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A trajetória de Romeu e Julieta: do teatro inglês renascentista ao ...

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20 SUaSSUNa, ariano. op.<br />

cit. p.8.<br />

166<br />

trama, aqui não existe a mesma relevância. teobal<strong>do</strong> já se encontra morto<br />

quan<strong>do</strong> <strong>Julieta</strong> se casa com romeu, diferentemente <strong>do</strong> que ocorre na outra<br />

peça, on<strong>de</strong> é <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> casa<strong>do</strong> que romeu mata teobal<strong>do</strong>. À chegada <strong>de</strong><br />

romeu, <strong>Julieta</strong> diz: “Quem bate na minha Porta? Quem bate? Quem está<br />

aí?” E romeu respon<strong>de</strong>: “ah, minha amada, é romeu! Sua Porta venha<br />

abrir!” Enquanto se encaminha para a cama, <strong>Julieta</strong> fala com romeu:<br />

No <strong>de</strong>itar da minha Cama,<br />

se rompeu o meu Frandil.<br />

No <strong>de</strong>scer da minha Escada,<br />

me caiu o meu Chapim.<br />

Eu te pego pela mão,<br />

tu entras no meu Jardim.<br />

Te faço Cama <strong>de</strong> rosas,<br />

travesseiro <strong>de</strong> Jasmim.<br />

Te lavo em água-<strong>de</strong>-cheiro,<br />

te <strong>de</strong>ito em cima <strong>de</strong> mim. 20<br />

os <strong>do</strong>is entram e fecha-se a cortina. Deste momento em diante, isto<br />

é, na cena da noite <strong>de</strong> núpcias, são utiliza<strong>do</strong>s bonecos, que <strong>de</strong>screvem os<br />

fatos nos seguintes termos:<br />

<strong>Romeu</strong>:<br />

Eu tirei minha Gravata,<br />

ela tirou o Vesti<strong>do</strong>.<br />

Eu, o cinto, com o Revólver,<br />

ela, seus quatro Corpinhos.<br />

As anáguas engomadas<br />

soavam nos meus ouvi<strong>do</strong>s<br />

como um teci<strong>do</strong> <strong>de</strong> seda<br />

por vinte facas rompi<strong>do</strong>.<br />

Eu toquei os seus belos peitos<br />

que estavam a<strong>do</strong>rmeci<strong>do</strong>s ,<br />

e eles se ergueram, <strong>de</strong> súbito,<br />

como ramos <strong>de</strong> jacinto.<br />

Naquela noite eu passei<br />

pelo melhor <strong>do</strong>s caminhos,<br />

monta<strong>do</strong> em Potrinha branca,<br />

mas sem Sela e sem estribos.<br />

Suas coxas me escapavam,<br />

como peixes surpreendi<strong>do</strong>s,<br />

meta<strong>de</strong> cheias <strong>de</strong> fogo,<br />

meta<strong>de</strong> cheias <strong>de</strong> frio.<br />

<strong>Julieta</strong>:<br />

Ele tirou a Gravata,<br />

eu tirei o meu Vesti<strong>do</strong>.<br />

Ele, o cinto, com o Revólver,<br />

E eu, meus quatro Corpinhos.<br />

As anáguas engomadas<br />

ArtCultura, Uberlândia, v. 11, n. 19, p. 155-168, jul.-<strong>de</strong>z. 2009

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