25.04.2013 Views

download da tese em pdf - Pós-Graduação em Ciência Animal nos ...

download da tese em pdf - Pós-Graduação em Ciência Animal nos ...

download da tese em pdf - Pós-Graduação em Ciência Animal nos ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA<br />

ESCOLA DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA<br />

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA<br />

ANIMAL NOS TRÓPICOS<br />

VICTOR DIOGENES AMARAL DA SILVA<br />

CARACTERIZAÇÃO, ATRAVÉS DE MÉTODOS<br />

BIOQUÍMICOS E BIOFÍSICOS, DE DANOS MITOCONDRIAIS<br />

E VACUOLIZAÇÃO AUTOFÁGICA INDUZIDOS POR<br />

ALCALOIDES DA PROSOPIS JULIFLORA EM CÉLULAS DO<br />

SISTEMA NERVOSO CENTRAL<br />

SALVADOR<br />

2012


VICTOR DIOGENES AMARAL DA SILVA<br />

CARACTERIZAÇÃO, ATRAVÉS DE MÉTODOS BIOQUÍMICOS E BIOFÍSICOS,<br />

DE DANOS MITOCONDRIAIS E VACUOLIZAÇÃO AUTOFÁGICA INDUZIDOS<br />

POR ALCALOIDES DA PROSOPIS JULIFLORA EM CÉLULAS DO SISTEMA<br />

NERVOSO CENTRAL<br />

Orientadora: Profª. Dra. Silvia Lima Costa<br />

Co-orientador: Profº. Dr. Juan Segura-Aguilar<br />

SALVADOR<br />

2012<br />

Tese apresenta<strong>da</strong> à Escola de<br />

Medicina Veterinária e Zootecnia<br />

<strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de Federal <strong>da</strong> Bahia,<br />

como requisito para a obtenção do<br />

título de Doutor <strong>em</strong> <strong>Ciência</strong><br />

<strong>Animal</strong> <strong>nos</strong> Trópicos.<br />

ii


FICHA CATALOGRÁFICA<br />

SILVA, Victor Diogenes Amaral <strong>da</strong><br />

Caracterização, através de métodos bioquímicos e biofísicos,<br />

de <strong>da</strong><strong>nos</strong> mitocondriais e vacuolização autofágica induzidos por<br />

alcaloides <strong>da</strong> Prosopis juliflora <strong>em</strong> células do sist<strong>em</strong>a nervoso<br />

central/ Victor Diogenes Amaral <strong>da</strong> Silva<br />

Salvador. 2012.<br />

(91)p.<br />

Orientador: Prof a . Dr a . Silvia Lima Costa.<br />

Tese (doutorado) – Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia,<br />

Universi<strong>da</strong>de Federal <strong>da</strong> Bahia, 2012.<br />

1. Prosopis juliflora. 2. Alcaloides piperidínicos. 3. Neurônios. 4.<br />

Células gliais. 5. Mitocôndria. 6. Vacúolos Autofágicos I. Costa,<br />

Silvia Lima. II. Universi<strong>da</strong>de Federal <strong>da</strong> Bahia. Escola de Medicina<br />

Veterinária e Zootecnia. III. Título<br />

iii


VICTOR DIOGENES AMARAL DA SILVA<br />

Tese defendi<strong>da</strong> e aprova<strong>da</strong> para obtenção do grau de Doutor <strong>em</strong> <strong>Ciência</strong> <strong>Animal</strong> <strong>nos</strong> Trópicos<br />

Salvador, 01 de nov<strong>em</strong>bro de 2012.<br />

Comissão examinadora:<br />

CARACTERIZAÇÃO, ATRAVÉS DE MÉTODOS<br />

BIOQUÍMICOS E BIOFÍSICOS, DE DANOS MITOCONDRIAIS<br />

E VACUOLIZAÇÃO AUTOFÁGICA INDUZIDOS POR<br />

ALCALOIDES DA PROSOPIS JULIFLORA EM CÉLULAS DO<br />

Prof. Dr. José Antonio Menezes Filho<br />

Profa. Dra. Maria José Moreira Batatinha<br />

SISTEMA NERVOSO CENTRAL<br />

Profa. Dra. Silvia Lima Costa<br />

Profa. Dra. Camila Alexandrina Viana<br />

de Figueredo<br />

Prof. Dr. Juan Segura-Aguilar<br />

iv


A Fidelina Maria <strong>da</strong> Silva, minha avó<br />

faleci<strong>da</strong> <strong>em</strong> 12 de outubro de 1992,<br />

analfabeta, como milhões de brasileiros<br />

ain<strong>da</strong> são, que com seis filhos e ain<strong>da</strong><br />

dificul<strong>da</strong>des financeiras, não hesitava<br />

<strong>em</strong> acolher familiares e amigos do<br />

interior <strong>da</strong> Bahia, objetivando o<br />

crescimento educacional <strong>da</strong> família.<br />

v


AGRADECIMENTOS<br />

A Deus por ter me munido de assessores para que este trabalho fosse concluído.<br />

A Silvia Lima Costa, pelo estímulo incessante para que eu me tronasse um<br />

pesquisador. A nove a<strong>nos</strong> atrás foi a responsável por minha inserção na pesquisa, e<br />

ain<strong>da</strong> é um modelo ex<strong>em</strong>plar de pesquisadora a ser seguido. As maiores lições que<br />

aprendi com a minha orientadora foram a leal<strong>da</strong>de, corag<strong>em</strong> e perseverança, que s<strong>em</strong><br />

dúvi<strong>da</strong>s faz<strong>em</strong> muita diferença para aqueles que são pesquisadores. Não poderia deixar<br />

também de agradecê-la pelo fato dela ser uma excelente amiga, irmã e mãe, com<br />

características marcantes de leonina, o que a torna muito especial na forma de educar e<br />

proteger suas ¨crias¨.<br />

Coincidência ou não, sou filho de uma leonina, Dalva de Jesus do Amaral <strong>da</strong> Silva, que<br />

devo agradecer a bravura com que dedicou sua vi<strong>da</strong> com muito amor e ain<strong>da</strong> hoje, junto<br />

a Nilo <strong>da</strong> Silva, meu querido pai contribui muito para ca<strong>da</strong> conquista minha.<br />

A minha queri<strong>da</strong> irmã, Daniela Amaral <strong>da</strong> Silva e seu noivo Jailton Andrade, que me<br />

auxiliaram <strong>em</strong> muitos momentos a solucionar probl<strong>em</strong>as que surgiram durante o<br />

período de desenvolvimento deste trabalho. Ain<strong>da</strong>, ao suporte para equilíbrio <strong>em</strong>ocional<br />

que Daniela me dá, diante de qualquer dificul<strong>da</strong>de.<br />

A terceira Leonina de grande importância para minha vi<strong>da</strong> e esta <strong>tese</strong>, Cátia Suze<br />

Ribeiro, pelo amor e confiança, que geram s<strong>em</strong>pre palavras de muito incentivo que me<br />

encorajaram nas toma<strong>da</strong>s de decisões durante o desenvolvimento deste trabalho.<br />

A Aroldo José Borges Carneiro, pelo auxilio na coleta de folhas <strong>da</strong> Prosopis juliflora, <strong>nos</strong><br />

períodos iniciais dos estudos apresentados nesta Tese.<br />

Aos amigos, Bruno Pitanga e Gustavo Rodrigues, pelo apoio <strong>nos</strong> primeiros a<strong>nos</strong> de<br />

construção desta <strong>tese</strong>.<br />

Ao Professor Eudes <strong>da</strong> Silva Velozo e a queri<strong>da</strong> equipe do LAPEM, <strong>em</strong> especial a<br />

Rail<strong>da</strong>, que me deu suporte técnico para extração dos alcaloides de folhas <strong>da</strong> Prosopis<br />

juliflora.<br />

Aos Professores Fátima Dias Costa e Ramon dos Santos El-Bachá, pela disposição a<br />

auxilio e incentivo a pesquisa no Laboratório de Neuroquímica e Biologia Celular.<br />

Aos queridos colegas e m<strong>em</strong>bros do Laboratório de Neuroquímica e Biologia Celular,<br />

<strong>em</strong> especial a Ravena Pereira do nascimento e Luã Tainã Costa Reis, aos quais eu<br />

confiei à posse <strong>da</strong>s alícotas de alcaloides e continuaram as ativi<strong>da</strong>des no Brasil<br />

enquanto estive no Chile. E aos d<strong>em</strong>ais pelo companheirismo e amizade.<br />

Ao Professor Juan Segura-Aguilar, pelo convite, orientação e suporte <strong>em</strong> Doutorado<br />

Sanduíche no Laboratório de Neurofarmacologia Celular y Molecular, <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de<br />

do Chile.<br />

vi


Aos colegas do Laboratório de Neurofarmacologia Celular y Molecular, <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de<br />

do Chile, <strong>em</strong> especial a Carlos Cuevas, Patricia Munoz, Monica Villa, Ulises Ahuma<strong>da</strong> e<br />

Veronica Toro que me auxiliaram diretamente <strong>nos</strong> experimentos realizados durante<br />

estadia neste laboratório. E aos d<strong>em</strong>ais pelo companheirismo e amizade.<br />

Por fim aos familiares e amigos que me deram apoio durante todo o período de<br />

doutoramente, <strong>em</strong> especial aqueles que contribuíram para a minha estabili<strong>da</strong>de<br />

<strong>em</strong>ocional durante estadia no exterior: Dulcinea Augusta de Jesus, Patrícia Silva<br />

Santos, Moises Vasconcelos Costa, Luciano Pereira, Ilana Coutinho de Alencar, Jean<br />

Cardozo, Till Hauswald, May-Lin Tay Morán, Pablo Seura, Lisis Hansen e to<strong>da</strong> a equipe<br />

do Centro de Estudios Espírita Buena Nueva.<br />

vii


“"Deus <strong>nos</strong> concede, a ca<strong>da</strong> dia, uma página de vi<strong>da</strong> nova no livro do t<strong>em</strong>po. Aquilo que<br />

colocarmos nela, corre por <strong>nos</strong>sa conta”.<br />

(Chico Xavier)<br />

viii


SUMÁRIO<br />

LISTA DE ABREVIATÚRAS x<br />

LISTA DE FIGURAS xii<br />

RESUMO xiv<br />

SUMMARY xv<br />

1. INTRODUÇÃO 1<br />

2. REVISÃO DE LITERATURA 2<br />

2.1. As plantas do gênero Prosopis 2<br />

2.1.1. Prosopis juliflora 3<br />

2.1.1.1 Introdução no Brasil 3<br />

2.1.1.2. Uso <strong>da</strong> espécie e compostos bioativos 3<br />

2.1.1.3. Intoxicações pelo consumo <strong>da</strong> Prosopis juliflora 6<br />

2.2. Aspectos estruturais e funcionais dos principais<br />

componentes celulares do SNC<br />

8<br />

2.3. A ação de alcaloides <strong>da</strong> Prosopis juliflora no SNC 12<br />

3. ARTIGO CIENTÍFICO I:<br />

Alcaloides piperidínicos <strong>da</strong> Prosopis juliflora induz<strong>em</strong> <strong>da</strong>no<br />

mitocondrial e vacuolização citoplasmática.<br />

14<br />

3.1. Introdução 16<br />

3.2. Materiais e Métodos 17<br />

3.3. Resultados 23<br />

3.4. Discussão 26<br />

3.5 Agradecimentos 31<br />

3.6 Referencias 32<br />

4. ARTIGO CIENTÍFICO II:<br />

Autofagia protege contra a morte celular induzi<strong>da</strong> por alcaloides <strong>da</strong><br />

Prosopis juliflora <strong>em</strong> co-cultura de neurônios/células <strong>da</strong> gliais.<br />

48<br />

4.1. Introdução 50<br />

4.2. Materiais e Métodos 51<br />

4.3. Resultados 55<br />

4.4. Discussão 57<br />

4.5 Agradecimentos 59<br />

4.6 Referencias 60<br />

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 72<br />

6. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 73<br />

7. PRODUÇÃO BIBLIOGRÁFICA 92<br />

8. ANEXOS<br />

94<br />

ix


LISTA DE ABREVIATURAS<br />

ATP – Ade<strong>nos</strong>ina Trifosfato<br />

DL50- Dose letal cinquenta (mata 50% dos indivíduos <strong>em</strong> teste de toxici<strong>da</strong>de).<br />

DMEM – Meio de Eagle modificado por Dulbecco.<br />

DMSO – Dimetilsulfóxido<br />

EC50– Efeito citotóxico cinquenta (mata 50% <strong>da</strong>s células conti<strong>da</strong>s na amostra).<br />

EDTA - Ácido etileno diamino tetracético<br />

ETA - Extrato alcaloi<strong>da</strong>l de folhas <strong>da</strong> P. juliflora<br />

F29/30 - União <strong>da</strong> vigésima nona e trigésima fração alcaloi<strong>da</strong>l, oriun<strong>da</strong>s do ETA<br />

F31/33 - União <strong>da</strong> trigésima primeira e trigésima terceira fração alcaloi<strong>da</strong>l, oriun<strong>da</strong><br />

do ETA<br />

F32 - Trigésima segun<strong>da</strong> fração alcaloi<strong>da</strong>l, oriun<strong>da</strong> do ETA<br />

F34/35 - União <strong>da</strong> trigésima quarta e trigésima quinta fração alcaloi<strong>da</strong>l, oriun<strong>da</strong> do<br />

ETA<br />

GFAP – Proteína áci<strong>da</strong> fibrilar glial<br />

GL-15 – Linhag<strong>em</strong> de células origina<strong>da</strong> de glioblastoma multifo<strong>em</strong>e humano.<br />

IFN - Interferon<br />

LDH – Lactato desidrogenase.<br />

MHC – Complexo maior de histocompatibili<strong>da</strong>de<br />

MTT - Brometo de 3-(4,5-dimetiltiazol-2-il)-2,5-difeniltetrazólio<br />

x


NO - Óxido Nitrico<br />

PBS – Tampão fosfato salino<br />

RMN – Resonância magnética nuclear<br />

SFB – Soro fetal Bovino<br />

SNC – Sist<strong>em</strong>a nervoso central<br />

TGF – Fator de crescimento tumoral<br />

xi


LISTA DE FIGURAS<br />

ARTIGO CIENTÍFICO I<br />

Figura 1 – Estrutura química dos alcaloides piperidínicos juliprosina e<br />

juliprosopina, presentes na fração F32.<br />

Figura 2 – Análise do efeito dos alcaloides de P. julifora sobre<br />

viabili<strong>da</strong>de dos neurônios e células gliais através do teste do MTT.<br />

Figura 3 - Análise do efeito dos alcaloides de P. juliflora na morfologia<br />

celular e indução de vacuolização de astrócitos <strong>em</strong> co-culturas de<br />

neurônios/células gliais através <strong>da</strong> coloração com o agente pancrônico<br />

de Rosenfeld.<br />

Figura 4 - Análise do efeito dos alcaloides de P. juliflora na morfologia<br />

de astrócitos e expressão GFAP <strong>em</strong> co-culturas de neurônios/células<br />

gliais.<br />

Figura 5 – Análise do efeito dos alcaloides de P. juliflora na morfologia<br />

de neurônios e expressão β-III-tubulina <strong>em</strong> co-culturas de<br />

neurônios/células gliais.<br />

Figura 6 – Análise do efeito dos alcaloides de P. juliflora na ativação<br />

<strong>da</strong> microglia <strong>em</strong> co-culturas de neurônios/células gliais após marcação<br />

imunocitoquímica <strong>da</strong> proteína OX-42 e coloração com Rosenfeld.<br />

Figura 7 – Medi<strong>da</strong> <strong>da</strong> produção de nitrito (NaNO2) no meio de cultura<br />

<strong>em</strong> condições de controle e após 24 h de tratamento com 1,5 - 3 µg/ml<br />

de ETA ou F32.<br />

Figura 8 – Análise por microscopia eletrônica de transmissão de<br />

modificações ultraestruturais induzi<strong>da</strong>s por alcaloides de P. juliflora <strong>em</strong><br />

co-culturas de neurônios/células gliais.<br />

ARTIGO CIENTÍFICO II<br />

Figura 1 - – Níveis de ATP por luminescência <strong>em</strong> condições controle<br />

(0.1% DMSO) ou na presença de 30 µg/mL ETA ou 7,5 µg/mL F32, for<br />

12 h. *p


Figura 2 – Análise de alterações no potencial de m<strong>em</strong>brana<br />

mitocondrial por coloração com JC-1 <strong>em</strong> co-cultura de<br />

neurônio/células gliais visualiza<strong>da</strong> por microscopia confocal.<br />

Figura 3 - Ativação de caspase-3 <strong>em</strong> co-culturas de neurônios/células<br />

gliais <strong>em</strong> condições controle (0.1% DMSO) ou trata<strong>da</strong>s durante 16 h<br />

com 30 µg/mL de ETA ou 7,5µg/mL de F32 foi determina<strong>da</strong> por<br />

análises de western blotting (A).<br />

Figura 4 - Determinação de vesículas de autofagossomos <strong>em</strong> coculturas<br />

de neurônios/células gliais transfecta<strong>da</strong>s com GFP-LC3.<br />

Figura 5 – O efeito <strong>da</strong> inibição ou indução de autofagia <strong>em</strong> células<br />

expostas a 30 µg/mL de ETA (A) ou 7,5 µg/mL de F32 (B) por 24 h.<br />

Figura 6 – Efeitos <strong>da</strong> inibição ou indução de autofagia na morfologia<br />

de neurônios e células gliais co-cultivados expostos a 30 µg/mL de<br />

ETA, 7,5 µg/mL de F32 ou condições controle durante 24h.<br />

67<br />

68<br />

69<br />

70<br />

71<br />

xiii


SILVA, Victor Diogenes Amaral <strong>da</strong>. Caracterização, através de métodos<br />

bioquímicos e biofísicos, de <strong>da</strong><strong>nos</strong> mitocondriais e vacuolização autofágica<br />

induzidos por alcaloides <strong>da</strong> Prosopis juliflora <strong>em</strong> células do sist<strong>em</strong>a nervoso<br />

central.. 2012. (91)p.Tese (Doutorado <strong>em</strong> <strong>Ciência</strong> <strong>Animal</strong> <strong>nos</strong> trópicos) - Escola de<br />

Medicina Veterinária e Zootecnia, Universi<strong>da</strong>de Federal <strong>da</strong> Bahia, Salvador, 2012.<br />

RESUMO<br />

As vagens <strong>da</strong> Prosopis juliflora são muito utiliza<strong>da</strong>s para consumo animal e humano.<br />

No entanto, a sua ingestão como base alimentar induz intoxicação <strong>em</strong> animais, que<br />

se caracteriza por alterações neuromusculares cujos mecanismos ain<strong>da</strong> não são<br />

b<strong>em</strong> esclarecidos. Nesta Tese são apresentados os resultados obtidos <strong>em</strong> estudos<br />

sobre a caracterização in vitro de lesões celulares e ultraestruturais antes vistas <strong>em</strong><br />

animais intoxicados pelo consumo <strong>da</strong> P. juliflora e a investigação dos mecanismos<br />

de neurotoxici<strong>da</strong>de de alcaloides piperidínicos desta planta <strong>em</strong> modelo de<br />

co-culturas de neurônios/células gliais deriva<strong>da</strong>s do córtex de ratos. Nos dois<br />

capítulos apresentados, as células gliais e neurônios foram expostos a alcaloides<br />

extraídos de folhas <strong>da</strong> P. juliflora testados na forma de extrato alcaloi<strong>da</strong>l (ETA) e<br />

uma fração de alcaloide (F32). No primeiro estudo a F32 foi caracteriza<strong>da</strong> por RMN<br />

como uma mistura dos alcaloides juliprosopina e juliprosina. ETA e F32<br />

apresentaram ativi<strong>da</strong>de citotóxica e os valores de EC50 foram 31,07 µg/ml e 7,36<br />

µg/ml, respectivamente. A exposição <strong>da</strong>s células à concentrações subtóxicas induziu<br />

vacuolização, alterações fenotípicas e mu<strong>da</strong>nças ultraestruturais, caracteriza<strong>da</strong>s<br />

pela formação de vacúolos com dupla ou múltipla m<strong>em</strong>branas e <strong>da</strong><strong>nos</strong><br />

mitocondriais. Ain<strong>da</strong>, nas culturas expostas a doses subtóxicas foi observa<strong>da</strong><br />

microgliose. No segundo estudo foram utiliza<strong>da</strong>s concentrações próximas à EC50 e<br />

foi d<strong>em</strong>onstrado que ETA e F32 induziram redução <strong>nos</strong> níveis de ATP, perturbação<br />

do potencial de m<strong>em</strong>brana mitocondrial e aumento significativo no número de<br />

células LC3-positivas após 12 h de exposição, aumento na ativação <strong>da</strong> caspase-3,<br />

após 16 h de exposição, e alteração drástica na morfologia de neurônios e de<br />

células gliais e um aumento significativo na morte celular após 24 horas de<br />

exposição. Curiosamente, pré-incubação com bafilomicina aumentou a morte celular<br />

e alterações morfológicas induzi<strong>da</strong>s pelo ETA, e privação de soro fetal bovino<br />

reduziu a morte celular e alterações morfológicas induzi<strong>da</strong>s por F32. Estes<br />

resultados suger<strong>em</strong> que os alcaloides juliprosopina e juliprosina são os responsáveis<br />

primários pelos <strong>da</strong><strong>nos</strong> neurotóxicos observados <strong>em</strong> animais intoxicados pela P.<br />

juliflora e que o mecanismo de morte neuronal e glial induzi<strong>da</strong> por estes envolve<br />

apoptose <strong>em</strong> resposta ao <strong>da</strong>no mitocondrial e inibição do fluxo <strong>da</strong> autofagia. Além<br />

disso, a autofagia parece ser um mecanismo importante de proteção contra a morte<br />

celular induzi<strong>da</strong> por alcaloides <strong>da</strong> P. juliflora <strong>em</strong> co-cultura de neurônios/células<br />

gliais.<br />

Palavras-chave: Prosopis juliflora; alcaloides piperidínicos; neurônios; células gliais;<br />

mitocôndria; vacúolos autofágicos.<br />

xiv


SILVA, Victor Diogenes Amaral <strong>da</strong>. Characterization of mitochondrial <strong>da</strong>mages<br />

and autophagic vacuolation induced by alkaloids of Prosopis juliflora in the<br />

central nervous syst<strong>em</strong> cells using bioch<strong>em</strong>ical and biophysical methods.<br />

2012. (91)p. Thesis (Ph.D., <strong>Animal</strong> Science in the Tropics) - School of Veterinary<br />

Medicine and Zootechny, Federal University of Bahia, Salvador, 2012.<br />

SUMMARY<br />

Prosopis juliflora pods is largely used for animal and human consumption. However,<br />

ingestion as sole substance has been shown to induce intoxication in animals, which<br />

is characterized by neuromuscular alterations induced by mechanisms that are not<br />

yet well understood. In this thesis we present the results obtained in two in vitro<br />

studies conducted for characterization of cellular and ultrastructural <strong>da</strong>mages<br />

observed in intoxicated animals after P. juliflora consumption, and mechanisms of<br />

neurotoxicity induced by alkaloids from this plant, using as a model cortical<br />

neurons/glial cells co-cultures derived from rats. Cells were exposed to a total<br />

alkaloi<strong>da</strong>l (TAE) extract from leaves of P. juliflora and an alkaloi<strong>da</strong>l fraction (F32). In<br />

the first study F32 was characterized by NMR as a mixture of two piperidine alkaloids<br />

juliprosopine and juliprosine. TAE and F32 were cytotoxic and the EC50 values were<br />

31.07 µg/mL and 7.36 µg/mL, respectively. Exposure to sub-toxic concentration<br />

induced vacuolation and phenotypic and ultra-structural changes, characterized by<br />

formation of double or multi m<strong>em</strong>brane vacuoles and mitochondrial <strong>da</strong>mage. Even in<br />

cultures exposed to sub-toxic doses microgliosis was also observed. In the second<br />

study, conducted with TAE and F32 doses near the EC50 concentrations, we found<br />

that both TAE and F32 induced reduction in ATP levels, disruption of mitochondrial<br />

m<strong>em</strong>brane potential and a significant increase in the number of autophagosome LC3<br />

positives cells after 12 h exposure, and caspase-3 activation, a marker of apoptosis<br />

after 16 h exposure, dramatic change on neuron and glial cells morphology and<br />

significant cell death after 24 h. Interestingly pre-incubation with bafilomycin, an<br />

inhibitor of autophagy, increased the cell death and morphologic changes induced by<br />

TAE, and serum deprivation reduced the cell death and morphologic changes<br />

induced by F32. These results suggest that juliprosopina and juliprosina alkaloids are<br />

primarily responsible for the neurotoxic <strong>da</strong>mage observed in animals intoxicated by<br />

P. juliflora and that the mechanism of neuronal and glial cell death induced by these<br />

involves apoptosis in response to mitochondrial <strong>da</strong>mage and inhibition of the<br />

autophagic flux. Furthermore, autophagy appears to be an important mechanism of<br />

protection against cell death induced by alkaloids of P. juliflora in co-culture of<br />

neuronal/glial cells.<br />

Palavras-chave: Prosopis juliflora; piperidine alkaloids; neurons; glial cells;<br />

mitochondria; autophagic vacuoles.<br />

xv


1. INTRODUCAO GERAL<br />

Prosopis juliflora Sw. DC (algaroba) é um arbusto que foi introduzido no<br />

nordeste do Brasil <strong>em</strong> 1940 (SPA, 1989). As vagens desta planta são ricas <strong>em</strong><br />

carboidratos e proteínas e têm sido uma fonte importante de alimento para huma<strong>nos</strong><br />

e animais (CHOGE et al., 2007; SILVA et al., 2002a; SILVA et al., 2002b; STEIN et<br />

al., 2005; PINHEIRO et al., 1986; ROSSI et al., 2009). No entanto, o consumo<br />

destas vagens provoca uma enfermi<strong>da</strong>de quando é a única fonte de alimento para o<br />

animal (BACA et al, 1967; DOLLAHITE & ANTHONY, 1957). A enfermi<strong>da</strong>de induzi<strong>da</strong><br />

por esta planta <strong>em</strong> animais é denomina<strong>da</strong> ''Cara torta" e caracteriza-se por<br />

<strong>em</strong>agrecimento, alterações neuromusculares (incluindo atrofia muscular dos<br />

masseteres), e lesões histológicas tais como espongiose, gliose, a per<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

substância de Nissl e vacuolização do pericário de neurônios do núcleo motor do<br />

nervo trigêmeo (FIGUEIREDO et al., 1995, TABOSA et al., 2000a).<br />

Extratos de vagens e folhas de algaroba têm d<strong>em</strong>onstrado possuir várias<br />

proprie<strong>da</strong>des farmacológicas, atribuí<strong>da</strong>s especialmente aos alcaloides piperidínicos<br />

presentes <strong>em</strong> diversas partes desta planta (KANTHASAMY et al, 1989; CÁ-CERES<br />

et al, 1995;. AL-SHAKH-HAMED & AL-JAMMAS, 1999; SATISH et al, 1999;<br />

KANTHASAMY et al, 1989; KAUSHIK et al, 2002; CHOUDHARY et al. 2005;<br />

BATATINHA et al., 2011). Estudos in vitro d<strong>em</strong>onstraram que os alcaloides<br />

presentes nas vagens e folhas <strong>da</strong> P. juliflora têm ação direta sobre células gliais<br />

gerando efeitos tóxicos e inflamatórios e ain<strong>da</strong> suger<strong>em</strong> que alcaloides que<br />

compõ<strong>em</strong> uma fração (F32) obti<strong>da</strong> por cromatografia do extrato total de alcaloides –<br />

ETA são os que apresentam maior potencial biológico (HUGHES et al, 2006; SILVA<br />

et al, 2007). No entanto ain<strong>da</strong> não se sabe quais os alcaloides presentes na fração<br />

F32 e ain<strong>da</strong> se estes são capazes de induzir in vitro aquelas lesões neuro-<br />

histológicas e ultraestruturais visualiza<strong>da</strong>s <strong>em</strong> animais intoxicados pelo consumo <strong>da</strong><br />

P. juliflora (TABOSA et al, 2000a; TABOSA et al, 2006;. CÂMARA et al, 2009).<br />

Assim, nesta Tese são apresentados os resultados obtidos <strong>em</strong> estudos<br />

sobre a caracterização in vitro de lesões celulares e ultraestruturais antes vistas <strong>em</strong><br />

animais intoxicados pelo consumo <strong>da</strong> P. juliflora e na investigação dos mecanismos<br />

1


de neurotoxici<strong>da</strong>de de alcaloides piperidínicos desta planta visando contribuir para<br />

eluci<strong>da</strong>r os impactos neurológicos observados <strong>em</strong> animais intoxicados e definir<br />

aspectos <strong>da</strong> toxicologia dos alcaloides piperidínicos.<br />

2. REVISAO DE LITERATURA<br />

2.1. As plantas do gênero Prosopis<br />

Plantas do gênero Prosopis, família Fabaceae (Legumi<strong>nos</strong>ae) e subfamília<br />

Mimosoideae, conheci<strong>da</strong>s por diversos nomes vulgares dentre eles a Algaroba e<br />

Mesquita são árvores ou arbustos com variados tamanhos, raramente sub-arbustos<br />

e predominant<strong>em</strong>ente xerófilos, aculeados, espinhosos ou raramente armados<br />

(Anexo 2)<br />

. As folhas são bipina<strong>da</strong>s, comumente com poucos pares de pinas opostas;<br />

folíolos peque<strong>nos</strong>, numerosos, geralmente opostos, lineares, oblongos, fusiformes,<br />

raramente grandes, <strong>da</strong> mesma cor <strong>em</strong> ambos os lados. Os frutos são lomentos<br />

drupáceos, lineares, retos, falcados, anulares para espiralados; mesocarpo carnudo,<br />

acurado ou fibroso; endocarpo dividido <strong>em</strong> compartimentos para uma s<strong>em</strong>ente,<br />

segmentos coriáceos para lenhosos, fechados ou às vezes de fácil abertura,<br />

longitudinais ou raramente seriados e transversos, com s<strong>em</strong>entes ovóides,<br />

achata<strong>da</strong>s com linha fissural nas faces, duras, amarronza<strong>da</strong>s, com endosperma<br />

mucilagi<strong>nos</strong>o circun<strong>da</strong>ndo o <strong>em</strong>brião; cotilédones achatados, arredon<strong>da</strong>dos,<br />

epíge<strong>nos</strong> na germinação. As flores são pequenas, actinomorfas, hermafroditas, de<br />

coloração branco-esverdea<strong>da</strong>, amarela<strong>da</strong> com a i<strong>da</strong>de, poliniza<strong>da</strong> por insetos<br />

(BURKART, 1976; GARIBALDI, 2001).<br />

Este gênero possivelmente originou-se na África Tropical, onde a P. africana<br />

é a última espécie natural que ain<strong>da</strong> existe. Seguindo a teoria de que os continentes<br />

eram ligados, os ancestrais <strong>da</strong>s espécies americanas migraram <strong>da</strong> África para a<br />

América e originaram dois polos de evolução: um na região México-Texana e outro<br />

na região Argentina-Paraguai-Chile. Muitos fatores indicam que, na América, o<br />

centro principal de dispersão de Prosopis é a Argentina (BURKART, 1976).<br />

Atualmente este gênero compreende 44 espécies distribuí<strong>da</strong>s por to<strong>da</strong> a Ásia<br />

2


Ocidental, África e regiões ári<strong>da</strong>s e s<strong>em</strong>i-ári<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s Américas, desde o sudoeste dos<br />

Estados Unidos a região central do Chile e Argentina (SILVA et al., 1986a).<br />

Burkart (1976) classificou o gênero Prosopis <strong>em</strong> cinco seções com base <strong>em</strong><br />

diferenças morfológicas observa<strong>da</strong>s <strong>em</strong> distintos lugares, duas delas <strong>da</strong> África e <strong>da</strong><br />

Ásia: Prosopis e Anonychium; e três delas ocupando as Américas: Monilicarpa,<br />

Strombocarpa e Algarobia, sendo esta última subdividi<strong>da</strong> <strong>em</strong> cinco séries: Palli<strong>da</strong>e,<br />

Humildes, Denun<strong>da</strong>ntes, Sericanthae e Chilenses, a qual faz parte a espécie<br />

Prosopis juliflora. No entanto, estudos recentes de caracterização taxonômica<br />

usando técnicas de biologia molecular, suger<strong>em</strong> a necessi<strong>da</strong>de de reclassificação<br />

<strong>da</strong>s espécies dentro <strong>da</strong>s diferentes séries <strong>da</strong> seção Algarobia, por existir<strong>em</strong><br />

espécies nesta seção que não são geneticamente relaciona<strong>da</strong>s (SHERRY et al.,<br />

