas <strong>em</strong> mol<strong>de</strong>s<br />

<strong>em</strong>presariais (Araújo, 2006).<br />

A ovinocultura t<strong>em</strong> se apresentado como ativida<strong>de</strong> econômica <strong>de</strong> importância crescente,<br />

principalmente no Nor<strong>de</strong>ste do Brasil, e <strong>em</strong> especial no estado da Bahia (Araújo, 2006). A<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong> áreas da Região S<strong>em</strong>i-Árida, associada à adaptação <strong>de</strong>sses animais a esta<br />

região, configura à criação <strong>de</strong> ovinos uma promessa <strong>de</strong> melhora da econômica do pequeno e médio<br />

produtor rural (Lobato, 1999). Acompanhando esse processo, há também uma <strong>de</strong>manda cada vez maior<br />

por subprodutos oriundos <strong>de</strong>ssa criação, o que causa a valorização <strong>de</strong>sses bens (Alves et al., 1997).<br />

Várias en<strong>de</strong>mias estão presentes nos rebanhos brasileiros, entre elas a Linfa<strong>de</strong>nite Caseosa<br />

(LC), doença <strong>de</strong> Maedi-Visna (MV) e doença da Língua Azul (LA). A Linfa<strong>de</strong>nite Caseosa, doença<br />

provocada pela bactéria Corynebacterium pseudotuberculosis, com alta prevalência no Nor<strong>de</strong>ste<br />

(Meyer, 2004), é uma das maiores preocupações para a ovinocultura, por causar consi<strong>de</strong>ráveis perdas<br />

econômicas (Alves et al., 1997).<br />

A virose Maedi-Visna (MV) é provocada pelo vírus Maedi-Visna. É importante doença <strong>de</strong><br />

ovinos, resultante <strong>de</strong> infecção persistente, lenta e progressiva. Os animais acometidos <strong>de</strong>senvolv<strong>em</strong><br />

quadro clínico neurológico <strong>de</strong>generativo, inflamatório e/ou pneumonia progressiva após longo período<br />

<strong>de</strong> incubação do vírus (Fevereiro et al., 1999).<br />

Outra doença que t<strong>em</strong> se mostrado motivo <strong>de</strong> preocupação é a doença da Língua Azul (LA),<br />

cujo agente etiológico é um vírus do gênero Orbiviruse da família Reoviridae,o qual apresenta 24<br />

subespécies (Lager et al., 2004). A LA é transmitida por mosquitos do gênero Culicoi<strong>de</strong>s e geralmente<br />

se comporta como uma infecção subclínica <strong>em</strong> bovinos e caprinos (Fauquet et al., 2005). Os ovinos<br />

1


po<strong>de</strong>m apresentar a forma aguda da doença, que se caracteriza por hipertermia, inflamação e erosão da<br />

mucosa bucal, coronite, podo<strong>de</strong>rmatite, miosite, pneumonia, <strong>em</strong>aciação e ocasionalmente cianose<br />

lingual (Ob<strong>de</strong>yn, 1984; OIE, 2008).<br />

As perdas econômicas causadas por estas enfermida<strong>de</strong>s são consi<strong>de</strong>ráveis (Lobato, 1999). A LC<br />

provoca diminuição <strong>de</strong> peso, redução na lactação, queda do valor comercial das peles e, <strong>em</strong> alguns<br />

casos, infertilida<strong>de</strong> (Alves et al., 1997). No caso do VMV observa-se falhas reprodutivas, morte,<br />

diminuição da produção láctea e perda <strong>de</strong> peso dos animais (Callado et al., 2001). Já a LA causa perdas<br />

diretas nos rebanhos afetados <strong>de</strong>correntes da morbida<strong>de</strong>, e restrições econômicas impostas por países<br />

importadores <strong>de</strong> animais e sêmen (Erasmus et al., 1975).<br />

A MV e LA são fortes fatores limitadores do comércio internacional <strong>de</strong>vido a barreiras<br />

sanitárias (Ishizuka et al., 2004). Por isso, se faz necessária obtenção <strong>de</strong> conhecimento, controle e<br />

melhorias nos tratamentos e diagnósticos <strong>de</strong>ssas doenças, <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> testes diagnósticos que<br />

apresent<strong>em</strong> maiores sensibilida<strong>de</strong> e especificida<strong>de</strong>, b<strong>em</strong> como programas <strong>de</strong> controle e melhorias <strong>de</strong><br />

manejo (Dantas, 2004).<br />

A escassez <strong>de</strong> informações sobre a abrangência da linfa<strong>de</strong>nite caseosa b<strong>em</strong> como Maedi-Visna<br />

e Língua Azul, e a distribuição e dispersão das mesmas <strong>em</strong> nosso estado t<strong>em</strong> contribuído para a falta <strong>de</strong><br />

medidas <strong>de</strong> combate e controle eficazes. O presente trabalho t<strong>em</strong> como intenção coletar e gerar<br />

informações que auxili<strong>em</strong> no combate a estas doenças <strong>de</strong> importância na ovinocultura, focando-se<br />

principalmente <strong>em</strong> animais <strong>de</strong> alto valor genético e econômico, os quais po<strong>de</strong>m, <strong>de</strong>vido ao fato <strong>de</strong> os<br />

machos ser<strong>em</strong> doadores <strong>de</strong> sêmen e as fêmeas reprodutoras matrizes, servir<strong>em</strong> <strong>de</strong> fatores<br />

diss<strong>em</strong>inadores <strong>de</strong> diversos agentes infecciosos.<br />

2


2. REVISÃO DE LITERATURA<br />

2.1. Ovinocultura<br />

2.1.1. A Ovinocultura Brasileira<br />

O rebanho mundial <strong>de</strong> ovinos é estimado <strong>em</strong> aproximadamente 1,9 bilhões <strong>de</strong> animais (FAO,<br />

2006). Apesar do vasto território e do clima favorável, o Brasil possui um rebanho ovino pequeno, <strong>de</strong><br />

aproximadamente 16.019.170 milhões <strong>de</strong> animais (IBGE, 2008), sendo que este rebanho está<br />

distribuído pelo país da seguinte forma: 2,8% encontram-se na Região Norte, 49% no Nor<strong>de</strong>ste, 2,8%<br />

no Su<strong>de</strong>ste, 40% no Sul e 4,9% no Centro-Oeste (Alves et al., 1997).<br />

Com a crescente procura por subprodutos da ovinocultura, há um número maior <strong>de</strong> <strong>em</strong>presários<br />

dispostos a investir nessa ativida<strong>de</strong>, o que resulta <strong>em</strong> uma busca maior por tecnificação <strong>de</strong>ssa cultura e<br />

por medidas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> preventivas mais eficazes e <strong>de</strong> pronto acesso (Alves et al., 1997).<br />

2.1.2. A ovinocultura na Bahia<br />

A produção <strong>de</strong> ovinos constitui ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> relevância social e econômica no Nor<strong>de</strong>ste<br />

brasileiro (Araújo, 2006). A Bahia possui atualmente o maior rebanho ovino do país e, segundo o<br />

IBGE (2008), estima-se que até o ano <strong>de</strong> 2006 o estado da Bahia possuía um rebanho ovino na or<strong>de</strong>m<br />

<strong>de</strong> 3.165.757 animais. No entanto, o potencial na área <strong>de</strong> comercialização é muito pouco explorado<br />

(Dantas, 2004).<br />

A maioria dos rebanhos ovinos na região Nor<strong>de</strong>ste é explorada <strong>em</strong> sist<strong>em</strong>a extensivo, não sendo<br />

adotadas práticas a<strong>de</strong>quadas <strong>de</strong> manejo alimentar e sanitário, o que t<strong>em</strong> contribuído para a baixa<br />

produtivida<strong>de</strong> da ovinocultura <strong>de</strong> corte (CONAB, 2006). Diversas razões po<strong>de</strong>m ser atribuídas para<br />

explicar esse quadro, especialmente a progressiva espoliação da caatinga (Araújo, 2006). Entretanto, é<br />

certo que enfermida<strong>de</strong>s como a linfa<strong>de</strong>nite caseosa, doenças <strong>de</strong> Maedi-Visna e Língua Azul, que<br />

possu<strong>em</strong> significantes prevalências <strong>em</strong> algumas regiões do país, contribuam <strong>de</strong> modo significativo para<br />

o referido <strong>de</strong>clínio (Alves et al., 2007).<br />

As perdas econômicas são <strong>de</strong>correntes da diminuição da vida produtiva e reprodutiva, da<br />

produção leiteira, predisposição da glândula mamária às infecções bacterianas, retardo no crescimento<br />

das crias, morbida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>svalorização comercial dos produtos, <strong>de</strong>spesas com programas <strong>de</strong> controle e<br />

3


estrições <strong>de</strong> importação (Gonzalezet al., 1987; Petrez & Devillechase, 1993; Concha-Bermejillo, 1997;<br />

Lobato, 1999; Callado et al., 2001).<br />

Os prejuízos gerados por estas en<strong>de</strong>mias são <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rável extensão; por um lado afetam uma<br />

cultura <strong>de</strong> subsistência básica para o pequeno produtor nor<strong>de</strong>stino, sendo que mais <strong>de</strong> 50% do rebanho<br />

é criado <strong>em</strong> áreas que possu<strong>em</strong> não mais do que 30 hectares (Alves et al., 2007), e por outro chegam a<br />

afetar as importações <strong>de</strong> animais do país <strong>de</strong>vido a barreiras sanitárias existentes (Ishizuka et al., 2004).<br />

2.2. Linfa<strong>de</strong>nite Caseosa<br />

2.2.1. Corynebacterium pseudotuberculosis<br />

O Corynebacterium pseudotuberculosis é o agente etiológico da linfa<strong>de</strong>nite caseosa (LC), que<br />

afeta principalmente as populações <strong>de</strong> pequenos ruminantes <strong>em</strong> todo o mundo (Arsenault et al., 2003).<br />

Esta bactéria foi <strong>de</strong>scrita pela primeira vez <strong>em</strong> 1888 pelo veterinário francês Edmound Nocard<br />

(Benham et al., 1962).<br />

Em 1891, Hugo von Preisz isolou uma bactéria s<strong>em</strong>elhante <strong>de</strong> um abscesso renal ovino. Assim,<br />

esse patógeno foi nomeado bacilo <strong>de</strong> "Preisz-Nocard”, nome ao qual esteve ligado por décadas (Collett<br />

et al., 1994). Na Austrália, que atualmente é o país com o segundo maior rebanho ovino do mundo, a<br />

LC foi primeiramente <strong>de</strong>scrita <strong>em</strong> 1934 por Churchward (Benham et al., 1962). A nomenclatura atual<br />

foi adotada <strong>em</strong> 1948 na sexta edição do Manual Bergey, e a <strong>de</strong>signação Corynebacterium ovis é usada<br />

como sinônimo (Moore et al., 2010).<br />

O gênero Corynebacterium pertence à subor<strong>de</strong>m Corynebacterineae (Actinobactéria:<br />

Actinomycetales) que inclui as famílias Corynebacteriaceae, Mycobacteriaceae e Nocardiaceae e por<br />

isso é comumente <strong>de</strong>signado como o grupo CMN (Stackebrandt et al., 1997). Algumas características<br />

são comuns a esse grupo, como a organização específica da pare<strong>de</strong> celular, composta principalmente<br />

por peptidoglicano, arabinogalactana e ácidos micólicos, b<strong>em</strong> como a alta concentração <strong>de</strong> guanina-<br />

citosina (G+C)no genoma (47-74%) (Dorella et al., 2006).<br />

Essa bactéria é classificada <strong>em</strong> dois biovares (Biberstein et al., 1971), o biovar ovis que afeta<br />

principalmente ovinos e caprinos causando abscessos superficiais e viscerais, e o biovar equi, que afeta<br />

principalmente equí<strong>de</strong>os, causando linfangite ulcerativa das extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong>s distais, abscessos ventral do<br />

tórax e abdômen, e furunculose (Connor et al., 2000). A existência <strong>de</strong>sses dois biovares foi confirmada<br />

por técnicas moleculares (Sutherland et al., 1996; Connor et al., 2007).<br />

4


O C. pseudotuberculosis é um patógeno intracelular facultativo, Gram-positivo, que exibe<br />

formas pleomórficas, <strong>de</strong> cocói<strong>de</strong> a hastes filamentosas, medindo cerca <strong>de</strong> 0,5-0,6 µm <strong>de</strong> largura e 1,0-<br />

3,0 µm <strong>de</strong> comprimento, apresenta cápsula, flagelos e fímbrias, mas não esporula (Jolly, 1965). O<br />

peptidoglicano da célula parece ser baseado <strong>em</strong> acido meso-diaminopimélico (meso-DAP) e os<br />

açúcares arabinose e galactose estão presentes <strong>em</strong> gran<strong>de</strong>s quantida<strong>de</strong>s. Ca<strong>de</strong>ias curtas <strong>de</strong> ácidos<br />

micólicos também são encontradas (Selim, 2001).<br />

É anaeróbio facultativo, e as condições ótimas para seu crescimento são t<strong>em</strong>peratura a 37ºC<br />

com pH variando entre 7,0 e 7,2 (Benham et al., 1962; Merchant & Packer, 1975), mas <strong>de</strong> acordo com<br />

Batey (1986a) po<strong>de</strong> crescer b<strong>em</strong> <strong>em</strong> uma faixa <strong>de</strong> pH <strong>de</strong> 7,0-8,0. C. pseudotuberculosis é um<br />

organismo exigente do ponto <strong>de</strong> vista nutricional, crescendo b<strong>em</strong> <strong>em</strong> meios enriquecidos como ágar<br />

sangue, infusão <strong>de</strong> cérebro e coração (BHI) ou meio ágar enriquecido com soro animal. Seu cultivo <strong>em</strong><br />

meio BHI melhora quando é compl<strong>em</strong>entado com extrato <strong>de</strong> levedura, triptona ou lactalbumina<br />

(Cameron & Swart, 1965). Seu crescimento <strong>em</strong> meio <strong>de</strong> cultura sólido começa inicialmente na<br />

superfície do ágar e, <strong>em</strong> seguida, torna-se organizado <strong>em</strong> grupos ou <strong>em</strong> paliçada, assumindo uma<br />

coloração cr<strong>em</strong>e amarelada; as colônias são secas, opacas e concentricamente aneladas, e após vários<br />

dias <strong>de</strong> incubação as colônias po<strong>de</strong>m chegar a 3 mm <strong>de</strong> diâmetro (QUINN et al., 1994).<br />

Essa bactéria é caracterizada bioquimicamente pela produção <strong>de</strong> catalase, fosfolipase D, ureasee<br />

fermentação <strong>de</strong> carboidratos, como maltose, glicose, manose e galactose (Merchant & Packer, 1975).<br />

Não fermenta a lactose, não produz gás (Muckle & Gyles, 1982; Songer et al., 1988; Costa et al.,<br />

1998), não t<strong>em</strong> ativida<strong>de</strong> proteolítica, não apresenta capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> hidrolisar gelatina, n<strong>em</strong> <strong>de</strong> digerir<br />

caseína, e são oxidase negativos(Merchant & Packer, 1975; Quinn et al., 1994).<br />

Sobre a redução <strong>de</strong> nitrato, sugere-se que há dois biótipos baseados na produção <strong>de</strong> nitrato<br />

redutase, <strong>de</strong>monstrado por análise com enzimas <strong>de</strong> restrição (Batey, 1986b). A redução <strong>de</strong> nitrato a<br />

nitrito caracteriza cepas que infectam principalmente cavalos (biovar equi) e apresenta sensibilida<strong>de</strong> à<br />

estreptomicina, enquanto as cepas que infectam ovinos e caprinos (biovar ovis) são principalmente<br />

negativas para nitrato e resistentes à estreptomicina (Costa et al., 1998); bovinos seriam infectados por<br />

ambas as cepas (Songer et al., 1988; Sutherland et al., 1996).<br />

Dois <strong>de</strong>terminantes <strong>de</strong> virulência <strong>de</strong> C. pseudotuberculosis foram b<strong>em</strong> caracterizados, a<br />

exotoxina fosfolipase D e a pare<strong>de</strong> celular lipídica tóxica (Songer, 1997). A exotoxina conhecida como<br />

Fosfolipase D (PLD) foi caracterizada como sendo um fosfatidilcolina fosfatidilhidrolase <strong>de</strong> ação<br />

enzimática (Carne, 1939; Onon, 1979). Essa exotoxina funciona como um fator <strong>de</strong> permeabilida<strong>de</strong> que<br />

5


promove a diss<strong>em</strong>inação do patógeno a partir do local inicial <strong>de</strong> infecção a todos os tecidos do corpo do<br />

hospe<strong>de</strong>iro, causando danos <strong>de</strong>rmo-necróticos e contribuindo para a passag<strong>em</strong> da bactéria da <strong>de</strong>rme<br />

para pequenos vasos sanguíneos para que ela acesse os vasos linfáticos (Egen et al., 1989). Além disso,<br />

ela é consi<strong>de</strong>rada uma exotoxina citotóxica para as células brancas do sangue, promovendo a <strong>de</strong>struição<br />

dos macrófagos durante a infecção experimental (Tashjian & Campbell, 1983).<br />

2.2.2. Patogenia e Imunologia<br />

C. pseudotuberculosis é uma bactéria intracelular facultativa que se multiplica <strong>de</strong>ntro dos<br />

macrófagos e sobrevive à ação <strong>de</strong> enzimas fagolisossômicas com ajuda da camada lipídica externada<br />

pare<strong>de</strong> celular (Dorella et al., 2006; Baird & Fontaine, 2007). Após penetrar no hospe<strong>de</strong>iro através das<br />

mucosas ou <strong>de</strong>feridas na pele, a bactéria diss<strong>em</strong>ina-se, com tropismo pelo sist<strong>em</strong>a linfático aferente,<br />

linfonodos locais e órgãos internos. Este processo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da capacida<strong>de</strong> do agente para infectar os<br />

macrófagos, resistir a fagolisossomos e matar as células, liberando novas bactérias e causando necrose<br />

(Batey, 1986a).<br />

A camada lipídica da pare<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta bactéria t<strong>em</strong> a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inibir a fagocitose, aumentando<br />

a sua virulência (citotoxicida<strong>de</strong>) e a sobrevivência no interior dos macrófagos (Dorella et al., 2006).<br />

Abscessos são formados pela liberação <strong>de</strong> enzimas lisossômicas (Baird & Fontaine, 2007).Além <strong>de</strong><br />

participar da patogenicida<strong>de</strong>, o ácido micólico parece ser importante na sobrevivência <strong>de</strong>ssa bactéria no<br />

ambiente(West et al., 2002).<br />

As fases da infecção por LC têm sido divididas <strong>em</strong> uma fase inicial (1-4 dias pós-infecção)<br />

caracterizada pelo recrutamento <strong>de</strong> neutrófilos para o local da inoculação e linfonodos <strong>de</strong> drenag<strong>em</strong>;<br />

uma fase <strong>de</strong> amplificação (5-10 dias pós-infecção) caracterizada pelo <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

piogranuloma, e uma fase <strong>de</strong> estabilização, caracterizada pela maturação e persistência do<br />

piogranuloma (Pepin et al., 1997).<br />

Alguns fatores bacterianos, como a exotoxina fosfolipase D e os lipídios citotóxicos,<br />

contribu<strong>em</strong> para a patogênese a nível local, com pouca probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> efeito sistêmico na doença<br />

natural (Songer, 1997). Depois que C. pseudotuberculosis é capturada por células fagocíticas como<br />

neutrófilos e macrófagos, o fagossomo se fun<strong>de</strong> com o lisossomo, formando o fagolisossomo (Batey,<br />

1986b). No entanto C. pseudotuberculosis é um patógeno intracelular facultativo capaz <strong>de</strong> sobreviver<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> macrófagos por mais <strong>de</strong> 48 horas. Durante esse t<strong>em</strong>po, as bactérias são liberadas como<br />

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esultado <strong>de</strong> um processo que leva os fagócitos à morte, <strong>em</strong>bora esta proprieda<strong>de</strong> varie entre as<br />

diferentes cepas estudadas (Baird & Fontaine, 2007).<br />

Os mecanismos específicos <strong>de</strong> morte celular causada por C. pseudotuberculosis ainda não estão<br />

claros, mas a capacida<strong>de</strong> das bactérias <strong>de</strong> sobreviver <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> macrófagos é atribuída à incapacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> várias populações <strong>de</strong> macrófagos para a produção <strong>de</strong> óxido nítrico <strong>em</strong> resposta a essa bactéria in<br />

vivo (Bogdan et al., 1997). Estes efeitos po<strong>de</strong>m estar associados com a presença da camada lipídica<br />

externa <strong>em</strong> C. pseudotuberculosis e outros componentes antigênicos, que interromperiam a produção<br />

<strong>de</strong> óxido nítrico pelos macrófagos (Bastos et al., 2011).<br />

O crescimento <strong>de</strong>scontrolado da bactéria no interior dos macrófagos leva o hospe<strong>de</strong>iro a tentar<br />

restringir a infecção através da formação <strong>de</strong> piogranulomas, caracterizados pelo encapsulamento das<br />

células infectadas por C. pseudotuberculosis (Batey, 1986b). A formação <strong>de</strong> piogranulomas é um<br />

processo complexo e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da imunida<strong>de</strong> adaptativa, que envolve tanto a imunida<strong>de</strong> humoral<br />

quanto a celular (Paule et al., 2003).<br />

Além da formação <strong>de</strong> piogranulomas, a infecção por C. pseudotuberculosis leva a formação <strong>de</strong><br />

abscessos por via subcutânea localizada, que não prov<strong>em</strong> <strong>de</strong> lesões primárias nos linfonodos (Paule et<br />

al., 2003). No entanto, alguns abscessos po<strong>de</strong>m ser encontrados <strong>em</strong> estreita associação com os gânglios<br />

linfáticos, resultado da <strong>de</strong>struição dos tecidos associados com abscessos, que posteriormente<br />

encapsulam e po<strong>de</strong>m conter pus parcialmente calcificado (Moller et al., 2000).<br />

2.2.3. Epi<strong>de</strong>miologia<br />

A linfa<strong>de</strong>nite caseosa t<strong>em</strong> distribuição mundial e geralmente segue a distribuição dos rebanhos<br />

