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Capa DissertaçãoMARIZA - Pós-Graduação em Ciência Animal nos ...

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Universidade Federal da Bahia<br />

Escola de Medicina Veterinária<br />

Programa de <strong>Pós</strong> <strong>Graduação</strong> <strong>em</strong> <strong>Ciência</strong> <strong>Animal</strong> <strong>nos</strong> Trópicos<br />

Torta de girassol, oriunda da produção de biodiesel, na<br />

alimentação de cabritos ½ sangue<br />

Mariza Sufiana Faharodine Aly Agy<br />

Salvador-Bahia<br />

2010


Mariza Sufiana Faharodine Aly Agy<br />

TORTA DE GIRASSOL, ORIUNDA DA PRODUÇÃO DE BIODIESEL, NA<br />

ALIMENTAÇÃO DE CABRITOS ½ SANGUE BOER<br />

Orientador: Ronaldo Lopes Oliveira<br />

Co-orientador: Claudio Vaz Di Mambro Ribeiro<br />

Dissertação apresentada à<br />

Universidade Federal da Bahia, como<br />

parte das exigências do Programa de <strong>Pós</strong>-<br />

<strong>Graduação</strong> <strong>em</strong> <strong>Ciência</strong> <strong>Animal</strong> <strong>nos</strong><br />

Trópicos, para obtenção do grau de<br />

Mestre.<br />

Salvador- Bahia<br />

2010


iii


Ao meu irmão “<strong>em</strong> m<strong>em</strong>ória”<br />

Aos meus pais, pelo amor, carinho, dedicação, estímulo e presença constante <strong>em</strong> todos<br />

os momentos da minha vida.<br />

A minha avó, aos meus irmãos e sobrinhos por ser<strong>em</strong> pessoas tão maravilhosas.<br />

Ao meu namorado, que antes de tudo é um grande amigo.<br />

Dedico<br />

iv


AGRADECIMENTOS<br />

A Deus, por me ter concedido a vida, saúde e perseverança necessária para que<br />

chegasse até aqui.<br />

Ao Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM) por me ter dado a<br />

oportunidade de continuar com os estudos.<br />

A universidade Federal da Bahia, <strong>em</strong> especial o curso de <strong>Pós</strong>-graduação <strong>em</strong> <strong>Ciência</strong><br />

<strong>Animal</strong> <strong>nos</strong> Trópicos pela oportunidade de realização do curso de Mestrado.<br />

estudos.<br />

Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientifica - CNPq, pela concessão da bolsa de<br />

Especiais ao professor Ronaldo Lopes Oliveira pelo apoio, excelente orientação,<br />

paciência e contribuição no crescimento muito valioso na minha trajetória acadêmica,<br />

profissional e humana. Um ex<strong>em</strong>plo profissional a seguir.<br />

Ao professor Claudio Vaz Di Mambro Ribeiro pela co-orientação e confiança a<br />

mim dispensadas.<br />

Ao Professor Luiz Fernando pela orientação nas análises estatísticas.<br />

Ao corpo docente do programa de <strong>Pós</strong>-graduação <strong>em</strong> <strong>Ciência</strong> <strong>Animal</strong> <strong>nos</strong> Trópicos,<br />

e do departamento de Zootecnia pelos conhecimentos transferidos.<br />

As secretárias do curso de pós-graduação, Kátia e Angélica, s<strong>em</strong>pre prestativas e<br />

atenciosas, auxiliando-me no que precisava com muita eficiência.<br />

Aos funcionários do Laboratório de Análises Clinicas (LAC) do Hospital<br />

Veterinário por dispensar<strong>em</strong> o analisador bioquímico e por me auxiliar<strong>em</strong> nas análises.<br />

A Rebeca pela colaboração na execução do experimento, tudo seria mais difícil s<strong>em</strong><br />

a sua inestimável ajuda agradeço também pelos valiosos conselhos e ensinamentos.<br />

Aos bolsistas e estagiários: Marcelo, Nivaldo, Laís, Jamille, Soraia, Jéssica,<br />

Amanda e Ravena, pelos momentos felizes compartilhados, pela ajuda e contribuição na<br />

execução do experimento s<strong>em</strong> a qual a realização deste trabalho seria impossível.<br />

Thadeu, Maikal, Luciano e Felicidade, pela grande ajuda <strong>em</strong> todas as fases do<br />

trabalho de dissertação.<br />

Arinalva, s<strong>em</strong>pre prestativa, amiga e pela constante boa disposição, tornando o<br />

ambiente de trabalho mais prazeroso. Agradeço também ao professor Bonina pela sua<br />

alegria contagiante.<br />

v


Hellen pela amizade e carinho.<br />

Joana, Carla e Eliane, pelo acolhimento e amizade incondicional e pelos bons<br />

momentos compartilhados.<br />

A todos os colegas do Laboratório de Nutrição <strong>Animal</strong> (LANA) pelo convívio<br />

agradável, ensinamentos e amizade.<br />

A todos que de uma forma direta ou indireta colaboraram na realização e conclusão<br />

deste trabalho, minha eterna gratidão e reconhecimento.<br />

Muito obrigada!!<br />

vi


SUMÁRIO<br />

LISTA DE ABREVIATURAS.................................................................................. viii<br />

LISTA DE TABELAS............................................................................................... xi<br />

LISTA DE FIGURAS................................................................................................ xii<br />

RESUMO.................................................................................................................... xiv<br />

SUMMARY................................................................................................................ xv<br />

1. INTRODUÇÃO...................................................................................................... 12<br />

2. REVISÃO DE LITERATURA.............................................................................. 13<br />

2.1. Caprinocultura de corte.......................................................................................<br />

2.2. Torta de girassol oriunda da produção de biodiesel ........................................... 14<br />

2.3. Consumo e digestibilidade dos nutrientes........................................................... 17<br />

2.4. Parâmetros sanguíneos........................................................................................ 18<br />

2.5. Comportamento ingestivo............................................................................... 19<br />

2.6. Parâmetros fisiológicos e bioclimatológicos....................................................... 20<br />

3. ARTIGOS CIENTÍFICOS..................................................................................... 22<br />

3.1. Des<strong>em</strong>penho produtivo de cabritos ½ sangue Boer submetidos a dietas com<br />

níveis de torta de girassol oriunda da produção de biodiesel.............................. 22<br />

RESUMO.................................................................................................................... 22<br />

SUMMARY................................................................................................................ 23<br />

Introdução................................................................................................................... 24<br />

Material e Métodos..................................................................................................... 25<br />

Resultados e Discussão............................................................................................... 31<br />

Referências Bibliográficas.......................................................................................... 43<br />

3.2. Comportamento ingestivo e bioclimatológico <strong>em</strong> cabritos ½ sangue Boer<br />

submetidos a dietas com níveis de torta de girassol oriunda da produção de<br />

biodiesel......................................................................................................... 46<br />

RESUMO.................................................................................................................... 46<br />

SUMMARY................................................................................................................ 47<br />

Introdução................................................................................................................... 48<br />

Material e Métodos..................................................................................................... 50<br />

Resultados e Discussão............................................................................................... 55<br />

Referências Bibliográficas.......................................................................................... 61<br />

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................. 64<br />

5. REFERÊNCIAS BIBLIÓGRAFICAS................................................................... 65<br />

13<br />

vii


LISTA DE ABREVIATURAS<br />

CA- Conversão alimentar<br />

CAMS- Conversão alimentar da matéria seca<br />

CACNF- Conversão alimentar carboidratos não fibrosos<br />

CAEM- Conversão alimentar energia metabolizável<br />

CANDT- Conversão alimentar nutrientes digestíveis totais<br />

CAPB- Conversão alimentar proteína bruta<br />

CD- Coeficiente de digestibilidade<br />

CDCNF- Coeficiente de digestibilidade de carboidratos não fibrosos<br />

CDEE- Coeficiente de digestibilidade de extrato etéreo<br />

CDFDA- Coeficiente de digestibilidade fibra <strong>em</strong> detergente ácido<br />

CDFDN- Coeficiente de digestibilidade de fibra <strong>em</strong> detergente neutro<br />

CDMO- Coeficiente de digestibilidade da matéria orgânica<br />

CDMS- Coeficiente de digestibilidade de matéria seca<br />

CDPB- Coeficiente de digestibilidade de proteína bruta<br />

CNF- Carboidratos não fibrosos<br />

CNFD- Carboidratos não fibrosos digestíveis<br />

CV- Coeficiente de variação<br />

EBDA- Empresa baiana de desenvolvimento agrícola<br />

ED- Energia digestível<br />

EE- Extrato etéreo<br />

EED- Extrato etéreo digestível<br />

EI- Eficiência de ingestão<br />

EIFDN- Eficiência de ingestão da fibra <strong>em</strong> detergente neutro<br />

EIMS- Eficiência de ingestão da matéria seca<br />

viii


EM- Energia metabolizável<br />

ERFDN- Eficiência de ruminação da fibra <strong>em</strong> detergente neutro<br />

ERU- Eficiência de ruminação<br />

ERUMS- Eficiência de ruminação da matéria seca<br />

FC- Freqüência respiratória<br />

FC- Frequência cardíaca<br />

FDA- Fibra <strong>em</strong> detergente ácido<br />

FDA- Fibra <strong>em</strong> detergente neutro<br />

FDN- Fibra <strong>em</strong> detergente neutro<br />

FDND- Fibra <strong>em</strong> detergente neutro digestível<br />

FR- Freqüência respiratória<br />

PV 0,75 - Peso metabólico<br />

GPD- Ganho de peso diário<br />

ITGU- Índice de t<strong>em</strong>peratura de globo e umidade<br />

MM- Matéria mineral<br />

MO- Matéria orgânica<br />

MS- Matéria seca<br />

NIDA- Nitrogênio insolúvel <strong>em</strong> detergente ácido<br />

NIDIN- Nitrogênio insolúvel <strong>em</strong> detergente neutro<br />

PB- Proteína bruta<br />

PBD- Proteína bruta digestível<br />

PC- Peso corporal<br />

PDR- Proteína degradável no rúmen<br />

R 2 - Coeficiente de determinação<br />

Ta- T<strong>em</strong>peratura ambiente<br />

ix


Tgn- T<strong>em</strong>peratura de globo negro<br />

TI- T<strong>em</strong>po de ingestão<br />

TMT- T<strong>em</strong>po de mastigação total<br />

Tpo- T<strong>em</strong>peratura de ponto de orvalho<br />

TR- T<strong>em</strong>peratura retal<br />

TRU- T<strong>em</strong>po de ruminação<br />

TS- T<strong>em</strong>peratura superficial<br />

URA- Umidade relativa do ar<br />

x


LISTA DE TABELAS<br />

ARTIGO 1<br />

1. Proporção dos ingredientes nas dietas experimentais ... ..............................................26<br />

2. Composição bromatológica dos ingredientes das dietas experimentais.. ....................28<br />

3. Composição bromatológica das dietas experimentais ............................................... 28<br />

4. Consumos das frações nutricionais e de água por cabritos ½ sangue Boer<br />

submetidos a dietas com níveis de torta de girassol ................................................. 33<br />

5. Coeficientes de digestibilidade (CD) das frações nutricionais por cabritos ½ sangue<br />

Boer submetidos a dietas com níveis de torta de girassol ........................................ 35<br />

6. Concentração de N-uréico e glicose plasmático (mg/dL) <strong>em</strong> cabritos cabritos ½<br />

sangue Boer submetidos a dietas com níveis de torta de girassol ............................. 37<br />

7. Conversão alimentar (CA) de frações nutricionais por cabritos ½ sangue Boer<br />

submetidos a dietas com níveis de torta de girassol............. .....................................40<br />

8. Custos com alimentação de cabritos ½ sangue Boer submetidos a dietas com níveis<br />

de torta de girassol .................................................................................................. 40<br />

9. Avaliação econômica dos custos com alimentação de cabritos ½ sangue Boer<br />

submetidos a dietas com níveis de torta de girassol ................................................. 41<br />

ARTIGO 2<br />

1. Proporção dos ingredientes nas dietas experimentais ............................................... 51<br />

2. Composição bromatológica dos ingredientes das dietas experimentais......................52<br />

3. Composição bromatológica das dietas experimentais ... ..............................................52<br />

4. Consumo de matéria seca (MS), consumo de fibra <strong>em</strong> detergente neutro (FDN) e<br />

comportamento ingestivo <strong>em</strong> cabritos ½ sangue Boer submetidos a dietas com níveis<br />

de torta de girassol ....... ..............................................................................................56<br />

5. Valores médios de t<strong>em</strong>peratura de globo negro (TGN), umidade relativa (UR),<br />

t<strong>em</strong>peratura do ponto de orvalho (Tpo), índice de t<strong>em</strong>peratura do globo e umidade<br />

(ITGU), índice de t<strong>em</strong>peratura e umidade (ITU), t<strong>em</strong>peratura ambiente (TA) <strong>nos</strong><br />

tur<strong>nos</strong> de manhã e da tarde...................................................................................... 58<br />

xi


6. Variáveis fisiológicas <strong>em</strong> cabritos ½ sangue Boer submetidos a dietas com níveis de<br />

torta de girassol ...................................................................................................... 59<br />

xii


LISTA DE FIGURAS<br />

ARTIGO 1<br />

1. Concentração de glicose plasmático <strong>em</strong> cabritos ½ sangue Boer submetidos a dietas<br />

com níveis de torta de girassol <strong>em</strong> função do t<strong>em</strong>po pós-prandial ........................... 38<br />

2. Ganho de peso médio diário de cabritos ½ sangue Boer submetidos a dietas com<br />

níveis de torta de girassol........................................................................................ 39<br />

ARTIGO 2<br />

1. a) T<strong>em</strong>po de ingestão (min/período); b) T<strong>em</strong>po de ingestão (min/dia) <strong>em</strong> cabritos ½<br />

sangue Boer submetidos a dietas com níveis de torta de girassol ............................. 58<br />

xiii


RESUMO<br />

AGY, M.S.F.A.; Torta de girassol oriunda da produção de biodiesel na alimentação<br />

de cabritos ½ sangue Boer. Salvador, Bahia, 72p. Dissertação (Mestrado <strong>em</strong> <strong>Ciência</strong><br />

<strong>Animal</strong> <strong>nos</strong> Trópicos)- Escola de Medicina Veterinária, Universidade Federal da Bahia,<br />

2010.<br />

Com a realização do presente experimento objetivou-se conhecer o melhor nível de<br />

inclusão da torta de girassol na dieta de cabritos, por intermédio do consumo,<br />

digestibilidade, parâmetros sanguíneos, bioclimatológicos, comportamento ingestivo e<br />

des<strong>em</strong>penho produtivo. Foram utilizados 32 cabritos ½ sangue Boer, machos não<br />

castrados de quatro a cinco meses de idade e peso vivo médio inicial de 15,3±3,2kg. O<br />

experimento teve a duração de 68 dias, sendo sete dias de adaptação dos animais às<br />

dietas, às instalações e ao manejo. As dietas foram isonitrogenadas e a relação<br />

concentrado: volumoso de 50%. O delineamento experimental foi inteiramente<br />

casualizado, com quatro tratamentos (0; 8; 16 e 24% da torta de girassol na matéria seca<br />

da dieta) e oito repetições. A quantidade do alimento ofertado e as respectivas sobras<br />

foram pesadas diariamente para determinação do consumo diário por animal. Do 40 o a<br />