2011).<br />

2.1.1. Prosopis juliflora<br />

2.1.1.1 Introdução no Brasil<br />

Esta espécie, atualmente, pode ser encontra<strong>da</strong> <strong>em</strong> todo o Nordeste e <strong>em</strong><br />

outras regiões do Brasil, com as maiores concentrações <strong>nos</strong> Estados de<br />

Pernambuco (PE), Rio Grande do Norte, Minas Gerais e Paraíba (SILVA et al.,<br />

1986a). Estudos de Lima & Silva (1991) d<strong>em</strong>onstram que também há a presença <strong>da</strong><br />

P. affinis <strong>em</strong> Serra Talha<strong>da</strong> - PE e suger<strong>em</strong> que o lote de s<strong>em</strong>entes de P. juliflora<br />

introduzi<strong>da</strong> <strong>em</strong> 1942, continha mistura de s<strong>em</strong>entes de P. affinis, ou s<strong>em</strong>entes de<br />

material híbrido <strong>da</strong>s duas espécies.<br />

A primeira introdução <strong>da</strong> P. juliflora no Nordeste Brasileiro ocorreu com<br />

s<strong>em</strong>entes procedentes do Peru (AZEVEDO, 1961; GOMES, 2007). Duas<br />

introduções adicionais foram feitas <strong>em</strong> Angicos, Rio Grande do Norte: <strong>em</strong> 1947, com<br />

s<strong>em</strong>entes do Peru e, <strong>em</strong> 1948, com s<strong>em</strong>entes oriun<strong>da</strong>s do Sudão (AZEVEDO,<br />

1955). A partir <strong>da</strong>í, sua expansão para os d<strong>em</strong>ais estados <strong>da</strong> federação ocorreu<br />

através <strong>da</strong> regeneração natural e plantios.<br />

2.1.1.2. Uso <strong>da</strong> espécie e compostos bioativos<br />

O Brasil apresenta uma região caracteriza<strong>da</strong> como s<strong>em</strong>i árido que possui<br />

precipitação pluviométrica média anual inferior a 800 milímetros, índice de aridez de<br />

até 0,5 calculado pelo balanço hídrico que relaciona as precipitações e a<br />

3


evapotranspiração potencial no período entre 1961 e 1990, e risco de seca maior<br />

que 60%, tomando-se por base o período entre 1970 e 1990. Esta região engloba os<br />

Estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio<br />

Grande do Norte e Sergipe, abrangendo um total de 1.133 municípios (PEREIRA<br />

JR., 2007). No entanto, <strong>em</strong> 2012 os índices pluviométricos nesta região foram tão<br />

baixos que, de acordo com o Ministério <strong>da</strong> Integração Nacional, 8,3 milhões de<br />

brasileiros de 1.187 municípios foram afetados pela seca durante este ano (MIN,<br />

2012). Em geral esta região apresenta uma vegetação denomina<strong>da</strong> Caatinga, que<br />

se caracteriza por uma baixa produtivi<strong>da</strong>de e pequena diversi<strong>da</strong>de de espécies <strong>em</strong><br />

relação à floresta tropical úmi<strong>da</strong>. A Caatinga se desenvolve <strong>em</strong> condições adversas,<br />

como solos rasos, pedregosos ou are<strong>nos</strong>os, com pH neutro ou próximo de 7, pobre<br />

<strong>em</strong> material orgânico e rico <strong>em</strong> sais minerais solúveis, especialmente cálcio e<br />

potássio (MENDES, 1986a). Apesar destas condições adversas a algaroba é capaz<br />

de se desenvolver plenamente, passando então a servir como recurso alternativo<br />

para esta região pela sua alta resistência e a<strong>da</strong>ptabili<strong>da</strong>de (MENDES, 1986b;<br />

SANTOS & TERTULIANO, 1998; PEGADO et al., 2006).<br />

Outro fator que tornou a algaroba extr<strong>em</strong>amente importante para o nordeste<br />

brasileiro foi o seu potencial <strong>em</strong> produzir vagens com alta palatabili<strong>da</strong>de e valor<br />

nutricional, e que fizeram <strong>da</strong> planta uma fonte geradora de alimentos para o hom<strong>em</strong><br />

e para os animais desta região (SILVA et al., 2008; MENDES, 1986b). Além <strong>da</strong>s<br />

vagens, as folhas também são usa<strong>da</strong>s na alimentação animal. Juntas geram uma<br />

capaci<strong>da</strong>de produtiva de ração de 20 a 40 tonela<strong>da</strong>s por hectare por ano (SILVA,<br />

1986b; GARIBALDI, 2001).<br />

Sabe-se que 100g <strong>da</strong> farinha de vagens possui 10 g de água, 25 g de<br />

proteínas, 5,2 g de gorduras, 36,5 g de carboidratos, 20 g de fibra bruta e 3,3 g de<br />

sais minerais. Os altos níveis de carboidratos faz<strong>em</strong> com que as vagens apresent<strong>em</strong><br />

sabor adocicado, e também torna possível a produção de álcool etílico a partir delas<br />

(SILVA et al., 2003). Os níveis de macronutrientes <strong>em</strong> folhas novas e <strong>em</strong> folhas<br />

velhas são respectivamente: N 2,59-1,90%; P 0,23-0,14%; K 1,93-2,04%; Ca 0,45-<br />

0,64%; Mg 0,49-0,63%; S 0,20-0,21% (HAAG et al., 1986).<br />

4


Desta forma têm-se sugerido a utilização <strong>da</strong>s vagens <strong>da</strong> P. juliflora como<br />

supl<strong>em</strong>ento ou parte integrante de rações na alimentação animal, objetivando-se a<br />

substituição do milho ou de outra fonte de energia e proteínas nas dietas de<br />

codornas (SILVA et al., 2002a), galinhas poedeiras (SILVA et al., 2002b) eqüi<strong>nos</strong><br />

(STEIN et al., 2005), suí<strong>nos</strong> (PINHEIRO et al., 1986), ruminantes (BARROS e<br />

QUEIROZ FILHO, 1982; RAVIKALA et al., 1995; MAHGOUB et al., 2005) e peixes<br />

(BASTOS & FAÇANHA, 1985).<br />

As espécies do gênero Prosopis têm sido uma fonte histórica de alimentos<br />

para as populações humanas na América do Norte e América do Sul, pelos povos<br />

indígenas, e ain<strong>da</strong> hoje as vagens e farinhas oriun<strong>da</strong>s destas têm sido usa<strong>da</strong>s para<br />

o consumo humano como pães, biscoitos, geléias, doces e ain<strong>da</strong> para a produção<br />

de água ardente e bebi<strong>da</strong> substituta do café (SILVA, 1986b; VIEIRA et al, 1995;<br />

SILVA et al., 2003; CHOGE et al, 2007).<br />

Moléculas com potencial bioativo isola<strong>da</strong>s <strong>da</strong> P. juliflora inclu<strong>em</strong> esteróides,<br />

alcaloides, cumarinas, flavonóides, sesquiterpe<strong>nos</strong>, ácido esteárico, proteínas do<br />

pólen de ação alergênica e <strong>da</strong>s s<strong>em</strong>entes com ação inibidora de proteinases<br />

(OLIVEIRA et al., 2002; KILLIAN & MCMICHAEL, 2004; ALMARAZ-ABARCA et al.,<br />

2007).<br />

Os principais alcaloides piperidínicos já caracterizados <strong>em</strong> diferentes partes<br />

<strong>da</strong> P. juliflora são a juliprosopina (juliflorina); juliprosina, juliprosineno, julifloridina,<br />

julifloricina, juliflorinina. A comparação <strong>da</strong> estrutura proposta para a juliprosopina,<br />

com base <strong>nos</strong> <strong>da</strong>dos espectrométricos <strong>da</strong> juliflorina, revelou que os dois alcaloides<br />

são idênticos, por isso passaram a ser considerados sinônimos (AHMAD et al.,<br />

1986). Ahmad & Mohammad (1979) buscaram eluci<strong>da</strong>r a estrutura <strong>da</strong> juliprosopina<br />

(C40H75N3O2) encontrando este composto também na P. glandulosa. Este mesmo<br />

alcaloide (OTT-LONGONI et al., 1980) e a juliprosina (C40H72N3O2) (DAETWYLER et<br />

al., 1981) foram isola<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s folhas <strong>da</strong> P. juliflora, obti<strong>da</strong>s como uma resina incolor e<br />

um óleo, respectivamente. Ahmad et al. (1985) e Aqeel Ahmad et al. (1989)<br />

concluíram, através de <strong>da</strong>dos espectrométricos, que a juliprosopina e a julifloricina<br />

são alcaloides isômeros. A estruturas dos alcaloides juliprosinina (C40H70N3O2) e<br />

juliflorinina (C40H75N3O2), que possui a mesma configuração <strong>da</strong> juliflorina<br />

5


(juliprosopina) foram determina<strong>da</strong>s por Ahmad e colaboradores, <strong>em</strong> 1989 e os<br />

compostos caracterizados como um sal clorado, obtidos como uma resina.<br />

Os alcaloides piperidinicos <strong>da</strong> P. juliflora têm a sua estrutura composta por<br />

dois anéis de piperidínicos, que são ligados a um anel indolizidínico através de duas<br />

cadeias alifáticas (AHMAD & MOHAMMAD et al, 1979;. AHMAD et al, 1985;.<br />

AHMAD et al, 1986b,. AHMAD et al., 1989). Os alcaloides biologicamente ativos<br />

juliprosina e juliprosopina apresentam grupos funcionais químicos (carbonilas e<br />

hidroxilas) <strong>em</strong> carbo<strong>nos</strong> 3 e 3' dos anéis de piperidínicos ou no carbono 3''' do anel<br />

indolizidínico, respectivamente (NAKANO et al, 2004.; CHOUDHARY et al, 2005).<br />

Diversas proprie<strong>da</strong>des farmacológicas têm sido d<strong>em</strong>onstra<strong>da</strong>s para<br />

compostos obtidos de folhas e frutos <strong>da</strong> P. juliflora tais como ação anti-bacteriana<br />

(AQEEL AHMAD et al, 1989a; AQEEL AHMAD et al, 1986; AQEEL AHMAD et al,<br />

1995, KANTHASAMY et al, 1989; CÁ-CERES et al, 1995; SATISH et al, 1999;<br />

LAKSHMI et al., 2010), antifúngica (AQEEL AHMAD et al, 1989b; KANTHASAMY et<br />

al, 1989, KAUSHIK et al, 2002), estimulante do sist<strong>em</strong>a imunitário (AQEEL AHMAD<br />

et al. 1992), e os inibidores <strong>da</strong> acetilcolinesterase, inibidora <strong>da</strong> butirilcolinesterase<br />

com ativi<strong>da</strong>de de bloqueio de canais de Ca 2+ (CHOUDHARY et al. 2005), e anti-<br />

helmíntica (BATATINHA et al., 2011). Estas proprie<strong>da</strong>des têm sido atribuí<strong>da</strong>s aos<br />

alcaloides piperidinicos existentes nas diversas partes desta planta (AQEEL AHMAD<br />

et al., 1989; TABOSA et al., 2000a).<br />

2.1.1.3. Intoxicações pelo consumo <strong>da</strong> Prosopis juliflora<br />

Desde a déca<strong>da</strong> de 50, esta planta t<strong>em</strong> sido descrita como causadora de<br />

intoxicação <strong>em</strong> animais <strong>nos</strong> EUA (DOLLAHITE & ANTHONY, 1957), Peru (BACA et.<br />

al., 1967). Mais tarde, no Brasil a doença <strong>em</strong> bovi<strong>nos</strong>, provoca<strong>da</strong> pela sua ingestão,<br />

veio a ser chama<strong>da</strong> de doença <strong>da</strong> cara torta, caracteriza<strong>da</strong> por ed<strong>em</strong>a, alterações<br />

neuromusculares, incluindo atrofia do masseter e lesões histológicas como<br />

espongiose, gliose, per<strong>da</strong> de substância de Nills e vacuolização de neurônio de<br />

núcleo de nervo cranial (FIGUEIREDO et al, 1995).<br />

Em capri<strong>nos</strong>, TABOSA et al. (2000a) d<strong>em</strong>onstraram toxici<strong>da</strong>de para animais<br />

após ingestão crônica de uma dieta composta de 60 a 90% de matéria seca de<br />

6


vagens de P. juliflora. Os animais apresentaram sinais clínicos s<strong>em</strong>elhantes àqueles<br />

que foram previamente observados na intoxicação de bovi<strong>nos</strong> pelo consumo de<br />

vagens (FIGUEIREDO et al., 1995) e na microscopia, foram observa<strong>da</strong>s lesões<br />

histológicas caracteriza<strong>da</strong>s por vacuolização dos neurônios do núcleo oculomotor do<br />

nervo trig<strong>em</strong>inal, degeneração walleriana dos nervos mandibulares e trig<strong>em</strong>inais e<br />

atrofia muscular por degeneração de nervos periféricos. A intoxicação experimental<br />

<strong>em</strong> bovi<strong>nos</strong> com dieta crônica de alta porção de vagens (> 50%) evidenciou além<br />

dos sinais clínicos e alterações histológicas previamente evidencia<strong>da</strong>s, que estes<br />

animais apresentavam <strong>em</strong> neurônios do núcleo trig<strong>em</strong>inal, mitocôndrias com cristas<br />

dispersas perifericamente e desintegra<strong>da</strong>s.<br />

Casos de intoxicações espontâneas são atualmente relatados <strong>em</strong> região do<br />

s<strong>em</strong>i-árido brasileiro, <strong>em</strong> bovi<strong>nos</strong> que pastejaram áreas invadi<strong>da</strong>s pela Prosopis<br />

juliflora ou que ingeriram as vagens como alimento concentrado (CÂMARA et al.,<br />

2009).<br />

Até então, pouco se sabe sobre os principios ativos presentes nas vagens desta<br />

planta, mas alguns estudos foram pioneiros <strong>em</strong> apontar os alcaloides piperidínicos<br />

como potencialmente tóxicos (AQUEEL AHMAD et al., 1991; BATATINHA, 1997).<br />

Estudos de toxici<strong>da</strong>de <strong>em</strong> camundongos realizados por Tabosa e colaboradores<br />

(2000b) suger<strong>em</strong> que o efeito tóxico <strong>da</strong>s vagens <strong>da</strong> algaroba esta relacionado a uma<br />

ação sinérgica <strong>em</strong> uma fração <strong>da</strong> vag<strong>em</strong> (FAT) contendo os alcaloides juliprosopina,<br />

juliprosina e juliprosineno. Estes pesquisadores chegaram a tal reflexão ao<br />

comparar<strong>em</strong> a DL50 <strong>da</strong> FAT (10,3 mg/Kg) com a DL50 do alcaloide juliprosopina<br />

isolado (20,8 mg/Kg). A ação sinérgica de alcaloides piperidínicos de vagens <strong>da</strong> P.<br />

juliflora, também foi d<strong>em</strong>onstra<strong>da</strong> <strong>em</strong> culturas celulares por Batatinha (1997). O<br />

extrato metanólico de vagens, a fração alcaloi<strong>da</strong>l, b<strong>em</strong> como dois alcaloides isolados<br />

(juliprosopina e juliprosina) foram testados quanto a sua citotoxici<strong>da</strong>de <strong>em</strong> culturas<br />

de tumor epitelial humano (HeLa), tumor hepático (HepG2) e <strong>em</strong> dois modelos de<br />

fibroblastos: cultura primária de fibroblasto epitelial humano (F26) e linhag<strong>em</strong> de<br />

tumor sinovial (F57). Neste estudo foi verificado que to<strong>da</strong>s as culturas sofreram<br />

lesão <strong>em</strong> m<strong>em</strong>brana células, como efeito citotóxico. Evidenciando que houve lesão<br />

de m<strong>em</strong>brana <strong>em</strong> mais de 90% <strong>da</strong>s células trata<strong>da</strong>s com 3mg/mL do um extrato<br />

7


metanólico, 3 a 300 µg/mL <strong>da</strong> uma fração alcaloi<strong>da</strong>l ou 30 µg/mL dos alcaloides<br />

juliprosina e juliprosopina, isolados.<br />

2.2. Aspectos estruturais e funcionais dos principais componentes celulares<br />

do SNC<br />

O sist<strong>em</strong>a nervoso central (SNC) é constituído de neurônio, uni<strong>da</strong>de<br />

sinalizadora; e de um conjunto polivalente de células chamado de neuroglia ou glia<br />

(LENT, 2005). As células <strong>da</strong> glia dispõ<strong>em</strong>-se circun<strong>da</strong>ndo o corpo celular, axônio e<br />

dendritos dos neurônios para interagir extensivamente, influenciando suas<br />

ativi<strong>da</strong>des. Também estão envolvi<strong>da</strong>s na detoxificação e manutenção <strong>da</strong><br />

homeostasia (FIELD & STEVENS-GRAHAM, 2002; LENT, 2005).<br />

Como uni<strong>da</strong>de fun<strong>da</strong>mental do SNC, o neurônio é capaz de receber,<br />

processar e enviar informações, e para tanto apresenta a particulari<strong>da</strong>de de<br />

apresentar processos polarizados especializados denominados de neuritos (axônios<br />

e dendritos) capazes de propagar potenciais de ação, fazer junções sinápticas com<br />

outros neurônios e células, formando locais de liberação para neurotransmissores<br />

estocados <strong>em</strong> vesículas m<strong>em</strong>bra<strong>nos</strong>as (MOREST & SILVER, 2003; LENT, 2005). O<br />

citoesqueleto dos neurônios é constituído por duas estruturas principais: os<br />

microtúbulos, presentes no corpo celular, alongado para os axônios e dendritos; e os<br />

neurofilamentos, que são componentes constantes dos axônios, apresentando-se<br />

raramente <strong>em</strong> dendritos (MACHADO & FIGUEREDO, 1996; SIEGEL et al., 1999).<br />

Dentre os fatores que pod<strong>em</strong> influenciar a composição proteica dos prolongamentos<br />

neuronais, destaca-se o ambiente <strong>em</strong> que o mesmo está situado. Isso foi<br />

comprovado por Sonderegger et al. (1985), que revelaram diferença <strong>em</strong> doze<br />

proteínas componentes dos axônios, comparando neurônios cultivados na presença<br />

de outras células do sist<strong>em</strong>a nervoso central e periférico. Assim como os<br />

constituintes proteicos do citoesqueleto são influenciados pelo meio <strong>em</strong> que o<br />

neurônio se encontra, a quanti<strong>da</strong>de e tamanho dos neuritos também pod<strong>em</strong> sofrer<br />

alterações. Isso foi d<strong>em</strong>onstrado in vitro por WANG & CYNADER (1999), que<br />

comparando culturas de neurônios cultiva<strong>da</strong>s sobre diferentes matrizes,<br />

evidenciaram a importância <strong>da</strong>s células gliais para constituição de um ambiente que<br />

melhor proporciona o desenvolvimento e a sobrevi<strong>da</strong> de neurônios.<br />

8


As células gliais pod<strong>em</strong> ser dividi<strong>da</strong>s <strong>em</strong> duas grandes classes: a macroglia e<br />

a microglia. A macroglia, de orig<strong>em</strong> <strong>em</strong>brionária neuroepitelial, inclui os<br />

oligodendrócitos e os astrócitos. Os oligodendrócitos são responsáveis pela<br />

mielinização dos axônios neuronais, com o intuito de promover a condução saltatória<br />

do potencial de ação, impedindo que o impulso elétrico alastre-se para outras<br />

células que não sejam o alvo, possibilitando assim maior eficiência e rapidez na<br />

condução do impulso nervoso (KRIEGSTEIN & GÖTZ, 2003; LENT, 2005). Outras<br />

proprie<strong>da</strong>des biológicas têm sido atribuí<strong>da</strong>s aos oligodendrócitos tais como a<br />

ativi<strong>da</strong>de imunoefetora, pelo fato destas células expressar<strong>em</strong> moléculas de MHC<br />

classe I e II <strong>em</strong> suas m<strong>em</strong>branas plasmáticas (SIEGEL et al., 1999), e mais<br />

recent<strong>em</strong>ente a participação <strong>da</strong> nutrição de neurônios juntamente com os astrócitos<br />

foi d<strong>em</strong>onstra<strong>da</strong> (FÜNFSCHILLING et al., 2012).<br />

Os astrócitos, assim denominados pela morfologia estrela<strong>da</strong>, constitu<strong>em</strong> a<br />

população mais numerosa do sist<strong>em</strong>a nervoso central (COMBES et al., 2012). São<br />

fun<strong>da</strong>mentais para a captação de nutrientes e de oxigênio do sangue para os<br />

neurônios, para a manutenção <strong>da</strong> homeostasia do SNC, compõ<strong>em</strong> o arcabouço<br />

tecidual que fornece sustentação ao SNC e participam ain<strong>da</strong> dos mecanismos de<br />

defesa imunitária do tecido nervoso e dos fenôme<strong>nos</strong> de detoxificação cerebral<br />

(TARDY, 1991; LENT, 2005; TARDY, 2002). Estas células participam do processo<br />

de eliminação de espécies reativas de oxigênio, predominant<strong>em</strong>ente pela ação <strong>da</strong>s<br />

enzimas catalase e glutationa peroxi<strong>da</strong>se (DRINGEN et al., 2005) e através de<br />

moléculas receptoras <strong>nos</strong> pedículos <strong>da</strong>s extr<strong>em</strong>i<strong>da</strong>des dos prolongamentos<br />

astrocitários, rodeiam as sinapses centrais, para detoxificar o excedente de<br />

neurotransmissores acumulados nas fen<strong>da</strong>s sinápticas, tais como o ácido gama-<br />

aminobutírico (GABA) e o glutamato, que são metabolizados <strong>em</strong> glutamina. Este<br />

aminoácido, por sua vez, pode ser disponibilizado para os neurônios e utilizado para<br />

reformulação de neurotransmissores (CAJAL, 1995; KIRCHHOFF et al., 2001;<br />

NAKASE & NAUS, 2004). Anteriormente achava-se que esta seria a única<br />

participação dos astrócitos nas sinapses, atualmente têm sido propostas<br />

comunicações diretas entre astrócitos e neurônios com o desenvolvimento do<br />

conceito de gliotransmissores, que se refere à capaci<strong>da</strong>de de os astrócitos para<br />

libertar vários transmissores, tais como ade<strong>nos</strong>ina trifosfato (ATP), glutamato, D-<br />

serina, e GABA na vizinhança <strong>da</strong>s sinapses (ACHOUR & PASCUAL, 2012). Os<br />

9


astrócitos também representam o componente principal <strong>da</strong> Barreira<br />

H<strong>em</strong>atoencefálica gerando através dos chamados pés astrocitários (processos<br />

citoplasmáticos) contato direto com as células endoteliais, importante para a defesa<br />

contra agentes infecciosos (COMBES et al., 2012). Sendo também células<br />

apresentadoras de antígeno, os astrócitos são capazes de exteriorizar <strong>em</strong> suas<br />

m<strong>em</strong>branas, antíge<strong>nos</strong> e provocar uma resposta imunológica contra agentes<br />

patogênicos (SIEGEL et al., 1999).<br />

Estudos têm revelado que os astrócitos representam uma população celular<br />

capaz de reagir a insultos químicos, constituindo um bom modelo de estudo para<br />

neurotoxici<strong>da</strong>de de diversos agentes (COOKSON et al., 1994), dentre eles o ácido<br />

caínico, cloreto de mercúrio, cloreto de alumínio, tolueno, etanol, dibutiril-cAMP,<br />

trimetilestanho e aos próprios alcaloides de piperidinicos (RATABOUL et al., 1989;<br />

COOKSON E PENTREATH, 1994; MEAD PENTREATH, 1998; HARRY et al.; 2002;<br />

HUGHES et al, 2006; SILVA et al, 2007). Ain<strong>da</strong>, estudos têm revelado que os<br />

astrócitos são a primeira linha de defesa contra xenobióticos e expressam níveis<br />

elevados tanto de enzimas do metabolismo de fase I de drogas, o sist<strong>em</strong>a citocromo<br />

P450 (MEYER et al., 2007), que pode estar relacionado com a metabolização de<br />

alcaloides no SNC (Para revisão ver PITANGA et al., 2012), quanto enzimas de fase<br />

II do metabolismo de drogas, como as isoformas µ e π <strong>da</strong> glutationa-S-transferase<br />

que pod<strong>em</strong> estar associa<strong>da</strong>s a mecanismos de resistência à fármacos que atuam no<br />

SNC (SHANG et al., 2008).<br />

A microglia, de orig<strong>em</strong> <strong>em</strong>brionária h<strong>em</strong>atopoiética, é composta por células<br />

considera<strong>da</strong>s imuno-efetoras, as quais apresentam ativi<strong>da</strong>de fagocítica s<strong>em</strong>elhante<br />

à dos macrófagos (KANDEL, 2000) e que, portanto, realizam no SNC funções<br />

similares àquelas des<strong>em</strong>penha<strong>da</strong>s pelos macrófagos <strong>em</strong> outros órgãos, incluindo<br />

fagocitose, indução à inflamação e apresentação de antíge<strong>nos</strong>, constituindo, dessa<br />

maneira a primeira linha de defesa contra patóge<strong>nos</strong> invasores (ALOISI, 2001;<br />

CHANG et al., 2009). Estas células tanto pod<strong>em</strong> facilitar a sobrevivência dos<br />

neurônios, pela secreção de substâncias neurotróficas e ativação de astrócitos, até<br />

mesmo pela modulação de enzimas astrogliais envolvi<strong>da</strong>s no estresse oxi<strong>da</strong>tivo para<br />

aumentar a resistência destas células à tais condições (GIULIAN et al., 1994;<br />

ROOHL et al., 2008).<br />

10


Por outro lado as células microgliais também pod<strong>em</strong> estar associa<strong>da</strong>s a<br />

doenças neurodegenerativas como mal de Alzheimer, doença de Parkinson,<br />

esclerose múltipla e d<strong>em</strong>ência associa<strong>da</strong> a AIDS (DICKSON et al., 1993). Quando<br />

ativa<strong>da</strong> a microglia libera moléculas inflamatórias que pod<strong>em</strong> por sua vez ativar<br />

astrócitos dentro de minutos e que pode resultar <strong>em</strong> aumento <strong>da</strong> liberação de<br />

gliotransmissores, representando assim um passo importante na sequência inicial de<br />

acontecimentos que contribu<strong>em</strong> para a hiperexcitabili<strong>da</strong>de, excitotoxici<strong>da</strong>de,<br />

neurodegeneração e <strong>da</strong><strong>nos</strong> cerebrais (AGULHON et al., 2012).<br />

As células microgliais assum<strong>em</strong> várias aparências morfológicas que pod<strong>em</strong><br />

ser correlaciona<strong>da</strong>s a estágios funcionais distintos de repouso e ativação. A ativação<br />

<strong>da</strong> microglia t<strong>em</strong> sido caracteriza<strong>da</strong> pela modificação <strong>da</strong> morfologia, passando de<br />

uma forma ramifica<strong>da</strong> (<strong>em</strong> repouso) para uma forma amebóide (ativa<strong>da</strong>). Esta<br />

ativação também é caracteriza<strong>da</strong> pelo aumento <strong>da</strong> expressão de moléculas do<br />

sist<strong>em</strong>a principal de histocompatibili<strong>da</strong>de (MHC classe I e classe II), e de outras<br />

moléculas de m<strong>em</strong>brana como CD11B (receptor do fator 3 do sist<strong>em</strong>a compl<strong>em</strong>ento<br />

– OX-42), de forma que a imunomarcação destes receptores <strong>nos</strong> permite detectar a<br />

ativação de microglia (GEHRMANN et al., 1995; BUTOVSKY et al., 2007). Além <strong>da</strong><br />

mu<strong>da</strong>nça morfológica, a ativação microglial altera seu comportamento proliferativo e<br />

migratório, como também a produção de citocinas, tais como IL-1, IL-6, TNF-α, IFN-3<br />

e TGF-β (GEHRMANN et al., 1995) e produção de fatores neurotóxicos, como óxido<br />

nítrico (NO), que representa uma espécie reativa de oxigênio que medeia uma<br />

varie<strong>da</strong>de de funções biológicas, incluindo homeostasia vascular e<br />

neurotransmissão, mas que pode se combinar com o superóxido, produzindo<br />

peroxinitrito altamente reativo (ABBAS et al., 2003; MANNING et al., 2001;<br />

DAWSON & SNYDER 1994; SILVA et al., 2007; SILVA et al., 2008).<br />

2.3. A ação de alcaloides <strong>da</strong> Prosopis juliflora no SNC<br />

Testes com administração via oral de 62,5 mg/kg <strong>da</strong> fração de alcaloides<br />

totais de vagens <strong>em</strong> camundongos d<strong>em</strong>onstraram que os alcaloides <strong>da</strong> P. juliflora<br />

apresentam ativi<strong>da</strong>de no SNC por indução de alterações comportamentais<br />

sugestivas de um possível efeito ansiogênico (QUINTANS-JÚNIOR et al., 2004).<br />

11


Por outro lado, estudos in vitro têm d<strong>em</strong>onstrado que alcaloides, presentes<br />

nas vagens e folhas <strong>da</strong> P. juliflora apresentam ação direta <strong>em</strong> células do SNC.<br />

Dentre eles destaca-se o estudo de Hughes et al. (2005), que revelou a ação<br />

citotóxica dos mesmos, <strong>em</strong> células tumorais de orig<strong>em</strong> glial humanas, <strong>da</strong> linhag<strong>em</strong><br />

GL-15, a partir de 24 horas de exposição a um extrato de alcaloides obtido de<br />

vagens de P. juliflora, desde a concentração de 0,03 µg/mL. Este efeito foi<br />

evidenciado pela redução dose-dependente <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de mitocondrial e lesão de<br />

m<strong>em</strong>brana celular, com aumento <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> enzima lactato desidrogenase<br />

(LDH), que é essencialmente citossólica, no meio de cultura <strong>da</strong>s células, assim como<br />

pela redução <strong>da</strong> quanti<strong>da</strong>de de células capazes de excluir o corante azul de tripan,<br />

por não apresentar<strong>em</strong> a m<strong>em</strong>brana plasmática integra.<br />

Outros testes in vitro, também desenvolvidos por Hughes et. al. (2006) <strong>em</strong><br />

cultura primária de astrócitos muri<strong>nos</strong> revelaram que estas células são mais<br />

resistentes aos efeitos tóxicos do extrato bruto contendo alcaloides obtidos de<br />

vagens <strong>da</strong> P. juliflora. Este estudo d<strong>em</strong>onstrou que os alcaloides presentes no<br />

extrato total são capazes de induzir redução <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de mitocondrial de astrócitos e<br />

lesão <strong>em</strong> m<strong>em</strong>brana celular, apenas <strong>em</strong> concentrações iguais ou superiores a 30<br />

µg/mL.<br />

Ain<strong>da</strong>, <strong>em</strong> um estudo desenvolvido por Silva et al. (2007), foi avaliado o efeito<br />

citotóxico do extrato alcaloi<strong>da</strong>l e de sete frações de alcaloides isolados de folhas de<br />

P. juliflora <strong>em</strong> cultura de células gliais. Observou-se que, após 24 horas de<br />

tratamento com o extrato alcaloi<strong>da</strong>l (ETA), as células apresentaram redução de<br />

ativi<strong>da</strong>de mitocondrial desde e lesão <strong>em</strong> m<strong>em</strong>brana celular desde exposição à<br />

concentração de 3 µg/mL. Por outro lado, observou-se a ativação <strong>da</strong> microglia<br />

presente nas culturas trata<strong>da</strong>s com concentrações de 30 µg/mL. Contudo, n<strong>em</strong><br />

to<strong>da</strong>s as frações de alcaloides obti<strong>da</strong>s a partir do ETA apresentaram o efeito<br />

citotóxico, similar àquele observado <strong>em</strong> células expostas ao extrato bruto. No<br />

entanto, outras frações, como as frações F29/30, F31/33, F32 e F34/35, revelaram<br />

importante ação citotóxica. A fração 32 (F32) se destacou por ser a mais citotóxica,<br />

e ain<strong>da</strong> induzir a produção de óxido nítrico (NO) <strong>em</strong> altos níveis pelas células gliais<br />

(SILVA et al., 2007).<br />

12


Considerando os aspectos toxicológicos <strong>da</strong> P. juliflora e efeitos neurotóxicos<br />

<strong>em</strong> células gliais, <strong>em</strong> especial atribuídos aos alcaloides presentes nesta planta, torna<br />

importante investigar os efeitos e mecanismos de ação de componentes alcaloi<strong>da</strong>is<br />

