19.04.2013 Views

Escrita travesti - Cebela

Escrita travesti - Cebela

Escrita travesti - Cebela

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Ou dito de modo mais interessante pelo <strong>travesti</strong> Petra:<br />

“Mostrar a neca depende da ocasião... Em público, assim, a gente<br />

não gosta, a gente se sente feminina! Para estar mostrando essas<br />

coisas assim não tem nada a ver... na hora do sexo... uma caixinha<br />

de surpresas” (DENIZAR, 1977:90).<br />

Comunicação&política, v.24, nº3, p.215-223<br />

Literatura<br />

<strong>Escrita</strong> <strong>travesti</strong><br />

Rolland Barthes, em S/Z, realiza difrações entre o cá e o lá de<br />

modo a confundir as barras de gênero, ele se pergunta: “O título<br />

abre uma questão: Sarrasine, o que é isso? Um nome comum? Um<br />

nome próprio? Uma coisa? Um homem? Uma mulher?”<br />

(BARTHES, 1970: 24). Velho, Sarrasine é descrito por Balzac de tal<br />

modo que suscita em Barthes observações tais como “un mot<br />

glissant”, “ça que ne se prend pas”, ou “une nomination en<br />

expansion” (BARTHES, 1970: 99). Começo a mostrar o corpo da<br />

escrita <strong>travesti</strong>. Em 1970, Barthes parece sobremaneira interessado<br />

na questão, pois também no Império dos signos fascina-se com o <strong>travesti</strong><br />

japonês. O <strong>travesti</strong>mento japa é citação, um jogo combinatório<br />

sem profundidade:<br />

“O <strong>travesti</strong> oriental não copia a Mulher, ele a significa: ele não se<br />

nutre de seu modelo, ele se destaca do seu significado: a Feminilidade<br />

é dada a ler, não a ver: translação, não transgressão; o signo<br />

passa do grande papel feminino ao cinquentão pai de família, mas<br />

onde começa a metáfora?” (BARTHES, 1970.2: 71.).<br />

219

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!