43 o dias do período experimental, realizou-se o ensaio de digestibilidade, quando<br />

ocorreu coleta total das fezes durante três dias consecutivos para a estimativa dos<br />

coeficientes de digestibilidade. A cada 15 dias do período experimental, foram<br />

registrados os t<strong>em</strong>pos gastos com as atividades de ruminação, ócio e ingestão a<br />

intervalos de cinco minutos, durante vinte quatro horas integrais para a determinação do<br />

comportamento ingestivo. Para a determinação do ganho de peso médio diário (GPD) e<br />

a conversão alimentar (CA), os animais foram pesados no inicio e a cada 14 dias do<br />

período experimental. Os consumos de matéria seca (MS) e proteína bruta (PB)<br />

expressos <strong>em</strong> grama por dia (g/dia), porcentag<strong>em</strong> peso corporal (%PC) e grama por<br />

quilograma de peso metabólico (g/kg PV 0,75 ), e o consumo de energia metabolizável<br />

(EM) <strong>em</strong> megacaloria dia (Mcal/dia), não foram influenciados pela inclusão da torta de<br />

girassol, assim como os consumos de fibra <strong>em</strong> detergente neutro (FDN), lignina e fibra<br />

<strong>em</strong> detergente ácido (FDA) g/dia apresentaram comportamento s<strong>em</strong>elhante, enquanto<br />

que comportamento linear crescente foi observado para os consumos de FDN, FDA e<br />

lignina <strong>em</strong> (%PC) e (g/kg PV 0,75 ). Os consumos de extrato etéreo (EE) sofreram efeito<br />

linear crescente e os de carboidratos não-fibrosos (CNF) decrescente. Os coeficientes de<br />

digestibilidade de MS, MO e CNF reduziram linearmente com a inclusão da torta de<br />

girassol e não afetou os coeficientes de digestibilidade da FDN, FDA e EE. As<br />

concentrações de N-uréico e glicose não sofreram efeito <strong>em</strong> função das dietas. A<br />

concentração de N-uréico plasmático não foi influenciada pelas horas pós-prandial, no<br />

entanto, para concentração de glicose observou-se comportamento quadrático. Os<br />

t<strong>em</strong>pos despendidos <strong>em</strong> ruminação, <strong>em</strong> ócio, assim como o t<strong>em</strong>po de mastigação total,<br />

não foram afetados pelas dietas, porém o t<strong>em</strong>po de ingestão (min/período) e o t<strong>em</strong>po de<br />

ingestão (min/dia) sofreram efeito linear crescente. As eficiências de ruminação da<br />

matéria seca, da fibra <strong>em</strong> detergente neutro, eficiências de ingestão da matéria seca e<br />

fibra <strong>em</strong> detergente neutro não foram influenciadas pelos tratamentos. Para o ganho de<br />

peso médio diário (GPD) observou-se efeito linear decrescente e as conversões<br />

alimentares de MS, de PB, de FDN, de CNF e de EM sofreram efeito linear crescente.<br />

A torta de girassol pode ser incluída nas dietas de cabritos ½ Boer até ao nível de 8%.<br />

xiv


SUMMARY<br />

AGY, M.S.F.A.; Sunflower cake resulting from biodiesel production in feeding<br />

crossbred Boer goats. Salvador, Bahia, 72p. Dissertação (Mestrado <strong>em</strong> <strong>Ciência</strong> <strong>Animal</strong><br />

<strong>nos</strong> Trópicos)- Escola de Medicina Veterinária, Universidade Federal da Bahia, 2010.<br />

The objective of the present experiment was to determine the best level of sunflower<br />

cake inclusion in diet for goats, by assessing the intake, digestibility, blood and<br />

bioclimatic parameters, ingestion behavior and productive performance. Thirty-two<br />

intact male crossbred Boer goats were used aged four to five months with 15.3±3.2kg<br />

initial mean live weight. The experiment lasted 68 days, with the first seven days for the<br />

animals to adapt to the diets, installations and manag<strong>em</strong>ent. The diets were isonitrogen<br />

and the concentrate:bulk ratio was 50%. A complete randomized block design was used<br />

with four treatments (0, 8, 16 and 24% sunflower cake on the diet dry matter) and eight<br />

replications. The quantity of food offered and the respective orts were weighed to daily<br />

to determine the daily intake per animal. From the 40th to the 43rd day of the<br />

experimental period, the digestibility experiment was carried out by total feces<br />

collection for three consecutive days to estimate the coefficients of digestibility.<br />

Records were made every 15 days in the experimental period of the time spent on the<br />

activities of rumination, idling and ingestion at five-minute intervals over 24 hours to<br />

determine the ingestion behavior.The mean daily weight gain (MDG) and food<br />

conversion (FC) were determined by weighing the animals at the start of the experiment<br />

and then every 14 days during the experimental period. The intakes of dry matter (DM)<br />

and crude protein (CP) expressed in gram per day (g/day), body weight percentage<br />

(%BW) and gram per kilogram of metabolic weight (g/kg LW 0.75 ) and metabolizable<br />

energy intake (ME) in mega calories (Mcal/day) were not influenced by sunflower cake<br />

inclusion, while the intakes of neutral detergent fiber (NDF) and acid detergent fiber<br />

(ADF) presented increasing linear performance in (%BW) and (g/kg LW 0.75 ). Ether<br />

extract (EE) intakes had a growing linear effect and the non-fibrous carbohydrates<br />

(NFC) a decreasing linear effect. The coefficients of digestibility of DM, OM and NFC<br />

decreased linearly with the inclusion of sunflower cake but the coefficients of<br />

digestibility of NDF, ADF and EE were not affected. The rumination and idling times<br />

and the total chewing time were not affected by the diets, but an increasing linear effect<br />

was observed for the ingestion time (min/period) and the ingestion time (min/day). The<br />

rumination efficiencies of dry matter and neutral detergent fiber, the ingestion<br />

efficiencies of the of dry matter and neutral detergent fiber were not influenced by the<br />

treatments. A decreasing linear effect was observed for the mean daily weight gain<br />

(MDG) and the food conversions of DM, CP, NDF, FNC and TND had an increasing<br />

linear effect. The sunflower cake can be added up to 8% in the diets of crossbred Boer<br />

goats.<br />

xv


Sist<strong>em</strong>a de Bibliotecas - UFBA<br />

Agy, Mariza Sufiana Faharodine Aly.<br />

Torta de girassol, oriunda da produção de biodiesel, na alimentação de cabritos ½ sangue<br />

boer / Mariza Sufiana Faharodine Aly Agy. - 2010.<br />

72 f.<br />

Orientador: Prof. Dr. Ronaldo Lopes Oliveira.<br />

Co-orientador: Prof. Dr. Claudio Vaz Di Mambro Ribeiro.<br />

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal da Bahia, Escola de Medicina Veterinária,<br />

Salvador, 2010.<br />

1. Capri<strong>nos</strong> - Alimentação. I. Oliveira, Ronaldo Lopes. II. Ribeiro, Claudio Vaz Di Mambro.<br />

III. Universidade Federal da Bahia. Escola de Medicina Veterinária. IV. Título.<br />

CDD - 636.089<br />

CDU - 636.39


1. INTRODUÇÃO<br />

A caprinocultura é uma das atividades exploração pecuária <strong>em</strong> grande desenvolvimento<br />

no Nordeste Brasileiro face a grande d<strong>em</strong>anda quantitativa e qualitativa da carne caprina<br />

por parte do mercado interno e externo, e pela importância sócio-econômica que a sua<br />

produção traz a população local.<br />

A região Nordestina abriga o maior efetivo de capri<strong>nos</strong> a nível nacional, com<br />

aproximadamente 9,4 milhões de cabeças presentes no país, o Nordeste possui <strong>em</strong> torno<br />

de 91% do efetivo nacional e cerca de 33,7% concentra-se no estado da Bahia (IBGE,<br />

2007).<br />

A criação de capri<strong>nos</strong> no Nordeste ainda é feita <strong>em</strong> sist<strong>em</strong>as de manejo, <strong>em</strong> sua maioria,<br />

extensivo e, é fort<strong>em</strong>ente dependente da sazonalidade das pastagens, resultando <strong>em</strong><br />

baixos índices de produção e oferta de produtos de baixa qualidade ao mercado, como<br />

carcaças magras e s<strong>em</strong> acabamento que estão aquém das exigências dos consumidores.<br />

Nesse contexto, a terminação de capri<strong>nos</strong> <strong>em</strong> confinamento é uma alternativa a ser<br />

considerada <strong>em</strong> períodos de baixa disponibilidade de forragens, de modo a obter<br />

melhores índices produtivos e oferecer carne de qualidade e com regularidade ao<br />

mercado consumidor. Porém, para se atingir esse intento, deve-se fornecer aos animais<br />

alimentos que proporcion<strong>em</strong> consumo elevado e adequada absorção de nutrientes<br />

(OLIVEIRA et al., 2007), ou seja, alimentos de alto valor nutricional como<br />

concentrados protéicos/energéticos. Geralmente, o milho e a soja são os principais<br />

ingredientes usados <strong>em</strong> rações de animais terminados <strong>em</strong> confinamento. Todavia, a<br />

oscilação de preços, a concorrência com alimentação humana e monogástricos (aves e<br />

suí<strong>nos</strong>) são os principais entraves na utilização desses produtos sendo necessário avaliar<br />

a possibilidade de substituí-los por alimentos alternativos de menor custo.<br />

O aproveitamento de coprodutos provenientes de agroindústrias e especialmente da<br />

produção de biodiesel na alimentação animal, pode propiciar redução <strong>nos</strong> custos da<br />

alimentação.<br />

A torta de girassol é um dos co-produtos dentre os vários gerados na produção de<br />

biodiesel, é obtida após a extração mecânica do óleo dos grãos de girassol (BALBINOT<br />

et al., 2006; DOMINGUES, 2006; NEIVA JÚNIOR et al., 2007), apresenta teores de<br />

proteína bruta acima de 22,9% e teores de extrato etéreo acima de 6,75% conforme cita<br />

Santos (2008) e de alta degradabilidade ruminal, acima de 90% (BERAN et al., 2005).<br />

12


Vários trabalhos de investigação da qualidade nutricional da torta de girassol têm<br />

mostrado o potencial de utilização desse material na alimentação dos animais<br />

(BALBINOT et al., 2006; NEIVA JÚNIOR et al., 2007). Existe hoje uma variedade de<br />

alimentos que pod<strong>em</strong> ser fornecidos aos ruminantes. Contudo, quando se oferece novas<br />

fontes de alimentos, é imprescindível a sua avaliação e seus efeitos no animal. Embora a<br />

torta de girassol possua alto teor de proteína, poucos estudos <strong>em</strong> relação aos efeitos da<br />

sua adição nas dietas de capri<strong>nos</strong> foram realizados.<br />

Portanto, objetivou-se com este trabalho conhecer o melhor nível de inclusão da torta de<br />

girassol na alimentação de cabritos ½ sangue Boer, por intermédio des<strong>em</strong>penho<br />

produtivo, do consumo, digestibilidade, comportamento ingestivo, parâmetros<br />

sanguíneos e bioclimatológicos.<br />

2. REVISÃO DE LITERATURA<br />

2.1. Caprinocultura de corte<br />

A caprinocultura no Brasil constitui uma importante atividade pecuária, e <strong>nos</strong> últimos<br />

a<strong>nos</strong>, v<strong>em</strong> crescendo de forma acelerada, ocupando importante lugar no Agronegócio<br />

Nacional (SIMPLÍCIO et al., 2003).<br />

O país atualmente encontra-se entre os maiores produtores do mundo, ocupando o 16°<br />

lugar na produção mundial e apresentando um efetivo de aproximadamente 9,4 milhões<br />

de cabeças, dos quais cerca de 8,6 milhões concentram-se no Nordeste, sendo o estado<br />

da Bahia o maior detentor a nível nacional, com efetivo <strong>em</strong> torno de 3,7 milhões de<br />

cabeças (IBGE, 2007).<br />

No Nordeste, a caprinocultura vislumbra-se como uma potencialidade econômica, visto<br />

que os animais se adaptam naturalmente às condições edafoclimáticas do s<strong>em</strong>iárido e<br />

por possuir forte identidade com a cultura da região e com a agricultura familiar<br />

(HOLANDA JÚNIOR & ARAÚJO, 2004). Nesta região, a maioria dos rebanhos t<strong>em</strong><br />

sido explorados principalmente por peque<strong>nos</strong> produtores. A carne e o leite produzidos<br />

constitu<strong>em</strong> uma fonte nutricional e de renda para as comunidades locais (SILVA, 2008).<br />

Todavia, a produção quantitativa e qualitativa ainda é escassa, <strong>em</strong> virtude do sist<strong>em</strong>a de<br />

criação adotado ser predominant<strong>em</strong>ente extensivo, com baixo <strong>em</strong>prego de<br />

conhecimento tecnológico, e com o uso de raças s<strong>em</strong> padrão genético definido e,<br />

13


sobretudo, pela grande dependência de pastagens naturais resultando <strong>em</strong> baixos índices<br />

de produção (GOMES et al., 2007).<br />

A grande d<strong>em</strong>anda da carne caprina no mercado interno e externo leva a uma mudança<br />

de cenário na caprinocultura do Nordeste, observando-se um maior comprometimento<br />

dos grandes e peque<strong>nos</strong> pecuaristas nordesti<strong>nos</strong> <strong>em</strong> melhorar a criação caprina a fim de<br />

aumentar o efetivo, e produzir carne de qualidade, capaz de competir com o mercado<br />

externo e ter aceitação no mercado nacional (OLIVEIRA, et al., 2008).<br />

Portanto, dev<strong>em</strong>-se definir estratégias capazes de melhorar a criação caprina e produzir<br />

carne de qualidade que atenda as exigências do mercado. Silva e Araújo (2000) e<br />

Oliveira et al. (2008) citam que cruzamentos de capri<strong>nos</strong> s<strong>em</strong> padrão racial definido<br />

(SRD) e de raças exóticas como por ex<strong>em</strong>plo, a raça Boer, produz<strong>em</strong> descendências<br />

com maior velocidade de crescimento e com uma elevada qualidade de carcaça.<br />

A terminação de capri<strong>nos</strong> <strong>em</strong> confinamento é outro aspecto bastante vantajoso quando<br />

se quer obter uma maior velocidade de crescimento e redução no t<strong>em</strong>po de abate para<br />

produção de carcaças mais padronizadas e de qualidade superior, o que não se atinge <strong>em</strong><br />

períodos com baixa disponibilidade de forragens. Porém, neste sist<strong>em</strong>a é imperioso o<br />

uso de alimentos de alto valor nutritivo como concentrados protéicos/energéticos que<br />

geralmente elevam os custos de produção.<br />

2.2. Torta de girassol oriunda da produção de biodiesel<br />

A crescente preocupação mundial <strong>em</strong> busca de uma matriz energética alternativa, que<br />

cause me<strong>nos</strong> da<strong>nos</strong> ambientais que os combustíveis fósseis, t<strong>em</strong> despertado grande<br />

atenção à produção e uso de biodiesel, uma vez que com este pode-se reduzir as<br />

<strong>em</strong>issões de poluentes e, conseqüent<strong>em</strong>ente, atenuar os impactos do acúmulo de gases<br />

responsáveis pelo efeito estufa (GOMES, 2007).<br />

A utilização do biodiesel traz vantagens ambientais, uma vez que é uma tecnologia<br />

limpa e renovável, e também vantagens econômicas e sociais. A sua produção e o<br />

cultivo de matérias-primas vão ajudar na criação de novos <strong>em</strong>pregos na agricultura<br />

familiar, principalmente nas regiões mais carentes do país (PEREIRA, 2004). As<br />

principais matérias-primas utilizadas para a produção do biocombustível são: a<br />

mamona, o dendê (palma), o babaçu, o algodão, o girassol, a canola, o amendoim, a<br />

soja, entre outras oleagi<strong>nos</strong>as existentes no país (PARENTE, 2003). O biocombustível<br />