<strong>em</strong> sist<strong>em</strong>as mais complexos de interação de células SNC e determinação de alvos<br />

celulares.<br />

Nesse contexto, um estudo in vitro foi desenvolvido com o objetivo geral de<br />

determinar os mecanismos de citotoxici<strong>da</strong>de de extrato e fração de alcaloides<br />

extraídos de Prosopis juliflora sobre células gliais e neurais <strong>em</strong> sist<strong>em</strong>a de co-cultivo.<br />

Neste estudo foram objetivos específicos: 1) estu<strong>da</strong>r as proprie<strong>da</strong>des citotóxicas<br />

através de modificações estruturais e ultraestruturais nas células do SNC induzi<strong>da</strong>s<br />

in vitro <strong>em</strong> um sist<strong>em</strong>a de co-cultura primária de neurônios/células gliais; 2) eluci<strong>da</strong>r<br />

a resposta glial à neurotoxici<strong>da</strong>de induzi<strong>da</strong> pelos alcaloides de P. juliflora<br />

determinando ativação de astrócitos e microglia; 3) caracterizar alvos celulares de<br />

alcaloides <strong>da</strong> P. juliflora através <strong>da</strong> análise de alterações funcionais e metabólicas. O<br />

desenvolvimento deste estudo e os resultados obtidos serão apresentados <strong>nos</strong><br />

capítulos que se segu<strong>em</strong>.<br />

13


3. ARTIGO CIENTÍFICO I<br />

Alcaloides piperidínicos <strong>da</strong> Prosopis juliflora induz<strong>em</strong> <strong>da</strong>no mitocondrial e<br />

vacuolização citoplasmática <strong>em</strong> co-cultura de células gliais e neurônios.<br />

Artigo Submetido à Revista Toxicologic Pathology (SCHOLARONE)<br />

(Vide anexo)<br />

RESUMO<br />

Prosopis juliflora é um arbusto muito utilizado para consumo animal e humano. No<br />

entanto, a ingestão de suas vagens por animais induz intoxicação, que se<br />

caracteriza por alterações neuromusculares induzi<strong>da</strong>s por mecanismos que ain<strong>da</strong><br />

não são b<strong>em</strong> compreendidos. Neste estudo, foi investiga<strong>da</strong> a neurotoxici<strong>da</strong>de de um<br />

extrato alcaloi<strong>da</strong>l (ETA) e uma fração de alcaloides (F32) obti<strong>da</strong>s de folhas <strong>da</strong> P.<br />

juliflora <strong>em</strong> neurônios corticais de ratos e células gliais. Por RMN, a F32 foi<br />

caracteriza<strong>da</strong> como uma mistura dos alcaloides piperidínicos juliprosopina, como<br />

constituintes majoritários, e <strong>em</strong> menor quanti<strong>da</strong>de o alcaloide juliprosina. ETA e F32,<br />

<strong>em</strong> concentrações entre 0,3 e 45 µg/ml foram testados por 24 h <strong>em</strong> co-culturas de<br />

neurônios/células gliais. O teste de MTT revelou que ETA e F32 foram citotóxicos e<br />

os valores de EC50 foram 31,07 µg/ml e 7,36 µg/ml, respectivamente. A exposição<br />

<strong>da</strong>s células à concentrações subtóxicas (0,3-3µg/ml) induziu vacuolização,<br />

alterações fenotípicas e mu<strong>da</strong>nças ultraestruturais, caracteriza<strong>da</strong>s pela formação de<br />

vacúolos com dupla ou múltipla m<strong>em</strong>branas e <strong>da</strong><strong>nos</strong> mitocondriais. Ain<strong>da</strong> nas<br />

culturas expostas a doses subtóxicas foi observa<strong>da</strong> microgliose. Considerando que<br />

F32 foi mais citotóxica do que ETA e que esta reproduz in vitro as alterações<br />

morfológicas e ultraestruturais observa<strong>da</strong>s após o consumo <strong>da</strong> planta por bovi<strong>nos</strong> e<br />

capri<strong>nos</strong>, pod<strong>em</strong>os sugerir que os alcaloides juliprosopina e juliprosina são os<br />

responsáveis primários pelos <strong>da</strong><strong>nos</strong> neurotóxicos observados <strong>em</strong> animais<br />

intoxicados pela P. juliflora.<br />

Palavras-chave: Prosopis juliflora; alcaloides piperidínicos; neurônios; células gliais;<br />

neurotoxici<strong>da</strong>de, mitocôndria.<br />

14


Piperidine alkaloids from Prosopis juliflora induce mitochondrial <strong>da</strong>mage and<br />

cytoplasmic vacuolation on co-cultured glial cells and neurons.<br />

SUMMARY<br />

Prosopis juliflora is a shrub largely used for animal and human consumption.<br />

However, ingestion has been shown to induce intoxication in animals, which is<br />

characterized by neuromuscular alterations induced by mechanisms that are not yet<br />

well understood. In this study, we investigated the neurotoxicity of total alkaloid<br />

extract (TAE) and alkaloid fraction (F32) obtained from P. juliflora leaves on rat<br />

cortical neurons and glial cells. NMR characterization of F32 showed that it is<br />

composed by piperidine alkaloids juliprosopine, as the major constituent, and in<br />

smaller amount juliprosine. TAE and F32 at concentrations between 0.3 and 45<br />

µg/mL were tested for 24 h on neuron/glial cell primary co-cultures. MTT test<br />

revealed that TAE and F32 were cytotoxic and the EC50 values were 31.07 µg/mL<br />

and 7.36 µg/mL, respectively. Exposure to sub-toxic concentration (0.3-3 µg/mL)<br />

induced vacuolation, phenotypic changes, and ultra-structural changes,<br />

characterized by double or multi m<strong>em</strong>brane vacuoles and mitochondrial <strong>da</strong>mage.<br />

Microglial proliferation was also observed. Considering that F32 was more cytotoxic<br />

than TAE and that it reproduced in vitro the main morphologic and ultrastructural<br />

changes observed after P. juliflora consumption, we can suggest that alkaloids<br />

juliprosopine and juliprosine are the primarily responsible for the neurotoxic <strong>da</strong>mage<br />

observed in intoxicated animals.<br />

Keywords: Prosopis juliflora; piperidine alkaloids; neuron; glial cells; neurotoxicity,<br />

mitochondria.<br />

15


3.1. Introdução<br />

Espécies do gênero Prosopis origina<strong>da</strong>s <strong>da</strong> América Central, África do Sul e<br />

na Ásia foram distribuídos <strong>em</strong> torno <strong>da</strong>s regiões secas de diversas partes do mundo<br />

(BURKART, 1976). Prosopis juliflora Sw. DC (algaroba) é um arbusto que foi<br />

introduzido no nordeste do Brasil <strong>em</strong> 1940 (SPA, 1989). As vagens desta planta são<br />

ricas <strong>em</strong> carboidratos e proteínas e historicamente têm sido uma fonte importante de<br />

alimentos para as populações humanas na América do Norte e América do Sul,<br />

como farinha e outros produtos comestíveis. Atualmente a sua utilização para a<br />

produção de alimentos t<strong>em</strong> sido discuti<strong>da</strong> <strong>em</strong> outras regiões do mundo (CHOGE et<br />

al., 2007). Devido à sua resistência a condições ári<strong>da</strong>s, boa palatabili<strong>da</strong>de e valor<br />

nutricional, as vagens de P. juliflora ou o seu farelo são habitualmente utilizados<br />

para a alimentação de gado de leite e carne (SILVA, 1981). No entanto, o consumo<br />

desta planta provoca uma enfermi<strong>da</strong>de quando é a única fonte de alimento para o<br />

animal (BACA et al, 1967; DOLLAHITE & ANTHONY, 1957). A enfermi<strong>da</strong>de induzi<strong>da</strong><br />

por esta planta <strong>em</strong> animais é denomina<strong>da</strong> ''Cara torta" e caracteriza-se por<br />

<strong>em</strong>agrecimento, alterações neuromusculares (incluindo atrofia muscular dos<br />

masseteres), e lesões histológicas tais como espongiose, gliose, a per<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

substância de Nissl e vacuolização do pericário de neurônios do núcleo motor do<br />

nervo trigêmeo (FIGUEIREDO et al., 1995; TABOSA et al., 2000a). Alterações<br />

neuromusculares foram observa<strong>da</strong>s <strong>em</strong> capri<strong>nos</strong> e bovi<strong>nos</strong> alimentados com rações<br />

contendo altas concentrações de vagens <strong>da</strong> P. juliflora (> 50%), especialmente após<br />

exposição crônica (> 200 dias). As lesões histológicas também foram caracteriza<strong>da</strong>s<br />

por vacuolização fina do pericário de neurônios, astrócitos reativos e per<strong>da</strong> de<br />

neurônios no núcleo motor do trigêmeo (TABOSA et al., 2006). Ocasionalmente,<br />

<strong>da</strong><strong>nos</strong> <strong>em</strong> neurônios do núcleo oculomotor e degeneração walleriana <strong>nos</strong> nervos<br />

mandibulares e trigêmeos foram observados (TABOSA et al, 2000a; TABOSA et al,<br />

2006).<br />

Estudos in vitro d<strong>em</strong>onstraram que os alcaloides de vagens e folhas <strong>da</strong> P.<br />

juliflora têm uma ação direta sobre células gliais gerando efeitos tóxicos e<br />

inflamatórios e ain<strong>da</strong> suger<strong>em</strong> que os alcaloides que compõ<strong>em</strong> uma fração (F32)<br />

obti<strong>da</strong> por cromatografia <strong>em</strong> sílica gel do um extrato rico <strong>em</strong> alcaloides (extrato<br />

alcaloi<strong>da</strong>l – ETA) são os que apresentam maior potencial biológico (HUGHES et al,<br />

16


2006; SILVA et al, 2007). No entanto ain<strong>da</strong> não se sabia quais os alcaloides estão<br />

presentes na fração F32 e ain<strong>da</strong> se estes são capazes de induzir in vitro aquelas<br />

lesões neuro-histológicas e ultraestruturais visualiza<strong>da</strong>s <strong>em</strong> animais intoxicados pelo<br />

consumo <strong>da</strong> P. juliflora (TABOSA et al, 2000a; TABOSA et al, 2006; CÂMARA et al,<br />

2009).<br />

Vacuolização neuronal não é um achado específico de intoxicação por P.<br />

juliflora e ocorre <strong>em</strong> outras doenças de herbívoros provoca<strong>da</strong>s pela ingestão plantas<br />

do gênero Solanum (PIENAAR et al., 1976, MENZIES et al. 1979, BOURKE 1997,<br />

PORTER et al. 2003), Swainsona, Oxytropis, Astragalus (SUMMERS et al., 1995) e<br />

Ipomoea (VAN DER LUGT., 2002). Muitas dessas plantas, a ex<strong>em</strong>plo de Solanum<br />

fastigiatum, induz<strong>em</strong> vacúolos no citoplasma de neurônios como resultado do<br />

acúmulo de substratos não metabolizados <strong>em</strong> lisossomos, que caracteriza a doença<br />

de depósito lisossomal (DSL). Outras, como a P. juliflora, ain<strong>da</strong> que induzam a<br />

formação de vacúolos, estes últimos ain<strong>da</strong> não foram caracterizados, o que poderia<br />

constituir uma informação importante para a compreensão do mecanismo de ação<br />

dos compostos tóxicos destas plantas.<br />

Este estudo compl<strong>em</strong>enta os estudos in vitro anteriores do <strong>nos</strong>so grupo, que<br />

suger<strong>em</strong> os alcaloides como os agentes tóxicos <strong>da</strong> intoxicação animal por P.<br />

juliflora. Nós caracterizamos os alcaloides presentes na fração mais bioativa (F32)<br />

obti<strong>da</strong> de folhas <strong>da</strong> P. juliflora, e estu<strong>da</strong>mos in vitro as alterações morfológicas e<br />

ultraestruturais induzi<strong>da</strong>s por esta fração e o extrato alcaloi<strong>da</strong>l (ETA) <strong>em</strong> modelo de<br />

co-cultura primária de neurônios/células gliais.<br />

3.2. Materiais e métodos<br />

Extração e caracterização de alcaloides<br />

Folhas de P. juliflora foram colhi<strong>da</strong>s <strong>em</strong> Salvador (BA) na Escola de Medicina<br />

Veterinária e Zootecnia <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de Federal <strong>da</strong> Bahia (UFBA). O extrato<br />

alcaloi<strong>da</strong>l foi obtido através do método ácido/base de extração, tal como descrito por<br />

OTT-LONGONI et al. (1980), com pequenas modificações (SILVA et al, 2007). As<br />

folhas foram secas <strong>em</strong> estufa a 50° C. Para eliminar componentes não-polares o<br />

material seco e triturado (874 g) sofreu três extrações com hexano (2,0 L/kg) durante<br />

48 h à t<strong>em</strong>peratura ambiente, ca<strong>da</strong> extração, com agitação ocasional. O extrato foi,<br />

17


<strong>em</strong> segui<strong>da</strong>, filtrado, e o resíduo foi submetido a nova extração com metanol (1,5<br />

L/kg), utilizando o mesmo processo descrito acima. O extrato metanólico foi<br />

concentrado num sist<strong>em</strong>a de evaporação rotativa a 40° C, e a este resíduo foi<br />

adicionado solução de HCl 0,2N, mantido sob agitação durante 16 h e seguido por<br />

filtração. A solução foi agita<strong>da</strong> com clorofórmio para r<strong>em</strong>over o material não-básico.<br />

Para obtenção dos constituintes nitrogenados, a cama<strong>da</strong> aquosa foi basifica<strong>da</strong> com<br />

hidróxido de amônio até atingir pH 11 e foi então extraí<strong>da</strong> com clorofórmio. A fase de<br />

clorofórmio foi evapora<strong>da</strong>, levando à produção do extrato alcaloi<strong>da</strong>l (ETA). Este<br />

extrato foi fracionado por cromatografia <strong>em</strong> coluna de sílica gel utilizando<br />

clorofórmio/ metanol (99:1 a 1:1) como fase móvel, com uma eluição subsequente<br />

<strong>em</strong> metanol a 100%. As trinta e seis frações obti<strong>da</strong>s a partir do ETA foram testa<strong>da</strong><br />

para a presença de alcaloides utilizando o teste de Dragendorf (WAGNER et al.,<br />

1983). Considerando que <strong>nos</strong>sos experimentos anteriores apontaram a F32 como a<br />

fração mais tóxica para as células <strong>da</strong> glia (SILVA et al., 2007), neste estudo<br />

investigamos o efeito citotóxico do ETA e F32 <strong>em</strong> neurônios e células gliais. Ain<strong>da</strong>,<br />

caracterizamos a composição <strong>da</strong> F32 por ressonância magnética nuclear de H1 (500<br />

MHz, CD3OD) e C13 RMN (125 MHz, CD3OD).<br />

Tratamentos<br />

Para os tratamentos, o ETA e a F32 foram dissolvidos <strong>em</strong> dimetilsulfóxido<br />

(DMSO, Sigma, St. Louis, MO), para gerar soluções de estoque <strong>em</strong> concentrações<br />

de 30 mg/mL, que foram armazena<strong>da</strong>s a -20° C. As células foram trata<strong>da</strong>s com<br />

concentrações variando entre 0,3 - 45 µg/mL, durante 24 h. O grupo de controlo<br />

negativo foi tratado com DMSO diluído <strong>em</strong> meio de cultura, considerando o maior<br />

volume equivalente usado <strong>nos</strong> grupos tratados (0,1%) e não mostrou nenhum efeito<br />

significativo <strong>nos</strong> parâmetros analisados <strong>em</strong> comparação com células que não<br />

receberam o diluente.<br />

Culturas de células<br />

As culturas celulares foram prepara<strong>da</strong>s a partir de h<strong>em</strong>isférios cerebrais de<br />

ratos Wistar, obtidos junto ao Departamento de Biorregulação do Instituto de<br />

<strong>Ciência</strong>s <strong>da</strong> Saúde <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de Federal <strong>da</strong> Bahia (Salvador, BA, Brasil) e<br />

realiza<strong>da</strong> de acordo com o Comitê Local de Ética <strong>em</strong> Experimentação <strong>Animal</strong>.<br />

18


Co-culturas primárias de neurônios/células gliais<br />

Culturas primárias <strong>da</strong>s células <strong>da</strong> glia foram prepara<strong>da</strong>s de acordo com<br />

método descrito por COOKSON & PENTREATH (1994). Resumi<strong>da</strong>mente, os<br />

h<strong>em</strong>isférios cerebrais de crias de ratos Wistar de um dia de i<strong>da</strong>de pós-natal foram<br />

isolados assepticamente e as meninges foram r<strong>em</strong>ovi<strong>da</strong>s com auxilio de lupa para<br />

posterior dissecção do tecido cortical. Em segui<strong>da</strong>s, as células foram suspensas <strong>em</strong><br />

meio DMEM/HAM-F12 (Cultilab, SP, Brasil), supl<strong>em</strong>entado com 100 UI/mL de<br />

penicilina G, estreptomicina 100 µg/mL, 2 mM de L-glutamina, 0,011 g/L de piruvato,<br />

10% de SFB, 3,6 mg/L Hepes e 33 mM de glicose (Cultilab, SP, Brasil) e cultiva<strong>da</strong>s<br />

<strong>em</strong> placas de 100 milímetros Ø <strong>em</strong> uma atmosfera úmi<strong>da</strong> com 5% de CO2 a 37° C.<br />

O meio de cultura foi mu<strong>da</strong>do a ca<strong>da</strong> dois dias, e as células foram cultiva<strong>da</strong>s durante<br />

15 dias, para ser<strong>em</strong> então tripsiniza<strong>da</strong>s (tripsina-EDTA) e plaquea<strong>da</strong>s a uma<br />

densi<strong>da</strong>de de 670 células/mm 2 e mantidos por 48 h <strong>em</strong> uma atmosfera úmi<strong>da</strong> com<br />

5% de CO2 a 37° C para estabilização <strong>da</strong> cultura. Neste momento, neurônios de<br />

h<strong>em</strong>isférios cerebrais de <strong>em</strong>briões de ratos Wistar com 15-18 dias de i<strong>da</strong>de<br />

gestacional, foram obtidos através do mesmo método descrito acima para a cultura<br />

<strong>da</strong> glia. As células neuronais <strong>em</strong> suspensão no meio DMEM/HAM-F12<br />

supl<strong>em</strong>entado foram s<strong>em</strong>ea<strong>da</strong>s sobre a monocama<strong>da</strong> astroglial numa proporção de<br />

1:2 células gliais (335 células/mm 2 ). As células gliais e neuronais juntas foram<br />

incuba<strong>da</strong>s <strong>em</strong> atmosfera úmi<strong>da</strong> com 5% de CO2 a 37° C durante 8 dias, quando os<br />

tratamentos foram realizados.<br />

Viabili<strong>da</strong>de celular - Curvas de dose-resposta<br />

Curvas de dose-resposta foram alcança<strong>da</strong>s pelo teste do brometo de 3-(4,5-<br />

dimetiltiazol-2-il)-2,5-difeniltetrazólio (MTT, Sigma, St. Louis, MO). O experimento foi<br />

realizado <strong>em</strong> placas de 96 poços (TPP Suíça) com co-culturas de neurônios/células<br />

gliais. As células foram incuba<strong>da</strong>s com 1,5 - 45 µg/mL de ETA, F32 ou 0,1% de<br />

DMSO (controle) durante 24 h. A viabili<strong>da</strong>de celular foi quantifica<strong>da</strong> pelo índice de<br />

conversão do MTT (cor amarela) por desidrogenases mitocondriais de células vivas<br />

a formazan (cor púrpura) (HANSEN et al., 1989). As células <strong>em</strong> condições controle e<br />

trata<strong>da</strong>s foram incuba<strong>da</strong>s com MTT a uma concentração final de 1 mg/mL, durante 2<br />

h. Em segui<strong>da</strong>, as células foram lisa<strong>da</strong>s com 20% (peso/volume) de dodecil sulfato<br />

de sódio (SDS) e 50% (v/v) de dimetilformami<strong>da</strong> (DMF) (pH 4,7). As placas foram<br />

incuba<strong>da</strong>s durante a noite a 37º C para dissolver os cristais de formazan. A<br />

19


densi<strong>da</strong>de óptica de ca<strong>da</strong> amostra foi medi<strong>da</strong> a 492 nm utilizando um<br />

espectrofotómetro (Thermo-Plate Reader). Três experimentos independentes foram<br />

realizados com oito poços duplicados para ca<strong>da</strong> análise. Os resultados do teste de<br />

MTT foram expressos como percentuais de viabili<strong>da</strong>de dos grupos tratados <strong>em</strong><br />

comparação com os grupos controle. A regressão não linear foi realiza<strong>da</strong> usando o<br />

software Graphpad Prism 3.0, para realização de análises estatísticas e para<br />

calcular a EC50 do ETA e F32, que representam as concentrações eficazes para<br />

matar 50% <strong>da</strong>s células.<br />

Analise de alterações morfológicas<br />

Coloração de Rosenfeld<br />

Alterações morfológicas e vacuolização foram primeiramente avalia<strong>da</strong>s por<br />

coloração de Rosenfeld. O experimento foi realizado <strong>em</strong> placas de 3,5 Ø (TPP<br />

Suíça). As células foram lava<strong>da</strong>s três vezes com PBS e fixa<strong>da</strong>s durante 10 min com<br />

metanol a -20° C. As células fixas foram então cora<strong>da</strong>s. Para tanto, o reagente de<br />

Rosenfeld (1 mL) foi adicionado e incubado durante 20 min à t<strong>em</strong>peratura ambiente.<br />

Em segui<strong>da</strong>, as placas foram lava<strong>da</strong>s com água, secas ao ar, analisa<strong>da</strong>s num<br />

microscópio óptico (Olympus BX70) e fotografa<strong>da</strong>s utilizando uma câmara digital (CE<br />

Roper Scientific). A vacuolização foi quantifica<strong>da</strong> <strong>em</strong> dez campos fotografados,<br />

conforme predeterminação que os astrócitos com mais de 10 vacúolos no<br />

citoplasma eram considerados <strong>em</strong> processo de vacuolização (ISOBE et al., 2003).<br />

Imunocitoquímica<br />

Alterações morfológicas <strong>em</strong> astrócitos e neurónios foram também estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s<br />

por imunocitoquímica para as proteínas do citoesqueleto, GFAP e βIII-tubulina,<br />

respectivamente. Células <strong>em</strong> condições controle e trata<strong>da</strong>s foram s<strong>em</strong>ea<strong>da</strong>s <strong>em</strong><br />

placas de 3,5 Ø (TPP Suíça) e após tratamento de 24h foram lava<strong>da</strong>s três vezes<br />

com PBS e fixa<strong>da</strong>s com metanol frio a -20 º C durante 10 minutos. A ligação não<br />

específica do anticorpo foi bloquea<strong>da</strong> por pré-incubação <strong>da</strong>s placas com 3% de<br />

albumina de soro bovino (BSA) <strong>em</strong> PBS. Para marcação de neurônios, as células<br />

foram incuba<strong>da</strong>s com anticorpo monoclonal de camundongo anti-βIII-tubulina<br />

conjugado com CY3, por 2h (1:500 <strong>em</strong> PBS, Sigma, EUA). E para marcação de<br />

astrócitos, as células foram incuba<strong>da</strong>s com anticorpo policlonal de coelho anti-GFAP<br />

(1:100 <strong>em</strong> PBS, DAKO, EUA) overnight e, <strong>em</strong> segui<strong>da</strong>, incuba<strong>da</strong>s com anticorpo de<br />

20


cabra anti-IgG de coelho conjugado com isotiocianato de tetrametilro<strong>da</strong>mina (1:250<br />

<strong>em</strong> PBS, Sigma) durante 30 min à t<strong>em</strong>peratura ambiente. A cromatina nuclear <strong>da</strong>s<br />

células fixa<strong>da</strong>s foram cora<strong>da</strong>s com o corante fluorescente DAPI, a uma<br />

concentração final de 5 µg/mL <strong>em</strong> PBS, durante 10 min à t<strong>em</strong>peratura ambiente <strong>em</strong><br />

câmara escura. Em segui<strong>da</strong>, as células foram analisa<strong>da</strong>s por microscopia de<br />

fluorescência (Olympus BX70) e fotografa<strong>da</strong>s utilizando uma câmara digital (CE<br />

Roper Scientific).<br />

Para identificar microglia ativa<strong>da</strong> <strong>em</strong> células fixa<strong>da</strong>s foi realiza<strong>da</strong><br />

imunocitoquímica para OX-42 (CD11b) antes <strong>da</strong> coloração de Rosenfeld. Primeiro, a<br />

ativi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> peroxi<strong>da</strong>se endógena foi bloquea<strong>da</strong> durante 10 minutos com peróxido<br />

de hidrogênio a 3%. A co-cultura foi incuba<strong>da</strong> durante 1 h com o anticorpo<br />

monoclonal de camundongo anti OX-42 (CD11b/c (1:200), Caltag, Burlingame, CA).<br />

As células foram então incuba<strong>da</strong>s com anticorpo de cabra anti-IgG de camundongo<br />

conjugado com peroxi<strong>da</strong>se (1:1000, Sigma) durante 1 h. As células microgliais foram<br />

identifica<strong>da</strong>s pela cor castanho após a incubação com o substrato, 0,3% de 4-Cl-<br />

alfanaftol/solução de metanol diluído <strong>em</strong> tampão PBS (1:5) mais H2O2 (0,33 mL/mL),<br />

à t<strong>em</strong>peratura ambiente durante 30 min. E após coloração de Rosenfeld as mesmas<br />

foram identifica<strong>da</strong>s com uma cor preta. Estas células foram analisa<strong>da</strong>s (Olympus<br />

BX70) e fotografa<strong>da</strong>s (CE Roper Scientific) num microscópio de fase óptica de luz<br />

utilizando uma câmara digital. O número de células imunorreactivas foram conta<strong>da</strong>s<br />

sob o microscópio usando 20X de ampliação num campo 0,29 mm 2 . Dez campos<br />

representativos aleatorizados foram analisados, e a proporção de células OX-42-<br />

positivas foi apresenta<strong>da</strong> como a percentag<strong>em</strong> de células marca<strong>da</strong>s entre o número<br />

total de células conta<strong>da</strong>s.<br />

Ensaio de proteína e western blot<br />

A expressão de GFAP foi investiga<strong>da</strong> por Western blot e imunodetecção.<br />

Após o tratamento, as células foram lava<strong>da</strong>s duas vezes com PBS, lisa<strong>da</strong>s e<br />

coleta<strong>da</strong>s <strong>em</strong> 2% (peso/volume) de SDS, 2 mmol/L de EGTA, 4 mol/L de ureia, 0,5%<br />

(v/v) de Triton X-100, e 62,5 mmol/L Tris-HCl (pH 6,8) supl<strong>em</strong>entado com 0,1% (v/v)<br />

de um coquetel de inibidores de protease (Sigma). O teor de proteína total foi<br />

determinado através de um método de LOWRY et al. (1951) a<strong>da</strong>ptado <strong>em</strong> kit de<br />

reagente de proteína (Bio-Rad, Hercules, CA, EUA). Para este ensaio, 50 µg de<br />

21


proteínas totais, prepara<strong>da</strong> conforme descrito acima, foi deposita<strong>da</strong> <strong>em</strong> gel de<br />

<strong>em</strong>pilhamento a 4% de poliacrilami<strong>da</strong> e corrido <strong>em</strong> gel a 8% de poliacrilami<strong>da</strong>. A<br />

eletroforese foi realiza<strong>da</strong> a 200 V durante 45 min. As proteínas foram então<br />

transferi<strong>da</strong>s para uma m<strong>em</strong>brana de fluoreto de polivinilideno (PVDF, Immobilon-P,<br />

Millipore), a 100 V durante 1 h. A padronização na quanti<strong>da</strong>de de proteína<br />

deposita<strong>da</strong> foi confirma<strong>da</strong> por coloração <strong>da</strong>s m<strong>em</strong>branas com vermelho Ponceau<br />

(Sigma). Em segui<strong>da</strong>, as m<strong>em</strong>branas foram bloquea<strong>da</strong>s durante 1 h à t<strong>em</strong>peratura<br />

ambiente, <strong>em</strong> 20 mmol/l Tris-solução salina tampona<strong>da</strong> (pH 7,5), contendo 0,05% de<br />

Tween 20 (TBS-T) e 5% de leite desnatado <strong>em</strong> pó. Subsequent<strong>em</strong>ente, as<br />

m<strong>em</strong>branas foram incuba<strong>da</strong>s com anticorpo de coelho anti-GFAP (1:5000, DAKO,<br />

EUA), diluído <strong>em</strong> TBS-T contendo 1% de leite desnatado <strong>em</strong> pó, durante a noite. Em<br />

sequencia foram lava<strong>da</strong>s com TBS-T e incuba<strong>da</strong>s anticorpo secundário de cabra<br />

anti-IgG de coelho conjugado com fosfatase alcalina (1:5000 <strong>em</strong> TBS-T, Bio-Rad).<br />

Ban<strong>da</strong>s imunorreativas foram visualiza<strong>da</strong>s utilizando o kit de substrato de AP-<br />

conjugado (Bio-Rad), de acordo com as instruções do fabricante.<br />

Dosag<strong>em</strong> de nitrito<br />

A produção de óxido nítrico (NO) foi avalia<strong>da</strong> como o acúmulo de nitrito no<br />

meio de cultura por meio de teste colorimétrico, que envolve o uso do reagente de<br />

Griess (WANG et al., 2002). Amostras (50 µL) foram recolhi<strong>da</strong>s após 24 horas de<br />

tratamento. Volumes iguais de sobrena<strong>da</strong>nte de cultura e de reagente de Griess<br />

(sulfanilami<strong>da</strong> 1%, 0,1% de N-(1-naftil)-etileno diamina, ácido fosfórico a 2%) foram<br />

misturados. A mistura foi incuba<strong>da</strong> durante 10 min à t<strong>em</strong>peratura ambiente, e a<br />

absorvância a 560 nm foi medi<strong>da</strong> num leitor de microplacas (Thermo Placa TP-<br />

Reader). As concentrações de nitrito nas amostras foram determina<strong>da</strong>s com base<br />

numa curva padrão de nitrito de sódio (NaNO2, 1,26-100 pg/mL).<br />

Análise ultraestrutural do citoplasma<br />

Alterações ultraestruturais foram avalia<strong>da</strong>s por microscopia eletrônica de<br />

transmissão. O experimento foi realizado <strong>em</strong> placas de 3,5 Ø (TPP Switzerland) com<br />

co-culturas de neurônios/ células gliais incuba<strong>da</strong>s com 3 µg/mL de ETA, F32 ou<br />

0,1% de DMSO. As células foram fixa<strong>da</strong>s com glutaraldeído a 2,5% (Sigma.) <strong>em</strong> 0,1<br />

M de tampão de cacodilato (pH 7,2) durante duas horas à t<strong>em</strong>peratura ambiente, e<br />

lava<strong>da</strong>s <strong>em</strong> tampão de cacodilato 0,1 M e pós-fixa<strong>da</strong>s com tetróxido de ósmio a 1%<br />

22


e ferrocianeto de potássio a 0,8% e 5 mM de CaCl2 no mesmo tampão durante 1 h à<br />

t<strong>em</strong>peratura ambiente. As células foram então raspa<strong>da</strong>s, desidrata<strong>da</strong>s numa série<br />

de soluções de acetona e <strong>em</strong>bebi<strong>da</strong>s <strong>em</strong> resina Polybed. Cortes fi<strong>nos</strong> foram corados<br />

com acetato de uranila e citrato de chumbo e observa<strong>da</strong>s <strong>em</strong> um microscópio<br />

eletrônico de transmissão Zeiss EM109.<br />

Análise estatística<br />

Os resultados são expressos <strong>em</strong> média ± desvio-padrão. One-way ANOVA<br />

seguido pelo pós-teste de Student-Newmann-Keuls para determinar as diferenças<br />

estatísticas entre os grupos que difer<strong>em</strong> <strong>em</strong> apenas um parâmetro. Teste t de<br />

Student foi utilizado para as comparações entre dois grupos. Valores de p


Curvas de dose-resposta<br />

Os efeitos tóxicos de ETA e F32 obtidos a partir de folhas de P. juliflora sobre<br />

a viabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s células foram avaliados por teste MTT, que mede a redução do sal<br />

de tetrazólio (MTT) a formazan de cor púrpura pelas enzimas desidrogenases de<br />

células vivas. Depois de vinte e quatro horas de exposição a 1,5 - 45 µg/ml de ETA<br />

ou F32 <strong>em</strong> co-culturas de neurónios/ células gliais foi visualiza<strong>da</strong> uma diminuição<br />

dose-dependente <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s desidrogenases (Figura 2). As concentrações<br />

inibitórias médias (valores de EC50) foram 31,07 µg/mL (ETA) e 7,36 µg /mL (F32).<br />