<strong>de</strong> ovinos e caprinos. A diss<strong>em</strong>inação da doença no mundo provavelmente ocorreu através da<br />

importação <strong>de</strong> animais infectados (Baird & Fontaine, 2007). Segundo a Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Animal, entre os 201 países que relataram suas situações sanitárias, 64 <strong>de</strong>clararam a presença <strong>de</strong><br />

animais com linfa<strong>de</strong>nite caseosa <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> suas fronteiras <strong>em</strong> 2009 (Ruiz et al., 2011). Estes países são<br />

distribuídos nas Américas (19 <strong>de</strong> 42países), África (18 <strong>de</strong> 51), Ásia (11 <strong>de</strong> 43), Europa (14 <strong>de</strong> 51) e<br />

Oceania (2 <strong>de</strong> 14) (OIE, 2009).<br />

Altas prevalências <strong>de</strong> linfa<strong>de</strong>nite caseosa, 61%,foram encontradas na Austrália (Middleton et<br />

al., 1991); no entanto estudos mais recentes indicam uma prevalência <strong>de</strong> 20-30% após o início <strong>de</strong><br />

programa <strong>de</strong> vacinação (Paton et al., 2003). Nos EUA prevalências <strong>de</strong> até 43% foram estimadas<br />

7


(Stoops et al., 1994) e similar intervalo <strong>de</strong> 21-36% foi encontrado <strong>em</strong> ovelhas no Quebec, província do<br />

Canadá (Arsenault et al., 2003). Em Alberta, também no Canadá, a vacinação foi eficaz na redução da<br />

prevalência da infecção (Stanford et al., 1997). No Reino Unido, 45% dos produtores que foram<br />

entrevistados relataram abscessos <strong>em</strong> suas ovelhas (Binns et al., 2002).<br />

No Brasil, o primeiro relatório <strong>de</strong> linfa<strong>de</strong>nite caseosa foi feito por Duport <strong>em</strong> 1918 (Garcia et<br />

al., 1987). Um estudo soroepi<strong>de</strong>miológico ELISA feito no Estado <strong>de</strong> Minas Gerais encontrou valores<br />

<strong>de</strong> prevalência <strong>de</strong> 75,8% para ovinos (Guimarães et al., 2009a).<br />

As perdas econômicas inclu<strong>em</strong> a diminuição da produção <strong>de</strong> leite, diminuição do ganho <strong>de</strong><br />

peso, valor reduzido <strong>de</strong> peles <strong>de</strong>vido à cicatriz e o custo dos medicamentos e do trabalho necessário<br />

para tratar abscessos superficiais, e quando os linfonodos afetados se encontram <strong>em</strong> áreas críticas<br />

(região da mandíbula, crural, úbere) po<strong>de</strong>m ser afetadas a locomoção, mastigação e produção <strong>de</strong> leite e<br />

carne; no entanto as perdas econômicas <strong>de</strong>vido a esta doença ainda não foram <strong>de</strong>vidamente<br />

contabilizadas (Guimarães et al., 2011).<br />

Na indústria as perdas são <strong>de</strong>vido à menor porcentag<strong>em</strong> <strong>de</strong> utilização das carcaças <strong>de</strong> animais<br />

afetados, danos à pele, juntamente com a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inspeção <strong>de</strong>talhada das carcaças (Guimarães et<br />

al., 2009b). No Nor<strong>de</strong>ste brasileiro, on<strong>de</strong> ovelhas são importantes fontes <strong>de</strong> alimento e renda, a situação<br />

é ainda mais crítica <strong>de</strong>vido ao tipo <strong>de</strong> vegetação (espinhosa) e ao baixo nível <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> dos<br />

agricultores (Unanian et al., 1985). Também está se tornando um probl<strong>em</strong>a para as regiões Su<strong>de</strong>ste,<br />

Norte e Centro-Oeste, on<strong>de</strong> esta ativida<strong>de</strong> cresce rapidamente, afetando negativamente a indústria <strong>de</strong><br />

processamento <strong>de</strong> carne (Guimarães et al., 2009a).<br />

Além <strong>de</strong> todos os riscos e danos à ovinocultura acima apresentados, o potencial zoonótico do C.<br />

pseudotuberculosis v<strong>em</strong> se tornando uma preocupação entre os profissionais que lidam com animais<br />

que po<strong>de</strong>m ser potencialmente infectados por esta bactéria (Pinheiro et al., 2000). Apesar <strong>de</strong> casos<br />

humanos <strong>de</strong> infecção ser<strong>em</strong> relativamente raros, alguns relatos indicam potenciais riscos <strong>de</strong> infecção<br />

para veterinários e profissionais agrícolas (Peel et al., 1997).<br />

2.2.4. Transmissão<br />

A principal fonte <strong>de</strong> infecção são os animais acometidos, que contaminam o solo, água,<br />

alimentação, pastagens e instalações com secreções nasais e pus <strong>de</strong> abscessos que drenam<br />

espontaneamente (Spier et al., 2004). Animais infectados que não apresentam sintomas clínicos po<strong>de</strong>m<br />

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eliminar a bactéria através <strong>de</strong> suas vias respiratórias; mesmo sendo <strong>de</strong>monstrado que abscessos<br />

pulmonares têm um coeficiente <strong>de</strong> transmissão pequena, eles são mais importantes para a manutenção<br />

da infecção no rebanho na fase endêmica (O’reilly et al., 2008; Bastos et al., 2011).<br />

A transmissão po<strong>de</strong> ocorrer através do contato direto ou indireto com o pus dos abscessos dos<br />

animais doentes (Nairn & Robertson, 1974). Materiais que são utilizados no manejo dos animais, tais<br />

como os usados durante a i<strong>de</strong>ntificação, a castração, marcadores auriculares, tatuadores, máquinas <strong>de</strong><br />

tosquia, drenag<strong>em</strong> <strong>de</strong> abscessos, b<strong>em</strong> como contato com um pedaço não cauterizado do umbigo po<strong>de</strong>m<br />

transmitir o agente (Braverman et al., 1999).<br />

Vetores, tais como insetos, <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser consi<strong>de</strong>rados na transmissão da doença, uma vez que C.<br />

pseudotuberculosis foi isolado a partir da superfície corporal, intestinos e fezes <strong>de</strong> moscas domésticas.<br />

Essa bactéria também foi isolada <strong>de</strong> moscas contaminadas com leite <strong>de</strong> vacas com mastite <strong>em</strong> Israel<br />

(Yeruham et al., 1996; Spier et al., 2004). Em cavalos, as moscas t<strong>em</strong> consi<strong>de</strong>rável importância<br />

epi<strong>de</strong>miológica na diss<strong>em</strong>inação <strong>de</strong> C. pseudotuberculosis, porque a maior frequência <strong>de</strong> infecção nesta<br />

espécie ocorre durante os períodos <strong>em</strong> que se registram gran<strong>de</strong>s populações <strong>de</strong> moscas (Costa et al.,<br />

1998).<br />

O C. pseudotuberculosis sobrevive longos períodos no solo, po<strong>de</strong>ndo sobreviver até oito meses<br />

<strong>em</strong> várias t<strong>em</strong>peraturas (Brown & Olan<strong>de</strong>r, 1987). Na palhada “cama” ele po<strong>de</strong> permanecer viável por<br />

três s<strong>em</strong>anas, durante dois meses no feno, quatro meses <strong>em</strong> bancas <strong>de</strong> corte, e foi isolado após cinco<br />

meses <strong>em</strong> locais on<strong>de</strong> houve contaminação compus (Nairn & Robertson, 1974). A concentração <strong>de</strong><br />

microrganismos viáveis no material purulento é estimada <strong>em</strong> 106-107 bactérias por grama <strong>de</strong> pus,<br />

consequent<strong>em</strong>ente a contaminação ambiental <strong>de</strong>vido a um abscesso com vazamento é muito elevada e<br />

persistente (Brown et al., 1987).<br />

O uso <strong>de</strong> cercas <strong>de</strong> arame farpado ou calhas e estacas afiadas, com arestas cortantes, po<strong>de</strong><br />

causar lesões na pele dos animais, abrindo passag<strong>em</strong> para a entrada <strong>de</strong> bactérias (Guimarães et al.,<br />

2009a). No Nor<strong>de</strong>ste brasileiro, as bactérias po<strong>de</strong>m penetrar via transcutânea ou através <strong>de</strong>feridas na<br />

pele causadas pela vegetação da caatinga da região (Unanian et al., 1985).<br />

Produtores <strong>de</strong> carne <strong>de</strong> ovinos ten<strong>de</strong>m a fazer poucas inspeções periódicas <strong>de</strong> seus rebanhos por<br />

causa do tipo <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> criação extensiva, na qual eles não i<strong>de</strong>ntificam animais individualmente,<br />

argumentando que estes são abatidos <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um curto intervalo <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po (Brown & Olan<strong>de</strong>r, 1987).<br />

Por outro lado, os produtores <strong>de</strong> leite <strong>de</strong> cabra ten<strong>de</strong>m a i<strong>de</strong>ntificar individualmente os animais, e é<br />

9


mais provável que <strong>de</strong>tect<strong>em</strong> abscessos durante o contato diário favorecendo o controle da linfa<strong>de</strong>nite<br />

caseosa no rebanho caprino (Guimarães, 2006).<br />

Mesmo sendo ovinos e caprinos os animais mais comumente infectados por C.<br />

pseudotuberculosis, esta bactéria po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada como um probl<strong>em</strong>a <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública <strong>em</strong>ergente,<br />

pois t<strong>em</strong> a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produzir a toxina da difteria como consequência <strong>de</strong> uma lisogenização com o<br />

fago da difteria, o que levou as autorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> muitos países a induzir seus serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> a<br />

consi<strong>de</strong>rar as doenças causadas por todas as espécies <strong>de</strong> Corynebacterium, que inclu<strong>em</strong> C.<br />

pseudotuberculosis e C. ulcerans, no diagnóstico diferencial <strong>de</strong>sta enfermida<strong>de</strong> (Maximescu et al.,<br />

1974). Por muitos anos foi requerida a notificação <strong>de</strong> C. pseudotuberculosis toxigênica <strong>em</strong> qualquer<br />

órgão <strong>de</strong> controle nacional das doenças transmissíveis (Dewinter et al., 2005).<br />

Além disso, cepas comuns <strong>de</strong> C. pseudotuberculosis po<strong>de</strong>m infectar os seres humanos e causar<br />

linfa<strong>de</strong>nopatia supurada, evento este tradicionalmente associado com o contato dos animais <strong>de</strong> criação<br />

e produtos lácteos contaminados (Maximescu et al., 1974). O primeiro caso humano foi <strong>de</strong>scrito <strong>em</strong><br />

1966, on<strong>de</strong> foi observado que o tecido dos gânglios linfáticos infectados são substituídos por<br />

granulomas necróticos, enquanto a aparência histológica geral se ass<strong>em</strong>elha à linfa<strong>de</strong>nite tuberculosa,<br />

doença da arranhadura do gato e linfogranuloma venéreo, que <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser consi<strong>de</strong>radas para o<br />

diagnóstico diferencial (Lopez et al., 1966).<br />

Apesar <strong>de</strong> ter sido possível coletar informações sobre os 33 casos <strong>de</strong> infecção humana por C.<br />

pseudotuberculosis, presume-se que a prevalência da doença <strong>em</strong> humanos seja possivelmente<br />

subestimada, consi<strong>de</strong>rando-se que o número total <strong>de</strong> 33 casos representa a prevalência <strong>de</strong> casos para<br />

um período <strong>de</strong> 42 anos (<strong>de</strong> 1966 a 2008). Os dados indicam fort<strong>em</strong>ente que a infecção humana por C.<br />

pseudotuberculosis constitui uma zoonose ocupacional (Bastos et al., 2011).<br />

2.2.5. Controle<br />

O tratamento dos animais infectados consiste <strong>em</strong> drenag<strong>em</strong> dos abscessos seguido pela limpeza<br />

e cauterização química, geralmente com iodo a 10%, após a r<strong>em</strong>oção do linfonodo superficial afetado<br />

(Nozaki et al., 2000). Embora seja uma medida <strong>de</strong> controle importante o procedimento não é tão eficaz<br />

como se esperava <strong>de</strong>vido à presença <strong>de</strong> abscessos internos (Paton et al., 2003). A drenag<strong>em</strong> do<br />

abscesso <strong>de</strong>ve ser feita <strong>de</strong> forma que evite a contaminação ambiental, coma <strong>de</strong>sinfecção do material<br />

cirúrgico e incineração dos materiais <strong>de</strong>scartáveis (Guimarães et al., 2011).<br />

10


Outra opção <strong>de</strong> tratamento é a antibioticoterapia, que não é muito eficiente, apesar <strong>de</strong> C.<br />

pseudotuberculosis ser sensível in vitro para quase todos os antibióticos que foram testados (Nozaki et<br />

al., 2000). A localização intracelular das bactérias e a formação <strong>de</strong>do granuloma limita a eficácia da<br />

droga e sua biodistribuição, tornando os antibióticos ineficientes (Brown & Olan<strong>de</strong>r, 1987). Este tipo<br />

<strong>de</strong> tratamento se torna inviável <strong>de</strong>vido ao alto custo e baixa eficiência (Olson et al., 2002).<br />

Dado que o tratamento da linfa<strong>de</strong>nite caseosa é ineficaz e caro, a melhor estratégia para controle<br />

e prevenção da doença é a vacinação, como foi observado <strong>em</strong> países com alta prevalência <strong>de</strong> infecção<br />

(Paton et al., 2003). As vacinas disponíveis no mercado t<strong>em</strong> diferentes características que <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser<br />

consi<strong>de</strong>radas para seu uso, e a proteção conferida pela vacinação é apenas parcial (Williamson, 2001).<br />

Para que um programa <strong>de</strong> controle da linfa<strong>de</strong>nite caseosa seja eficaz ele <strong>de</strong>ve ter como base<br />

exames clínicos e sorológicos periódicos dos animais do rebanho, abate dos animais que apresent<strong>em</strong><br />

sinais clínicos e sorologicamente positivos, e educação sanitária dos proprietários <strong>de</strong> rebanho e do<br />

pessoal técnico. Uma vez infectado, um animal dificilmente elimina o C. pseudotuberculosis<br />

(Campbell et al., 1982).<br />

A principal fonte <strong>de</strong> infecção para o rebanho é a introdução <strong>de</strong> animais infectados ou com<br />

abscesso, o que resulta <strong>em</strong> uma alta frequência <strong>de</strong> abscessos após dois ou três anos. Isso enfatiza a<br />

importância <strong>de</strong> <strong>em</strong>pregar técnicas especiais <strong>de</strong> manejo, principalmente durante a introdução dos<br />

animais (Guimarães et al., 2011).<br />

Medidas <strong>de</strong>stinadas a reduzir o risco <strong>de</strong> lesões ambientais também <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser adotadas, como o<br />

uso <strong>de</strong> cercas <strong>de</strong> arame liso, cochos e instalações s<strong>em</strong> arestas cortantes, <strong>de</strong>sinfecção dos marcadores<br />

auriculares e instrumentos <strong>de</strong> corte, o uso sist<strong>em</strong>ático <strong>de</strong> agulhas <strong>de</strong>scartáveis individuais, controle<br />

efetivo <strong>de</strong> insetos, <strong>de</strong>sinfecção <strong>de</strong> umbigos <strong>de</strong> recém-nascidos e quaisquer outras feridas com iodo a<br />

10% (Williamson, 2001). Embora não seja recomendado para ser aplicado para os gânglios linfáticos<br />

afetados <strong>de</strong>vido à sua ação irritante e cáustica sobre os tecidos (pele, mucosas e pulmões), formal<strong>de</strong>ído<br />

a 10% po<strong>de</strong> ser usado para <strong>de</strong>sinfecção das instalações do rebanho (Brown & Olan<strong>de</strong>r, 1987; Baird &<br />

Fontaine, 2007).<br />

Medidas <strong>de</strong> controle variam <strong>de</strong> acordo com a prevalência da infecção; <strong>em</strong> países livres da<br />

doença só e permitida a importação a partir <strong>de</strong> locais certificados como livres <strong>de</strong> linfa<strong>de</strong>nite caseosa por<br />

três anos, e todos os animais <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser testados sorologicamente antes da importação (Collett et al.,<br />

1994). Em países com baixa prevalência da doença, os animais clinicamente afetados <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser<br />

11


separados e submetidos a testes <strong>de</strong> ELISA, filhotes <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser criados longe <strong>de</strong> suas mães e instalações<br />

e equipamentos <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser b<strong>em</strong> <strong>de</strong>sinfectados (Williamson, 2001). Em países com alta incidência,<br />

medidas sanitárias rigorosas <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser impl<strong>em</strong>entadas e associadas à vacinação (Brown & Olan<strong>de</strong>r,<br />

1987).<br />

2.2.6. Diagnóstico<br />

A fim <strong>de</strong> atingir um diagnóstico <strong>de</strong>finitivo da linfa<strong>de</strong>nite caseosa, o agente <strong>de</strong>ve ser isolado <strong>de</strong><br />

material purulento <strong>de</strong> abscessos <strong>de</strong> linfonodos <strong>em</strong> amostras <strong>de</strong> animais vivos. Além da punção<br />

aspiratória o material po<strong>de</strong> ser obtido por excisão após tricotomia e limpeza anti-séptica cuidadosa da<br />

pele (Collett et al., 1994; Smith & Sherman, 1994). A coleta também po<strong>de</strong> ser feita na necropsia ou<br />

durante o abate, quando abscessos internos que afetam fígado, pulmões, intestino, rins, linfonodos e<br />

outros tecidos internos tornam-se acessíveis (Riet-Correia et al., 2001).<br />

Técnicas moleculares como a Reação <strong>em</strong> Ca<strong>de</strong>ia da Polimerase (PCR), t<strong>em</strong> sido usadas para<br />

i<strong>de</strong>ntificar C. pseudotuberculosis, e são uma alternativa aos métodos convencionais <strong>de</strong> diagnóstico,<br />

coma vantag<strong>em</strong> <strong>de</strong> ser<strong>em</strong> mais rápidos e mais específicos (Çetinkaya et al., 2002). MultiplexPCR<br />

baseado na amplificação do16S rDNA genes, por Be pld, apresentou 94,6% <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong><br />

diagnóstica para os isolados bacterianos, b<strong>em</strong> como para material clínico, possibilitando a<br />

diferenciação <strong>de</strong> outros patógenos correlacionados, principalmente C. ulcerans (Pacheco et al., 2007).<br />

Atualmente o diagnóstico da LC <strong>em</strong> pequenos ruminantes se baseia <strong>em</strong> sintomas clínicos<br />

característicos e na i<strong>de</strong>ntificação microbiológica <strong>de</strong> C. pseudotuberculosis <strong>em</strong> material extraído <strong>de</strong><br />

abscessos (Williamson, 2001). No entanto o controle eficiente exige diagnóstico sorológico, uma vez<br />

que os animais infectados que não apresentam sintomas aparentes são uma fonte <strong>de</strong> infecção para os<br />

animais saudáveis (Kaba et al., 2001). Devido ao alto risco <strong>de</strong> transmissão durante a punção do<br />

abscesso para a retirada do material purulento para cultura, o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> testes<br />

imunodiagnósticos com base na <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> anticorpos específicos anti-C. pseudotuberculosis no soro<br />

<strong>de</strong> animais t<strong>em</strong> sido amplamente promovido <strong>em</strong> todo o mundo (Baird & Fonaine, 2007).<br />

Vários métodos <strong>de</strong> diagnósticos têm sido propostos para o diagnóstico da LC, incluindo<br />

h<strong>em</strong>aglutinação indireta (Shigidi, 1978), fixação do compl<strong>em</strong>ento (Shigidi, 1979), imunodifusão<br />

(Burrel, 1980), inibição da h<strong>em</strong>ólise sinérgica (Brown et al., 1986) e PCR (Pacheco et al., 2007).<br />

Atualmente o teste ELISA t<strong>em</strong> sido frequent<strong>em</strong>ente utilizado para controlar a LC <strong>em</strong> rebanhos <strong>em</strong> todo<br />

12


mundo, pois apresenta a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>tectar animais infectados subclinicamente além <strong>de</strong> apresentar<br />

altos níveis <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> e especificida<strong>de</strong> (Dercksen et al., 2000; Guimarães et al., 2009a).<br />

Em 2010 Seyffert et al. utilizaram um ELISA indireto para <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> imunoglobulinas<br />

específicas totais para antígenos secretados <strong>de</strong> C. pseudotuberculosis com algumas modificações e<br />

alcançaram 98,5% <strong>de</strong> especificida<strong>de</strong> e 93,5% <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong>.<br />

A maioria <strong>de</strong>stes ELISAs ainda não são comercialmente disponíveis e aqueles que estão<br />

disponíveis ainda apresentam um custo relativamente alto (Binns et al., 2007; Kaba et al., 2001;<br />

Dercksen et al., 2000). Nenhum teste foi consi<strong>de</strong>rado satisfatório quando aplicado isoladamente (Paton<br />

et al., 1995).<br />

Sensibilida<strong>de</strong> e especificida<strong>de</strong> são fatores importantes que <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser consi<strong>de</strong>rados ao selecionar<br />

um teste <strong>de</strong> diagnóstico para um programa <strong>de</strong> rastreio. A esta altura uma abordag<strong>em</strong> alternativa para o<br />

imunodiagnóstico da LC po<strong>de</strong> ser a avaliação combinada dos testes in vitro da resposta imune celular<br />

aos antígenos <strong>de</strong> C. pseudotuberculosis com testes <strong>de</strong> ELISA simultâneos, o que cobriria as<br />

características da resposta imunológica do animal (Bastos et al., 2011).<br />

Recent<strong>em</strong>ente os genomas <strong>de</strong> duas cepas <strong>de</strong> C. pseudotuberculosis foram sequenciados pela<br />

Re<strong>de</strong> Proteômica <strong>de</strong> Minas Gerais. Os dados do genoma vão ajudar a i<strong>de</strong>ntificar novos alvos<br />

específicos úteis no diagnóstico, b<strong>em</strong> como no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> medicamentos e vacinas e na<br />

compreensão dos mecanismos <strong>de</strong> patogenicida<strong>de</strong> C. pseudotuberculosis (Guimarães et al., 2011).<br />