14


também pode ser obtido a partir de óleos residuais (provenientes de cozinhas<br />

industriais) e de gorduras animais (sebo bovino, óleos de peixes, banha de porco, entre<br />

outros).<br />

O biodiesel obtém-se por diferentes processos, tais como o craqueamento, a<br />

esterificação ou pela transesterificação. Atualmente, a transesterificação é o processo<br />

mais utilizado, consistindo na reação química de gorduras ou de óleos vegetais com o<br />

metanol ou etanol, estimulado por uma solução catalisadora (hidróxido de sódio,<br />

hidróxido de potássio ou metilato), obtendo dessa reação ésteres (biodiesel) e a glicerina<br />

(ABDALLA et al., 2008; PARENTE, 2003). Além da glicerina, a cadeia produtiva do<br />

biodiesel gera outros co-produtos como tortas e farelos, que pod<strong>em</strong> agregar valor e se<br />

constituir <strong>em</strong> outras fontes de renda importantes para os produtores ou para elos da<br />

cadeia (ABDALLA et al., 2008).<br />

Mais de 50% dos agricultores familiares que trabalham no plantio da matéria-prima para<br />

o biodiesel no país está concentrada na região do Nordeste, abrindo a perspectiva da<br />

organização de uma cadeia produtiva de biodiesel local, capaz de impulsionar o<br />

desenvolvimento econômico e social da região (MONTEIRO, 2007).<br />

No Estado da Bahia, a produção de oleagi<strong>nos</strong>as é bastante diversificada, o Estado detém<br />

excelentes vantagens competitivas na produção de mamona, soja, girassol, algodão e<br />

dendê, colocando-o assim <strong>em</strong> uma posição bastante favorável no que diz respeito à<br />

produção de óleos vegetais para a produção de biodiesel (PROBIODIESEL, 2009).<br />

No que se refere ao plantio de girassol, exist<strong>em</strong> no Estado da Bahia <strong>em</strong>presas que<br />

desenvolv<strong>em</strong> pesquisas com essa cultura, como a Fundação Bahia e a Empresa Baiana<br />

de Desenvolvimento Agrícola (EBDA) que facultam informações que auxiliam o<br />

desenvolvimento da cultura de girassol. Embora o cultivo do girassol no Estado seja<br />

ainda pouco tecnificado, a área cultivada cresceu de 12.000 para 20.000 ha de 2006 para<br />

2008, e a produção evoluiu de 4.000 para 14.000 toneladas no mesmo período, surgindo<br />

grande perspectiva de aumento da área de produção de girassol na Bahia devido a sua<br />

maior utilização na produção de biodiesel (LEITE et al., 2007).<br />

No Brasil, a cultura de girassol está distribuída <strong>em</strong> todo território nacional devido a sua<br />

ampla adaptação a diferentes condições climáticas, como tolerância a seca, a geadas e<br />

ao calor quando comparada à maioria das espécies normalmente cultivadas no país<br />

(FAGUNDES, 2002).<br />

15


A cultura do girassol v<strong>em</strong> sendo utilizada, principalmente, para extração de óleo para a<br />

produção de biodiesel e para o consumo humano, e é considerado, dentre os óleos<br />

vegetais, como o de melhor qualidade nutricional devido a sua riqueza <strong>em</strong> ácidos graxos<br />

poliinsaturados (65,3%), principalmente o ácido linoléico, óleo essencial e, portanto,<br />

não sintetizado pelo organismo humano (CASTRO, 2007).<br />

Após a extração do óleo dos grãos de girassol por presang<strong>em</strong> a frio gera-se a torta de<br />

girassol, co-produto com teores de proteína bruta acima de 22,9% e valores de extrato<br />

etéreo acima de 6,75% na matéria seca (SANTOS, 2008). Todavia o conteúdo do<br />

extrato etéreo pode variar dependendo do cultivar, do tipo e regulag<strong>em</strong> da prensa<br />

utilizada (SOUZA et al., 2009).<br />

A facilidade da extração do óleo dos grãos de girassol por prensag<strong>em</strong> permite o uso de<br />

miniprensas para o esmagamento dos grãos. Devido ao baixo custo e fácil manuseio, as<br />

miniprensas são ideais para pequenas propriedades e cooperativas, surgindo como uma<br />

alternativa economicamente viável para produtores familiares que cultivam o girassol e<br />

outras oleagi<strong>nos</strong>as de fácil processamento, pela receita obtida com a venda do óleo e a<br />

utilização da torta na alimentação animal, agregando valor à cultura do girassol<br />

(OLIVEIRA & VIEIRA 2004).<br />

No processo de extração de óleo dos grãos de girassol por prensag<strong>em</strong> a frio, consegue-<br />

se obter <strong>em</strong> média 1/3 de óleo <strong>em</strong> relação ao peso total dos grãos, tendo como o restante<br />

a torta (OLIVEIRA & CACER, 2003). Os teores elevados de proteína, obtidos nas<br />

análises bromatológicas da torta de girassol, suger<strong>em</strong> que este co-produto pode ser<br />

utilizado como fonte alimentar para os ruminantes, substituindo fontes de alimentos<br />

tradicionais como o farelo de soja (BALBINOT et al., 2006; DOMINGUES, 2006;<br />

NEIVA JÚNIOR et al., 2007; OLIVEIRA et al., 2007).<br />

Neiva Júnior et al. (2007), ao determinar as características bromatológicas de<br />

subprodutos agroindustriais do biodiesel na alimentação de ruminantes, observou na<br />

torta de girassol valores de 93,3% de matéria seca; 31,3% de proteína bruta; 21,6% de<br />

extrato etéreo; 48,4 % de fibra <strong>em</strong> detergente neutro; 35,1% de fibra <strong>em</strong> detergente<br />

ácido; 5,0% de cinzas e 95,0% de matéria orgânica.<br />

A ausência de uniformidade na composição da torta, principalmente quanto aos teores<br />

tanto de extrato etéreo como de fibra <strong>em</strong> detergente neutro e de fibra <strong>em</strong> detergente<br />

ácido, exige atenção no momento da formulação das rações, a fim de evitar influência<br />

16


negativa sobre o consumo e digestibilidade dos nutrientes, o que poderá prejudicar o<br />

des<strong>em</strong>penho dos animais (OLIVEIRA et al., 2007).<br />

No Brasil, é restrito o conhecimento sobre os resultados da inserção da torta de girassol<br />

na alimentação de capri<strong>nos</strong>, porém os efeitos da adição da torta de girassol nas dietas de<br />

aves, suí<strong>nos</strong> e bovi<strong>nos</strong> v<strong>em</strong> sendo estudados por diversos autores (DOMINGUES, 2006;<br />

SANTOS et al., 2009). Souza (2009) afirma que a utilização da torta de girassol na<br />

alimentação de ruminantes propicia redução no custo da alimentação, constituindo<br />

também uma alternativa sustentável de reaproveitamento de matéria orgânica de orig<strong>em</strong><br />

vegetal na cadeia produtiva da carne e do leite, evitando a contaminação ambiental,<br />

colaborando com a preservação dos recursos naturais e contribuir economicamente na<br />

cadeia produtiva do biodiesel e consistir <strong>em</strong> mais uma fonte de renda importante para os<br />

produtores.<br />

2.3. Consumo e digestibilidade de nutrientes<br />

O interesse de profissionais e produtores <strong>em</strong> melhorar a eficiência de utilização de<br />

nutrientes pelos ruminantes t<strong>em</strong> incentivado estudos para avaliar alimentos utilizando<br />

dietas balanceadas (OLIVEIRA et al., 2009).<br />

O consumo é um dos parâmetros importantes na avaliação de alimentos e de dietas uma<br />

vez que determina o nível de nutrientes ingeridos pelo animal e, por conseguinte, o<br />

des<strong>em</strong>penho animal (VAN SOEST, 1994).<br />

Mertens (1994) afirma que o consumo é controlado por fatores físicos e fisiológicos e<br />

que o fator físico refere-se à distensão física do rúmen-retículo e o fisiológico é<br />

regulado pelo balanço energético.<br />

Quando a densidade energética da ração é baixa (alto teor de fibra), o consumo é<br />

limitado pelo efeito de enchimento ou repleção ruminal. Para densidade energética alta,<br />

(baixa concentração de fibra) <strong>em</strong> relação às exigências do animal, o consumo será<br />

limitado pelo atendimento do requerimento energético do animal (MERTENS, 1987).<br />

De acordo com Mertens (1992), o consumo é função do alimento (densidade energética,<br />

necessidade de mastigação, capacidade de enchimento, etc.), do animal (peso vivo,<br />

variação do peso vivo, estado fisiológico, nível de produção etc.) e das condições de<br />

alimentação (espaço no cocho, disponibilidade de alimento, t<strong>em</strong>po de acesso ao<br />

alimento, freqüência de alimentação, entre outros).<br />

17


A digestibilidade é outro fator importante na avaliação de alimentos e é definida como<br />

processo de degradação de macromoléculas dos alimentos <strong>em</strong> compostos mais simples,<br />

que pod<strong>em</strong> ser absorvidos apartir dos diversos compartimentos do trato gastrintestinal.<br />

A composição dos alimentos e das dietas, efeito associativo entre alimentos, preparo e<br />

forma de arraçoamento, taxa de degradabilidade e relação proteína:energia são os<br />

inúmeros fatores que pod<strong>em</strong> influenciar a digestão dos alimentos (VAN SOEST, 1994).<br />

Segundo Silva e Leão (1979), a digestibilidade do alimento representa a capacidade do<br />

aproveitamento dos seus nutrientes pelo animal <strong>em</strong> maior ou menor escala. Essa<br />

capacidade é expressa pelo coeficiente de digestibilidade do nutriente, sendo uma<br />

característica do alimento e não do animal.<br />

Portanto, o coeficiente de digestibilidade indica a quantidade percentual de cada<br />

nutriente do alimento que o animal t<strong>em</strong> condições de utilizar e é determinado pela<br />

diferença entre as quantidades de nutrientes consumidas e as excretadas nas fezes<br />

(SILVA & LEÃO, 1979; VAN SOEST, 1994).<br />

2.4. Parâmetros sanguíneos<br />

A uréia é um produto de excreção do metabolismo do nitrogênio <strong>em</strong> mamíferos e a sua<br />

determinação <strong>em</strong> amostras de soro sanguíneo, na urina e no leite permite avaliar o status<br />

nutricional dos animais, principalmente o equilíbrio entre energia e proteína,<br />

(VALADARES et al., 1999; MARINI & VAN AMBURGH, 2003).<br />

Nos ruminantes a proteína dietética é transformada <strong>em</strong> amônia no rúmen e as bactérias<br />

ruminais, <strong>em</strong> sua maioria, utilizam essa amônia como fonte de nitrogênio para o seu<br />

crescimento na presença de fontes energéticas prontamente disponíveis.<br />

Quando a amônia presente no rúmen está <strong>em</strong> quantidades acima da capacidade de<br />

utilização pelos microrganismos, a sua absorção ocorre pela parede ruminal e é<br />

conduzida através da circulação portal até ao fígado, sendo ali convertida <strong>em</strong> uréia<br />

através do ciclo da uréia, retornando à corrente sanguínea, no qual uma parte é<br />

excretada por via renal e uma fração volta ao rúmen através da saliva, ou por difusão na<br />

parede ruminal, reintegrando-se ao ciclo (VISEK, 1984; HUNTINGTON &<br />

ARCHIBEQUE, 1999).<br />

Contudo, a concentração de uréia no sangue é variável, e é influenciada pela taxa de<br />

produção de amônia ruminal que se eleva <strong>em</strong> casos de deficiência energética e excesso<br />

18


de proteína degradável no rúmen ou o não sincronismo da degradação da proteína e de<br />

carboidratos no rúmen (BAKER & CHALUPA, 1995). Desta forma, a concentração<br />

plasmática da uréia t<strong>em</strong> relação direta com o aporte protéico da ração, da relação<br />

energia e proteína b<strong>em</strong> como do não sincronismo entre a degradação da proteína e de<br />

carboidratos no rúmen (OLTNER & WIKTORSSON,1983; BAKER et al., 1995).<br />

Já a glicose sanguínea é um metabólito vital às necessidades energéticas dos vários<br />

tecidos do organismo de ruminantes, principalmente dos tecidos nervoso, muscular,<br />

adiposo, das glândulas mamárias e o do feto (GONZÁLEZ & SCHEFFER, 2002), e<br />

com ela pode-se avaliar o status energético do animal.<br />

Nos ruminantes, o fígado é o órgão responsável pela síntese da glicose que é produzida<br />

apartir de moléculas precursoras na via da gliconeogênese. O ácido propiônico e<br />

aminoácidos gliconeogênicos são os precursores da glicose e contribu<strong>em</strong> <strong>em</strong> 50% e<br />

25%, respectivamente, do requerimento de glicose pelo organismo dos ruminantes<br />

(GONZÁLEZ & SCHEFFER, 2002).<br />

2.5. Comportamento Ingestivo<br />

O conhecimento do comportamento ingestivo é uma ferramenta importância na nutrição<br />

animal. É determinado principalmente pelo t<strong>em</strong>po despendido <strong>em</strong> alimentação,<br />

ruminação, ócio, eficiência de alimentação e de ruminação (DADO & ALLEN, 1995).<br />

O acompanhamento e monitoramento dessas atividades possibilitam avaliar as dietas e<br />

os alimentos. Segundo Campbell et al. (1992), o comportamento ingestivo pode ser<br />

afetado por fatores ligados ao alimento, ao ambiente e ao animal. Dentre os parâmetros<br />

do comportamento ingestivo, o t<strong>em</strong>po despendido <strong>em</strong> ruminação é influenciado pela<br />

característica da dieta, sendo proporcional ao teor de parede celular dos volumosos,<br />

todavia, a eficiência de ruminação ou mastigação pode ser reduzida <strong>em</strong> dietas com<br />

elevado tamanho de partícula e alto teor de fibra, tendo <strong>em</strong> vista a maior dificuldade<br />

para reduzir o tamanho das partículas originadas destes materiais fibrosos (VAN<br />

SOEST, 1994).<br />

Outro aspecto relevante relacionado ao comportamento ingestivo é que ruminantes <strong>em</strong><br />

confinamento, quando alimentados duas vezes ao dia, as refeições que se segu<strong>em</strong> à<br />

distribuição do alimento são mais importantes e duram de 1 a 3 horas cada. Esses<br />

períodos gastos com alimentação são intercalados com um ou mais períodos de<br />

19


uminação ou de ócio, sendo mais prolongada a ruminação durante a noite, podendo<br />

variar de acordo com o indivíduo, quanto à duração e a divisão das atividades de<br />

ingestão de alimento que parec<strong>em</strong> estar relacionadas ao apetite dos animais, das<br />

diferenças anatômicas e ao suprimento das exigências energéticas ou repleção ruminal,<br />

que seriam influenciadas pela relação volumoso:concentrado da dieta (FISCHER et al.,<br />

1998).<br />

De acordo com Santos (1994), o caprino possui características peculiares mesmo criado<br />

<strong>em</strong> sist<strong>em</strong>a de confinamento. Tal animal expressa sua característica seletiva dedicando a<br />

maior parte do t<strong>em</strong>po à atividade relacionada à alimentação, com uma constante procura<br />

pelo alimento e exercício acentuado de seleção, apresentando também comportamento<br />

inquieto <strong>em</strong> relação às instalações referentes ao cocho e ao bebedouro, entre outros.<br />