Para tornar possível a análise de alterações morfológicas e ultraestruturais,<br />

utilizaram-se doses subtóxica (1,5 µg/mL e 3 µg/mL) para a realização dos d<strong>em</strong>ais<br />

testes.<br />

Efeito dos alcaloides sobre morfologia <strong>da</strong>s células <strong>da</strong> glia e neuronal.<br />

Para investigar os efeitos dos alcaloides <strong>da</strong> P. juliflora sobre a morfologia<br />

celular, coloração de Rosenfeld e imunocitoquímicas para GFAP, βIII-tubulina e OX-<br />

42 foram realiza<strong>da</strong>s <strong>em</strong> co-culturas de neurônios/células gliais. A coloração de<br />

Rosenfeld nas células <strong>em</strong> condições controle revelou neurônios homogeneamente<br />

distribuídos ao longo <strong>da</strong> monocama<strong>da</strong> densa de astrócitos, com estes apresentando<br />

um fenótipo plano/poligonal (Fig. 3 A). Em culturas expostas a 1,5 µg/mL de ETA, a<br />

rede de neuritos foi manti<strong>da</strong>, mas alguns astrócitos apresentaram vacuolização<br />

citoplasmática (Fig. 3 B). No entanto, <strong>em</strong> culturas expostas a 3 µg/ml de ETA, a<br />

proporção de astrócitos com vacuolização citoplasmática aumentou<br />

significativamente (Fig. 3 C e G), com a redução <strong>da</strong> integri<strong>da</strong>de <strong>da</strong> rede de neuritos,<br />

alguns astrócitos gigantes também foram observados. A exposição de células a 1,5<br />

µg/mL de F32 foi suficiente para perturbar a monocama<strong>da</strong> de astrócitos e a rede de<br />

neuritos. Vacuolização citoplasmática intensa <strong>nos</strong> astrócitos e vacúolos <strong>em</strong> neurites<br />

também foram observa<strong>da</strong>s (Fig. 3 D, E e H). Estes efeitos foram amplificados <strong>em</strong><br />

culturas trata<strong>da</strong>s com 3 µg/mL de F32 (Fig. 3 F e H), no entanto, nesta concentração<br />

adota<strong>da</strong> não foi possível quantificar os astrócitos <strong>em</strong> processo de vacuolização,<br />

devido a pouca quanti<strong>da</strong>de de células aderentes nesta condição de tratamento.<br />

Culturas analisa<strong>da</strong>s por imunocitoquímica para a GFAP, proteína do<br />

citoesqueleto de astrócitos, mostraram uma monocama<strong>da</strong> de células grandes com<br />

24


morfologia plana/poligonal, com estas proteínas distribuí<strong>da</strong>s ao longo dos corpos<br />

celulares (Fig. 4). No entanto, mu<strong>da</strong>nças na morfologia dos astrócitos foram apenas<br />

observados <strong>em</strong> culturas trata<strong>da</strong>s com 3 µg/mL de F32. Nestas condições, os<br />

astrócitos r<strong>em</strong>anescentes apresentaram fi<strong>nos</strong> e multipolares filamentos positivos<br />

para GFAP (Fig. 4 C), sugerindo a ativação de astrócitos. Análises por western blot<br />

revelaram que os níveis de GFAP <strong>em</strong> condições controle e culturas trata<strong>da</strong>s com 1,5<br />

- 3 µg/mL de ETA e 1,5 µg/mL de F32 permaneceram s<strong>em</strong>elhantes, como<br />

determinado por uma ban<strong>da</strong> imunorreativa de 49kDa. No entanto, <strong>em</strong> culturas<br />

expostas a 3 µg/mL de F32, uma mu<strong>da</strong>nça no padrão de migração <strong>da</strong> GFAP foi<br />

observa<strong>da</strong>. A GFAP apareceu como uma ban<strong>da</strong> de proteína prolonga<strong>da</strong> de pesos<br />

moleculares muito s<strong>em</strong>elhantes, sugerindo uma degra<strong>da</strong>ção desta proteína (Fig. 4<br />

C).<br />

As análises realiza<strong>da</strong>s por imunocitoquímica para βIII-tubulina revelaram que<br />

os neurônios exibiram polimerização disfuncional desta proteína <strong>em</strong> culturas<br />

trata<strong>da</strong>s com 3 µg/mL de F32, quando compara<strong>da</strong>s com células <strong>em</strong> condições<br />

controle que apresentaram a expressão desta proteína por todo o corpo celular e<br />

neuritos (Fig. 5).<br />

Poucas células microgliais ativa<strong>da</strong>s marca<strong>da</strong>s para OX-42 (1,3%) apareceram<br />

como pequenas células redon<strong>da</strong>s, de cor preta <strong>em</strong> condições de controle (Fig. 6 A).<br />

No entanto, a exposição a 1,5 - 3 µg/mL de ETA ou F32 aumentou a proporção de<br />

células microgliais OX-42-positivas <strong>em</strong> até cinco vezes (Fig. 6 BE). Em condições<br />

controle, o sobrena<strong>da</strong>nte do meio de culturas trata<strong>da</strong>s com veículo DMSO (0,1%)<br />

mostraram níveis baixos de nitrito: 35,5 ± 4,5 pg/mL. O sobrena<strong>da</strong>nte do meio de<br />

culturas trata<strong>da</strong>s com 1,5 µg/mL de ETA, 3 µg/mL de ETA ou 1,5 µg/mL de F32<br />

apresentaram níveis s<strong>em</strong>elhantes de nitrito, com valores de 31,3 ± 6,3; 34,7 ± 4,3 e<br />

36,1 ± 3,6, respectivamente (Fig. 7). No entanto, a exposição <strong>da</strong>s células a 3 µg/mL<br />

de F32 induziu um aumento significativo no nível de nitrito <strong>em</strong> meio de cultura, para<br />

44,9 ± 4,8 pg/mL (Fig. 7 B).<br />

Análise ultraestrutural do citoplasma<br />

A análise ultraestrutural revelou que as células <strong>em</strong> condições controle (DMSO<br />

a 0,1%) (Fig. 8 A) apresentaram uma morfologia normal do citoplasma, mitocôndrias<br />

25


e núcleos. No entanto, as células trata<strong>da</strong>s durante 24 h com 3 µg/mL de ETA<br />

apresentaram alterações na morfologia e tamanho mitocondrial. Estas alterações na<br />

morfologia mitocondrial foram sugestivas de uma fusão mitocondrial. Além disso, as<br />

células trata<strong>da</strong>s durante 24 h com 3 µg/mL de F32, apresentaram mitocôndrias com<br />

cristas desintegra<strong>da</strong>s, e vacúolos citoplasmáticos caracterizados por dupla ou<br />

multim<strong>em</strong>branas. Estas morfologias dos vacúolos citoplasmáticos foram sugestivas<br />

de um processo autofágico (Fig. 8B e C).<br />

3.4. Discussão<br />

Em <strong>nos</strong>sos estudos anteriores, d<strong>em</strong>onstramos que o extrato alcaloi<strong>da</strong>l (ETA)<br />

e algumas frações de alcaloides <strong>da</strong>s folhas de Prosopis juliflora foram citotóxicas e<br />

induziram ativação de células gliais <strong>em</strong> culturas primárias (SILVA et al., 2007). As<br />

células <strong>da</strong> glia têm funções importantes que impactam na saúde e integri<strong>da</strong>de de<br />

células neuronais (COYLE & SCHWARCZ, 2000). Considerando-se ca<strong>da</strong> vez mais<br />

evidências de que os astrócitos e microglia des<strong>em</strong>penham papéis importantes na<br />

fisiologia do sist<strong>em</strong>a nervoso central e <strong>nos</strong> mecanismos <strong>da</strong> patogênese de várias<br />

doenças neurológicas (CHANG et al., 2000, GEBICKE-HAERTER, 2001 e CHANG<br />

et al., 2009), é importante investigar as reações de células gliais que interag<strong>em</strong> com<br />

os neurônios a vários estímulos, incluindo agentes químicos. Neste estudo,<br />

investigamos os efeitos do ETA e <strong>da</strong> fração de alcaloides mais citotóxica para as<br />

células <strong>da</strong> glia (fração F32, para revisão ver SILVA et al., 2007) <strong>em</strong> um sist<strong>em</strong>a de<br />

neurônio/células gliais <strong>em</strong> um sist<strong>em</strong>a de co-cultivo para induzir e caracterizar<br />

alterações morfológicas e ultra-estruturais visualiza<strong>da</strong>s <strong>em</strong> células do sist<strong>em</strong>a<br />

nervoso central na ¨Doença <strong>da</strong> cara torta¨. A caracterização <strong>da</strong> F32 por RMN<br />

mostrou que esta fração é composta por uma mistura de dois alcaloides<br />

juliprosopina, como constituinte majoritário, e <strong>em</strong> menor quanti<strong>da</strong>de juliprosina. Em<br />

uma investigação fitoquímica <strong>da</strong>s vagens de Prosopis juliflora cultiva<strong>da</strong>s na região<br />

s<strong>em</strong>iári<strong>da</strong> do Estado <strong>da</strong> Paraíba do Brasil, TABOSA et al. (2000b) observaram que a<br />

ativi<strong>da</strong>de tóxica, observa<strong>da</strong> <strong>em</strong> animais de laboratório, é quimicamente relaciona<strong>da</strong><br />

com os alcaloides piperidínicos juliprosopina e juliprosina.<br />

Em <strong>nos</strong>so estudo, as concentrações citotóxicas de ETA e F32 <strong>em</strong> co-culturas<br />

de neurônios/células gliais foram determina<strong>da</strong>s pelo teste de MTT. O brometo de 3-<br />

(4,5-dimetiltiazol-2-il)-2,5-difeniltetrazólio é um sal de tetrazólio solúvel <strong>em</strong> água, o<br />

26


qual é convertido para formazan insolúvel de cor púrpura pela clivag<strong>em</strong> do anel de<br />

tetrazólio pela enzima succinato desidrogenase no interior <strong>da</strong> mitocôndria de células<br />

saudáveis (MOSMAN, 1983, SHEARMAN et al., 1995). Evidências mais recentes<br />

suger<strong>em</strong> que a redução de MTT pode também ser media<strong>da</strong> por succinato, NADH ou<br />

NADPH como substrato no interior <strong>da</strong>s células e fora <strong>da</strong> mitocôndria (Berridge e Tan,<br />

1993). Observou-se pelo teste de MTT, que após 24 h de exposição a baixas<br />

concentrações de alcaloides <strong>da</strong> F32 e ETA (3 µg/mL), estas não foram suficientes<br />

para reduzir a ativi<strong>da</strong>de de desidrogenases no sist<strong>em</strong>a de cultura adotado. No<br />

entanto, esta concentração subtóxica induziu distúrbios mitocondriais visualizados<br />

por microscopia eletrônica. Pelo teste MTT, apenas concentrações mais eleva<strong>da</strong>s de<br />

F32 (7,5 µg/ml) e ETA (30 µg/ml) d<strong>em</strong>onstraram induzir redução <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />

succinato desidrogenase.<br />

Vacuolização citoplasmática após a exposição a uma varie<strong>da</strong>de de produtos<br />

químicos e substâncias bioativas t<strong>em</strong> sido extensivamente relata<strong>da</strong> (para revisão ver<br />

AKI et al., 2012). Observou-se também, após coloração com Rosenfeld, que a<br />

exposição de neurônios e células gliais aos alcaloides induziu <strong>em</strong> astrócitos<br />

mu<strong>da</strong>nças estruturais e vacuolização dose-dependente do citoplasma. Além disso,<br />

uma perturbação na rede de neuritos e vacuolização intensa <strong>em</strong> neuritos foram<br />

observa<strong>da</strong>s. No campo <strong>da</strong> patologia celular, deteriorações celulares caracteriza<strong>da</strong>s<br />

por vacuolização citoplasmática são chama<strong>da</strong>s degenerações vacuolares (COTRAN<br />

et al., 1999), e a vacuolização induzi<strong>da</strong> por alcaloides de P. juliflora <strong>em</strong> co-cultura de<br />

neurônios/células gliais pod<strong>em</strong> ser um tipo de degeneração vacuolar. S<strong>em</strong>elhantes<br />

alterações morfológicas <strong>em</strong> células do sist<strong>em</strong>a nervoso central foram relata<strong>da</strong>s <strong>em</strong><br />

ingestão experimental e espontânea de P. juliflora por bovi<strong>nos</strong>. Tabosa et al. (2006)<br />

e Câmara et al. (2009) observaram gliose, vacuolização e per<strong>da</strong> neuronal <strong>em</strong><br />

núcleos motor do nervo trigêmeo e outros núcleos de nervos crania<strong>nos</strong> como as<br />

principais lesões histológicas após intoxicação P. juliflora.<br />

Autolisossomos não são vacúolos ver<strong>da</strong>deiros, que às vezes se expand<strong>em</strong><br />

para encher o citoplasma e, portanto, muitas vezes são referidos como vacúolos<br />

autofágicos, que pod<strong>em</strong> ser observados sob microscopia de fase (AKI et al., 2012).<br />

A análise ultraestrutural sugere a formação de vacúolos autofágico nas células<br />

trata<strong>da</strong>s durante 24 h com 3 µg/mL de F32. A autofagia é um processo pelo qual há<br />

27


a degra<strong>da</strong>ção intracelular de proteínas, e <strong>em</strong> que organelas citoplasmáticas são<br />

degra<strong>da</strong><strong>da</strong>s e recicla<strong>da</strong>s através de lisossomos. Ela des<strong>em</strong>penha um papel<br />

importante na eliminação <strong>da</strong>s organelas <strong>da</strong>nifica<strong>da</strong>s, tais como mitocôndrias e pode<br />

constituir um mecanismo de proteção contra a morte celular programa<strong>da</strong> induzi<strong>da</strong><br />

por disfunção mitocondrial <strong>em</strong> células neuronais (PARIS et al, 2011). Além disso, as<br />

células trata<strong>da</strong>s durante 24 h com 3 µg/ml de F32 apresentaram mitocôndrias com<br />

cristas desintegra<strong>da</strong>s. No entanto, as células trata<strong>da</strong>s durante 24 h com 3 µg/ml de<br />

ETA apresentaram alterações na morfologia mitocondrial que sugeriam uma fusão<br />

mitocondrial, que caracteriza a combinação de duas mitocôndrias <strong>em</strong> uma única<br />

organela (ARDUINO et al., 2011). Estudos indicam que a fusão está relaciona<strong>da</strong> a<br />

mu<strong>da</strong>nças na função mitocondrial, e protege a mitocôndria <strong>da</strong> degra<strong>da</strong>ção<br />

autofagossomal (ARDUINO et al, 2011; RAMBOLD et al, 2011).<br />

Filamentos intermediários (FI) são estruturas que, <strong>em</strong> conjunto com os<br />

microtúbulos e microfilamentos, formam o citoesqueleto, que está presente <strong>em</strong><br />

quase to<strong>da</strong>s as células eucarióticas. A principal proteína FI dos astrócitos é proteína<br />

ací<strong>da</strong> fibrilar glial (GFAP). Estudos recentes revelaram a presença de múltiplas<br />

isoformas de GFAP, que pod<strong>em</strong> ser diferencialmente expressas <strong>em</strong> astrócitos<br />

reativos e astrócitos <strong>em</strong> repouso (para revisão ver LIEM & MESSING, 2009).<br />

Alterações na expressão de GFAP indicam a reativi<strong>da</strong>de astroglial (astrogliose). Os<br />

astrócitos reagiram à dose mais eleva<strong>da</strong> testa<strong>da</strong> do F32 (3 µg/mL) para a análise <strong>da</strong><br />

expressão desta proteína, com uma forte retração do corpo celular e <strong>em</strong>issão de<br />

processos de fina espessura e ramificados. Este fenômeno foi associado com o<br />

aparecimento de duas ban<strong>da</strong>s imunorreativas-GFAP (como revelado por western<br />

blot), sugerindo instabili<strong>da</strong>de proteica. Em <strong>nos</strong>sos estudos anteriores, <strong>em</strong> culturas de<br />

células <strong>da</strong> glia, observou-se que os astrócitos expostos a 3 µg/mL de ETA<br />

desenvolveram corpos celulares compactos, com muitos processos super-<br />

expressando GFAP, mas a exposição a 3 µg/mL de F32 induziu ruptura na<br />

expressão <strong>da</strong> GFAP (SILVA et al., 2007) . Embora um aumento na produção de<br />

GFAP possa ser um sinal de astrogliose reativa a lesão, e até mesmo a<br />

neurodegeneração (COSTA et al 2002; COYLE & SCHWARCZ, 2000, TARDY,<br />

1991), uma redução <strong>nos</strong> seus níveis pod<strong>em</strong> significar sinaptogénese ou<br />

neurotransmissão anormal (O ' CALLAGHAN, 1991; RAJKOWSKA et al., 2002).<br />

28


Exposição de co-culturas de neurônios/células gliais a alcaloides <strong>da</strong> P. juliflora<br />

induziu perturbação <strong>da</strong> monocama<strong>da</strong> de astrócitos e <strong>da</strong> rede de neuritos, e ain<strong>da</strong><br />

intensa vacuolização <strong>em</strong> ambos os tipos de células. Estes fenôme<strong>nos</strong> também foram<br />

associados com alterações na expressão de βIII-tubulina, o principal componente do<br />

citoesqueleto neuronal. Interrupções na marcação <strong>da</strong> βIII-tubulina foram tipicamente<br />

observa<strong>da</strong>s <strong>em</strong> culturas expostas a 3 µg/mL de F32, sugerindo uma falha na<br />

polimerização desta proteína dos neurônios, um fenômeno que pode estar<br />

associado com a vacuolização. Estudos publicados refer<strong>em</strong> que os astrócitos são<br />

capazes de produzir moléculas que afetam o crescimento axonal, tal como o<br />

componente de matriz extracelular laminina. Além disso, intervenções na integri<strong>da</strong>de<br />

de astrócitos e astrogliose afetam neuritos (COSTA et al, 2002; NONES et al, 2010;<br />

TARDY, 2002). A resposta dos astrócitos a alcaloides de P. juliflora, caracteriza<strong>da</strong><br />

por alterações na morfologia e na expressão de GFAP, pode estar associa<strong>da</strong> a<br />

alterações na expressão de βIII-tubulina e na integri<strong>da</strong>de <strong>da</strong> rede de neurites.<br />

A microglia representa o conjunto de células imunes residentes no cérebro,<br />

que funcionam de forma s<strong>em</strong>elhante aos macrófagos de tecidos de outros órgãos,<br />

servindo como fagócitos (quando requisitados) e que constitu<strong>em</strong> a primeira linha de<br />

defesa contra os agentes patogênicos invasores e outros insultos (STREIT et al.,<br />

1999). Estas células são muito sensíveis a até pequenas perturbações na<br />

homeostasia do SNC, e tornam-se facilmente ativa<strong>da</strong>s durante a maior parte <strong>da</strong>s<br />

condições neuropatológicas, incluindo lesão do nervo periférico, trauma e enfarto,<br />

doenças inflamatórias, e neurotóxicas induzi<strong>da</strong>s por lesão neuronal (STREIT et al.,<br />

2000). No entanto, a sua ativação pode interferir com a saúde e integri<strong>da</strong>de de<br />

células neuronais (COYLE & SCHWARCZ, 2000; MOISES et al., 2002). A ativação<br />

<strong>da</strong> microglia gera alterações morfológicas que transformam estas <strong>em</strong> células<br />

pequenas e redon<strong>da</strong>s, s<strong>em</strong> processos e que expressam OX-42 (HUMPEL & SALIMI,<br />

2002; SILVA et al., 2008). Um número maior de células OX-42-positivas foram<br />

observa<strong>da</strong>s <strong>em</strong> co-culturas de neurônios/células gliais expostas a ambos, ETA e<br />

F32. Este efeito apresentou-se aumentado na presença <strong>da</strong> concentração mais<br />

eleva<strong>da</strong>s de ETA e F32 (3 µg/mL). Esta observação indica que os alcaloides <strong>da</strong> P.<br />

juliflora também pod<strong>em</strong> induzir a microgliose. Entre vários fatores liberados pelas<br />

células gliais ativa<strong>da</strong>s, o NO parece des<strong>em</strong>penhar um papel crítico por lesão<br />

29


cerebral induzido por estresse (DIMAYUGA et al., 2007;. GEBICKE-HAERTER,<br />

2001; MANNING et al., 2001; NICHOLSON et al., 2004).<br />

Em repouso as células gliais não produz<strong>em</strong> NO. A produção de NO pode ser<br />

induzi<strong>da</strong> pela conversão de L-arginina <strong>em</strong> L-citrulina, que é catalisa<strong>da</strong> pela óxido<br />

nítrico sintase induzível (iNOS). Nesse estudo, não houve mu<strong>da</strong>nças significativas<br />

<strong>nos</strong> níveis de nitrito observa<strong>da</strong>s no meio de cultura de células trata<strong>da</strong>s com 1,5 - 3<br />

µg/mL de ETA ou no meio de culturas trata<strong>da</strong>s com 1,5 µg/mL de F32. No entanto, o<br />

tratamento de 24 h <strong>da</strong>s culturas com 3 µg/mL de F32 induziu um aumento<br />

significativo na produção de nitrito, possivelmente devido à ativação glial. Estudos<br />

realizados <strong>em</strong> culturas primárias de células gliais verificaram que alguns agentes<br />

químicos induz<strong>em</strong> ativação glial e indução <strong>da</strong> produção de NO (RÖHL & SIEVERS,<br />

2005; SAMANTARAY et al., 2007; RYU et al., 2007). Num estudo, utilizando culturas<br />

primárias de células gliais, observou-se que 24 h de tratamento <strong>da</strong>s culturas mistas<br />

de astrócitos/microglia com flavonóide rutina (100 µmol/L) induziu um aumento<br />

significativo na produção de nitrito. Este tratamento não teve o mesmo efeito <strong>em</strong><br />

culturas primárias de astrócitos, possivelmente indicando a ativação <strong>da</strong> microglia<br />

(SILVA et al., 2008). Um aumento dos níveis de nitrito no meio de culturas primárias<br />

de células <strong>da</strong> glia foi também observa<strong>da</strong> após a exposição a 3 µg/mL <strong>da</strong> fração F32<br />

(SILVA et al., 2007). Em ambos os casos, a ativação e proliferação de microglia<br />

foram também observa<strong>da</strong>s após a exposição aos compostos e relaciona<strong>da</strong>s com o<br />

óxido nítrico (NO), que indica a microglia, como fonte principal de NO <strong>em</strong> resposta a<br />

desafios químicos.<br />

Considerando-se que a F32 foi mais citotóxica do que ETA e que a F32<br />

induziu in vitro as alterações morfológicas e ultraestruturais características <strong>da</strong><br />

“Doença <strong>da</strong> cara torta”, pod<strong>em</strong>os sugerir que os alcaloides piperidinicos juliprosopina<br />

e juliprosina são os responsáveis primários pelos <strong>da</strong><strong>nos</strong> neurotóxicos observados<br />

<strong>em</strong> animais após o consumo <strong>da</strong> planta. Mais estudos dev<strong>em</strong> ser realizados para<br />

caracterizar o mecanismo de formação de vacúolos e se eles têm uma ação<br />

protetora contra a morte celular programa<strong>da</strong> induzi<strong>da</strong> pelo <strong>da</strong>no mitocondrial<br />

observado neste estudo.<br />

30


3.5 Agradecimentos<br />

Este trabalho foi fomentado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento<br />

Científico e Tecnológico (CNPq) e Fun<strong>da</strong>ção de Amparo à Pesquisa do Estado <strong>da</strong><br />

Bahia (FAPESB). Nós agradec<strong>em</strong>os o apoio de pesquisas prestado pela Fun<strong>da</strong>ção<br />

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), e pelo<br />

Programa de <strong>Pós</strong>-graduação <strong>em</strong> <strong>Ciência</strong> <strong>Animal</strong> <strong>nos</strong> Trópicos - Universi<strong>da</strong>de<br />

Federal <strong>da</strong> Bahia. A microscopia eletrônica foi apoia<strong>da</strong> pela Plataforma de<br />

Microscopia Eletrônica - Centro de Pesquisa Gonçalo Muniz, <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção Oswaldo<br />

Cruz, Salvador, Brasil.<br />

31


3.6 Referências<br />

AHMAD, A.; ALI KHAN K.; AHMAD V.U. QAZI S. Antibacterial activity of juliflorine<br />

isolated from Prosopis juliflora. Planta Medica, v.1, p. 285-288, 1986.<br />

AHMAD, A.; KHURSHEEDM, A.K.; SABIHA, Q.; VIQARUDDIN, A. Antifungial activity<br />

of some hydrosoluble Prosopis juliflora alkaloids. Fitoterapia, v. 60, p. 86-89, 1989.<br />

AL-SHAKH-HAMED, W. M. A.; AL-JAMMAS, M. A. The antimicrobial activity of<br />

alkaloi<strong>da</strong>l fraction of Prosopis juliflora. Iraqi Journal Veterinary Science, v. 12, p.<br />

281-287, 1999.<br />

APERIA, A., BERTORELLO, A., SERI, I. Dopamine causes inhibition of Na+-<br />

K+ATPase 686 activity in rat proximal convoluted tubule segments. Am.J.Physiol, v.<br />

252, p. 39–45,1987.<br />

AQEEL, A.; KHURSHEED, A. K.; VIQARUDDIN, A.; SABIHA Q. Antimicrobial activity<br />

of julifloricine isolated from Prosopis juliflora. Arzneim. - Forsch./Drug Research,<br />

39, .652-655, 1989.<br />

ARDUINO, D, M,;ESTEVES,R.; CARDOSO, S. Mitochondrial Fusion/Fission,<br />

Transport and Autophagy in Parkinson’s Disease: When Mitochondria Get Nasty.<br />

Parkinson’s Disease. Article. ID 767230, 2011.<br />

BACA, S.F.; VALLENAS, A.; NOVOA, C. Estudio experimental de la “Coquera” en<br />

capri<strong>nos</strong>. Revta Fac Med Vet. v. 18, p. 131-159, 1967.<br />

CÂMARA, A.C.L.; COSTA, N.A.; RIET-CORREA F.; AFONSO, J.A.B.; DANTAS,<br />

A.F.M.; MENDONÇA, C.L.; SOUZA; M.I. Intoxicação espontânea por vagens de<br />

Prosopis juliflora (Leg. Mimosoideae) <strong>em</strong> bovi<strong>nos</strong> no Estado de Pernambuco. Pesq.<br />

Vet. Brás. v. 29, p. 233-240, 2009.<br />

CHANG, R. C.C.; CHIU1, KIN.; HO, Y.S.; SO, K.FA. Modulation of Neuroimmune<br />

Responses on Glia in the Central. Cellular & Molecular Immunology. v. 6, p. 317-<br />

326, 2009.<br />

32


CHANG, R.C.C.; HUDSON, P.; WILSON, B.; HADDON, L.; HONG, J.S. Influence of<br />

neurons on lipopolysaccharide-stimulated production of nitric oxide and tumor<br />

necrosis factor-a by cultured glia. Brain Research, v. 853, p. 236–244, 2000.<br />

COSTA, S.L.; PLANCHENAULT, T.; CHARRIERE-BERTRAND, C.; MOUCHEL, Y.;<br />

FAGES, C.; SHARON, J.; LEFRANÇOIS, T.; BARLOVATZ-MEIMON, G., TARDY, M.<br />

Astroglial permissivity for neurotic outgrowth in neuron-astrocyte cocultures depends<br />

on regulation of lamini bioavailability. Glia. v. 37, p. 105–113, 2002.<br />

COTRAN, R.S.; KUMAR, V.; COLLINS, T. Cellular pathology I: cell injury and cell<br />

death. In Robbin’s Pathologic Basis of Disease, edition 6; Cotran, R.S.; Kumar, V.;<br />

Collins, T. Saunders, Philadelphia, p. 1–29, 1999.<br />

COYLE, J.T.; SCHWARCZ, R. Mind glue: implications of glial cell biology for<br />

psychiatry. Arch Gen Psychiatry. v. 57, p. 90-93, 2000.<br />

DIMAYUGA, F.O.; WANG, C., CLARK, J.M.; DIMAYUGA, E.R.; DIMAYUGA, V.M.;<br />

BRUCE-KELLER, A.J. SOD1 overexpression alters ROS production and reduces<br />

neurotoxic inflammatory signaling in microglial cells. Journal of Neuroimmunology.<br />

v. 182, p. 89–99, 2007.<br />

DOLLAHITE, J.W.; ANTHONY, W.V. Malnutrition in cattle on an unbalanced diet of<br />

mesquite beans. Texas Agri. Exp. Station, v. 11, p. 209-212, 1957.<br />

FESTJENS, N.; VANDEN BERGHE, T.; VANDENABEELE, P. Necrosis, a well-<br />

orchestrated form of cell d<strong>em</strong>ise: signaling cascades, important mediators and<br />

concomitant immuneresponse, Biochim. Biophys. Acta., v. 1757, p. 1371–1387,<br />

2006.<br />

FIGUEIREDO, L.J.C.; FERREIRA, M.M.; TÁVORA, J.P.F.; DANTAS, J. SIMÕES,<br />

S.D. Estudo clínico e anátomopatológico <strong>da</strong> doença "cara torta" <strong>em</strong> bovi<strong>nos</strong> no<br />

nordeste brasileiro. Arq. Med. Vet. – UFBA. v.18, p. 175-183, 1995.<br />

33


GEBICKE-HAERTER, P.J. Microglia in Neurodegeneration: Molecular Aspects.<br />

Microsc. Res. Tech. v. 54, p. 47–58, 2001.<br />

GOLSTEIN, P., KROEMER, G. Cell death by necrosis: towards a molecular<br />

definition. Trends Bioch<strong>em</strong>. Sci. v. 32, p. 37–43, 2007.<br />

GOZUACIK, D.; KIMCHI, A. Autophagy and cell death. Curr. Top. Dev. Biol., v. 78,<br />

p. 217–245, 2007.<br />

HENICS, T.; WHEATLEY, D.N. Cytoplasmic vacuolation, a<strong>da</strong>ptation and cell death:<br />

A view on new perspectives and features. Biology of the Cell. v. 91, p. 485-498,<br />

1999.<br />

HUGHES, J.B.; SILVA, V.D.A.; SILVA, A.R.; SOUZA, C.S.; SILVA, A.M.M.;<br />

VELOSO, E.S.; BATATINHA, M.J.M.; COSTA, M.F.D.; TARDY, M.; ELBACHÁ, R.S.;<br />

COSTA, S.L. Cytotoxicity effect of alkaloi<strong>da</strong>l extract from Prosopis juliflora Sw. D.C.<br />

(Algaroba) pods on glial cells. Brazilian Journal of Veterinary Research and<br />

<strong>Animal</strong> Science, v. 43, p. 50-58, 2006.<br />

HUGHES, J.B.; SOUSA, J.S.; BARRETO, R.A.; SILVA, A.R.; SOUZA, C.S. SILVA,<br />

V.D.A. SILVA, B.M.P.; FREITAS, S.R.V.B.; COSTA, M.F.D.; EL-BACHÁ, R.S.;<br />

BATATINHA, M.J.M.; TARDY, M.; VELOZO, E.S. AND COSTA, S.L. Cytotoxic<br />

effects of an extract containing alkaloids obtained from Prosopis juliflora Sw. D.C.<br />

(Algaroba) pods on glioblastoma cells. Rev. Bras. Saúde Prod. An. v. 6, p. 31-41,<br />

2005.<br />

ISOBE, I.; MAENO,Y.; NAGAO, M.;IWASA, M.; KOYAMA, H.; SEKO-<br />

NAKAMURA,Y.; MONMA-OHTAKI, J. Cytoplasmic vacuolation in cultured rat<br />

astrocytes induced by an organophosphorus agent requires extracellular signal-<br />

regulated kinase activation. Toxicology and Applied Pharmacology. v. 193, p.<br />

383–392, 2003.<br />

34


KANTHASAMY, A.; SUBRAMANIAN, S.; GOVINDASAMY, S. Bacterici<strong>da</strong>l and<br />

fungici<strong>da</strong>l effects of Prosopis juliflora alkaloi<strong>da</strong>l fraction. Indian Drugs, v. 26, p. 390-<br />

394, 1989.<br />

LAKSHMI, B.S.; NAIDU, K.C.; MURTHY, Y.L.N.; BOBBARALA, V.; PANDIT, N. Bio-<br />

efficacy of some medicinal plants against pathogens of cereal crops and<br />

phytoch<strong>em</strong>ical examination of Prosopis juliflora (SW) Dc. Journal of Pharmacy<br />

