A trajetória de Romeu e Julieta: do teatro inglês renascentista ao ...
A trajetória de Romeu e Julieta: do teatro inglês renascentista ao ...
A trajetória de Romeu e Julieta: do teatro inglês renascentista ao ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
1 BoUrDiEU, Pierre. As regras<br />
da arte: gênese e estrutura <strong>do</strong><br />
campo literário. São Paulo:<br />
companhia das letras, 1996,<br />
p. 133.<br />
156<br />
A <strong>trajetória</strong> <strong>de</strong> <strong>Romeu</strong> e <strong>Julieta</strong>:<br />
<strong>do</strong> <strong>teatro</strong> <strong>inglês</strong> <strong>renascentista</strong> <strong>ao</strong> <strong>teatro</strong> popular brasileiro<br />
Rogério Lopes<br />
resumo<br />
o objetivo <strong>de</strong>sse artigo é fazer uma<br />
análise comparativa <strong>de</strong> três versões da<br />
história <strong>de</strong> romeu e <strong>Julieta</strong> elaboradas<br />
em épocas e socieda<strong>de</strong>s distintas: o<br />
texto dramático “romeu e <strong>Julieta</strong>” <strong>de</strong><br />
Shakespeare escrito na renascença, “a<br />
história <strong>do</strong> amor <strong>de</strong> romeu e <strong>Julieta</strong>”<br />
escrita em 1996 pelo autor nor<strong>de</strong>stino<br />
ariano Suassuna e a montagem mineira<br />
da peça <strong>de</strong> Shakespeare encenada<br />
pelo grupo galpão na década <strong>de</strong> 90.<br />
através das soluções artísticas dadas<br />
em cada uma <strong>de</strong>stas versões, espera-se<br />
captar os valores da época na qual cada<br />
artista estava inseri<strong>do</strong>, explicitan<strong>do</strong> o<br />
contexto histórico e os aspectos sociais<br />
que po<strong>de</strong>m ter leva<strong>do</strong> os autores a<br />
realizarem suas escolhas.<br />
palavras-chave: Shakespeare, grupo<br />
galpão, ariano Suassuna.<br />
℘<br />
abstract<br />
The aim of this article is to make a comparative<br />
analysis of three versions of Romeo<br />
and Juliet <strong>de</strong>veloped in different eras and<br />
societies: the Shakespeare’s play Romeo and<br />
Juliet written during the Renaissance, The<br />
story of the Romeo and Juliet’s love written<br />
by Ariano Suassuna in 1996 and the Romeo<br />
and Juliet’s play of the group Galpão in<br />
the 90’s. Through artistic solutions given<br />
in each of these versions, seek to capture the<br />
values of the time in which each artist was<br />
inserted, explaining the social aspects that<br />
have led the authors to make their choices.<br />
keywords: Shakespeare, group Galpão,<br />
Ariano Suassuna.<br />
As oposições que estruturam a percepção estética não são dadas a priori,<br />
mas historicamente produzidas e reproduzidas,<br />
são indissociáveis das condições históricas <strong>de</strong> seu emprego.<br />
Pierre Bourdieu 1<br />
romeu e <strong>Julieta</strong> é umas das histórias <strong>de</strong> amor mais conhecidas <strong>do</strong><br />
oci<strong>de</strong>nte. apesar <strong>de</strong> haver aqueles que a consi<strong>de</strong>rem verídica, a peça escrita<br />
por William Shakespeare é mais uma das versões <strong>do</strong> mito grego <strong>de</strong> Píramo<br />
e tisbe que, aliás, é contada pelo próprio Shakespeare na sua comédia<br />
Sonhos <strong>de</strong> Uma Noite <strong>de</strong> Verão. Muito popular na renascença inglesa, os<br />
personagens <strong>de</strong> Píramo e tisbe foram transforma<strong>do</strong>s em romeu e <strong>Julieta</strong><br />
pelo autor Luigi da Porto. Em seguida o italiano Matteo Ban<strong>de</strong>llo adapta<br />
a história que foi posteriormente traduzida para o francês por Pierre <strong>de</strong><br />
Boisteau <strong>de</strong> launay. artur Brooke traduziu <strong>de</strong>sta última fonte em versos<br />
ingleses, dan<strong>do</strong>-lhe o título <strong>de</strong> tragical history of romeo and Juliet, com<br />
ArtCultura, Uberlândia, v. 11, n. 19, p. 155-168, jul.-<strong>de</strong>z. 2009