Contudo, os ruminantes têm a capacidade de se adaptar<strong>em</strong> às diversas condições de<br />

alimentação, manejo e ambiente, e de modificar<strong>em</strong> o comportamento ingestivo de modo<br />

a alcançar<strong>em</strong> e manter<strong>em</strong> determinados níveis de consumo, compatíveis com as suas<br />

exigências nutricionais (HODGSON, 1990).<br />

2.6. Parâmetros fisiológicos e bioclimatológicos<br />

Os animais para ter<strong>em</strong> máxima produtividade depend<strong>em</strong> de uma faixa de t<strong>em</strong>peratura<br />

adequada, <strong>em</strong> que não haja gasto de energia ou atividade metabólica para acionar<br />

mecanismos termorreguladores. Os ruminantes são animais classificados como<br />

homeotérmicos, ou seja, apresentam funções fisiológicas que se destinam a manter a<br />

t<strong>em</strong>peratura corporal constante, dentro de determinada faixa de t<strong>em</strong>peratura ambiente,<br />

denominada zona de conforto ou de termo-neutralidade, e isto ocorre com mínima<br />

mobilização dos mecanismos de termo regulação. Nessa situação o animal não sofre<br />

estresse por calor ou frio e ocorre mínimo desgaste, além de melhores condições de<br />

saúde e produtividade (NAAS, 1989; TITO, 1998).<br />

Segundo Lu (1989), a associação de elevadas t<strong>em</strong>peraturas, alta umidade do ar, radiação<br />

solar e velocidade do vento pode causar estresse térmico aos animais, acarretando<br />

alterações fisiológicas e comportamentais, como aumento da t<strong>em</strong>peratura da pele,<br />

elevação da t<strong>em</strong>peratura retal, aumento da freqüência respiratória, redução da ingestão<br />

de alimentos e redução do nível de produção.<br />

20


Baccari Jr. et al. (1996) relata que, além dos parâmetros bioclimatológicos que expõ<strong>em</strong><br />

os animais ao estresse térmico, a ingestão de alimentos também influencia na produção<br />

de calor <strong>nos</strong> ruminantes e que tanto a quantidade quanto a qualidade do alimento<br />

interfer<strong>em</strong> na produção de calor endógeno, com conseqüente aumento das variáveis<br />

fisiológicas. Segundo Gomes (2006) e Neiva et al. (2006) rações compostas<br />

exclusivamente de volumosos resultam <strong>em</strong> maiores t<strong>em</strong>peraturas corporais e freqüência<br />

respiratória elevada <strong>em</strong> relação às rações ricas <strong>em</strong> concentrados.<br />

21


3. ARTIGOS CIENTÍFICOS<br />

ARTIGO 1<br />

Des<strong>em</strong>penho nutricional e produtivo de cabritos ½ sangue Boer submetidos a<br />

dietas com níveis de torta de girassol oriunda da produção de biodiesel<br />

RESUMO: Objetivou-se com este estudo determinar o melhor nível de inclusão da<br />

torta de girassol <strong>em</strong> dietas submetidas a cabritos ½ sangue Boer, por intermédio do<br />

consumo, digestibilidade, parâmetros sanguíneos, ganho de peso, conversão alimentar e<br />

custos com a alimentação. Foram utilizados 32 cabritos, não castrados, de quatro a cinco<br />

meses de idade e peso vivo médio inicial de 15,3 ± 3,2kg, submetidos a quatro níveis de<br />

inclusão da torta de girassol na matéria seca da dieta: 0, 8, 16 e 24%. O experimento<br />

teve duração de 68 dias, com 7 dias de adaptação. O delineamento experimental foi<br />

inteiramente casualizado, com quatro tratamentos e oito repetições. Os consumos de<br />

matéria seca (MS), proteína bruta (PB) expressos <strong>em</strong> grama por dia (g/dia),<br />

porcentag<strong>em</strong> peso corporal (%PC), grama por quilograma de peso metabólico (g/kg<br />

PC 0,75 ) e o consumo de energia metabolizável (EM) <strong>em</strong> megacaloria dia (Mcal/dia), não<br />

foram afetados pelas dietas. Os consumos de fibra <strong>em</strong> detergente neutro (FDN), fibra<br />

<strong>em</strong> detergente ácido (FDA) e lignina <strong>em</strong> g/dia não sofreram efeito, porém, <strong>em</strong> %PC e<br />

g/kgPC 0,75 seguiram comportamento linear crescente. Para o consumo de (EE)<br />

observou-se efeito linear crescente e para o consumo de carboidratos não-fibrosos<br />

(CNF) observou-se comportamento linear decrescente. Os coeficientes de<br />

digestibilidade de MS, MO, e CNF reduziram linearmente com a inclusão da torta de<br />

girassol, enquanto que os coeficientes de digestibilidade da FDN, FDA e EE não<br />

sofreram efeito das dietas. As concentrações de N-uréico e glicose plasmático não<br />

foram afetadas pelas dietas. A concentração de N-uréico plasmático não foi influenciado<br />

pelas horas pós-prandial, no entanto, para concentração de glicose observou-se<br />

comportamento quadrático. O ganho de peso médio diário (GPD) sofreu efeito linear<br />

decrescente e as conversões alimentares de MS, PB, FDN, CNF e NDT sofreram efeito<br />

linear crescente. Os custos de alimentação reduziram com os níveis da torta de girassol.<br />

A torta de girassol pode ser adicionada na dieta de cabritos ½ sangue Boer até ao nível<br />

inclusão de 8%.<br />

Palavras-chave: alimentação, coprodutos, digestibilidade, ruminantes<br />

22


Nutritional and productive performance of crossbred Boer goats fed diets with<br />

different levels of sunflower cake from biodiesel production<br />

SUMMARY: The objective of the present study was to determine the best level of<br />

sunflower cake inclusion in diets offered to crossbred Boer goats, by assessing the<br />

intake, digestibility, blood parameters, weight gain, food conversion and feeding costs.<br />

Thirty-two intact male goats were used, four to five months old with 15.3±3.2kg initial<br />

mean live weight submitted to four levels of sunflower cake inclusion on the dry matter<br />

in the diet: 0, 8, 16 and 24%. The experiment lasted 68 days, with the first seven days<br />

for adaptation. A complete randomized block design was used with four treatments and<br />

eight replications. The intakes of dry matter (DM) and crude protein (CP) expressed in<br />

gram per day (g/day), body weight percentage (%BW), gram per kilogram of metabolic<br />

weight (g/kg LW 0.75 ) and metabolizable energy intake (ME) in megacalorie day<br />

(Mcal/day) were not affected by the diets. The intakes of neutral detergent fiber (NDF),<br />

acid detergent fiber (ADF) in %BW and g/kg LW 0.75 showed an increasing linear<br />

behavior. An increasing linear effect was observed for ether extract (EE) intake and a<br />

decreasing linear performance was observed for the non-fibrous carbohydrate (NFC)<br />

intake. The coefficients of digestibility of DM, MO and NFC decreased linearly with<br />

sunflower cake inclusion, while the coefficients of digestibility of the NDF, ADF and<br />

EE were not influenced by the diets. No effect was observed for the concentration of<br />

serum glucose and urea nitrogen serum. No effect was observed of the diets on the urea<br />

nitrogen serum in the hours after feeding. However, including sunflower cake in the<br />

diets resulted in quadratic performance for the serum glucose concentrations in the<br />

hours after feeding. The mean daily weight gain (MDG) had a decreasing linear effect<br />

and the food conversions of DM, CP, NDF, NFC and ME had increasing linear effect.<br />

The feeding costs decreased with the level of sunflower cake. Including sunflower cake<br />

in the diets reduced the mean daily weight gain and worsened feed conversion in<br />

crossbred Boer goats. Sunflower cake can be added up to 8% in the diets of crossbred<br />

Boer goats.<br />

Keywords: feeding, byproducts, digestibility, ruminants<br />

23


INTRODUÇÃO<br />

A caprinocultura no Nordeste Brasileiro possui relevante papel sócio-econômico e está<br />

voltada principalmente para a produção de carne e leite. Estes produtos constitu<strong>em</strong> de<br />

uma fonte nutricional e de renda principalmente para os peque<strong>nos</strong> produtores<br />

(SIMPLÍCIO, 2003).<br />

A Região detém aproximadamente 8,6 milhões de capri<strong>nos</strong>, o que corresponde a 91%<br />

do efetivo nacional. O estado da Bahia concentra o maior rebanho desta espécie com<br />

cerca de 3,7 milhões de cabeças (IBGE, 2007). Embora o efetivo seja expressivo, o<br />

sist<strong>em</strong>a de criação adotado pelos criadores é predominant<strong>em</strong>ente extensivo. Deparam<br />

com limitações na obtenção de alimentos de qualidade (ricos <strong>em</strong> proteína e energia)<br />

para o rebanho, sobretudo no período de estiag<strong>em</strong> <strong>em</strong> que a oferta de forrag<strong>em</strong> é<br />

escassa, tendo como resultado baixo des<strong>em</strong>penho animal (NOGUEIRA FILHO, 2002).<br />

Essa adversidade leva pecuaristas a utilizar<strong>em</strong> concentrados na alimentação dos<br />

animais, porém, o preço desses alimentos é considerado o ponto crítico na<br />

caprinocultura já que representa um dos maiores componentes do custo de produção<br />

nesta atividade.<br />

Diante disso, os subprodutos da agroindústria têm sido continuamente pesquisados<br />

como opção na alimentação animal, visando à redução dos custos das rações<br />

(ALCALDE, et al., 2009, PIRES et al., 2009 a, b). Trabalhos recentes mostram que co-<br />

produtos oriundos da produção de biodiesel apresentam características nutricionais<br />

adequadas para inclusão na dieta de ruminantes (NEIVA JÚNIOR et al., 2007;<br />

ABDALLA et al., 2008; SOUZA, et al., 2009).<br />

24


A torta de girassol é um dos co-produtos dentre os vários gerados na produção de<br />

biodiesel, é obtida após a extração do óleo dos grãos de girassol por prensag<strong>em</strong> a frio<br />

(BALBINOT et al., 2006; DOMINGUES, 2006; NEIVA JÚNIOR et al., 2007),<br />

apresenta teores de proteína bruta acima de 22,9% e teores de extrato etéreo acima de<br />

6,75% conforme cita Santos (2008).<br />

Existe hoje uma variedade de alimentos que pod<strong>em</strong> ser fornecidos aos ruminantes.<br />

Contudo, quando se oferece novas fontes de alimentos, é imprescindível a sua avaliação<br />

e seus efeitos no animal. Embora a torta de girassol possua alto teor de proteína, poucos<br />

estudos <strong>em</strong> relação aos efeitos da sua adição nas dietas de capri<strong>nos</strong> foram realizados.<br />

Neste contexto objetivou-se com este experimento determinar o melhor nível de<br />

inclusão da torta de girassol na dieta de cabritos ½ sangue Boer, por meio do consumo,<br />

digestibilidade, parâmetros sanguíneos, ganho de peso, conversão alimentar e custos<br />

com a alimentação.<br />

MATERIAL E MÉTODOS<br />

O experimento foi conduzido na Escola de Medicina Veterinária da Universidade<br />

Federal da Bahia, localizada na cidade de Salvador-BA. Foram utilizados 32 cabritos ½<br />

sangue Boer, machos não-castrados, com idade entre quatro a cinco meses e peso vivo<br />

médio inicial de (15,3±3,2 kg). Previamente ao inicio do experimento, os animais foram<br />

pesados, identificados, vacinados contra clostridiose, vermifugados e distribuídos<br />

aleatoriamente <strong>em</strong> baias individuais, medindo 1,0 x 1,0 m, com piso suspenso de<br />

madeira ripada, providas de comedouros e bebedouros.<br />

O período experimental foi de Outubro a Dez<strong>em</strong>bro de 2008, durante 68 dias, sendo os<br />

primeiros sete dias de adaptação dos animais às dietas, às instalações e ao manejo diário e<br />

61 dias de colheita de dados.<br />

25


As dietas foram formuladas para ser<strong>em</strong> isonitrogenadas e formuladas de acordo com o<br />

NRC (2007), para atender as exigências de capri<strong>nos</strong> de raça Boer com 15 kg de peso<br />

corporal e ganho diário de 100 g por animal.<br />

Os tratamentos foram constituídos da inclusão da torta de girassol nas proporções de 0,<br />

8, 16 e 24% na matéria seca da dieta. O concentrado foi composto por farelo de milho,<br />

farelo de soja, torta de girassol e sal mineral. O volumoso, feno Tifton-85 (Cynodon sp)<br />

moído, correspondeu a 50% da dieta (Tabela1).<br />

Tabela 1. Proporção dos ingredientes nas dietas experimentais<br />

Ingrediente<br />

Níveis de inclusão da torta de girassol (%)<br />

0 8 16 24<br />

Farelo de milho 32,91 30,17 27,41 24,69<br />

Farelo de soja 15,40 10,22 5,08 0,00<br />

Torta de girassol 0,00 7,94 15,84 23,65<br />

Pr<strong>em</strong>ix vitamínico mineral ¹ 1,68 1,68 1,67 1,66<br />

Feno Tifton-85 (Cynodon sp) 50,00 50,00 50,00 50,00<br />

¹Níveis de garantia (por kg <strong>em</strong> el<strong>em</strong>entos ativos): cálcio 120,00 g; fósforo 87,00 g; sódio 147,00 g;<br />

enxofre 18,00 g; cobre 590,00 mg; cobalto 40,00 mg; cromo 20,00 mg; ferro 1.800,00 mg; iodo<br />

80,00 mg; manganês 1.300,00 mg; selênio, 15,00 mg; zinco 3.800,00 mg; molibdênio 300,00 mg; flúor<br />

máximo 870,00 mg; Solubilidade do fósforo (P) <strong>em</strong> ácido cítrico a 2% mínimo - 95%.<br />

As dietas foram oferecidas diariamente <strong>em</strong> forma ração total (Volumoso + concentrado)<br />

duas vezes ao dia, as 9 e 16 horas. As sobras foram pesadas diariamente e a quantidade<br />

de alimento fornecido foi reajustada de forma a permitir sobras entre 10 a 20% do<br />

oferecido. A oferta de água foi à vontade e diária. O controle do consumo hídrico foi<br />

efetuado duas vezes por s<strong>em</strong>ana mediante a diferença entre o oferecido e as sobras.<br />

A quantidade de alimento ofertado e as respectivas sobras foram pesadas diariamente<br />

para a determinação do consumo diário de alimento por animal. Essas amostras foram<br />

coletadas três vezes por s<strong>em</strong>ana, acondicionadas <strong>em</strong> sacos plásticos e conservadas no<br />

freezer a -10 o C. Ao final do período experimental, as amostras do alimento oferecido e<br />

26


das sobras foram descongeladas a t<strong>em</strong>peratura ambiente e levadas a estufa de ventilação<br />

forçada a 55°C, por 72 horas para pré-secag<strong>em</strong>. Posteriormente, as amostras foram<br />

moídas <strong>em</strong> moinho com peneira de crivos de 1 mm de diâmetro, foram feitas amostras<br />

compostas por animal, conservadas <strong>em</strong> potes de plástico previamente identificados<br />

prontas para análise bromatológica.<br />

As análises de matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), proteína bruta (PB), extrato<br />

etéreo (EE), matéria mineral (MM), nitrogênio insolúvel <strong>em</strong> detergente neutro (NIDN) e<br />

nitrogênio insolúvel <strong>em</strong> detergente ácido (NIDA), celulose e lignina foram efetuadas de<br />

acordo com os procedimentos da AOAC (1990). Os teores de fibra <strong>em</strong> detergente neutro<br />