Research, v. 3, p. 356-360, 2010.<br />

LIEM, R.K.; MESSING, A. Dysfunctions of neuronal and glial intermediate filaments<br />

in disease. J. Clin. Invest. v. 119, p. 1814-1824, 2009.<br />

MANNING, P.; COOKSON, M.R.; MCNEIL, C.J.; FIGLEWICZ, D.; SHAW, P. J. Brain<br />

Research, v. 911, p. 203–210, 2001.<br />

MEYER, R.P.; GEHLHAUS, M.; KNOTH, R.; VOLK, B. Expression and Function of<br />

Cytochrome P450 in Brain Drug Metabolism. Current Drug Metabolism, v. 8, p.<br />

297-306, 2007.<br />

MOISES, H.W.; ZOEGA, T.; GOTTESMAN, I.I. The glial growth factors deficiency<br />

and synaptic destabilization hypothesis of schizophrenia. BMC Psych., v. 2, p. 8,<br />

2002.<br />

MOSMAN, T. Rapid, colorimetric assay for cellular growth and survival: application to<br />

proliferation and cytotoxicity assays. J. Immunol. Meth. v. 65, p. 55–63, 1983.<br />

NICHOLSON, T.E.; DIBB, S.; RENTON, K.W. Nitric oxide mediates an LPS-induced<br />

depression of cytochrome P450 (CYP1A) activity in astrocytes. Brain Res. 1029,<br />

148–154. 2004.<br />

NONES, J.; STIPURSKY, J.; COSTA, S.L.; GOMES, F.C.A. Flavonoids and<br />

Astrocytes Crosstalking: Implications for Brain Development and Pathology.<br />

Neuroch<strong>em</strong> Res. v. 35, p. 955–966, 2010.<br />

35


O’CALLAGHAN, J.P. Assessment of neurotoxicity: use of glial fibrillary acidic protein<br />

as a biomarker. Biomed. Environ. Sci. v. 4, p. 197–206, 1991.<br />

OTT-LONGONI, R.; VISWANATHAN, N.; HESSE, M. Die konstitution des alkaloides<br />

Juliprosopin aus Prosopis juliflora A. DC. Helvetica Chimica Acta. v. 63, p. 2119-<br />

2129, 1980.<br />

PARIS, I.; MUNOZ, P.; HUENCHUGUALA, S.; COUVE, E.; SANDERS, L.H.;<br />

GREENAMYRE, J.T.; CAVIEDES, P.; SEGURA-AGUILAR, J. Autophagy Protects<br />

Against Aminochrome-Induced Cell Death in Substantia Nigra-Derived Cell Line.<br />

Toxicological sciences. v. 121, n.2, p. 376–388, 2011.<br />

PARIS, I., PEREZ-PASTENE, C., COUVE, E., CAVIEDES, P., LEDOUX, S., AND<br />

SEGURA-AGUILAR, J. Copper dopamine complex induces mitochon-drial autophagy<br />

preceding caspase-independent apoptotic cell death. J. Biol. Ch<strong>em</strong>. v. 284, p.<br />

13306–13315, 2009.<br />

RAJKOWSKA, G.; MIGUEL-HIDALGO, J.J.; MAKKOS, Z.; MELTZER, H.;<br />

OVERHOLSER, J.; STOCKMEIER, C. Layer-specific reductions in GFAP-reactive<br />

astroglia in the dorsolateral prefrontal cortex in schizophrenia. Schizophr. Res. v. 57,<br />

p. 127–138, 2002.<br />

RAMBOLD, A.S.; KOSTELECKY, B.; LIPPINCOTT-SCHWARTZ, J. Together we are<br />

stronger. Fusion protects mitochondria from autophagosomal degra<strong>da</strong>tion.<br />

Autophagy. v. 7, n. 12, p. 1–2, 2011.<br />

RÖHL, C., SIEVERS, J. Microglia is activated by astrocytes in trimethyltin<br />

intoxication. Toxicology and Applied Pharmacology. v. 204, p. 36-45, 2005.<br />

RYU, J.K.; TRAN, K.C.; MCLARNON, J.G. Depletion of neutrophils reduces neuronal<br />

degeneration and inflammatory responses induced by Quinolinic acid in vivo. GLIA.<br />

v. 55, p. 439–451, 2007.<br />

36


SALIMI, K.; HUMPEL, C. Down regulation of compl<strong>em</strong>ent receptor 3 and major<br />

histocompatibility complex I and II antigen-like immunoreactivity accompanies<br />

ramification in isolated rat microglia. Brain Res. v. 946, p. 283–289, 2002.<br />

SAMANTARAY, S.; KNARYAN, V.H.; GUYTON, M.K.; MATZELLE, D.D.; RAY, S.K.;<br />

BANIK, N.L. The parkinsonian neurotoxin rotenone activates calpain and caspase-3<br />

leading to motoneuron degeneration in spinal cord of Lewis rats. Neuroscience. v.<br />

146, p. 741-755, 2007.<br />

SHEARMAN, M.S.; HAWTIN, S.R.; TAILOR, V.J. The intracellular component of<br />

cellular 3-(4,5-dimethylthiazol-2-yl)-2,5-diphenyltetrazolium bromide (MTT) reduction<br />

is specifically inhibited by b-amyloid peptides. J. Neuroch<strong>em</strong>. v. 65, p. 218–227,<br />

1995.<br />

SILVA, A.M.M.; SILVA, A.R.; PINHEIRO, A.M.; FREITAS, S.R.V.B.; SILVA, V. D.A.;<br />

SOUZA, C.S.; VELOSO, E.S.; ELBACHÁ, R.S.; COSTA, M.F.D.; COSTA, S.L.<br />

Alkaloids from Prosopis juliflora leaves induce glial activation, cytotoxicity and<br />

stimulate NO production. Toxicon, v. 49, p. 601-614, 2007.<br />

SILVA, A.R.; PINHEIRO, A.M.; SOUZA, C.S.; FREITAS, S.R.V.B.;<br />

VASCONCELLOS, V.; EL-BACHÁ, R.S.: COSTA, M.F.D.: COSTA, S.L. The<br />

flavonoid rutin induces astrocyte and microglia activation and regulates TNF-alpha<br />

and NO release in primary glial cell cultures. Cell Biol Toxicol, v. 24, p. 75–86,<br />

2008.<br />

SILVA, D.S. Substituição progressiva do farelo de trigo pela vag<strong>em</strong> <strong>da</strong> algaroba na<br />

alimentação de bovi<strong>nos</strong> <strong>em</strong> engor<strong>da</strong> [dissertação]. Areia (PB): Universi<strong>da</strong>de Federal<br />

<strong>da</strong> Paraíba, 1981.<br />

SOFRONIEW, M.V.; HOWE, C.L.; MOBLEY, W.C. Nerve growth factor signaling,<br />

neuroprotection, and neural repair. Annu. Rev. Neurosci. v. 24, p. 1217–281, 2001.<br />

37


SAMOYLENKO, V., ASHFAQ ,M.K., JACOB, M.R., TEKWANI, B.L., KHAN, S.I.,<br />

MANLY, S.P., JOSHI, V.C., WALKER, L.A., MUHAMMAD, I. Indolizidine, antiinfective<br />

and antiparasitic compounds from Prosopis glandulosa var. glandulosa. J Nat Prod.<br />

v. 72, p. 92-8, 2009.<br />

SPA – Secretaria de Produção <strong>Animal</strong> A algarobeira (Prosopis juliflora Sw, D.C.) no<br />

nordeste do Brasil, 1989.<br />

STREIT, W.J.; WALTER, S.A.; PENNEL, N.A. Reactive microgliosis. Progr.<br />

Neurobiol. v. 57, p. 563–581, 1999.<br />

TABOSA, I.M.; SOUZA, J.C.A.; GRAÇA, D.L.; BARBOSA-FILHO, J.M.; ALMEIDA,<br />

R.N.; RIET-CORREA, F. Neuronal vacuolation of the trig<strong>em</strong>inal nuclei in goats<br />

caused by ingestion of Prosopis juliflora pods (Mesquite beans). Vet and Human<br />

Toxico, v. 42, p. 155-158, 2000a.<br />

TABOSA, I.M.; QUINTANS-JÚNIOR, L.J.; PAMPLONA, F.V.; ALMEIDA, R.N.;<br />

CUNHA, E.V.L. DA; SILVA, M.S. DA; SOUZA, J.C. DE A.; BARBOSA FILHO, J.M.<br />

Isolamento biomonitorado de alcalóides tóxicos de Prosopis juliflora (algaroba). Rev.<br />

Bras. Farmacogn. v. 9/10, p. 11-22, 2000b.<br />

TABOSA, I.M.; RIET-CORREA, F.; BARROS, S.S.; SUMMERS, B.A.; SIMÕES,<br />

S.V.D.; MEDEIROS, R.M.T.; NOBRE, V.M.T. Neurohistologic and ultrastructural<br />

lesions in cattle experimentally intoxicated with the Plant Prosopis juliflora. Vet<br />

Pathol. v. 43, p. 695–701, 2006.<br />

TARDY, M. Astrocyte et Homeostasie. Méd. Sci. v. 8, p. 799–804, 1991.<br />

TARDY, M. Role of laminin bioavailability in the astroglial permissivity for neuritic<br />

outgrowth. Anais <strong>da</strong> Acad<strong>em</strong>ia Brasileira de <strong>Ciência</strong>s. v. 74, p. 683-690, 2002.<br />

WAGNER, H.; BLADT, S.; ZGAINSKI, E.M. Drogen analyse. In:<br />

Dünnschichtchromatographie Anlyse von Arzneidrogen, edition 1; Verlag, J.;<br />

Springer, J. Heidelberg New York Publishers, Berlin, 1983.<br />

38


WANG, Z.; LI, D.; LIANG, Y.; WANG, D.; CAI, N. Activation of astrocytes by<br />

advanced glycation end products: cytokines induction and nitric oxide release. Acta<br />

Pharmacol Sin. v. 23, p. 974-980, 2002.<br />

39


Juliprosina Juliprosopina<br />

Figura 1 – Estrutura química dos alcaloides piperidínicos juliprosina e juliprosopina,<br />

presentes na fração F32.<br />

40


Células Viáveis (%)<br />

Células Viáveis (%)<br />

Figura 2 – Análise do efeito dos alcaloides de P. julifora sobre viabili<strong>da</strong>de dos<br />

neurônios e células gliais através do teste do MTT. As células foram incuba<strong>da</strong>s <strong>em</strong><br />

condições controle (0,1% de DMSO) ou na presença de ETA (A) ou F32 (B) e<br />

viabili<strong>da</strong>de determina<strong>da</strong> após 24 horas do tratamento. Resultados expressos <strong>em</strong><br />

percentag<strong>em</strong> <strong>da</strong> absorbância <strong>em</strong> relação ao controle considerado como 100%. *p


G H<br />

Vacuolização <strong>em</strong><br />

Astrócitos (%)<br />

0 0,3 1,5 3<br />

ETA (µg/mL)<br />

Vacuolização <strong>em</strong><br />

Astrócitos (%)<br />

0 0,3 1,5<br />

F32 (µg/mL)<br />

Figura 3 - Análise do efeito dos alcaloides de P. juliflora na morfologia<br />

celular e indução de vacuolização de astrócitos <strong>em</strong> co-culturas de<br />

neurônios/células gliais através <strong>da</strong> coloração com o agente pancrônico de<br />

Rosenfeld. (A) Culturas <strong>em</strong> condições de controle ou após 24 h de<br />

tratamento com 1,5 µg/ mL de ETA (B), 3 µg/mL ETA (C), 1,5 µg/mL F32 (D e<br />

E), ou 3 µg/mL F32 (F). A seta indica o corpo celular de umneurônio; a ponta<br />

de seta Indica um neurônios com interrupções <strong>nos</strong> neuritos; o asterisco<br />

indica astrócito com vacuolização citoplasmática <strong>em</strong> neurites e vacúolos;<br />

objetiva 20x0,70, barra de escala = 10 µm. (G e H) Quantificação dos<br />

astrócitos <strong>em</strong> vacuolização nas co-culturas <strong>em</strong> condições de controle (0,1%<br />

de DMSO) e 24 h após tratamento com ETA (0,3-3 µg/mL) ou F32 (0,3-1,5<br />

µg/ml), os resultados estão expressos como uma percentag<strong>em</strong> <strong>da</strong> média<br />

razão de astrócitos possuindo vacúolo/astrócitos totais desvio padrão (SD);<br />

* p


Figura 4 – Análise do efeito dos alcaloides de P. juliflora na morfologia de astrócitos e<br />

expressão GFAP <strong>em</strong> co-culturas de neurônios/células gliais. Fotomicrografias de<br />

marcação imunocitoquímica de astrócitos expressando GFAP <strong>em</strong> condições de controle<br />

(A) e após 24 h de tratamento com 1,5 µg/mL F32 (B), 3 µg/ mL F32 (C), 1,5 µg / ml de<br />

ETA (D) ou 3 µg/ml de ETA (E). A cromatina nuclear de neurônios e células gliais foi<br />

cora<strong>da</strong> com Hoechst 33258. Objetiva 20x0,70; barra de escala = 10 µm. (F) ban<strong>da</strong>s<br />

imunorreativas <strong>da</strong> proteína GFAP foram identifica<strong>da</strong>s através de westernimunoblot <strong>em</strong><br />

extratos protéicos <strong>da</strong>s co-culturas 24 h após o tratamento com alcaloides; os resultados<br />

são representativos de três experiências independentes.<br />

43


Figura 5 – Análise do efeito dos alcaloides de P. juliflora na morfologia de neurônios e<br />

expressão β-III-tubulina <strong>em</strong> co-culturas de neurônios/células gliais. Foto micrografias de<br />

marcação imunocitoquímica de neurônios expressando β-III-tubulina <strong>em</strong> condições de controle<br />

(A) e após 24 h de tratamento com 3 µg/ml de ETA (B) ou 3 µg/mL F32 (C). A cromatina nuclear<br />

de neurônios e células gliais foi cora<strong>da</strong> com Hoechst 33258. Objetiva 20x0,70; barra de escala =<br />

10 µm.<br />

44


0 1,5 3<br />

ETA (µg/mL)<br />

0 1,5 3<br />

F32 (µg/mL)<br />

Figura 6 – Análise do efeito dos alcaloides de P. juliflora na ativação <strong>da</strong> microglia <strong>em</strong> coculturas<br />

de neurônios/células gliais após marcação imunocitoquímica <strong>da</strong> proteína OX-42 e<br />

coloração com Rosenfeld. Fotomicrografias de marcação imunocitoquímica de astrócitos<br />

expressando GFAP <strong>em</strong> condições de controle (A) e após 24 h de tratamento com 1,5 µg/ml de<br />

ETA (B) ou 1,5 µg/ mL F32 (C). Objetiva 20x0,70; barra de escala = 10 µm. Quantificação de<br />

células <strong>da</strong> microglia OX42 positvas <strong>em</strong> condições controle ou trata<strong>da</strong>s com 1,5 - 3 µg/ml de ETA<br />

(D) ou 1,5 - 3 µg/ mL F32 (E); *p


0 1,5 3<br />

ETA (µg/mL)<br />

0 1,5 3<br />

F32 (µg/mL)<br />

Figura 7 – Medi<strong>da</strong> <strong>da</strong> produção de nitrito (NaNO 2) no meio de cultura <strong>em</strong> condições de<br />

controle e após 24 h de tratamento com 1,5 - 3 µg/ml de ETA (A) ou F32 (B).<br />

Resultados expresso como media desvio-padrão; *p


Figura 8 – Análise por microscopia eletrônica de transmissão de modificações<br />

ultraestruturais induzi<strong>da</strong>s por alcaloides de P. juliflora <strong>em</strong> co-culturas de<br />

neurônios/células gliais. Fotomicrografias <strong>da</strong>s culturas <strong>em</strong> condições de controle<br />

(A) e após 24 h de tratamento com ou 3 µg/ml de ETA (B), 3 µg/ mL F32 (C e D).<br />

O asterisco branco (<strong>em</strong> B) indica mu<strong>da</strong>nças na morfologia mitocondrial. A seta<br />

(<strong>em</strong> C e D) indica desintegração ou encurtamento <strong>da</strong>s cristas mitocondriais. O<br />

asterisco negro (<strong>em</strong> D), indica vacúolos citoplasmáticos.<br />

47


4. ARTIGO CIENTÍFICO II<br />

Autofagia protege contra a morte celular induzi<strong>da</strong> por alcaloides <strong>da</strong> Prosopis juliflora<br />

<strong>em</strong> co-cultura de neurônios/células <strong>da</strong> gliais.<br />

RESUMO<br />

Prosopis juliflora (Swartz) DC é um arbusto nativo <strong>da</strong> América Central, norte <strong>da</strong><br />

América do Sul e <strong>da</strong>s ilhas do Caribe, que se tornaram frequentes invasoras <strong>em</strong><br />

regiões de todo o mundo. Esta planta t<strong>em</strong> sido usa<strong>da</strong> para alimentar animais e seres<br />

huma<strong>nos</strong>, no entanto, uma ação sinérgica dos alcaloides piperidínicos t<strong>em</strong> sido<br />

sugeri<strong>da</strong> como responsável por <strong>da</strong><strong>nos</strong> neurotóxicos observados <strong>em</strong> bovi<strong>nos</strong> e<br />

capri<strong>nos</strong> após intensa ingestão deste alimento. Neste estudo investigou-se o<br />

envolvimento de <strong>da</strong>no mitocondrial e autofagia no mecanismo de morte celular<br />

induzi<strong>da</strong> por alcaloides piperidínicos de folhas <strong>da</strong> P. juliflora utilizando 30 µg/mL de<br />

um extrato alcaloi<strong>da</strong>l (ETA) e 7,5 µg/mL de uma fração de alcaloides (F32) <strong>em</strong><br />

modelos de co-cultura de neurônio/células gliais. Foi d<strong>em</strong>onstrado que ETA e F32<br />

induziram redução <strong>nos</strong> níveis de ATP, perturbação do potencial de m<strong>em</strong>brana<br />

mitocondrial e aumento significativo no número de células LC3-positivas após 12h<br />

de exposição, aumento na ativação <strong>da</strong> caspase-3, após 16h de exposição, mu<strong>da</strong>nça<br />

drástica na morfologia de neurônios e células gliais e morte celular significativa após<br />

24 horas de exposição. Curiosamente, pré-incubação com bafilomicina aumentou a<br />

morte celular e alterações morfológicas induzi<strong>da</strong>s por ETA, e privação de soro fetal<br />

bovino reduziu a morte celular e alterações morfológicas induzi<strong>da</strong>s por F32. Em<br />

conclusão, estes resultados suger<strong>em</strong> que o mecanismo de morte neuronal e glial<br />

induzi<strong>da</strong> por alcaloides de P. juliflora envolve apoptose <strong>em</strong> resposta ao <strong>da</strong>no<br />

mitocondrial e inibição do fluxo <strong>da</strong> autofagia. Além disso, a autofagia parece ser um<br />

mecanismo importante de proteção contra a morte celular induzi<strong>da</strong> por alcaloides <strong>da</strong><br />

P. juliflora <strong>em</strong> co-cultura de neurônio/células <strong>da</strong> gliais.<br />

Palavras-chave: Prosopis juliflora; alcaloides piperidínicos; autofagia; apoptose;<br />

neurônios; células gliais.<br />

48


Autophagy protects against cell death induced by alkaloids from Prosopis juliflora in<br />

neuron/glia cells co-culture<br />

SUMMARY<br />

Prosopis juliflora (Swartz) DC is a shrub native to Central America, northern South<br />

America and the Caribbean islands, that have become frequent in other regions<br />

throughout the world. This plant has been used to feed animals and humans,<br />

however a synergic action of piperidine alkaloids have been suggested to be<br />

responsible for the neurotoxic <strong>da</strong>mage observed in cattle and goats after intensive<br />

ingestion of this feed. In this study we investigated the involv<strong>em</strong>ent of mitochondrial<br />

<strong>da</strong>mage and autophagy on mechanism of cell death induced by piperidine alkaloids<br />

from P. juliflora using 30 µg/mL of a total alkaloid extract (TAE) and 7.5 µg/mL of an<br />

alkaloid fraction (F32) in models of neuron/glial cell primary co-culture. We found that<br />

TAE and F32 induce reduction in ATP levels, disruption of mitochondrial m<strong>em</strong>brane<br />

potential and significant increase in number of LC3 positives cells after 12h of<br />

exposure, increase in caspase-3 activation after 16h, dramatic morphological<br />

changes on neuron and glial cells and a significant cell death after 24h of exposure.<br />

Interestingly, preincubation with bafilomycin increased the cell death and<br />

morphologic changes by TAE, and serum deprivation reduced the cell death induced<br />

and morphologic changes induced by F32. In conclusion, these results suggest that<br />

mechanism of neuron and glial cells death induced by alkaloids from P. juliflora<br />

involve apoptosis in response to mitochondrial <strong>da</strong>mage and autophagic flux<br />

inhibition. Moreover, autophagy se<strong>em</strong>s to be an important protective mechanism<br />

against the cell death induced by alkaloids from Prosopis juliflora in neuron/glia cells<br />

co-culture<br />

Key Words: Prosopis juliflora; Piperidine alkaloids; autophagy; apoptosis; neurons;<br />

glial cells.<br />

49


4.1. Introdução<br />

Prosopis juliflora (Swartz) DC é um arbusto nativo <strong>da</strong> América Central, norte<br />

<strong>da</strong> América do Sul e <strong>da</strong>s Ilhas do Caribe (BURKART, 1976), que se tornaram<br />

invasoras <strong>em</strong> outras regiões <strong>em</strong> todo o mundo como a Índia, sul <strong>da</strong> África, Oriente<br />

Médio, Paquistão e Havaí (EUA) (PASIECZNIK et al., 2001). No Brasil, esta planta<br />

foi introduzi<strong>da</strong> na déca<strong>da</strong> de 1940 e suas vagens têm sido usa<strong>da</strong>s para a<br />

alimentação de gado leiteiro e de corte, ovi<strong>nos</strong>, capri<strong>nos</strong>, suí<strong>nos</strong>, galinhas e eqüi<strong>nos</strong><br />

(MORENO et al., 2005; SILVA et al. 2002a,b; STEIN et al. 2005; ROSSI et al., 2009;<br />

MORENO et al., 2005; SILVA et al. 2002a,b; STEIN et al. 2005; ROSSI et al., 2009).<br />

Também têm sido usa<strong>da</strong>s para o consumo humano, na elaboração de pães,<br />

biscoitos, geléias, doces, e bebi<strong>da</strong> substituta do café (VIEIRA et al, 1995; CHOGE et<br />

al, 2007).<br />

Esta planta contém esteroides, alcaloides, cumarinas, flavonoides,<br />

sesquiterpe<strong>nos</strong> e ácido esteárico (ALMARAZ-ABARCA et al., 2007). Extratos <strong>da</strong>s<br />

vagens e folhas de algaroba têm d<strong>em</strong>onstrados vários efeitos farmacológicos, tais<br />

como anti-bacteriano (AQEEL AHMAD et al., 1989; AQEEL AHMAD et al., 1986;<br />

AQEEL AHMAD et al., 1995 ; KANTHASAMY et al., 1989; CA-CERES et al., 1995;<br />

AL-SHAKH-HAMED & AL-JAMMAS, 1999; SATISH et al., 1999), antifúngica (AQEEL<br />

AHMAD et al., 1989a; KANTHASAMY et al., 1989; KAUSHIK et al., 2002),<br />

estimulantes do sist<strong>em</strong>a imunitário (AQEEL AHMAD et al., 1992), inibidores <strong>da</strong><br />

acetilcolinesterase, inibidores <strong>da</strong> butirilcolinesterase com ativi<strong>da</strong>de de bloqueio de<br />

canais de Ca 2+ (CHOUDHARY et al., 2005) e efeito anti-helmintico (BATATINHA et<br />

al., 2011). Estas proprie<strong>da</strong>des têm sido atribuí<strong>da</strong>s aos alcaloides piperidínicos que<br />

têm a sua estrutura compostas por dois anéis piperidínicos, que são ligados a uma<br />

porção indolizidínica através de duas cadeias alifáticas (AHMAD & MOHAMMAD et<br />

al, 1979; AHMAD et al, 1985, AHMAD et al, 1986; AHMAD et al, 1989). Os principais<br />

alcaloides biologicamente ativos juliprosina e juliprosopina apresentam os grupos<br />

químicos funcionais (carbonila e os radicais hidroxila) <strong>em</strong> carbo<strong>nos</strong> 3 e 3' dos anéis<br />

piperidínicos ou no carbono 3''' do anel indolizidínico, respectivamente (NAKANO et<br />

al, 2004; CHOUDHARY et al. , 2005). A ação sinérgica dos alcaloides piperidínicos<br />

têm sido sugeri<strong>da</strong> como responsável pelo <strong>da</strong>no neurotóxico observado <strong>em</strong> bovi<strong>nos</strong> e<br />

capri<strong>nos</strong>, após a ingestão intensiva de Prosopis juliflora (TABOSA et al, 2000a;<br />

50


TABOSA et al, 2000b; SILVA et al 2007; CÂMARA et al., 2009; SILVA et al., 2012).<br />

Tabosa et al., (2000b) observaram que a ativi<strong>da</strong>de tóxica <strong>em</strong> animais de laboratório<br />

está quimicamente relacionado com os alcaloides piperidínicos, dentre eles a<br />

juliprosopina e a juliprosina, presentes nas vagens desta legumi<strong>nos</strong>a. No primeiro<br />

capítulo desta <strong>tese</strong>, d<strong>em</strong>onstramos que uma fração (F32) composta pelos alcaloides<br />

piperidínicos juliprosopina, como constituinte majoritário, e <strong>em</strong> menor quanti<strong>da</strong>de<br />

juliprosina, amplificou efeitos neurotóxicos induzidos por um extrato alcaloi<strong>da</strong>l (ETA)<br />

<strong>em</strong> neurônios e células gliais in vitro. Estes efeitos são caracterizados por<br />

astrogliose, microgliose, interrupção na expressão de proteínas do citoesqueleto,<br />

<strong>da</strong><strong>nos</strong> mitocondriais e indução de autofagia (SILVA et al, 2012). No entanto, o<br />

envolvimento destas alterações celulares e no mecanismo de morte induzi<strong>da</strong> por<br />

estes alcaloides ain<strong>da</strong> não foi caracterizado. Neste sentido, este estudo v<strong>em</strong><br />

investigar o envolvimento do <strong>da</strong>no mitocondrial e autofagia no mecanismo de morte<br />

celular induzi<strong>da</strong> por alcaloides piperidínicos <strong>da</strong> P. juliflora usando um extrato<br />

alcaloide total (ETA) e a fração F32 <strong>em</strong> modelos de co-cultura de neurônios/células<br />

gliais.<br />

4.2 Material e métodos<br />

Co-culturas primárias de neurônios/células gliais<br />

Culturas primárias <strong>da</strong>s células <strong>da</strong> glia foram prepara<strong>da</strong>s de acordo com<br />

método descrito por Cookson & Pentreath (1994). Resumi<strong>da</strong>mente, os h<strong>em</strong>isférios<br />

cerebrais de ratos Sprague-Dawley de um dia de i<strong>da</strong>de pós-natal foram isolados<br />

assepticamente e as meninges foram r<strong>em</strong>ovi<strong>da</strong>s com auxilio de lupa para posterior<br />

dissecção do tecido cortical. Em segui<strong>da</strong>s, as células foram suspensas <strong>em</strong> meio<br />

DMEM/HAM-F12 (Cultilab, SP, Brasil), supl<strong>em</strong>entado com 100 UI/mL de penicilina<br />

G, estreptomicina 100 µg/mL, 2 mM de L-glutamina, 0,011 g/L de piruvato, 10% de<br />

SFB, 3,6 mg/L Hepes e 33 mM de glicose (Cultilab, SP, Brasil) e cultiva<strong>da</strong>s <strong>em</strong><br />

placas de 100 milímetros Ø <strong>em</strong> uma atmosfera úmi<strong>da</strong> com 5% de CO2 a 37° C. O<br />

meio de cultura foi mu<strong>da</strong>do a ca<strong>da</strong> dois dias, e as células foram cultiva<strong>da</strong>s durante<br />

15 dias, para ser<strong>em</strong> então tripsiniza<strong>da</strong>s (tripsina-EDTA) e plaquea<strong>da</strong>s a uma<br />

densi<strong>da</strong>de de 670 células/mm 2 e mantidos por 48 h <strong>em</strong> uma atmosfera úmi<strong>da</strong> com<br />

5% de CO2 a 37° C para estabilização <strong>da</strong> cultura. Neste momento, neurônios de<br />

h<strong>em</strong>isférios cerebrais de <strong>em</strong>briões de ratos Sprague-Dawley com 15-18 dias de<br />

i<strong>da</strong>de gestacional, foram obtidos através do mesmo método descrito acima para a<br />

51


cultura <strong>da</strong> glia. As células neuronais <strong>em</strong> suspensão no meio DMEM/HAM-F12<br />

supl<strong>em</strong>entado foram s<strong>em</strong>ea<strong>da</strong>s sobre a monocama<strong>da</strong> astroglial numa proporção de<br />

1:2 células gliais (335 células/mm 2 ). As células gliais e neuronais juntas foram<br />

incuba<strong>da</strong>s <strong>em</strong> atmosfera úmi<strong>da</strong> com 5% de CO2 a 37° C durante 8 dias, quando os<br />

tratamentos foram realizados.<br />

Alcaloides e tratamentos<br />

O extrato de alcaloide foi obtido através do método ácido/base de extração<br />

modificado, tal como descrito por Ott-Longoni et al. (1980), com algumas<br />

modificações (SILVA et al, 2007). A fração F32 composta por dois alcaloides<br />

piperidínicos juliprosopina e juliprosina foi obti<strong>da</strong> por cromatografia <strong>em</strong> coluna de<br />

sílica gel utilizando clorofórmio/metanol (99:1 a 1:1) como fase móvel (SILVA et al,<br />

2007). Para os tratamentos, o ETA e a F32 foram dissolvidos <strong>em</strong> dimetilsulfóxido<br />

(DMSO, Sigma, St. Louis, MO), para gerar soluções de estoque <strong>em</strong> concentrações<br />

de 30 mg/mL, que foram armazena<strong>da</strong>s a -20° C. As células foram trata<strong>da</strong>s com<br />

concentrações próximas aos valores de EC50 determinados no primeiro capítulo<br />

testa <strong>tese</strong>, 30μg/mL de ETA ou F32 de 7,5μg/mL, por um período de 12 - 24 h. O<br />

grupo do controlo negativo foi tratado com DMSO diluídos <strong>em</strong> meio de cultura, o<br />

maior volume equivalente usado <strong>nos</strong> grupos tratados (0,1%) e não mostrou nenhum<br />

efeito significativo <strong>nos</strong> parâmetros analisados <strong>em</strong> comparação com células que não<br />

receberam diluentes.<br />

Medição de ATP<br />

Após 12h de exposição aos alcaloides, os níveis de ATP <strong>em</strong> co-cultura foram<br />

mensurados usando o Kit Cell-Titer-Glo ® Luminescent Cell Viability Assay (Promega,<br />

Madison, WI, USA). Para tanto, as células após tratamentos foram tripsiniza<strong>da</strong>s e<br />

transferi<strong>da</strong>s para placas de 96 poços, adotando-se oito replicatas por condição<br />

experimental. Um volume de 100 μl do reagente Kit Cell-Titer-Glo foi adicionado <strong>em</strong><br />

ca<strong>da</strong> poço, e após 10 min, o sinal de luminescência foi mensurado usando um leitor<br />

de ELISA a 562 nm. Possíveis diferenças entre o número de células presentes <strong>em</strong><br />

ca<strong>da</strong> poço foi normaliza<strong>da</strong> por dosag<strong>em</strong> de proteínas pelo Kit BSA. Os resultados<br />

foram expressos na razão de µg de ATP por µg de proteína.<br />

52


Determinação do potencial de m<strong>em</strong>brana mitocondrial<br />

O JC-1 (iodeto de 5, 5´, 6, 6´-tetracloro-1, 1´, 3, 3´-tetraetilbenzimi<strong>da</strong>zolil-<br />

carbocianina) é um corante catiônico, que ao corar células com potencial de<br />

m<strong>em</strong>brana mitocondrial normal, se apresenta na forma monomérica no citoplasma e<br />

na forma de agregados nas mitocondriais. Entretanto na visualização de células que<br />

tiveram alteração no potencial de m<strong>em</strong>brana mitocondrial é percebi<strong>da</strong> apenas a sua<br />

marcação na forma monomérica. Após tratamentos de 12 h, as células foram<br />

incuba<strong>da</strong>s com solução de 1,5 µg/mL do corante JC-1 <strong>em</strong> PBS <strong>em</strong> ambiente escuro,<br />

por 40 min e posteriormente lava<strong>da</strong>s com PBS e observa<strong>da</strong>s <strong>em</strong> microscopia<br />

confocal, pela qual foram avalia<strong>da</strong>s as intensi<strong>da</strong>des de fluorescência monomérica<br />

verde a 488 nm (excitação) e 510–525 nm (<strong>em</strong>issão) e <strong>da</strong> fluorescência de<br />

agregados vermelho a 543 nm (excitação) e 570 nm (<strong>em</strong>issão).<br />

