100anos - Associação Brasileira da Batata (ABBA)
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ENTOMOLOGIA<br />
Traça-<strong>da</strong>-batata:<br />
Bioecologia, <strong>da</strong>no e controle<br />
Introdução e biologia<br />
A traça-<strong>da</strong>-batata Phtorimaea operculella<br />
(Zeller, 1873) (Lepidoptera: Gelechii<strong>da</strong>e)<br />
é ti<strong>da</strong> pelos produtores como<br />
uma praga importante na cultura <strong>da</strong><br />
batata Solanum tuberosum L. Apesar<br />
disso, esse inseto é pouco conhecido pelos<br />
bataticultores nos aspectos de bioecologia,<br />
épocas de ocorrência, comportamento,<br />
outros hospedeiros e métodos<br />
de controle. Em conversa com diversos<br />
produtores, as informações sobre a traça-<strong>da</strong>-batata<br />
são as mais contraditórias<br />
possíveis, <strong>da</strong>í a importância <strong>da</strong> pesquisa<br />
desenvolvi<strong>da</strong> pela EPAMIG em Minas<br />
Gerais sobre essa praga, cujos resultados<br />
parciais são apresentados neste artigo<br />
técnico.<br />
Os adultos <strong>da</strong> traça-<strong>da</strong>-batata são<br />
pequenas mariposas (bruxinhas) de coloração<br />
acinzenta<strong>da</strong>, medindo cerca de<br />
10 a 12 mm de envergadura (distância<br />
entre as pontas <strong>da</strong>s asas anteriores,<br />
abertas). Apresentam hábito crepuscular.<br />
Suas asas anteriores são de cor cinza,<br />
Fotos: Divulgação<br />
Figura 1- Adultos (Mariposinhas) <strong>da</strong><br />
traça-<strong>da</strong>-batata.<br />
mais escuras do que as posteriores e<br />
apresentam manchas pretas irregulares<br />
(Fig.1). Durante o dia escondem-se nas<br />
lavouras de batata, na face inferior <strong>da</strong>s<br />
folhas. Para observá-las, basta agitar a<br />
folhagem, de onde voam de modo curto<br />
e rápido, pousando e se escondendo em<br />
outra planta próxima. A pequena mariposa<br />
<strong>da</strong> traça-<strong>da</strong>-batata não tolera a luz<br />
do dia.<br />
A mariposa fêmea, após o acasalamento<br />
na lavoura, põe ovos tanto na página<br />
inferior <strong>da</strong>s folhas como nas brotações,<br />
e também em tubérculos. Também<br />
oviposita na batata-semente armazena<strong>da</strong><br />
em depósitos, galpões ou armazéns,<br />
aguar<strong>da</strong>ndo novos plantios. Ca<strong>da</strong> fêmea<br />
pode pôr, em média, 300 ovos durante a<br />
sua vi<strong>da</strong>, distribuídos em várias posturas<br />
e em diversos pontos. São de coloração<br />
branca, lisos e globosos. No campo, após<br />
a eclosão, as lagartinhas raspam folhas;<br />
a seguir, penetram em folhas baixeiras,<br />
junto ao solo, minando-as (Fig. 2).<br />
À medi<strong>da</strong> que se alimentam, aumentam<br />
de tamanho, sofrendo quatro ecdises ou<br />
mu<strong>da</strong>s de pele. Completamente desen-<br />
Figura 2 -<br />
Folha baixeira com<br />
folíolos minados<br />
por lagartas <strong>da</strong><br />
traça-<strong>da</strong>-batata<br />
Fitossani<strong>da</strong>de<br />
Júlio César de Souza 1<br />
Rogério Antônio <strong>da</strong> Silva 2<br />
Paulo Rebelles Reis 2<br />
Fernan<strong>da</strong> Apareci<strong>da</strong> Abreu 3<br />
volvi<strong>da</strong>s, as lagartas medem cerca de 12<br />
mm de comprimento, possuindo coloração<br />
esverdea<strong>da</strong>, sendo a parte dorsal<br />
ligeiramente rosa<strong>da</strong>: a cabeça, o protórax<br />
e o penúltimo segmento abdominal<br />
apresentam manchas escuras. Em<br />
tubérculos atacados apresentam coloração<br />
esbranquiça<strong>da</strong> (Fig. 3). Possuem<br />
oito pares de pernas, sendo três torácicas<br />
e cinco abdominais. São muito ágeis<br />
(Fig. 4). Diferem <strong>da</strong>s lagartas <strong>da</strong> traçado-tomateiro,<br />
Tuta absoluta (Meyrick,<br />
1917) (Lepidoptera: Gelechii<strong>da</strong>e), que<br />
eventualmente podem também minar<br />
as folhas <strong>da</strong> batateira por serem maiores<br />
e mais volumosas, além de apresentarem<br />
a placa quitinosa mais larga, de cor<br />
marrom bem escuro, no dorso do protórax.<br />
A fase larval ou de lagarta tem<br />
duração de 12 a 14 dias, findos os quais<br />
elas abandonam as folhas e dirigem-se<br />
para um local apropriado, onde tecem<br />
um casulo com fios de se<strong>da</strong> branca por<br />
elas produzidos, transformando-se em<br />
pupa ou crisáli<strong>da</strong>. Geralmente, constroem<br />
os casulos nos bordos <strong>da</strong>s folhas<br />
baixeiras, enrolando-os junto ao solo,<br />
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