(FDN), fibra <strong>em</strong> detergente ácido (FDA) e h<strong>em</strong>icelulose por diferença entre FDN e<br />

FDA foram determinados segundo a metodologia de Van Soest et al. (1991) e os de<br />

CNF calculados conforme Sniffen et al. (1992).<br />

As composições bromatológicas dos ingredientes utilizados nas formulações de rações e<br />

das dietas experimentais constam nas Tabelas 2 e 3.<br />

27


Tabela 2. Composição bromatológica dos ingredientes das dietas experimentais<br />

It<strong>em</strong><br />

Farelo de<br />

milho<br />

Farelo de<br />

soja<br />

Ingredientes<br />

Torta de<br />

girassol<br />

Feno Tifton-85<br />

(Cynodon sp)<br />

Matéria seca (%) 88,57 89,17 91,85 86,81<br />

Matéria orgânica 1 98,86 94,41 94,90 92,65<br />

Cinzas 1 1,14 5,59 5,10 7,35<br />

Proteína bruta 1 7,83 48,73 33,73 6,16<br />

Extrato etéreo 1 4,11 1,93 6,85 1,12<br />

NID 2 neutro (%N total) 10,36 3,84 9,11 39,18<br />

NID 2 ácido (%N total) 3,15 2,18 3,70 18,77<br />

Fibra <strong>em</strong> detergente neutro 1 10,91 10,17 32,23 79,52<br />

Fibra <strong>em</strong> detergente ácido 1 3,58 7,79 26,61 47,60<br />

H<strong>em</strong>icelulose 1 7,33 2,38 5,62 31,91<br />

Celulose 1 2,72 7,16 19,56 38,19<br />

Lignina 1 0,82 0,63 7,05 9,41<br />

Carboidratos não fibrosos 1 76,01 33,58 22,09 5,85<br />

1 % da MS 2 nitrogênio insolúvel <strong>em</strong> detergente<br />

Tabela 3. Composição bromatológica das dietas experimentais<br />

It<strong>em</strong><br />

Níveis de inclusão da torta de girassol (%)<br />

0 8 16 24<br />

Matéria seca (%) 87,97 88,20 88,43 88,65<br />

Matéria orgânica 1 93,41 93,32 93,53 93,18<br />

Cinzas 1 6,59 6,68 6,75 6,82<br />

Proteína bruta 1 13,16 13,10 13,04 12,99<br />

Extrato etéreo 1 2,21 2,54 2,87 3,19<br />

Fibra <strong>em</strong> detergente neutro 1 44,92 46,65 48,37 50,08<br />

Fibra <strong>em</strong> detergente ácido 1 26,18 27,79 29,39 30,98<br />

H<strong>em</strong>icelulose 1 18,73 18,86 18,98 19,09<br />

Lignina 1 5,07 5,58 6,08 6,57<br />

NID 2 neutro (% N total) 23,61 23,83 24,06 24,30<br />

NID 2 ácido (% N total) 10,75 10,85 10,94 11,03<br />

Carboidratos não fibrosos 1 33,11 31,04 28,96 26,92<br />

EM (Mcal/kg) 3 2,30 2,10 2,21 1,96<br />

1 % da MS; 2 nitrogênio insolúvel <strong>em</strong> detergente; 3 Valor estimado, segundo NRC (2001)<br />

28


O consumo individual foi avaliado por meio da média dos 61 dias de dieta fornecida,<br />

descontadas as respectivas sobras. Foram avaliadas as ingestões de MS, MO, PB, FDN,<br />

FDA, CNF, EE e de NDT (nutrientes digestíveis totais), expressas <strong>em</strong> grama/animal/dia<br />

(g/dia), <strong>em</strong> percentag<strong>em</strong> de peso corporal (%PC) e <strong>em</strong> grama por quilograma de peso<br />

metabólico (g/kgPV 0,75 ).<br />

O ensaio de digestibilidade foi realizado na quinta s<strong>em</strong>ana do período experimental,<br />

entre 40 o ao 43 o dia, quando as fezes foram coletadas durante os três dias, duas vezes ao<br />

dia, às 7:00 e 17:00 horas. No mesmo período, o alimento oferecido e as sobras foram<br />

pesados e as amostras foram coletadas para a realização das análises bromatológicas e<br />

determinação do consumo de nutrientes. Para a determinação dos coeficientes de<br />

digestibilidade de MS, MO, PB, FDN, FDA, CNF e EE, utilizou-se o método de coleta<br />

total de fezes, efetuada com auxilio de bolsas coletoras, fixadas aos animais. As bolsas<br />

coletoras foram colocadas aos animais dois dias antes da coleta, para adaptação. O<br />

volume total de fezes por animal foi pesado e uma alíquota de 20% foi retirada, mantida<br />

<strong>em</strong> sacos plásticos previamente identificados e congelados a -10ºC.<br />

No final do período experimental, as amostras, após o descongelamento, foram pesadas<br />

e pré-secas <strong>em</strong> estufa de ventilação forçada a 55°C durante 72 horas. Posteriormente,<br />

foram moídas <strong>em</strong> moinho com peneira de malha (crivos de 1 mm de diâmetro) e delas<br />

foram feitas amostras compostas por animal e conservadas <strong>em</strong> potes de plásticos<br />

identificados prontas para análise bromatológica.<br />

Os coeficientes de digestibilidade (CD) da MS, MO, PB, FDN e FDA foram calculados<br />

utilizando-se a seguinte fórmula: CD = [(nutriente consumido – nutriente nas fezes)/<br />

(nutriente consumido)] x 100.<br />

29


Determinou-se a percentag<strong>em</strong> dos nutrientes digestíveis totais (NDT) pela equação<br />

proposta por Weiss (1999): NDT = PBD + 2,25 x EED + CNFD + FDND, <strong>em</strong> que PBD,<br />

EED, CNFD e FDND são, respectivamente, proteína bruta, extrato etéreo, carboidratos<br />

não fibrosos e fibra <strong>em</strong> detergente neutro digestíveis.<br />

A energia metabolizável (EM) foi calculada seguindo recomendações do NRC vacas de<br />

leite (2001), por meio das equações: (energia digestível) ED = NDT x 0,04409<br />

(Mcal/kg); EM = ED x 0,82. As análises foram realizadas no Laboratório de Nutrição<br />

<strong>Animal</strong> da Escola de Medicina Veterinária, Universidade Federal da Bahia.<br />

Para a determinação de N-uréico e glicose plasmático, amostras de sangue foram<br />

coletadas no 44 o dia do período experimental, por meio de punção do sangue pela veia<br />

jugular. As coletas foram feitas com intervalos de duas horas, sendo a primeira realizada<br />

as 8:00 horas com os animais <strong>em</strong> jejum totalizando no final quatro amostras por animal.<br />

As amostras foram centrifugadas a 2000 x g por 15 minutos para a separação do plasma<br />

sanguíneo, no qual foi acondicionado <strong>em</strong> mini-tubos “eppendorf” e congelado a -10°C.<br />

No final do período experimental as amostras foram descongeladas a t<strong>em</strong>peratura<br />

ambiente. Os teores de uréia e glicose plasmático foram determinados por intermédio de<br />

kits enzimáticos comerciais e a leitura foi efetuada <strong>em</strong> espectrofotômetro, considerando<br />

o pressuposto de que a uréia plasmática contém 45% de nitrogênio.<br />

As pesagens dos animais foram realizadas no início do experimento e a cada 14 dias<br />

precedidas de jejum de sólidos de aproximadamente 16 horas. No último dia do período<br />

experimental os animais foram pesados para obtenção do peso vivo final, do ganho de<br />

peso médio diário (GPD) e da conversão alimentar (CA). A conversão alimentar foi<br />

calculada pela razão entre os consumos das frações analíticas (MS, MO, FDN, CNF e<br />

30


EM) e o ganho de peso diário. No final do período experimental, após a pesag<strong>em</strong>, os<br />

animais foram abatidos <strong>em</strong> frigorífico comercial seguindo as normas sanitárias de abate.<br />

Os custos com alimentação foram calculados mediante os preços de cada ingrediente<br />

praticados no mercado do estado da Bahia, cidade de Salvador, <strong>em</strong> 2008. As receitas<br />

alcançadas corresponderam ao preço de mercado pago por quilograma de carcaça,<br />

multiplicado pelo peso de carcaça <strong>em</strong> cada tratamento. O preço por quilograma de carne<br />

de cabrito no mercado regional foi de R$ 7,00. Após a obtenção dos valores da receita e<br />

do custo com alimentação, efetuou-se o cálculo da lucratividade ou marg<strong>em</strong> bruta com a<br />

venda dos animais. A razão benefício/custo foi utilizada para análise do retorno e para<br />

comparação dos valores do peso de carcaça multiplicados pelo preço do quilograma de<br />

carcaça <strong>em</strong> relação ao valor despendido com alimentação.<br />

O ponto de nivelamento (equilíbrio) e o custo do quilograma de carcaça foram<br />

determinados conforme descrito por Hernandez Perez Jr. et al. (2001).<br />

O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com quatro<br />

tratamentos e oito repetições. Os resultados obtidos foram submetidos a análises de<br />

variância e regressão, utilizando-se o pacote estatístico (SAS, 2004) versão 9.1 com<br />

nível de significância de 5%.<br />

RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

Os consumo de MS expressos <strong>em</strong> g/animal/ dia, %PC e g/kgPV 0,75 , não foi afetado<br />

(P>0,05) pela inclusão da torta de girassol nas dietas (Tabela 4), mesmo com a elevação<br />

do teor de FDN nas dietas (Tabela 3). Provavelmente, o tamanho da fração fibrosa da<br />

torta de girassol, que foi finamente moída para posterior mistura nas rações dos<br />

31


diferentes tratamentos, promoveu trânsito normal da fibra no trato digestório desses<br />

animais s<strong>em</strong> causar enchimento rumino-reticular. Pode-se observar que o consumo<br />

médio de MS g/dia (Tabela 4) foi superior ao consumo de MS de 570 g/dia<br />

recomendados pelo NRC (2007) para ganhos de 100 g/dia <strong>em</strong> capri<strong>nos</strong> de raça Boer de<br />

15 kg. Para ganhos maiores torna-se necessário maior proporção do concentrado <strong>em</strong><br />

relação ao volumoso.<br />

A inclusão da torta de girassol nas dietas não afetou o consumo da PB (P>0,05) quando<br />

expresso <strong>em</strong> g/dia, %PC e g/kgPV 0,75 (Tabela 4), pelo fato das dietas ser<strong>em</strong><br />

isonitrogenadas e o consumo da MS ser s<strong>em</strong>elhante <strong>nos</strong> tratamentos. O consumo médio<br />

observado foi de 99 g/dia, superior ao valor preconizado pelo NRC (2007), porém foi<br />

inferior a 259,9 g/dia observados por Silva et al. (2005) <strong>em</strong> cabras <strong>em</strong> lactação,<br />

alimentadas com farelo de cacau e torta de dendê. Essa diferença deve-se ao fato das<br />

dietas com farelo de cacau e torta de dendê conter<strong>em</strong> maiores teores de proteína bruta<br />

(16%) nas dietas.<br />

32


Tabela 4. Consumo das frações nutricionais e de água por cabritos ½ sangue Boer<br />

submetidos a dietas com níveis de torta de girassol<br />

Variáveis<br />

Níveis de torta de girassol<br />

(%MS)<br />

R<br />

CV (%) Equação de regressão<br />

2<br />

0 8 16 24<br />

MS g/dia 699 674 643 690 18,37 Ŷ= 676 -<br />

%PC 3,59 3,64 3,44 3,82 14,51 Ŷ= 3,69 -<br />

g/kgPC 0,75 75,30 75,30 75,40 78,70 13,52 Ŷ= 76,2 -<br />

PB g/dia 105 100 88 100 17,17 Ŷ= 99,0 -<br />

%PC 0,54 0,54 0,50 0,55 11,83 Ŷ= 0,53 -<br />

g/kgPC 0,75 11,40 11,20 10,30 11,50 10,88 Ŷ= 11,1 -<br />

FDN g/dia 247 253 237 286 18,58 Ŷ= 256 -<br />

%PC 1,27 1,36 1,35 1,58 13,50 Ŷ= 0,012*X+1,25 0,80<br />

g/kgPC 0,75 26,60 28,30 27,60 32,60 13,19 Ŷ= 0,218*X+26,1 0,72<br />

FDA g/dia 143 151 146 179 18,54 Ŷ=155 -<br />

%PC 0,73 0,81 0,83 0,99 13,66 Ŷ= 0,010*X+0,72 0,62<br />

g/kgPC 0,75 15,40 16,90 17,00 20,50 12,56 Ŷ= 0,192*X+15,1 0,58<br />

Lignina g/dia 28,90 30,38 28,70 35,00 20,64 Ŷ= 30,8 -<br />

%PC 0,14 0,16 0,16 0,19 14,90 Ŷ= 0,002*X+0,14 0,87<br />

g/kgPC 0,75 3,10 3,38 3,33 3,98 14,51 Ŷ= 0,033*X+3,06 0,79<br />

CNF g/dia 245 219 180 192 18,05 Ŷ= -2,449*X+239,1 0,76<br />

%PC 1,26 1,19 1,03 1,06 13,21 Ŷ= -0,010*X+1,25 0,79<br />

g/kgPC 0,75 26,40 24,50 21,00 21,90 12,50 Ŷ= -0,213*X+26,0 0,78<br />

EE g/dia 16,90 18,80 19,00 24,50 17,30 Ŷ= 0,288*X+16,3 0,83<br />

%PC 0,08 0,10 0,10 0,13 14,03 Ŷ= 0,002*X+0,08 0,61<br />

g/kgPC 0,75 1,82 2,10 2,22 2,79 12,32 Ŷ= 0,038*X+1,78 0,61<br />

Água (l/dia) 1,41 1,50 1,25 1,55 23,23 Ŷ= 1,431 -<br />

EM (Mcal/dia) 1,60 1,41 1,42 1,35 18,48 Ŷ= 1,44 -<br />

*Nível de significância 5%.<br />

MS - matéria seca; PB - proteína bruta; FDN - fibra <strong>em</strong> detergente neutro; FDA – fibra <strong>em</strong> detergente<br />

ácido; CNF - carboidratos não-fibrosos; EE - extrato etéreo; EM – energia metabolizável.<br />

As ingestões de FDN, FDA e lignina <strong>em</strong> %PC e g/kgPV 0,75 sofreram efeito linear<br />

crescente (P0,05) pelos níveis<br />

da torta de girassol (Tabela 4). Santos (2008), ao utilizar torta de girassol na<br />

alimentação de vacas leiteiras, não observou efeito no consumo de FDN e FDA, os<br />

teores da fibra nas dietas eram próximos, fato observado nesta pesquisa. Os consumos<br />

33


de FDN expressos <strong>em</strong> %PC (Tabela 4) estão de acordo com os valores citados por Van<br />

Soest (1994), que sugeriu consumo entre 0,8 e 2,2% do PC para ruminantes.<br />

Os níveis de torta de girassol nas dietas tiveram efeito linear decrescente (P


Foi observado efeito linear (P


Todavia, foram superiores aos valores de 57% e 66% para digestibilidade da MS e MO<br />

respectivamente, observados por Souza Júnior et al. (2009), utilizando níveis de<br />

inclusão de torta de coco (cocos nucifera l.) na alimentação de ovi<strong>nos</strong>.<br />