Tranfecção com plasmídio GFP-LC3<br />

Para detecção de autofagossomos, as co-culturas de neurônios/células gliais<br />

foram transfecta<strong>da</strong>s com o plasmídeo GFP-LC3 (gentilmente cedido por Zsolt<br />

Tallocky PhD, Columbia University Medical Center). Para formar o complexo de<br />

transfecção, foram utilizados 2 µL de reagente de transfecção HD Fugene (Roche<br />

Diagnóstico) e 0,5 µg de DNA plasmídial GFP-LC3 <strong>em</strong> 25 µL de volume total do<br />

meio de ca<strong>da</strong> placa, manti<strong>da</strong>s no escuro durante 15 min. Em segui<strong>da</strong>, o complexo<br />

de transfecção <strong>em</strong> 150 µL de meio de cultura foi adicionado a ca<strong>da</strong> placa e incubou-<br />

se durante 24 h. Em segui<strong>da</strong>, o meio de cultura foi mu<strong>da</strong>do e as células foram<br />

cultiva<strong>da</strong>s durante mais 24 horas antes do tratamento com ETA e F32.<br />

Microscopia confocal<br />

Lamínulas foram monta<strong>da</strong>s <strong>em</strong> lâminas com líquido de montag<strong>em</strong> (Dako,<br />

Carpinteria, CA) e manti<strong>da</strong>s no escuro a 4° C. O modelo de microscópio Confocal<br />

LSM-410 (Axiovert-100; Zeiss, Gottingen, Al<strong>em</strong>anha) foi utilizado para analisar as<br />

células. A iluminação <strong>da</strong> amostra foi realiza<strong>da</strong> por meio de um laser de He-Ne com<br />

excitação a 543 nm e um filtro de <strong>em</strong>issão a 560 nm.<br />

Ativação de Caspase 3<br />

Após 16h de tratamento, as células foram soltas com tripsina e centrifuga<strong>da</strong>s<br />

a 3000 rpm durante 5 min. O sedimento foi ressuspenso <strong>em</strong> tampão RIPA (Tris-HCl<br />

53


50 mM, pH: 7,4; NaCl 150 mM, 1% NP40, com coquetel de inibidores de protease<br />

1μL/mL), e nova centrifugação após 30 min de incubação a 14000 rpm, durante 30<br />

min. Em segui<strong>da</strong> o sobrena<strong>da</strong>nte contendo a proteína total foi recuperado. A<br />

proteína total foi quantifica<strong>da</strong> por reagente BSA. Para a análise, 100 µg de proteína<br />

foi deposita<strong>da</strong> <strong>em</strong> gel de <strong>em</strong>pilhamento (4% de poliacrilami<strong>da</strong>) e corri<strong>da</strong>s <strong>em</strong> gel a<br />

10% de poliacrilami<strong>da</strong>. A eletroforese foi realiza<strong>da</strong> a 110 V durante 90 min. As<br />

proteínas foram transferi<strong>da</strong>s para uma m<strong>em</strong>brana de fluoreto de polivinilideno<br />

(PVDF, Immobilon-P, Millipore), a 100 V durante 1 h. O depósito igualitário <strong>da</strong><br />

quanti<strong>da</strong>de de proteína foi confirmado por coloração <strong>da</strong>s m<strong>em</strong>branas com vermelho<br />

Ponceau (Sigma). Em segui<strong>da</strong>, as m<strong>em</strong>branas foram bloquea<strong>da</strong>s durante 1 h à<br />

t<strong>em</strong>peratura ambiente, <strong>em</strong> 20 mmol/L Tris-solução salina tampona<strong>da</strong> (pH 7,5),<br />

contendo 0,05% de Tween 20 (TBS-T) e 5% de leite desnatado <strong>em</strong> pó.<br />

Subsequent<strong>em</strong>ente, as m<strong>em</strong>branas foram incuba<strong>da</strong>s com anticorpo de coelho anti-<br />

caspase 3 (1:1000, Santacruz, sc-7148), diluído <strong>em</strong> TBS-T contendo 1% de leite<br />

desnatado <strong>em</strong> pó, durante to<strong>da</strong> a noite. Anticorpo de cabra conjugado com fosfatase<br />

alcalina anti-IgG de coelho (1:5000 <strong>em</strong> TBS-T, Bio-Rad) foi usado como um<br />

anticorpo secundário. Ban<strong>da</strong>s imunorreativas foram visualiza<strong>da</strong>s utilizando o kit de<br />

substrato de AP-conjuga<strong>da</strong> (Bio-Rad), de acordo com as instruções do fabricante. A<br />

quantificação foi obti<strong>da</strong> por densitometria de varredura (ScanJet 4C, Hewlett<br />

Packard) e analisados com o software ImageJ 1.33u (Wayne Rasband, National<br />

Institutes of Health, EUA).<br />

Viabili<strong>da</strong>de celular<br />

A viabili<strong>da</strong>de celular foi avalia<strong>da</strong> através <strong>da</strong> integri<strong>da</strong>de <strong>da</strong> m<strong>em</strong>brana<br />

plasmática utilizando o método <strong>da</strong> exclusão ao Azul de Tripan. Tanto as células<br />

aderentes quanto as flutuantes, <strong>em</strong> placas de 35 mm de Ø (TPP Suíça), foram<br />

colhi<strong>da</strong>s após tripsinização (0,025% de tripsina, EDTA 0,50%) e centrifuga<strong>da</strong>s<br />

durante 5 minutos a 3000 rpm. As células foram suspensas <strong>em</strong> 200 µL de PBS e<br />

cora<strong>da</strong>s com Azul de Tripan, a uma concentração final de 0,1% (v / v). Oito placas<br />

replicatas foram usa<strong>da</strong>s para ca<strong>da</strong> análise. As células viáveis e<br />

não-viáveis (azuis) foram determina<strong>da</strong>s após 24 h de exposição a 30 μg/mL de ETA<br />

ou 7,5 μg/mL de F32 através <strong>da</strong> contag<strong>em</strong> do número de células <strong>em</strong> 10 µL de<br />

suspensão para ca<strong>da</strong> experimento. Os resultados obtidos foram expressos como a<br />

média ± desvio padrão (DP). Os efeitos de inibição ou indução de autofagia na<br />

54


viabili<strong>da</strong>de celular <strong>em</strong> co-culturas expostas a 30 µg/mL de TAE ou 7,5 µg/mL de F32,<br />

durante 24 horas foram analisados por meio de pré-incubação com 1 µM<br />

bafilomicina (inibidor de autofagia) durante 2 h, ou pré-incubação com meio de<br />

cultura s<strong>em</strong> soro fetal bovino durante 1 h (indução de autofagia).<br />

Determinação de alterações morfológicas<br />

As alterações morfológicas foram analisa<strong>da</strong>s e fotografa<strong>da</strong>s <strong>em</strong> um<br />

microscópio óptico de contraste de fase e usando uma câmera digital. O<br />

experimento foi realizado <strong>em</strong> placas de 3,5 Ø (TPP Suíça). Os efeitos de inibição ou<br />

indução de autofagia na morfologia <strong>da</strong>s células expostas a<br />

30 µg/mL de ETA ou 7,5 µg/mL de F32 durante 24 horas, foram analisados por uso<br />

de pré-incubação com um bafilomicina 1 µM durante 2 horas, para inibir a autofagia<br />

ou a pré-incubação com meio s<strong>em</strong> soro fetal bovino durante 1 h para induzir<br />

autofagia.<br />

Análises estatísticas<br />

Os resultados foram expressos <strong>em</strong> média ± desvio-padrão. One-way ANOVA<br />

seguido pelo teste de Student-Newmann-Keuls foram utilizados para determinar as<br />

diferenças estatísticas entre os grupos que difer<strong>em</strong> <strong>em</strong> apenas um parâmetro. Teste<br />

t de Student foi utilizado para as comparações entre dois grupos. Valores de p


Verificou-se que a exposição à 30 µg/mL de ETA ou 7,5μg/mL de F32, por 16<br />

h, induzidiu apoptose por aumento <strong>da</strong> expressão <strong>da</strong> caspase-3 ativa <strong>em</strong> co-culturas<br />

de neurônios/células gliais <strong>em</strong> comparação com a expressão de caspase-3 ativa de<br />

células <strong>em</strong> condições controle (DMSO a 0,1%) (Fig. 3).<br />

A formação autofagossomos foi analisa<strong>da</strong> <strong>em</strong> co-culturas de<br />

neurônios/células gliais transfecta<strong>da</strong>s com plasmídeos codificado para LC3-GFP,<br />

que produz fluorescência verde. A incubação de células transfecta<strong>da</strong>s com 30 µg/mL<br />

de ETA (7,948 ± 3,981%) ou 7,5 µg/mL de F32 (29,51 ± 10,55%), durante 12h,<br />

induziu a formação de vacúolos autofágicos (Fig. 4). Nenhum número significativo de<br />

células positivas com vacúolos autofágicos foi visualizado <strong>em</strong> células expostas ao<br />

veículo DMSO a 0,1%.<br />

Para estu<strong>da</strong>r a relação entre vacúolos autofágicos na morte celular induzi<strong>da</strong><br />

pelos alcaloides, co-culturas de neurônios/células gliais foram pré-incuba<strong>da</strong>s com 1<br />

µM de bafilomicina (um inibidor <strong>da</strong> V-ATPase), durante 2 h, ou pré-incuba<strong>da</strong>s<br />

durante 1 h na ausência de soro fetal bovino, para induzir autofagia. As células vivas<br />

e mortas foram conta<strong>da</strong>s <strong>em</strong> microscópio de contraste de fase após coloração com<br />

azul tripan (Fig. 5). Uma redução significativa na viabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s células foi<br />

observa<strong>da</strong> <strong>em</strong> células incuba<strong>da</strong>s durante 24 h com 30 µg/mL de ETA ou 7,5 µg/mL<br />

de F32. Este teste de viabili<strong>da</strong>de celular, também revelou que a pré-incubação com<br />

1 µM de bafilomicina aumentou a morte celular induzi<strong>da</strong> por ETA, devido à inibição<br />

autofagia (A-). Enquanto que a privação de soro reduziu a morte celular por F32,<br />

devido à indução <strong>da</strong> autofagia (A+). Para esclarecer um possível efeito protetor <strong>da</strong><br />

autofagia induzi<strong>da</strong>, também investigamos a morfologia de neurônios e células gliais<br />

<strong>em</strong> co-culturas pré-incuba<strong>da</strong>s com 1 µM de bafilomicina, durante 2 h, ou pré-<br />

incubados na ausência de soro fetal bovino, durante 1 h. A morfologia foi analisa<strong>da</strong> e<br />

fotografa<strong>da</strong>s <strong>em</strong> um microscópio óptico de contraste de fase e imagens registra<strong>da</strong>s<br />

<strong>em</strong> câmara digital (Fig. 6). Observou-se <strong>em</strong> co-culturas nas condições controle<br />

(0,1% de DMSO, 0,1% de DMSO + 1 uM bafilomycin ou 0,1% de DMSO + privação<br />

de soro), neurônios possuindo dois ou mais neuritos sobre uma monocama<strong>da</strong> de<br />

astrócitos (Fig. 6 A, B, C ). No entanto co-culturas de neurônios/células gliais<br />

expostas a alcaloides (30μg/mL de ETA ou 7,5 μg/mL de F32) durante 24 h mostrou<br />

56


alterações estruturais <strong>nos</strong> astrócitos e perturbações na rede de neuritos (Fig. 6 D; G:<br />

seta indica uma célula neuronal corpo; asterisco indica astrócitos com alterações<br />

morfológicas). As mu<strong>da</strong>nças morfológicas de astrócitos foram mais intensas <strong>em</strong> co-<br />

culturas previamente incuba<strong>da</strong>s com bafilomicina e apresentou uma grande<br />

quanti<strong>da</strong>de de astrócitos com características morfológicas de células mortas (Fig. 6<br />

E, H: ponta de seta indica um astrócito morto; asterisco indica astrócitos com<br />

alterações morfológicas). Por outro lado, as alterações morfológicas <strong>em</strong> astrócitos e<br />

perturbações na rede de neuritos <strong>em</strong> co-culturas pré-incuba<strong>da</strong>s na ausência de soro<br />

fetal bovino foi me<strong>nos</strong> intensa. Tal forma que nesta condição, ain<strong>da</strong> havia alguns<br />

neurônios apresentando um único neurito (Fig. 6 F; I).<br />

4.4. Discussão<br />

Lesões neurohistológicas e ultraestruturais de bovi<strong>nos</strong> experimentalmente<br />

intoxicados com Prosopis juliflora foram caracteriza<strong>da</strong>s por vacuolização e inchado<br />

<strong>em</strong> mitocôndrias, com cristas mitocondriais desorienta<strong>da</strong>s, desintegra<strong>da</strong>s e<br />

desloca<strong>da</strong>s perifericamente <strong>em</strong> neurônios do núcleo motor de nervos crania<strong>nos</strong><br />

(TABOSA et al., 2006). Em <strong>nos</strong>sos estudos anteriores, foi d<strong>em</strong>onstrado que doses<br />

subtóxicas de extrato de alcaloides (ETA) induziram alteração na forma e tamanho<br />

mitocondrial e F32 induziu desintegração de cristas mitocôndrias <strong>em</strong> co-culturas de<br />

neurônios/células gliais (Primeiro capítulo desta Tese). Neste estudo, foi<br />

d<strong>em</strong>onstrado que o tratamento de co-culturas de neurônios/células gliais com 30<br />

µg/mL de ETA ou 7,5 µg/mL de F32, por 12 h, inibe o metabolismo mitocondrial e<br />

induz uma per<strong>da</strong> no potencial de m<strong>em</strong>brana mitocondrial. Ain<strong>da</strong>, mostramos que<br />

ETA e F32 induziu ativação de caspase-3 após 16 h de incubação e morte celular<br />

<strong>em</strong> 24 h de incubação, sugerindo que os alcaloides de P. juliflora induz<strong>em</strong> uma<br />

morte celular com características iniciais de apoptose. Esta deve estar relaciona<strong>da</strong><br />

com o <strong>da</strong>no mitocondrial mostrado nas células após 12 h de exposição, uma vez que<br />

estudos têm d<strong>em</strong>onstrado que as caspases 3 e 7 são mediadores críticos de de<br />

apoptose por acometimentos mitocondriais (LAKHANI et al., 2006). Além disso, as<br />

mitocôndrias des<strong>em</strong>penham um papel fun<strong>da</strong>mental <strong>em</strong> desencadear a morte celular<br />

por apoptose, uma vez que a sobrecarga de cálcio mitocondrial (Ca 2+ ) é uma <strong>da</strong>s<br />

formas pró-apoptóticas para induzir o inchaço <strong>da</strong>s mitocôndrias, com perturbação ou<br />

ruptura <strong>da</strong> m<strong>em</strong>brana exterior, e por sua vez a liberação de fatores mitocondriais<br />

apoptóticos para o citossol (GIORGI et al., 2012).<br />

57


É sabido que intoxicação de animais por P. juliflora induz vacuolização<br />

citoplasmática <strong>em</strong> neurônios (TABOSA et al, 2000a; TABOSA et al, 2006; CÂMARA<br />

et al., 2009). Nossos estudos anteriores caracterizaram in vitro os vacúolos<br />

citoplasmáticos induzidos por alcaloides piperidínicos <strong>da</strong> P. juliflora, como vacúolos<br />

autofágicos (Primeiro capítulo desta Tese). No presente estudo, mostramos que ETA<br />

e F32 induziram <strong>em</strong> co-culturas transfecta<strong>da</strong>s com GFP-LC3 um aumento<br />

significativo no número de células com vacúolos autofágicos. A proteína LC3 t<strong>em</strong><br />

sido usa<strong>da</strong> como um marcador específico para a quantificação de autofagossomos e<br />

a sobre-expressão de GFP-LC3 é um método de avaliação b<strong>em</strong> aceito, simples e<br />

específico que não perturba o número de autofagossomos pela metodologia<br />

(TANIDA & WAGURI, 2010). Sabe-se que a autofagia des<strong>em</strong>penha um papel<br />

importante na eliminação <strong>da</strong>s organelas <strong>da</strong>nifica<strong>da</strong>s, tais como a mitocôndria e<br />

constitu<strong>em</strong> proteção contra a morte celular programa<strong>da</strong> induzi<strong>da</strong> por disfunção<br />

mitocondrial <strong>em</strong> células neuronais (PARIS et al., 2011). Esta ocorre <strong>em</strong> vários<br />

passos como se segue: a formação de fagóforos, formação de autofagossomos<br />

maduros, alvo e tráfico de autofagossomos para lisossomos, formação de<br />

autolisossomos por fusão entre autofagossomos e lisossomos, e, finalmente, a<br />

degra<strong>da</strong>ção dos corpos autofágicos dentro dos lisossomos (YAMAMOTO et al. ,<br />

2010). Além disso, sabe-se que os vários passos <strong>da</strong> autofagia pod<strong>em</strong> ser<br />

monitorados por movimento do GFP-LC3 por microscopia de fluorescência, uma vez<br />

que o sinal fluorescente de GFP é mais sensível a pH ácido, que, implica que GFP-<br />

LC3 é consumido dentro de autolisossomos recém-formados (Para revisão ver<br />

KLIONSKY et al., 2012). Deste modo, o aumento do número de células expostas<br />

aos alcaloides de ETA e F32 acumulando GFP-LC3 é sugestivo de defeito na fusão<br />

de autofagossomos com lisossomos que pod<strong>em</strong> por sua vez inibir a eliminação de<br />

organelas <strong>da</strong>nifica<strong>da</strong>s, tais como mitocôndrias, e subsequente proteção contra a<br />

morte celular programa<strong>da</strong>. Nós ain<strong>da</strong> d<strong>em</strong>onstramos que a pré-incubação com<br />

bafilomicina aumentou a morte celular por ETA, e a privação de soro reduziu a morte<br />

celular induzi<strong>da</strong> por F32. No entanto, para ambos os tratamentos (ETA e F32)<br />

neurônios e células gliais apresentaram alterações morfológicas mais intensas<br />

quando as células foram pré-incuba<strong>da</strong>s com bafilomicina, ou me<strong>nos</strong> intensa quando<br />

pré-incuba<strong>da</strong>s com a privação de soro. Bafilomicina A1 é um inibidor de H + -ATPase<br />

vacuolar, que suprime macroautofagia, impedindo a acidificação dos lisossomos e<br />

58


perturbação na sequência <strong>da</strong> fusão entre autofagossomos e lisossomos<br />

(DEGTYAREV et al, 2008; WU et al, 2009). Por outro lado, o estresse nutricional<br />

induzido por privação de soro, ativa autofagia (TRONCOSO et al, 2012; YANG el al,<br />

2008). Além disso, foi d<strong>em</strong>onstrado que autofagia pode ser ativa<strong>da</strong> <strong>em</strong> células<br />

neuronais <strong>em</strong> resposta a lesões e sugeri<strong>da</strong> ter um papel na proteção de células<br />

contra as doenças neurodegenerativas (SARKAR et al, 2007; PARIS et al., 2011).<br />

Autofagia e apoptose não são vias exclusivas, elas poderiam ocorrer <strong>em</strong> sinergia,<br />

onde ambas as vias são interliga<strong>da</strong>s. É possível que tanto a parte de apoptose e<br />

quanto autofagia se forme de um mesmo mecanismo, onde a autofagia atua como<br />

um antagonista para bloquear a apoptose e promover a sobrevivência <strong>da</strong> célula<br />

(EISENBERG-LERNER et al., 2009).<br />

Em conclusão, <strong>nos</strong>sos resultados suger<strong>em</strong> que o mecanismo de morte<br />

induzi<strong>da</strong> <strong>em</strong> neurônios e células gliais por alcaloides <strong>da</strong> P. juliflora envolve apoptose<br />

<strong>em</strong> resposta ao <strong>da</strong>no mitocondrial e inibição do fluxo <strong>da</strong> autofagia. Além disso, a<br />

autofagia induzi<strong>da</strong> protege estas células contra a morte celular programa<strong>da</strong>.<br />

4.5 Agradecimentos<br />

Este trabalho foi financiado pelo CNPq (Conselho Nacional de<br />

Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e FONDECYT 1100165.<br />

59


4.6 Referencias<br />

AHMAD, V.U. Natural Product Ch<strong>em</strong>istry. In: Atta-Ur-Rahman Springer-Verlag<br />

Berlin editors. Ch<strong>em</strong>ical constituents of some medicinal plants of Pakistan. p.8-11,<br />

1986<br />

AHMAD, V.U.; MOHAMMAD, Z.G. Studies on the structure of Juliflorine. Journal<br />

Ch<strong>em</strong>istry Soc. Pakistan, v.1, n.2, p.137-138, 1979.<br />

AHMAD, V.U.; QAZI, S. Studies on the structure of julifloricine. Journal Ch<strong>em</strong>istry<br />

Soc. Pakistan. v.7, n.4, p. 347-350,1985.<br />

AHMAD, V.U.; SULTANA, A.; QAZI, S. Alkaloids from the leaves of Prosopis juliflora.<br />

Journal of Natural Products, v.52, n.3, p.497-501, 1989.<br />

ALMARAZ-ABARCA, N.; CAMPOS, M.G.; ÁVILA-REYES, J.A.; NARANJO-<br />

JIMÉNEZ, N.; CORRAL, H.; GONZÁLEZ-VALDEZ, L.S. Antioxi<strong>da</strong>nt activity of<br />

polyphenolic extract of monofloral honeybee-collected pollen from mesquite<br />

(Prosopis juliflora, Legumi<strong>nos</strong>ae). Journal of Food Composition and Analysis, v.<br />

20, n. 2, p. 119–124, 2007.<br />

AL-SHAKH-HAMED, W.M.A.; AL-JAMMAS, M.A. The antimicrobial activity of<br />

alkaloi<strong>da</strong>l fraction of Prosopis juliflora. Iraqi J. Vet Sci. v.12, p.281-287, 1999.<br />

AQEEL AHMAD; AHMAD, V.; KHALID, S. M.; SIDDIQUI, S. A.; KHAN, K. A. Study of<br />

the antibacterial therapeutic efficacy of juliflorine, julifloricine and a benzene insoluble<br />

alkaloi<strong>da</strong>l fraction of Prosopis juliflora. J of Islamic Acad of Sci, v. 8, p.131-136,<br />

1995.<br />

AQEEL AHMAD; KHAN, K.A.; AHMAD, V.U.; QAZI, S..Antibacterial activity of<br />

juliflorine isolated from Prosopis juliflora. Planta Medica, v.1, p.285-288, 1986a.<br />

AQEEL AHMAD; KHURSHEED, A.K.; SABIHA, Q.; VIQARUDDIN, A. Antifungial<br />

activity of some hydrosoluble Prosopis juliflora alkaloids. Fitoterapia. v.60, p.86-89,<br />

1989.<br />

60


AQEEL AHMAD; KHURSHEED, A.K.; VIQARUDDIN, A.; SABIHA, Q. Antimicrobial<br />

activity of julifloricine isolated from Prosopis juliflora. Arzneim. - Forsch./ Drug Res.<br />

v.39, p.652-655,1989.<br />

BATATINHA, M.J..M; , ALMEIDA, G.N.;, DOMINGUES, L.F.; SIMAS, M.M.S.; ,<br />

BOTURA, M.B.; CRUZ, A.C.F. G.; ALMEIDA, M.A.O. Efeitos dos extratos aquoso e<br />

metanólico de algaroba sobre culturas de larvas de n<strong>em</strong>atódeos gastrintestinais de<br />

capri<strong>nos</strong>. Ci. anim. bras. v.12, n.3, p. 514-519, 2011.<br />

BURKART, A.A.. Monograph of the genus Prosopis (Legumi<strong>nos</strong>ae subfam.<br />

Mimosoideae). Journal of the Arnold Arboretum, v.57, n.4, p.450-525, 1976.<br />

CÁ-CERES, A.; MENÉNDEZ, H.; MÉNDEZ, E.; COHOBÓN, E.; SAMAYOA, B.E.;<br />

JAUREGUI, E. Antigonorrhoeal activity of plants used in Guat<strong>em</strong>ala for the treatment<br />

of sexually transmitted diseases. J Ethnopharmacol, v.48, p.85-88, 1995.<br />

CÂMARA, A.C.L.; COSTA, N.A.; RIET-CORREA F.; AFONSO, J.A.B.; DANTAS,<br />

A.F.M.; MENDONÇA, C.L.; SOUZA; M.I. Intoxicação espontânea por vagens de<br />

Prosopis juliflora (Leg. Mimosoideae) <strong>em</strong> bovi<strong>nos</strong> no Estado de Pernambuco. Pesq.<br />

Vet. Brás. v. 29, p. 233-240, 2009.<br />

CHOGE, S.K.; PASIECZNIK, N.M.; HARVEY, M.; WRIGHT, J.; AWAN, S.Z.;<br />

HARRIS, P.J.C. Prosopis pods as human food, with special reference to Kenya.<br />

Water SA, v.33, p. 419 – 424, 2007.<br />

CHOUDHARY, M.I.; NAWAZ, S.A.; ZAHEER-UL-HAQ AZIM, M.K.; GHAYUR, M.N.;<br />

LODHI, M.A.; JALIL, S.; KHALID, A.; AHMED, A.; RODE, B.M.; ATTA-UR-RAHMAN.;<br />

GILANI, A.U.; AHMAD, V.U. Juliflorine: a potent natural peripheral anionic-site-<br />

binding inhibitor of acetylcholinesterase with calcium-channel blocking potential, a<br />

leading candi<strong>da</strong>te for Alzheimer's disease therapy. Bioch<strong>em</strong> Biophys Res<br />

Commun. v.332, p.1171-1177, 2005.<br />

61


DEGTYAREV, M , DE MAZIÈRE, A. , ORR, C.; LIN, J.; LEE, B.B.; JANET Y. TIEN,<br />

J.Y.; WEI W. PRIOR, W.W.; DIJK, S.V.; WU, H.; GRAY, D.C.; DAVIS, D.P.; STERN,<br />

H.M.; MURRAY, L.J.; HOEFLICH, K.P; KLUMPERMAN, J , FRIEDMAN, L.S.; KUI<br />

LIN, K. Akt inhibition promotes autophagy and sensitizes PTEN-null tumors to<br />

lysosomotropic agents. The journal of cell biology, v. 183, p. 1, 2008.<br />

EISENBERG-LERNER, A., BIALIK, S., SIMON, H. U., AND KIMCHI, A. Life and<br />

death partners: apoptosis, autophagy and the cross-talk between th<strong>em</strong>. Cell Death<br />

Differ. v. 16, p. 966–975, 2009.<br />

GIORGI, C.; BALDASSARI, F.; BONONI, A; BONORA, M.; DE MARCHI, E.;<br />

MARCHI, S.; MISSIROLI, S.; PATERGNANI, S.; RIMESSI, A.; SUSKI J.M.;<br />

WIECKOWSKI, M.R.; PAOLO PINTON. P. Mitochondrial Ca 2+ and apoptosis. Cell<br />

Calcium v. 52, p. 36– 43, 2012.<br />

KANTHASAMY, A.; SUBRAMANIAN, S.; GOVINDASAMY, S. Bacterici<strong>da</strong>l and<br />

fungici<strong>da</strong>l effects of Prosopis juliflora alkaloi<strong>da</strong>l fraction. Indian Drugs, v.26, p.390-<br />

394,1989.<br />

KAUSHIK, J.C.; SANJAY, A.; TRIPATHI, N.N. Antifungal properties of some plant<br />

extracts against the <strong>da</strong>mping-off fungi of forest nurseries. Indian J Forestry, v.25,<br />

p.359-361, 2002.<br />

KLIONSKY, D.J.; ABDALLA, F.C.; ABELIOVICH, H.; ABRAHAM, R.T. Guidelines for<br />

the use and interpretation of assays for monitoring autophagy. Autophagy, v. 8, n. 4,<br />

p. 1–100, 2012.<br />

LAKHANI SA; MASUD A; KUIDA K; PORTER GA JR; BOOTH CJ; MEHAL<br />

WZ; INAYAT I; FLAVELL RA. Caspases 3 and 7: key mediators of mitochondrial<br />

events of apoptosis. Science. v. 10, n. 311 (5762), p.847-851, 2006.<br />

MORENO, G.M.B.; CASTRO, K.J.; CAVALCANTE, M.A.B.; CIDRÃO, P.M.L.;<br />

CARNEIRO, H.A.V.; NEIVA, J.N.M. Consumo de matéria seca, ganho de peso e<br />

62


conversão alimentar de ovi<strong>nos</strong> alimentados com dietas orgânicas. Anais do 42ª<br />

reunião anual <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de brasileira de zootecnia, 2005.<br />

NAKANO, H.; NAKAJIMA, E.; FUJII, Y.; SHIGEMORI, H.; HASEGAWA, K. Growth<br />

inhibitory alkaloids from mesquite (Prosopis juliflora (Sw.) DC.) leaves.<br />

Phytoch<strong>em</strong>istry, v.65, n.5, p.587-591, 2004.<br />

OTT-LONGONI, R.; VISWANATHAN, N.; HESSE, M.. Die konstitution des Alkaloides<br />

Juliprosopin aus Prosopis juliflora A. DC. Helvetica Chimica Acta, v.63, p.2119-<br />

2129, 1980.<br />

PARIS, I.; MUÑOZ, P.; HUENCHUGUALA, S.; COUVE, E.; SANDERS, L.H.;<br />

GREENAMYRE, J.T.; CAVIEDES, P.; SEGURA-AGUILAR, J. Autophagy Protects<br />

Against Aminochrome-Induced Cell Death in Substantia Nigra-Derived Cell Line.<br />

Toxicological sciences. 121: 376–388, 2011.<br />

PASIECZNIK N.M., FELKER P., HARRIS P.J.C., HARSH L.N., CRUZ G., TEWARI<br />

J.C., CADORET K., AND MALDONADO L.J. The Prosopis juliflora – Prosopis palli<strong>da</strong><br />

Complex: A Monograph. HDRA, Coventry, UK. 162p, 2001.<br />

ROSSI, B.; CARRER, C.R.O.; CURY, B.; BRITO, C.A.M.F.; PIRES, J.M.; MARÇOLA,<br />

P.L.; COSTA CARRER,C.C. Utilização <strong>da</strong> vag<strong>em</strong> de Prosopis juliflora d.c na<br />

alimentação de ruminantes. Associaçao Brasileira de Zootecnia, 2009.<br />

SARKAR, S.; DAVIES, E.J.; HUANG, Z.; TUNNACLIFFE, A.; RUBINSZTEIN, D.C.<br />

Trehalose, a Novel mTOR-independent Autophagy Enhancer, Accelerates the<br />

Clearance of Mutant Huntingtin and α-Synuclein. The journal of biological<br />

ch<strong>em</strong>istry, v. 282, n. 8, p. 5641–5652, 2007.<br />

SATISH, S.; RAVEESHA, K.A.; JANARDHANA, G.R. Antibacterial activity of plant<br />

extracts on phytopathogenic Xanthomonas campestris pathovars. Let in Applied<br />

Microbiology, v.28, p. 145-147, 1999.<br />

63


SILVA, A.M.M.; SILVA, A.R.; PINHEIRO, A.M.; FREITAS, S.R.V.B.; SILVA, V. D.A.;<br />

SOUZA, C.S.; VELOSO, E.S.; ELBACHÁ, R.S.; COSTA, M.F.D.; COSTA, S.L.<br />

Alkaloids from Prosopis juliflora leaves induce glial activation, cytotoxicity and<br />

stimulate NO production. Toxicon, v.49, p.601-614, 2007.<br />

SILVA, J. H. V.; OLIVEIRA, J. N. C.; SILVA, E. L.; JORDÃO FILHO, J. ; RIBEIRO, M.<br />

L. G. Uso <strong>da</strong> farinha integral de vag<strong>em</strong> de algaroba (Prosopis juliflora (Sw) D.C.) na<br />

alimentação de codornas japonesas. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 31, n.3,<br />

p.1789-1795, 2002a.<br />

SILVA, J. H. V.; SILVA. E; L; JORDÃO FILHO, J.; TOLEDO, R. S.; ALBINO, L .F. T.;<br />

RIBEIRO, M. L. G. ; COUTO, H. P. Valores energéticos e efeitos <strong>da</strong> inclusão de<br />

farinha integral de vag<strong>em</strong> de algaroba (Prosopis juliflora (Sw.) D. C.) <strong>em</strong> rações de<br />

poedeiras comerciais. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 31, n.6, p. 2255 – 2264,<br />