2.3. Maedi-Visna<br />

2.3.1. Vírus <strong>de</strong> Maedi-Visna (VMV)<br />

Maedi e Visna são palavras <strong>de</strong> orig<strong>em</strong> islan<strong>de</strong>sas e significam, respectivamente, pneumonia<br />

intersticial progressiva crônica e leucoencefalite, que são os principais sinais clínicos que ocorr<strong>em</strong> nos<br />

ovinos acometidos por esse vírus (Pritchard & Mcconnell, 2007). As primeiras <strong>de</strong>scrições datam <strong>de</strong><br />

1915 na África do Sul (Mitchell, 1915) e posteriormente nos Estados Unidos (Marsh, 1923). Entre<br />

1933 e 1944, surgiu na Islândia uma doença <strong>de</strong> elevada transmissibilida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>nominada MAEDI,<br />

causando elevadas perdas econômicas e comprometendo o comércio <strong>de</strong> animais (Thormar, 1965b).<br />

As investigações <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong>stes episódios permitiram verificar que o agente etiológico<br />

apresentava proprieda<strong>de</strong>s parecidas com as do vírus da leucoencefalomielite não purulenta também<br />

conhecida como VISNA que acometia ovinos do mesmo país (Thormar, 1965a). Atualmente consi<strong>de</strong>ra-<br />

13


se que MAEDI e VISNA são causados pelo mesmo vírus diferenciando-se na manifestação clínica<br />

(Thormar & Hellgadottir, 1965). No Brasil, o 1º estudo sorológico <strong>de</strong> MV foi no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul <strong>em</strong><br />

1995, e primeiro isolamento viral realizado <strong>em</strong> 1997 (Ravazzolo et al., 1995).<br />

O VMV é um retrovírus <strong>de</strong> 60-100nm <strong>de</strong> diâmetro, com características s<strong>em</strong>elhantes ao<br />

Oncornavírus, pertencente à subfamília Lentivirinae (Thormar, 2005). É um vírus espécie-específico,<br />

com tropismo por células da linhag<strong>em</strong> monocítica-linfocitária, causando infecção persistente<br />

prolongada (Narayan et al., 1997). Estes vírus revelam prolongada persistência no interior dos<br />

monócitos e macrófagos, e um prolongado intervalo <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po entre o momento da infecção e o<br />

aparecimento <strong>de</strong> anticorpos <strong>em</strong> níveis <strong>de</strong>tectáveis por provas sorológicas (Ishizuka et al., 2004).<br />

2.3.2. Estrutura Viral<br />

Como os <strong>de</strong>mais lentivírus o VMV é uma partícula esférica, envelopada com aproximadamente<br />

100nm <strong>de</strong> diâmetro, com núcleo cônico e <strong>de</strong>nso no qual estão inseridas moléculas idênticas <strong>de</strong> RNA<br />

fita simples, uma molécula <strong>de</strong> transcriptase reversa <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Mg 2+ , e proteínas do nucleocapsí<strong>de</strong>o<br />

(Gonda et al., 1986). O envelope está associado covalent<strong>em</strong>ente com as glicoproteínas<br />

transm<strong>em</strong>branárias e <strong>de</strong> superfície. Outra estrutura presente na partícula viral é a matriz, que está<br />

situada entre o capsí<strong>de</strong>o e o envelope (Pepin et al., 1998).<br />

Os genomas dos lentivírus contém pequenas ORFs que codificam proteínas que regulam a<br />

expressão gênica (TAT e REV), faz<strong>em</strong> o controle da produção <strong>de</strong> partículas virais infecciosas (VIF e<br />

VPV) e estão envolvidos na manifestação da doença in vivo (VPR e NEF) (Harmache et al., 1998).<br />

O genoma das lentiviroses contém genes estruturais (gag e env) e genes enzimáticos (pol)<br />

típicos da família Retroviridae (Harmache et al., 1998). Entretanto, o genoma dos lentivírus codifica as<br />

proteínas que regulam a expressão viral (TAT e REV), assim como proteínas auxiliares que t<strong>em</strong><br />

funções não completamente elucidadas (VIF, VPR/ VPX, VPV e NEF) (Harmache et al., 1998).<br />

Os genes auxiliares não são rigorosamente requeridos para replicação viral <strong>em</strong> culturas<br />

celulares, e diferentes sublocações <strong>de</strong>stes genes são encontrados entre as lentiviroses; entretanto, eles<br />

estão atualmente sendo consi<strong>de</strong>rados como importantes no <strong>de</strong>senvolvimento in vivo da doença (Quérat<br />

et al., 1990). A proteína VIF está presente no vírus e facilita a infectivida<strong>de</strong> e diss<strong>em</strong>inação <strong>de</strong> vírus<br />

particularmente para linfócitos e macrófagos (Cl<strong>em</strong>ents & Zink, 1996).<br />

14


A proteína VIF (fator <strong>de</strong> infectivida<strong>de</strong> viral) está presente no vírus aparent<strong>em</strong>ente para facilitar<br />

a infectivida<strong>de</strong> e difusão do mesmo particularmente, <strong>em</strong> linfócitos primários e macrófagos (Cl<strong>em</strong>ents<br />

& Payne, 1994).<br />

2.3.3. Patogenia e imunologia<br />

Os lentivírus penetram no organismo dos animais susceptíveis geralmente por via oral ou<br />

respiratória, ca<strong>em</strong> na circulação sanguínea e infectam as células do sist<strong>em</strong>a monocíticofagocitário,<br />

aon<strong>de</strong> irão realizar uma infecção persistente do hospe<strong>de</strong>iro (Narayan et al., 1984).<br />

A persistência ocorre porque os monócitos contendo provírus integrado <strong>em</strong> seu genoma não são<br />

<strong>de</strong>tectados pelo sist<strong>em</strong>a imune, pois a expressão do gene viral só é ativada quando os monócitos<br />

maturam para macrófagos (Brodie et al., 1995); ocorre infecção persistente dos macrófagos, s<strong>em</strong> causar<br />

lise celular, po<strong>de</strong>ndo diss<strong>em</strong>inar o vírus no próprio hospe<strong>de</strong>iro s<strong>em</strong> a produção <strong>de</strong> partículas virais,<br />

através do contato com outras células (Chebloun et al., 1996); a replicação <strong>de</strong> variantes antigênicos<br />

mesmo na presença <strong>de</strong> anticorpos neutralizantes (Mcguire et al., 1988; Cheevers et al. 1991) e a<br />

produção insuficiente <strong>de</strong> anticorpos neutralizantes e <strong>de</strong> interferon favorece a persistência do agente no<br />

organismo do animal infectado (Klevjer-An<strong>de</strong>rson & Mcguire, 1982; Cheevers et al. 1993; Bertoni et<br />

al., 1994).<br />

Por outro lado, há presença <strong>de</strong> ácido siálico na superfície da partícula viral, o que dificulta a<br />

ação dos anticorpos neutralizantes, e a alta mutabilida<strong>de</strong> do agente po<strong>de</strong> resultar <strong>em</strong> variantes<br />

antigênicas, funcionando como mecanismos <strong>de</strong> escape da resposta celular e humoral (Knowles et al.,<br />

1990; Cheevers et al. 1993; Lichtensteiger et al., 1993).<br />

Anticorpos e citocinas surg<strong>em</strong> tão logo inicia a replicação e participam diretamente do<br />

<strong>de</strong>senvolvimento das alterações imunopatológicas observadas nos órgãos <strong>de</strong> eleição (DeMartini et al.,<br />

1993; Legastelois et al., 1996). A produção contínua <strong>de</strong> partículas virais e sua interação (na forma <strong>de</strong><br />

proteína livre ou expressa na célula) com os anticorpos formando imunocomplexos contribu<strong>em</strong> para a<br />

evolução da doença (Knowles et al., 1990; Mdurvwa et al., 1994; Brodie et al., 1995; Perry et al.,<br />

1995).<br />

A maioria das alterações patológicas são indiretamente mediadas pela resposta imune do<br />

hospe<strong>de</strong>iro, resultado da alteração da ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> citocinas (IL-1 e TNF) pelos monócitos (Werling et<br />

15


al., 1994). A frequência e a severida<strong>de</strong> das lesões parec<strong>em</strong> estar associadas a fatores do genoma do<br />

hospe<strong>de</strong>iro (Dolf & Ruff, 1994; Ruff & Lazary, 1988) e da amostra viral (Lairmore et al., 1988).<br />

O vírus penetra pela mucosa nasal ou oral <strong>em</strong> aerossóis e colostro/leite, diss<strong>em</strong>ina-se por<br />

diferentes órgãos além dos pulmões e cérebro, como evi<strong>de</strong>nciado pelas reações linfocitárias mais ou<br />

menos extensas (Bertoni et al., 1994). Em órgãos como os pulmões, as lesões são permanentes e<br />

difusas, com proliferação <strong>de</strong> células linforeticulares chegando a atingir os alvéolos pulmonares<br />

comprometendo as trocas gasosas, e po<strong>de</strong>ndo levar a óbito (Ishizuka et al., 2004).<br />

Lentivírus induz<strong>em</strong> tanto resposta humoral quanto celular <strong>de</strong> diferentes intensida<strong>de</strong>s, mas que<br />

não proteg<strong>em</strong> contra a infecção (Cheevers et al., 1993; Bertoni et al., 1994). A primeira resposta imune<br />

dirigida para a proteína do cápsi<strong>de</strong> (CA) é <strong>de</strong>tectada por volta da terceira s<strong>em</strong>ana após a infecção e por<br />

volta da quinta s<strong>em</strong>ana são produzidos anticorpos contra as <strong>de</strong>mais proteínas do nucleocápsi<strong>de</strong>o (NC),<br />

matriz (MA), glicoproteína transm<strong>em</strong>branária (TM) e glicoproteína <strong>de</strong> superfície (SU) (Concha-<br />

Bermejolli, 1997).<br />

Os anticorpos neutralizantes para SU são produzidos tardiamente, apresentam baixa afinida<strong>de</strong><br />

por seu antígeno homólogo e se faz<strong>em</strong> presentes <strong>em</strong> quantida<strong>de</strong> insuficiente, não interrompendo o ciclo<br />

<strong>de</strong> replicação viral (Kennedy-Stoskipf & Narayan, 1986; Cheevers et al., 1993).<br />

2.3.4. Epi<strong>de</strong>miologia e Transmissão<br />

A doença inicialmente <strong>de</strong>scrita na Islândia foi posteriormente relatada na França, África do Sul,<br />

Índia, Estados Unidos, Chile, Holanda, Al<strong>em</strong>anha. No Brasil casos foram relatados no Rio Gran<strong>de</strong> do<br />

Sul, Bahia, Ceará , Pernambuco, São Paulo, Minas Gerais (Castro et al., 1999b), Rio <strong>de</strong> Janeiro (Cunha<br />

& Nascimento, 1995), Maranhão, Pará, Piauí, Paraná, e na Paraíba (Assis & Gouveia, 1994; Sotomaior<br />

& Milczewski, 1997).<br />

A transmissão dos LVPR ocorre principalmente pela ingestão <strong>de</strong> colostro e leite <strong>de</strong> fêmeas<br />

infectadas e por via respiratória, e é mais frequente <strong>em</strong> períodos <strong>de</strong> confinamento (Zanoni et al., 1998).<br />

Estudos suger<strong>em</strong> que a transmissão vertical <strong>de</strong>ste vírus po<strong>de</strong> ocorrer <strong>em</strong> condições naturais, entretanto<br />

o mecanismo e a frequência, não são conhecidos (Castro et al., 1999a).<br />

O sêmen para ins<strong>em</strong>inação artificial e a transferência <strong>de</strong> <strong>em</strong>brião não são consi<strong>de</strong>rados fatores<br />

<strong>de</strong> risco importantes para transmissão dos LVPR (Blacklaws et al., 2004). Através <strong>de</strong> estudos<br />

filogenéticos recentes, t<strong>em</strong> sido <strong>de</strong>monstrada a transmissão dos LVPR <strong>de</strong> ovinos para caprinos e vice<br />

16


versa (Leroux et al., 1997; Shah et al., 2004). Como são vírus espécie-específicos, não ocorre doença<br />

causada por esse vírus <strong>em</strong> humanos (Thormar, 2005).<br />

2.3.5. Controle<br />

Atualmente programas <strong>de</strong> controle ou <strong>de</strong> erradicação da infecção por LVPR têm sido adotados<br />

<strong>em</strong> vários países, geralmente <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são voluntária, baseados <strong>em</strong> testes periódicos dos animais, com<br />

separação e/ou eliminação dos positivos (<strong>em</strong> teste <strong>de</strong> Imunodifusão <strong>em</strong> Gel <strong>de</strong> Agarose), e uso <strong>de</strong><br />

certas práticas <strong>de</strong> manejo para a prevenção da diss<strong>em</strong>inação do agente (OIE/FAO, 1996).<br />

Recomenda-se, portanto, a separação das crias imediatamente após o nascimento; evitar o<br />

contato com secreções e isolá-las dos adultos; administrar colostro ou leite termicamente tratados ou<br />

alimentar as crias com substitutos do leite; adotar a linha <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nha; controlar a monta com<br />

reprodutores positivos e usar material estéril (EMBRAPA, 1996; Gouveia et al., 1996; Concha-<br />

Bermejillo, 1997; Rowe & East, 1997).<br />

2.3.6. Diagnóstico<br />

O isolamento e i<strong>de</strong>ntificação VMV não são realizados na rotina <strong>de</strong> diagnóstico <strong>de</strong>ssa doença<br />

(Houvers & Shaake, 1987). Em face da natureza <strong>de</strong> infecção persistente, o estabelecimento da<br />

condição <strong>de</strong> soro-reagente é suficiente para a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> portadores. Ressalte-se que, sendo a<br />

infecção causada por um Lentivírus, a soroconversão é tardia e muitos animais po<strong>de</strong>rão ser falso<br />

negativos (Ishizuka et al., 2004).<br />

A sorologia para <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> anticorpos é um valioso instrumento <strong>de</strong> diagnóstico <strong>de</strong> portadores<br />

por se tratar <strong>de</strong> infecções causadas por lentivírus (Dawson et al., 1982). Os procedimentos mais usados<br />

são os <strong>de</strong> Imunodifusão <strong>em</strong> Gel <strong>de</strong> Agar (IDGA) (Simard & Briscoe, 1990) e ELISA (enzyme-linked<br />

immunosorbent assay) (Houwers et al., 1982; Zanoni et al., 1994).<br />

A IDGA é específica, reprodutível e prática, mas exige experiência para realizar a leitura. O<br />

ELISA é econômico e a sensibilida<strong>de</strong> e especificida<strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m da qualida<strong>de</strong> do antígeno utilizado,<br />

sendo que o mesmo possui maior sensibilida<strong>de</strong> que a IDGA (Rimstad et al., 1994). No caso do MV, a<br />

produção <strong>de</strong> antígeno a<strong>de</strong>quado t<strong>em</strong> limitado seu uso na rotina <strong>de</strong> diagnóstico, mas estão surgindo<br />

métodos <strong>de</strong> ELISA modificados, como aquele que <strong>em</strong>prega antígeno recombinante (Power et al.,<br />

1995); métodos <strong>de</strong> ELISA sanduíche e anticorpos monoclonais t<strong>em</strong> se mostrado promissores para<br />

17


aplicação <strong>em</strong> larga escala. Mesmo assim, a IDGA permanece sendo a prova mais frequent<strong>em</strong>ente<br />

<strong>em</strong>pregada (Houwers & Shaake, 1987).<br />

Exist<strong>em</strong> dois antígenos virais <strong>de</strong> MV <strong>de</strong> importância <strong>em</strong> sorologia, sendo um <strong>de</strong>les uma<br />

glicoproteína <strong>de</strong> envelope viral (gp135), e outro uma nucleoproteína (p28). É importante citar que a<br />

sensibilida<strong>de</strong> do teste <strong>de</strong> IDGA para <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> anticorpos anti-VMV <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do antígeno <strong>em</strong>pregado<br />

(Knowles et al., 1994), assim como ensaios utilizando o antígeno <strong>de</strong> gp135 apresentam sensibilida<strong>de</strong><br />

substancialmente superior aos que <strong>em</strong>pregam p28 (Adams & Gorham, 1986).<br />

2.4. Língua Azul<br />

2.4.1. Vírus da Língua Azul (VLA)<br />

A Língua Azul (LA) é uma doença infecciosa, não contagiosa, <strong>de</strong> ruminantes, causada por um<br />

vírus (VLA), transmitido por insetos do gênero Culicoi<strong>de</strong>s, que foi isolado pela primeira vez <strong>em</strong> 1952<br />

na América do Norte (McKercher et al., 1953). Já foram i<strong>de</strong>ntificadas várias subespécies, tais como as<br />

subespécies 2, 10, 11, 13, e 17 (Gibbs et al., 1983), a subespécie 11, no Canadá (Clavijo et al., 2000).<br />

Em 1986, na região do Caribe e América Central, foram i<strong>de</strong>ntificadas as subespécies 1, 2, 3, 4, 6, 8, 12,<br />

14 e 17 (Clavijo et al., 2002). No Brasil, potenciais vetores têm sido encontrados <strong>em</strong> algumas regiões, e<br />

já foram registradas várias espécies <strong>de</strong> Culicoi<strong>de</strong>s <strong>em</strong> todas as regiões geográficas(Lager, 2004).<br />

2.4.2. Estrutura Viral<br />

O vírus da Língua Azul pertence ao gênero Orbivírus da família Reoviridae, apresenta 24<br />

subespécies (Mertens et al., 2004; Fauquet et al., 2005). O genoma do VLA é formado por <strong>de</strong>z<br />

segmentos <strong>de</strong> RNA <strong>de</strong> fita dupla, que codificam sete proteínas estruturais (VP1 a VP7) e quatro não<br />

estruturais (NS1 a NS3/3A), organizadas <strong>em</strong> três camadas, sendo a externa constituída pelas proteínas<br />

VP2 e VP5 (Gibbs et al., 1983).<br />

A variabilida<strong>de</strong> genética e a interação das proteínas VP2 e VP5 são responsáveis pela<br />

diversida<strong>de</strong> antigênica e a <strong>de</strong>terminação das subespécies do VLA (DeMaula et al., 2000). Por outro<br />

lado, a variabilida<strong>de</strong> da VP7 do gênero Orbivírus <strong>de</strong>termina a formação <strong>de</strong> 14 grupos, sendo o vírus da<br />

Doença H<strong>em</strong>orrágica Epizoótica (VEHD) e o vírus da Peste Equina Africana (VEHS), juntamente com<br />

o VLA, os mais importantes (Michelsen, 2006; Balasuriya et al., 2008).<br />

18


Estudos filogenéticos recentes, baseados nas sequências do gene S10, que codifica a proteína<br />

NS3 do VLA, <strong>de</strong> 137 amostras originárias da África, Américas, Ásia, Austrália e Mediterrâneo,<br />

mostrou pequena variação, não permitindo agrupamentos <strong>de</strong> acordo com o genótipo ou distribuição<br />

geográfica (Fauquet et al., 2005). Os resultados <strong>de</strong>stes estudos indicam, também, que o gene NS3 não<br />

evoluiu por um processo <strong>de</strong> seleção positiva imposto por algum fator, como vetor, nos diferentes<br />

ecossist<strong>em</strong>as estudados (Balasuriya et al., 2008).<br />

Este vírus é bastante resistente, po<strong>de</strong>ndo ser isolado <strong>de</strong> diversos materiais biológicos dissecados<br />

ou <strong>em</strong> putrefação (Michelsen, 2006); é relativamente resistente ao hidróxido <strong>de</strong> sódio, carbonato <strong>de</strong><br />

sódio, álcool etílico, éter e clorofórmio; é inativado a 50ºC por 3 horas e a 60ºC por 15 minutos; é<br />

sensível ao pH menor que 6 e maior que 8; e é inativado na presença <strong>de</strong> <strong>de</strong>sinfetantes <strong>de</strong> compostos<br />

fenólicos e iodóforos (Ob<strong>de</strong>yn, 1987; OIE, 2008).<br />

2.4.3. Patogenia e Imunologia<br />

A instalação cutânea do vírus pela picada do vetor infectado é seguida pela replicação local e<br />

diss<strong>em</strong>inação para os tecidos linfáticos regionais, on<strong>de</strong> acontece mais um ciclo <strong>de</strong> replicação (Fauquet<br />

et al., 2005). O vírus diss<strong>em</strong>ina-se para vários tecidos e replica-se principalmente nos fagócitos<br />

mononucleares e células endoteliais.<br />

A replicação continua <strong>em</strong> sítios <strong>de</strong> maior afinida<strong>de</strong>, como endotélio e células periendoteliais,<br />

capilares, arteríolas e vênulas (Elbers et al., 2008). Isso leva à dilatação vascular, necrose, hiperplasia e<br />

hipertrofia das células endoteliais, resultando <strong>em</strong> trombose, infarto e hipóxia. Essas alterações<br />

endoteliais têm como consequências h<strong>em</strong>orragia, e<strong>de</strong>ma e infarto. Outro sítios <strong>de</strong> afinida<strong>de</strong> do VLA e a<br />

musculatura estriada, causando fraqueza generalizada (Ob<strong>de</strong>yn, 1987).<br />

O ácido nucléico do VLA po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>tectado no sangue dos ovinos infectados por PCR durante<br />

meses, mesmo que não seja possível fazer o isolamento viral. Isto significa que, apesar da presença do<br />

ácido nucléico no sangue dos animais, eles não são infectantes para o vetor n<strong>em</strong> para outros ruminantes<br />

(Maclachlan, 2004). A gravida<strong>de</strong> dos sinais clínicos da LA varia <strong>de</strong> acordo com a espécie infectada.<br />

Nos ovinos os sinais clínicos <strong>de</strong>senvolve-se com maior intensida<strong>de</strong>, com perda da condição corporal e<br />

mortalida<strong>de</strong>, que varia <strong>de</strong> 2 a 30%, mas po<strong>de</strong>ndo chegar, <strong>em</strong> casos extr<strong>em</strong>os, a até 70% e 90%<br />