A inclusão da torta de girassol nas dietas não afetou (P>0,05) o coeficiente de<br />

digestibilidade da PB (Tabela 5), a média obtida foi superior aos (72,52%) relatados por<br />

Santos et al. (2009), quando alimentava ovi<strong>nos</strong> com torta de canola, e superior a (57,99% )<br />

observados por Silva et al. (2007) <strong>em</strong> dietas contendo torta de dendê. A digestibilidade<br />

elevada da PB da torta de girassol é confirmada por Mupeta et al. (1997), ao estudar a<br />

qualidade da proteína de oleagi<strong>nos</strong>as, evidenciaram para a torta de girassol alta<br />

degradabilidade ruminal da PB e também alta digestibilidade da proteína não degradável no<br />

rúmen.<br />

No presente experimento, os níveis de torta de girassol nas dietas não influenciaram<br />

(P>0,05), os coeficientes de digestibilidade da FDN, FDA e de EE (Tabela 5), a média<br />

obtida para a digestibilidade da FDN foi inferior a 65,95% observados por Santos et al.<br />

(2009), quando alimentava ovi<strong>nos</strong> com dietas contendo torta de canola. De acordo com<br />

Silva (2004), a fibra da torta de girassol é de baixa digestibilidade devido o maior teor<br />

de lignina que a compõe, já que essa fração é um dos principais fatores que limitam a<br />

digestão dos polissacarídeos da parede celular. Contudo, a digestibilidade da FDN das<br />

dietas foi superior a 47,33% observados por Silva et al. (2005) <strong>em</strong> dietas contendo<br />

farelo de cacau e torta de dendê.<br />

A concentração de N-uréico plasmático não sofreu efeito (P>0,05) entre as horas de<br />

coleta pós-prandial, observaram-se médias de 23,48; 24,83; 25,32 e 24,90 mg/dL para<br />

os t<strong>em</strong>pos 0; 2; 4 e 6 horas respectivamente com coeficiente de variação (CV) de<br />

19,52%. Comportamento s<strong>em</strong>elhante foi observado para concentração de N-uréico <strong>nos</strong><br />

tratamentos (tabela 6). Provavelmente pelo fato do consumo da proteína bruta (g/dia) ter<br />

36


sido s<strong>em</strong>elhante <strong>nos</strong> tratamentos (Tabela 4), já que a concentração de N-uréico<br />

plasmático t<strong>em</strong> influencia direta com a proteína consumida. Além disso, e de acordo<br />

com Baker et al. (1995), a energia consumida também influencia na concentração de N-<br />

uréico plasmático e, neste trabalho, o consumo de EM (Mcal/dia) também não sofreu<br />

efeito <strong>nos</strong> tratamentos.<br />

A concentração de N-uréico plasmático observado no presente trabalho está acima dos<br />

valores de referência para capri<strong>nos</strong>, que se situam entre 10 a 20 mg/dL (PUGH & DUM,<br />

2005). Possivelmente, <strong>em</strong> decorrência do elevado consumo de proteína ou de baixo<br />

consumo de energia ou ainda da não sincronização da degradação da proteína e energia,<br />

fatos estes, que elevam a concentração de N-uréico no plasma (MONTEMAYOR et al.,<br />

2009 e GARCIA-BOJALIL et al.,1994).<br />

Tabela 6. Concentração de N-uréico e glicose plasmático (mg/dL) <strong>em</strong> cabritos ½ sangue<br />

Boer submetidos a dietas com níveis de torta de girassol<br />

Variáveis<br />

(mg/dL)<br />

Níveis de torta de girassol (MS%)<br />

CV (%)<br />

Equação de<br />

regressão<br />

R 2<br />

0 8 16 24<br />

N- uréico 26,68 25,81 22,67 23,37 19,68 Ŷ= 24,63 -<br />

Glicose 58,68 59,26 55,70 55,47 12,84 Ŷ= 57,28 -<br />

Não foi observado efeito (P>0,05) dos níveis de torta de girassol sobre a concentração<br />

de glicose plasmática <strong>nos</strong> tratamentos (Tabela 6), entretanto, houve efeito quadrático<br />

(P


Glicose plasmática<br />

(mg/dL)<br />

70<br />

65<br />

60<br />

55<br />

50<br />

45<br />

40<br />

35<br />

30<br />

Ŷ = -0,652x 2 + 5,036x + 51,29<br />

R² = 0,893<br />

CV= 10,58%<br />

0 2 4 6<br />

T<strong>em</strong>po pós prandial (h)<br />

Figura 1. Concentração de glicose plasmático <strong>em</strong> cabritos ½ sangue Boer submetidos a<br />

dietas com níveis de torta de girassol <strong>em</strong> função do t<strong>em</strong>po pós-prandial<br />

As variações de referência para as concentrações de glicose sérica de capri<strong>nos</strong> variam<br />

de 50 a 75 mg/dL segundo Pugh e Dum (2005), os resultados encontrados no presente<br />

experimento situam-se dentro desse campo de variação (Tabela 6). O comportamento<br />

quadrático da glicose plasmática pós prandial já era esperada, levando <strong>em</strong> consideração<br />

que a concentração de glicose no plasma está relacionada às horas após alimentação dos<br />

animais, o pico máximo observado foi de 61 mg/dL às 3,85 horas pós- prandial.<br />

A inclusão da torta de girassol nas dietas influenciou negativamente (P


Figura 2. Ganho de peso médio diário de cabritos ½ sangue Boer submetidos a dietas<br />

com níveis de torta de girassol<br />

Embora, neste experimento, tenha-se observado consumo s<strong>em</strong>elhante de EM <strong>em</strong> função<br />

dos níveis de torta de girassol (Tabela 4), Rocha Jr et al. (2003) citam que CDMO pode<br />

ser utilizado eficient<strong>em</strong>ente na avaliação energética das rações e possui alta correlação<br />

com NDT. Uma vez que a inclusão da torta de girassol nas dietas ocasionou redução do<br />

CDMO (Tabela 5) pode-se inferir que o decréscimo da digestibilidade dessa fração nas<br />

dietas seja a provável causa da redução do ganho de peso médio diário dos cabritos.<br />

Do mesmo modo, a redução da digestibilidade da MO (Tabela 5), refletiu na piora das<br />

conversões alimentares, pois, as conversões alimentares de MS, PB, FDN, CNF e EM<br />

sofreram efeito linear crescente (P


Tabela 7. Conversão alimentar (CA) de frações nutricionais por cabritos ½ sangue Boer<br />

submetidos a dietas com níveis de torta de girassol<br />

Conversão<br />

alimentar<br />

Níveis de torta de girassol<br />

(%MS) CV (%)<br />

Equação de<br />

regressão R 2<br />

0 8 16 24<br />

MS 1 5,36 5,87 7,75 7,58 18,06 Ŷ=0,107*X+5,372 0,83<br />

PB 1 0,81 0,83 1,08 1,11 19,53 Ŷ=0,014*X+0,806 0,90<br />

FDN 1 1,88 2,21 2,88 3,14 18,75 Ŷ=0,056*X+1,863 0,97<br />

CNF 1 1,89 1,91 2,19 2,11 19,57 Ŷ=0,012*X+1,888 0,66<br />

NDT 1 3,44 3,43 4,79 4,15 18,42 Ŷ=0,044*X+3,435 0,48<br />

* Nível de significância a 5%; 1 kg/kg de ganho<br />

MS - matéria seca; PB - proteína bruta; FDN - fibra <strong>em</strong> detergente neutro; CNF - carboidratos não<br />

fibrosos; NDT- nutrientes digestíveis totaais<br />

Na avaliação econômica, o custo de alimentação/animal/dia de capri<strong>nos</strong> foi menor no<br />

grupo alimentado com ração com 24% de inclusão de torta de girassol (Tabela 9), pois<br />

houve substituição da mesma pelo farelo de milho e de soja (Tabela 8).<br />

Foram observados valores positivos de marg<strong>em</strong> bruta para todos os tratamentos (Tabela<br />

9), conferindo ao tratamento com 8% de inclusão com maior marg<strong>em</strong> bruta.<br />

Tabela 8. Custos com alimentação de cabritos ½ sangue Boer submetidos a dietas com<br />

níveis de torta de girassol<br />

It<strong>em</strong> Custo (R$/kg MN)<br />

Níveis de torta de girassol (MS%)<br />

0 8 16 24<br />

Farelo de milho 0,59 0,19 0,18 0,16 0,15<br />

Farelo de soja 0,92 0,14 0,09 0,05 0,00<br />

Torta de girassol 0,45 0,00 0,03 0,07 0,10<br />

Pr<strong>em</strong>ix mineral 3,00 0,05 0,05 0,04 0,04<br />

Feno de tifton-85 0,65 0,33 0,33 0,33 0,33<br />

Custo/animal/dia - 0,71 0,68 0,65 0,62<br />

40


Tabela 9. Avaliação econômica dos custos com alimentação de cabritos ½ sangue Boer<br />

submetidos a dietas com níveis de torta de girassol<br />

It<strong>em</strong> Niveis de torta de girassol (MS%)<br />

0 8 16 24<br />

Custo com alimentação/animal/dia (R$) 1 0,71 0,68 0,65 0,62<br />

Dias de confinamento 61 61 61 61<br />

Total de custo com alimentação /animal 1 43,31 41,48 39,65 37,82<br />

Peso corporal inicial (Kg/animal) 15,05 15,40 15,13 15,80<br />

Peso corporal finala (kg/animal) 23,72 22,53 20,40 21,21<br />

Ganho de peso médio diário (kg/animal) 0,142 0,117 0,086 0,092<br />

Ganho de peso médio total (kg/animal) 8,675 7,137 5,262 5,612<br />

Total de receita (R$) 1 64,75 67,83 57,12 60,20<br />

Marg<strong>em</strong> bruta (R$) 2 21,44 26,35 17,47 22,38<br />

Beneficio/Custo 3 1,49 1,63 1,44 1,59<br />

Rendimento de carcaça (%) 39,18 43,21 39,65 40,02<br />

Preço de carne/kg (R$) 7,00 7,00 7,00 7,00<br />

Peso de carcaça fria (kg/animal) 9,25 9,69 8,16 8,60<br />

Ponto de nivelamento (kg) 4 6,18 5,92 5,66 5,40<br />

Custo/kg de carcaça (R$) 5 4,68 4,28 4,85 4,39<br />

1 Refere-se ao valor médio por animal; 2 Total de receita (R$) - Total de custo (R$); 3 Total de receita (R$)<br />

÷ Total; de custo (R$); 4 Total de custo (R$) ÷ Preço de carne/kg (R$); 5 Total de custo (R$) ÷ Peso de<br />

carcaça fria (kg).<br />

Ainda na análise econômica, constatou-se que o custo/benefício foi positivo <strong>em</strong> todos os<br />

tratamentos, para cada R$ 1,00 do custo total das dietas, o tratamento com 8% de<br />

inclusão teve maior retorno, apresentando valor de R$ 1,63 (Tabela 9). Assim, a<br />

inclusão de 8% de torta de girassol na dieta resultou <strong>em</strong> melhor relação custo/benefício,<br />

destacando-se como melhor opção de lucratividade.<br />

Outro indicativo financeiro é o ponto de nivelamento que representa a quantidade de<br />

venda do produto necessário para cobrir o custo total. Na presente pesquisa observou-se<br />

o valor de 5,40 kg de carcaça que correspondeu ao nível de inclusão de 24% (Tabela 9).<br />

Por outras palavras significa dizer que a produtividade mínima obtida por animal deve<br />

ser de 5,40 kg de carcaça para não ocorrer prejuízo. A partir deste ponto o tratamento<br />

torna-se rentável.<br />

41


Para os custos por quilograma de carcaça produzida verificou-se que o nível de 8% de<br />

inclusão de torta de girassol nas dietas é o mais competitivo <strong>em</strong> relação ao preço do<br />

produto (Tabela 9).<br />

A torta de girassol pode ser adicionada na dieta de cabritos ½ sangue Boer até ao nível<br />

inclusão de 8%, visto que a esse nível gerou melhor marg<strong>em</strong> bruta, e o des<strong>em</strong>penho<br />

produtivo esperado foi alcançado.<br />

42


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45


ARTIGO 2<br />

Comportamento ingestivo e bioclimatológico de cabritos ½ sangue Boer<br />

submetidos a dietas com níveis de torta de girassol oriunda da produção de<br />

biodiesel<br />

RESUMO: Um experimento foi conduzido na Escola de Medicina Veterinária da<br />

Universidade Federal da Bahia, Salvador-BA, durante 68 dias, dos quais os primeiros 7<br />

dias foram de adaptação as dietas. Objetivou-se com este estudo conhecer o efeito da<br />

inclusão dos níveis de torta de girassol, <strong>em</strong> dietas de cabritos ½ sangue sobre o<br />

comportamento ingestivo e bioclimatológico. 32 cabritos ½ sangue Boer, não castrados,<br />

de quatro a cinco meses de idade e peso vivo médio inicial de 15,3±3,2kg, distribuídos<br />

<strong>em</strong> delineamento inteiramente casualizado, com quatro tratamentos (0; 8; 16 e 24,% de<br />

inclusão da torta de girassol na matéria seca) e oito repetições. As dietas foram<br />

oferecidas <strong>em</strong> forma de ração total duas vezes ao dia, as 9 e 16 horas, a quantidade de<br />

alimento fornecido foi reajustado de forma a permitir sobras entre 10 a 20% do<br />

oferecido. O comportamento ingestivo foi avaliado mediante a observação visual e<br />

individual dos animais, com intervalos de 5 minutos durante 24 horas integrais, para se<br />

determinar o t<strong>em</strong>po despendido <strong>em</strong> ingestão, ruminação e ócio. As respostas<br />

fisiológicas foram avaliadas por intermédio das medições de (freqüência respiratória,<br />

freqüência cardíaca e t<strong>em</strong>peratura retal), aferidas duas vezes por s<strong>em</strong>ana e duas vezes ao<br />

dia. O ambiente foi monitorado pela t<strong>em</strong>peratura ambiental, umidade relativa do ar e<br />

pelo índice de t<strong>em</strong>peratura do globo negro e umidade. Os t<strong>em</strong>pos despendidos <strong>em</strong><br />

ruminação <strong>em</strong> ócio assim como o t<strong>em</strong>po de mastigação total, não foram afetados pelas<br />

dietas, porém o t<strong>em</strong>po de ingestão (min/período) e o t<strong>em</strong>po de ingestão (min/dia)<br />

sofreram efeito linear crescente. As eficiências de ruminação da matéria seca, da fibra<br />

<strong>em</strong> detergente neutro, eficiências de ingestão da matéria seca e fibra <strong>em</strong> detergente<br />

neutro não foram influenciadas pelos tratamentos. A torta de girassol pode ser incluída<br />

nas dietas de cabritos ½ sangue Boer s<strong>em</strong> comprometer o comportamento ingestivo e os<br />

parâmetros fisiológicos.<br />

Palavras-chave: coprodutos, ócio, ruminação<br />

46


Ingestive behavior and bioclimatologycal responses of crossbred Boer goats<br />

submitted to diets with levels of sunflower cake from biodiesel production<br />

SUMMARY: The experiment was carried out in the Veterinary Medicine College at the<br />