2002b.<br />

SILVA, V.D.A; PITANGA, B.S; NASCIMENTO, R.P.; SOUZA; C.S.; COELHO, P.L.C.;<br />

MENEZES-FILHO, N.; SILVA, A.M.M.; COSTA, M.F.D; EL-BACHÁ, R.S.; VELOZO,<br />

E.S.; COSTA, S.L. Piperidine alkaloids from Prosopis juliflora leaves induce<br />

mitochondrial <strong>da</strong>mage and cytoplasmic vacuolation on co-cultured glial cells and<br />

neurons. Submeted to Toxicologic Pathology, 2012.<br />

STEIN, R.B.S.; TOLEDO, L.L.A.; ALMEIDA, F.Q.; ARNAUT, A.C.; PATITUCCI, L.T.;<br />

SOARES NETO, J.; COSTA, V.T.M. Uso do Farelo de Vag<strong>em</strong> de Algaroba (Prosopis<br />

juliflora (Swartz) D.C. <strong>em</strong> Dietas para Eqüi<strong>nos</strong>. Revista Brasileira de Zootecnia,<br />

v.34, n.4, p.1240-1247, 2005.<br />

TABOSA, I.M.; QUINTANS-JR, L.J; PAMPLONA, F.V; ALMEIDA, R.N.; CUNHA,<br />

E.V.L.DA; SILVA, M.S.DA; SOUZA, J.C.DA A; BARBOSA FILHO, J.M. Isolamento<br />

biomonitorado de alcaloides tóxicos de Prosopis juliflora (algaroba). Revista<br />

Brasileira de Farmacog<strong>nos</strong>ia, v. 9/10, p 11-22, 2000b.<br />

TABOSA, I.M.; RIET-CORREA, F.; BARROS, S.S.; SUMMERS, B. A.; SIMÕES, S.<br />

V.D.; MEDEIROS, R.M.T.; NOBRE, V.M.T. Neurohistologic and ultrastructural<br />

64


lesions in cattle experimentally intoxicated with the Plant Prosopis juliflora. Vet<br />

Pathol, v.43, p.695–701, 2006.<br />

TABOSA, I.M.; SOUZA, J.C.A.; GRAÇA, D.L.; BARBOSA-FILHO, J.M.; ALMEIDA,<br />

R.N.; RIET-CORREA, F. Neuronal vacuolation of the trig<strong>em</strong>inal nuclei in goats<br />

caused by ingestion of Prosopis juliflora pods (Mesquite beans). Vet and Human<br />

Toxico, v.42 n.3, p.155-158., 2000a.<br />

TRONCOSO R, VICENCIO JM, PARRA V, NEMCHENKO A, KAWASHIMA Y, DEL<br />

CAMPO A, TORO B, BATTIPROLU PK, ARANGUIZ P, CHIONG M, YAKAR<br />

S, GILLETTE TG, HILL JA, ABEL ED, LEROITH D, LAVANDERO S. Energy-<br />

preserving effects of IGF-1 antagonize starvation-induced cardiac autophagy.<br />

Cardiovasc Res. v. 1; n. 93(2); p 320-329, 2012.<br />

WU, Y.C.; WU, W.K.K.; LI, Y.; LI, L.Y.Z, J.; WONG, C.C.M.; LI, H.T.; SUNG, J.J.Y.;<br />

CHO, C.H. Inhibition of macroautophagy by bafilomycin A1 lowers proliferation and<br />

induces apoptosis in colon cancer cells. Bioch<strong>em</strong>ical and Biophysical Research<br />

Communications v. 382, p. 451–456, 2009.<br />

YAMAMOTO, M., SUZUKI, S. O., AND HIMENO, M. The effects of dynein inhibition<br />

on the autophagic pathway in glioma cells. Neuropathology. v 30, p. 1–6, 2010.<br />

YANG, Y.; XU, K.; KOIKE, T.; ZHENG, X..Transport of autophagosomes in neurites<br />

of PC12 cells during serum deprivation. Autophagy. v 4, n.2, p. 243-245, 2008.<br />

65


Figura 1 – Níveis de ATP por luminescência <strong>em</strong> condições<br />

controle (0.1% DMSO) ou na presença de 30 µg/mL ETA<br />

ou 7,5 µg/mL F32, for 12 h. *p


Figura 2 – Análise de alterações no potencial de<br />

m<strong>em</strong>brana mitocondrial por coloração com JC-1 <strong>em</strong> cocultura<br />

de neurônio/células gliais visualiza<strong>da</strong> por<br />

microscopia confocal. As figuras mostram células<br />

incuba<strong>da</strong>s na ausência (A - B, 0.1% DMSO) ou presença<br />

de 30µg/mL de ETA (C - D) ou 7.5µg/mL de F32 (E - F),<br />

por 12 h. Em células saudáveis o JC-1 apresenta-se como<br />

um monômero no citossol (verde, B) e também como<br />

acúmulo de agregados na mitocôndria, que cora <strong>em</strong><br />

vermelho (A). Na per<strong>da</strong> de potencial de m<strong>em</strong>brana<br />

mitocondrial JC-1 não pode acumular-se dentro <strong>da</strong>s<br />

mitocôndrias (C - E).<br />

67


29 KDa<br />

17 KDa<br />

Cont.<br />

Pró-caspase 3<br />

Caspase-3 cliva<strong>da</strong><br />

Figura 3 - Ativação de caspase-3 <strong>em</strong> co-culturas de neurônios/células<br />

gliais <strong>em</strong> condições controle (0.1% DMSO) ou trata<strong>da</strong>s durante 16 h com<br />

30 µg/mL de ETA ou 7,5µg/mL de F32 foi determina<strong>da</strong> por análises de<br />

western blotting (A). A quantificação foi obti<strong>da</strong> por escaneamento e<br />

análise de densitometria usando o programa ImageJ 1.33u. O gráfico de<br />

barras representa a expressão relativa de caspase-3 cliva<strong>da</strong> (B).<br />

ETA<br />

F32<br />

68


D<br />

% de células LC3 (+) / DAPI (+)<br />

C o n t . E T A F 3 2<br />

Figura 4 - Determinação de vesículas de autofagossomos<br />

<strong>em</strong> co-culturas de neurônios/células gliais transfecta<strong>da</strong>s<br />

com GFP-LC3. Células transfecta<strong>da</strong>s foram trata<strong>da</strong>s com<br />

0.1% DMSO (A), 30µg/mL de ETA (B), 7,5µg/mL de F32<br />

(C), por 12h. A, B e C são amostras com luz incidindo com<br />

filtro de 543-nm de excitação e filtro de 560 nm de <strong>em</strong>issão<br />

para visualizar fluorescência verde. Em D, a quantificação<br />

do número de células DAPI (+) com vacúolos autofágicos<br />

(LC3+) (*p < 0.05; ***p < 0.001).<br />

69


A<br />

B<br />

% de cálulas viáveis<br />

% de células viáveis<br />

100<br />

50<br />

0<br />

100<br />

50<br />

0<br />

Cont<br />

Cont<br />

(Aut.-)<br />

Aut. (-)<br />

Aut. (+)<br />

Aut. (+)<br />

Figura 5 – O efeito <strong>da</strong> inibição ou indução de autofagia <strong>em</strong> células<br />

expostas a 30 µg/mL de ETA (A) ou 7,5 µg/mL de F32 (B) por 24 h<br />

foi analisado por pré-incubação por 2h com bafilomicina, que é<br />

um inibidor de V-ATPase “Aut.(-)” ou pré- incubação por 1h na<br />

ausência de soro fertal bovino no meio de cultura, como indutor de<br />

autofagia “Aut.(+)”. A viabili<strong>da</strong>de celular foi mensura<strong>da</strong> por<br />

contag<strong>em</strong> de células viáveis e mortas após coloração com Azul de<br />

Tripan. Em (A), um aumento significativo na quanti<strong>da</strong>de de células<br />

mortas foi observado quando as células foram pré-incuba<strong>da</strong>s com<br />

bafilomicina. Em (B) uma redução significante na morte celular<br />

observa<strong>da</strong> <strong>em</strong> células pré-incuba<strong>da</strong>s com meio s<strong>em</strong> soro, <strong>em</strong><br />

comparação com células apenas incuba<strong>da</strong>s com ETA e F32. A<br />

significância estatística foi avalia<strong>da</strong> usando ANOVA para<br />

múltiplas comparações e Newman-Keuls. Valores <strong>da</strong>s amostras<br />

controle foram fixados <strong>em</strong> 100 %; **p


A B C<br />

D E F<br />

*<br />

*<br />

G H I<br />

*<br />

*<br />

*<br />

*<br />

Figura 6 – Efeitos <strong>da</strong> inibição ou indução de autofagia na<br />

morfologia de neurônios e células gliais co-cultivados<br />

expostos a 30 µg/mL de ETA (D; E; F); 7,5 µg/mL de F32<br />

(G; H; I) ou condições controle (A; B; C) durante 24h, foi<br />

analisado e fotografado <strong>em</strong> um microscópio de contraste de<br />

fase e câmara digital. Para a inibição de autofagia, as<br />

células foram pré-incuba<strong>da</strong>s com 1µM de bafilomicina,<br />

durante 2h (B; E’ H). Para induzir autofagia , células foram<br />

pré-incuba<strong>da</strong>s com meio de cultura s<strong>em</strong> soro fetal bovino por<br />

1 h (C; F; I). Setas indicam corpos de neurônios; pontas de<br />

seta indicam astrócitos mortos; asteriscos indicam astrócitos<br />

com alterações morfológicas. Objetiva 40x0,70; barra de<br />

escala = 1 µm.<br />

*<br />

71


5. CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

Os estudos apresentados nesta <strong>tese</strong> vêm contribuir para eluci<strong>da</strong>r os impactos<br />

neurológicos observados <strong>em</strong> animais intoxicados pelo consumo <strong>da</strong> Prosopis juliflora,<br />

uma planta de grande importância para a alimentação de animais e huma<strong>nos</strong> na<br />

região Nordeste do Brasil, no sentido <strong>em</strong> que caracterizamos os alcaloides<br />

juliprosopina e juliprosina como os componentes ativos <strong>da</strong> fração de maior<br />

toxici<strong>da</strong>de para células do sist<strong>em</strong>a nervoso central e correlacionamos efeitos in vitro,<br />

tais como ativação de células gliais, morte de neurônios, <strong>da</strong><strong>nos</strong> mitocondriais e<br />

vacuolização citoplasmática induzidos por estes alcaloides, com as lesões<br />

histológicas e ultraestruturais visualiza<strong>da</strong>s <strong>em</strong> bovi<strong>nos</strong> e capri<strong>nos</strong> intoxicados pela P.<br />

juliflora, conforme descrito na literatura. Ain<strong>da</strong> sugerimos a mitocôndria como a<br />

organela alvo destes alcaloides na célula, o que desencadeia um processo<br />

autofágico, de caráter protetor, que, no entanto apresenta-se interrompido pela<br />

própria ação destes alcaloides, conduzindo à célula à morte celular por apoptose.<br />

A eluci<strong>da</strong>ção dos impactos neurológicos gerados pelos alcaloides <strong>da</strong><br />

P. juliflora e ain<strong>da</strong>, o esclarecimento dos mecanismos de ação destes princípios<br />

ativos, assim como os mecanismos de inibição dos efeitos deletérios gerados pelos<br />

mesmos, servirão como norteadores para pesquisas aplica<strong>da</strong>s que vis<strong>em</strong> contribuir<br />

para a prevenção e tratamento de intoxicações animais por consumo de vagens <strong>da</strong><br />

P. juliflora. Com isso o fornecimento deste vegetal de alta quali<strong>da</strong>de nutricional como<br />

alimento para bovi<strong>nos</strong> e capri<strong>nos</strong>, poderá ser amplificado, o que solucionará<br />

probl<strong>em</strong>as econômicos do setor agropecuário, decorrentes de períodos de escassez<br />

de água que ocorre <strong>em</strong> algumas regiões do Brasil.<br />

72


6. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS<br />

ABBAS, A.K.; LICHTMAN, A.H.; POBER, J.S. Imunologia Celular e Molecular. Livraria<br />

e Editora Revinter, 2003.<br />

ACHOUR S.B.; PASCUAL, O. Astrocyte–Neuron Communication: Functional<br />

consequences. Neuroch<strong>em</strong> Res. DOI 10.1007/s11064-012-0807-0, 2012.<br />

AGULHON, C.; SUN, M.; MURPHY, T.; MYERS, T.; LAUDERDALE, K.; FIACCO,<br />

T.A.. Calcium signaling and gliotransmission in normal vs.reactive astrocytes.<br />

Frontiers in Pharmacology. Neuropharmacology, v. 3, 2012.<br />

AHMAD, A.; KHAN, K.A; AHMAD, V.U. Immunomodulating effect of Juliflorine on the<br />

antibody response to listeria h<strong>em</strong>olysin preliminary report. Journal of Islamic<br />

Acad<strong>em</strong>y of Sciences, v.5, p.189-193, 1992.<br />

AHMAD, V.U. Natural Product Ch<strong>em</strong>istry. In: Atta-Ur-Rahman Springer-Verlag<br />

Berlin editors. Ch<strong>em</strong>ical constituents of some medicinal plants of Pakistan. p.8-11,<br />

1986.<br />

AHMAD, V.U.; MOHAMMAD, Z.G. Studies on the structure of Juliflorine. Journal<br />

Ch<strong>em</strong>istry Soc. Pakistan, v.1, n.2, p.137-138, 1979.<br />

AHMAD, V.U.; QAZI, S. Studies on the structure of julifloricine. Journal Ch<strong>em</strong>istry<br />

Soc. Pakistan. v.7, n.4, p. 347-350,1985.<br />

AHMAD, V.U.; SULTANA, A.; QAZI, S. Alkaloids from the leaves of Prosopis juliflora.<br />

Journal of Natural Products, v.52, n.3, p.497-501, 1989.<br />

ALMARAZ-ABARCA, N.; CAMPOS, M.G.; ÁVILA-REYES, J.A.; NARANJO-<br />

JIMÉNEZ, N.; CORRAL, H.; GONZÁLEZ-VALDEZ, L.S. Antioxi<strong>da</strong>nt activity of<br />

polyphenolic extract of monofloral honeybee-collected pollen from mesquite<br />

(Prosopis juliflora, Legumi<strong>nos</strong>ae). Journal of Food Composition and Analysis, v.<br />

20, n. 2, p. 119–124, 2007.<br />

ALOISI, F. Immune function of microglia. Glia, v. 36, n.2, p. 165-179, 2001.<br />

73


AL-SHAKH-HAMED, W. M. A.; AL-JAMMAS, M. A. The antimicrobial activity of<br />

alkaloi<strong>da</strong>l fraction of Prosopis juliflora. Iraqi Journal Veterinary Science, v. 12, p.<br />

281-287, 1999.<br />

APERIA, A., BERTORELLO, A., SERI, I. Dopamine causes inhibition of Na+-<br />

K+ATPase 686 activity in rat proximal convoluted tubule segments. Am.J.Physiol, v.<br />

252, p. 39–45, 1987.<br />

AQEEL AHMAD, A.; ALI KHAN K.; AHMAD V.U. QAZI S. Antibacterial activity of<br />

juliflorine isolated from Prosopis juliflora. Planta Medica, v.1, p. 285-288, 1986.<br />

AQEEL AHMAD; AHMAD, V.; KHALID, S. M.; SIDDIQUI, S. A.; KHAN, K. A. Study of<br />

the antibacterial therapeutic efficacy of juliflorine, julifloricine and a benzene insoluble<br />

alkaloi<strong>da</strong>l fraction of Prosopis juliflora. J of Islamic Acad of Sci, v. 8, p.131-136,<br />

1995.<br />

AQEEL AHMAD; KHAN, K.A.; AHMAD, V.U.; QAZI, S. Antibacterial activity of<br />

juliflorine isolated from Prosopis juliflora. Planta Medica, v.1, p.285-288, 1986a.<br />

AQEEL AHMAD; KHURSHEED, A.K.; SABIHA, Q.; VIQARUDDIN, A. Antifungial<br />

activity of some hydrosoluble Prosopis juliflora alkaloids. Fitoterapia. v.60, p.86-89,<br />

1989b.<br />

AQEEL AHMAD; KHURSHEEDM, A.K.; SABIHA, Q.; VIQARUDDIN, A. Antifungial<br />

activity of some hydrosoluble Prosopis juliflora alkaloids. Fitoterapia, v. 60, p. 86-89,<br />

1989.<br />

AQUEEL AHMAD; KHURSHEED, A.K.; VIQARUDDIN, A. Toxicological studies of<br />

the antimicrobial alkaloid juliflorine. Arzneimittelforschung. v. 41; n. 2; p. 151-154,<br />

1991.<br />

ARDUINO, D, M.; ESTEVES, R.; CARDOSO, S. Mitochondrial Fusion/Fission,<br />

Transport and Autophagy in Parkinson’s Disease: When Mitochondria Get Nasty.<br />

Parkinson’s Disease. Article. ID 767230, 2011.<br />

74


AZEVEDO, G. Algaroba. Rio de Janeiro: Serviço de Informação Agrícola, 31p. SIA,<br />

843), 1961.<br />

AZEVEDO, G. de. Algaroba. Natal, RN: [s.n}, 13p, 1955.<br />

BACA, S.F.; VALLENAS, A.; NOVOA, C. Estudio experimental de la “Coquera” en<br />

capri<strong>nos</strong>. Revta Fac Med Vet. v. 18, p. 131-159, 1967.<br />

BARROS, N. A. M. T.; QUEIRÓZ FILHO, J. L. Efeitos <strong>da</strong> substituição progressiva do<br />

melaço por vagens de algaroba (Prosopis juliflora (S.w.) D.C. na alimentação de<br />

ruminantes. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO SOBRE ALGAROBA, Natal, Rio Grande<br />

do Norte, 1982. Anais. Natal: EMPARN,<br />

p. 385 – 407, 1982.<br />

BASTOS, J.R.; FAÇANHA, S.C. Análise química de produtos não convencionais<br />

para a elaboração de rações para piscicultura. Ciên Agron., v.6, p. 49-52, 1985.<br />

BATATINHA, M.J..M; , ALMEIDA, G.N.;, DOMINGUES, L.F.; SIMAS, M.M.S.; ,<br />

BOTURA, M.B.; CRUZ, A.C.F. G.; ALMEIDA, M.A.O. Efeitos dos extratos aquoso e<br />

metanólico de algaroba sobre culturas de larvas de n<strong>em</strong>atódeos gastrintestinais de<br />

capri<strong>nos</strong>. Ci. anim. bras. v.12, n.3, p. 514-519, 2011.<br />

BATATINHA, M.J.M. Untersuchungen über toxische Einflüsse von Prosopis juliflora<br />

Sw.D.C (Algarobeira) auf Zellkulturen sowie auf die Pansenfermentation beim Rind<br />

(in vitro) [Tese]. Hannover: Veterinary Medicine University; 1997.<br />

BURKART, A.A.. Monograph of the genus Prosopis (Legumi<strong>nos</strong>ae subfam.<br />

Mimosoideae). Journal of the Arnold Arboretum, v.57, n.4, p.450-525, 1976.<br />

BUTOVSKY, O.; BUKSHPAN, S.; KUNIS, G.; JUNG, S.; SCHWARTZ, M. Microglia<br />

can be induced by IFN-γ or IL-4 to express neural or dendritic-like markers.<br />

Molecular and Cell Neurosc, v.35, p. 490-500, 2007.<br />

75


CÁ-CERES, A.; MENÉNDEZ, H.; MÉNDEZ, E.; COHOBÓN, E.; SAMAYOA, B.E.;<br />

JAUREGUI, E. Antigonorrhoeal activity of plants used in Guat<strong>em</strong>ala for the treatment<br />

of sexually transmitted diseases. J Ethnopharmacol, v.48, p.85-88, 1995.<br />

CAJAL, S.R. Histology of the Neurons Syst<strong>em</strong> of Man and Vertebrates. Oxford<br />

University Press, 1995.<br />

CÂMARA, A.C.L.; COSTA, N.A.; RIET-CORREA F.; AFONSO, J.A.B.; DANTAS,<br />

A.F.M.; MENDONÇA, C.L.; SOUZA; M.I. Intoxicação espontânea por vagens de<br />

Prosopis juliflora (Leg. Mimosoideae) <strong>em</strong> bovi<strong>nos</strong> no Estado de Pernambuco. Pesq.<br />

Vet. Brás. v. 29, p. 233-240, 2009.<br />

CHANG, R. C.C.; CHIU1, KIN.; HO, Y.S.; SO, K.FA. Modulation of Neuroimmune<br />

Responses on Glia in the Central. Cellular & Molecular Immunology. v. 6, p. 317-<br />

326, 2009.<br />

CHANG, R.C.C.; HUDSON, P.; WILSON, B.; HADDON, L.; HONG, J.S. Influence of<br />

neurons on lipopolysaccharide-stimulated production of nitric oxide and tumor<br />

necrosis factor-a by cultured glia. Brain Research, v. 853, p. 236–244, 2000.<br />

CHOGE, S.K.; PASIECZNIK, N.M.; HARVEY, M.; WRIGHT, J.; AWAN, S.Z.;<br />

HARRIS, P.J.C. Prosopis pods as human food, with special reference to Kenya.<br />

Water SA, v.33, p. 419 – 424, 2007.<br />

CHOUDHARY, M.I.; NAWAZ, S.A.; ZAHEER-UL-HAQ AZIM, M.K.; GHAYUR, M.N.;<br />

LODHI, M.A.; JALIL, S.; KHALID, A.; AHMED, A.; RODE, B.M.; ATTA-UR-RAHMAN.;<br />

GILANI, A.U.; AHMAD, V.U. Juliflorine: a potent natural peripheral anionic-site-<br />

binding inhibitor of acetylcholinesterase with calcium-channel blocking potential, a<br />

leading candi<strong>da</strong>te for Alzheimer's disease therapy. Bioch<strong>em</strong> Biophys Res<br />

Commun. v.332, p.1171-1177, 2005.<br />

76


COMBES, V.; GUILLEMIN, G.J; CHAN-LING, T.; HUNT, N.H.; GRAU, G.E.R. The<br />

crossroads of neuroinflammation in infectious diseases: endothelial cells and<br />

astrocytes. Trends in Parasitology. 28,8, 2012.<br />

COOKSON, M.R.; PENTREATH, V.W. Alterations in the glial fibrillary acidic protein<br />

content of primary astrocyte cultures for evaluation of glial cell toxicity. Toxicol. In<br />

vitro, v.8, p.351-359, 1994.<br />

COOKSON, M.R.; MCCLEAN, R.; WILLIAMS, S.P.; DAVENPORT-JONES, J.; EGAN<br />

C, O’HARE, S. Use of astrocytes for in vitro neurotoxicity testing. Toxicol. In vitro;<br />

v.8, n.4, p.817-819, 1994.<br />

COSTA, S.L.; PLANCHENAULT, T.; CHARRIERE-BERTRAND, C.; MOUCHEL, Y.;<br />

FAGES, C.; SHARON, J.; LEFRANÇOIS, T.; BARLOVATZ-MEIMON, G., TARDY, M.<br />

Astroglial permissivity for neurotic outgrowth in neuron-astrocyte cocultures depends<br />

on regulation of lamini bioavailability. Glia. v. 37, p. 105–113, 2002.<br />

COTRAN, R.S.; KUMAR, V.; COLLINS, T. Cellular pathology I: cell injury and cell<br />

death. In Robbin’s Pathologic Basis of Disease, edition 6; Cotran, R.S.; Kumar, V.;<br />

Collins, T. Saunders, Philadelphia, p. 1–29, 1999.<br />

COYLE, J.T.; SCHWARCZ, R. Mind glue: implications of glial cell biology for<br />

psychiatry. Arch Gen Psychiatry. v. 57, p. 90-93, 2000.<br />

DAETWYLER, P.; OTT-LONGONI, R.; SCHÖPP, E.; HESSE, M. Über Juliprosin, ein<br />

weiteres Alkaloid aus Prosopis juliflora A. DC. Helvetica Chimica Acta, v.64,<br />

p.1959-1963,1981.<br />

DAWSON, T.M.; SNYDER, S.H. Gases as biological messengers: nitric oxide and<br />

carbon monoxide in the brain. J. Neurosci. v. 14, p. 5147-5159, 1994.<br />

DEGTYAREV, M , DE MAZIÈRE, A. , ORR, C.; LIN, J.; LEE, B.B.; JANET Y. TIEN,<br />

J.Y.; WEI W. PRIOR, W.W.; DIJK, S.V.; WU, H.; GRAY, D.C.; DAVIS, D.P.; STERN,<br />

H.M.; MURRAY, L.J.; HOEFLICH, K.P; KLUMPERMAN, J , FRIEDMAN, L.S.; KUI<br />

77


LIN, K. Akt inhibition promotes autophagy and sensitizes PTEN-null tumors to<br />

lysosomotropic agents. The journal of cell biology, v. 183, p. 1, 2008.<br />

DICKSON DW, LEE, SC, MATTIACE LA; YEN SH, BROSNAN C. Microglia and<br />

cytokines in neurological disease, with special reference to AIDS and Alzheimer’s<br />

disease. Glia, v. 7, p. 75–83, 1993.<br />

DIMAYUGA, F.O.; WANG, C., CLARK, J.M.; DIMAYUGA, E.R.; DIMAYUGA, V.M.;<br />

BRUCE-KELLER, A.J. SOD1 overexpression alters ROS production and reduces<br />

neurotoxic inflammatory signaling in microglial cells. Journal of Neuroimmunology.<br />

v. 182, p. 89–99, 2007.<br />

DOLLAHITE, J.W.; ANTHONY, W.V. Malnutrition in cattle on an unbalanced diet of<br />

mesquite beans. Texas Agri. Exp. Station, v. 11, p. 209-212, 1957.<br />

DRINGEN, R.; PAWLOWSKI, P.G.; HIRRLINGER, J. Peroxide detoxification by brain<br />

cells. J. Neurosc. Res., v.79, p.157-165, 2005.<br />

EISENBERG-LERNER, A., BIALIK, S., SIMON, H. U., AND KIMCHI, A. Life and<br />

death partners: apoptosis, autophagy and the cross-talk between th<strong>em</strong>. Cell Death<br />

Differ. v. 16, p. 966–975, 2009.<br />

FESTJENS, N.; VANDEN BERGHE, T.; VANDENABEELE, P. Necrosis, a well-<br />

orchestrated form of cell d<strong>em</strong>ise: signaling cascades, important mediators and<br />

concomitant immuneresponse, Biochim. Biophys. Acta., v. 1757, p. 1371–1387,<br />

2006.<br />

FIELD, R.D.; STEVENS-GRAHAM, B. New Insights into Neuron-Glia<br />

Communication. Science, v.298, p. 556 – 562, 2002.<br />

FIGUEIREDO, L.J.C.; FERREIRA, M.M.; TÁVORA, J.P.F.; DANTAS, J. SIMÕES,<br />

S.D. Estudo clínico e anátomopatológico <strong>da</strong> doença "cara torta" <strong>em</strong> bovi<strong>nos</strong> no<br />

nordeste brasileiro. Arq. Med. Vet. – UFBA. v.18, p. 175-183, 1995.<br />

FÜNFSCHILLING, U.; SUPPLIE, L.M.; MAHAD, D.; BORETIUS, S.; SAAB, A.S.;<br />

EDGAR, J; BRINKMANN, B.; KASSMANN, C.M; TZVETANOVA, I.D.; MÖBIUS, W.;<br />

78


DIAZ, F.; MEIJER, D.; SUTER, U.; HAMPRECHT, B.; SEREDA, M.W.; MORAES,<br />

C.T.; FRAHM, J.; GOEBBELS, S; NAVE, K.A. Glycolytic oligodendrocytes maintain<br />

myelin and long-term axonal integrity. Nature. 485, 517–521, 2012.<br />

GARIBALDI, C., Prosopis juliflora (Sw.) DC., Department of Botany, University of<br />

Panamá, Panamá, p. 657-659 (site: www.rngr.net/Publications). 2003.<br />

GEBICKE-HAERTER, P.J. Microglia in Neurodegeneration: Molecular Aspects.<br />

Microsc. Res. Tech. v. 54, p. 47–58, 2001.<br />

GEHRMANN, J.; MATSUMOTO, Y.; KREUTZBERG, G.W. Microglia: intrinsic<br />

immuneffector cell of the brain. Brain Research Reviews, v. 20, p.269-287, 1995.<br />

GIORGI, C.; BALDASSARI, F.; BONONI, A; BONORA, M.; DE MARCHI, E.;<br />

MARCHI, S.; MISSIROLI, S.; PATERGNANI, S.; RIMESSI, A.; SUSKI J.M.;<br />

WIECKOWSKI, M.R.; PAOLO PINTON. P. Mitochondrial Ca 2+ and apoptosis. Cell<br />

Calcium. v. 52, p. 36– 43, 2012.<br />

GIULIAN D, LEARA J, LI J, KEENEN C. Phagocytic microglia release cytokines and<br />

cytotoxins that regulate the survival of astrocytes and neurons in culture.<br />

Neuroch<strong>em</strong>. Int. v. 25, p. 227-232, 1994.<br />

GOLSTEIN, P., KROEMER, G. Cell death by necrosis: towards a molecular<br />

definition. Trends Bioch<strong>em</strong>. Sci. v. 32, p. 37–43, 2007.<br />

GOMES, P. A algarobeira. Rio de Janeiro:Ministério <strong>da</strong> Agricultura, Serviço de<br />

GOZUACIK, D.; KIMCHI, A. Autophagy and cell death. Curr. Top. Dev. Biol., v. 78,<br />

p. 217–245, 2007.<br />

HAAG, H.P.; MEDEIROS, A.A.; FRANÇA, A.F.S. Desnutrição de macronutrientes <strong>em</strong><br />

plantas de algaroba. IPEF, p.53-55,1986.<br />

HARRY,G.J.; YLER,K.; D’HELLENCOURT, C. L.; TILSON, H.A.; MAIER,W. E.<br />

Morphological alterations and elevations in tumor necrosis factor-a, interleukin (IL)-<br />

79


1a, and IL-6 in mixed glia cultures following exposure to trimethylt in: modulation by<br />

proinflammatory cytokine recombinant proteins and neutralizing antibodies.<br />

Toxicol.Appl.Pharmacol. v. 180, p. 205–218, 2002.<br />

HENICS, T.; WHEATLEY, D.N. Cytoplasmic vacuolation, a<strong>da</strong>ptation and cell death:<br />

A view on new perspectives and features. Biology of the Cell. v. 91, p. 485-498,<br />

1999.<br />

HUGHES, J.B.; SILVA, V.D.A.; SILVA, A.R.; SOUZA, C.S.; SILVA, A.M.M.;<br />

VELOSO, E.S.; BATATINHA, M.J.M.; COSTA, M.F.D.; TARDY, M.; ELBACHÁ, R.S.;<br />

COSTA, S.L. Cytotoxicity effect of alkaloi<strong>da</strong>l extract from Prosopis juliflora Sw. D.C.<br />

(Algaroba) pods on glial cells. Brazilian Journal of Veterinary Research and<br />

<strong>Animal</strong> Science, v. 43, p. 50-58, 2006.<br />

HUGHES, J.B.; SOUSA, J.S.; BARRETO, R.A.; SILVA, A.R.; SOUZA, C.S. SILVA,<br />

V.D.A. SILVA, B.M.P.; FREITAS, S.R.V.B.; COSTA, M.F.D.; EL-BACHÁ, R.S.;<br />

BATATINHA, M.J.M.; TARDY, M.; VELOZO, E.S. AND COSTA, S.L. Cytotoxic<br />

effects of an extract containing alkaloids obtained from Prosopis juliflora Sw. D.C.<br />

(Algaroba) pods on glioblastoma cells. Rev. Bras. Saúde Prod. An. v. 6, p. 31-41,<br />

2005.<br />

ISOBE, I.; MAENO,Y.; NAGAO, M.;IWASA, M.; KOYAMA, H.; SEKO-<br />

NAKAMURA,Y.; MONMA-OHTAKI, J. Cytoplasmic vacuolation in cultured rat<br />

astrocytes induced by an organophosphorus agent requires extracellular signal-<br />

regulated kinase activation. Toxicology and Applied Pharmacology. v. 193, p.<br />

383–392, 2003.<br />

KANDEL, E.R. Nerve cells and behavior. In: Kandel ER, Schwartz JH, Jessell TM,<br />

editors. Principles of neural science. 4 ed. New York; 2000.<br />

KANTHASAMY, A.; SUBRAMANIAN, S.; GOVINDASAMY, S. Bacterici<strong>da</strong>l and<br />

fungici<strong>da</strong>l effects of Prosopis juliflora alkaloi<strong>da</strong>l fraction. Indian Drugs, v.26, p.390-<br />