(Ob<strong>de</strong>yn, 1984; OIE, 2008).<br />

19


Nos ovinos, os sinais clínicos variam <strong>de</strong> brandos a severos, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da raça, do subespécie<br />

do VLA envolvido e da prevalência da infecção na população. Em áreas endêmicas geralmente não são<br />

observados casos clínicos (Ob<strong>de</strong>yn, 1984). Quando estes sinais se manifestam, frequent<strong>em</strong>ente<br />

observa-se febre alta, dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> respiração, salivação, <strong>de</strong>scarga nasal, e<strong>de</strong>ma dos lábios, face,<br />

língua e espaço intermandibular, congestão e erosão da mucosa bucal, congestão nasal e da banda<br />

coronária dos cascos. Em casos graves po<strong>de</strong> ocorrer cianose lingual, além <strong>de</strong> <strong>de</strong>generação muscular,<br />

com perda da condição corporal e morte (Erasmus, 1975; Elbers et al., 2008).<br />

Não é possível prever as consequências da infecção pelo VLA <strong>em</strong> uma população <strong>de</strong><br />

ruminantes, visto que ela varia <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo fort<strong>em</strong>ente da amostra viral, espécie, raça, fatores<br />

ambientais e imunida<strong>de</strong> dos animais (Walton, 2004).<br />

Nas áreas altamente endêmicas, há alta prevalência <strong>de</strong> animais soropositivos e <strong>de</strong> vetores<br />

infectados, com intensa circulação viral (Ravishankar et al., 2005). Os animais se tornam<br />

progressivamente susceptíveis, mas geralmente não <strong>de</strong>senvolv<strong>em</strong> a doença, ao contrário <strong>de</strong> animais<br />

importados <strong>de</strong> áreas livres que são expostos s<strong>em</strong> prévia imunida<strong>de</strong> (Ob<strong>de</strong>yn, 1984). Em áreas<br />

epidêmicas, há baixa prevalência <strong>de</strong> animais soropositivos, pois a circulação viral está condicionada a<br />

certos períodos do ano, quando há ativida<strong>de</strong> dos Culicoi<strong>de</strong>s, não sendo observados surtos <strong>de</strong><br />

intensida<strong>de</strong> variada (Walton, 2004).<br />

O primeiro registro oficial da doença <strong>em</strong> nosso país ocorreu <strong>em</strong> 1978 quando o Brasil reportou-<br />

se oficialmente ao Office Internacional <strong>de</strong>s Epizooties (OIE), relatando evidências sorológicas da<br />

ocorrência da doença (OIE, 2008). Este relato também foi representativo da primeira evidência do VLA<br />

na América do Sul (Lager et al., 2004). A partir daí os vários levantamentos sorológicos realizados <strong>em</strong><br />

diversas regiões do país <strong>de</strong>monstraram que o VLA esta se difundindo silenciosamente pelo Brasil, visto<br />

que os relatos <strong>de</strong> casos clínicos são escassos (Castro et al., 1992; Lage, 1996; Melo et al., 2000;<br />

Laen<strong>de</strong>r, 2002; Costa et al., 2006).<br />

2.4.4. Epi<strong>de</strong>miologia<br />

A LA t<strong>em</strong> ampla distribuição, envolvendo África, Ásia, Austrália, Europa, Américas (OIE,<br />

2008), com prevalências variadas, sendo a influência das condições ambientais para o vetor e a<br />

interação entre vírus, vetor e hospe<strong>de</strong>iro gran<strong>de</strong>s influenciadores da distribuição geográfica do VLA<br />

(Melo et al., 2000). Este vírus era consi<strong>de</strong>rado restrito a áreas <strong>de</strong> latitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aproximadamente 40ºN e<br />

20


35ºS, on<strong>de</strong> há maior ativida<strong>de</strong> do vetor, porém as mudanças climáticas têm afetado sua distribuição<br />

geográfica, cuja ocorrência <strong>de</strong>slocou-se do Mediterrâneo para países que não tinham relatos anteriores<br />

(Alves et al., 2007).<br />

Em 1999 a LA foi relatada na Grécia e Bulgária, e <strong>em</strong> 2000 a subespécie 9 se propagou para<br />

Albânia, Bósnia-Hezergovínia, Croácia, Kosovo, República da Macedônia, República Sérvia e<br />

Montenegro. Em 2002 <strong>em</strong>ergiu na França (subespécie 2), Itália (subespécies 2, 4, 9 e 16) e Espanha<br />

(subespécies 2, 4) e <strong>em</strong> Portugal (subespécie 4). Des<strong>de</strong> 2006 a subespécie 8 t<strong>em</strong> se propagado por toda<br />

Europa, atingindo a Áustria, Bélgica, República Tcheca, Dinamarca, França, Al<strong>em</strong>anha, Grécia,<br />

Hungria, Itália, Lux<strong>em</strong>burgo, Holanda, Portugal, Espanha, Suécia, Suíça, Grã-Bretanha e Bulgária<br />

(OIE, 2009).<br />

Estudos que <strong>de</strong>terminam a subespécie do VLA circulante são mais restritas <strong>de</strong>vido a<br />

complexida<strong>de</strong> das técnicas necessárias para tipificação do vírus (Mota, 2009). Em 1980, bovinos<br />

exportados do Brasil para os Estados Unidos <strong>de</strong>senvolveram anticorpos contra o VLA durante o<br />

período <strong>de</strong> quarentena, e <strong>em</strong> um dos animais a subespécie 4 foi isolada (Groocock & Campbell, 1982).<br />

Em 1990 anticorpos contra as subespécies 4, 6, 14, 17 e 19 foram <strong>de</strong>tectados <strong>em</strong> soros <strong>de</strong> ruminantes<br />

brasileiros (Cunha, 1990). Em 2001, foi confirmado um foco <strong>de</strong> LA no estado do Paraná envolvendo<br />

caprinos, ovinos e bovinos, do qual foi isolada a subespécie 12 (Clavijo et al., 2002).<br />

2.4.5. Transmissão<br />

O vírus da Língua Azul é classicamente transmitido por “mosquitos” que pertenc<strong>em</strong> à Or<strong>de</strong>m<br />

Díptera, família Ceratopogonidae, e estão entre os menores insetos h<strong>em</strong>atófagos, medindo <strong>de</strong> um a três<br />

milímetros, e seu ciclo <strong>de</strong> vida é composto <strong>de</strong> ovos, quatro estágios larvais, pupa e adulto (Wirth &<br />

Hubert, 1989). As fases imaturas requer<strong>em</strong> certo nível <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>, sendo encontradas <strong>em</strong> diversos<br />

ambientes, como lagos, riachos, pântanos, praias, troncos <strong>de</strong> árvores, áreas <strong>de</strong> irrigação, esterco, frutas<br />

<strong>em</strong> putrefação e outros vegetais (Blaton & Wirth, 1979). O ciclo se completa <strong>de</strong> uma até várias<br />

s<strong>em</strong>anas, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo das condições ambientais. Geralmente os Culicoi<strong>de</strong>s viv<strong>em</strong> por 10 a 20 dias, mas<br />

po<strong>de</strong>m viver até 90 dias (Mellor et al., 2000).<br />

São encontradas mais <strong>de</strong> 1.400 espécies <strong>de</strong> Culicoi<strong>de</strong>s <strong>em</strong> regiões tropicais e t<strong>em</strong>peradas <strong>de</strong><br />

praticamente todo o mundo, com exceção das regiões polares, Nova Zelândia, Patagônia e Ilhas do<br />

Havaí (Tabachnick, 2004). Quase a totalida<strong>de</strong> (96%) das espécies <strong>de</strong> Culicoi<strong>de</strong>s é h<strong>em</strong>atófaga<br />

21


obrigatória, e a maioria t<strong>em</strong> maior ativida<strong>de</strong> durante o crepúsculo, possivelmente para se prevenir do<br />

ressecamento consequente à exposição às t<strong>em</strong>peraturas mais elevadas durante o dia (Dijkstra et al.,<br />

2008).<br />

Quando o culicói<strong>de</strong>s se alimenta <strong>de</strong> sangue <strong>em</strong> animais virêmicos, contrai a infecção e após a<br />

incubação <strong>de</strong> aproximadamente 10 dias, passa a transmitir o VLA aos ruminantes, permanecendo com<br />

capacida<strong>de</strong> infectante por toda vida (Wellby et al., 1996).<br />

Os Culicoi<strong>de</strong>s apresentam um divertículo que serve para alojar os líquidos ingeridos, como<br />

açúcares, água e néctar (Wirth & Hubert, 1989).Quando a fêmea ingere sangue, um esfíncter se contrai<br />

levando-o para a porção posterior do divertículo. Neste local, as partículas virais do sangue<br />

contaminado se ligam às células do intestino e se replicam (Dijkstra et al., 2008). Em seguida, as novas<br />

partículas virais são liberadas, ating<strong>em</strong> a circulação e infectam órgãos secundários como as glândulas<br />

salivares. A replicação nessas glândulas é seguida pela liberação do vírus nos ductos salivares, on<strong>de</strong> se<br />

acumulam e são transmitidos a próxima alimentação. Não há evidências <strong>de</strong> transmissão transovariana<br />

(Mellor et al., 2000).<br />

Fatores ambientais afetam a capacida<strong>de</strong> vetorial, a dinâmica populacional e a interação dos<br />

culicói<strong>de</strong>s com os vertebrados (Wellby et al., 1996). T<strong>em</strong>peraturas elevadas encurtam as fases <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento dos Culicoi<strong>de</strong>s, aumentam as taxas <strong>de</strong> infecção e <strong>de</strong> virogênese, e tornam<br />

competentes ou intensificam a competência <strong>de</strong> certas espécies, por estimular<strong>em</strong> um fenômeno<br />

conhecido como “leaky gut” (“escape intestinal”) (Mullens et al., 2004).<br />

Mellor et al. (2000), afirma que a sazonalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma espécie <strong>de</strong> Culicoi<strong>de</strong>s parece variar <strong>de</strong><br />

lugar para lugar. Estudos da dinâmica populacional <strong>de</strong> Culicoi<strong>de</strong>s imicola apresentam duas situações<br />

quanto ao principal fator <strong>de</strong>terminante da sazonalida<strong>de</strong>: a t<strong>em</strong>peratura –<strong>em</strong> áreas on<strong>de</strong> os invernos são<br />

frios, a população ten<strong>de</strong> a <strong>de</strong>saparecer ou ser muito reduzida nos meses <strong>de</strong> inverno; na primavera a<br />

população cresce e atinge o pico <strong>de</strong> abundância no verão; precipitação pluviométrica – nas áreas<br />

tropicais, a população é reduzida durante o período mais seco e se <strong>de</strong>senvolve com o aumento da<br />

umida<strong>de</strong> resultante das chuvas (Dijkstra et al., 2008).<br />

Não se sabe com precisão a distribuição <strong>de</strong> todas as espécies competentes para transmissão do<br />

VLA. Os principais vetores Culicoi<strong>de</strong>s <strong>em</strong> seus respectivos continentes são: C. sonorensis na América<br />

do Norte; C. insignis na América do Sul e Central; C. imicola e C. bolitinos na África; C. wadai e C.<br />

22


evitarsis na Austrália; C. fulvus e C. schultzei na Ásia; C. chiopterus e C. <strong>de</strong>wulfi, na Europa<br />

(Tabachnick, 2004; Dijkstra et al., 2008).<br />

2.4.6. Controle<br />

Países que apresentam algumas subespécies <strong>em</strong> seu território, e alguns países livres, impõ<strong>em</strong><br />

restrições à importação <strong>de</strong> animais vivos ou sêmen <strong>de</strong> países endêmicos (Ishizuka, 2004). Quarentena,<br />

com monitoramento sorológico e PCR, <strong>de</strong>ve ser conduzida para minimizar o risco <strong>de</strong> diss<strong>em</strong>inação do<br />

VLA pelo movimento <strong>de</strong> animais entre países (Panagiotatos, 2004).<br />

Em áreas afetadas o controle se baseia na prevenção da transmissão e na i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> focos.<br />

Os rebanhos <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser isolados, e os animais mortos e cr<strong>em</strong>ados <strong>em</strong> caso <strong>de</strong> surtos (Michelsen, 2006).<br />

Animais doentes, áreas atingidas e seus arredores <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser pulverizados com inseticida. Pesquisas <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> novos casos clínicos <strong>em</strong> rebanhos próximos <strong>de</strong> áreas afetadas <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser feitas,<br />

<strong>de</strong>terminando a circulação do vírus através da soroconversão e a presença e distribuição dos vetores<br />

(Hammami, 2004).<br />

Outra medida é o monitoramento <strong>de</strong> animais <strong>em</strong> rebanhos sentinelas, para avaliar a circulação<br />

viral, <strong>em</strong> conexão com o monitoramento da localização, distribuição e prevalência do vetor <strong>em</strong> áreas<br />

endêmicas. As medidas <strong>de</strong> controle inclu<strong>em</strong>: i<strong>de</strong>ntificação, monitoramento e rastreamento <strong>de</strong> animais<br />

susceptíveis e potencialmente infectados; quarentena e/ou restrição <strong>de</strong> movimento <strong>de</strong> animais durante o<br />

período <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> dos insetos; i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> zonas específicas; vacinação; e adoção <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong><br />

controle <strong>de</strong> insetos (OIE, 2008; Savini et al., 2008).<br />

Na prática, é impossível eliminar o vetor <strong>de</strong> uma região, mas é possível manter os animais <strong>em</strong><br />

local fechado durante o pico <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> do inseto (crepúsculo) para evitar a infecção <strong>de</strong> animais e a<br />

propagação do VLA. (Mota, 2009). Com a mesma finalida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>v<strong>em</strong>-se colocar os animais próximos a<br />

áreas alagadas somente nos períodos mais quentes do dia, quando os Culicoi<strong>de</strong>s têm ativida<strong>de</strong> mínima.<br />

Adicionalmente, a eliminação <strong>de</strong> locais propícios aos criatórios do vetor po<strong>de</strong> ser usada como forma<br />

auxiliar <strong>de</strong> controle (Ob<strong>de</strong>yn, 1987; Michelsen, 2006).<br />

A vacinação é usada como a mais prática medida para minimizar as perdas relacionadas com a<br />

LA e potencialmente interromper o ciclo <strong>de</strong> transmissão do vírus dos animais infectados para o vetor<br />

(Ob<strong>de</strong>yn, 1987). As vacinas contra LA po<strong>de</strong>m ser usadas para diferentes fins e estratégias, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo<br />

da situação epi<strong>de</strong>miológica da área afetada e da estratégia <strong>de</strong>sejada (Mota, 2009). Os principais<br />

23


objetivos do uso <strong>de</strong> vacinas são: prevenir a doença clínica; limitar a expansão regional da infecção<br />

através da redução da diss<strong>em</strong>inação do vírus; auxiliar na erradicação <strong>em</strong> uma região ou país pela<br />

redução da circulação viral; permitir o movimento seguro <strong>de</strong> animais susceptíveis entre zonas afetadas<br />

e livres (OIE, 2008; Savini et al., 2008).<br />

Têm sido utilizadas <strong>em</strong> larga escala <strong>em</strong> alguns países as vacinas com vírus vivos modificados e<br />

vacinas inativadas, <strong>de</strong>senvolvidas recent<strong>em</strong>ente, e <strong>em</strong>pregadas com sucesso após surtos do VLA na<br />

Europa. As vacinas inativadas são inócuas e eficazes, porém apresentam como <strong>de</strong>svantagens o alto<br />

custo <strong>de</strong> produção, pois requer<strong>em</strong> gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> antígenos e necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reforços, já que<br />

geralmente induz<strong>em</strong> a uma imunida<strong>de</strong> relativamente transitória (Mota, 2009).<br />

As vacinas com vírus atenuados são mais baratas e têm se mostrado protetoras após uma única<br />

inoculação, mostrando-se eficientes na prevenção <strong>de</strong> casos clínicos <strong>de</strong> LA, porém apresentam<br />

inconvenientes quando sub-atenuadas, levando a consequências adversas na produção leiteira,<br />

abortamento/mortalida<strong>de</strong> <strong>em</strong>brionária e teratogênese, além do risco <strong>de</strong> diss<strong>em</strong>inação do vírus através<br />

<strong>de</strong> vetores com eventual reversão da virulência e/ou recombinação com amostras selvagens (OIE, 2008;<br />

Savini et al., 2008).<br />

2.4.7. Diagnóstico<br />

Em ovinos, o diagnóstico diferencial clínico inclui febre aftosa, varíola, ectima contagioso,<br />

febre catarral maligna, <strong>de</strong>rmatite pustular contagiosa, podridão dos cascos e actinobacilose (Ob<strong>de</strong>yn,<br />

1984; Michelsen, 2006). Devido à extr<strong>em</strong>a s<strong>em</strong>elhança do quadro clínico e epi<strong>de</strong>miológico da LA com<br />

outras doenças, se faz necessário o diagnóstico laboratorial (Panagiotatos, 2004).<br />

O diagnóstico direto baseia-se no isolamento do vírus por inoculação <strong>em</strong> ovos <strong>de</strong> galinha<br />

<strong>em</strong>brionados, <strong>em</strong> cultivo celular ou <strong>em</strong> ovinos susceptíveis. A i<strong>de</strong>ntificação viral po<strong>de</strong> ser feita por<br />

imunofluorescência, ELISA e Western-Blot, porém a i<strong>de</strong>ntificação das subespécies só po<strong>de</strong> ser feita<br />

por vírus-neutralização e RT-PCR, que t<strong>em</strong> a vantag<strong>em</strong> <strong>de</strong> ser rápida e fornecer informações sobre o<br />

grupo e o tipo viral (Fauquet et al., 2005).<br />

Os testes sorológicos tradicionalmente utilizados são a Imunodifusão <strong>em</strong> gel <strong>de</strong> ágar (IDGA) e<br />

ELISA indireto, que não distingu<strong>em</strong> anticorpos produzidos contra o VLA e o VEHD (Mota, 2009).<br />

Recent<strong>em</strong>ente foi <strong>de</strong>senvolvido um ELISA competitivo, que usa anticorpos monoclonais, sendo<br />

altamente específico para <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> anticorpos contra o VLA (OIE, 2008).<br />

24


3. ARTIGO CIENTÍFICO 1<br />

Soroepi<strong>de</strong>miologia da infecção por Corynebacterium pseudotuberculosis <strong>em</strong> ovinos <strong>de</strong> raça<br />

<strong>de</strong>finida do Estado da Bahia e correlações com aspectos zootécnicos<br />

Seroepi<strong>de</strong>miology of Corynebacterium pseudotuberculosis infection in sheep with <strong>de</strong>fined breed from<br />

Bahia State and correlations with zootechnical aspects<br />

LOUREIRO 1 , Dan; BASTOS 1 , Bruno Lopes; MAIA 2 , Antônio L<strong>em</strong>os; GUEDES 1 , Maria Tereza;<br />

GUIMARÃES 3 , Alessandro <strong>de</strong> Sá; SENA 1 , Ludmilla; RAYNAL 1 , José Ta<strong>de</strong>u; GOUVEIA 4 , Aurora<br />

Maria Guimarães; MEYER, Roberto; PORTELA 1 , Ricardo Wagner<br />

1 Laboratório <strong>de</strong> Imunologia e Biologia Molecular do Instituto <strong>de</strong> <strong>Ciência</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da Bahia, Av.<br />

Reitor Miguel Calmon s/n, Vale do Canela, Salvador, Bahia, Brasil, 40110-100<br />

2 Agência <strong>de</strong> Defesa Agropecuária da Bahia – ADAB, Av. Adh<strong>em</strong>ar <strong>de</strong> Barros 967, Ondina, Salvador, Bahia, Brasil, 40170-<br />

100<br />

3 EMBRAPA Gado <strong>de</strong> Leite, Rua Eugênio do Nascimento, 610, Juiz <strong>de</strong> Fora, MG, 36038-330, Brasil.<br />

4 Departamento <strong>de</strong> Medicina Veterinária Preventiva, Escola <strong>de</strong> Veterinária da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Minas Gerais, Av.<br />

Antonio Carlos 6627, Pampulha, Belo Horizonte, MG, 30123-970<br />

RESUMO<br />

A Linfa<strong>de</strong>nite Caseosa é uma doença infecto-contagiosa que acomete caprinos e ovinos, tendo<br />

como agente etiológico a bactéria Corynebacterium pseudotuberculosis. É uma doença distribuída<br />

mundialmente, e causa significativos prejuízos econômicos na ovinocultura mundial. O objetivo <strong>de</strong>sta<br />

pesquisa foi avaliar a soroepi<strong>de</strong>miologia <strong>em</strong> ovinos <strong>de</strong> raça <strong>de</strong>finida do estado da Bahia quanto à<br />

presença <strong>de</strong> anticorpos específicos para C. pseudotuberculosis, e correlacionar a infecção pela bactéria<br />

com técnicas <strong>de</strong> manejo <strong>em</strong>pregadas pelos produtores. Para o diagnóstico sorológico, foi utilizada a<br />

técnica <strong>de</strong> ELISA <strong>em</strong> 690 amostras <strong>de</strong> soro provindas <strong>de</strong> ovinos <strong>de</strong> raça <strong>de</strong>finida do estado da Bahia,<br />

com alto valor genético e comercial, para <strong>de</strong>tecção do status <strong>de</strong> infectivida<strong>de</strong> por C.<br />

pseudotuberculosis. Logo após a colheita um questionário foi aplicado a cada criador com o intuito <strong>de</strong><br />

obter dados sobre o sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> criação para posteriores correlações com a sorologia. Os resultados<br />

mostraram uma prevalência real <strong>de</strong> 22,1% <strong>de</strong> animais soropositivos para anticorpos anti-C.<br />

pseudotuberculosis. Certas práticas <strong>de</strong> manejo apresentaram correlação significativa com a sorologia,<br />

influenciando <strong>de</strong>cisivamente na infectivida<strong>de</strong> pela bactéria. Conclui-se que diversos procedimentos <strong>de</strong><br />

25


manejo po<strong>de</strong>m ser <strong>em</strong>pregados com o intuito <strong>de</strong> diminuir a intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infecção por C.<br />

pseudotuberculosis <strong>em</strong> um rebanho ovino.<br />

Palavras-chave: Corynebacterium pseudotuberculosis, Linfa<strong>de</strong>nite Caseosa, Bahia, ovinos.<br />