Federal University of Bahia, Salvador-BA, for 68 days, of which the first seven days<br />

were for adaptation to the diets. The objective of the study was to evaluate the effect of<br />

the inclusion of the sunflower cake on in the diets of goats by ingestive behavior and<br />

bioclimatologycal responses. Thirty-two intact crossbred Boer goats aged four to five<br />

months and 15.3±3.2 kg initial mean live weight were used and placed in a complete<br />

randomized block design with four treatments (0, 8, 16 and 24%) sunflower cake<br />

inclusion on the dry matter and eight replications. The diets were offered in the form of<br />

complete feed twice a day, at 9 a.m. and 4 p.m., the quantity of food offered was<br />

readjusted so that between 10 and 20% of the food offered was left over. The ingestion<br />

behavior was assessed by individual visual observation of the animals, at five-minute<br />

intervals over 24 hours, to determine the time spent on ingestion, rumination and idling.<br />

The physiological responses were assessed by measuring (respiratory frequency, cardiac<br />

frequency and rectal t<strong>em</strong>perature) twice a week and twice a day. The environment was<br />

monitored for environmental t<strong>em</strong>perature, relative air humidity and by the black globe<br />

t<strong>em</strong>perature index and humidity. The rumination and idling times and the total chewing<br />

time were not affected by the diets, but the ingestion time (min/period) and (min/day)<br />

had an increasing linear effect. The rumination efficiencies of dry matter, neutral<br />

detergent fiber, the ingestion efficiencies of dry matter and neutral detergent fiber were<br />

not influenced by the treatments. The sunflower cake can be included in crossbred Boer<br />

goats diets without committing the ingestive behavior and bioclimatologycal responses.<br />

Keywords: byproducts, idling, rumination<br />

.<br />

47


INTRODUÇÃO<br />

A caprinocultura de corte no Nordeste Brasileiro v<strong>em</strong> passando por um processo de<br />

desenvolvimento expressivo, decorrente da grande importância econômica e social que<br />

a sua produção traz para a população local, gerando oportunidades de <strong>em</strong>prego, renda e<br />

combate a fome (SOUSA, 2007; SILVA et al., 2009).<br />

Embora o Nordeste seja o maior detentor do efetivo caprino do país, com cerca de 8,6<br />

milhões de cabeças, o que corresponde a aproximadamente 91% do rebanho nacional<br />

(IBGE, 2007), enormes são as dificuldades dos produtores <strong>em</strong> fornecer, com<br />

regularidade, carne de qualidade ao potencial mercado existente, decorrente<br />

principalmente do custo elevado de alimentos de alto valor nutritivo (concentrados<br />

protéicos/energéticos), o que os torna ainda fort<strong>em</strong>ente dependentes da oferta das<br />

pastagens naturais, o que resulta <strong>em</strong> baixa produção e produtividade (HOLANDA<br />

JÚNIOR, 2006 ).<br />

Perante este cenário, diversas pesquisas, com intuito de proporcionar melhoria na<br />

produção e produtividade animal e redução dos custos com alimentação, têm avaliado<br />

os subprodutos provenientes da agroindústria vastamente produzidos no país, como<br />

alternativa na alimentação de ruminantes, sob o ponto de vista econômico e nutricional<br />

(ALCALDE, et al., 2009, PIRES et al., 2009 a, b).<br />

A torta de girassol é um coproduto oriundo da produção de biodiesel, é obtida após a<br />

extração do óleo dos grãos de girassol por prensag<strong>em</strong> a frio. Possui elevado teor de<br />

proteína e pode ser utilizado na alimentação animal (BALBINOT et al., 2006;<br />

DOMINGUES, 2006; NEIVA JÚNIOR et al., 2007). Contudo, é importante o<br />

entendimento do comportamento ingestivo dos capri<strong>nos</strong>, quando alimentados com esse<br />

co-produto, pois através do acompanhamento e monitoramento dos seus parâmetros<br />

48


como: o t<strong>em</strong>po despendido <strong>em</strong> ruminação, ingestão e ócio, eficiência de ruminação e da<br />

ingestão, possibilitará avaliação das dietas e dos alimentos (DADO & ALLEN, 1995).<br />

Segundo Campbell et al. (1992) o comportamento ingestivo pode ser afetado por<br />

fatores ligados ao alimento, ao animal e ao ambiente.<br />

O conhecimento das variáveis climáticas, sua interação com os animais e as respostas<br />

fisiológicas são importantes na escolha dos sist<strong>em</strong>as de produção e do manejo pecuário,<br />

visto que, para os ruminantes expressar<strong>em</strong> a máxima produção, dev<strong>em</strong> contar com<br />

condições meteorológicas que, idealmente, dev<strong>em</strong> situar-se na zona de termo<br />

neutralidade, acompanhadas de uma alimentação adequada, <strong>em</strong> quantidade e qualidade.<br />

Todavia, o aumento da t<strong>em</strong>peratura ambiente acima da crítica superior, altera a zona de<br />

conforto térmico ou de termo neutralidade causando estresse calórico aos animais que<br />

pode ser agravado com as características dos alimentos que lhes são fornecidos.<br />

Diante disso surge a importância da avaliação de alimentos para animais sob estresse<br />

térmico, uma vez que a quantidade e a qualidade dos alimentos ingeridos influenciam na<br />

produção de calor <strong>nos</strong> ruminantes. De acordo com Gomes (2006) e Neiva et al. (2004)<br />

dietas compostas exclusivamente de volumosos resultam <strong>em</strong> maiores t<strong>em</strong>peraturas<br />

corporais e freqüência respiratória elevada, <strong>em</strong> relação às rações ricas <strong>em</strong> concentrados,<br />

isto é, o aumento do teor da fibra na dieta proporciona maior incr<strong>em</strong>ento calórico aos<br />

animais.<br />

Objetivou-se com este estudo avaliar o efeito da inclusão da torta de girassol sobre o<br />

comportamento ingestivo e bioclimatológico <strong>em</strong> cabritos ½ sangue Boer.<br />

49


MATERIAL E MÉTODOS<br />

O experimento foi conduzido na Escola de Medicina Veterinária, da Universidade<br />

Federal da Bahia, localizada <strong>em</strong> Salvador – BA. Esta cidade caracteriza-se por seu<br />

clima úmido, com precipitação média anual 1900 mm e umidade relativa média do ar de<br />

81%. A t<strong>em</strong>peratura média é de 25,3°C, com uma máxima de 28,1°C e mínima de<br />

22,5°C (CEI,1994).<br />

Foram utilizados 32 cabritos ½ sangue Boer, machos não-castrados, com idade entre<br />

quatro a cinco meses e peso vivo médio inicial de (15,3±3,2 kg). Previamente ao início<br />

do experimento, os animais foram pesados, identificados, vermifugados e vacinados<br />

contra clostridiose. Em seguida foram distribuídos aleatoriamente <strong>em</strong> baias individuais,<br />

medindo 1,0 x 1,0 m, com piso suspenso de madeira ripada, providas de comedouros e<br />

bebedouros.<br />

O período experimental foi realizado de Outubro a Dez<strong>em</strong>bro de 2008, durante 68 dias,<br />

sendo os primeiros 7 dias de adaptação dos animais às dietas, às instalações e ao manejo e<br />

61 dias de colheita de dados.<br />

As dietas foram formuladas para ser<strong>em</strong> isonitrogenadas e formuladas de acordo com o<br />

NRC (2007), para atender as exigências de animais com 15 kg de peso corporal e ganho<br />

diário de 100 gramas por animal.<br />

Os tratamentos foram constituídos de níveis de inclusão da torta de girassol de 0, 8, 16 e<br />

24% na matéria seca da dieta. O concentrado foi composto de farelo de milho, farelo de<br />

soja, torta de girassol e sal mineral. O volumoso, feno Tifton-85 (Cynodon sp) moído,<br />

correspondeu a 50% da dieta (Tabela 1).<br />

50


Tabela 1. Proporção dos ingredientes das dietas experimentais<br />

Ingrediente<br />

Níveis de inclusão da torta de girassol (%)<br />

0 8 16 24<br />

Farelo de milho 32,91 30,17 27,41 24,69<br />

Farelo de soja 15,40 10,22 5,08 0,00<br />

Torta de girassol 0,00 7,94 15,84 23,65<br />

Pr<strong>em</strong>ix vitamínico mineral ¹ 1,68 1,68 1,67 1,66<br />

Feno Tifton-85 (Cynodon sp) 50,00 50,00 50,00 50,00<br />

¹Níveis de garantia (por kg <strong>em</strong> el<strong>em</strong>entos ativos): cálcio 120,00 g; fósforo 87,00 g; sódio 147,00 g;<br />

enxofre 18,00 g; cobre 590,00 mg; cobalto 40,00 mg; cromo 20,00 mg; ferro 1.800,00 mg; iodo<br />

80,00 mg; manganês 1.300,00 mg; selênio, 15,00 mg; zinco 3.800,00 mg; molibdênio 300,00 mg; flúor<br />

máximo 870,00 mg; Solubilidade do fósforo (P) <strong>em</strong> ácido cítrico a 2% mínimo - 95%.<br />

As dietas foram oferecidas diariamente <strong>em</strong> forma ração total (Volumoso + concentrado)<br />

duas vezes ao dia, as 9 e 16 horas. As sobras foram pesadas diariamente e a quantidade<br />

de alimento fornecido foi reajustada de forma a permitir sobras entre 10 a 20% do<br />

oferecido. A oferta de água foi à vontade e diária.<br />

A quantidade de alimento ofertado e as respectivas sobras foram pesadas diariamente<br />

para determinação do consumo diário por animal que é dado pelo ofertado, descontadas<br />

as sobras. As amostras das sobras e dos alimentos oferecidos foram coletadas três vezes<br />

por s<strong>em</strong>ana e destinadas análises bromatológicas.<br />

Determinou-se matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), proteína bruta (PB), extrato<br />

etéreo (EE), matéria mineral (MM), nitrogênio insolúvel <strong>em</strong> detergente neutro (NIDN),<br />

nitrogênio insolúvel <strong>em</strong> detergente ácido (NIDA), celulose e lignina foram efetuadas de<br />

acordo com os procedimentos da AOAC (1990). Os teores de fibra <strong>em</strong> detergente neutro<br />

(FDN), fibra <strong>em</strong> detergente ácido (FDA) foram determinados segundo metodologia de<br />

Van Soest et al. (1991) e h<strong>em</strong>icelulose por diferença entre FDN e FDA. Os carboidratos<br />

não fibrosos (CNF) foram calculados conforme Sniffen et al. (1992).<br />

51


As composições bromatológicas dos ingredientes utilizados nas formulações de rações e<br />

das dietas experimentais constam nas Tabelas 2 e 3.<br />

Tabela 2. Composição bromatológica dos ingredientes das dietas experimentais<br />

It<strong>em</strong><br />

Farelo de<br />

milho<br />

Farelo de<br />

Soja<br />

Ingredientes<br />

Torta de<br />

girassol<br />

Feno Tifton-85<br />

(Cynodon sp)<br />

Matéria seca (%) 88,57 89,17 91,85 86,81<br />

Matéria orgânica 1 98,86 94,41 94,90 92,65<br />

Cinzas 1 1,14 5,59 5,10 7,35<br />

Proteína bruta 1 7,83 48,73 33,73 6,16<br />

Extrato etéreo 1 4,11 1,93 6,85 1,12<br />

NID 2 neutro (%N total) 10,36 3,84 9,11 39,18<br />

NID 2 ácido (%N total) 3,15 2,18 3,70 18,77<br />

Fibra <strong>em</strong> detergente neutro 1 10,91 10,17 32,23 79,52<br />

Fibra <strong>em</strong> detergente ácido 1 3,58 7,79 26,61 47,60<br />

H<strong>em</strong>icelulose 1 7,33 2,38 5,62 31,91<br />

Celulose 1 2,72 7,16 19,56 38,19<br />

Lignina 1 0,82 0,63 7,05 9,41<br />

Carboidratos não fibrosos 1 76,01 33,58 22,09 5,85<br />

1 % da MS 2 nitrogênio insolúvel <strong>em</strong> detergente;<br />

Tabela 3. Composição bromatológica das dietas experimentais<br />

It<strong>em</strong><br />

Níveis de inclusão da torta de girassol (%)<br />

0 8 16 24<br />

Matéria seca (%) 87,97 88,20 88,43 88,65<br />

Matéria orgânica 1 93,41 93,32 93,53 93,18<br />

Cinzas 1 6,59 6,68 6,75 6,82<br />

Proteína bruta 1 13,16 13,10 13,04 12,99<br />

Extrato etéreo 1 2,21 2,54 2,87 3,19<br />

Fibra <strong>em</strong> detergente neutro 1 44,92 46,65 48,37 50,08<br />

Fibra <strong>em</strong> detergente ácido 1 26,18 27,79 29,39 30,98<br />

H<strong>em</strong>icelulose 1 18,73 18,86 18,98 19,09<br />

Lignina 1 5,07 5,58 6,08 6,57<br />

NID 2 neutro (% N total) 23,61 23,83 24,06 24,30<br />

NID 2 ácido (% N total) 10,75 10,85 10,94 11,03<br />

Carboidratos não fibrosos 1 33,11 31,04 28,96 26,92<br />

EM (Mcal/kg) 3 2,30 2,10 2,21 1,96<br />

1 % da MS 2 nitrogênio insolúvel <strong>em</strong> deterge; 3 calculado por estimativa, segundo NRC (2001)<br />

52


A avaliação do comportamento ingestivo dos animais consistiu no registro dos t<strong>em</strong>pos<br />

gastos com as atividades de ruminação, ócio e alimentação, mediante observação visual<br />

individual a intervalos de cinco minutos, durante 24 horas integrais conforme<br />

metodologia citada por Johnson & Combs (1991). As observações comportamentais<br />

foram efetuadas <strong>em</strong> 3 períodos com intervalos de 15 dias. Durante a observação noturna<br />

dos animais, o ambiente foi mantido com iluminação artificial.<br />

As eficiências de ingestão (EI) e de ruminação (ERU) da MS, da FDN e o t<strong>em</strong>po de<br />

mastigação total (TMT min/dia) foram calculados conforme a metodologia descrita por<br />

Burger et al. (2000), por intermédio das seguintes equações:<br />

EIMS= CMS/TI;<br />

EIFDN = CFDN/TI, <strong>em</strong> que:<br />

EIMS: eficiência de ingestão de MS (g MS ingerida/h);<br />

EIFDN: eficiência de ingestão FDN (g FDN ingerida /h);<br />

CMS (g) = consumo diário de matéria seca;<br />

CFDN (g) = consumo diário de FDN; e<br />

TI = t<strong>em</strong>po gasto <strong>em</strong> ingestão diariamente.<br />

ERUMS = CMS/TRU,<br />

ERUFDN = CFDN/TRU, <strong>em</strong> que:<br />

ERUMS: eficiência de ruminação da MS (g MS ruminada/h);<br />

ERUFDN: eficiência de ruminação da FDN (g FDN ruminada/h); e<br />

TRU: t<strong>em</strong>po gasto <strong>em</strong> ruminação diariamente (h).<br />

TMT = TI + TRU <strong>em</strong> que:<br />

TMT: t<strong>em</strong>po de mastigação total (min/dia)<br />

53


Durante o período experimental, as variáveis bioclimatológicas referentes à t<strong>em</strong>peratura<br />

ambiente (Ta), umidade relativa do ar (URA) e a t<strong>em</strong>peratura do globo negro (TGN)<br />

foram obtidas por meio da leitura do termohigrômetro digital e pelo termômetro de<br />

globo negro, ambos instalados no interior do aprisco a aproximadamente 2 metros do<br />

piso. Apartir dos valores registrados determinou-se o índice de t<strong>em</strong>peratura do globo<br />

negro e umidade (ITGU = TGN+ O,36*(Tpo) + 41,5), segundo a equação proposta por<br />