394,1989.<br />

80


KAUSHIK, J.C.; SANJAY, A.; TRIPATHI, N.N. Antifungal properties of some plant<br />

extracts against the <strong>da</strong>mping-off fungi of forest nurseries. Indian J Forestry, v.25,<br />

p.359-361, 2002.<br />

KILLIAN, S.; MCMICHAEL, J. The human allergens of mesquite (Prosopis juliflora).<br />

Clinical and Molecular Allergy, v.2, 2004.<br />

KIRCHHOFF, F.; DRINGEN, R.; GIAUME, C. Pathways of neuron-astrocyte<br />

interactions and their possible role in neuroprotection. Eur Arch Psychiatry Clin<br />

Neuros, v.25, p.159-169, 2001.<br />

KLIONSKY, D.J.; ABDALLA, F.C.; ABELIOVICH, H.; ABRAHAM, R.T. Guidelines for<br />

the use and interpretation of assays for monitoring autophagy. Autophagy, v. 8, n. 4,<br />

p. 1–100, 2012.<br />

KRIEGSTEIN, A.; GÖTZ, M. Radial glia diversity: a matter of cell fate. Glia, v.43,<br />

p.37-43, 2003.<br />

LAKHANI SA; MASUD A; KUIDA K; PORTER GA JR; BOOTH CJ; MEHAL<br />

WZ; INAYAT I; FLAVELL RA. Caspases 3 and 7: key mediators of mitochondrial<br />

events of apoptosis. Science. v. 10, n. 311 (5762), p.847-851, 2006.<br />

LAKSHMI, B.S.; NAIDU, K.C.; MURTHY, Y.L.N.; BOBBARALA, V.; PANDIT, N. Bio-<br />

efficacy of some medicinal plants against pathogens of cereal crops and<br />

phytoch<strong>em</strong>ical examination of Prosopis juliflora (SW) Dc. Journal of Pharmacy<br />

Research, v. 3, p. 356-360, 2010.<br />

LENT, R. As uni<strong>da</strong>des do Sist<strong>em</strong>a Nervoso: Forma e Função de Neurônios e<br />

Gliócitos. In: Nova Atheneu editora. C<strong>em</strong> Bilhões de Neurônios, Conceitos<br />

Fun<strong>da</strong>mentais de Neurociências, São Paulo. p.65-95, 2005.<br />

LIEM, R.K.; MESSING, A. Dysfunctions of neuronal and glial intermediate filaments<br />

in disease. J. Clin. Invest. v. 119, p. 1814-1824, 2009.<br />

81


LIMA, P.C.F.; SILVA, M.A. Ocorrência sub-espontânea de uma algaroba no nordeste<br />

do Brasil. Boletim de Pesquisa Florestal, p.91-95, 1991.<br />

MACHADO, G.F.; FIGUEIREDO, F. Revisão: Filamentos intermediários. Medicina,<br />

Ribeirão Preto, v. 29, p. 104-113, 1996.<br />

MAHGOUB, O.; KADIM, I. T.; JOHNSON, E. H.; SRIKANDAKUMAR, A.; AL-SAQRI,<br />

N. M.; AL-ABRI, A. S.; RITCHIE, A. The use of a concentrate containing Meskit<br />

(Prosopis juliflora) pods and <strong>da</strong>te palm byproducts to replace commercial<br />

concentrate in diets of Omani sheep. <strong>Animal</strong> Feed Science and Technology, v.<br />

120, p. 33 -41, 2005.<br />

MANNING, P.; COOKSON, M.R.; MCNEIL, C.J.; FIGLEWICZ, D.; SHAW, P. J. Brain<br />

Research, v. 911, p. 203–210, 2001.<br />

MEAD, C.; PENTREATH, V.W. Hypertrophy and increased glial fibrillary acidic<br />

protein are coupled to increased protection against cytotoxicity in glioma cell lines.<br />

Toxic In vitro, v.12, p.141-152, 1998.<br />

MENDES, B.V. Potential offered by Prosopis Juliflora (SW) DC in the Brazilian S<strong>em</strong>i-<br />

arid region. In: The current state of knowlegde of Prosopis juliflora. 1986. Recife.<br />

Anais... Recife: II Internat. Conf. on Prosopis juliflora, 1986b.<br />

MENDES, B.V. Prosopis in Brazil. Characteristics of the S<strong>em</strong>i-Arid Zone of Brazil's<br />

Northeast. In: The current state of knowlegde of Prosopis juliflora. 1986, Recife.<br />

Anais... Recife: II Internat. Conf. on Prosopis juliflora, 1986a.<br />

MEYER, R.P.; GEHLHAUS, M.; KNOTH, R.; VOLK, B. Expression and Function of<br />

Cytochrome P450 in Brain Drug Metabolism. Current Drug Metabolism, v. 8, p.<br />

297-306, 2007.<br />

MIN. Ministério <strong>da</strong> Integraçao Naciona.http://www.integracao.gov.br/pt/c/journal/<br />

view_article _content?groupId=10157&articleId=185861&version=1.0.<br />

82


MOISES, H.W.; ZOEGA, T.; GOTTESMAN, I.I. The glial growth factors deficiency<br />

and synaptic destabilization hypothesis of schizophrenia. BMC Psych., v. 2, p. 8,<br />

2002.<br />

MORENO, G.M.B.; CASTRO, K.J.; CAVALCANTE, M.A.B.; CIDRÃO, P.M.L.;<br />

CARNEIRO, H.A.V.; NEIVA, J.N.M. Consumo de matéria seca, ganho de peso e<br />

conversão alimentar de ovi<strong>nos</strong> alimentados com dietas orgânicas. Anais do 42ª<br />

reunião anual <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de brasileira de zootecnia, 2005.<br />

MOREST, D.K.; SILVER, J. Precursors of neurons, neuroglia, and ependymal cells in<br />

the CNS: what are they? Where are they from? How do they get where they are<br />

going?. Glia; v.43, p.6-18, 2003.<br />

MOSMAN, T. Rapid, colorimetric assay for cellular growth and survival: application to<br />

proliferation and cytotoxicity assays. J. Immunol. Meth. v. 65, p. 55–63, 1983.<br />

NAKANO, H.; NAKAJIMA, E.; FUJII, Y.; SHIGEMORI, H.; HASEGAWA, K. Growth<br />

inhibitory alkaloids from mesquite (Prosopis juliflora (Sw.) DC.) leaves.<br />

Phytoch<strong>em</strong>istry, v.65, n.5, p.587-591, 2004.<br />

NAKASE, T.; NAUS, C.C.G. Gap junctions and neurological disorders of the central<br />

nervous syst<strong>em</strong>. Biochimica et Biophysica Acta, v.1662, p.149-158, 2004.<br />

NICHOLSON, T.E.; DIBB, S.; RENTON, K.W. Nitric oxide mediates an LPS-induced<br />

depression of cytochrome P450 (CYP1A) activity in astrocytes. Brain Res. 1029,<br />

148–154. 2004.<br />

NONES, J.; STIPURSKY, J.; COSTA, S.L.; GOMES, F.C.A. Flavonoids and<br />

Astrocytes Crosstalking: Implications for Brain Development and Pathology.<br />

Neuroch<strong>em</strong> Res. v. 35, p. 955–966, 2010.<br />

O’CALLAGHAN, J.P. Assessment of neurotoxicity: use of glial fibrillary acidic protein<br />

as a biomarker. Biomed. Environ. Sci. v. 4, p. 197–206, 1991.<br />

83


Oliveira, A.S.; Pereira, R.A.; Lima, L.M.; Morais, A.H.A.; Melo, F.R; Franco, O.L.;<br />

Bloch Jr., C.; Grossi-de-As, M.F; Sales, M.P. Activity toward Bruchid Pest of a<br />

Kunitz-Type Inhibitor from Seeds of the Algaroba Tree (Prosopis juliflora D.C.).<br />

Pesticide Bioch<strong>em</strong>istry and Physiology, v. 72, p. 122–132, 2002.<br />

OTT-LONGONI, R.; VISWANATHAN, N.; HESSE, M.. Die konstitution des Alkaloides<br />

Juliprosopin aus Prosopis juliflora A. DC. Helvetica Chimica Acta, v.63, p.2119-<br />

2129, 1980.<br />

PARIS, I., PEREZ-PASTENE, C., COUVE, E., CAVIEDES, P., LEDOUX, S., AND<br />

SEGURA-AGUILAR, J. Copper dopamine complex induces mitochon-drial autophagy<br />

preceding caspase-independent apoptotic cell death. J. Biol. Ch<strong>em</strong>. v. 284, p.<br />

13306–13315, 2009.<br />

PARIS, I.; MUNOZ, P.; HUENCHUGUALA, S.; COUVE, E.; SANDERS, L.H.;<br />

GREENAMYRE, J.T.; CAVIEDES, P.; SEGURA-AGUILAR, J. Autophagy Protects<br />

Against Aminochrome-Induced Cell Death in Substantia Nigra-Derived Cell Line.<br />

Toxicological sciences. v. 121, n.2, p. 376–388, 2011.<br />

PASIECZNIK N.M., FELKER P., HARRIS P.J.C., HARSH L.N., CRUZ G., TEWARI<br />

J.C., CADORET K., AND MALDONADO L.J. The Prosopis juliflora – Prosopis palli<strong>da</strong><br />

Complex: A Monograph. HDRA, Coventry, UK. 162p, 2001.<br />

PEGADO, C.M.A.; ANDRADE, L.A.; FÉLIX, L.P.; PEREIRA, I.M. Efeitos <strong>da</strong> invasão<br />

biológica de algaroba - Prosopis juliflora (Sw.) DC. sobre a composição e a estrutura<br />

do estrato arbustivo-arbóreo <strong>da</strong> caatinga no Município de Monteiro, PB, Brasil. Acta<br />

Bot. Bras., v.20, 2006.<br />

PEREIRA JR., J.S. Nova delimitação do s<strong>em</strong>i-árido brasileiro. Biblioteca Digital.<br />

Camara dos Deputados. 2007.<br />

PINHEIRO, M. J. P.; PIRES, G. S.; COSTA, E. S.; FERNANDES, M. B.; ROSADO,<br />

C. A.S. Utilização <strong>da</strong> vag<strong>em</strong> de algaroba (Prosopis juliflora (S.w.) D. C. na<br />

alimentação de suí<strong>nos</strong> <strong>em</strong> terminação. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE<br />

84


BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 23, 1986, Campo Grande, Mato Grosso do Sul.<br />

Anais. Campo Grande: SBZ, p. 53. 1986.<br />

PITANGA, B.P.S. ; NASCIMENTO, R.P.; SILVA, V.D.A. ; COSTA, S.L. The role of<br />

astrocytes in metabolism and neurotoxicity of the pyrrolizidine alkaloid monocrotaline,<br />

the main toxin of Crotalaria retusa. FrontiersinPharmacology | Neuropharmacology.<br />

v. 3, n. 144, 2012.<br />

QUINTANS-JÚNIOR, L.J.; ALMEIDA, R.N; BARBOSA-FILHO, J.M; DUARTE, J.C.;<br />

TABOSA, I.M. Toxici<strong>da</strong>de Agu<strong>da</strong> e Alterações Comportamentais induzi<strong>da</strong>s pela<br />

ração de Alcalóides Totais <strong>da</strong>s Vagens de Prosopis juliflora (Sw) D.C.<br />

(Legumi<strong>nos</strong>eae) <strong>em</strong> Roedores. Acta Farm. Bonaerense. v. 23, n. 1, p. 5-10 , 2004.<br />

RAJKOWSKA, G.; MIGUEL-HIDALGO, J.J.; MAKKOS, Z.; MELTZER, H.;<br />

OVERHOLSER, J.; STOCKMEIER, C. Layer-specific reductions in GFAP-reactive<br />

astroglia in the dorsolateral prefrontal cortex in schizophrenia. Schizophr. Res. v. 57,<br />

p. 127–138, 2002.<br />

RAMBOLD, A.S.; KOSTELECKY, B.; LIPPINCOTT-SCHWARTZ, J. Together we are<br />

stronger. Fusion protects mitochondria from autophagosomal degra<strong>da</strong>tion.<br />

Autophagy. v. 7, n. 12, p. 1–2, 2011.<br />

RATABOUL, P., VERNIER, P., FAUCON-BIGUET N. MALLET,J., POULAT,P.,<br />

PRIVAT, A. Modulation of GFAPmTNA levels following toxic lesions in the basal<br />

ganglia of the rat. Brain Res. v. 174, p. 283–308, 1989.<br />

RAVIKALA, K.; PATEL, A. M.; MURTHY, K. S.; WADHWANI, K. N. Growth efficiency<br />

in feedlot lambs on Prosopis juliflora based diets. Small Ruminant Research, v. 16,<br />

p. 227 -231, 1995.<br />

RÖHL, C., SIEVERS, J. Microglia is activated by astrocytes in trimethyltin<br />

intoxication. Toxicology and Applied Pharmacology. v. 204, p. 36-45, 2005.<br />

85


ROOHL, C.; ARMBRUST, E.; KOLBE, k.; LUCIUS, R.; MASER, E.; VENZ, S.<br />

GULDEN, M. Activated Microglia Modulate Astroglial Enzymes Involved in Oxi<strong>da</strong>tive<br />

and Inflammatory Stress and Increase the Resistance of Astrocytes to Oxi<strong>da</strong>tive<br />

Stress In Vitro. GLIA. v. 56, p. 1114–1126, 2008.<br />

ROSSI, B.; CARRER, C.R.O.; CURY, B.; BRITO, C.A.M.F.; PIRES, J.M.; MARÇOLA,<br />

P.L.; COSTA CARRER,C.C. Utilização <strong>da</strong> vag<strong>em</strong> de Prosopis juliflora d.c na<br />

alimentação de ruminantes. Associaçao Brasileira de Zootecnia, 2009.<br />

RYU, J.K.; TRAN, K.C.; MCLARNON, J.G. Depletion of neutrophils reduces neuronal<br />

degeneration and inflammatory responses induced by Quinolinic acid in vivo. GLIA.<br />

v. 55, p. 439–451, 2007.<br />

SALIMI, K.; HUMPEL, C. Down regulation of compl<strong>em</strong>ent receptor 3 and major<br />

histocompatibility complex I and II antigen-like immunoreactivity accompanies<br />

ramification in isolated rat microglia. Brain Res. v. 946, p. 283–289, 2002.<br />

SAMANTARAY, S.; KNARYAN, V.H.; GUYTON, M.K.; MATZELLE, D.D.; RAY, S.K.;<br />

BANIK, N.L. The parkinsonian neurotoxin rotenone activates calpain and caspase-3<br />

leading to motoneuron degeneration in spinal cord of Lewis rats. Neuroscience. v.<br />

146, p. 741-755, 2007.<br />

SAMOYLENKO, V., ASHFAQ ,M.K., JACOB, M.R., TEKWANI, B.L., KHAN, S.I.,<br />

MANLY, S.P., JOSHI, V.C., WALKER, L.A., MUHAMMAD, I. Indolizidine, antiinfective<br />

and antiparasitic compounds from Prosopis glandulosa var. glandulosa. J Nat Prod.<br />

v. 72, p. 92-8, 2009.<br />

SANTOS, R.V.; TERTULIANO, S.S.X. Crescimento de espécies arbóreas <strong>em</strong> solo<br />

salino-sódico tratado com ácido sulfúrico. Revista Bras de Eng Agríc Ambiental,<br />

v.2, n.2, p.239-242, 1998.<br />

SARKAR, S.; DAVIES, E.J.; HUANG, Z.; TUNNACLIFFE, A.; RUBINSZTEIN, D.C.<br />

Trehalose, a Novel mTOR-independent Autophagy Enhancer, Accelerates the<br />

86


Clearance of Mutant Huntingtin and α-Synuclein. The journal of biological<br />

ch<strong>em</strong>istry, v. 282, n. 8, p. 5641–5652, 2007.<br />

SATISH, S.; RAVEESHA, K.A.; JANARDHANA, G.R. Antibacterial activity of plant<br />

extracts on phytopathogenic Xanthomonas campestris pathovars. Let in Applied<br />

Microbiology, v.28, p. 145-147, 1999.<br />

SHANG, W.; LIU, W.; ZHAO, X.; SUN, Q.; BI, J.; CHI, Z. Expressions of glutathione<br />

S-transferase alpha, mu, and pi in brains of medically intractable epileptic patients.<br />

BMC Neuroscience. v.9, p. 67, 2008.<br />

SHEARMAN, M.S.; HAWTIN, S.R.; TAILOR, V.J. The intracellular component of<br />

cellular 3-(4,5-dimethylthiazol-2-yl)-2,5-diphenyltetrazolium bromide (MTT) reduction<br />

is specifically inhibited by b-amyloid peptides. J. Neuroch<strong>em</strong>. v. 65, p. 218–227,<br />

1995.<br />

SHERRY, M.; SMITH, S.; PATEL, A.; HARRIS, P.; HAND, P.; TRENCHARD, L.;<br />

HENDERSON, J. RAPD and microsatellite transferability studies in selected species<br />

of Prosopis (section Algarobia) with <strong>em</strong>phasis on Prosopis juliflora and P. palli<strong>da</strong>.<br />

Journal of Genetics, v. 90, n. 2, 2011.<br />

SIEGEL, G.J.; AGRANOFF, B.W.; ALBERS, R.W.; FISHER, S.K.; UHLER, M.D. In:<br />

Editora Philadelphia. Basic Neuroch<strong>em</strong>istry: Molecular, Cellular, and Medical<br />

Aspects.1999.<br />

SILVA, A.M.M.; SILVA, A.R.; PINHEIRO, A.M.; FREITAS, S.R.V.B.; SILVA, V. D.A.;<br />

SOUZA, C.S.; VELOSO, E.S.; ELBACHÁ, R.S.; COSTA, M.F.D.; COSTA, S.L.<br />

Alkaloids from Prosopis juliflora leaves induce glial activation, cytotoxicity and<br />

stimulate NO production. Toxicon, v.49, p.601-614, 2007.<br />

SILVA, A.R.; PINHEIRO, A.M.; SOUZA, C.S.; FREITAS, S.R.V.B.;<br />

VASCONCELLOS, V.; EL-BACHÁ, R.S.: COSTA, M.F.D.: COSTA, S.L. The<br />

flavonoid rutin induces astrocyte and microglia activation and regulates TNF-alpha<br />

87


and NO release in primary glial cell cultures. Cell Biol Toxicol, v. 24, p. 75–86,<br />

2008.<br />

SILVA, L.F; LIMA, D.F; NASCIMENTO, C.B.S.N; LIMA, R.B.; FARIAS, G.G.M.<br />

Efeitos <strong>da</strong> farinha de algaroba (Prosopis juliflora) durante as fases de gestação e<br />

lactação <strong>em</strong> ratas Wistar. Acta Scientiarum. Biological Sciences Maringá, v. 25, no.<br />

2, p. 459-465, 2003<br />

SILVA, D.S. Substituição progressiva do farelo de trigo pela vag<strong>em</strong> <strong>da</strong> algaroba na<br />

alimentação de bovi<strong>nos</strong> <strong>em</strong> engor<strong>da</strong> [dissertação]. Areia (PB): Universi<strong>da</strong>de Federal<br />

<strong>da</strong> Paraíba, 1981.<br />

SILVA, J. H. V.; OLIVEIRA, J. N. C.; SILVA, E. L.; JORDÃO FILHO, J. ; RIBEIRO, M.<br />

L. G. Uso <strong>da</strong> farinha integral de vag<strong>em</strong> de algaroba (Prosopis juliflora (Sw) D.C.) na<br />

alimentação de codornas japonesas. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 31, n.3,<br />

p.1789-1795, 2002a.<br />

SILVA, J. H. V.; SILVA. E; L; JORDÃO FILHO, J.; TOLEDO, R. S.; ALBINO, L .F. T.;<br />

RIBEIRO, M. L. G. ; COUTO, H. P. Valores energéticos e efeitos <strong>da</strong> inclusão de<br />

farinha integral de vag<strong>em</strong> de algaroba (Prosopis juliflora (Sw.) D. C.) <strong>em</strong> rações de<br />

poedeiras comerciais. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 31, n.6, p. 2255 – 2264,<br />

2002b.<br />

SILVA, M.A. Taxonomy and distribution of the genus Prosopis L. In: The current state<br />

of knowlegde of Prosopis juliflora. 1986, Recife. Anais... Recife: II Internat. Conf. on<br />

Prosopis juliflora; p.177-185, 1986a.<br />

SILVA, S. Prospis juliflora (SW) DC in Brazil. In: The current state of knowlegde of<br />

Prosopis juliflora. 1986, Recife. Anais. Recife: II Internat. Conf. on Prosopis juliflora,<br />

1986b.<br />

SILVA, V.D.A; PITANGA, B.S; NASCIMENTO, R.P.; SOUZA; C.S.; COELHO, P.L.C.;<br />

MENEZES-FILHO, N.; SILVA, A.M.M.; COSTA, M.F.D; EL-BACHÁ, R.S.; VELOZO,<br />

E.S.; COSTA, S.L. Piperidine alkaloids from Prosopis juliflora leaves induce<br />

88


mitochondrial <strong>da</strong>mage and cytoplasmic vacuolation on<br />

co-cultured glial cells and neurons. Submeted to Toxicologic Pathology, 2012.<br />

2.2.2 SOFRONIEW, M.V.; HOWE, C.L.; MOBLEY, W.C. Nerve growth factor<br />

signaling, neuroprotection, and neural repair. Annu. Rev. Neurosci. v. 24, p.<br />

1217–281, 2001.<br />

2.2.2 SONDEREGGER, P.; LEMKIN, P.F.; NELSON, P.G. Diffencial modulation of<br />

the expression proteins by non-neuronal cells of the peripheral and central<br />

nervous syst<strong>em</strong>. The EMBO Journal. v.4, n.6, p.1395-1401, 1985.<br />

2.2.2 SPA – Secretaria de Produção <strong>Animal</strong> A algarobeira (Prosopis juliflora Sw,<br />

D.C.) no nordeste do Brasil, 1989.<br />

STEIN, R.B.S.; TOLEDO, L.L.A.; ALMEIDA, F.Q.; ARNAUT, A.C.; PATITUCCI, L.T.;<br />

SOARES NETO, J.; COSTA, V.T.M. Uso do Farelo de Vag<strong>em</strong> de Algaroba (Prosopis<br />

juliflora (Swartz) D.C. <strong>em</strong> Dietas para Eqüi<strong>nos</strong>. Revista Brasileira de Zootecnia,<br />

v.34, n.4, p.1240-1247, 2005.<br />

STREIT, W.J.; WALTER, S.A.; PENNEL, N.A. Reactive microgliosis. Progr.<br />

Neurobiol. v. 57, p. 563–581, 1999.<br />

TABOSA, I.M.; QUINTANS-JR, L.J; PAMPLONA, F.V; ALMEIDA, R.N.; CUNHA,<br />

E.V.L.DA; SILVA, M.S.DA; SOUZA, J.C.DA A; BARBOSA FILHO, J.M. Isolamento<br />

biomonitorado de alcaloides tóxicos de Prosopis juliflora (algaroba). Revista<br />

Brasileira de Farmacog<strong>nos</strong>ia, v. 9/10, p 11-22, 2000b.<br />

TABOSA, I.M.; RIET-CORREA, F.; BARROS, S.S.; SUMMERS, B. A.; SIMÕES, S.<br />

V.D.; MEDEIROS, R.M.T.; NOBRE, V.M.T. Neurohistologic and ultrastructural<br />

lesions in cattle experimentally intoxicated with the Plant Prosopis juliflora. Vet<br />

Pathol, v.43, p.695–701, 2006.<br />

TABOSA, I.M.; SOUZA, J.C.A.; GRAÇA, D.L.; BARBOSA-FILHO, J.M.; ALMEIDA,<br />

R.N.; RIET-CORREA, F. Neuronal vacuolation of the trig<strong>em</strong>inal nuclei in goats<br />

caused by ingestion of Prosopis juliflora pods (Mesquite beans). Vet and Human<br />

Toxico, v. 42, p. 155-158, 2000a.<br />

89


TARDY, M. Astrocyte et Homeostasie. Méd. Sci. v. 8, p. 799–804, 1991.<br />

TARDY, M. Role of laminin bioavailability in the astroglial permissivity for neuritic<br />

outgrowth. Anais <strong>da</strong> Acad<strong>em</strong>ia Brasileira de <strong>Ciência</strong>s. v. 74, p. 683-690, 2002.<br />

TRONCOSO R, VICENCIO JM, PARRA V, NEMCHENKO A, KAWASHIMA Y, DEL<br />

CAMPO A, TORO B, BATTIPROLU PK, ARANGUIZ P, CHIONG M, YAKAR<br />

S, GILLETTE TG, HILL JA, ABEL ED, LEROITH D, LAVANDERO S. Energy-<br />

preserving effects of IGF-1 antagonize starvation-induced cardiac autophagy.<br />

Cardiovasc Res. v. 1; n. 93(2); p 320-329, 2012.<br />

VIEIRA, L.R.; GERRA, N.B.; FREITAS, E.M. Sucedâneo do café de Prosopis juliflora<br />

D.C. Pesq. agropec. bras. v. 30, n. 1, p. 121-124, 1995.<br />

WAGNER, H.; BLADT, S.; ZGAINSKI, E.M. Drogen analyse. In:<br />

Dünnschichtchromatographie Anlyse von Arzneidrogen, edition 1; Verlag, J.;<br />

Springer, J. Heidelberg New York Publishers, Berlin, 1983.<br />

WANG, X.F.; CYNADER, M.S. Effects of astrocytes on neuronal attachment and<br />

survival shown in a serum-free co-culture syst<strong>em</strong>. Brain Research Protocols, v.4,<br />

p.209–216, 1999.<br />

WANG, Z.; LI, D.; LIANG, Y.; WANG, D.; CAI, N. Activation of astrocytes by<br />

advanced glycation end products: cytokines induction and nitric oxide release. Acta<br />

Pharmacol Sin. v. 23, p. 974-980, 2002.<br />

WU, Y.C.; WU, W.K.K.; LI, Y.; LI, L.Y.Z, J.; WONG, C.C.M.; LI, H.T.; SUNG, J.J.Y.;<br />

CHO, C.H. Inhibition of macroautophagy by bafilomycin A1 lowers proliferation and<br />

induces apoptosis in colon cancer cells. Bioch<strong>em</strong>ical and Biophysical Research<br />

Communications v. 382, p. 451–456, 2009.<br />

YAMAMOTO, M., SUZUKI, S. O., AND HIMENO, M. The effects of dynein inhibition<br />

on the autophagic pathway in glioma cells. Neuropathology. v 30, p. 1–6, 2010.<br />

90


YANG, Y.; XU, K.; KOIKE, T.; ZHENG, X..Transport of autophagosomes in neurites<br />

of PC12 cells during serum deprivation. Autophagy. v 4, n.2, p. 243-245, 2008.<br />

91


7. PRODUÇÃO BIBLIOGRAFICA<br />

7.1. Resumos publicados e apresentados <strong>em</strong> Eventos Científicos diretamente<br />

relacionados à Tese.<br />

SILVA, V. D. A.; PITANGA, B. P. S.; SILVA, ANA RITA ; SILVA, AMM; MENEZES<br />

FILHO, N.J. ; COSTA, M. F. D.; VELOZO, E. S.; ELBACHÁ, R. S.; COSTA, S.<br />

L. Effects of alkaloids extracted from leaves of Prosopis juliflora Swartz. D.C. on glial<br />

activation and on neurons viability. In: X Reunião Regional Nordeste Socie<strong>da</strong>de<br />

Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular e I Simpósio Latino Americano de<br />

NeuroquímicI Simpósio Latino Americano de Neuroquímica, 2010, Salvador. Anais<br />

do X Reunião Regional Nordeste Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Bioquímica e Biologia<br />

Molecular e I Simpósio Latino Americano de NeuroquímicI Simpósio Latino<br />

Americano de Neuroquímica, 2010.<br />

SILVA, V. D. A.; MENDES, A.M.; PITANGA, B. P. S.; Souza, CS; MENEZES FILHO,<br />

N.J.; COSTA, M. F. D.; ELBACHÁ, R. S.; VELOZO, E. S.; COSTA, S. L. Cytotoxics<br />

alkaloids extrecteds from Prosopis juliflora leaves induce astroglial vacuolation and<br />

microglial activation on neuron/glia co-culture. In: XV Congresso <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de<br />

Brasileira de Biologia Celular, XV Meeting Brazilian Society for Cell Biology, 2010,<br />

São Paulo. Anais do XV Congresso <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Biologia Celular, XV<br />

Meeting Brazilian Society for Cell Biology, 2010.<br />

SILVA, V. D. A.; PITANGA, B. P. S.; Souza, CS; Silva, Ana Rita; Silva,<br />

AMM; COSTA, M. F. D.; ELBACHÁ, R. S.; VELOZO, E. S.; Figueira, C.P.; COSTA,<br />

S. L.. Alkaloids extracted from leaves of Prosopis Juliflora Swart. D.C. induce glial<br />

activation and autophagic cell death on neuron/glial cell primary co-cultures. In: XL<br />

Reunião Anual <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Bioquimica e Biologia Molecular, 2011,<br />

Foz do Iguaçu. Anais <strong>da</strong> XL Reunião Anual <strong>da</strong> SBBq, 2011.<br />

SILVA, V. D. A. ; CUEVAS, C. ; MUNOZ, P. A. ; VELOZO, E. S. ; Segura-Aguilar, J.<br />

; COSTA, S. L. . Autophagy protects against cell death induced by alkaloids from<br />

Prosopis juliflora in neuron/glia cells co-culture.. In: XLI Annual Meeting of The<br />

92


Brazilian Bioch<strong>em</strong>istry and Molecular Biology Society, 2012, Foz do Iguaçú, PR.<br />

Anais <strong>da</strong> XLI Annual Meeting of The Brazilian Bioch<strong>em</strong>istry and Molecular Biology<br />

Society, 2012.<br />

7.2. Artigos publicados diretamente relacionados à <strong>tese</strong><br />

SILVA, V.D.A; PITANGA, B.P.S; NASCIMENTO, R.P ; SOUZA, C.S:; PAULO<br />

LUCAS C. COELHO, P.L.C; MENEZES-FILHO, N; SILVA, A.M.M; COSTA, M.F.D;<br />

EL-BACHA, R.S.; EUDES S.; VELOZO, E.S.;COSTA, S.L. Submetido para a revista<br />

Toxicologic Pathology.<br />

7.3. D<strong>em</strong>ais produção bibliográfica no período <strong>da</strong> Tese<br />

PITANGA, B. P. S.; NASCIMENTO, R.P.; SILVA, V. D. A. ; COSTA, S. L. . The Role<br />

of Astrocytes in Metabolism and Neurotoxicity of the Pyrrolizidine Alkaloid<br />

Monocrotaline, the Main Toxin of Crotalaria retusa. Front Pharmacol., v. 3, p. 1-7,<br />

2012.<br />

PITANGA, B. P. S. ; SILVA, V. D. A. ; Souza, CS ; JUNQUEIRA, H. ; FRAGOMENI,<br />

B.O.; NASCIMENTO, R.P.; Silva, Ana Rita; COSTA, M. F. D. ; ELBACHÁ, R.<br />

S.; COSTA, S. L. . Assessment of neurotoxicity of monocrotaline, an alkaloid<br />

extracted from Crotalaria retusa in astrocyte/neuron co-culture syst<strong>em</strong>.<br />

Neurotoxicology (Park Forest South), v. 32, p. 776-784, 2011.<br />

SILVA NETO, J. P.; BARRETO, R. A.; PITANGA, B. P. S. ; Souza, CS ; SILVA, V. D.<br />

A. ; Silva, Ana Rita ; VELOZO, E. S.; BATATINHA, M. J. M.; TARDY, M. ; RIBEIRO,<br />

C. S.; DIAS, M.F.; ELBACHÁ, R. S.; COSTA, S. L. . Genotoxicity and morphological<br />

changes induced by the alkaloid monocrotaline, extracted from Crotalaria retusa, in a<br />

model of glial cells. Toxicon (Oxford), v. 55, p. 105-117, 2010.<br />

93


8. ANEXOS<br />

A<br />

C<br />

Anexo 1: Em (A): algarobeiras <strong>em</strong> região s<strong>em</strong>i-ári<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

África; <strong>em</strong> (B): vagens de algaroba; <strong>em</strong> (C): farelo de<br />

algaroba para alimentação animal (fotos de Pasiecznik);<br />

<strong>em</strong> (D): bovino intoxicado por consumo <strong>da</strong> algaroba<br />

(Câmara et al., 2009).<br />

B<br />

D<br />

94

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!