SUMMARY<br />

Caseous lympha<strong>de</strong>nitis is an infectious disease that affects sheep and goats, having as etiologic<br />

agent the Corynebacterium pseudotuberculosis bacteria. It’s a worldwi<strong>de</strong> distributed disease and cause<br />

significant economic losses in the sheep industry around the world. This research objective was to<br />

evaluate the seroepi<strong>de</strong>miology of specific antibodies to C. pseudotuberculosis in <strong>de</strong>fined breed sheep<br />

from Bahia State, Brazil, and the possible correlation of the infection by the bacteria and breeding<br />

procedures conducted by farmers. For serological diagnosis, it was used ELISA technique in 690 serum<br />

samples from sheep with <strong>de</strong>fined breed, with high genetic and commercial value, for the <strong>de</strong>tection of C.<br />

pseudotuberculosis infectivity status. Immediately after harvest, a questionnaire was applied to each<br />

farmer in or<strong>de</strong>r to obtain data about the breeding syst<strong>em</strong>, for further correlations with serology. Results<br />

showed a prevalence of 22.1% seropositive animals, and some manag<strong>em</strong>ent practices were<br />

significantly correlated with serology, <strong>de</strong>cisively influencing the infection by the bacteria. It’s<br />

conclu<strong>de</strong>d that several manag<strong>em</strong>ent procedures can be <strong>em</strong>ployed in or<strong>de</strong>r to <strong>de</strong>crease the infection by<br />

C. pseudotuberculosis intensity in a sheep herd.<br />

Keywords: Caseous Lympha<strong>de</strong>nitis, Corynebacterium pseudotuberculosis, Bahia state, sheep.<br />

INTRODUÇÃO<br />

A região Nor<strong>de</strong>ste apresenta o maior rebanho ovino do país, sendo a Bahia o estado mais<br />

representativo (IBGE, 2008); sua exploração atinge os mais distintos segmentos <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s<br />

produtivas e abrange <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a agricultura familiar até <strong>em</strong>presas rurais organizadas <strong>em</strong> mol<strong>de</strong>s<br />

<strong>em</strong>presariais (Araújo, 2006). A maioria dos rebanhos ovinos nesta região é explorada <strong>em</strong> sist<strong>em</strong>a<br />

extensivo, não são adotadas práticas a<strong>de</strong>quadas <strong>de</strong> manejo alimentar e sanitário, o que contribui para a<br />

baixa produtivida<strong>de</strong> da ovinocultura (CONAB, 2006).<br />

26


Várias en<strong>de</strong>mias estão presentes na caprino-ovinocultura baiana, e a Linfa<strong>de</strong>nite Caseosa (LC),<br />

doença provocada pela bactéria Corynebacterium pseudotuberculosis, com prevalência <strong>de</strong> mais <strong>de</strong><br />

50% <strong>em</strong> algumas regiões nor<strong>de</strong>stinas (Alves et al., 1997; Meyer, 2004), é uma das preocupações da<br />

ovinocultura brasileira. Trata-se <strong>de</strong> uma doença <strong>de</strong>bilitante que acarreta perda <strong>de</strong> peso, redução da<br />

lactação e perda do valor comercial das peles. Os prejuízos gerados por esta zoonose são <strong>de</strong><br />

consi<strong>de</strong>rável extensão (Alves et al., 1997).<br />

A LC se encontra distribuída mundialmente e com alta prevalência <strong>em</strong> países on<strong>de</strong> a<br />

ovinocultura é intensa (Williamson, 2001; Dorella et al., 2006). No Brasil, os Estados da Região<br />

Nor<strong>de</strong>ste são os mais afetados, <strong>em</strong> razão <strong>de</strong> possuír<strong>em</strong> a maior concentração <strong>de</strong> rebanhos ovinos e<br />

caprinos do país, e pelas características intrínsecas <strong>de</strong> solo, vegetação e clima da região (Alves et al.,<br />

1997; Ribeiro et al., 2001).<br />

O tratamento da LC hoje existente não é eficaz, o que po<strong>de</strong> ser explicado pelas características<br />

intrínsecas <strong>de</strong>ste patógeno intracelular facultativo (Rebouças et al., 2011), além <strong>de</strong> ser <strong>de</strong> alto custo. A<br />

imunização seria a medida <strong>de</strong> melhor custo-benefício contra a introdução da LC no plantel. Entretanto,<br />

não existe uma vacina eficiente e protetora contra C. pseudotuberculosis. Vários relatos na literatura<br />

mostram diferentes estratégias que vêm sendo testadas na tentativa <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver uma vacina que<br />

apresente imunida<strong>de</strong> protetora i<strong>de</strong>al, mas nenhuma ainda alcançou os patamares <strong>de</strong>sejáveis (Dorella et<br />

al., 2006).<br />

A única ferramenta disponível na atualida<strong>de</strong> é a verificação constante do status sorológico dos<br />

animais, pela <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> marcadores da imunida<strong>de</strong> inata e adquirida específica, aliada a técnicas <strong>de</strong><br />

manejo que previnam a infecção por C. pseudotuberculosis. Levando <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração esse aspecto, o<br />

presente trabalho teve como objetivo verificar o status sorológico <strong>de</strong> ovinos <strong>de</strong> alto valor genético e<br />

comercial do estado da Bahia com relação à presença <strong>de</strong> anticorpos anti-C. pseudotuberculosis, e<br />

correlacionar a infectivida<strong>de</strong> com a bactéria com práticas <strong>de</strong> manejo relatadas pelos produtores.<br />

MATERIAL E MÉTODOS<br />

Uma soroteca com 690 amostras ovinas, coletada no ano <strong>de</strong> 2008, com o apoio da Associação<br />

<strong>de</strong> Criadores <strong>de</strong> Caprinos e Ovinos da Bahia (ACCOBA) e da Agência Estadual <strong>de</strong> Defesa<br />

Agropecuária da Bahia (ADAB) e com o consentimento dos produtores, foi utilizada nesse trabalho. A<br />

análise dos dados incluíram 37 dos 417 municípios do estado da Bahia, perfazendo um total <strong>de</strong> seis das<br />

27


sete mesorregiões no qual o IBGE dividiu o estado (Figura 1). Foram amostrados 690 dos 145.438<br />

animais registrados na Associação Brasileira dos Criadores <strong>de</strong> Ovinos (ARCO), sendo que esses ovinos<br />

<strong>em</strong> sua maioria eram das raças Dorper e Santa Inês e pertenciam a 54 produtores diferentes. Utilizou-se<br />

o dobro do número amostral proposto pelo cálculo <strong>de</strong> Callegari-Jaques (2003) para a população <strong>de</strong><br />

animais registrados do estado, que é <strong>de</strong> 145.438 animais, com um erro amostral estabelecido <strong>em</strong><br />

máximo <strong>de</strong> 5% e nível <strong>de</strong> confiança <strong>de</strong> 95%.<br />

Figura 1. Mapa do estado da Bahia seguindo a divisão <strong>em</strong> 7 mesorregiões feita pelo IBGE (1- Extr<strong>em</strong>o Oeste; 2- Vale São-<br />

Franciscano; 3- Centro Sul; 4- Sul; 5- Centro-Norte; 6- Nor<strong>de</strong>ste Baiano; e 7-Metropolitana <strong>de</strong> Salvador). Em Preto estão<br />

marcados os 37 municípios avaliados neste trabalho. Fonte: IBGE.<br />

As amostras foram coletadas pelos veterinários da equipe do Laboratório <strong>de</strong> Imunologia e<br />

Biologia Molecular (LABIMUNO), Instituto <strong>de</strong> <strong>Ciência</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (ICS) da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da<br />

Bahia (UFBA), logo após a inspeção clinica realizada pelos veterinários da ADAB. A coleta foi<br />

realizada mediante utilização <strong>de</strong> tubos a vácuo, agulhas e suportes a<strong>de</strong>quados ao procedimento. Os<br />

tubos receberam a i<strong>de</strong>ntificação necessária para a distinção <strong>de</strong> cada animal, a qual incluía não só a<br />

28


tatuag<strong>em</strong> e o número <strong>de</strong> registro <strong>de</strong> cada animal como toda i<strong>de</strong>ntificação do seu proprietário para<br />

posteriores avaliações.<br />

Todo sangue coletado na entrada do Parque <strong>de</strong> Exposições foi levado ao LABIMUNO e<br />

centrifugado a 1.500g por 10 minutos para obtenção do soro o qual foi distribuído <strong>em</strong> alíquotas <strong>de</strong> 1<br />

ml, acondicionadas <strong>em</strong> tubos eppendorf, acondicionadas <strong>em</strong> caixas <strong>de</strong> papelão e mantidas <strong>em</strong> freezer a<br />

-4ºC.<br />

Com o apoio da ACCOBA e seguindo os dados anotados durante a coleta, esses animais foram<br />

i<strong>de</strong>ntificados <strong>de</strong> acordo com sua raça, sexo, ida<strong>de</strong> e região <strong>de</strong> proveniência no estado da Bahia. Além<br />

disso, um questionário (Anexo 1) foi aplicado aos 54 produtores, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>screver as<br />

condições <strong>de</strong> manejo <strong>de</strong>sses animais, sua nutrição e medidas sanitárias preventivas.<br />

Os soros obtidos foram então submetidos ao ELISA (Enzime Linked Imuno Sorbent Assay)<br />

indireto, como forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>tectar a infecção ou não dos animais pelo C. pseudotuberculosis, conforme<br />

<strong>de</strong>scrito por Seyffert et al. (2010), com sensibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 93,5% e especificida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 98,5%.<br />

Resumidamente, microplacas <strong>de</strong> poliestireno <strong>de</strong> 96 cavida<strong>de</strong>s (Nunc-ImmunoTM Plate PolySorpTM<br />

Surface, NUNCTM Brand Products) foram sensibilizadas com antígeno secretado <strong>de</strong> C.<br />

pseudotuberculosis <strong>em</strong> meio <strong>de</strong> cultura BHI (Brain Heart Infusion) diluído 1:100 <strong>em</strong> tampão<br />

carbonato-bicarbonato pH 9,8, a 4°C, overnight,. As placas foram então lavadas 2 vezes com tampão<br />

fosfato salino pH 7,4 acrescido <strong>de</strong> Tween 20 0,05% (PBS-T) e bloqueadas com soroalbumina bovina<br />

5% por 2h a 37°C. Após mais 1 lavag<strong>em</strong> com PBS-T, os soros dos animais mencionados no it<strong>em</strong><br />

anterior foram diluídos 1:100 <strong>em</strong> PBS adicionado <strong>de</strong> albumina 1% e adicionados às placas. As<br />

amostras foram então incubadas por 1 h a 37°C e, após mais 5 lavagens, foi adicionado anticorpo <strong>de</strong><br />

asinino anti-IgG <strong>de</strong> ovinos conjugado com peroxidase (Bethyl) diluído 1:20.000 <strong>em</strong> PBS albumina 1%,<br />

incubando-se por mais 45 minutos a 37° C. Após mais 5 lavagens com PBS-T, o substrato<br />

Tetrametilbenzidina adicionado <strong>de</strong> peróxido <strong>de</strong> hidrogênio (TMB - Radim) foi adicionado e a placa<br />

incubada por 15 minutos a t<strong>em</strong>peratura ambiente <strong>em</strong> local escuro. A leitura da <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> óptica foi<br />

realizada a 450 – 620 nm <strong>em</strong> leitor <strong>de</strong> ELISA Multiskan MCC/340 (Titertek). As amostras <strong>de</strong> soro <strong>de</strong><br />

cada animal foram avaliadas <strong>em</strong> duplicata no ELISA.<br />

Os resultados obtidos nos ensaios sorológicos, b<strong>em</strong> como as respostas dos produtores ao<br />

questionário aplicado, foram tabulados no software Excel v. 2007 para posterior utilização <strong>em</strong> software<br />

<strong>de</strong> análise estatística. Os dados foram analisados utilizando-se software SPSS ® for Windows v. 12.0, e<br />

foi utilizando o teste do ‘chi’ quadrado <strong>de</strong> Pearson, com nível <strong>de</strong> significância estabelecido <strong>em</strong> p


para avaliação da associação ou não <strong>de</strong> características <strong>de</strong> manejo com a ocorrência <strong>de</strong> anticorpos<br />

específicos contra C. pseudotuberculosis. As prevalências reais foram obtidas conforme metodologia<br />

relatada por Noordhuizen et al. (1997).<br />

RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

A maior parte dos ovinos no estado da Bahia é criada <strong>em</strong> sist<strong>em</strong>a extensivo e carece <strong>de</strong><br />

alimentação e manejos a<strong>de</strong>quados, o que contribui não só para a baixa produtivida<strong>de</strong> como para a<br />

manutenção <strong>de</strong> doenças nos rebanhos do estado (CONAB, 2006). A maioria dos estudos <strong>de</strong> prevalência<br />

realizados <strong>em</strong> nosso país se utiliza <strong>de</strong> animais s<strong>em</strong> raça <strong>de</strong>finida e com técnicas <strong>de</strong> manejo ina<strong>de</strong>quadas<br />

(Melo et al., 2000; Gouveia et al., 2003; Lombardi et al., 2009).<br />

No presente trabalho foram avaliadas amostras provindas <strong>de</strong> animais <strong>de</strong> alto valor genético e<br />

comercial, que receb<strong>em</strong> consi<strong>de</strong>rável aporte financeiro <strong>de</strong> seus criadores para a manutenção <strong>de</strong> seu<br />

manejo sanitário e alimentação, colocando-os fora da realida<strong>de</strong> da gran<strong>de</strong> maioria dos animais do<br />

rebanho do estado, como citado por Araújo (2006). Estes animais estão constant<strong>em</strong>ente viajando, o que<br />

aumenta sua exposição a animais doentes e a diss<strong>em</strong>inação <strong>de</strong> doenças às quais eles são possíveis<br />

portadores, mesmo não apresentando sintomas clínicos perceptíveis. Deve-se ressaltar também que<br />

gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong>sses animais são reprodutores inseridos <strong>em</strong> centrais <strong>de</strong> ins<strong>em</strong>inação ou utilizados <strong>em</strong><br />

estação <strong>de</strong> monta, e matrizes utilizadas para gestações frequentes, o que aumenta a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sses<br />

animais <strong>de</strong> alto valor genético <strong>de</strong> diss<strong>em</strong>inar doenças, mesmo para rebanhos novos e <strong>em</strong> formação.<br />

Foi obtida uma prevalência aparente <strong>de</strong> 21,8% <strong>de</strong> ovinos <strong>de</strong> raça <strong>de</strong>finida soropositivos para<br />

infecção por C. pseudotuberculosis, sendo a prevalência real, calculada segundo Noordhuizen et al.<br />

(1997), <strong>de</strong> 22,1% <strong>de</strong> soropositivos, como indicado na Figura 2 - A. A pequena diferença estatística<br />

entre a prevalência obtida e a real se <strong>de</strong>ve ao fato do ELISA utilizado ter alta sensibilida<strong>de</strong> e<br />

especificida<strong>de</strong>, o que aproxima os dados obtidos da prevalência real, segundo Noordhuizen et al.<br />

(1997).<br />

30


Figura 2. Soroprevalência aparente e real (A) da infecção por Corynebacterium pseudotuberculosis e (B) percentual <strong>de</strong><br />

ovinos <strong>de</strong> alto valor genético do Estado da Bahia soropositivos para Linfa<strong>de</strong>nite caseosa <strong>em</strong> função do sexo, da raça e da<br />

ida<strong>de</strong>. As análises estatísticas entre os percentuais <strong>de</strong> soroprevalência <strong>em</strong> cada conduta estudada foram realizadas pelo teste<br />

do Qui-Quadrado <strong>de</strong> Pearson, com nível <strong>de</strong> significância estabelecido <strong>em</strong> p < 0,05.<br />

Assim como relatado por Seyffert et al. (2010) o sexo e a raça dos animais também não foram<br />

significant<strong>em</strong>ente correlacionados com a prevalência da doença analisada no presente estudo. Em<br />

concordância com Alves et al. (1997) a análise dos dados mostrou que a soroprevalência da LC<br />

aumenta com a ida<strong>de</strong> e a frequência dos animais testados positivos para anticorpos anti-C.<br />

pseudotuberculosis foi menor <strong>em</strong> ovinos com menos <strong>de</strong> 1 ano (Figura 2 – B).<br />

Consi<strong>de</strong>rando que a LC é uma doença crônica, com um gran<strong>de</strong> período <strong>de</strong> incubação, po<strong>de</strong>-se<br />

esperar que a prevalência seja maior <strong>em</strong> animais mais velhos; adicionalmente, quanto mais o animal é<br />

mantido no rebanho, maior é a chance <strong>de</strong>le ter contato com animais infectados, o que <strong>em</strong> epi<strong>de</strong>miologia<br />

é consi<strong>de</strong>rado como prevalência acumulativa (Al-Rawash<strong>de</strong>h & Al-Qudah, 2000).<br />

As informações obtidas através da utilização <strong>de</strong> questionários foram divididas <strong>em</strong> dois gran<strong>de</strong>s<br />

blocos, on<strong>de</strong> foi analisada a existência <strong>de</strong> correlação estatística ou não entre práticas <strong>de</strong> manejo<br />

31


utilizadas e a soropositivida<strong>de</strong> dos animais das respectivas proprieda<strong>de</strong>s. Estes blocos foram agrupados<br />

segundo as ações <strong>de</strong> gerenciamento e as técnicas <strong>de</strong> manejo aplicadas nas respectivas proprieda<strong>de</strong>s,<br />

como <strong>de</strong>monstrado nas Figuras 3 e 4.<br />

Correlações significativas entre algumas ações <strong>de</strong> gerenciamento e a soropositivida<strong>de</strong> dos<br />

animais foram estabelecidas com a análise dos dados gerados por esta pesquisa. Ações como a<br />

exploração s<strong>em</strong>i-intensiva, irrigação e <strong>de</strong>scanso <strong>de</strong> pastagens, supl<strong>em</strong>entação completa dos animais,<br />

incluindo uma dieta baseada <strong>em</strong> sais, volumoso e concentrado, e a ausência <strong>de</strong> animais oriundos <strong>de</strong> fora<br />

do estado, são medidas que, ao menos estatísticamente, contribu<strong>em</strong> para um menor índice <strong>de</strong><br />

soropositivida<strong>de</strong> dos animais. Neste trabalho estão listadas as práticas <strong>de</strong> manejo que apresentaram<br />

correlações estatisticamente significativas com os níveis <strong>de</strong> soroprevalência <strong>de</strong> anticorpos anti-C.<br />

pseudotuberculosis nos animais estudados. Para uma análise mais aprofundada e específica das<br />

características <strong>de</strong> manejo e criação utilizadas pelos criadores <strong>de</strong> ovinos <strong>de</strong> raça <strong>de</strong>finida no estado da<br />

Bahia, no Anexo 2 foram listadas as frequências <strong>de</strong> respostas para cada it<strong>em</strong> do questionário.<br />

Figura 3. Níveis <strong>de</strong> soroprevalência da infecção por Corynebacterium pseudotuberculosis <strong>em</strong> função das ações <strong>de</strong><br />

gerenciamento <strong>de</strong>senvolvidas para o manejo <strong>de</strong> ovinos <strong>de</strong> alto valor genético do Estado da Bahia. As correlações estatísticas<br />

entre os percentuais <strong>de</strong> soroprevalência e as ações <strong>de</strong> gerenciamento foram obtidas pelo teste do Qui-Quadrado <strong>de</strong> Pearson,<br />

com nível <strong>de</strong> significância estabelecido <strong>em</strong> p < 0,05.<br />

Segundo Seyffert et al. (2010), o tipo <strong>de</strong> criação também afeta significativamente a prevalência<br />

da LC, e da mesma forma o presente trabalho apresentou dados significativos <strong>de</strong> que o manejo animal<br />

<strong>em</strong> sist<strong>em</strong>a s<strong>em</strong>i-intensivo (curral e aprisco) acarretou <strong>em</strong> uma menor frequência <strong>de</strong> infecção por C.<br />

pseudotuberculosis do que animais criados extensivamente. Isso po<strong>de</strong> estar relacionado com o fato <strong>de</strong><br />

que animais criados extensivamente têm a maior probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver lesões <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong><br />

32


na pele, principalmente pelo contato com a vegetação seca e espinhosa da caatinga e do s<strong>em</strong>iárido;<br />

essas lesões po<strong>de</strong>m servir <strong>de</strong> porta <strong>de</strong> entrada da bactéria no organismo do animal (Paton et al., 1988;<br />

Pepin et al., 1994; Williamson, 2001).<br />

Segundo Macedo et al. (2000), a terminação <strong>de</strong> cor<strong>de</strong>iros <strong>em</strong> confinamento é mais rentável, pois<br />

<strong>em</strong> pastagens diversas verminoses limitaram o ganho <strong>de</strong> peso dos animais, o que po<strong>de</strong> contribuir para<br />

uma maior soropositivida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>vido ao comprometimento do status imunológico do animal com a<br />

<strong>de</strong>fesa contra helmintos, b<strong>em</strong> como a um estado geral <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>bilitado <strong>de</strong>vido a carência nutricional<br />

ocasionada pelas verminoses. Nos sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> pequenos ruminantes, a racionalização e a<br />

intensificação da utilização <strong>de</strong> pastagens são consi<strong>de</strong>radas <strong>de</strong> extr<strong>em</strong>a importância (Silva et al., 2000).<br />

O <strong>de</strong>scanso das pastagens po<strong>de</strong> contribuir com uma melhor higienização e menor exposição da<br />

pastag<strong>em</strong> ao agente infeccioso, o que reduz o contato dos animais com o C. pseudotuberculosis e a<br />

permanência do mesmo no ambiente.<br />

A principal característica do s<strong>em</strong>iárido é a periodicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> chuvas alternadas com a seca, sendo<br />

que esta última acarreta queda vertiginosa da disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nutrientes (Silva et al., 2010). O valor<br />

nutricional da forrag<strong>em</strong>, que inclui proteína bruta, fica diretamente comprometido se houver alteração<br />

da disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água (Oliveira et al., 2010). Segundo Huston & Pinchak (1991), a espécie ovina<br />

mantém seu equilíbrio nutricional com dois litros <strong>de</strong> água para cada quilo <strong>de</strong> matéria seca ingerido, e<br />