Buffington et al. (1981). O índice de t<strong>em</strong>peratura e umidade foi calculado segundo a<br />

equação (ITU=Ta+ O,36*(Tpo) +41,2), metodologia de Baeta & Souza (1997), A<br />

t<strong>em</strong>peratura do ponto de orvalho foi calculado pela equação (TPO = 8 √UR/100*[112+<br />

(0,9*T)]+ (0,1*T)-112. As leituras das variáveis ambientais foram realizadas duas vezes<br />

por s<strong>em</strong>ana, às 8:00 e às 15:00 horas.<br />

Imediatamente após a leitura das variáveis ambientais, os parâmetros fisiológicos<br />

analisados foram: a t<strong>em</strong>peratura retal (TR), a freqüência respiratória (FR), freqüência<br />

cardíaca (FC) e a t<strong>em</strong>peratura superficial da pele (TS).<br />

Para a obtenção da TR, foi introduzido, diretamente no reto do animal, um termômetro<br />

clínico veterinário, permanecendo por um período de dois minutos. A FR foi obtida<br />

através da contag<strong>em</strong> dos movimentos do flanco direito dos animais, com o auxílio de<br />

um cronômetro, durante 30 segundos, o valor registrado foi multiplicado por dois,<br />

determinando assim os movimentos por minuto (mov/min). A FC foi determinada com<br />

base <strong>em</strong> estetoscópio colocado diretamente na região torácica esquerda, contando-se o<br />

número de batimentos durante 20 segundos, sendo o valor obtido multiplicado por três,<br />

determinando os batimentos cardíacos por minuto (bat/min). A TS foi determinada por<br />

meio da média dos valores obtidos da t<strong>em</strong>peratura da pele de quatro pontos distintos do<br />

54


corpo do animal; paleta e pernil direito e esquerdo, com o auxílio de um termômetro<br />

infravermelho digital, com mira laser.<br />

O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com quatro<br />

tratamentos e oito repetições. Os dados obtidos foram submetidos a análises de<br />

variância e regressão e utilizou-se o pacote estatístico, (SAS, 2004) versão 9.1 com<br />

nível de significância de 5%.<br />

RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

Os t<strong>em</strong>pos despendidos <strong>em</strong> ruminação, ócio e o TMT não sofreram efeito (P>0,05) com<br />

os níveis de torta de girassol (Tabela 4). Do mesmo modo, as discretizações das séries<br />

t<strong>em</strong>porais, como os períodos de refeição, ruminação e ócio (n o /dia), assim como dos<br />

t<strong>em</strong>pos despendidos por período, <strong>em</strong> RUM e <strong>em</strong> ócio (min/período) não foram<br />

influenciados com a adição da torta de girassol nas dietas (Tabela 4).<br />

De acordo com Van Soest (1994), o teor de FDN nas dietas influencia os t<strong>em</strong>pos gastos<br />

com ingestão e ruminação dos alimentos devido à resistência desse material à redução<br />

do tamanho de partículas, aumentando assim, a necessidade de ruminação (MERTENS,<br />

1997), alterando os t<strong>em</strong>pos despendidos <strong>em</strong> ruminação e alimentação. Com a inclusão<br />

da torta de girassol nas dietas os teores de FDN aumentaram, mas o t<strong>em</strong>po despendido<br />

<strong>em</strong> ruminação foi s<strong>em</strong>elhante <strong>nos</strong> tratamentos (Tabela 4).<br />

No presente estudo a característica física da fibra da torta de girassol foi similar <strong>em</strong><br />

todos os tratamentos, já que torta de girassol foi finamente moída para ser misturada aos<br />

concentrados, com isso, observou-se efeito s<strong>em</strong>elhante para o t<strong>em</strong>po despendido <strong>em</strong><br />

55


uminação, considerando também que os consumos de MS de FDN (g/dia) foram<br />

s<strong>em</strong>elhante <strong>nos</strong> tratamentos (Tabela 4).<br />

Carvalho et al. (2004), <strong>em</strong> estudos sobre comportamento ingestivo de cabras leiteiras<br />

submetidas a dietas com farelo de cacau ou torta de dendê, também observaram s<strong>em</strong>elhança<br />

<strong>nos</strong> t<strong>em</strong>pos despendidos <strong>em</strong> ruminação e ócio, <strong>em</strong> virtude do tamanho reduzido das<br />

partículas das dietas. Os t<strong>em</strong>pos gastos foram de 453,6 e 687 (min/dia) para ruminação e<br />

ócio respectivamente, valores próximos aos verificados no presente experimento (Tabela<br />

4).<br />

Tabela 4. Consumo de matéria seca (MS), fibra <strong>em</strong> detergente neutro (FDN) e<br />

comportamento ingestivo <strong>em</strong> cabritos ½ sangue Boer submetidos a dietas<br />

com níveis de torta de girassol<br />

Variáveis<br />

Níveis de torta de girassol (MS%)<br />

0 8 16 24<br />

CV<br />

(%)<br />

Equação de<br />

regressão<br />

MS 1 g/dia 699 674 643 690 18,37 Ŷ= 676,0<br />

FDN 2 g/dia 247 253 237 286 18,58 Ŷ= 256,0<br />

TRU 3 (min/dia) 436,80 427,70 428,50 453,30 16,73 Ŷ=436,6<br />

Ócio (min/dia) 781,40 790,60 787,20 720,80 11,05 Ŷ=770,0<br />

TMT 4 (min/dia) 658,50 649,30 652,70 719,10 12,70 Ŷ=669,9<br />

EIMS 5 (g MS/h) 194,20 177,00 165,80 157,40 24,36 Ŷ=173,6<br />

EIFDN 6 (g FDN/h) 69,19 65,72 60,70 65,14 23,63 Ŷ=65,19<br />

ERUMS 7 (g MS/h) 97,33 91,64 92,83 90,26 23,44 Ŷ=93,02<br />

ERUFDN 8 (g FDN/h) 34,89 34,22 33,76 37,37 22,01 Ŷ=35,06<br />

Período ócio (n°/dia) 40,37 43,37 40,04 42,25 9,715 Ŷ=41,50<br />

Período RUM 9 (n°/dia) 30,08 31,16 29,83 32,45 15,15 Ŷ=30,88<br />

Período refeição<br />

(n°/dia)<br />

15,12 16,12 13,37 15,50 18,26 Ŷ=15,03<br />

Ócio (min/período) 19,43 18,27 20,67 17,07 17,46 Ŷ=18,86<br />

TRU (min/período) 10 14,57 13,89 14,53 14,21 17,57 Ŷ=14,30<br />

1 2 3 4 5<br />

Matéria seca; fibra <strong>em</strong> detergente neutro; t<strong>em</strong>po de ruminação; t<strong>em</strong>po de mastigação total;<br />

eficiência de ingestão da matéria seca; 6 eficiência de ingestão da fibra <strong>em</strong> detergente neutro; 7 eficiência<br />

de ruminação da matéria seca; 8 eficiência de ruminação de fibra <strong>em</strong> detergente neutro, 9 período de<br />

ruminação; 1 t<strong>em</strong>po por período <strong>em</strong> ruminação<br />

56


As eficiências de ingestão e ruminação (g MS /h) assim como as eficiências de ingestão<br />

e ruminação (g FDN/h) não foram afetadas (P>0,05) com a inclusão da torta de girassol<br />

nas dietas (Tabela 4). De acordo com Van Soest (1994) a eficiência de ruminação ou<br />

mastigação pode ser reduzida <strong>em</strong> dietas com elevado tamanho de partícula e alto teor de<br />

fibra, tendo <strong>em</strong> vista a maior dificuldade para reduzir o tamanho das partículas<br />

originadas destes materiais fibrosos.<br />

No presente experimento mesmo com o aumento dos teores da fibra nas dietas (Tabela<br />

3), as eficiências de ruminação da MS e da FDN foram s<strong>em</strong>elhantes <strong>nos</strong> tratamentos.<br />

Possivelmente, pelo fato da característica física da fibra da torta de girassol que foi<br />

similar <strong>nos</strong> tratamentos apresentar baixa capacidade de estimular a ruminação, uma vez<br />

que possuía pequeno tamanho por ter sido finamente moída para ser misturada no<br />

concentrado.<br />

O t<strong>em</strong>po de ingestão (minutos/dia) e o t<strong>em</strong>po de ingestão por período (minutos/período)<br />

sofreram influência positiva (P


T<strong>em</strong>po de ingestão<br />

(minutos/período)<br />

25<br />

20<br />

15<br />

10<br />

Ŷ = 0,137x + 14,14<br />

R² = 0,669<br />

CV= 12,48%<br />

0 8 16 24<br />

Torta de girassol (%MS)<br />

Figura 1. a) T<strong>em</strong>po de ingestão (min/período); b) T<strong>em</strong>po de ingestão (min/dia) <strong>em</strong><br />

cabritos ½ sangue Boer submetidos a dietas com níveis de torta de girassol<br />

Segundo os resultados de ITGU e de ITU para os períodos da manhã e da tarde,<br />

observa-se que os animais, foram expostos a situação de desconforto térmico, fato que<br />

pode ser explicado pela condição de alta umidade de ar e elevada TGN (Tabela 5). De<br />

acordo com Santos (2005), capri<strong>nos</strong> sob condições de ITGU entre 77,50 e 85,50<br />

encontram-se <strong>em</strong> estresse térmico. Valores próximos foram observados no presente<br />

estudo (Tabela 5) podendo-se inferir que os animais estavam numa situação de<br />

desconforto ou de estresse térmico.<br />

a)<br />

T<strong>em</strong>po de ingestão<br />

(minutos/dia)<br />

Ŷ= 1,533x + 208,51<br />

R² = 0,846<br />

CV= 14,01%<br />

Tabela 5. Valores médios de t<strong>em</strong>peratura de globo negro (TGN), umidade relativa<br />

(UR), t<strong>em</strong>peratura do ponto de orvalho (Tpo), índice de t<strong>em</strong>peratura do<br />

globo e umidade (ITGU), índice de t<strong>em</strong>peratura e umidade (ITU),<br />

t<strong>em</strong>peratura ambiente (TA) <strong>nos</strong> tur<strong>nos</strong> de manhã e da tarde<br />

Variáveis<br />

Manhã<br />

Tur<strong>nos</strong><br />

Tarde<br />

T<strong>em</strong>peratura de globo negro (°C) 27,15 30,28<br />

Umidade relativa do ar (%) 75,42 62,14<br />

T<strong>em</strong>peratura do ponto de orvalho (°C) 23,34 21,98<br />

Índice de t<strong>em</strong>peratura do globo e umidade 77,75 79,51<br />

Índice de t<strong>em</strong>peratura e umidade 77,68 79,25<br />

T<strong>em</strong>peratura ambiente (°C) 28,00 30,14<br />

300<br />

250<br />

200<br />

150<br />

b)<br />

0 8 16 24<br />

Torta de girassol (%MS)<br />

58


A inclusão da torta de girassol nas dietas dos animais, ainda com estes sob estresse<br />

térmico, não influenciou (P>0,05) <strong>nos</strong> parâmetros fisiológicos (Tabela 6).<br />

Provavelmente, pelo fato da s<strong>em</strong>elhança observada no consumo de FDN (g/dia) <strong>nos</strong><br />

tratamentos (Tabela 4), podendo-se inferir que a produção de calor endógeno<br />

proveniente da fermentação da FDN foi s<strong>em</strong>elhante, consequent<strong>em</strong>ente os parâmetros<br />

fisiológicos manteveram-se constantes <strong>nos</strong> tratamentos com a inclusão da torta de<br />

girassol (Tabela 6).<br />

Porém, com redução no consumo de CNF esperava-se redução desses parâmetros <strong>nos</strong><br />

tratamentos, já que ocorreu a redução no consumo de CNF resultaria <strong>em</strong> menor fração<br />

desse componente a ser fermentado e, portanto menor produção de calor proveniente da<br />

sua fermentação (GOMES, 2006; NEIVA et al., 2004).<br />

Tabela 6. Variáveis fisiológicas <strong>em</strong> cabritos ½ sangue Boer submetidos a dietas com<br />

níveis de torta de girassol<br />

Variáveis<br />

Níveis de torta de girassol (%MS)<br />

0, 8 16 24<br />

Frequência respiratória (mov/min)<br />

CV (%)<br />

Equação de<br />

regressão<br />

1<br />

Manhã 35,64 34,35 31,39 32,10 10,20 Ŷ=33,37<br />

Tarde 47,71 47,17 46,25 48,57 8,58 Ŷ=47,42<br />

Frequência cardíaca (bat/min) 2<br />

Manhã 87,69 89,14 89,10 89,17 8,51 Ŷ=88,78<br />

Tarde 97,03 94,82 95,30 95,51 7,46 Ŷ=95,66<br />

T<strong>em</strong>peratura retal ( o C)<br />

Manhã 38,25 38,38 38,05 38,16 0,57 Ŷ=38,21<br />

Tarde 38,73 38,78 38,72 38,19 0,45 Ŷ=38,77<br />

T<strong>em</strong>peratura superficial ( o C)<br />

Manhã 31,57 31,60 31,78 31,55 1,91 Ŷ=31,63<br />

Tarde 30,83 30,79 31,15 31,02 1,94 Ŷ=30,94<br />

1 ; 2<br />

Movimentos por minuto batimentos por minuto<br />

As freqüências respiratórias para os tur<strong>nos</strong> da manhã e da tarde e as freqüências<br />

cardíacas no período da tarde estavam acima dos valores de referência para capri<strong>nos</strong><br />

59


(Tabela 6). De acordo com Kelly (1976), <strong>em</strong> capri<strong>nos</strong>, a freqüência respiratória varia de<br />

12 a 25 movimentos/ minuto e a freqüência cardíaca de 70- 90 batimento/minuto numa<br />

situação de termo neutralidade. Estes resultados pod<strong>em</strong> ter sido influenciados pela alta<br />

t<strong>em</strong>peratura e umidade relativa à que os animais estavam expostos (Tabela 5).<br />

A torta de girassol pode ser incluída na dieta de capri<strong>nos</strong> 1/2 sangue Boer s<strong>em</strong><br />

comprometer o comportamento ingestivo e as respostas fisiológicas dos animais.<br />

60


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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

No Brasil exist<strong>em</strong> várias fontes alternativas para alimentação de ruminantes dentre elas<br />

a torta de girassol, co-produto obtido por meio da extração do óleo dos grãos de girassol<br />

por prensag<strong>em</strong> a frio para produção de biodiesel ou para o consumo humano.<br />

A torta de girassol é um co-produto rico <strong>em</strong> proteína, com possibilidade de<br />

aproveitamento para rações balanceadas destinadas a alimentação animal, visando o<br />

aumento do des<strong>em</strong>penho produtivo.<br />

Considerando também o preço baixo da torta de girassol no mercado, quando<br />

comparado aos de alimentos convencionais como o milho e a soja que são bastante<br />

elevados, surge como uma opção na redução do custo com a alimentação, viabilizando a<br />

exploração pecuária visto que o gasto com a alimentação é um dos principais entraves<br />

para os produtores.<br />

No presente estudo a adição da torta de girassol nas dietas de cabritos ½ sangue Boer<br />

<strong>em</strong>bora tenha ocasionado redução do des<strong>em</strong>penho produtivo, pode ser incluída até ao<br />

nível de 8%, visto que a esse nível gerou melhor marg<strong>em</strong> bruta, e o des<strong>em</strong>penho<br />

produtivo esperado foi alcançado.<br />

Porém, na decisão de utilização dessa fonte protéica deve-se considerar o seu custo no<br />

mercado, sendo esse o indicador do nível econômico de inclusão da torta de girassol na<br />

alimentação animal.<br />

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