<strong>de</strong>ve ser fornecida s<strong>em</strong> limitações com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r à necessida<strong>de</strong> nutricional, que fica mais<br />

intensa durante o período seco (Araújo Filho & Silva, 2000). Além da sazonalida<strong>de</strong> que caracteriza o<br />

s<strong>em</strong>iárido e que contribui para a diminuição severa nutricional, a gran<strong>de</strong> distância dos animais às fontes<br />

<strong>de</strong> água po<strong>de</strong>m representar um fator complicador na transmissão e manutenção da LC nos rebanhos,<br />

uma vez que esse esforço por parte do rebanho t<strong>em</strong> como consequência quedas na produtivida<strong>de</strong> e no<br />

status imunológico do animal, b<strong>em</strong> como acarreta maior exposição do rebanho a vegetação seca que<br />

po<strong>de</strong> ocasionar lesões na pele (Lebbie, 2004).<br />

O supl<strong>em</strong>ento mineral equilibra a dieta fornecendo aos ovinos balanceamento necessário à<br />

manutenção da resistência a infecções (Silva et al., 2010), enquanto que o vitamínico é necessário, <strong>em</strong><br />

muito pouca quantida<strong>de</strong> por que os ruminantes sintetizam a maior parte das vitaminas necessárias para<br />

a manutenção plástica do seu corpo e, portanto, da sua saú<strong>de</strong> (Bechielle et al., 2006). Em concordância<br />

com esses dados, o presente trabalho mostrou que uma alimentação completa, composta <strong>de</strong> sais<br />

minerais, concentrado e volumoso, b<strong>em</strong> como a irrigação das pastagens, são práticas que contribu<strong>em</strong><br />

33


para uma melhor nutrição animal e influ<strong>em</strong> diretamente na frequência <strong>de</strong> soropositivida<strong>de</strong> dos animais<br />

estudados, diminuindo a referida frequência.<br />

O comércio <strong>de</strong> animais fora do estado também é um mecanismo <strong>de</strong> diss<strong>em</strong>inação do patógeno<br />

<strong>de</strong>vido a falta <strong>de</strong> exigência <strong>de</strong> exames sorológicos (Seyffert et al., 2010). Paton (2000) relatou que o<br />

transporte e a comercialização animal po<strong>de</strong> ser uma das causas da introdução do C. pseudotuberculosis<br />

<strong>em</strong> áreas livres <strong>de</strong> LC. Em concordância, nosso trabalho apresentou correlação estatística significativa<br />

entre a soropositivida<strong>de</strong> dos animais e a prática <strong>de</strong> adquirir animais oriundos <strong>de</strong> outros estados.<br />

Separar os animais por ida<strong>de</strong>, não fazer estação <strong>de</strong> monta, manejar os <strong>de</strong>jetos com esterqueira,<br />

cr<strong>em</strong>ar os animais mortos, criar mais <strong>de</strong> uma espécie na mesma proprieda<strong>de</strong> são práticas <strong>de</strong> manejo que<br />

mostraram correlação significativa com a diminuição da soropositivida<strong>de</strong> nas proprieda<strong>de</strong>s estudadas,<br />

como <strong>de</strong>monstrado na Figura 4.<br />

Figura 4. Níveis <strong>de</strong> soroprevalência da infecção por Corynebacterium pseudotuberculosis <strong>em</strong> função das ações técnicas <strong>de</strong><br />

manejo aplicadas na criação <strong>de</strong> ovinos <strong>de</strong> alto valor genético do Estado da Bahia. As diferenças estatísticas entre os<br />

percentuais <strong>de</strong> soroprevalência <strong>em</strong> cada conduta estudada foram obtidas pelo teste do Qui-Quadrado <strong>de</strong> Pearson, com nível<br />

<strong>de</strong> significância estabelecido <strong>em</strong> p < 0,05.<br />

A prática <strong>de</strong> separar os animais por ida<strong>de</strong> também mostrou correlação significativa com a menor<br />

soropositivida<strong>de</strong>. Separar os animais por ida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro da proprieda<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ajudar na diminuição da<br />

soropositivida<strong>de</strong>, pois como já citado acima, os animais mais velhos t<strong>em</strong> maior probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser<strong>em</strong><br />

34


soropositivos do que os mais novos (Al-Rawash<strong>de</strong>h & Al-Qudah, 2000), e, portanto, a falta <strong>de</strong> contato<br />

entre os mesmos po<strong>de</strong> ajudar a diminuir a diss<strong>em</strong>inação da bactéria.<br />

A prática da estação <strong>de</strong> monta baseia-se <strong>em</strong> agrupar várias fêmeas junto com um macho durante<br />

um <strong>de</strong>terminado período do ano que coinci<strong>de</strong> com o cio das fêmeas. Esta prática aumenta o contato<br />

entre os animais, inclusive <strong>de</strong> faixas etárias diferentes, o que contribui para a diss<strong>em</strong>inação do C.<br />

pseudotuberculosis no rebanho. Segundo Souza et al. (2011), a principal fonte <strong>de</strong> infecção é o conteúdo<br />

dos abscessos que, quando supuram, contaminam o meio ambiente. A transmissão ocorre por contato<br />

direto com as secreções dos abscessos.<br />

Outro fator importante observado neste estudo é a relação entre o manejo dos <strong>de</strong>jetos, com uso<br />

<strong>de</strong> esterqueiras e a baixa frequência da soropositivida<strong>de</strong> dos animais estudados, visto que apenas<br />

proprieda<strong>de</strong>s que possuam apriscos po<strong>de</strong>m se utilizar <strong>de</strong>sta prática. Deve ser consi<strong>de</strong>rado que, ao<br />

realizar o tratamento <strong>de</strong> <strong>de</strong>jetos, o criador mantém sua proprieda<strong>de</strong> <strong>em</strong> uma condição <strong>de</strong> limpeza maior,<br />

o que leva a uma menor contaminação ambiental pela bactéria, além <strong>de</strong> levar a uma menor atração <strong>de</strong><br />

moscas, as quais po<strong>de</strong>m ser vetores <strong>de</strong> transporte (Pinheiro et al., 2000).<br />

O Manual <strong>de</strong> Boas Práticas para Ovinos <strong>de</strong> Corte do Estado <strong>de</strong> São Paulo do SEBRAE (Dias et<br />

al., 2009) sugere a cr<strong>em</strong>ação do material purulento como uma das boas práticas que <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser adotadas<br />

pelos criadores diante <strong>de</strong> um caso <strong>de</strong> LC no rebanho. O C. pseudotuberculosis atinge não só a pele do<br />

animal, como a maioria dos casos se comporta <strong>de</strong> forma subclínica, afetando os linfonodos e outros<br />

órgãos internos (Guimarães et al., 2011), constituindo assim a carcaça uma fonte <strong>de</strong> infecção para a<br />

proprieda<strong>de</strong>. Os resultados aqui <strong>de</strong>scritos apontam para uma menor frequência da soropositivida<strong>de</strong> da<br />

LC <strong>em</strong> proprieda<strong>de</strong>s que cr<strong>em</strong>am os animais mortos, o que justifica a recomendação supracitada.<br />

A estratégia <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> várias espécies animais ao mesmo t<strong>em</strong>po, conhecida como forma<br />

consorciada (Almeida et al., 2009), é uma das muitas formas <strong>de</strong> manejo sanitário que beneficia os<br />

rebanhos envolvidos (Carvalho et al, 2005) e v<strong>em</strong> sendo amplamente praticada, especialmente por<br />

levar a diminuição por infecções parasitárias (Lambert & Guerin, 1989). A criação consorciada <strong>de</strong><br />

ovinos com equinos e bovinos se mostrou importante para a diminuição da frequência dos animais<br />

testados positivos para anticorpos anti-C. pseudotuberculosis.<br />

Po<strong>de</strong>-se concluir que os animais <strong>de</strong> alto valor genético do estado da Bahia apresentam uma alta<br />

prevalência <strong>de</strong> anticorpos anti-C. pseudotuberculosis, não apresentando relação com a raça e o sexo dos<br />

animais diagnosticados como positivos. Apesar da rigorosa inspeção clínica realizada pelos veterinários<br />

35


oficiais da ADAB, estes animais se encontram soropositivos para a doença e, mesmo não apresentando<br />

quaisquer sinais clínicos, po<strong>de</strong>m servir <strong>de</strong> diss<strong>em</strong>inadores da bactéria <strong>em</strong> uma exposição agropecuária,<br />

por ex<strong>em</strong>plo.<br />

Algumas melhorias nas práticas <strong>de</strong> manejo e dos sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> criação tais como a irrigação e o<br />

<strong>de</strong>scanso <strong>de</strong> pastagens, separação <strong>de</strong> animais jovens e adultos, utilização <strong>de</strong> esterqueiras, cr<strong>em</strong>ar os<br />

animais mortos, evitar animais oriundos <strong>de</strong> outras regiões s<strong>em</strong> saber sua situação sorológica e alimentar<br />

os animais <strong>de</strong> forma balanceada, contendo sal, concentrado e volumoso, po<strong>de</strong>m auxiliar no combate a<br />

esta bactéria. Estes animais, e seus subprodutos, estão <strong>em</strong> constante <strong>de</strong>slocamento pelo estado, o que<br />

justifica a importância dos sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> vigilância epi<strong>de</strong>miológica para atuar no controle <strong>de</strong>sta infecção,<br />

e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um teste <strong>de</strong> diagnóstico sorológico rápido e eficaz a campo.<br />

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38


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39


4. ARTIGO CIENTÍFICO 2<br />

Soroepi<strong>de</strong>miologia da infecção pelos vírus <strong>de</strong> Maedi Visna e da Língua azul <strong>em</strong> ovinos <strong>de</strong> raça<br />

<strong>de</strong>finida do Estado da Bahia e correlações com aspectos zootécnicos<br />

Seroepi<strong>de</strong>miology of the infection by the Maedi-Visna and Blue-Tongue viruses in sheep with <strong>de</strong>fined<br />

breed from Bahia State and correlations with zootechnical aspects<br />

LOUREIRO 1 , Dan; BASTOS 1 , Bruno Lopes; GUIMARÃES 2 , Alessandro <strong>de</strong> Sá; MAIA 3 , Antônio<br />

L<strong>em</strong>os; SARDI 4 , Silvia Ines; GUEDES 1 , Maria Tereza; SENA 1 , Ludmilla; DALTRO 1 , Paula Braga;<br />

RAYNAL 1 , José Ta<strong>de</strong>u; GOUVEIA 5 , Aurora Maria Guimarães; MEYER 1 , Roberto; PORTELA 1 ,<br />

Ricardo Wagner<br />

1 Laboratório <strong>de</strong> Imunologia e Biologia Molecular do Instituto <strong>de</strong> <strong>Ciência</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da Bahia, Av.<br />

Reitor Miguel Calmon s/n, Vale do Canela, Salvador, Bahia, Brasil, 40110-100.<br />

2 EMBRAPA Gado <strong>de</strong> Leite, Rua Eugênio do Nascimento, 610, Juiz <strong>de</strong> Fora, MG, 36038-330, Brasil.<br />

3 Agência <strong>de</strong> Defesa Agropecuária da Bahia – ADAB, Av. Adh<strong>em</strong>ar <strong>de</strong> Barros 967, Ondina, Salvador, Bahia, Brasil, 40170-<br />

100.<br />

4 Laboratório <strong>de</strong> Virologia do Instituto <strong>de</strong> <strong>Ciência</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da Bahia, Av. Reitor Miguel Calmon<br />

s/n, Vale do Canela, Salvador, Bahia, Brasil, 40110-100.<br />

5 Departamento <strong>de</strong> Medicina Veterinária Preventiva, Escola <strong>de</strong> Veterinária da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Minas Gerais, Av.<br />

Antônio Carlos 6627, Pampulha, Belo Horizonte, MG, 30123-970.<br />

RESUMO<br />

A ovinocultura v<strong>em</strong> apresentando importância crescente no cenário econômico brasileiro,<br />

principalmente <strong>de</strong>vido ao alto valor agregado <strong>de</strong> alguns <strong>de</strong> seus subprodutos, mas a tecnificação da<br />

criação <strong>de</strong>sses animais ainda enfrenta probl<strong>em</strong>as, como a ocorrência <strong>de</strong> diversas doenças infecciosas. O<br />

produtor rural é <strong>de</strong>safiado com o fato <strong>de</strong> conciliar técnicas <strong>de</strong> manejo com a prevenção da infecção por<br />

diversos agentes. O presente estudo objetivou a avaliação da situação sorológica <strong>de</strong> ovinos <strong>de</strong> raça<br />

<strong>de</strong>finida da Bahia, quando testados para a presença <strong>de</strong> anticorpos específicos para os vírus <strong>de</strong> Maedi-<br />

Visna e da Língua Azul, b<strong>em</strong> como as práticas <strong>de</strong> manejo utilizadas pelos criadores e sua correlação<br />

com a infecção dos animais. Nos exames diagnósticos, foi utilizada a técnica <strong>de</strong> Imunodifusão <strong>em</strong> Gel<br />

<strong>de</strong> Ágar (IDGA) <strong>em</strong> 690 amostras <strong>de</strong> ovinos com raça <strong>de</strong>finida provenientes do estado da Bahia, Brasil.<br />

Um questionário foi aplicado aos criadores com o intuito <strong>de</strong> obter dados acerca do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> criação,<br />

para posterior correlação com os dados sorológicos. Os resultados mostraram uma prevalência real <strong>de</strong><br />

40


3,9% e 2,9% <strong>de</strong> animais soropositivos para anticorpos anti-Vírus <strong>de</strong> Maedi-Visna e anti-Vírus da<br />

Língua Azul, respectivamente. Certas práticas <strong>de</strong> manejo apresentaram correlação significativa com a<br />

sorologia do Maedi-Visna, e a importação <strong>de</strong> animais se mostrou <strong>de</strong> extr<strong>em</strong>a importância para a<br />

soropositivida<strong>de</strong> da Língua Azul no estado da Bahia.<br />

Palavras-chave: Doença da Língua Azul, Doença <strong>de</strong> Maedi Visna, ovinos, Bahia.<br />

SUMMARY<br />

The sheep industry has shown increasing importance at the Brazilian economy due to the high<br />

value of some byproducts, but the technical level of these animals breeding still faces probl<strong>em</strong>s, such as<br />

infectious diseases occurrence. The farmer is challenged to reconcile manag<strong>em</strong>ent techniques with the<br />

prevention of the infection by various agents. This study aimed to assess the serological status of sheep<br />

with <strong>de</strong>fined breed from Bahia state, when tested for the presence of Maedi-Visna virus and Blue-<br />

tongue virus specific antibodies, as well as the manag<strong>em</strong>ent practices used by farmers, and the<br />

correlation of these breeding procedures with the infection by these viruses. Diagnoses were ma<strong>de</strong><br />

using the agar gel immunodiffusion (AGID) test in 690 samples of sheep with breed from Bahia state,<br />

Brazil. A questionnaire was applied to the farmers, in or<strong>de</strong>r to obtain data about the breeding syst<strong>em</strong>,<br />

for later correlation with the serological data. The actual results showed 3.9% and 2.9% prevalence of<br />

animals tested positive for antibodies anti-Maedi-Visna Virus and Bluetongue virus, respectively.<br />

Some manag<strong>em</strong>ent practices were significantly correlated with the serology of Maedi-Visna, and<br />

importation of animals has proved to be extr<strong>em</strong>ely important for Bluetongue seroprevalence in the state<br />

of Bahia.<br />

Keywords: Bluetongue disease, Maedi Visna disease, sheep.<br />

INTRODUÇÃO<br />

A região Nor<strong>de</strong>ste apresenta o maior rebanho ovino do país, sendo a Bahia o estado mais<br />

representativo (IBGE, 2008); sua exploração atinge os mais distintos segmentos <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s<br />

produtivas, e abrange <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a agricultura familiar até <strong>em</strong>presas rurais organizadas <strong>em</strong> mol<strong>de</strong>s<br />

<strong>em</strong>presariais (Araújo, 2006). A maioria dos rebanhos ovinos nesta região é explorada <strong>em</strong> sist<strong>em</strong>a<br />

41


extensivo, não sendo adotadas práticas a<strong>de</strong>quadas <strong>de</strong> manejo alimentar e sanitário, o que têm<br />

contribuído para a baixa produtivida<strong>de</strong> da ovinocultura (CONAB, 2006). Várias en<strong>de</strong>mias estão<br />

presentes no rebanho ovino brasileiro, <strong>de</strong>ntre elas as doenças <strong>de</strong>Maedi-Visna (MV) e da Língua Azul<br />

(LA).<br />

A Doença Maedi-Visna é causada pelo vírus Maedi-Visna (VMV), pertencente ao gênero<br />

Lentivírus, família Retroviridae, e acomete especificamente os ovinos (Salaberry et al., 2010). Causa<br />

infecção persistente, que resulta num quadro clínico lento e progressivo, na qual os animais acometidos<br />

<strong>de</strong>senvolv<strong>em</strong> uma doença neurológica <strong>de</strong>generativa e inflamatória, e/ou pneumonia progressiva, após<br />

um longo período <strong>de</strong> incubação (Fevereiro et al., 1999).<br />

Outra enfermida<strong>de</strong> que v<strong>em</strong> ganhando importância no cenário da ovinocultura é a doença da<br />

Língua Azul (LA), cujo agente etiológico, o vírus da Língua Azul (VLA) é m<strong>em</strong>bro do gênero<br />

Orbivirus, família Reoviridae, apresentando até o momento 24 subespécies <strong>de</strong>scritas (Lager et al.,<br />

2004; Fauquet et al., 2005). A LA é transmitida por mosquitos do gênero Culicoi<strong>de</strong>s (Meiswinkel et<br />

al., 2004). Esta doença po<strong>de</strong> se apresentar nas formas subclínica ou aguda, e se caracteriza por<br />

hipertermia, inflamação, erosão da mucosa bucal, eventual cianose lingual, coronite, podo<strong>de</strong>rmatite,<br />

miosite, pneumonia e <strong>em</strong>aciação (Ob<strong>de</strong>yn, 1984; OIE, 2008).<br />

As perdas econômicas que po<strong>de</strong>m ser causadas por essas enfermida<strong>de</strong>s são consi<strong>de</strong>ráveis; o<br />

VMV causa falhas reprodutivas, morte, diminuição da produção láctea e perda <strong>de</strong> peso dos animais<br />

infectados (Callado et al., 2001), enquanto a LA é causa <strong>de</strong> significativas perdas econômicas, seja por<br />

conta da alta taxa <strong>de</strong> morbida<strong>de</strong>, seja <strong>de</strong>corrente das restrições internacionais impostas pelos países<br />

importadores <strong>de</strong> produtos, subprodutos e sêmen <strong>de</strong> pequenos ruminantes (Erasmus et al., 1975; Lobato,<br />

1999).<br />

Tanto MV quanto a LA, são fortes fatores limitadores do comércio internacional,<br />

principalmente pela existência <strong>de</strong> barreiras sanitárias (Ishizuka et al., 2004). Por isso, se faz<strong>em</strong><br />

necessários o conhecimento, controle e melhorias nos tratamentos e diagnósticos clínicos e<br />

laboratoriais <strong>de</strong>stas doenças, assim como o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> técnicas que apresent<strong>em</strong> sensibilida<strong>de</strong><br />

e especificida<strong>de</strong> satisfatórias, b<strong>em</strong> como programas <strong>de</strong> controle e melhorias <strong>de</strong> manejo (Dantas, 2004).<br />

A escassez <strong>de</strong> informações sobre a abrangência <strong>de</strong>ssas doenças no estado da Bahia t<strong>em</strong><br />

contribuído para a falta <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> combate e controle eficazes. O presente trabalho teve como<br />

objetivo então <strong>de</strong>terminar a soroprevalência <strong>de</strong>ssas doenças <strong>em</strong> ovinos <strong>de</strong> raça <strong>de</strong>finida e alto valor<br />

42


genético e comercial no estado da Bahia, e avaliar a correlação entre diversas metodologias <strong>de</strong> criação<br />

e manejo dos animais com a infecção dos animais pelos vírus <strong>de</strong> Maedi-Visna e vírus da Língua Azul.<br />

MATERIAL E MÉTODOS<br />

Uma soroteca com 690 amostras <strong>de</strong> ovinos <strong>de</strong> alto valor genético, coletada no ano <strong>de</strong> 2008, com<br />

o apoio da Associação <strong>de</strong> Criadores <strong>de</strong> Caprinos e Ovinos da Bahia (ACCOBA) e da Agência Estadual<br />

<strong>de</strong> Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB) e com o consentimento dos produtores participantes, foi<br />

utilizada nesse trabalho.<br />

Foram analisados 37 dos 417 municípios do estado da Bahia, perfazendo um total <strong>de</strong> seis das<br />

sete mesorregiões do estado da Bahia, segundo o IBGE (2008) (Figura 1). Foram amostrados 690 dos<br />

145.438 animais registrados na Associação Brasileira dos Criadores <strong>de</strong> Ovinos (ARCO) para o estado<br />

da Bahia, pertencentes a 54 produtores, sendo que os animais amostrados são animais <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valor<br />

comercial e genético. As regiões e municípios amostrados correspon<strong>de</strong>m às regiões nas quais se t<strong>em</strong><br />

uma maior tradição <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> ovinos.<br />

Utilizou-se o dobro do numero <strong>de</strong> animais que seriam necessários para amostrag<strong>em</strong> nesse<br />

estudo, como calculado segundo proposto por Callegari-Jaques (2003), com um erro amostral<br />

estabelecido <strong>em</strong> 5% e nível <strong>de</strong> confiança <strong>de</strong> 95%.<br />

As amostras <strong>de</strong> sangue foram coletadas pelos veterinários da equipe do Laboratório <strong>de</strong><br />

Imunologia e Biologia Molecular (LABIMUNO) - Instituto <strong>de</strong> <strong>Ciência</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (ICS) - Universida<strong>de</strong><br />

Fe<strong>de</strong>ral da Bahia (UFBA), antecedida <strong>de</strong> inspeção clínica realizada pelos médicos veterinários oficiais<br />

da ADAB. Todas as amostras <strong>de</strong> sangue foram coletadas diretamente da veia jugular utilizando-se<br />

tubos do tipo vacumtainer. As amostras foram <strong>de</strong>vidamente i<strong>de</strong>ntificadas <strong>de</strong> acordo com a tatuag<strong>em</strong>,<br />

número oficial <strong>de</strong> registro e i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> cada proprietário para posteriores avaliações.<br />

Todo sangue coletado foi levado ao LABIMUNO e centrifugado a 1.500g por 10 minutos para<br />

obtenção do soro distribuído <strong>em</strong> alíquotas <strong>de</strong> 1 ml, acondicionados <strong>em</strong> tubos eppendorf, acondicionado<br />

<strong>em</strong> caixas <strong>de</strong> papelão e mantidos <strong>em</strong> freezer a -4ºC.<br />

Com o apoio da ACCOBA e seguindo os dados anotados durante a coleta, esses animais foram<br />

i<strong>de</strong>ntificados <strong>de</strong> acordo com sua raça, sexo, ida<strong>de</strong> e região <strong>de</strong> proveniência no estado da Bahia. Além<br />

disso, um questionário (Anexo I) foi aplicado aos 54 produtores com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>screver as<br />

43


condições nutricionais, <strong>de</strong> manejo sanitário e dos animais. Uma análise mais aprofundada <strong>de</strong> todas as<br />

respostas aferidas ao questionário pelos produtores po<strong>de</strong> ser encontrada no Anexo II.<br />

Para <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> anticorpos anti-vírus <strong>de</strong> Maedi-Visna realizou-se técnica <strong>de</strong> Imunodifusão <strong>em</strong><br />

Gel <strong>de</strong> Ágar (IDGA) segundo relatado por Pinheiro et al. (2006), com especificida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 94,1% e<br />

sensibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 65,6%. Para este trabalho foi utilizado um kit comercial adquirido junto a Biovetech ®<br />

(UFPE/DINE). O Gel <strong>de</strong> Ágar foi aquecido a 90ºC e distribuído <strong>em</strong> placas <strong>de</strong> Petri. Após sua<br />

solidificação foram feitos os poços com equipamento <strong>de</strong>vidamente fornecido pela Biovetech. Foram<br />

adicionados o antígeno sonicado do vírus Maedi-Visna e o controle positivo do próprio kit e as<br />

amostras a ser<strong>em</strong> analisadas, <strong>em</strong> cada respectivo poço. As placas foram incubadas a 19ºC por 48 horas,<br />

após o que se proce<strong>de</strong>u a leitura.<br />

Para <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> anticorpos contra o Vírus da Língua Azul também foi utilizada a técnica <strong>de</strong><br />

Imunodifusão <strong>em</strong> Gel <strong>de</strong> Ágar (IDGA), segundo técnica <strong>de</strong>scrita por Gouveia et al. (2003), com<br />

sensibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 91,8% e especificida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 99,14%,cujo antígeno foi produzido pelo Laboratório <strong>de</strong><br />

Bacteriologia Aplicada (Departamento <strong>de</strong> Medicina Veterinária Preventiva. EV - UFMG). Esse<br />

experimento foi realizado no Laboratório <strong>de</strong> Bacteriologia Aplicada da Escola <strong>de</strong> Medicina Veterinária<br />

da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Minas Gerais (UFMG).<br />

Os resultados obtidos nos ensaios sorológicos <strong>de</strong> cada animal, e as respostas obtidas nos<br />

questionários <strong>de</strong> cada produtor foram tabulados no software Excel v. 2007 para posterior utilização <strong>em</strong><br />

software <strong>de</strong> análise estatística. Os dados foram analisados utilizando-se software SPSS ® for Windows<br />

v. 12.0, e foi utilizando o teste do ‘chi’ quadrado <strong>de</strong> Pearson, com nível <strong>de</strong> significância estabelecido<br />

<strong>em</strong> p


No presente trabalho foram avaliadas amostras <strong>de</strong> animais <strong>de</strong> alto valor genético e comercial,<br />

que usualmente receb<strong>em</strong> gran<strong>de</strong> aporte financeiro <strong>de</strong> seus criadores para a manutenção <strong>de</strong> seu manejo<br />

sanitário e alimentação, o que os coloca fora da realida<strong>de</strong> da gran<strong>de</strong> maioria dos animais do rebanho do<br />

estado, como citado por Araújo (2006).<br />

Apesar <strong>de</strong> não apresentar<strong>em</strong> restrições alimentares, e receber<strong>em</strong> cuidados intensivos, estes<br />

animais estão constant<strong>em</strong>ente viajando <strong>de</strong> exposição <strong>em</strong> exposição, o que aumenta o contato com<br />

animais doentes, e os mesmos po<strong>de</strong>m servir <strong>de</strong> diss<strong>em</strong>inadores <strong>de</strong> agentes infecciosos, b<strong>em</strong> como o<br />

fato <strong>de</strong> ser<strong>em</strong> reprodutores e matrizes alerta para a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> diss<strong>em</strong>inação para diversos<br />

rebanhos.<br />

A prevalência aparente obtida foi <strong>de</strong> 8,2% e 3,5% <strong>de</strong> animais soropositivos para infecção pelo<br />

vírus <strong>de</strong> Maedi Visna e da Língua Azul, respectivamente. A prevalência real, calculada segundo<br />

Noordhuizen et al. (1997), foi <strong>de</strong> 3,9% para MV e 2,9% para LA, conforme indicado nas Figuras 5 e 6.<br />

A gran<strong>de</strong> diferença estatística observada entre a prevalência obtida e a real para MV se <strong>de</strong>ve ao fato <strong>de</strong><br />

o IDGA utilizado ter baixa sensibilida<strong>de</strong>, o que distancia os dados obtidos na prevalência aparente<br />

daqueles caculados para prevalência segundo preconizado por Noordhuizen et al., (1997). O mesmo<br />

não foi observado para LA <strong>de</strong>vido à alta sensibilida<strong>de</strong> e especificida<strong>de</strong> do teste.<br />

Figura 5. Soroprevalência aparente e real da infecção por VMV. As diferenças estatísticas entre os percentuais <strong>de</strong><br />

soroprevalência <strong>em</strong> cada conduta estudada foram obtidas pelo teste do Qui-Quadrado <strong>de</strong> Pearson, com nível <strong>de</strong> significância<br />

estabelecido <strong>em</strong> p < 0,05.<br />

As baixas frequências <strong>de</strong> animais positivos para anticorpos específicos para o Vírus da Língua<br />

Azul (Figura 6 - A) po<strong>de</strong>m ser atribuídas principalmente às condições <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura e umida<strong>de</strong> <strong>de</strong> boa<br />

parte das regiões do estado da Bahia incluídas nesse estudo (Lobato, 1999; Tomich et al., 2006). Melo<br />

et al.(2000) justificaram que a t<strong>em</strong>peratura e a umida<strong>de</strong> do s<strong>em</strong>iárido dificultam a proliferação do vetor<br />

Culicoi<strong>de</strong>s sp., o que po<strong>de</strong> contribuir para a baixa prevalência <strong>de</strong> anticorpos observada no sertão.<br />

Adicionalmente Dias et al. (2007) observaram prevalência sorológica <strong>de</strong> 27,31% <strong>em</strong> ovinos <strong>de</strong> regiões<br />

45


s<strong>em</strong>iáridas do Ceará, diferença esta que po<strong>de</strong> ser explicada pela diferença do número <strong>de</strong> animais<br />

estudados, pela falta <strong>de</strong> manejo a<strong>de</strong>quado ou pelas diferenças climáticas.<br />

Figura 6. Soroprevalência aparente e real da infecção por VLA (A) e o perfil dos rebanhos soropositivos com relação à<br />

importação <strong>de</strong> animais (B). A diferença estatística entre a prevalência <strong>de</strong> produtores que realizaram ou não importações <strong>de</strong><br />

animais foi obtida pelo teste do Qui-Quadrado <strong>de</strong> Pearson, com nível <strong>de</strong> significância estabelecido <strong>em</strong> p < 0,05.<br />

A Figura 6 mostra que dos 3,5% dos animais testados positivos para anticorpos anti-VLA,<br />

77,3% são oriundos <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s que realizaram importação <strong>de</strong> ovinos (Erasmus, 1990; Purse et al.,<br />

2005). Em concordância com os resultados obtidos no presente trabalho, Melo et al.(2000) ressaltaram<br />

que a importação e o intenso trânsito <strong>de</strong> animais infectados <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penham importante papel<br />

epi<strong>de</strong>miológico na ocorrência do VLA e, provavelmente, contribu<strong>em</strong> para a presença do VLA <strong>em</strong><br />

regiões nor<strong>de</strong>stinas. Silva (2002) ressaltou que um aumento na prevalência po<strong>de</strong> ocorrer <strong>em</strong> regiões<br />

cujo fluxo <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> animais seja intenso.<br />

Des<strong>de</strong> o primeiro relato <strong>de</strong> LA na América do Sul, <strong>em</strong> 1978 no Brasil, estudos sorológicos t<strong>em</strong><br />

<strong>de</strong>terminado a diss<strong>em</strong>inação <strong>de</strong>ssa infecção, a qual apresenta como uma <strong>de</strong> suas características ausência<br />

<strong>de</strong> sinais clínicos (Lager, 2004), o que dificulta a <strong>de</strong>tecção da doença. Somado a essa informação,<br />

t<strong>em</strong>os o fato da não exigência <strong>de</strong> exames sorológicos para a LA <strong>em</strong> nosso estado, apesar <strong>de</strong> a mesma<br />

ser <strong>de</strong> notificação obrigatória pela OIE, o que explica a importação <strong>de</strong> animais soropositivos oriundos<br />

<strong>de</strong> países endêmicos.<br />

Não houve correlação significativa entre a prevalência <strong>de</strong> ambas as infecções para os diferentes<br />

sexos, raças ou ida<strong>de</strong> (Figuras 7 e 8). Nogueira et al. (2009) não encontraram diferença estatística entre<br />

a prevalência da LA e o sexo dos animais, o que corrobora com nossos achados. Da mesma forma, com<br />

46


elação à Maedi-Visna, também não encontramos relação entre essas duas variáveis, conforme o<br />

relatado por Araújo et al., (2004), Christodoulopoulos, (2006) e Oliveira et al., (2006).<br />

Figura 7. Percentual <strong>de</strong> ovinos <strong>de</strong> alto valor genético do Estado da Bahia soropositivos para MV <strong>em</strong> função do sexo, da<br />

raça e da ida<strong>de</strong>. As diferenças estatísticas entre os percentuais <strong>de</strong> soroprevalência <strong>em</strong> cada conduta estudada foram obtidas<br />

pelo teste do Qui-Quadrado <strong>de</strong> Pearson, com nível <strong>de</strong> significância estabelecido <strong>em</strong> p < 0,05.<br />

Figura 8. Percentual <strong>de</strong> ovinos <strong>de</strong> alto valor genético do Estado da Bahia soropositivos para LA <strong>em</strong> função do sexo, da raça<br />

e da ida<strong>de</strong>. As diferenças estatísticas entre os percentuais <strong>de</strong> soroprevalência <strong>em</strong> cada conduta estudada foram obtidas pelo<br />

teste do Qui-Quadrado <strong>de</strong> Pearson, com nível <strong>de</strong> significância estabelecido <strong>em</strong> p < 0,05.<br />

Em contraste com os resultados <strong>de</strong>ste trabalho, MacLachlan (2004) encontrou diferença<br />

estatística entre a sopositivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> LA e diferentes raças, e Lobato et al. (2001) e Silva (2002)<br />

47


observaram aumento progressivo do número <strong>de</strong> animais positivos com a ida<strong>de</strong>. Estas diferenças entre<br />

informações disponíveis <strong>em</strong> literatura e os presentes dados po<strong>de</strong>m ser consequência do pequeno<br />

número <strong>de</strong> animais soropositivos, o que dificulta uma análise estatística mais <strong>de</strong>talhada dos dados<br />

obtidos.<br />

Correlações estatísticamente significativas entre a soropositivida<strong>de</strong> para VMV e algumas ações<br />

técnico-gerenciais <strong>de</strong> manejo nas respectivas proprieda<strong>de</strong>s foram constatadas <strong>de</strong> acordo os<br />

questionários respondidos pelos proprietários (Figura 9). Serão mostrados neste trabalho somente as<br />

correlações que paresentaram correlações estatisticamente significativas; maiores informações sobre a<br />

situação geral das técnicas <strong>de</strong> manejo dos animais po<strong>de</strong> ser conferida no ANEXO II.<br />

Po<strong>de</strong> ser observado que, <strong>em</strong> proprieda<strong>de</strong>s nas quais os ovinos não conviviam com outras espécies<br />

<strong>de</strong> animais domésticos, <strong>de</strong>tectou-se menor índice <strong>de</strong> soropositivida<strong>de</strong> para doença <strong>de</strong> Maedi-Visna,<br />

correlação essa estatisticamente significativa.<br />

Figura 9. Níveis <strong>de</strong> soroprevalência da infecção pelo vírus do Maedi-Visna <strong>em</strong> função das ações técnico-gerenciais<br />

<strong>de</strong>senvolvidas para o manejo <strong>de</strong> ovinos <strong>de</strong> alto valor genético do Estado da Bahia. As diferenças estatísticas entre os<br />

percentuais <strong>de</strong> soroprevalência <strong>em</strong> cada conduta estudada foram obtidas pelo teste do Qui-Quadrado <strong>de</strong> Pearson, com nível<br />

<strong>de</strong> significância estabelecido <strong>em</strong> p < 0,05.<br />

A correlação entre soronegativida<strong>de</strong> e pastagens adubadas e irrigadas se justifica pelo fato <strong>de</strong><br />

que uma boa nutrição nos primeiros meses <strong>de</strong> vida e ao longo <strong>de</strong>la auxiliam na formação <strong>de</strong><br />

48


organismos cujo sist<strong>em</strong>a imunológico estará b<strong>em</strong> <strong>de</strong>senvolvido, garantindo a sanida<strong>de</strong> do rebanho.<br />

Entretanto o clima do s<strong>em</strong>i-árido, <strong>de</strong>terminado pela sazonalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> período chuvoso alternado com<br />

período seco, faz com que a oferta <strong>de</strong> nutrientes não seja constante durante o ano (Silva et al., 2010). O<br />

valor nutricional da forrag<strong>em</strong>, que inclui proteína bruta, fica diretamente comprometido se houver<br />

alteração da disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água (Oliveira et al., 2006), por isso no período seco os animais po<strong>de</strong>m<br />

ficar mais vulneráveis (Araújo Filho & Silva, 2000).<br />

Em oposição aos achados <strong>de</strong> Alvarez et al. (2005) e Rosa et al. (2009), a análise dos resultados<br />

dos questionários aplicados aos produtores mostrou que o oferecimento <strong>de</strong> colostro ovino está<br />

diretamente relacionado com a soronegativida<strong>de</strong> dos animais. Segundo o que foi <strong>de</strong>scrito por Rimstad<br />

et al. (1993) e Blacklaws et al. (2004) o baixo índice <strong>de</strong> soropositivos e a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

soroconversão tardia po<strong>de</strong>m ter contribuído para estas discrepâncias.<br />

Dentre os métodos <strong>de</strong> controle da MV, inclu<strong>em</strong>-se o isolamento dos cor<strong>de</strong>iros ao nascer, não<br />

tendo acesso ao colostro e leite <strong>de</strong> ovelhas positivas, sendo submetidos a aleitamento artificial (Moojen,<br />

2001). Esta é uma das medidas adotadas pelos programas que visam combater a doença (Blacklaws et<br />

al., 2004; Leginagoikoa et al., 2005), e as informações obtidas, apresentadas na Figura 9,corroboram<br />

com estes relatos.<br />

Um último fator <strong>de</strong> risco para o VMV, ou qualquer doença infecto-contagiosa, é a higienização,<br />

uma vez que nossos resultados apontam para baixa frequência <strong>de</strong> soropositivida<strong>de</strong> naquelas<br />

proprieda<strong>de</strong>s cujo manejo <strong>de</strong> <strong>de</strong>jetos, como o uso <strong>de</strong> esterqueira, é feito regularmente (Pinheiro et al.,<br />

2000). Além da adoção do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> esterqueira, a criação s<strong>em</strong>i-intensiva oferece maior proteção aos<br />

animais por sua própria condição, ou seja, os animais <strong>em</strong> questão não ficam expostos aos <strong>de</strong>safios<br />

naturais, tais como verminoses (Carvalho et al., 2005). Nossos achados também estão <strong>em</strong> concordância,<br />

uma vez que a soronegativida<strong>de</strong> foi mais prevalente naquelas proprieda<strong>de</strong>s que adotam esse tipo <strong>de</strong><br />

criação.<br />

Po<strong>de</strong>-se concluir que os animais <strong>de</strong> alto valor genético do estado da Bahia apresentam uma<br />

baixa prevalência <strong>de</strong> anticorpos anti-VLA e anti-VMV, sendo que não foi encontrada relação <strong>de</strong>ssa<br />

prevalência com raça, sexo e ida<strong>de</strong> dos animais com diagnóstico positivo. É importante l<strong>em</strong>brar que<br />

nenhum <strong>de</strong>sses animais apresentou quaisquer sinais clínicos das viroses estudadas. Algumas melhorias<br />

nas práticas <strong>de</strong> manejo e dos sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> criação, junto à realização <strong>de</strong> testes periódicos a fim <strong>de</strong> se<br />

diagnosticar a infecção e o <strong>de</strong>scarte <strong>de</strong> animais positivos, são fundamentais para o controle da doença.<br />

49


Os dados indicam a circulação <strong>de</strong>stes vírus no estado, mesmo que <strong>em</strong> baixa escala. Estes<br />

animais, e subprodutos, estão <strong>em</strong> constante <strong>de</strong>slocamento pelo estado, o que justifica não só a<br />

realização <strong>de</strong> estudos mais abrangentes <strong>de</strong>stas en<strong>de</strong>mias, como se ressalta a importância dos sist<strong>em</strong>as<br />

<strong>de</strong> vigilância epi<strong>de</strong>miológica para atuar no controle <strong>de</strong>stas infecções. Os presentes dados levantam<br />

preocupações <strong>de</strong>vido à importância econômica da doença, dos animais e do fato <strong>de</strong> ser<strong>em</strong> doenças <strong>de</strong><br />

notificação obrigatória, sendo sua ocorrência um evento negativo para o comércio <strong>de</strong> animais e<br />

subprodutos <strong>de</strong> orig<strong>em</strong> animal.<br />

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53


5. CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

A linfa<strong>de</strong>nite caseosa é uma enfermida<strong>de</strong> que possui uma alta prevalência no estado da Bahia,<br />

mesmo entre os animais <strong>de</strong> alto valor genético e comercial, e é <strong>de</strong> difícil <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong>vido ao fato <strong>de</strong><br />

ovinos <strong>de</strong>senvolver<strong>em</strong> a infecção <strong>em</strong> linfonodos não-superficiais, dificultando assim o combate a<br />

mesma. Da mesma forma alguns <strong>de</strong>stes animais apresentaram diagnóstico sorológico positivo para<br />

doença <strong>de</strong> Maedi-Visna e da Língua Azul e não apresentaram quaisquer sinais clínicos, o que também<br />

dificulta a <strong>de</strong>tecção e combate às mesmas.<br />

Estes fatos apontam para a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> métodos <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção mais eficientes e que possam<br />

ser utilizados <strong>de</strong> forma rápida e eficaz a campo para um melhor controle e combate a estas doenças.<br />

Neste sentido algumas melhorias nas práticas <strong>de</strong> manejo e nos sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> criação se mostraram<br />

importantes ferramentas para o controle e combate a estas enfermida<strong>de</strong>s.<br />

Os vírus <strong>de</strong> Maedi-Visna e da Língua Azul se faz<strong>em</strong> presentes no estado <strong>em</strong> baixa frequência,<br />

mas são motivo <strong>de</strong> preocupação e, junto com o C. pseudotuberculosis e outras possíveis enfermida<strong>de</strong>s,<br />

são muito pouco ou não são combatidas <strong>de</strong> formas eficazes, o que compromete e muito a ovinocultura.<br />

Estes animais, e seus subprodutos, estão <strong>em</strong> constante <strong>de</strong>slocamento pelo estado, principalmente<br />

<strong>em</strong> exposições agropecuárias e <strong>em</strong> estações <strong>de</strong> monta, o que ressalta a importância do controle <strong>de</strong>stas<br />

infecções <strong>em</strong> rebanhos <strong>de</strong> alto valor genético e comercial. Os presentes dados levantam preocupações<br />

<strong>de</strong>vido à importância econômica da doença, dos animais e do fato <strong>de</strong> ser<strong>em</strong> doenças <strong>de</strong> notificação<br />

obrigatória, sendo sua ocorrência um evento negativo para o comércio <strong>de</strong> animais e subprodutos <strong>de</strong><br />

orig<strong>em</strong> animal.<br />

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70


7. ANEXOS<br />

7.1. ANEXO 1 – QUESTIONARIO APLICADO AOS PRODUTORES<br />

CARACTERIZAÇÃO DE UNIDADES PRODUTORAS DE OVINOS NO ESTADO DA BAHIA<br />

MUNICÍPIO DA PROPRIEDADE:__________________________________________<br />

NOME DA PROPRIEDADE:___________________________________________<br />

TERRITÓRIO DE IDENTIDADE (A SER PREENCHIDO PELO LABORATÓRIO):<br />

_______________________________________<br />

1. IDENTIFICAÇÃO DO PRODUTOR<br />

Nome:<br />

______________________________________________________________________________________________________________<br />

En<strong>de</strong>reço do proprietário (para correspondência):<br />

Rua:____________________________________________________________________<br />

Cida<strong>de</strong>:_______________________________________ UF:________CEP:_______________<br />

DDD/Tel.:______________________________<br />

E-mail (preencher se disponível): _____________________________________________________<br />

Filiado a Associações <strong>de</strong> Criadores? ( ) Não ( ) Sim: Qual(is)?_____________________________________________<br />

Como se mantém informado sobre caprinos e ovinos:<br />

( ) Livros e Publicações Técnicas ( ) Rádio<br />

( ) Cursos e Palestras: ( ) TV<br />

( ) Dias <strong>de</strong> Campo: ( ) Internet<br />

( ) Jornal ( ) Outras Criadores<br />

Qu<strong>em</strong> gerencia o Criatório? ( ) Proprietário ( ) Proprietário e gerente técnico ( ) Gerente Técnico<br />

2. PROPRIEDADE<br />

Instalações:<br />

Área Total (ha):________<br />

Possui instalações próprias para caprinos e ovinos? ( ) Não ( ) Sim<br />

Tipo: ( ) Curral <strong>de</strong> bovinos adaptado ( ) Aprisco construído especificamente para caprinos e ovinos<br />

71


Pedilúvio: ( ) SIM ( ) NÃO.<br />

Tipo <strong>de</strong> piso: ( ) Chão batido ( ) Ripado ( ) Cimentado ( ) Outro: _______________________<br />

Faz divisão <strong>de</strong> pastagens? ( ) Não ( ) Sim<br />

Quais espécies são criadas na proprieda<strong>de</strong> para fins <strong>de</strong> produção? ( ) Caprinos ( ) Ovinos<br />

( ) Bubalinos ( ) Equinos ( ) Suínos ( ) Aves ( ) Bovinos<br />

Alimentação:<br />

Pastag<strong>em</strong> ( ) Nativa ( ) Cultivada Tipos <strong>de</strong> forrag<strong>em</strong>_____________________________________<br />

Irrigação: ( ) Não ( ) Sim: ( ) De Pastagens ( ) De Culturas<br />

Adubação <strong>de</strong> pastagens: ( ) Não ( ) Sim. Tipo <strong>de</strong> Adubo:__________________________________<br />

Tipo <strong>de</strong> pastejo: ( ) Rotacionado ( ) Contínuo ( ) Outro: __________________________________<br />

Supl<strong>em</strong>entação: ( ) Silag<strong>em</strong>. Tipo <strong>de</strong> forrag<strong>em</strong>: ___________________________________________________<br />

( ) Feno. Tipo <strong>de</strong> forrag<strong>em</strong>:_________________________________________________<br />

( ) Cana. Com ureia? _____________________<br />

( ) Capineira. Tipo <strong>de</strong> capim: ________________________________________<br />

( ) Banco <strong>de</strong> proteína. Tipo(s) <strong>de</strong> leguminosa: _____________________________________<br />

( ) Concentrado.: ( ) Comercial ( ) Feito na proprieda<strong>de</strong> ( ) Outro: _____________<br />

( ) Sal proteinado ( ) Com Ureia. Proporção____________________________<br />

( ) Sal mineral. Tipo ( ) Sal comum<br />

( ) Sal mineralizado ( ) para ovinos ( ) para caprinos ( ) para bovinos<br />

Existe instalação utilizada para estocar alimentos <strong>de</strong>stinados à supl<strong>em</strong>entação <strong>de</strong> caprinos e/ou ovinos? ( ) Sim ( )<br />

Não<br />

A água oferecida aos caprinos/ovinos é proveniente <strong>de</strong>:<br />

( ) Cacimba ( ) Açu<strong>de</strong> ( ) Lagoa ( ) Poço profundo ( ) Cisterna ( ) Poço artesiano<br />

A água é oferecida aos caprinos/ovinos <strong>em</strong>:<br />

( ) Vasilhames <strong>de</strong>ntro das instalações ( ) Vasilhames fora das instalações ( ) Animais beb<strong>em</strong> direto na fonte (açu<strong>de</strong>,<br />

barrag<strong>em</strong>, etc.)<br />

72


3. MANEJO DO REBANHO<br />

Se cria caprinos e ovinos, os rebanhos são criados: ( ) Separados ( ) Juntos<br />

I<strong>de</strong>ntificação individual dos animais: ( ) Não faz ( ) Brinco ( ) Tatuag<strong>em</strong> ( ) Medalha ( ) Outro:____<br />

Faz anotação dos partos e nascimentos? ( ) Não ( ) Sim<br />

Corte e cura do umbigo: ( ) Não faz ( ) Com iodo ( ) Com creolina ( ) Outro: ____________________<br />

Tipo <strong>de</strong> colostro dado aos filhotes: ( ) Colostro <strong>de</strong> vaca ( ) Colostro artificial ( ) Colostro <strong>de</strong> ovelha<br />

( ) Colostro <strong>de</strong> cabra in natura ( ) Colostro <strong>de</strong> cabra tratado termicamente( ) Outro. Qual? _______________________<br />

Aleitamento: ( ) Natural ( ) Artificial: ( ) Leite <strong>de</strong> cabra ( ) Leite <strong>de</strong> ovelha ( ) Leite <strong>de</strong> vaca<br />

( ) Leite <strong>em</strong> pó <strong>de</strong> vaca ( ) Em pó <strong>de</strong> soja ( ) Outro: _____________________________________<br />

Castra os machos para abate? ( ) Não ( ) Sim Como? ( ) Cirúrgico ( ) Burdizzo ( ) Elastrador ( ) Outra:<br />

_____<br />

Ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> castração: ( ) 10 a 30 dias ( ) 31 a 60 dias ( ) 61 a 90 dias ( ) Mais <strong>de</strong> 90 dias<br />

Ida<strong>de</strong> da <strong>de</strong>smama (apartação): ( ) 1 mês ( ) 2 meses ( ) 3 meses ( ) 4 meses ( ) 5 meses ou mais<br />

Separa o rebanho por faixa <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>? ( ) Não ( ) Sim<br />

Separa as fêmeas gestantes? ( ) Não ( ) Sim Separa as fêmeas paridas? ( ) Não ( ) Sim<br />

Separa machos e fêmeas? ( ) Não ( ) Sim<br />

Reprodução: ( ) Monta Natural ( ) Monta Natural Controlada ( ) Ins<strong>em</strong>inação Artificial ( ) Transferência <strong>de</strong><br />

<strong>em</strong>brião<br />

Estação <strong>de</strong> monta? ( ) Não ( ) Sim. Época : ______________________________________________<br />

Cio: ( ) Natural ( ) Sincronizado com luz ( ) Sincronizado com hormônio ( ) Outro: ____________<br />

Qu<strong>em</strong> seleciona os animais? ( ) Não seleciona ( ) Técnico da ACCOBA ( ) Proprietário<br />

( ) Técnico do Rebanho ( ) Empregado ( ) Outro:____________________<br />

Cães domésticos têm acesso à água e alimentos dos caprinos e/ou ovinos? ( ) Não ( ) Sim ( ) Às vezes<br />

Já foi observado cães se alimentando <strong>de</strong> restos placentários ou fetos mortos? ( ) Não ( ) Sim ( ) Às vezes<br />

Faz controle <strong>de</strong> roedores na proprieda<strong>de</strong>? ( ) Não ( ) Sim. Como? _______________________________________<br />

Exist<strong>em</strong> gatos na proprieda<strong>de</strong>? ( ) Não ( ) Sim.<br />

73


De que os gatos se alimentam? ( ) Ração ( ) Caça ( ) Sobra <strong>de</strong> alimentos<br />

( ) Vísceras <strong>de</strong> animais abatidos na proprieda<strong>de</strong> ( ) Leite ( ) Outro<br />

( ) Arroz, feijão, farofa, restos <strong>de</strong> carne, pedaços <strong>de</strong> pão, etc.<br />

Na área on<strong>de</strong> está localizada a proprieda<strong>de</strong>, é comum a presença <strong>de</strong> gatos <strong>de</strong> outras proprieda<strong>de</strong>s? ( ) Não ( ) Sim.<br />

Já foi observado gatos se alimentando <strong>de</strong> restos placentários? ( ) Não ( ) Sim ( ) Às vezes<br />

Os animais têm contato direto com: ( ) Cães ( ) Gatos ( ) Bovinos ( ) Ovinos ( ) Eqüinos<br />

( ) Suínos ( ) Animais silvestres (especificar):________________________________<br />

Acompanhamento técnico? ( ) Não ( ) Sim. Frequência: ( ) S<strong>em</strong>anal ( ) Quinzenal ( ) Mensal ( ) S<strong>em</strong>estral ( ) Se precisar<br />

( ) Médico Veterinário ( ) Zootecnista ( ) Agrônomo ( ) Técnico Agrícola<br />

( ) Particular ( ) Empresa: ___________________________________________<br />

Quando t<strong>em</strong> algum animal doente, a qu<strong>em</strong> recorre? ( ) Medica por conta própria ( )Veterinário <strong>de</strong> cooperativas<br />

( ) Veterinário autônomo ( ) Veterinário da ACCOBA ( ) Veterinário da ADAB ( ) Vizinho ( ) Outro.<br />

Qual? _____________ Destino dos animais mortos: ( ) Necropsia ( ) Enterrado ( ) Cr<strong>em</strong>ado ( ) Leva para pasto<br />

distante ( ) Outro:________<br />

Se houver BOVINOS na proprieda<strong>de</strong>, quais <strong>de</strong>stes sintomas já foram observados?<br />

( ) Perda <strong>de</strong> peso ( ) Queda na produção <strong>de</strong> leite ( ) Lesões na língua, lábios, palato ou gengiva<br />

( ) Secreção do nariz ( ) Feridas nas tetas ( ) Nascimentos <strong>de</strong> bezerros fracos ou com anomalias<br />

( ) Aborto ( ) Inflamação dos cascos e manqueira ( ) Focinho ressecado com a pele quebradiça<br />

4 . REBANHO OVINO<br />

Tipo e forma <strong>de</strong> exploração: ( ) Carne ( ) Lã ( ) Leite<br />

( ) Intensiva ( ) S<strong>em</strong>i-intensiva ( ) Extensiva<br />

Ano <strong>de</strong> início da criação: ________________ Registra os animais na ACCOBA? ( ) Não ( ) Sim<br />

T<strong>em</strong> ou teve animais importados <strong>em</strong> seu rebanho? ( ) Não ( ) Sim<br />

País(es) <strong>de</strong> orig<strong>em</strong>:______________________________________________<br />

Reprodutores: ( ) Comprados ( ) Trocados ( ) Emprestados<br />

Participa <strong>em</strong> leilões e exposições agropecuárias? ( ) Não ( ) Sim. Fora do Estado ( ) Sim ( ) Não<br />

74


Exige documento sanitário para compra <strong>de</strong> ovinos? ( ) Não ( ) Sim. Qual(is)? _________________________<br />

QUANTIDADE TOTAL DE OVINOS POR RAÇA OU TIPO RACIAL (or<strong>de</strong>m alfabética)<br />

RAÇA/TIPO QTDE RAÇA/TIPO QTDE RAÇA/TIPO QTDE<br />

Bergamácia Merino Texel<br />

Crioula Morada Nova Mestiça<br />

Dorper Somalis SRD<br />

Hampshire<br />

Down<br />

Suffolk<br />

Ile <strong>de</strong> France Santa Inês<br />

5.MANEJO SANITÁRIO DOS OVINOS<br />

Outra:<br />

_________<br />

Outra:<br />

_________<br />

Práticas utilizadas: ( ) Troca <strong>de</strong> pasto após a vermifugação ( ) Troca <strong>de</strong> pasto antes da vermifugação<br />

( ) Permanência mínima <strong>de</strong> 12 h após a vermifugação ( ) Esterqueiras<br />

( ) Descanso <strong>de</strong> pastagens ( ) Separa os animais jovens dos adultos<br />

( ) Vermifuga os animais recém-chegados a proprieda<strong>de</strong> ( ) Quarentena<br />

( ) Piquete/ baia <strong>de</strong> isolamento <strong>de</strong> animais doentes ( ) Troca <strong>de</strong> vermífugo<br />

( ) Piquete/baia maternida<strong>de</strong> (para partos) ( ) Exames <strong>de</strong> fezes periódicos<br />

( ) Casqueamento dos animais. Periodicida<strong>de</strong>: __________________<br />

( ) Tratamento para coccidiose (eimeriose) preventivo ou curativo. Produto(s): __________________________<br />

Alterações que já foram observadas no rebanho OVINO:<br />

( ) Aborto<br />

( ) Nascimento <strong>de</strong> cor<strong>de</strong>iros fracos ou com anomalias<br />

( ) Artrites<br />

( ) Bicheira (Miíase)<br />

( ) Ceratoconjuntivite<br />

( ) Língua inchada para fora da boca<br />

75<br />

( ) Língua, lábios ou focinho vermelhos ou roxo-azulados<br />

( ) Cheiro ruim na boca<br />

() E<strong>de</strong>ma <strong>de</strong> face – inchaços no lábio, língua ou<br />

mandíbula<br />

( ) Ectima contagioso (Boqueira)<br />

( ) Vesículas (bolhas ou aftas) na boca e lábios


( ) Corrimento nasal com aparecimento <strong>de</strong> crostas<br />

(cascas)<br />

( ) Diarreias frequentes<br />

( ) Oestrus ovis (Bicho <strong>de</strong> cabeça)<br />

( ) Perda <strong>de</strong> pêlo ou lã<br />

( ) Linfa<strong>de</strong>nite caseosa (mal do caroço)<br />

( ) Mamites<br />

( ) Pneumonias<br />

( ) Podo<strong>de</strong>rmatite – inflamação dos cascos e manqueira<br />

( ) Sintomas nervosos<br />

( ) Carrapatos<br />

( ) Piolhos<br />

( ) Bernes<br />

( ) Fotossensibilização<br />

73


Vermifugação: ( ) Não ( ) Sim. ( ) Frequência: ___________<br />

Produtos:<br />

______________________________________________________________________________<br />

Alternância <strong>de</strong> produtos: ( ) Não ( ) Sim Periodicida<strong>de</strong>: ______________________<br />

Exames periódicos<br />

realizados nos ovinos<br />

Brucelose<br />

Leptospirose<br />

Língua Azul<br />

Maedi-Visna<br />

Epididimite<br />

(Brucelose)<br />

Não Sim Local <strong>de</strong> Realização do Exame Periodicida<strong>de</strong><br />

Outro: -<br />

VACINAS UTILIZADAS NOS OVINOS<br />

Doença Frequência Doença Freqüência<br />

6 PRODUÇÃO DE CARNE, PELE E LÃ DE OVINOS<br />

Ven<strong>de</strong> os ovinos: ( ) No próprio município ( ) Para outras cida<strong>de</strong>s ( ) Para outros<br />

Estados<br />

Destino dos ovinos comercializados para abate: ( ) Frigorífico ( ) Intermediário ( ) Mercado local<br />

(ao consumidor)<br />

Venda do animal: ( ) Sozinho ( ) Com outros produtores<br />

Época <strong>de</strong> maior procura <strong>de</strong> ovinos para abate: ( ) Início do ano ( ) Meio do ano ( ) Final do<br />

ano<br />

74


Abate <strong>em</strong> que ida<strong>de</strong>? ( ) Com menos <strong>de</strong> 3 meses ( ) Entre 3 e 6 meses ( ) Entre 6 e 12 meses (<br />

) Mais <strong>de</strong> 12 meses<br />

Destino da pele: ( ) Não aproveita ( ) Curtume ( ) Intermediário ( ) Mercado local (ao<br />

consumidor)<br />

Dificulda<strong>de</strong>s na comercialização: ( ) Preço ( ) Falta <strong>de</strong> frigoríficos ( ) Longa distância dos<br />

frigoríficos<br />

( ) Falta <strong>de</strong> comprador ( ) Falta <strong>de</strong> curtumes na região ( ) Outras: _____________<br />

Compra ovinos para: ( ) Recria ( ) Para terminação <strong>em</strong> confinamento<br />

Observações que queiram ser realizadas pelo proprietário:<br />

_____________________________________________________________________________________<br />

_____________________________________________________________________________________<br />

_____________________________________________________________________________________<br />

_____________________________________________________________________________________<br />

___________________________________________________________________________________<br />

75


7.2. ANEXO 2<br />

CARACTERÍSTICAS DAS PROPRIEDADES E DACRIAÇAO DE OVINOS DE RACA<br />

DEFINIDA NO ESTADO DA BAHIA OBTIDAS ATRAVÉS DAS RESPOSTAS<br />

1. IDENTIFICAÇÃO DA PROPRIEDADE<br />

FORNECIDAS PELOS QUESTIONÁRIOS<br />

Filiado a associações <strong>de</strong> criadores?<br />

82,99%<br />

1,01% 6,02%<br />

30,72%<br />

17,01%<br />

Quais associações?<br />

62,25%<br />

Sim<br />

Não<br />

ACCOBA<br />

ARCO<br />

Todas<br />

S<strong>em</strong> Resposta<br />

76


7,03% 9,03%<br />

16,07%<br />

Qu<strong>em</strong> gerencia a proprieda<strong>de</strong>?<br />

67,87%<br />

Proprietário<br />

Gerente Técnico<br />

Ambos<br />

S<strong>em</strong> Resposta<br />

Como o proprietário se mantém informado sobre ovinocultura?<br />

11,25%<br />

20,03%<br />

12,47%<br />

17,48%<br />

38,77%<br />

Impressos, Palestras,<br />

Rádio, Televisão e<br />

Internet<br />

Impressos, Palestras,<br />

Televisão e Internet<br />

Impressos, Palestras e<br />

Internet<br />

Apenas Impressos e<br />

Palestras<br />

Quais espécies são criadas na proprieda<strong>de</strong> para fins <strong>de</strong> produção?<br />

65,66%<br />

2,21%<br />

15,66%<br />

14,06%<br />

2,41%<br />

Ovinos e Caprinos<br />

Aves<br />

Ovinos Caprinos e<br />

Bovinos<br />

Ovinos Bovinos e<br />

Equinos<br />

Ovinos e Equinos<br />

77


0,83%<br />

35,80%<br />

10,29%<br />

51,23%<br />

50,79%<br />

Tipo <strong>de</strong> instalações:<br />

63,37%<br />

Possui Pedilúvio na proprieda<strong>de</strong>?<br />

38,48%<br />

Faz irrigação <strong>de</strong> Pastag<strong>em</strong>?<br />

49,21%<br />

Aprisco<br />

Curral<br />

Aprisco e Curral<br />

Não<br />

Sim<br />

S<strong>em</strong> Resposta<br />

Não<br />

Sim<br />

78


76,19%<br />

21,24%<br />

18,76%<br />

Faz adubação <strong>de</strong> Pastag<strong>em</strong>?<br />

33,81%<br />

Tipo <strong>de</strong> pastejo?<br />

78,76%<br />

Tipo <strong>de</strong> Supl<strong>em</strong>entação utilizado:<br />

2,14%<br />

79,10%<br />

Sal<br />

Não<br />

Sim<br />

Rotacionado<br />

Contínuo<br />

Sal + Concentrado +<br />

Volumoso<br />

Sal + Volumoso<br />

79


2. GERENCIAMENTO E MANEJO DO REBANHO<br />

Tipo <strong>de</strong> colostro oferecido aos burregos:<br />

92,78%<br />

7,22%<br />

Ovino<br />

Artificial e/ou bovino<br />

Tipo <strong>de</strong> aleitamento oferecido aos animais jovens:<br />

59,79%<br />

19,59%<br />

80,41%<br />

Destino dado aos animais mortos:<br />

40,21%<br />

Natural<br />

Artificial<br />

Cr<strong>em</strong>a / Enterra<br />

Necropsia<br />

80


Como os animais são i<strong>de</strong>ntificados individualmente?<br />

1,28% 2,06%<br />

75,63%<br />

59,18%<br />

9,90%<br />

11,13%<br />

Métodos <strong>de</strong> reprodução utilizados:<br />

40,82%<br />

Tatuag<strong>em</strong> e medalha<br />

Brinco, Tatuag<strong>em</strong> e<br />

Medalha<br />

Brinco e Tatuag<strong>em</strong><br />

Apenas Tatuag<strong>em</strong><br />

Apenas brinco<br />

Monta Natural<br />

Ins<strong>em</strong>inação<br />

Artificial e/ou<br />

Transferência <strong>de</strong><br />

Embrião<br />

Responsável pelo acompanhamento técnico da proprieda<strong>de</strong>:<br />

27,22%<br />

25,57%<br />

15,46%<br />

31,75%<br />

S<strong>em</strong> Resposta<br />

Veterinário<br />

Técnico Agrícola<br />

Veterinário e Técnico<br />

Agrícola<br />

81


Forma <strong>de</strong> exploração do rebanho:<br />

11,16%<br />

67,56%<br />

21,28%<br />

T<strong>em</strong> ou teve animais importados no rebanho?<br />

53,10%<br />

46,90%<br />

Intensiva<br />

S<strong>em</strong>i-Intensiva<br />

S<strong>em</strong> Resposta<br />

Exige documento sanitário para compra <strong>de</strong> ovinos?<br />

83,74%<br />

16,26%<br />

Não<br />

Sim<br />

Não<br />

Sim<br />

82


84,94%<br />

74,64%<br />

Faz uso <strong>de</strong> Esterqueira?<br />

15,06%<br />

Separa animais por ida<strong>de</strong>?<br />

25,36%<br />

Faz <strong>de</strong>scanso das pastagens?<br />

97,11%<br />

2,89%<br />

Não<br />

Sim<br />

Não<br />

Sim<br />

Não<br />

Sim<br />

83


3,09%<br />

35,88%<br />

Como faz a troca <strong>de</strong> pasto?<br />

9,48%<br />

13,81%<br />

37,74%<br />

Antes e após a<br />

Vermifugação<br />

Não Faz<br />

Possui área <strong>de</strong> quarentena na proprieda<strong>de</strong>?<br />

57,73%<br />

Após a vermifugação<br />

por no mínimo 12h<br />

Permanência mínima<br />

<strong>de</strong> 12h<br />

Após a vermifugação<br />

42,27% Não<br />

39,18%<br />

Faz exames periódicos no rebanho?<br />

60,82%<br />

Sim<br />

Sim<br />

Não<br />

84


Já teve ou t<strong>em</strong> casos <strong>de</strong> Linfa<strong>de</strong>nite Caseosa no rebanho?<br />

10,31%<br />

89,69%<br />

Sim<br />

Não<br />

T<strong>em</strong> ou teve probl<strong>em</strong>as relativos ao nascimento <strong>de</strong> animais?<br />

28,64%<br />

30,67%<br />

73,90%<br />

40,69%<br />

Venda <strong>de</strong> ovinos:<br />

26,10%<br />

Não<br />

Aborto<br />

Animais fracos ou<br />

anômalos<br />

Dentro do Estado<br />

Fora do estado<br />

85

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